BIKE Magazine N. 218

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CAPE EPIC

A corrida mais dura Com sotaque português

ROTEIRO

TESTES

MARVÃO

PINARELLO Dogma XM 9.9 CANYON Nerve AL 8.0 SENSA Fiori TNT Pro CUBE Reaction Hybrid OLYMPIA Fly 27,5

UM PARAÍSO DESCONHECIDO AVENTURA

Team 2

GRÉCIA

SUBIMOS O MONTE OLIMPO

ESCOLA BIKE

TRANSPORTAS A TUA BIKE NO CARRO? Fica a conhecer o que diz a lei SEGURANÇA

APRENDE O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE

TREK SUPERFLY 9.6

GRANDE ENTREVISTA

VÍTOR GAMITO

A NOVA ESSÊNCIA

ISBN 5601753001303

maio 2015

AUMENTA O POTENCIAL DA TUA ROCKSHOX

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SEGURANÇA

PREVINE

OS ACIDENTES

EMBORA LAMENTÁVEIS, OS ACIDENTES ACONTECEM E SÃO A FACETA MENOS AGRADÁVEL DE QUEM FAZ DA BIKE UMA FIEL COMPANHEIRA. SE JAMAIS PODES BAIXAR A GUARDA, TAMBÉM NÃO DEIXES QUE O RECEIO DOS ACIDENTES TE IMPEÇA DE DESFRUTAR DE UMAS BOAS PEDALADAS. PROTEGE-TE E MINIMIZA OS RISCOS. NÓS ENSINAMOS-TE COMO. [texto] Fernando Lebre [imagem] Fotolia

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05/2015


Este artigo conta com o apoio:

JOGAR PELO SEGURO

Nunca podemos descurar que no embate com os veículos motorizados a bicicleta é, inevitalvelmente, o elo mais vulnerável

S

e fazes da tua bike um veículo de transporte no teu dia-a-dia ou um instrumento preferencial de lazer deves ter em atenção que sempre que levas a tua bike para a via pública a mesma é, necessariamente, o elo mais fraco no duelo com os veículos motorizados. Tem em linha de conta de que a prevenção é a maneira mais segura e eficaz de reduzires os riscos de acidente. Para tal, adota sempre uma condução cautelosa e defensiva, de maneira a que possas calcular de forma atempada não só todas as tuas ações, mas também antecipares, com um grande grau de probabilidade, os movimentos que irão adotar todos aqueles que contigo partilham a via pública. Sempre que sobes para o selim deves igualmente munir-te do conceito de bom senso, como se de um verdadeiro acessório de segurança se tratasse. Trata de o colocar em prática, por exemplo, no cumprimento escrupuloso das regras de trânsito. Recorda-te que o Código da Estrada atualmente

em vigor concedeu mais direitos aos ciclistas, nomeadamente através da equiparação dos velocípedes aos demais veículos motorizados que circulam na via. Todavia, mais direitos implicam maiores responsabilidades, pelo que, se queres ser respeitado, deves ser o primeiro a dar o exemplo. Salvaguarda sempre a tua integridade física e usa o capacete em todos os momentos, mesmo nas voltas mais curtas. Na generalidade das ocasiões não necessitarás dele, mas ficarás feliz quando, num momento de infortúnio, ele te proteger de males maiores. Também o uso de luvas poderá ser uma benesse em caso de queda e por isso as mesmas devem ser tuas inseparáveis companheiras de viagem. O horário a que pedalas, assim como a estação do ano em que te encontras, é outro fator preponderante no que à tua segurança diz respeito. Sempre que saias para pedalar no decurso da tarde traça antecipadamente um plano do trajeto que irás percorrer, assim como o tempo médio que estimas que irás demorar a concluir o mesmo. Se

Não é incomum existirem danos materiais a lamentar nos acidentes que envolvem bicicletas. Se a responsabilidade do sinistro for imputada ao condutor de um veículo motorizado, a empresa seguradora do respetivo veículo terá a seu cargo o ressarcimento dos custos resultantes do incidente. Se, pelo contrário, a responsabilidade for do ciclista, e o mesmo não for possuidor de nenhum seguro de Responsabilidade Civil, caber-lhe-á arcar a título individual com os custos inerentes à reparação do ou dos demais veículos acidentados, assim como os tratamentos médicos de que tenham de ser alvo os peões ou condutores dos restantes veículos envolvidos no acidente. Embora a lei não preveja a sua obrigatoriedade para os ciclistas que fazem da bicicleta um instrumento de utilização regular, poderás achar recomendável a subscrição de um seguro de Responsabilidade Civil, que te salvaguarde dos danos provocados a terceiros. Acerca desta matéria conversámos com Rita Rosário, gestora de produto da Liberty Seguros. Até que ponto é importante que um ciclista subscreva um seguro de Responsabilidade Civil? Devemos lembrar-nos que os ciclistas, ao circularem na via pública, podem também ser causadores de acidentes, que podem ir desde o simples risco na pintura de um carro, até a uma situação de atropelamento de uma criança. Naturalmente as consequências de um acidente provocado por uma bicicleta dificilmente serão equiparáveis às causadas por um automóvel, mas isso não significa que as bicicletas não possam causar acidentes, e que os mesmos não tenham consequências. De que maneira concreta este género de seguro salvaguarda o ciclista? Sendo um seguro de Responsabilidade Civil, indemniza terceiros pelos danos pessoais ou materiais que o segurado (o ciclista) possa causar. A lógica é exatamente a mesma que se aplica aos seguros automóveis. Os ciclistas deveriam encarar o seguro numa perspetiva de proteção? Ao prescindir de um seguro, o ciclista está a assumir o risco de ter de suportar as consequências financeiras de um acidente pelo qual seja responsável. É disto que o ciclista deverá ter consciência e, a partir daqui, decidir se a “poupança” que faz ao não comprar o seguro, compensa o risco que está conscientemente a assumir.

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AVENTURA

TRAVESSIA DO OLIMPO

O TRONO

DOS DEUSES

HÁ 25 ANOS, A CADEIA MONTANHOSA MAIS ALTA DA GRÉCIA VIU A SUA PRIMEIRA TRAVESSIA. NESSA ALTURA, AS BICICLETAS AINDA TINHAM SUPORTES PARA ALFORGES E NÃO TINHAM SUSPENSÃO. AINDA ASSIM, PEDALAR ATRAVÉS DO TRONO DOS DEUSES, O MONTE OLIMPO, AINDA É UMA EXPERIÊNCIA MÍSTICA, MESMO COM TECNOLOGIA MODERNA. [texto] Gerhard Czerner [imagem] Martin Bissig

Nada como uma fogueirinha depois de um dia de esforço intenso ao frio

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04/2015 05/2015


“O MACIÇO DE 2918 METROS ERGUE-SE EM DIREÇÃO AO CÉU COMO UMA FORTALEZA COM VÁRIOS PICOS”

N

ão faço ideia porque é que Zeus e os seus onze amigos divinos decidiram viver aqui. O vento gelado sopra através do deserto rochoso do pico do Olimpo com tanta força que o meu casaco de penas mal o consegue travar. Bastante desconfortável para um deus de sandálias e túnica leve e esvoaçante. Os arrepios percorrem a minha espinha mais uma vez. Rajadas de vento fustigaram as paredes da nossa tenda toda a noite e o meu amigo Michael parece não ter dormido com todo aquele barulho. Os seus olhos inchados percorrem os céus matinais: não há nuvens no horizonte. Zeus não parece estar muito zangado connosco. Segundo a mitologia grega, ele persegue os visitantes indesejados da sua corte com trovões e relâmpagos. E nós estamos bem perto do seu trono. Férias nas praias gregas é algo que toda a gente pode fazer, mas definitivamente isto não era o que queríamos. Sendo betetistas a sério, escolhemos uma montanha, claro. Não uma montanha qualquer, mas sim a maior que o país tem para oferecer: o Monte Olimpo.

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ROTEIRO

MARVÃO

CALÇADAS

PARA O CÉU CASTELOS QUE SE IMPÕEM NA PAISAGEM, CALÇADAS PERCORRENDO MONTES E VALES PERDIDOS, CAMPOS VERDEJANTES NA PRIMAVERA. O MARVÃO É ISTO E MUITO MAIS. [texto] Pedro Pires

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[imagem] Rui Botas


Media Partner

Casas da Estação

A

s expectativas eram altas para os dois dias que tínhamos marcado para a nossa visita ao Marvão. Os bons trilhos abundam, o alojamento tinha boas referências, a comida regional é famosa… Fomos recebidos nas Casas da Estação pelo Luís Catarino, que gere o projeto Bike Spirit, e que nos esperava com um belo almoço, de modo a armazenarmos calorias para uma tarde bem preenchida. Bem alimentados - talvez demais – partimos em direção a Marvão, por entre muros de pedra, campos de trigo e prados com as cores

da primavera bem marcadas. Aqui, até as estradas se tornam um prazer para o betetista: estreitas, sinuosas, ladeadas de muros e sem trânsito, são uma excelente maneira de se ganhar quilómetros sem se massacrar muito as pernas. Alternando entre o asfalto e os trilhos rolantes, fomo-nos aproximando do maciço rochoso que alberga um dos mais bonitos castelos de Portugal, mas a sua conquista ficaria para o dia seguinte. Depois de alguma subida, percorremos uma antiga calçada, agora transformada em singletrack, que nos deu ânimo para a etapa mais dura desta volta. Do outro lado da Serra, os prados verdes e o granito

davam lugar a um terreno mais seco e áspero, com subidas inclinadas em pedras solta e descidas sem aderência que obrigavam a atenção redobrada. Mas a conquista da jornada seria sem dúvida o marco geodésico da Senhora da Penha, em frente a Castelo de Vide. Um início em calçada sem muita inclinação dava lugar a secções mais inclinadas e mesmo no final a pedra solta voltou a complicar-nos a vida. Mas tanto na escalada como no topo, as vistas valem a pena e feitas as fotografias da praxe, lançámo-nos cascalho abaixo, para depois entrarmos em mais uma espetacular calçada a descer. Calcetado foi também o bikemagazine 81


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