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Arranque da época dos Mundiais MotoGP
GP DO QATAR Viñales impôs-se a abrir o ano
A TEMPORADA DOS MUNDIAIS MOTOGP COMEÇOU COM O GP DO QATAR DE MOTOGP. ENTRE SURPRESAS, DESILUSÕES E CONFIRMAÇÕES, HOUVE MUITA AÇÃO A ABRIR A ÉPOCA DE MOTOGP, MOTO2 E MOTO3 NO LOSAIL INTERNATIONAL CIRCUIT, QUE DEU AS PRIMEIRAS PISTAS SOBRE O QUE ESPERAR DO CAMPEONATO.
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TEXTO: SIMON PATTERSON
OLosail International Circuit serviu, como é hábito, de palco ao arranque da temporada dos Campeonatos do Mundo de MotoGP em todas as categorias: Moto3, Moto2 e MotoGP, que voltou a ter o GP do Qatar depois de a pandemia o ter cancelado. Foram as primeiras indicações sobre a hierarquia competitiva do pelotão.
MOTO3, TREINOS LIVRES: UM INÍCIO INESPERADO
A época do Mundial de Moto3 começou com o primeiro treino livre do GP do Qatar... e logo aí houve uma surpresa. Pedro Acosta (Red Bull KTM Ajo) terminou no topo daquela que era a sua sessão de estreia no campeonato. Superou oexperiente Darryn Binder (Petronas Sprinta Racing/Honda) por apenas 89 milésimas, sendo Ryusei Yamanaka (CarXpert PrüstelGP/ KTM) o terceiro a 0,377s. Na segunda sessão, a KTM voltou a estar em destaque, com o melhor tempo do dia inaugural estabelecido por Kaito Toba (CIP Green Power/KTM) 0,042s na frente de Jaume Masiá (Red Bull KTM Ajo). O ciclo de treinos terminou no dia seguinte, sábado, com Sergio García (GasGas Gaviota Aspar) na frente de Andrea Migno (Rivacold Snipers Team/Honda) por 0,487s. Como só um piloto melhorou, o top 14 e as contas do apuramento direto para a Q2 basearam-se no FP2, e assim Acosta selou a passagem em 14.º com 0,065s de avanço sobre Darryn Binder.
MOTO3, QUALIFICAÇÃO: DARRYN BINDER DIZ PRESENTE
A Q1 do GP do Qatar de MotoGP teve Darryn Binder em destaque, com o sul-africano a ser o único capaz de rodar em 2m04s. Consigo seguiram em frente o rookie Izan Guevara (Gas-
@ PSP/LUKASZ SWIDEREK
Masiá (dir.) e Acosta (esq.) bateram concorrência no Moto3.
Viñales entrou em 2021 com uma vitória.
Gas Gaviota Aspar), Romano Fenati (Sterilgarda Max Racing Team/Husqvarna) e Riccardo Rossi (BOE Skulride/KTM). Curiosamente, no topo a Q2 foi muito similar. Darryn Binder voltou a ditar o ritmo de forma clara, superando Guevara por 0,203s para selar a primeira pole position do ano. Em terceiro ficou John McPhee (Petronas Sprinta Racing/Honda) a 0,283s. Acosta não teve o ímpeto mostrado no FP3, ficando em 11.º.
MOTO3, CORRIDA: MASIÁ GANHOU, ACOSTA BRILHOU
No início do dia de domingo, Darryn Binder aparentou ter mostrado argumentos para lutar pela vitória na corrida, ao ser de novo o mais rápido: desta feita 0,058s na frente de Andrea Migno (Rivacold Snipers Team/Honda). Porém, horas depois a corrida ao entardecer seria diferente. Naquela que foi também a primeira corrida da temporada dos Mundiais, Darryn Binder até arrancou bem da pole position mantendo-se no comando, mas cedo foi superado por Rodrigo. Entretanto, Acosta fez um forte começo que o levou até ao comando. Na segunda volta, uma queda tirou alguns dos favoritos da contenda, nomeadamente Migno e McPhee. Vários pilotos se revezaram na liderança, com um extenso grupo na batalha. No entanto, na parte final as KTM viriam a ter a supremacia. Na derradeira volta, Niccolò Antonelli (Avintia Esponsorama/KTM) liderava, mas acabou por não conseguir lá ficar. Os homens da Red Bull KTM Ajo, Jaume Masiá e Acosta, ficaram mesmo no topo, com Masiá a bater o rookie por apenas 0,042s numa empolgante corrida em que Darryn Binder foi terceiro a 0,094s. García foi quarto e Rodrigo quinto.
MOTO2, TREINOS LIVRES: SAM LOWES SUPERIOR
No primeiro treino livre da temporada do Mundial de Moto2, um dos favoritos liderou o FP1 do Qatar, Marco Bezzecchi (Sky Racing Team VR46/Kalex) impôs-se face a Sam Lowes (Elf Marc VDS/Kalex) por apenas 16 milésimas, sendo Fabio Di Giannantonio o terceiro também numa Kalex. O italiano consumava, assim, o regresso pela Federal Oil Gresini a sessões oficiais do campeonato, depois do
percurso no Moto3 com a equipa italiana. O FP2 foi o mais rápido, em período noturno. Lowes estabeleceu a melhor marca sendo o único a rodar no 1m58s (1m58,959s) para bater Bezzecchi por 0,104s. O terceiro tempo foi de Joe Roberts, o novo recruta da Italtrans Racing Team, também a bordo de uma Kalex. Os tempos não desceram abaixo dos 120 segundos no FP3 do dia seguinte, em que Arón Canet (Inde Aspar/Boscoscuro) estabeleceu a melhor marca 0,291s na frente de Roberts. A sessão ficou marcada por um violento high side de Barry Baltus (NTS RW Racing), que fraturou um pulso e assim viria a falhar as três rondas seguintes.
MOTO2, QUALIFICAÇÃO: PRIMEIRA POLE DO ANO PARA LOWES
Depois de não ter conseguido o apuramento direto nos treinos, Di Giannantonio passou pela Q1 e liderou a sessão 0,057s na frente do rookie Celestino Vietti (Sky Racing Team VR46/Kalex). Ambos seguiram em frente, tal como Somkiat Chantra (Idemitsu Honda Team Asia/Kalex) e Lorenzo Dalla Porta (Italtrans Racing Team/Kalex). Dois pilotos acabaram por sofrer fraturas de pulsos devido a queda: Simone Corsi (MV Agusta Forward) e Marcos Ramírez (American Racing/Kalex), sendo que Corsi viria mesmo a falhar as três provas subsequentes. Já Ramírez alinhou no Qatar, mas falharia o GP de Doha. Chegou então a Q2, em que o autor da pole position não foi surpreendente: Lowes transpôs a superioridade nos treinos para a qualificação rubricando o melhor tempo para partir da pole position. Raúl Fernández (Red Bull KTM Ajo/ Kalex) surpreendeu na sua primeira qualificação na categoria, fazendo o segundo tempo a 0,140s. Bo Bendsneyder (Pertamina Mandalika SAG Team/Kalex), que chegou a ter um pé fora do Moto2, ficou na terceira posição da grelha de partida.
Sam Lowes começou época com o pé direito no Moto2. MOTO2, CORRIDA: SAM LOWES FEZ O PLENO
Depois de no warm-up Roberts ser o mais rápido, o programa do GP do Qatar de Moto2 culminou com a corrida. Na partida, o mais forte até foi Bezzecchi, que com o holeshot se colocou na frente de Bendsneyder e Lowes, mas este último subiria a segundo logo na primeira curva. A 18 voltas do término da prova, Lowes passou para o topo da corrida, começando rapidamente a distanciar-se. Daí em diante, nunca mais ninguém foi uma verdadeira ameaça para si. Entretanto, Raúl Fernández e Bezzecchi chegaram a lutar pela segunda posição, mas mais atrás Remy Gardner (Red Bull KTM Ajo/ Kalex) tinha outros planos e viria a ultrapassar os dois. O filho de Wayne Gardner passou mais de metade da corrida na segunda posição, faltando-lhe apenas argumentos para impedir Lowes de vencer. O britânico cortou a meta 2,260s antes de Remy Gardner. Di Giannantonio conseguiu recuperar ao longo da prova e, na derradeira volta, conquistou o terceiro posto em luta com Bezzecchi. Raúl Fernández perdeu ímpeto e viria a terminar em quinto na sua estreia.
Bagnaia na pole position pela primeira vez.
@ FALEPHOTO
MOTOGP, TREINOS LIVRES: MIGUEL OLIVEIRA EM DIFICULDADES, DUCATI NO TOPO
Início de temporada do Mundial de MotoGP com Franco Morbidelli a liderar o primeiro treino livre do GP do Qatar. O italiano, com uma Yamaha menos atualizada, conseguiu levar as cores da Petronas Yamaha SRT ao topo, superando o surpreendente Aleix Espargaró (Aprilia Racing Team Gresini) por 0,125s. Jack Miller (Ducati) foi terceiro a 0,191s, enquanto que o campeão do ano passado, Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) foi o quinto a 0,334s. Miguel Oliveira até começou de forma positiva na estreia pela Red Bull KTM, com a décima marca. Em período noturno, o FP2 seria muito diferente. Com tempos mais baixos, prevaleceu a Ducati – que se esperava forte em Losail, um circuito que privilegia a aceleração e velocidade tão fortes nas Desmosedici GP. Miller superou o colega Francesco Bagnaia por apenas 35 milésimas. Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) foi terceiro a 0,188s. Oliveira evidenciou dificuldades. Depois da sessão, queixou-se de um mau equilíbrio da moto para si, em especial com as afinações, mas garantiu que sabia onde teria de melhorar. Morbidelli comandou o FP3 0,165s na frente de Aleix Espargaró, com Luca Marini (Sky VR46 Esponsorama/Ducati) em terceiro e Oli-
veira em décimo. Os tempos foram mais altos, pelo que este treino nada contou para o apuramento direto para a Q2. No FP4 foi Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) a liderar 0,218s na frente de Johann Zarco (Pramac/Ducati), sendo Oliveira quarto classificado mostrando argumentos para a corrida.
MOTOGP. QUALIFICAÇÃO: ESTREIA DE BAGNAIA NAS POLE POSITIONS; OLIVEIRA 15.º
Na qualificação, a Q1 definiu os dois últimos apurados para a discussão da pole position. Superiorizaram-se Takaaki Nakagami (LCR Honda) e Mir, com este último a selar o apuramento apenas cinco milésimas na frente de Enea Bastianini (Esponsorama Racing/Ducati). Continuavam a ser evidentes as lacunas da Suzuki em qualificação, mas também a falta de competitividade da KTM. Oliveira foi o melhor do construtor austríaco, em quinto da Q1 e 15.º da qualificação. Ainda assim, Oliveira destacou o facto de ter sido a melhor volta que já fizera em Losail e os progressos com as configurações da moto, ainda que reconhecesse que para ter uma corrida positiva precisaria de usar melhor o pneu frontal e de meteorologia favorável. Bagnaia conseguiu no GP do Qatar a sua primeira pole position no MotoGP. O homem da Ducati surpreendeu nos instantes finais da qualificação com uma volta que deixou Quartararo a 0,266s, conseguindo por isso partir da frente. A primeira linha da grelha foi fechada por Viñales, na frente de Valentino Rossi (Petronas Yamaha SRT) que assim dava boas indicações.
MOTOGP, CORRIDA: VITÓRIA CLARA DE VIÑALES; PNEUS CONDICIONARAM OLIVEIRA
O domingo do MotoGP no GP do Qatar começou com Quartararo no topo do warm-up 0,138s na frente de Viñales, sendo Oliveira o 14.º a 0,859s. Num dia muito ventoso em Losail, as condições de corrida foram adversas. As Ducati foram fortes no arranque, com Bagnaia a assumir o comando na frente de Miller e Jorge Martín (Pramac/Ducati) em terceiro depois de arrancar de 14.º. Oliveira chegara a 11.º. Apesar de Bagnaia ter assumido a liderança, com cinco voltas volvidas Quartararo e Viñales eram os mais rápidos em pista. Mais atrás, Oliveira lutava pelo top dez e chegou a ter uma das melhores voltas em corrida. Com Viñales e Zarco por perto, Bagnaia foi aguentando a liderança como pôde, sendo que também se viriam a juntar à luta Álex Rins (Team Suzuki Ecstar), Miller, Quartararo e Mir. A sete voltas do término, Viñales passou para a liderança e viria a isolar-se para ganhar. A luta pelas restantes posições do pódio continuou e foi incerta mesmo até ao fim. Miller perdeu ímpeto e viria a cair para nono. No fim da última volta, com Viñales já a ter cortado a meta como vencedor, Mir perdeu mesmo em cima da linha o segundo lugar: a aceleração superior das Ducati permitiu a Zarco terminar em segundo a 1,092s e Bagnaia em terceiro, com Mir em quarto e Quartararo em quinto. Oliveira perdeu ímpeto com o evoluir da corrida e quedou-se em 13.º. No fim da prova, o luso explicou que o potencial era suficiente para mais, mas os pneus comprometeram. Em específico, o lado direito do pneu dianteiro ficou destruído cedo demais. Estas foram as palavras de Oliveira: ‘Terminámos um pouco à frente do que onde começámos, o que é positivo, e sabemos que o nosso potencial é muito melhor. [...]. Perdemos muita tração antes de chegar a meio da corrida e isso comprometeu o nosso rendimento. [...]. Senti que a nossa moto está forte, mas não conseguimos competir durante a corrida inteira com este composto de pneu’.
Viñales mais forte numa empolgante corrida inaugural.
@ PSP/LUKASZ SWIDEREK
Quartararo sorri de novo em Losail
O CALENDÁRIO DOS MUNDIAIS DE MOTOCICLISMO MOTOGP DESTE ANO DITOU UMA ESTADIA PROLONGADA EM LOSAIL, QUE FOI ATÉ AGORA O ÚNICO TRAÇADO A RECEBER DUAS RONDAS. A SEGUNDA FOI O GP DE DOHA, NO MESMO FIGURINO NOTURNO, MAS COM UMA DESIGNAÇÃO EM ESTREIA ABSOLUTA NA HISTÓRIA.
TEXTO: SIMON PATTERSON
Apenas uma semana depois do GP do Qatar, a temporada dos campeonatos do mundo de MotoGP teve continuidade no Losail International Circuit com o GP de Doha. Nesta segunda ronda, os acontecimentos foram diferentes, e inclusive existiram outros vencedores – exceto no Moto2 – sendo também o começo de uma série sensacional de resultados de Pedro Acosta no Moto3.
MOTO3, TREINOS LIVRES: RITMO DITADO POR DARRYN BINDER
Os treinos livres do GP de Doha de Moto3 começaram com a Red Bull KTM Ajo no topo, graças a Jaume Masiá. No FP1 foi 0,562s mais veloz do que Dennis Foggia (Leopard Racing/ Honda), numa sessão em que apenas cinco pilotos ficaram no segundo do líder. Muito diferente seria o cenário no FP2 – o mais rápi-
Acosta surpreendeu tudo e todos vencendo na segunda prova da carreira.
do – em que Darryn Binder (Petronas Sprinta Racing/Honda) se impôs perante Sergio García (GasGas Gaviota Aspar) por meras 40 milésimas, sendo Gabriel Rodrigo (Indonesian Racing Gresini/Honda) terceiro a 0,112s. Mais abaixo, Niccolò Antonelli (Avintia Esponsorama/KTM) fez o 14.º registo 0,009s na frente de Foggia, o que lhe valeria o apuramento direto para a Q2. Isto porque ninguém melhorou no FP3, liderado pelo luso-descendente Jason Dupasquier (CarXpert PrüstelGP/KTM9 com 0,163s de avanço sobre Foggia.
MOTO3, QUALIFICAÇÃO: MASIÁ NA FRENTE DE QUALIFICAÇÃO EMPOLGANTE
Na Q1, Andrea Migno (Rivacold Snipers Team/ Honda) liderou o quarteto que assegurou as últimas vagas na Q2, ao ser 0,109s mais rápido do que Foggia. Seguiram também em frente Foggia, o seu colega da Leopard Racing, Xavier Artigas, e Dupasquier. Numa Q2 empolgante e decidida apenas nos instantes finais, Masiá assinou o melhor tempo e garantiu a pole position – terceira da carreira – com apenas 99 milésimas de avanço sobre García. Jeremy Alcoba (Indonesian Racing Gresini/Honda) foi terceiro, mas como García teria de arrancar da via das boxes por penalização ocuparia a segunda posição da grelha, ao lado de Rodrigo. Quem também foi penalizado com o arranque do pitlane por uma infração no GP do Qatar foi Acosta – que se qualificou em nono.
Quartararo venceu pela primeira vez enquanto piloto de fábrica.
MOTO3, CORRIDA: NASCEU UMA NOVA ESTRELA, COM A COSTA A BRILHAR
O warm-up do GP de Doha de Moto3 foi liderado por Masiá com 0,025s de avanço sobre Migno. No arranque da corrida, Masiá perdeu a liderança para Rodrigo, mas ainda na primeira volta Darryn Binder chegaria ao topo. Entretanto, os pilotos que partiram da via das boxes arrancaram mais tarde, como mandam as regras – quando os demais estavam já na curva um.
@ PSP/LUKASZ SWIDEREK
Com diversas trocas de líder da corrida, a cerca de 15 voltas do fim o grupo perseguidor era encabeçado por Acosta, que estava a fazer um rendimento sólido e forte. Nas três primeiras posições, estavam Filip Salac (Rivacold Snipers Team/Honda), Darryn Binder e Rodrigo – estes últimos chegaram mesmo a tocar-se, sem consequências de maior. O comando trocava de mãos frequentemente, e os perseguidores foram-se aproximando, com Acosta em destaque. A quatro voltas do fim, o rookie estava em 11.º, mas foi recuperando gradualmente mantendo-se à margem de confusões. À entrada da derradeira volta já liderava. Acosta teve de lutar até ao fim e conseguiu mesmo um histórico e improvável triunfo aos 16 anos, batendo Darryn Binder por apenas 0,039s. Antonelli completou o pódio. Um resultado que valeria a Acosta a dianteira do campeonato, com mais nove pontos do que Darryn Binder, confirmando o estatuto de surpresa nesta fase.
MOTO2, TREINOS LIVRES: RAÚL FERNÁNDEZ AUTORITÁRIO NA FRENTE
de Moto2 pertenceu a Fabio Di Giannantonio (Federal Oil Gresini/Kalex), que superou Marco Bezzecchi (Sky Racing Team VR46/Kalex) por 0,045s. Os melhores registos surgiriam no FP2, em que Raúl Fernández (Red Bull KTM Ajo/Kalex) liderou claros 0,517s na frente de Di Giannantonio. O 14.º tempo foi de Cameron Beaubier (American Racing/Kalex) com 0,005s de avanço sobre Xavi Vierge (Petronas Sprinta Racing/Kalex). Isso valeu a Q2 ao rookie, já que no FP3 os tempos não evoluíram. Essa sessão contou com Sam Lowes (Elf Marc VDS/Kalex) na frente ao ser 0,143s mais veloz do que Bezzecchi.
MOTO2, QUALIFICAÇÃO: POLE POSITION DE SAM LOWES
Começo de qualificação do GP de Doha de Moto2 com Jorge Navarro (MB Conveyors Speed Up/Boscoscuro) a liderar a Q1 com 0,235s de margem face a Bo Bendsneyder (Pertamina Mandalika SAG Team/Kalex). Os dois apuraram-se para a Q2, assim como Albert Arenas (Solunion Aspar/Boscoscuro) e Jake Dixon (Petronas Sprinta Racing/Kalex). Já na Q2, Lowes não deu chances aos opositores. O britânico, que defendia a liderança do campeonato, estabeleceu a melhor marca a pouco menos de seis minutos do término da sessão garantindo a pole position. Remy Gardner (Red Bull KTM Ajo/Kalex) rubricou a segunda marca a 0,137s, com Bezzecchi em terceiro a 0,272s.
Bezzecchi fez o melhor crono do warm-up do GP de Doha de Moto2, com 0,118s de avanço para Marcel Schrötter (Liqui Molly Intact GP/ Kalex). Na corrida, o holeshot foi de Bezzecchi, que comandou até ser ultrapassado por Lowes a 17 voltas do fim. O italiano também viria a ser superado por Gardner e Raúl Fernández subsequentemente. Uma vez no comando, Lowes não conseguiu sempre manter o ritmo forte, mas nunca deu espaço a Gardner para um ataque. O australiano nunca deixou de pressionar, mas Lowes não cedeu e cortou a meta como vencedor com apenas 0,190s de avanço. Raúl Fernández foi um tranquilo terceiro classificado a 3,371s. Bezzecchi concluiu em quarto, longe do pódio com o qual perdeu contacto nas últimas seis voltas. Ai Ogura (Idemitsu Honda Team Asia/Kalex) recuperou até ao quinto posto naquela que foi a sua segunda corrida na categoria.
MOTOGP, TREINOS LIVRES: DUCATI DITOU O RITMO
A segunda ronda do ano de MotoGP teve início com Aleix Espargaró a surpreender no primeiro treino livre. Aos comandos da Aprilia, consumou o melhor tempo do FP1 do GP de Doha, em que foi apenas 60 milésimas mais rápido do que Álex Rins (Team Suzuki Ecstar). Em terceiro ficou Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) a 0,085s. O FP2 noturno teve uma ordem mais normal na tabela, com Jack Miller (Ducati) a fazer o melhor registo do dia inaugural 0,312s na frente do colega Francesco Bagnaia. Miguel Oliveira (Red Bull KTM) fez o 11.º crono e ficou à beira de um possível apuramento direto para a Q2 via top dez, mais concretamente a 0,030s. No sábado, Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) colocou a YZR-M1 no topo de um FP3 que não assistiu a melhorias, superando o duo da Team Suzuki Ecstar: Rins e Joan Mir. Oliveira foi, de novo, 11.º. O FP4, que serve
de preparação para a corrida, assistiu à liderança de Johann Zarco (Pramac Racing/Ducati) com 0,155s de avanço sobre Viñales. Como não há duas sem três, Oliveira acabou em 11.º.
MOTOGP, QUALIFICAÇÃO: SURPRESA COM POLE POSITION DE MARTÍN; OLIVEIRA 12.º
Na qualificação do MotoGP, a Q1 apurou os últimos dois pilotos para a Q2. Mir conseguiu seguir em frente ao liderar a primeira fase da sessão 0,289s na frente de Oliveira. O luso segurou o segundo posto da Q1 apenas 0,008s na frente de Luca Marini (Sky VR46 Esponsorama/Ducati) para conseguir o primeiro acesso à Q2 nesta época. A Q2 teve um protagonista surpresa. Nos instantes finais, o rookie Jorge Martín (Pramac/ Ducati) foi mais rápido do que todos para obter a primeira pole position logo na sua segunda ronda. Para tal, superou o colega Zarco por 0,157s, sendo Viñales o terceiro. Quanto a Oliveira, não foi além de 12.º. Mais uma vez, os pneus foram um verdadeiro problema para o #88, que depois da sessão contou à imprensa: ‘Tentámos encontrar soluções diferentes relativamente às configurações e testámos os quatro coisas diferentes para ver se conseguíamos ganhar algo, especialmente relativamente ao desgaste do pneu frontal, mas depois de nove dias estamos cansados de pensar. É muito frustrante’.
Oliveira voltou a ter uma ronda árdua no GP de Doha. Sam Lowes consumou início totalmente vitorioso em Losail.
MOTOGP, CORRIDA: QUARTARARO TIROU O SONHO A MARTÍN; OLIVEIRA COM DIFICULDADES EM 15.º
Ao princípio da tarde do domingo de Páscoa, a Ducati voltou ao topo da tabela de tempos com Zarco a estabelecer o melhor crono do warm-up 0,094s na frente de Quartararo, sendo Oliveira 20.º. Horas mais tarde, já de noite, chegou a corrida. Martín conseguiu o holeshot para ficar na frente desde a pole position, e com um bom arranque Oliveira chegou ao top cinco – o que foi sol de pouca dura, uma vez que começaria a perder ímpeto com um problema no painel de instrumentos. Na frente, Martín manteve-se várias voltas na frente de Zarco, mas as Yamaha também se mostravam fortes – especialmente com Quartararo – e Bagnaia haveria de se juntar à luta pelo pódio. A cinco voltas do fim, a competitividade da YZR-M1 de Quartararo veio ao de cima e o francês assumiu a liderança para nunca mais ser incomodado: cortou a meta com 1,457s de avanço. Zarco levou a melhor sobre Martín por 0,043s na luta pelo segundo posto, com Rins em quarto e Viñales em quinto. Depois do começo fulgurante, Oliveira não conseguiu evitar perder ritmo gradualmente, devido aos problemas na sua KTM RC16. Sem poder tirar partido da melhor fase teórica do seu pneu, acabou a bater-se para assegurar o ponto do 15.º lugar, que conseguiu na frente de Valentino Rossi (Petronas Yamaha SRT). No entender de Oliveira, o pneu médio dianteiro foi a melhor escolha tendo em conta as temperaturas, já que o macio iria degradar-se rapidamente – mesmo não sendo o ideal para a estabilidade em travagem. Porém, o painel de instrumentos defeituoso acabou por comprometer: ‘Não ter painel torna a corrida muito solitária e faz com que se erre a mudança certa várias vezes. O limitador da moto é eletrónico, ou seja, não é como noutras motos em que se sente fisicamente a moto presa quando o limitador entra em ação. E como é tão suave não sabemos se estamos numa mudança acima ou abaixo em certos momentos. [...]. Eu pilotei através de sensações’.
GP DE PORTUGAL Quartararo dobrou vitórias em corrida heroica de Oliveira
DEPOIS DE DUAS RONDAS NO MÉDIO ORIENTE EM LOSAIL (QATAR), O AUTÓDROMO INTERNACIONAL DO ALGARVE FOI PALCO DA PRIMEIRA JORNADA EUROPEIA DO CAMPEONATO. O GP 888 DE PORTUGAL VOLTOU CERCA DE SEIS MESES DEPOIS DA EDIÇÃO DO ANO PASSADO, DANDO NOVAS INDICAÇÕES AO SER O SEGUNDO TRAÇADO DA ÉPOCA.
TEXTO: SIMON PATTERSON
OGP 888 de Portugal regressou ao Autódromo Internacional do Algarve no fim de semana de 16 a 18 de abril. Num circuito que é por muitos descritos como uma montanha-russa, os pilotos, construtores e equipas tinham uma nova prova de fogo, além de ser a possibilidade de encontrar novas pistas acerca do rendimento de cada moto. Além disso, houve o atrativo do regresso de Marc Márquez à ação quase nove meses depois da grave lesão sofrida no GP de Espanha do ano passado.
MOTO3, TREINOS LIVRES: ANDREA MIGNO NO TOPO
O GP 888 de Portugal de Moto3 começou com Deniz Öncü em melhor plano. O homem da Red Bull KTM Tech3 rubricou o melhor tempo do FP3, superando Filip Salac (Rivacold Snipers Team/Honda) por 47 milésimas. O líder do campeonato, Pedro Costa (Red Bull KTM Ajo) começou discreto em 15.º. Os tempos melhoraram significativamente no FP2, em que Gabriel Rodrigo (Indonesian Racing Gresini/Honda) ficou 0,476s na frente de Andrea Migno (Rivacold Snipers Team/Honda). Acosta foi sexto. O FP3 de sábado teve tempos ainda melhores, com Migno a assumir as rédeas das tabelas batendo Rodrigo por 52 milésimas. Seguiu-se a dupla da Red Bull KTM Ajo, Jaume Masiá e Acosta.
MOTO3, QUALIFICAÇÃO: ESTREIA DE MIGNO NAS POLE POSITIONS
A Q1 do GP 888 de Portugal de Moto3 definiu, como habitualmente, os últimos quatro apurados para a Q2. Romano Fenati (Sterilgarda Max Racing Team/Husqvarna) fez o melhor tempo 0,135s na frente de Ayumu Sasaki (Red Bull KTM Tech3). Também conseguiram oapuramento Filip Salac (Rivacold Snipers Team/Honda) e Adrián Fernández (Sterilgarda Max Racing Team/Husqvarna). Na Q2, um nome que já tinha ficado na retina nos treinos livres voltou a impor-se. Migno rodou em 1m47,423s e, assim, conquistou a primeira pole position da sua carreira. Dennis Foggia (Leopard Racing/Honda) ficou em segundo a 0,149s, sendo Jeremy Alcoba (Indonesian Racing Gresini/Honda) o terceiro. Acosta complicou a sua tarefa com o 12.º posto.
MOTO3, CORRIDA: ACOSTA COM NOVA VITÓRIA BRILHANTE
O warm-up de Moto3 em Portimão contou com Masiá na frente de Acosta por 31 milési-
Marc Márquez, o centro das atenções em Portimão ao voltar após nove meses.
Acosta confirmou que triunfo em Losail não foi um acaso.
@ ROB GRAY (POLARITY PHOTO) mas. Mais tarde, na corrida, Migno conservou a liderança desde a pole position, com Xavier Artigas e Foggia (Leopard Racing/Honda) no seu encalço. Artigas ainda viria a liderar, antes de cair ainda nas primeiras voltas. Entretanto, Acosta já tinha chegado ao grupo principal depois de partir de 12.º. No top três, a dez voltas do fim, estavam Foggia, Acosta, Sergio García (GasGas Valresa Aspar) e Migno, mas o grupo que lutava pelo pódio era extenso: sete pilotos cabiam no mesmo segundo. Um dos homens que seguia na disputa era Tatsuki Suzuki (SIC58 Squadra Corse/Honda), que acabou por cair na sequência de um incidente com Adrián Fernández. A corrida só ficou decidida nos últimos instantes, quando Acosta se superiorizou com uma ultrapassagem na curva 13. Cortou a meta
Terceira corrida, primeira vitória de Raúl Fernández no Moto2.
apenas 51 milésimas na frente de Foggia, num final de cortar o fôlego. Em terceiro concluiu Migno a 0,584s.
MOTO2, TREINOS LIVRES: ARÓN CANET SURPREENDEU NO FP3
Os treinos livres do GP 888 de Portugal de Moto2 começaram com Joe Roberts (Italtrans Racing Team/Kalex) a liderar 0,041s na frente de Remy Gardner (Red Bull KTM Ajo/Kalex), sendo a primeira vez que o conseguiu na sua nova equipa. Os tempos baixaram no FP2, mas Roberts voltou a ficar na frente, desta feita superando Raúl Fernández (Red Bull KTM Ajo/ Kalex) por 0,317s. O FP3 de sábado foi o mais rápido, e aqui Arón Canet (Solunion Aspar/ Boscoscuro) terminou no topo superando Gardner por 0,149s para ser o mais rápido dos treinos.
MOTO2, QUALIFICAÇÃO: SAM LOWES MAIS FORTE QUANDO IMPORTOU
Surpresa na Q1 do GP 888 de Portugal de Moto2. O líder da sessão foi um piloto pouco habituado a essas posições: Somkiat Chantra (Idemitsu Honda Team Asia/Kalex), que superou Albert Arenas (Solunion Aspar/Boscoscuro) por 0,101s. Com estes seguiram em frente o rookie Cameron Beaubier (American Racing/Kalex) e Xavi Vierge (Petronas Sprinta Racing/Kalex). Na luta pela pole position, o líder do campeonato da altura levou a melhor. Sam Lowes (Elf Marc VDS/Kalex) ainda não tinha terminado na frente de nenhuma sessão naquele fim de semana, mas quando importou esteve lá e obteve o melhor lugar à partida. Para tal, foi 0,023s mais veloz do que Gardner, com Vierge a surpreender ao ser terceiro a 0,174s.
Gardner acabou o warm-up de Moto2 em Portimão com o melhor crono, sendo 0,132s mais velos do que Raúl Fernández. Na corrida, o autor da pole position, Lowes, ficou de fora logo na curva um, ao cair na sequência de um violento highside que felizmente não deixou mazelas de maior. Entretanto, Marco Bezzecchi (Sky Racing Team VR46/Kalex) assumiu a dianteira com o holeshot, mas no fim da primeira volta já fora ultrapassado por Gardner. Bezzecchi viria a conseguir isolar-se na frente, mas atrás de si um grupo com Canet, Roberts, Gardner e Raúl Fernández ia lutando e perseguindo o líder. Bezzecchi acabou por começar a perder vantagem e a nove voltas do fim já caíra para quarto, com Roberts no comando. A falta de tração foi problemática nas últimas voltas para vários pilotos. O norte-americano, assim como Canet que, entretanto, recuperara bem, e Raúl Fernández disputaram a vitória. Canet ultrapassou Roberts, que depois de um erro também viria a ficar atrás de Raúl Fernández. Com um forte ritmo, Raúl Fernández só descansou quando passou para a frente e conseguiu mesmo ganhar, batendo Canet por 1,600s. Este fazia, assim, o primeiro pódio no Moto2. O top três foi completado por Gardner, que com consistência assumiu o comando do campeonato.
MOTOGP, TREINOS LIVRES: QUARTARARO NO TOPO
O GP 888 de Portugal começou como tinha acabado o de Doha: com uma Yamaha da equipa oficial no topo, já que Maverick Viñales liderou o FP1 com 0,151s de avanço sobre Álex Rins (Team Suzuki Ecstar). De regresso à ação, Marc Márquez (Repsol Honda) começou por deixar boas indicações com o terceiro registo a 0,251s. Pelo contrário, Miguel Oliveira (Red
Quartararo não perdeu o ímpeto e venceu pela segunda vez seguida, agora em Portimão.
Bull KTM) começou discreto na ronda caseira, em 17.º. As melhorias de tempos foram significativas no FP2, em que Francesco Bagnaia (Ducati) foi mais rápido 0,340s na frente de Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha). Oliveira melhorou para ser nono e ficar em zona de apuramento para a Q2. Os melhores registos viriam no sábado de manhã no FP3, em que Quartararo bateu Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) por 0,051s e Bagnaia foi terceiro a 0,073s, o que deixava antever uma luta pela pole position entre Yamaha e Ducati. Com o nono registo a 0,653s do topo, Oliveira selou a passagem à Q2 diretamente. A sessão ficou marcada por uma aparatosa queda de Jorge Martín (Pramac/Ducati), que teve de ser operado falhando várias rondas. O FP4 fechou os treinos, com Quartararo a liderar graças à única volta no 1m39s. Oliveira ficou logo atrás em segundo a 0,268s.
MOTOGP, QUALIFICAÇÃO: POLE POSITION DRAMÁTICA DE QUARTARARO; OLIVEIRA NO TOP DEZ
As últimas duas vagas na discussão do top 12 da grelha de partida foram decididas na Q1. Os apurados acabaram por não ser surpresa: Marc Márquez liderou 0,049s na frente de Joan Mir (Team Suzuki Ecstar), com o campeão a garantir o último lugar da Q2 deixando Álex Márquez (LCR Honda) de fora por 0,228s.
Queda tirou potencial primeiro pódio a Álex Rins.
Na sempre emocionante Q2, um piloto destacou-se por curta margem e de maneira dramática: Quartararo, que assim voltou às pole positions. O gaulês bateu um surpreendente Álex Rins por 0,089s, com este a levar a Suzuki a uma invulgar primeira linha da grelha. Johann Zarco (Pramac/Ducati) ficou em terceiro a 0,129s. Estes resultados foram possíveis depois de Bagnaia perder uma volta que lhe daria a pole position, já que passou por bandeiras amarelas. Oliveira não foi além de décimo.
CORRIDA: NOVO TRIUNFO
DE QUARTARARO EM ESFORÇO HEROICO DE OLIVEIRA
O warm-up do GP 888 de Portugal de MotoGP teve Jack Miller (Ducati) a liderar com 80 milésimas de avanço sobre Quartararo, sendo Oliveira o 17.º. Horas depois, houve a corrida que foi o ponto alto em Portimão. Com o holeshot, Zarco passou para a frente, liderando à frente de Rins. Marc Márquez foi terceiro por pouco tempo, enquanto que Oliveira baixou a 11.º. Numa prova em condições de calor, numa fase inicial a liderança f oi disputada entre Rins e Zarco. Entretanto, de registar abandonos de Pol Espargaró (Repsol Honda) por problemas técnicos e de Miller devido a queda. Oliveira também sofreu uma queda, mas levantou-se e seguiu em prova por respeito aos adeptos portugueses em casa. Pouco depois, Quartararo passaria para a liderança que não viria a perder. Na última dezena de voltas, Rins e Zarco caíram e perderam a chance de lutar pelo pódio. Quartararo cortou a meta tranquilamente em primeiro, com 4,809s de avanço. Bagnaia superou Mir na luta pelo segundo lugar, sendo Morbidelli quarto e Brad Binder (Red Bull KTM) quinto dando o melhor resultado do ano até a esse momento à KTM. Aleix Espargaró (Aprilia) foi sexto à frente de Marc Márquez, que num esforço incrível foi sétimo no regresso. Em lágrimas no final, o espanhol admitiu que este tinha sido o maior passo da sua recuperação. Apesar de atrasado e sem chances de lutar, Oliveira continuou na corrida até ao fim e foi 16.º. Em declarações à imprensa, sublinhou que o fez por respeito aos adeptos portugueses e aos mecânicos da KTM, mas mais uma vez teve problemas com os pneus: ‘Os pneus são os que temos disponíveis, o composto assimétrico simplesmente não está a funcionar. [...]. Se fico preocupado com a possibilidade de este pneu assimétrico ser utilizado noutras corridas? Sim, sem dúvida’.
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Miller com muito que celebrar ao vencer pela primeira vez na Ducati.
GP DE JEREZ
Emotivo triunfo de Miller em Jerez
OS MUNDIAIS MOTOGP CONTINUARAM NA PENÍNSULA IBÉRICA PARA A QUARTA RONDA DA TEMPORADA, DESTA FEITA EM JEREZ DE LA FRONTERA E NO BEM CONHECIDO CIRCUITO DE JEREZ ÁNGEL NIETO. MAIS UM CIRCUITO DE CARACTERÍSTICAS PECULIARES, E QUE É UM DOS PALCOS HISTÓRICOS DOS CAMPEONATOS.
TEXTO: SIMON PATTERSON
Noinício de maio, o MotoGP rumou ao sul de Espanha para a quarta jornada da época. O GP de Espanha era mais um que prometia emoções fortes, havendo especial curiosidade para ver oque faria Marc Márquez no traçado em que sofreu a lesão grave no úmero direito em julho do ano passado. Além disso, houve o arranque da MotoE World Cup.
MOTOE: ZACCONE VITORIOSO NO ARRANQUE; PIRES ESTREOU-SE EM 12.º
A época da MotoE World Cup arrancou em Jerez, com Eric Granado (One Energy Racing) a ser 0,077s mais veloz do que Dominique Aegerter (Dynavolt Intact GP) no FP1. O brasileiro repetiu a dose no FP2, desta feita impondo-se face a Miquel Pons (LCR E-Team)
@ PSP/LUKASZ SWIDEREK
MotoE World Cup arrancou em Jerez.
por 0,223s, e no FP3 no qual foi 0,409s mais rápido do que Aegerter. Na E-Pole, Granado arrebatou a pole position ao superar Lukas Tulovic (Tech3 E-Racing) por esclarecedores 0,234s. André Pires (Avintia Esponsorama) ia dando os primeiros passos no campeonato e, depois de estar sempre no fundo da tabela, foi 17.º na E-Pole. Na corrida da MotoE, Tulovic fez o holeshot, mas envolveu-se numa queda com Fermín Aldeguer (OpenBank Aspar) e ficaram ambos de fora. Granado liderou, mas a meio da corrida também sofreu uma queda. Alessandro Zaccone (Octo Pramac), assim como Aegerter e o campeão Jordi Torres (Pons Racing 40) mantiveram-se à margem de problemas e lutaram entre si pelo triunfo. No fim, levou a melhor Zaccone, superando Aegerter por 0,419s. Torres foi terceiro a 0,614s. Sem contratempos de maior, Pires deu continuidade à sua adaptação acumulando voltas em corrida para ser 12.º e pontuar.
MOTO3, TREINOS LIVRES: MIGNO AUTORITÁRIO NO FP3
Os treinos livres do GP de Espanha de Moto3 começaram com Niccolò Antonelli (SIC58 Squadra Corse/Honda) a liderar a primeira sessão 0,169s na frente de Gabriel Rodrigo (Indonesian Racing Gresini/Honda). O luso-descendente Jason Dupasquier (CarXpert PrüstelGP/KTM) deu boa conta de si fazendo a terceira marca a 0,212s. Os tempos desceram no FP2, em que Rodrigo liderou à frente de Antonelli. Foram os únicos dois a entrarem no 1m45s, algo que o terceiro classificado Romano Fenati (Sterilgarda Max Racing Team/ Husqvarna) já não conseguiu. Quanto ao FP3, Andrea Migno (Rivacold Snipers Team/Honda) foi o único capaz de entrar no 1m44s para liderar 0,578s na frente de Deniz Öncü (Red Bull KTM Tech3).
MOTO3, QUALIFICAÇÃO: SUZUKI DE VOLTA ÀS POLE POSITIONS
Ficando fora do top 14 dos treinos livres por curta margem, o líder do campeonato teve de passar pela Q1. Não foi um desafio aparentemente difícil, uma vez que Pedro Acosta (Red Bull KTM Ajo) liderou a sessão 0,026s na frente de Izan Guevara (Solunion GasGas Aspar) para seguir em frente. O mesmo fizeram Carlos Tatay (Avintia Esponsorama/KTM) e Jeremy Alcoba (Indonesian Racing Gresini/ Honda). A Q2 definiu a pole position, que parou em mãos japonesas. Tatsuki Suzuki (SIC58 Squadra Corse/Honda) foi mais forte do que todos e conseguiu a melhor posição à partida pela primeira vez desde o GP da Andaluzia do ano passado. Para tal, bateu Alcobá por 0,125s, sendo Migno terceiro a 0,200s. Acosta partiria de 13.º, após mais uma qualificação modesta.
MOTO3, CORRIDA: HISTÓRIA ESCREVE-SE COM O NOME DE ACOSTA
Na manhã de domingo do GP de Espanha, Tatay foi mais forte no warm-up de Moto2, ao superar Darryn Binder (Petronas Sprinta Racing/Honda) por 0,190s, com Acosta em terceiro. A corrida assistiu a Suzuki a fazer o holeshot para conservar o comando, antes de ser superado por Rodrigo ainda na volta inaugural. O argentino viria a cair e, assim, Öncü passou para a frente a 18 voltas da bandeirada de xadrez. Mais atrás, Acosta recuperou gradualmente nas voltas inaugurais e com 15 voltas em falta assumiu mesmo o comando. As KTM mostraram-se fortes e disputaram as posições de pódio, enquanto que Suzuki caiu e ficou fora da contenda. O grupo de líderes foi amplo como habitualmente, assim como indeciso. Mas, nas voltas finais, Acosta não se deixou surpreender. Mesmo com muito menos experiência, não cedeu à pressão final de Fenati e venceu com 0,417s de avanço sobre o italiano para continuar no seu arranque histórico de época de estreia. Alcobá foi terceiro batendo Migno por 0,021s. Acosta passava assim a ter impressionantes 51 pontos de avanço na liderança do campeonato... face a Antonelli.
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MOTO2, TREINOS LIVRES: CURTAS MARGENS COM GARDNER NA FRENTE
O líder do Mundial de Moto2 entrou forte no programa do GP de Espanha: Remy Gardner (Red Bull KTM Ajo/Kalex) liderou o FP1 0,122s à frente de Marco Bezzecchi (Sky Racing Team VR46/Kalex). Os tempos desceram no FP2 e Sam Lowes (Elf Marc VDS/Kalex) liderou superando Gardner por 0,259s. No sábado de manhã, o FP3 foi ainda mais rápido com a entrada na casa do 1m40s e Gardner voltou ao topo. Desta feita impôs-se perante Fabio Di Giannantonio (Federal Oil Gresini/ Kalex) por 0,020s. Jorge Navarro, na Boscoscuro da Lightech Speed Up ficou em terceiro a apenas 0,071s do topo.
MOTO2, QUALIFICAÇÃO: LÍDER DO CAMPEONATO GARDNER DITOU A LEI
Rookie no campeonato, Cameron Beaubier (American Racing/Kalex) liderou pela primeira vez uma sessão ao ser o mais rápido da Q1 do GP de Espanha 0,043s na frente do colega Marcos Ramírez. Ainda para a Q2
Início de sonho de Acosta com novo capítulo em Jerez.
seguiram Bo Bendsneyder (Pertamina Mandalika SAG Team/Kalex) apesar do síndrome compartimental que lhe valeria uma operação ao braço direito dias depois e Nicolò Bulega (Federal Oil Gresini/Kalex). Chegou então o momento de decidir a parte cimeira da grelha de partida. Gardner não deu chances, apesar de ter sido uma qualificação Q2 renhida com três pilotos na mesma décima. O australiano deixou Di Giannantonio a 0,071s para conquistar a pole position. Bezzecchi, por seu turno, foi terceiro a 0,086s, com Raúl Fernández (Red Bull KTM Ajo/ Kalex) em quarto e Lowes em quinto lugar.
MOTO2, CORRIDA: DI GIANNANTONIO VITORIOSO PELA PRIMEIRA VEZ
O warm-up do Moto2 em Jerez viu Di Giannantonio a liderar com 53 milésimas de avanço sobre Lowes. Horas depois, na corrida, Di Giannantonio arrancou forte com o holeshot para assumir o comando. Gardner e Augusto Fernández (Elf Marc VDS/Kalex) estiveram no seu encalço numa fase inicial, enquanto que Lowes se atrasou. Mais tarde, Augusto Fernández e Bulega ficaram fora da contenta com uma queda conjunta, o que deixou Raúl Fernández em posição de pódio. Na frente, só dava Di Giannantonio, que escapou da concorrência envolvida em lu-
Di Giannantonio superior para vencer pela primeira vez em Moto2.
@ MILAGRO
tas. O italiano nunca pareceu ter o triunfo em risco, mesmo quando abrandou o andamento nas últimas voltas, e conseguiu vencer com tranquilidade. Bezzecchi foi segundo a 1,722s, depois de ter estado sempre na luta pelas posições cimeiras. Lowes bateu Gardner a duas voltas do fim para selar o terceiro lugar, que não era suficiente para tirar a liderança do campeonato ao australiano.
Oliveira saiu de Jerez com melhor resultado até então, 11.º. MOTOGP, TREINOS LIVRES: QUARTARARO MAIS RÁPIDO; QUEDAS LEVANTAM DÚVIDAS SOBRE A SEGURANÇA DE JEREZ
Início forte da Red Bull KTM no GP de Espanha de MotoGP, com Brad Binder no topo do FP1 0,191s na frente de Aleix Espargaró (Aprilia) numa tabela deveras surpreendente. Marc Márquez (Repsol Honda), de volta ao sítio onde se lesionou em julho passado, foi terceiro no FP1 e Miguel Oliveira (Red Bull KTM) começou em sétimo. Queda de tempos no FP2 vespertino, em que Francesco Bagnaia (Ducati) assumiu o topo com 0,178s de avanço sobre Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha). Aleix Espargaró conseguiu acompanhar o ritmo com o terceiro tempo e Oliveira voltou a ser sétimo. No FP3 da manhã de sábado, Takaaki Nakagami (LCR Honda) foi o único a entrar no 1m36s para liderar 0,025s acima de Quartararo, com Stefan Bradl (Honda) a surpreender ao ser terceiro. Oliveira foi 16.º numa sessão marcada por uma forte queda de Marc Márquez, que viria a começar a levantar questões sobre a segurança das curtas escapatórias de Jerez. Algo que ganharia ainda mais peso depois de novas quedas no FP4 e na qualificação, com os pilotos a assumirem a necessidade de mudanças em particular na curva sete com as escapatórias curtas para a velocidade das MotoGP atual. Quartararo comandou depois o FP4 com
50 milésimas de avanço sobre o colega Maverick Viñales. Oliveira foi décimo a 0,827s.
MOTOGP, QUALIFICAÇÃO: QUARTARARO DE VOLTA A UMA POLE POSITION EM JEREZ
A qualificação do GP de Espanha de MotoGP começou com a Q1 a atribuir as duas últimas vagas na Q2. Morbidelli liderou com 0,434s de avanço sobre Brad Binder e ambos seguiram em frente, algo que Pol Espargaró (Repsol Honda) falhou por 0,057s. Marc Márquez acabou em quarto, correspondente ao 14.º posto na grelha, ao passo que Oliveira foi sexto e iria arrancar de 16.º. A Q2 foi uma luta entre Yamaha e Ducati, da qual Quartararo levou a melhor para voltar às pole positions precisamente no palco em que conseguiu a primeira da sua carreira. Superou Morbidelli por apenas 57 milésimas. Jack Miller (Ducati) assegurou um positivo terceiro posto à partida, sendo 0,105s mais lento, e ia ter ao lado o colega Bagnaia.
MOTOGP, CORRIDA: GLÓRIA PARA MILLER, DRAMA PARA QUARTARARO E MELHOR RESULTADO DO ANO PARA OLIVEIRA
No warm-up do GP de Espanha de MotoGP, o melhor tempo pertenceu a Johann Zarco (Pramac/Ducati), que bateu Viñales por 0,065s, ao passo que Oliveira rubricou o 13.º crono. Na corrida, Miller até fez o holeshot para assumir a liderança inicialmente, sendo que Álex Rins (Team Suzuki Ecstar) sofreu novo abandono ainda nas voltas iniciais. Enquanto isso, Oliveira estabelecia-se na luta pelo top 15 da corrida. Mudança de líder na quinta volta, com Quartararo a passar para o topo. Daí em diante, dominou durante várias voltas enquanto Miller tentou não perder o contacto. O gaulês pareceu mesmo ter a vitória no bolso, mas o síndrome compartimental no braço direito (ao qual seria operado dias depois) custou-lhe o resultado. A dez voltas do fim, Miller passou para a frente e Quartararo começou a baixar de forma gradual acabando em 13.º. Uma vez no comando, Miller nunca mais o deixou e ganhou pela primeira vez a bordo de uma Ducati e como piloto de fábrica. Um resultado emotivo que o deixou visivelmente emocionado como se viu no parque fechado. Bagnaia esteve forte nas últimas voltas para chegar ao segundo lugar, a 1,912s de Miller. Morbidelli fechou o pódio, com Nakagami em quarto e Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) em quinto. Com uma exibição constante, Oliveira conseguiu o 11.º lugar a pouco mais de um segundo do top dez fechado por Pol Espargaró. Marc Márquez deu boa conta de si com o nono lugar. Apesar de ser o seu melhor resultado do ano, Oliveira salientou que não era o que desejava, já que o potencial era maior, mas admitiu que o caráter da moto dificilmente poderia ser alterado com os pneus a continuarem a ser um problema: ‘O nosso objetivo é usar pneus mais macios. Neste momento é difícil alterar o caráter da moto, mas acreditamos que podemos fazer algo em relação à forma como carregamos os pneus tanto na traseira como na dianteira’.