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Peles: a valente Luen cresce mesmo com a forte concorrência asiática

REMANDO

AChina vai deixando para trás a fama de indústria de produtos baratos com qualidade discutível.Desde que vem incrementando a base de produção, há pelo menos dois anos, os itens chineses chegam aqui com uma qualidade bem melhor.O que pode ser bom para o mercado, pois força um movimento do setor em busca de novos produtos, marcas e até investimento em tecnologia,serve ao mesmo tempo como alerta para a indústria nacional, que está se desdobrando para combater a massificação dos produtos que vêm da Ásia. Para driblar este cenário muitas vezes desfavorável, os fabricantes nacionais apostam na criatividade e na capacidade de inovação.“É por meio do valor agregado nos produtos e serviços e da qualidade que a indústria nacional é capaz de produzir para oferecer um diferencial competitivo”, analisa Enrique Carlessi,sócio-proprietário da Luen,há 35 anos no mercado de peles e percussão.

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Com base neste pensamento é que a Luen vem crescendo de forma sustentada.Em 2005 faturou 40% a mais em relação a 2004 e a previsão é de que, este ano, o crescimento chegue a 30%. Para Carlessi, o objetivo é solidificar a empresa cada vez mais.“Nós ainda somos pequenos, mas sem dúvida já figuramos como players no cenário da indústria nacional de instrumentos musicais, assumindo uma posição que não ocupávamos quando tínhamos apenas um produto em nossa linha de fabricação”, observa.

CONTRA A MARÉ

Mesmo com a cada vez mais forte concorrência asiática, a Luen vem mantendo um bom patamar de crescimento

DADOS

✓ Em 2005, a Luen cresceu

40% em relação a 2004, encabeçada pelo aumento das vendas das peles profissionais e instrumentos de percussão

✓ A previsão de crescimento

este ano é de 30%

✓ Para atender a demanda

por instrumentos de percussão e incrementar o processo produtivo da empresa, a fábrica está sendo ampliada em mais de 2 mil m 2 DIVISÃO DO MIX DA LUEN

Peles para percussão Peles para bateria Acessórios Percussão 20% 15%

15%

50%

APRENDENDO COM OS ERROS

Um dos caminhos que tem levado a este crescimento é a preocupação da empresa com o posicionamento da marca e a qualidade de seu mix de produtos.Problemas recentes fizeram a Luen apren

ENRIQUE CARLESSI: mudanças no mix para atrair novos clientes

der e mudar sua estratégia.“No ano passado,a colagem de algumas timbas apresentou falhas,porque houve indicação errada de uma cola. Corremos para recolher todas as peças com defeito, fizemos as devidas reposições ou compensações e corrigimos a falha”, lembra Carlessi. Mas não parou por aí: foi preciso ir a campo e desenvolver um trabalho intenso junto aos lojistas,inclusive com visitas locais, para retomar a imagem da marca.“Aprendemos muito com esse episódio e o saldo foi positivo de todas as formas,tanto para o produto quanto para a relação com esses clientes”,diz o diretor. “Também trocamos as peles leitosas planas por leitosas formatadas em uma linha de instrumentos, por sugestão de um cliente. O produto ficou mais confortável e visualmente mais interessante”, diz.Além disso, o departamento de endorsement tem sido cuidadosamente planejado pela Luen,como uma espécie de campo de provas junto ao setor de desenvolvimento.“Eles ajudam a formar a imagem do produto para o consumidor:além das informações técnicas,as pessoas querem ter a opinião daqueles que consideram um modelo a ser seguido,uma referência de sucesso”,observa Carlessi. ■

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