BIKE Magazine N. 232

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APRESENTAÇÃO

Trek 2017

TRAIL PARA O MENINO E PARA A MENINA

NAS FLORESTAS DA COLÚMBIA BRITÂNICA FOMOS ENCONTRAR DOIS NOVOS MODELOS DA TREK. A MARCA DE WATERLOO PRESENTEOU UM RESTRITO GRUPO DE JORNALISTAS COM DOIS DIAS DE BIKES E TRILHOS DE LUXO E NÓS ESTIVEMOS LÁ! [texto] Pedro Pires [imagem] Sterling Lorence, Margus Riga

Um defeito da Fuel EX 9.9? Não estamos a ver...

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Fuel EX

A roda 29 já provou demasiadas vezes que é a solução ideal para Trail em muitas ocasiões. Rolar, subir e descer em terreno natural, sem limite de quilometragem e procurando acima de tudo a diversão, é o que a maior parte dos betetistas querem quando saem para o mato. Baseada nesta premissa, a Trek atualizou a Fuel EX, que está agora disponível apenas com aros grandes, à exceção dos modelos plus e nos tamanhos mais pequenos para senhora. O curso cresceu de 120 para 130mm e a geometria recebeu os “updates” que a evolução do BTT tem ditado: é agora mais longa, baixa e lançada. O ângulo de direção, que no modelo de 2016 era de 68º passa agora a 67,7º, com a opção de se tornar ainda mais aberto (67º) quando se troca uma pequena peça, situada na junção entre a escora superior e o

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Escola

46 07/2016


DA RUA PARA OS

TRILHOS ESTE MÊS ENSINAMOS-TE DUAS TÉCNICAS QUE NÃO SÓ FAZEM FUROR NAS RUAS LÁ DO BAIRRO COMO SE PODEM TRADUZIR NUM ACRÉSCIMO DE SEGURANÇA, VELOCIDADE E DIVERSÃO QUANDO DESCES PELOS TRILHOS. PRESTA ATENÇÃO AOS ENSINAMENTOS DO PROFESSOR BIKE!

A

[texto] Pedro Pires e Diogo Ramalho [imagem] João Carlos Oliveira

maior parte dos betetistas amadores não investe muito tempo em apurar aspetos específicos da técnica. Saímos para o mato, fazemos aquela descida mais rápido, mandamos aquele drop mais alto e vamos assim cultivando a confiança, equilíbrio, reflexos e memória muscular. Mas aprender e dominar técnicas como o bunny hop e o manual é muito útil quando

se enfrentam obstáculos e vais ver que quando tiveres estas manobras na ponta das unhas os trilhos do costume vão parecer ainda mais fáceis e divertidos. Seja qual for a bicicleta com que pedalas mais frequentemente, há que aplicar algum tempo para ter bons resultados. Escolhe uma zona ampla, plana, com bom piso e sossegada, equipa-te (capacete é essencial e luvas e caneleiras também dão jeito) e escolhe o teu obstáculo para treinar.

Para sacar um bunny hop decente – saltar levantando primeiro a roda da frente - tens de primeiro conseguir levantar a bicicleta do chão sem recorrer à ajuda dos pedais de encaixe. Depois, escolhe um obstáculo flexível ou que tombe com facilidade, não tentes saltar logo um muro de cimento pois arriscaste a ficar sem dentes e partir uma roda (ou um braço). Até uma caixa de cartão pode servir de “fasquia”, já que podes mudar a sua posição à medida que vais evoluindo. O importante é teres um objeto que não te mate caso lhe acertes com as rodas. No caso do “Manual” – levantar a roda da frente e rolar com ela no ar sem pedalar – treina também com pedais de plataforma, para te poderes ejetar caso puxes a bicicleta em demasia e caias para trás. Define sempre bem os momentos de levantar e baixar as rodas, olha sempre em frente e amplifica os movimentos. Se treinares toda a vida até poderás bater um recorde… Mas vamos por passos: bikemagazine 47


REPORTAGEM

Nos bastidores com Nino Schurter

NINO SCHURTER NÃO É UM BETETISTA COMUM. SOMA TÍTULOS ATRÁS DE TÍTULOS E O SEU FOCO É TREINAR E DOMINAR AS PROVAS ONDE PARTICIPA. MAS POR DETRÁS DA SUA PREPARAÇÃO ESTÁ UMA EQUIPA QUE O AJUDA EM CADA PROCESSO. FOI ISSO MESMO QUE FOMOS DESCOBRIR.

UM ATLETA [texto] Beat Müller e Carlos Pinto [imagem] Jochen Haar

FORA DE SÉRIE

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lista de razões pelas quais o Nino Schurter é um dos atletas mais icónicos no mundo do BTT cresce a cada ano. Algo que o distingue do resto do pelotão da Taça do Mundo é o seu treino e preparação atípicos. O Nino rejeitou os métodos tradicionais e decidiu – em cooperação com a equipa de profissionais que o acompanha – repensar todo o modo de treino desde a base até ao topo. No fundo, duas

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questões se levantaram quando ele decidiu tomar esta decisão arriscada: “Do que é que um betetista profissional precisa realmente?”, “O que é que o Cross Country (XCO) exige de um atleta?”. Estas interrogações levaramno a planear diferentemente a sua construção física e mental, pois uma nunca está dissociada da outra. O treino em ginásio, com trabalho focado na coordenação e no equilíbrio é a base de todo o treino. Este treino em ginásio combina sessões de força, coordenação motora e regeneração,

replicando as exigências da competição. Ou seja, numa prova dura, como uma Taça do Mundo, existem secções super técnicas onde o equilíbrio em “rock gardens” ou trilhos com muitas raízes é vital.

Treino de endurance O treino de endurance é a base de qualquer ciclista profissional. Independentemente da disciplina, os ciclistas profissionais passam inúmeras horas em cima do selim. No que diz respeito ao BTT, e em especial ao XCO, as coisas são um pouco diferentes. Os betetistas treinam agora numa frequência maior. Isto significa que em vez de um treino longo, realizam várias sessões curtas por dia. Para o Campeão do Mundo Nino Schurter, os treinos longos são


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Escola TREINO

O TREINO COM POTENCIÓMETRO VSOBJETIVOS INDIVIDUAIS NOS DIAS QUE CORREM, O TREINO ESPECIALIZOU-SE E O RECURSO A DADOS PROVENIENTES DOS POTENCIÓMETROS É VITAL NUMA CARREIRA DESPORTIVA DENTRO DO MUNDO DO BTT. NESTE ARTIGO MOSTRAMOSTE AS VARIÁVEIS A TER EM CONTA.

[texto] Tiago Aragão [imagem] Arquivo

C

ada treino, independentemente da intensidade do mesmo, é executado com o intuito não propriamente de promover a saúde e o bem-estar, mas na procura de maximizar as potencialidades individuais do atleta. Mesmo nos treinos a baixa intensidade e/ou de recuperação, estamos sempre com o objetivo de estimular as estruturas biológicas para que se construa uma simbiose perfeita a nível fisiológico, muscular, estrutural, que promova a assimilação das cargas de treino, ou agressão das mesmas (treinos em intensidade), procurando que o corpo paulatinamente se vá adaptando e evoluindo para patamares de rendimento físico-motor superiores. A par desta realidade com anos de história e de evolução, atualmente uma grande maioria dos atletas e treinadores recorrem ao treino com potência como ferramenta fundamental de treino, visto 88 07/2016

ser sem dúvida a forma mais prática para alcançar o estímulo/carga de treino pretendido, por indicação direta do trabalho produzido pelo atleta, desprezando-se um pouco (mas não totalmente) indicadores mais falíveis como é o caso da frequência cardíaca em esforço.

O rácio peso-potência

Todo o treino realizado tem o intuito final de otimizar o rácio peso-potência de cada betetista, que tal como um carro, nos indica as capacidades do ciclista em diferentes patamares de rendimento, funcionando como um “binário” que procuramos moldar ao longo da época de treino. Diferentes patamares de rendimento do betetista onde se pode averiguar a relação watts/kg limiar aeróbio (2mmol) limiar anaeróbio (4mmol) Maxlass (ponto máximo de ácido láctico estável)


FTP (potência ao limiar “funcional”) potência máxima aeróbia potência máxima anaeróbia aláctica Apesar de serem termos maioritariamente genéricos e de conhecimento global, alguns suscitam certa dúvida, principalmente na determinação dos mesmos com a fiabilidade que se pretende para se poder comparar quer as evoluções do próprio atleta, quer a comparação com os valores de referência de betetistas de elevado nível competitivo quer a nível amador, nacional, internacional e referências mundiais. Ou seja, os processos para a determinação de cada um destes dados de análise do competidor, devem obedecer a criteriosos protocolos, sob pena de estarmos a averiguar erroneamente o atleta. Este critério tem a ver não apenas com o próprio processo de avaliação, mas também com os equipamentos utilizados para esse fim. Entre todos, o que é vulgarmente mais utilizado e possivelmente menos fidedigno será o FTP, pois normalmente é determinado de forma menos empírica e mais baseado em indicadores de performance em treinos, determinados pelos softwares de registo e análise dos mesmos, ou por outro lado, através de testes menos criteriosos em que o resultado pode facilmente ser influenciado por agentes externos ou inerentes ao próprio atleta (motivação, predisposição física, etc).

As referências de rácio peso-potência

Ao recolhermos a informação relativa ao betetista, ficamos desde logo com um ponto de análise para comparação com tabelas de referência, e que permite extrapolar acerca da evolução que o desportista pode vir a registar e as potencialidades do mesmo. bikemagazine 89



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