#104 Música & Mercado - Setembro/Outubro 2019

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ENTREVISTA: MARQUINHO SAX

O SOM DO SAXOFONE

Um segmento do qual não falamos com muita frequência: os instrumentos de sopro e metais. Para conhecer mais sobre a atualidade do setor, conversamos com Marquinho Sax. Confira!

M

arquinho Sax é saxofonista, professor de saxofone e palestrante. Atua na área há 26 anos e constantemente participa de atividades culturais relacionadas com o sax. Veja a seguir um bate-papo interessante para descobrir sobre o presente desse tipo de instrumento Nos seus anos tocando saxofone, o que mudou no mercado mundial de instrumentos de sopro e metais? Marquinho: O que mais me impressio-

nou ao longo desses 26 anos desde que iniciei com o saxofone foi a avalanche de novas marcas que surgiram. Poucas delas de fato têm boa qualidade ou oferecem alguma novidade. Em sua maioria são instrumentos com origem nas mesmas fábricas, porém com “nomes personalizados” (criados pelo importador), o que não foi ruim, pois na década de 1990 havia pouquíssimas opções disponíveis em nosso mercado. Em resumo, podemos contar nos dedos de uma das mãos os instrumentos com boa qualidade de empresas que surgiram ou já existiam e começaram a ser importados para o Brasil durante esse período.

Qual você destacaria no mercado local? Marquinho: Durante esse período,

uma fabricante brasileira evoluiu com os seus instrumentos de forma notória, porém, eu enxergo que mesmo com a evolução na qualidade, a fama e, consequentemente, o sucesso nas vendas, essa marca sucumbiu à entrada de tantos outros instrumentos provenientes

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Marquinho Sax

da China, com preços muito mais atraentes. Mesmo muitas das vezes não oferecendo a mesma qualidade, ainda assim conquistaram uma enorme fatia dos consumidores dessa categoria. Como você analisaria a fabricação local desse tipo de instrumento? Marquinho: A fabricação local evo-

luiu, e muito, falando não apenas de instrumentos musicais, mas também dos acessórios para esses instrumentos. Mas os fabricantes locais deparam com dois grandes entraves: o primeiro está relacionado com as importações da China e o segundo é o mais triste: trata-se de um “ranço” herdado por gerações

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de professores e antigos formadores de opinião que, em sua época, experimentaram tais instrumentos e/ou acessórios quando a qualidade talvez ainda não tivesse passado por um aprimoramento (que é natural em qualquer empresa em todo o globo) e, consequentemente, esses instrumentos e acessórios até hoje são estigmatizados. Olhando pelo lado positivo, conheço marcas brasileiras que têm um incrível reconhecimento internacional de seus produtos graças à busca pela excelência. Que marcas locais poderia destacar como referência nesse segmento? Marquinho: No Brasil temos marcas


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