APRESENTAÇÃO
Selle SMP
SELINS ERGO AGORA EM PORTUGAL ATRAVÉS DA CASTANHEIRA E CASTANHEIRA, A MARCA DE SELINS SELLE SMP GANHA UM NOVO FÔLEGO NO NOSSO PAÍS E JÁ FOMOS CONHECER EM EXCLUSIVO OS VALORES QUE ESTA EMPRESA ITALIANA ADVOGA E QUAIS SÃO AS SUAS MAIS VALIAS FACE À CONCORRÊNCIA. [texto] Carlos Almeida Pinto [Fotografia] Marca
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edeada em Padova (Itália), a Selle SMP é uma marca de selins que foi fundada em 1947 e que se orgulha da herança “made in Italy”. Martino Schiavon foi o fundador desta empresa e o nome deriva precisamente das suas iniciais (S = Schiavon; M = Martino; P = Padova). Inicialmente a produção baseavase em modelos de mercado de modo artesanal, e apenas em 2004 foi apresentado o primeiro selim com a chancela SMP4BIKE, o modelo Pro, totalmente diferente do habitual. Na verdade, este modelo não teve uma 34 06/2016
boa aceitação no início devido ao seu formato peculiar, desenhado após intensos estudos antropométricos e ergonómicos. Mais tarde, em 2006, viria a falecer Martino e Franco, o seu filho, tomou conta do negócio de família, juntamente com o seu filho Maurizio, numa época e que a Europa foi literalmente invadida por selins oriundos da Ásia. Foi precisamente nesta fase que a Selle SMP, ao contrário das restantes marcas de selins decidiu não relocalizar a sua produção para a Ásia. Franco e a família Schiavon acreditam piamente que ao concentrar a produção em Itália conseguem garantir um controlo de
qualidade superior, ter acesso aos melhores componentes, métodos de produção e sem esquecer a índole familiar que esta família italiana tem com os seus funcionários (alguns deles trabalham na SMP há décadas). Em 2010, a marca esteve pela primeira vez presente numa grande volta, e logo na maior prova de todas, a Volta a França e na Volta a Itália. Desde então, a marca é utilizada por muitos ciclistas (alguns deles nem sequer são patrocinados pela SMP).
O presente
Atualmente existem
NÓMICOS As principais lojas nacionais terão modelos de teste para poderes experimentar a versão que mais se adequa a ti
A ENORME ABERTURA CENTRAL E O FORMATO ONDULADO DA PARTE SUPERIOR SÃO AS IMAGENS DA SMP várias marcas de selins que se autointitulam ergonómicos, contudo a Selle SMP é a única com estudos médicos feitos por reputados urologistas e cujos resultados estão publicados no “Journal of Sexual Medicine” (uma espécie de Guia desta classe médica). Toda a produção está concentrada na zona de Veneto e antes de cada modelo sair para o mercado é verificado em cinco pontos base.
Porque motivo os selins SMP têm um design diferente? Foi precisamente isso que perguntámos a Nicolo Schiavon,
o filho mais novo da família e o herdeiro natural desta firma. A resposta foi direta: “Mais de 70% dos ciclistas – homens ou mulheres – tem problemas genitais ou urinários: dormência ou dor no períneo, priapismo (dor quando se tem uma ereção), infertilidade, aumento do nível de PSA, cancro testicular, hematúria (sangue na urina), calos, ulcerações, furúnculos e folículos.” Este dado tem alertado a comunidade ciclista e foi por isso mesmo que a SMP fez estudos médicos em colaboração com uma equipa de urologistas. Chegaram à conclusão que os selins tradicionais (mesmo os com semi-abertura
central) de outras marcas cortam o fornecimento de oxigénio ao pénis e áreas circundantes. A única solução era dispersar o peso corporal pelos ossos isquiotibiais e para tal era necessário romper por completo com o molde tradicional. O que difere então os selins SMP dos tradicionais é a sua abertura central de grandes dimensões, aumentando a oxigenação pélvica e eliminando a pressão nos locais errados. Para além disso, a ponta do selim tem um formato “bico de águia”, para evitar a pressão nos testículos quando adotamos uma posição na ponta do selim, melhorando assim o conforto, potência e estabilidade. Outro ponto bikemagazine 35
AVENTURA
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Islândia
NO NINHO
DOS ABUTRES ESTE É O RELATO DAQUILO QUE ACONTECE QUANDO SE GOSTA DE ESCALAR E DE FAZER BTT. DAVID CACHON É UM AVENTUREIRO E PÊRAS! [texto] David Cachon, [imagem] Ismael Ibáñez
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allos de Riglos são um conjunto de formações rochosas que se localizam perto de Huesca, mais concretamente na região dos pré-Pirinéus. Descrevê-lasia como umas formas majestosas perscrutando o horizonte. Podemos afirmar que os Mallos estão vivos. Se uma câmara os fotografasse durante anos, podíamos ver como as formas mudam. Estão a desfazer-se, por assim dizer.
Cada Mallo tem o seu próprio nome. Alguns vêm de apelidos locais (Firé ou Pisón), outros da forma ou da cor (O Charuto, A Faca, Agulha Vermelha, Parafuso), outros ainda como homenagem às pessoas que os escalaram (Melchor Frechín, Roberto Martí “Chichín”, Jose Enrique Herrera, Mariano Cored, Víctor Carilla, por exemplo). Se olharmos para Este, são o Paredão dos Abutres e o Macizo dós Fils que sobressaem. De facto, vão ser os principais protagonistas na nossa tentativa aventurosa de encontrar o ninho dos abutres.
“O ÚNICO SOM QUE CONSIGO DISTINGUIR É O DOS ABUTRES A VOAR SOBRE MIM. ACHO QUE SABEM QUE ME ESTOU A APROXIMAR” bikemagazine 77
ENTREVISTA
VASCO BICA Nome: Vasco Góis Bica Data de nascimento: 16/07/1995 Hobbies: Passear com a minha namorada, jogar futebol, jogar ténis e estar com os meus amigos. Comida favorita: Bifes de frango com arroz Basmati. Bebida predileta: GoldDrink de frutos silvestres Destino de férias de sonho: Áustria. Superstição: Boxers da sorte. Alcunha: “Bica”
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“O DOWNHILL
FOI AMOR À PRIMEIRA VISTA” DESTEMIDO SOBRE A BIKE E HÁBIL NA HORA DE LUTAR PELA VITÓRIA. VASCO BICA É JÁ UM NOME CONSAGRADO DO DOWNHIIL NACIONAL. NUMA FASE PREPONDERANTE DA SUA VIDA DESPORTIVA E PESSOAL, O CAMPEÃO NACIONAL DE DHI PARTILHOUNOS AS SUAS METAS PRESENTES E FUTURAS. [texto] Fernando Lebre [imagem] Lukas Ribeiro, Mtb Foto, João Delgado e Ms Racing Portugal
FREQUENTA ATUALMENTE O ÚLTIMO ANO DO CURSO DE INFORMÁTICA DE GESTÃO e prepara-se para arregaçar as mangas e “abraçar” o mercado de trabalho com o entusiasmo próprio inerente à determinação da juventude. Contudo, apesar do grande salto que a sua vida se apresta a dar, Vasco Bica não deixa esmorecer a sua paixão pelo Downhill e continua a acalentar o sonho de fazer do seu desporto de eleição o seu modo de ganhar a vida. O campeão nacional diz de sua justiça nas linhas que se seguem. BIKE MAGAZINE: O que te levou a querer ser Downhiller? Vasco Bica: O Downhill surgiu na minha vida, graças a alguns amigos próximos que
praticavam esta disciplina na Serra do Buçaco. Como vivo perto, tive a oportunidade de experimentar. A partir daí, o Downhill foi amor à primeira vista. B.M.: O que mais te atrai numa prova de Downhill? V.B.: Essencialmente, o convívio existente entre os atletas e o facto de passar 2/3 dias a
divertir-me em cima da minha bicicleta.
B.M.: Preferes competições de Downhill disputadas em ambiente urbano ou na serra? V.B.: Aprecio mais as provas disputadas na serra, pois foi lá que começou o “bichinho” e é
lá onde me divirto mais e consigo desfrutar melhor da bicicleta.
B.M.: Quais são os grandes objetivos que traças para a corrente temporada? V.B: Vencer a Taça de Portugal, renovar o título de Campeão Nacional e entrar no “Top
30” de uma prova da Taça do Mundo, assim como no Campeonato do Mundo.
B.M.: E para a tua carreira quais são as grandes metas que pretendes alcançar? V.B: A minha principal meta é entrar numa equipa profissional e conseguir viver deste
desporto.
B.M.: Que significado teve para ti conquistares o título de Campeão Nacional de DHI o ano passado em Porto de Mós? V.B.: Desde do dia em que comecei a competir que ser Campeão Nacional era um objetivo
que desejava alcançar. Ao consegui-lo em Porto de Mós consegui que esse sonho se tornasse em realidade. Foi o prémio por todo o trabalho que tinha realizado até então. B.M.: Como tem sido envergar as insígnias de Campeão Nacional?
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COMPETIÇÃO 11ª TITAN DESERT
O REI DAS DUNAS A TITAN DESERT É UMA DAS PROVAS MAIS CONCEITUADAS A NÍVEL MUNDIAL. OS 414 PARTICIPANTES DESTA EDIÇÃO TIVERAM PELA FRENTE SEIS DIAS, NOS QUAIS TIVERAM DE PERCORRER CERCA DE 700 KM COM TEMPERATURAS QUE OSCILARAM ENTRE OS 8 E OS 45 GRAUS. [texto] Nuno Amaral [imagem] RPM Events/Organização
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e estes números te chamaram a atenção, ainda bem, pois a dureza é uma constante nesta prova. Todos os que participam têm consciência que irão ter experiências únicas, alegrias, sofrimento e muitas histórias para mais tarde recordar e que jamais esquecerão. A principal novidade do Gaes Titan Desert by Garmin 2016 foram as duas primeiras etapas, que se realizaram na zona de Ifrane, com os seus bosques de pinheiros, o parque nacional de Ifrane e o lago Afnourir. Esta prova apesar de já estar na sua 11ª edição consegue reinventar-se, sempre à busca de novos e aliciantes desafios. Após superadas as duas primeiras etapas de montanha, deu-se o dia da transição e chegámos a Arrachidia, onde a prova se iria disputar no terreno típico do Titan Desert.
1ª Etapa 110 km, com 1810m de desnível acumulado A prova iniciou-se, como referimos atrás, na zona apelidada de “Suíça de Marrocos”, com partida e chegada em Ifrane. Os bosques de pinheiros 90 06/2016
e a altitude, superando os 2.000m, foram os grandes protagonistas do dia. Os participantes descobriram, neste dia, o Médio Atlas marroquino. O ritmo da prova foi elevado desde o primeiro quilómetro, com o português José Silva a ter um trabalho imenso. Ele esteve sempre a puxar pelo grupo, com a armada espanhola na expetativa. Somente nos últimos metros, Tamayo conseguiu escapar, conseguindo vencer a etapa a escassos sete segundos de Josep Betalu e José Silva. 2ª Etapa 133 km, com 2336m de desnível acumulado Esta foi uma das jornadas rainha desta edição, e que antecedeu a entrada nas origens da prova: o deserto. A etapa deste dia contou com a distância de 133km, com a dificuldade das montanhas do Ifrane. A grande dificuldade surgiu ao km 57, onde a prova alcançou os 2.200m de altitude. Dois corredores foram os grandes protagonistas desta etapa através de uma fuga de mais de 70km com o português Bruno Rosa e Francisco Callejo. Contudo, ambos não conseguiram aguentar a fuga até ao final.
Guillem Muñoz e José Luís Carrasco acabariam com a fuga dos outros dois fugitivos e cortavam a linha de meta, com Muñoz a vencer a etapa e José Luís Carrasco a ficar líder da prova. José Silva, neste dia a ressentirse do esforço do dia anterior, cortou a linha de meta na quinta posição, mas perdeu tempo, pois ficou nesta segunda etapa a quatro minutos e 18 segundos do líder. 3ª Etapa 101 km, com 744m de desnível acumulado
Esta jornada ligou Errachida a Rissani, num percurso de 101 km. Foi o primeiro dia no deserto, depois de duas etapas no Ifrane. Um dia que se revelou de muito calor, trilhos arenosos e de muita pedra. Uma etapa dura, não só pelas condicionantes do traçado, como também se percorreu a etapa-maratona, em que todos os atletas não poderiam receber ajuda das assistências mecânicas e dos fisioterapeutas, tendo de levar todo o equipamento necessário para dormir numa “haima” comum, no espetacular acampamento de Rissani. Esta
etapa parecia que iria ser tranquila, no entanto, desde o início, houve inúmeros ataques, em que os primeiros conseguiram diferenças notáveis. Apesar de tudo, o líder do Titan, José Luís Carrasco pôde salvar a camisola de líder, por 24 segundos, em relação a Josep Betalú, que mostrou estar em grande forma física. José Silva fez uma prova de trás para a frente, lutando contra várias adversidades, cortando a linha de meta, novamente, em quinto lugar. Todavia, conseguiu ganhar tempo em relação aos seus adversários, ficando a 2m24 do líder da prova.
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