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Entrevistas exclusivas
MIGUEL OLIVEIRA ENFRENTA EM 2021 MAIS UMA TEMPORADA NO MUNDIAL DE MOTOGP, A TERCEIRA DA SUA CARREIRA. AGORA NA EQUIPA OFICIAL DA KTM, TEM O APOIO REFORÇADO E AS AMBIÇÕES E RESPONSABILIDADES NATURALMENTE MAIS ALTAS – ATÉ PORQUE NO ANO PASSADO JÁ OBTEVE AS SUAS DUAS PRIMEIRAS VITÓRIAS.
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TEXTO: BERNARDO MATIAS / ENTREVISTA: SIMON PATTERSON
Atemporada de 2020 do Mundial de MotoGP foi de afirmação para Miguel Oliveira. No seu segundo ano, e num campeonato muito renhido e também encurtado e condensado devido à pandemia, o#88 conseguiu dar boa conta de si com duas vitórias e uma pole position para acabar no top dez final. Uma classificação que, como é natural, espera melhorar em 2021, agora que é piloto da Red Bull KTM Factory Racing – a equipa de fábrica do construtor austríaco. O Motorcycle Sports entrevistou Oliveira em exclusivo ainda antes do começo da temporada, falando sobre os seus desideratos, a moto ou o facto de ser piloto de fábrica. Uma conversa que reproduzimos de seguida.
Motorcycle Sports (MS): Apenas os pilotos da Petronas venceram mais que tu em 2020. Um piloto prepara-se sempre para vencer, mas no início da temporada esperavas fechar o ano com dois triunfos?
Miguel Oliveira (MO): ‘Sim. Obviamente que em 2020 não esperava, de todo, fazer tantos triunfos. Talvez ambicionasse o meu primeiro pódio, mas terminar com duas vitórias foi realmente fantástico – a segunda vitória talvez um pouco mais esperada, mas estou muito contente’.
© GOLD & GOOSE / RED BULL CONTENT POOL
Miguel Oliveira encara a sua terceira época no MotoGP.
Miguel Oliveira quer lutar por resultados fortes em 2021.
MS: Que mudanças gostarias de ver efetuadas para a versão de 2021?
MO: ‘Basicamente aquilo que nos falta um pouco é realmente a velocidade de ponta e é isso que estamos a procurar encontrar com várias soluções tanto ao nível de encontrar um pacote aerodinâmico melhor e também ver que pontos podemos melhorar ao nível da eletrónica’.
DE OLHOS POSTOS NO TÍTULO
© GOLD & GOOSE / RED BULL CONTENT POOL
MS: O Pit Bierer disse recentemente que vais liderar o desenvolvimento da moto. Agora que tens a fábrica focada no teu feedback, acreditas que lutar pelo título passa a ser uma possibilidade mais realista?
MO: ‘Sim. Obviamente que o nosso objetivo é sermos campeões do mundo e obviamente que ter um apoio da fábrica é fundamental para que isso aconteça’.
MS: Quem achas que serão os principais
candidatos ao título este ano? MO: ‘Dado àquilo que vimos no ano passado existem muitos candidatos para este título. Eu acredito que serei um deles’.
MS: De que forma pode uma RC16 feita a pensar no teu estilo de pilotagem ajudar os outros pilotos KTM a serem mais competitivos? Como compararias o teu estio de pilotagem com o dos outros três pilotos KTM?
MO: ‘Eu acredito que temos uma equipa muito semelhante ao nível de estilos de pilotagem. Obviamente que cada piloto terá a sua preferência ao nível de «set-up», isso é normal. Mas diria que nenhum de nós tem um estilo muito particular de pilotagem dado a que as minhas sugestões para a moto serão bastante universais ao nível de poderem ser usadas pelos outros três pilotos’.
MS: Depois de dois triunfos em 2020, quais são as tuas metas para 2021? MO: ‘Obviamente ganhar mais corridas, ganhar mais experiência estando nos pódios. Sei o que tenho de fazer para que isso aconteça, portanto simplesmente focar no trabalho e que isso nos traga aquilo que nós ambicionamos no final do ano’.
MS: O teu domínio em Portimão foi incrível. Com essa experiência em mente, como
achas que te darias numa MotoGP no Estoril?
MO: ‘Nós não corremos no Estoril, portanto não tenho de pensar nisso. Mas, obviamente, seria também uma boa experiência poder correr no Estoril’.
MS: Terás outro português no paddock, o André Pires. Como vês a sua chegada ao paddock?
MO: ‘Fico contente por o André ter conseguido chegar a este nível. O campeonato das motos elétricas é um campeonato que está a crescer e que, muito em breve, será levado um pouco mais a sério. Mas é uma boa plataforma para divulgar e obviamente que essa oportunidade está a ser agarrada também por outros pilotos. O nível é alto, portanto desejo-lhe a maior sorte’.
MS: Dovizioso, Crutchlow e Rabat saem para chegarem Marini, Bastianini e Martín. O nível do MotoGP sobe ou desce em 2021, com esta mudança geracional?
MO: ‘Obviamente que o nível é sempre muito alto. Obviamente que daqui saíram pilotos com vitórias – dois deles, tanto o [Andrea] Dovizioso como o [Cal] Crutchlow. Mas entram um campeão do mundo e um vice-campeão do mundo. Portanto, o nível do MotoGP só irá subir com esta mudança’.
MS: Recentemente participaste numa conferência sobre a paz no mundo. Como te sentes a usar a tua influência como piloto, mas fora das pistas, para ajudar a tornar o mundo um local melhor?
MO: ‘É sempre bom poder-me associar a causas como aquelas que o Rotary Club apoia e obviamente que usar a minha exposição mediática como plataforma e catapultar esta ajuda é sempre um objetivo e dá-nos sempre um sentido de missão maior em querermos ajudar os outros’.
ENTREVISTA EM EXCLUSIVO | JACK MILLER
NA TEMPORADA DE 2021, JACK MILLER CHEGA À EQUIPA OFICIAL DA DUCATI, ABRINDO ASSIM UMA NOVA FASE NA CARREIRA NO CAMPEONATO DO MUNDO DE MOTOGP. A REVISTA MOTORCYCLE SPORTS ENTREVISTOU EM EXCLUSIVO O AUSTRALIANO.
TEXTO: BERNARDO MATIAS / ENTREVISTA: SIMON PATTERSON
Desde que em 2015 chegou ao Mundial de MotoGP, Jack Miller tem tido uma carreira de progresso quase sempre constante – apenas entre 2017 e 2018 não melhorou a sua classificação final. Depois de representar a LCR Honda e a EG 0,0 Marc VDS com a Honda RC213V, passou para a Pramac numa Ducati. Na equipa italiana esteve três épocas, tendo sido as duas últimas as melhores da sua carreira com nove dos dez pódios que conquistou. Miller mostrou assim argumentos que convenceram a Ducati a apostar em si para a estrutura oficial em 2021. Agora, tem não só como desiderato, mas também como objetivo, lutar finalmente pelo título. Nesta fase inicial da época, a revista Motorcycle Sports tomou o pulso ao estado de espírito do #43 para 2021, numa entrevista em exclusivo que lhe deixamos.
Motorcycle Sports (MS): Normalmente todos os pilotos sonham com um lugar de fábrica. Preencher um dos lugares mais desejados no MotoGP como tu fizeste, acrescenta-te alguma pressão, motivação ou ambas?
Jack Miller (JM): ‘Um pouco de ambas. Vejo mais como uma motivação do que qualquer coisa, mas seguramente há pressão extra que está associada. Mas julgo que olho para a pressão como um incentivo para tentar levar-me a fazer um trabalho melhor’.
MS: Ganhaste com a Honda e tens nove pódios. O que te falta para obter a primeira vitória com a Ducati?
Jack Miller estreia-se como piloto de fábrica em 2021.
© FALEPHOTO
JM:‘Acho que no ano passado vimos em algumas ocasiões que eu fui capaz de pelo menos estar na luta. Portanto, penso que é só questão de lá estar mais algumas vezes e certamente acontecerá’.
MS:Mudarias alguma coisa na moto para este ano?
JM: ‘Honestamente conseguimos encontrar uma boa configuração de base. As primeiras voltas foram um pouco más, mas consegui voltar a uma sensação semelhante à que tivemos ao acabar a última época sem verdadeiros aspetos negativos. Mas seguramente ainda podemos tentar trabalhar e melhorar em algumas áreas. O bonito do MotoGP é que nunca estás satisfeito – mesmo se quebrares recordes de voltas continuas a perseguir a moto perfeita, que não creio que exista’.
MS: Na Ducati espera-se que lutes pelo título. Explica-nos como é que a pressão de estar na fábrica afeta o rendimento de um piloto em pista comparando com uma equipa satélite.
JM: ‘Penso que é diferente. Creio que é uma forma mental diferente de abordar a época. Na equipa satélite és capaz de lutar pelo menos por algumas corridas, mas não tens o conjunto completo de uma equipa de fábrica que te dá seguramente uma motivação extra, confiança extra, mas também pressão extra para ter rendimento. Acho que é difícil dizer se vamos lutar pelo título. Numa equipa de fábrica creio que pertences a essa luta, enquanto que numa equipa satélite é inesperado’.
MS: Em 2012 lutaste no Moto3 contra o Miguel Oliveira, o Álex Márquez, o Álex Rins, Maverick Viñales e Brad Binder. Nove anos depois estás a lutar outra vez com eles no MotoGP. A tua geração está melhor preparada para o MotoGP do que a anterior?
JM: ‘É mesmo muito difícil dizer. Gosto de pensar que sim. Pelo menos do meu ponto de vista, quando pilotei no Moto3 tínhamos um pelotão tão renhido com pilotos que tinham sido campeões. Quando entrei no Moto3 tive muitas dificuldades depois de vir do campeonato espanhol, mas em 2013 consegui adaptar-me e lutar com o Viñales, Rins, Márquez. Nessa época eu estava numa Honda e estive a lutar com todos esses pilotos. O Miguel pilotava uma Mahindra e eu uma Honda que era mais lenta do que os outros. Por isso tivemos mesmo de puxar uns pelos outros. E depois, claro, quando estamos todos ao mesmo nível temos de puxar uns pelos outros para encontrar esse nível de velocidade. Acho que contribuiu para sermos os pilotos que somos hoje. Penso que estamos mais preparados, gostaria de o dizer’.
MS:No ano passado, a pista de Portimão foi adicionada ao campeonato. O que pensas dessa pista?
JM: ‘É fantástica. Terminei em segundo lá. Não creio que tenha feito alguma volta na pista sem um sorriso na cara. É um circuito mesmo
Oliveira e Miller são rivais desde as categorias de promoção.
fantástico, como um circuito clássico, muitas curvas cegas. Tens de gerir a moto, na subida, short shifting, tentar gerir o cavalinho, manter a moto calma antes de ir para a curva. E na última curva é uma sensação fantástica. Estamos fora da moto, de lado e metemos a terceira, quarta, quinta velocidade, quase a saltar na reta. É uma sensação fantástica’.
MS: No Algarve tiveste de passar mais tempo no paddock por causa da situação de pandemia. Tiveste oportunidade de relaxar e visitar o país? O que pensas do país, pessoas e tempo?
JM:‘Para ser honesto, nada. Para além do tempo, que esteve fantástico, os portugueses mesmo se não tivemos adeptos, são adeptos dedicados. Em Jerez há muitas bandeiras portuguesas.
Para um país que só tem um piloto em todo o paddock, acho que isso mostra o quão dedicados eles são. Mas infelizmente não tive a oportunidade de experimentar muito a comida, para além de talvez uma sandes de um posto de gasolina. Por isso não posso dizer muito’.
CARÁTER FRONTAL E DIRETO
MS: Tens algumas histórias boas que possas contar com o Miguel Oliveira, algo divertido que aconteceu em Portimão talvez?
JM: ‘Nem sequer em Portimão, eu e o Miguel conhecemo-nos há muito tempo. Quando éramos miúdos até fomos à América juntos e ficámos com algumas pessoas – eu, ele e o Arthur Sissis. O Miguel e o pai dele são pessoas fantásticas. Não posso dizer nada de mau. O que é divertido com o Miguel é que mesmo com incidentes no passado, como no Moto3 quando tivemos uma queda juntos na curva um de Jerez, conseguimos sempre deixar esse tipo de coisas para trás e continuarmos amigos’.
MS: O Cal Crutchlow disse que a maioria dos pilotos de MotoGP são robôs porque são politicamente corretos. Isso torna os pilotos modernos aborrecidos? És o sucessor de pilotos carismáticos como o Barry Sheene ou o Cal Crutchlow?
JM: ‘Não sei, acho que cabe às pessoas decidirem isso. Creio que as pessoas têm uma forma fantástica de entender quem é verdadeiro e falso. Eu não tento fazer nada especial, tento ser eu. Penso que prefiro ser odiado por ser quem sou do que amado por ser quem não sou’.
MS: O motocross é uma paixão tua. Se não fosses piloto de MotoGP, podíamos ver-te no MXGP ou no Supercross?
JM: ‘Tentaria, mas posso dizer que eu não seria o melhor. É por isso que piloto nas pistas e não motos de motocross. Cresci a pilotar motocross e a maior parte da minha infância foi passada em hospitais por esse motivo. Julgo que é esse o motivo pelo qual não compito no motocross [risos]. Percebi que era melhor a ficar no solo. É uma paixão minha de há muito tempo’.
MS: Tens alguma mensagem para o Jorge Lorenzo?
JM: ‘Nenhuma, nenhuma para ser honesto. Só tento ser o mais honesto e normal que consigo. Se ele quer discutir como uma criança, é com ele. Eu faço o que tenho a fazer e foco-me em mim’.
ENTREVISTA EM EXCLUSIVO | JONATHAN REA
JONATHAN REA ENTRA ESTE ANO NA DEFESA DO SEU SEXTO TÍTULO NO CAMPEONATO DO MUNDO DE SUPERBIKE. LENDA INDISCUTÍVEL DESTA VERTENTE DO MOTOCICLISMO DE VELOCIDADE, CONTINUA NA KAWASAKI RACING TEAM, E ANTES DO COMEÇO DA NOVA TEMPORADA DEU UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA À REVISTA MOTORCYCLE SPORTS.
TEXTO: BERNARDO MATIAS / ENTREVISTA: SIMON PATTERSON
Jonathan Rea tem um palmarés invejável no Mundial de Superbike, com seis títulos conseguidos nos último seis anos, sempre ao lado da Kawasaki. Em 2021 é, mais uma vez, oalvo a abater, com um pelotão cada vez mais forte quer ao nível de construtores e de motos, quer ao nível dos pilotos. Com 34 anos de idade, o britânico parece ter –e assegura que assim acontece – total motivação e energia para render ao mais alto nível. E o mesmo é demonstrado pelos resultados em pista ano após ano. Este ano, tentará aumentar os seus recordes, podendo ser o primeiro heptacampeão da história. A revista Motorcycle Sports entrevistou Rea em exclusivo, numa conversa que pode passar a ler.
Motorcycle Sports (MS): Com seis títulos do mundo é justo dizer que és o maior piloto na história do WSBK. Depois de tantas vitórias e sucessos, como te manténs motivado para competir?
Jonathan Rea (JR): ‘A motivação tem sido muito alta para mim, especialmente porque estou rodeado de tantas pessoas e de uma equipa com mentalidade vencedora. E quando tens esta sensação, queres mesmo uma e outra vez. Tenho tido muita sorte por não ter dificuldades com a motivação. Todas as épocas encontro motivação nas áreas mais estranhas. Por vezes pode ser bater um rival, por vezes pode ser desenvolver uma nova moto, mas eu encontro a motivação muito facilmente’.
MS: Sobre 2020, o quão difícil foi adaptares-te a uma temporada completamente diferente, devido à Covid-19 e a um calendário encurtado?
JR: ‘A coisa mais difícil para me adaptar em 2020 foi a enorme pausa no início da época, porque foi muito difícil mentalmente lidar com a incerteza. Mas no circuito o mais estranho foi o ambiente de hospitalidade, não havia adeptos no circui-
Rea com motivos para sorrir, continua a acumular recordes no WSBK.
Rea e Lowes colegas na Kawasaki pelo segundo ano consecutivo.
campeão mundial no Moto2. Fez boas corridas no MotoGP, é um enorme talento, tem uma boa moto e uma boa equipa. O Locatelli e o Mahias também têm bons construtores. Portanto o pelotão é ainda mais forte e isso é bom do ponto de vista de um competidor e também é bom para o campeonato. E espero que traga mais adeptos à pista’.
to. Mas, corrida a corrida, a época de 2020 tornou-se normal com as restrições da Covid-19 e maiores dificuldades para viajar. Mas acabámos por ter sorte de fazer corridas, por isso não houve problemas’.
MS: No ano passado, o Estoril voltou ao calendário depois de lá ter estado em 1988 e 1993. O que pensas acerca da pista?
JR: ‘O Estoril está bem. Não é um dos meus circuitos favoritos, mas gosto de pilotar lá. É bom ir a novos circuitos, mas eu prefiro Portimão – é um dos meus circuitos favoritos em todo o mundo. Mas foi bom ir a outra corrida e ao Estoril. Nunca tinha estado na região de Lisboa, por isso foi bom ver a região’.
MS: Portimão e o Estoril são as pistas mais reputadas de Portugal ao nível mundial. Do ponto de vista de um piloto, o quão diferentes são?
JR: ‘Portimão, digamos... tem tudo, é o circuito mais estimulante de todo o mundo, com enormes mudanças de elevação. Tem tudo, desde ganchos de primeira velocidade a curvas de quarta velocidade a todo o gás, mudanças de direção rápido. Já o Estoril é um pouco mais lento. Tenho a certeza que com a moto de Moto3 ou com a moto de Supersport é incrível, mas com a Superbike com 220cv de potência parece mais... uma pista pequena. Mas ainda é muito divertida’.
MS: O WSBK tem vários talentos enormes como tu, o Chaz Davies, o Scott Redding, o Alex Lowes, o Tom Sykes ou o Leon Haslam, mas o MotoGP não tem pilotos britânicos no pelotão deste ano depois das saídas do Bradley Smith e do Cal Crutchlow. O que pensas disto?
JR: ‘É mesmo lamentável não existirem pilotos britânicos no MotoGP porque o Cal [Crutchlow], o Bradley Smith e o Scott Redding saíram-se bem no passado. Mas o campeonato britânico é baseado em produção com os pilotos em Supersport e Superbike, e é muito difícil para os pilotos britânicos treinar e competir no sul da Europa onde estão as classes GP – em Espanha no Pré-Moto3, Moto3 ou Moto2. Também é muito caro. Parece que o programa Superbike é muito mais fácil para os pilotos britânicos. Mas espero que pilotos como o Sam Lowes e o Jake Dixon sejam os próximos pilotos que consigam entrar no MotoGP’.
MS: Depois do sucesso do Álvaro Bautista e do Scott Redding, outro antigo piloto de MotoGP, Tito Rabat, vai entrar no WSBK. Com os rookies como o Andrea Locatelli ou o Lucas Mahias, o quão forte é o pelotão esta temporada?
JR: ‘O pelotão das Superbike é incrivelmente forte, especialmente em 2020 com vários vencedores diferentes. E é claro que o Tito Rabat também foi
MS:O Alex Lowes teve um bom início de época em 2020, mas depois pareceu perder algum ímpeto. Como vês a evolução dele na Kawasaki no ano passado?
JR: ‘A evolução na Kawasaki é a mesma. Todos os anos a equipa é incrível, todos os anos trabalhamos no duro passo a passo, corrida a corrida, para tentar melhorar a moto, as sensações, e construir um ímpeto. O Alex teve um ótimo começo de época em Phillip Island, e o que dizer? Depois houve uma enorme pausa e ainda era uma nova equipa para ele. Ele ainda estava a trabalhar com o conjunto dele para encontrar as melhores sensações. Espero que ele seja muito mais forte no segundo ano em 2021’.
REFORMA AINDA NÃO FAZ PARTE DOS PLANOS
MS: O Max Biaggi foi campeão do WSBK com 41 anos de idade. Mostraste um grande domínio e capacidades em pista, mas no próximo ano vais fazer 35 anos. Já alguma vez pensaste em abandonar?
JR: ‘Pensei em retirar-me antes. Não pensei em retirar-me, pensei no que vou fazer quando me retirar e não tenho ideia porque todo o meu foco e energia estão em competir. Com 34 anos estou a divertir-me mais a correr do que quando tinha 18 anos. Portanto, quem sabe? Quero continuar a ser forte e competitivo, e talvez depois deste contrato com a KRT possa começar a pensar o que se segue – se continuo na competição ou tenho um novo desafio’.
NO PASSADO MÊS DE JANEIRO, KEVIN BENAVIDES SAGROU-SE VENCEDOR DO DAKAR PELA PRIMEIRA VEZ NA CARREIRA. AGORA DE MALAS AVIADAS PARA A RED BULL KTM, É UM DOS GRANDES PILOTOS DE REFERÊNCIA DO TODO-O-TERRENO, TENDO UM FUTURO PROMISSOR PELA FRENTE. NO MOTORCYCLE SPORTS, ENTREVISTÁMOS O ARGENTINO EM EXCLUSIVO.
TEXTO: BERNARDO MATIAS / ENTREVISTA: RODRIGO FIALHO
Kevin Benavides (esq.) e Paulo Gonçalves (centro) em 2017.
© HONDA RACING CORPORATION
Oano de 2021 dificilmente poderia ter começado melhor para Kevin Benavides. O piloto ganhou a edição de 2021 do Dakar, dando a segunda vitória consecutiva à Monster Energy Honda. Para além disso, foi o primeiro sul-americano – e, claro está, argentino – a ganhar nas motos. A revista Motorcycle Sports conseguiu uma entrevista exclusiva com aquele que é um dos pilotos de referência do todo-o-terreno atual. A conversa abordou o passado de Benavides, assim como o presente e o recente título, e até em parte o que o futuro poderá reservar. Poderá ler tudo de seguida.
Motorcycle Sports (MS): Primeiro que tudo, parabéns pela tua fantástica vitória no Dakar.
Kevin Benavides (KB): ‘Obrigado’.
MS: Ganhaste quatro medalhas de ouro nos ISDE. Na altura, competir no Dakar era um sonho ou ainda não tinhas isso em mente?
KB: ‘Não, nunca pensei verdadeiramente sobre isso até 2014, quando me mudei para o mundo dos ralis todo-o-terreno. Foi em 2014 que percebi que talvez pudesse fazer o Dakar e comecei a treinar para isso’.
MS: Em 2015 juntaste-te à Honda e conheceste o Paulo Gonçalves. O quão importante foi ele a ajudar-te a começar com a Honda?
KB: ‘Eu e o Paulo éramos grandes amigos. Ele deu-me sempre conselhos desde o início. Ele sabia como estar atento a mim e dar-me as instruções certas para me orientar no caminho. Ele estava sempre ao meu lado e ficava contente quando as coisas me corriam bem. Nós lutámos sempre na frente e tínhamos uma grande amizade’.
MS: Depois, avançaste para seres o melhor rookie no Dakar em 2016. Esperavas isso? Quão importante foi essa prestação para a tua carreira?
KB: ‘É óbvio que na minha estreia só esperava terminar a prova. Acabar em quarto e ganhar uma etapa não eram os meus objetivos antes de começar. Pensei que talvez acabasse no top 15 e acabei em quarto. Foi uma loucura. Esse resultado foi a rampa de lançamento para a minha carreira: entrei na HRC e apresentei-me a todo o mundo’.
MS: Posteriormente, uma lesão impediu-te de competir no Dakar seguinte. Explica-nos o quão duro mentalmente é para um piloto trabalhar todo o ano para se preparar para o Dakar, e depois ter de o falhar devido a lesão.
KB: ‘Foi mesmo duro. Foi um forte golpe que demorou muito a ultrapassar. Foi complicado porque nos rally-raid tu preparas-te todo o ano para um objetivo: o Dakar. E perdê-lo – e ainda mais como piloto oficial HRC – afetou-me profundamente. Mas foquei-me imediatamente em deixar isso para trás e em ultrapassá-lo rapidamente. Foi isso que fiz e isto tornou-me ainda mais duro. No ano
© DIVULGAÇÃO KTM
Futuro de Kevin Benavides passa pela KTM.
seguinte preparei-me melhor e, de facto, em 2018 consegui ser segundo’.
O IRMÃO EM COMPETIÇÃO E A PERDA DE PAULO GONÇALVES
MS:Em 2018 o teu irmão Luciano juntou-se a ti no Dakar. Ter o teu irmão a partilhar o mesmo sonho que tu, foi uma motivação para ti ou fez-te preocupar com ele na estrada?
KB: ‘Gostei e adoro que o Luciano também esteja envolvido neste mundo. É difícil competirmos um contra o outro, mas é sempre agradável. Acho que os ralis são perigosos e por vezes questiono como é que o meu irmão irá passar pelas partes complicadas quando estamos em aceleração máxima. Ao longo do tempo eu aprendi como ultrapassar estes problemas e em confiar na pilotagem dele, o que me faz sentir mais tranquilo’.
MS:No ano passado perdeste um grande amigo, Paulo Gonçalves. O quão duro foi subir à moto no dia seguinte?
KB: ‘Quando perdes um companheiro, um piloto, é triste. Mas com o Paulo os sentimentos foram terríveis. Não conseguíamos acreditar no que aconteceu. É difícil voltar à moto, mas, como pilotos, temos de aceitar as regras do jogo. A única coisa que podíamos fazer era tentar obter um bom resultado para dedicar ao nosso amigo, e foi isso que fiz’.
DAKAR EM CARROS SÃO OBJETIVO PARA O FUTURO
MS: Como é que um piloto se sente ao ganhar o Dakar depois de tanto trabalho árduo e sacrifícios?
KB: ‘As sensações são brutais. Tudo te atinge
de uma vez e tudo o que podes fazer é pensar sobre o quão arduamente lutaste para alcançar a glória. Acabas a corrida e há uma estranha sensação de tranquilidade, ao pensar que acabaste o trabalho e conseguiste tornar um sonho realidade’.
MS: O quão importante foi para a Honda terminar com o domínio da KTM no Dakar?
KB: ‘Ganhar o Dakar é tudo para um piloto, mas também para a marca. Ganhar o Dakar era um objetivo para a Honda desde que voltou à competição em 2013. Depois de ficar muito perto de o conseguir em diversas tentativas, finalmente chegaram as vitórias do Ricky e a minha. Creio que foi importante para a Honda quebrar a série de 18 anos da KTM. Contudo, o Dakar não é ganho com uma ação individual, mas com o trabalho de equipa de longo prazo de toda a equipa’.
MS: Depois da tua carreira nos rally-raid acabar, gostarias de competir outra vez no enduro?
KB: ‘Não. Não. Depois dos ralis de motociclismo, gostaria de mudar e competir na categoria dos carros’.
‘Se tiverem um sonho, trabalhem no duro para o alcançar’
MS: Segues outras disciplinas de duas rodas, como o MXGP, Enduro, WSBK ou MotoGP, por exemplo?
KB: ‘Sim, o MXGP e o MotoGP, tal como o AMA SX’.
MS: Imagina que não eras piloto de todo-o-terreno. Onde veríamos o Kevin Benavides agora? Que outra profissão terias escolhido?
KB: ‘É difícil dizer, mas tenho a certeza que seria algo relacionado aos motores’.
MS: Alguma vez estiveste em Portugal? Que mensagem gostarias de enviar aos teus adeptos portugueses?
KB: ‘Se tiverem um sonho, um objetivo, trabalhem no duro para o alcançar; pode sempre tornar-se realidade’..
Estreante no Moto2, Raúl Fernández já dá cartas na categoria.
‘A sensação do Moto2
RAÚL FERNÁNDEZ ESTÁ A SER UMA DAS SENSAÇÕES DA ÉPOCA DE 2021 DO MUNDIAL DE MOTO2. ESTREANTE ABSOLUTO NA CATEGORIA, DEMOROU POUCO TEMPO ATÉ LUTAR PELAS POSIÇÕES CIMEIRAS, PROMETENDO SER UM NOME A TER EM CONTA NESTA ÉPOCA E NO FUTURO.
TEXTO: BERNARDO MATIAS / ENTREVISTA: SIMON PATTERSON
Três corridas foi o que Raúl Fernández demorou até conseguir a sua primeira vitória no Mundial de Moto2 – no GP 888 de Portugal. Apenas com duas épocas completas no Moto3, a Red Bull KTM Ajo apostou nos seus serviços para a categoria intermédia. Foi na sequência de uma forte campanha em 2020, com duas vitórias e outros dois pódios nas últimas quatro rondas. Com um palmarés promissor – incluindo um terceiro lugar final na Red Bull MotoGP Rookies Cup e um título do FIM CEV Moto3 –Fernández é visto como um dos atuais diamantes em bruto com futuro muito promissor pela frente. A revista Motorcycle Sports entrevistou-o em exclusivo, numa conversa sobre o presente e o futuro da sua carreira que pode ler de seguida.
Motorcycle Sports (MS): É justo afirmar que estás a ter uma adaptação fácil à moto e à categoria?
Raúl Fernández (RF): ‘Sim, julgo que a moto é adequada para a minha compleição física, tanto em termos de peso como altura. Isso ajudou-me a ter uma adaptação veloz à moto e à categoria. Estou muito contente, tenho uma equipa comigo incrível que me ajuda muito neste processo de adaptação’.
MS: Estás numa equipa famosa por ser incubadora de vários talentos. Conta-nos como está a ser a tua experiência com a Red Bull KTM Ajo.
RF: ‘Para mim esta é uma equipa de sonho para as categorias de promoção, pois são pessoas boas e com uma experiência incrível. Ajudam-me com tudo e é uma equipa especial para mim’.
AS DIFERENÇAS DO MOTO2 E O INÍCIO ACIMA DAS EXPECTATIVAS
MS: Quanto diferente é pilotar uma Moto3 e uma Moto2?
RF: ‘Acho que as categorias acabam por ser mais diferentes do que as motos em si. Porque se formos a ver as motos até são bastante parecidas. Mas na Moto3 preparamos as motos para as batalhas em pista e tem de se eleger a melhor estratégia nesse sentido. Já na Moto2 o foco não está nos duelos em pista e sim em nós, trabalha-se mais a pensar em nós, sozinhos, e não se pensa em duelos em pista, apenas se prepara a moto a pensar nas corridas’.
MS: Estavas à espera de estar tão forte nas corridas no Qatar?
RF: ‘Não. O meu objetivo era o de estar no top dez mas nunca pensei que podia, no Qatar, conquistar o pódio’.
MS: És um novato esta temporada mas já mostraste grande potencial. Quais são as tuas metas este ano, ser o rookie do ano ou algo mais?
RF: ‘Os meus objetivos são os de me divertir na moto. Para já estou a divertir-me na moto e
Raúl Fernández a festejar pódio em Portimão.
quero continuar assim. Em termos de metas mais viradas para resultados não tenho nada de definido em particular porque se me divertir na moto os resultados aparecerão’.
MS: Estás a seguir as pisadas de Jack Miller, Miguel Oliveira, Marc Márquez, Jorge Martín ou Brad Binder, que também passaram pela equipa do Aki Ajo e agora estão no MotoGP. Quem são as tuas referências do passado e atualmente?
RF: ‘Em termos de ídolos que já não competem não tenho muitas referências, talvez o Carlos Checa. Atualmente a minha referência é o Maverick [Viñales], pois gosto muito do estilo dele de pilotagem e da forma dele de trabalhar’.
MS: O Aki Ajo disse que tu tens algo de especial. O que sentes ao ouvir estas palavras vindas dele, um dos melhores identificadores de talentos desta indústria?
RF: ‘Ui...é incrível. Antes de unirmos esforços sempre olhei para esta equipa como a melhor ou uma das melhores nas classes Moto3 e Moto2. Saber que ele disse isso é especial para mim, é como um sonho tornado realidade. Já lhe disse que é um sonho poder trabalhar com ele e ouvir essas palavras vindas dele... é um sonho’.
MS: O teu colega de equipa [Remy Gardner] também está forte, com dois pódios em duas corridas. Quão importante é ter um companheiro forte do outro lado da garagem?
RF: ‘Tenho uma grande relação com o Remy. Para mim é uma boa pessoa e um grande talento. É muito, muito veloz e para mim é especial poder provar-lhe o meu valor. Talvez esse seja um ponto a favor na minha adaptação tão rápida à categoria, pois posso estudar a abordagem e tentar melhorar’.
MS: O MotoGP ainda mal começou mas mesmo assim quais são as tuas previsões para a luta pelo título?
RF: ‘Ui. Eu espero que que o Maverick possa vencer. Sei que ele trabalha muito no duro para conseguir essa meta e é nele que eu aposto para chegar ao título’.
ENTREVISTA EM EXCLUSIVO | REMY GARDNER
À sétima será de vez?
UM DOS PILOTOS DE REFERÊNCIA NESTE INÍCIO DE ÉPOCA DO MUNDIAL DE MOTO2 ESTÁ A SER REMY GARDNER. AGORA NA RED BULL KTM AJO, TEM FINALMENTE O MATERIAL NECESSÁRIO PARA LUTAR PELO TÍTULO NAQUELA QUE É A SUA SÉTIMA ÉPOCA NA CLASSE INTERMÉDIA.
ENTREVISTA: SIMON PATTERSON
Remy Gardner cumpre este ano a sua sexta temporada no Mundial de Moto2. A sua trajetória não tem sido fácil, passando por equipas que nem sempre lhe deram as melhores condições competitivas, mas a verdade é que tem sempre progredido de ano para ano e em 2020 chegou ao top seis. Um resultado que espera melhorar para disputar o título, sobretudo depois de uma entrada forte e constante com três pódios nas primeiras três rondas. O filho de Wayne Gardner, que já tem o MotoGP em linha de vista, deu uma entrevista exclusiva à revista Motorcycle Sports, que poderá ler de seguida.
Motorcycle Sports (MS): Tiveste apenas uma época completa no Moto3 antes de chegares ao Moto2. Esperavas ter pelo menos seis épocas completas nessa categoria antes de chegares ao MotoGP?
Remy Gardner (RG): ‘Não sei, não sabia o que esperar para ser honesto. Não tinha tido verdadeiramente resultados bons nessa altura. Foi sair e construir o meu ritmo. Honestamente provavelmente não tinha o equipamento na fase inicial da minha carreira para mostrar resultados. Provavelmente foi um pouco mais lento para mim do que para outros, mas estou aqui. Não me posso queixar’.
MS: 26.º, 21.º, 19.º, 15.º, sexto. Estas são as tuas posições finais no campeonato desde que entraste no Moto2, o que quer dizer que a cada ano melhoraste significativamente. Quais são as chaves para esta melhoria e crescimento contínuos?
RG: ‘Digamos... quanto é isso? Três, quatro, sete... [risos]. Seis menos cinco é igual a um. Sim, todos os anos é uma melhoria, portanto oxalá consigamos continuar este ano. Espero que o façamos, mas ainda falta muito. A chave é acabar corridas e somar pontos, não sendo estúpido’.
© JROB GRAY (POLARITY PHOTO)
MS: Fizeste três pódios nas três primeiras corridas, sendo o piloto mais constante. Essa constância é mais importante para ti do que uma vitória, considerando a luta pelo campeonato?
RG: ‘A 100 por cento. A 100 por cento. Três pódios, sem vitórias, e liderança no campeonato [após o GP de Portugal]. Isto explica muito. Seguramente é agradável ter vitórias, mas não podes ganhar todos os dias, por isso tens de pegar no que podes quando podes’.
OS RIVAIS NA LUTA PELO TÍTULO
MS: Quem pensas que vai estar a lutar pelo título de Moto2 até ao fim da época?
RG: ‘O Sam [Lowes], acho que o Raúl [Fernández] também estará lá. E provavelmente o Marco Bezzecchi também. Nunca se sabe, talvez também o [Arón] Canet, mas veremos’.
MS: O Raúl Fernández é o teu colega de equipa e está a surpreender todos. Esperavas que ele fosse tão rápido tão cedo depois de apenas duas épocas completas no Moto3?
RG: ‘Não. Honestamente, depois do ano passado não via ninguém a adaptar-se tão rapidamente à moto de Moto2. Mas depois do primeiro teste consegui ver que ele ia ser rápido e que foi muito rápido imediatamente. Depois do primeiro teste eu soube que ele seria bom, o que é bom. Para mim é bom ter esses dados e uma referência, é bom também teres alguém a manter-te alerta. Para mim é bom’.
‘PEDRO ACOSTA TALVEZ TIRE O TRONO AO MÁRQUEZ’
MS: O Pedro Acosta está a surpreender todos na época de estreia nos campeonatos do mundo. Qual é a tua opinião acerca do teu parceiro de estrutura na KTM Ajo?
RG: ‘Sim, o Pedro é uma personalidade interessante. Ele vai decididamente ser um candidato no futuro. Talvez seja ele a tirar o trono do [Marc] Márquez. Veremos. Oxalá eu tenha um pouco mais de tempo a competir com ele, porque ele está a vir rápido [risos]’.
MS: Qual é a tua opinião sobre os novos circuitos em 2021: Finlândia no calendário e Mandalika como Grande Prémio de reserva?
RG: ‘Muito porreiro. Está bem. Vi alguns vídeos da Finlândia e parece uma pista muito porreira. Estou empolgado por experimentar novas coisas. E a Indonésia também é porreiro porque talvez tenhamos uma semana depois para ir de férias [risos]. Os planos, para ser honesto, parecem um pouco de um resort. Qualquer pista é boa para mim, acho que apimenta um pouco o calendário’.
© JROB GRAY (POLARITY PHOTO)