BIKE Magazine N. 230

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N º 2 30

ÁRIO S R E V I N A 22º TESTE

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PLANO DE TREINO DE SÉRIES

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O VÍDEO DO TESTE

9 BIKES L SUSPENSÃO TOTA

GRANDE ENTREVISTA

JOANA MONTEIRO

ICLETA! IC B A T S E A H N A G mo na pág. 22

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ENTE FRENTE A FR

9-7000

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Estremoz e Lisboa foram os primeiros passeios de abril

AVENTURA Voltámos à Suíça e à Patagónia para mais uma barrigada de trilhos

PVP continente

BIKE TEAM

3,95€

ISBN 5601753001303

Maio 2016

vê co

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5

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Acompanha-nos no


COMPARATIVO

36 05/2016

Suspensão total 2000-2500€


VENHA

O DIABO

E ESCOLHA...

PEGÁMOS EM NOVE BICICLETAS DE SUSPENSÃO TOTAL A RONDAR OS 120 MM DE CURSO E TENTÁMOS PERCEBER O QUE CADA MARCA PROPÕE, PARA PODERES ESCOLHER A TUA PRÓXIMA PARCEIRA. HÁ PARA TODOS OS GOSTOS! [texto] Pedro Pires e Gonçalo Ramalho [imagem] João Carlos Oliveira

O

Trail não veio tomar o lugar do XC e das maratonas, que continua a ter a sua legião de fãs, mas é um conceito que satisfaz muitos betetistas que querem simplesmente curtir pelos trilhos, sejam singles técnicos e lentos ou descidas rápidas em que precisamos de um sistema de suspensão eficiente. Estes são os mesmos betetistas que não querem avanços longos nem posições de condução tipo Taça do Mundo mas tanto podem querer atacar circuitos de enduro como maratonas de lazer.

Fizemos então uma selecção de nove bikes de Trail entre os 2000 e os 2500 euros, uma gama que já nos oferece muito em termos de equipamento e de prestações. Existem claras diferenças nos sistemas de suspensão dos quadros, que resultam obviamente em conduções distintas, tal como os diferentes ângulos de direção (entre 68 e 69,5 graus) têm um papel fundamental no comportamento destas rivais e há que assinalar que apesar de termos elegido dois modelos como os nossos favoritos, um com mais genica endureira e outro mais apto para “papar” quilómetros, cada uma destas máquinas poderá ser

a favorita de alguém, devido às diferentes interpretações que cada um (e cada marca) faz de uma BTT de lazer com 120 mm de curso. Depois de registar as fichas técnicas e de rolar com estas nove rivais constatámos que os pesos oscilam entre os 12,30 kg (Canyon e Coluer) e os 13,76 kg (KTM, a mais barata), que todas excepto uma (Mondraker) vêm com eixo passante na dianteira e que duas delas vêm mesmo com espigão de selim telescópico (Trek e Rose). Foram também duas as que se destacaram e revelaram ser as melhores opções se procuras o equilíbrio numa bike de Trail. Mais à frente revelamos quais. bikemagazine 37


AVENTURA

JÉRÔME CLEMENTZ E PAULINE DIEFFENTHALER COSTUMAM IR À SUÍÇA PARA ESQUIAR, MAS NO VERÃO, COM TODOS OS EVENTOS E COMPETIÇÕES, APENAS USAM ESTE PAÍS COMO PONTO DE PASSAGEM. DESTA VEZ DECIDIRAM EXPLORAR ESTA PARTE DO MUNDO.

À PORTA DE CASA [texto] Pauline Dieffenthaler [imagem] Steeve Josch e Jérémie Reuiller

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2% da área da Suíça é ocupada pelos Alpes e por isso decidimos optar por deixar o rasto dos nossos pneus no cantão de Valais. Esta região tem a maior concentração de glaciares e oferece um pano de fundo perfeito para fotografias. Para organizarmos de forma perfeita a nossa viagem pedimos ao guia local da empresa Alpinetrails (www. alpine-trails.ch), o Martin, para nos mostrar os melhores spots da área. 70

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O objetivo da visita era explorar três vales diferentes e pedalar junto de glaciares e desfrutar de vistas para os picos nevados, alguns com mais de 4000 metros. Entusiasmados com esta empreitada, planeámos a partida para o final de agosto, de maneira a desfrutarmos das melhores condições meteorológicas. Depois de uma curta viagem de carro, chegámos a uma aldeia de nome Zintal, no Vale d’Anniviers. Já estamos rodeados pelas montanhas suíças, com

“A ATMOSFERA ERA ESPETACULAR, COM O GLACIAR A OFERECER UM FUNDO MARAVILHOSO”


a sua típica atmosfera e os seus chalets polidos pelas condições atmosféricas adversas. Escutamos os chocalhos das vacas e cheira a queijo quando entramos no hotel.

No vale de Annivers

No primeiro dia, encaminhámo-nos cedo para a aldeia de Saint Luc e apanhámos o primeiro funicular para ganharmos alguma elevação. À saída do funicular pedalámos por um bonito estradão que passava por alguns riachos engraçados, para depois subirmos até à passagem de

Tignousa. Mesmo com o tempo um pouco nublado, tivemos uma vista espetacular sobre o Vale de Annivers do outro lado das montanhas. É fantástico testemunhar a dimensão das montanhas em nosso redor. Do outro lado descobrimos o singletrack pelo qual desceríamos, no meio de uma paisagem lunar. Era um glaciar ancestral e o vale está coberto de pedras e a vegetação é escassa. Sentíamos mesmo o ambiente da alta montanha. Desfrutámos deste local e levámos algum tempo para tirar fotografias antes de bikemagazine 71


REPORTAGEM

Marco Fidalgo & Berg Cycles na Alta Patagónia...

DE ENCHER

A ALMA

EXISTEM SONHOS QUE VALEM A PENA PERMANECER PRESENTES NAS NOSSAS VIDAS E UM DESSES SONHOS ACABOU POR SE CONCRETIZAR AGORA COM A VIAGEM À PATAGÓNIA. MARCO FIDALGO CONTA-TE TUDO! [texto e imagem] Marco Fidalgo

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A

Patagónia, zona geográfica que abrange a parte mais meridional da América do Sul e que se encontra dividida entre o Chile e a Argentina, é considerada uma das regiões mais belas e inóspitas do planeta e, por isso mesmo, sempre achei que seria ótimo desvendar os mistérios da natureza e descobrir os mais diversos desafios que cada ângulo daquela região tem para oferecer. O roteiro da minha viagem incluiu o Rio de Janeiro (Brasil), Valdivia (Chile) e Bariloche (Argentina). No Rio de Janeiro estive apenas um dia, pois foi onde fiz escala para seguir rumo a Valdivia, mas ainda tive oportunidade de reencontrar o Dr. Guilherme Renke, amigo de longa data, com o qual acabei por

ter consulta de rotina. Do Rio de Janeiro ao Chile foi uma viagem relativamente rápida, apenas com paragens em Santiago, Osorno e, por fim, Valdivia. Contrariamente ao que se espera quando se pensa na Patagónia, a região é coberta por um manto verde. São 100.000 hectares de selva Patagónica num ecossistema único, repleto de plantas e animais endémicos. Os vulcões, na linha do horizonte, tornam ainda mais perfeita a imagem digna de um cartão-postal. A cidade de Valdivia, situada no cruzamento de três grandes rios, é caraterizada por grandes bairros de traçado europeu onde reina a calmaria e, acima de tudo, a humildade das pessoas que se mostram curiosas com os que vêm de fora e que têm, a cada instante, um sorriso simpático para oferecer.


A FAUNA E A FLORA DA PATAGÓNIA SÃO ÚNICAS E MERECEM SER PRESERVADAS

Nesta cidade fiquei alojado num bairro onde em pouco tempo já tinha feito uma “legião” de amigos. Além do movimento próprio de uma cidade, o mais giro e diferente é ir às compras aos “mercadinhos” diários, que são às dezenas e estão abertos das 8 às 3 da manhã, onde se pode encontrar o essencial para o dia-a-dia. No entanto, como o objetivo de estar ali era para andar de bicicleta, todos os dias de manhã apanhava o barco, pela módica quantia de 1000 Pesos Chilenos (aproximadamente 1,28€), que atravessava desde Niebla para a bonita baía de Corral. Já em Corral, a natureza e o mar “dão cartas” num jogo de paisagens extraordinárias tornando os momentos inesquecíveis e intensos desde o primeiro instante. Além da presença habitual de terramotos, o alerta máximo de risco de tsunami está também sempre presente, bikemagazine 77 77


ENTREVISTA

JOANA MONTEIRO Nome: Joana Filipa Oliveira Monteiro Data de Nascimento: 27/12/1994 Hobbies: Namorar, andar de bike, correr com a minha cadela Mel, caminhar, ver televisão, passear, estar com os amigos e ir ao shopping Comida favorita: Arroz de marisco cozinhado pela minha mãe Bebida favorita: Água

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ASSIM FALA A

CAMPEÃ

CAMPEÃ NACIONAL DE XCO, JOANA MONTEIRO PARTILHA A VIDA COM MÁRIO COSTA E COM ELE DIVIDE O AMOR PELO BTT. COM ORGULHO INCONTIDO ENVERGA O ESCUDO DE CAMPEÃ NACIONAL E ANSEIA JÁ POR NOVAS CONQUISTAS. A JOVEM BETETISTA DÁ-SE A CONHECER UM POUCO MELHOR AOS LEITORES DA BIKE MAGAZINE. [texto] Fernando Lebre [imagem] Eduardo Campos

O Cartão de Cidadão ainda a coloca no frente a frente com as rivais da categoria de Sub-23. Contudo, o talento inato em cima do selim, associado à paixão que coloca em cada pedalada, catapultaram-na de imediato para a fina flor do BTT luso, numa senda que culminaria com a conquista das insígnias de campeã nacional. Hoje é cabeça de cartaz nas corridas em que participa e na sua mente pulsa já o sonho de ingressar numa equipa profissional e de um dia representar Portugal nos Jogos Olímpicos. Bike Magazine: Quando e por que razão começaste a praticar BTT? Joana Monteiro: Como a maioria das crianças tinha uma bicicleta e quando

podia andava com o meu primo tardes inteiras sem parar. Foi então que em 2005 outros dois primos, que já andavam neste ambiente do BTT, nos convidaram para experimentar. Gostei e até hoje continuo. B.M.: Onde e em que ano celebraste a primeira vitória da tua carreira? J.M.:. Festejei a minha primeira vitória ainda enquanto Cadete em 2010, em

Castro Marim, numa prova da Taça de Portugal de XCO. Esse resultado foi muito importante pois provou-me que quando se trabalha com afinco, mais tarde ou mais cedo a recompensa acaba por aparecer. B.M.: Quais são as tuas principais metas para a corrente temporada? J.M.: Este ano quero reconquistar a camisola de campeã nacional e melhorar

os resultados nas competições internacionais em que participar, em especial no Campeonato da Europa e no Campeonato do Mundo. B.M.: Quais são os grandes objetivos que traças para a tua carreira desportiva? J.M.: Ingressar futuramente numa equipa profissional. O BTT nacional feminino

está muito atrasado em relação ao sector masculino e acho que esse é um aspeto que precisava de ser melhor trabalhado. Caso não consiga integrar uma equipa bikemagazine 83


Escola TREINO DE SÉRIES

HORA DO

INTERVALO

O TREINO DE SÉRIES É ESSENCIAL PARA SE CONSTRUIR A POTÊNCIA E A CAPACIDADE PULMONAR. NEM SABES O BEM QUE UNS SPRINTS TE VÃO FAZER! [texto] Tiago Aragão [imagem] Pedro Lopes, João Carlos Oliveira

S

empre que se aborda a temática do treino surgem inúmeras questões e dúvidas relacionadas com o mesmo. Hoje em dia prolifera informação (e desinformação) na internet, onde facilmente temos acesso a vários artigos de diferentes autores acerca da abordagem ao treino, planos de treino genéricos, dicas e conselhos que na minha opinião, muitas vezes acabam por ser um pouco generalistas relativamente à sua aplicabilidade. O treino pressupõe alterações na biodinâmica, fisiologia e morfologia do atleta, pelo que, se estamos 88 05/2016


a induzir modificações que se pretendam profundas e duradouras, devemos em primeiro lugar assegurar que o mesmo tenha qualidade e seja bem direcionado para os devidos objetivos, bem como tenha em consideração o respeito pela integridade física e saúde do atleta. No senso comum, facilmente se depreende que a “forma” se constrói a partir de “empenos” sucessivos, contudo, a realidade é completamente diferente. E normalmente, até se conseguem mais resultados, quando ao invés de induzir cargas desproporcionadas num atleta, se recorre a um planeamento cuidado de todo o trabalho a desenvolver com o mesmo, procurando uma boa harmonia na progressão da carga e volume de treino. Principalmente, se for privilegiada, ao invés dos referidos “empenos”, uma maior densidade de treinos, principalmente a baixa intensidade.

não é realizado de forma criteriosa, resultando de um planeamento pouco cuidado, surgiu a ideia de explorar um pouco esta temática, de forma a fazer-nos refletir um pouco mais acerca do planeamento da carga de treino.

Que duração devem ter as séries?

A escolha da duração e quantidade de séries, deve obedecer ao princípio da individualidade do treino, da experiência do atleta, do seu nível de treino e momento da época em questão (objetivos, calendário, metas). Mesmo colocando estas regras, ficam ainda muitas dúvidas “no ar”, pois é uma decisão que determina o iniciar de todo um processo de evolução da carga de treino. Assim, a minha proposta passa por ajudar

a planear este tipo de treino em intensidade, de modo a podermos induzir as melhores adaptações no atleta, na busca de uma melhor performance desportiva. A escolha do número de séries a implementar assim como a duração das mesmas, é na minha opinião algo estreitamente interligado, na medida em que nos devemos debruçar sobre o tempo que pretendemos que o atleta passe na tarefa, ou seja, na intensidade “alvo”. Uma forma prática de decidir sobre o tempo total de treino de séries, pode passar por subdividir o tempo total que temos como objetivo para cada treino. A seguir, coloco uma possível abordagem ao treino de séries (limiar), que deverão ser contextualizadas ao perfil de cada atleta.

As séries

Apesar da grande e maioritária percentagem do treino do ciclista ser realizado a intensidades baixas (abaixo do limiar anaeróbio e sem produção excessiva de lactato), é o treino de séries, que vai potenciar toda essa base de resistência aeróbia, aumentando a potência aeróbia do atleta, a intensidade ao limiar, etc. Contudo, e por achar que na grande maioria das vezes o treino de séries

Semana

1 2 3 4 5

Objetivo

20’ 20’ 25’ 24’ 24’

Nº séries

5 5 5 4 4

Duração das séries 4’

4’

5’

6’

6’

Recuperação entre séries 4’ 3’ 4’ 5’ 3’ Treino

5x4’ rec. 4’

5x4’ rec. 3’

5x5’ rec. 4’

4x6’ rec. 5’

4x6’ rec. 3’

Legenda: (´ - minutos); (rec. – recuperação) bikemagazine 89


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