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Resumo

Resumo

CÉ LIO RAMOS é publicitá rio e diretor de Marketing e Planejamento da EM&T – Escola de Mú sica & Tecnologia. E-mail: celio@ musicaemercado.com.br

BRASIL S. A.

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FÁBRICA DE EX CLUÍ DOS

Aminha geração cansou de ouvir que este era um país jovem e de futuro. Na época, ainda no ginásio, as riquezas e recursos naturais contidos em mais de 8 ,5 milhõ es de quilômetros quadrados,a ausência de desastres naturais e o clima favorável eram o bastante para justificar o otimismo.

A ingenuidade só não previu que os governos que viriam a seguir seriam capazes de destruir o ufanismo juvenil e contrariar as expectativas das geraçõ es que surgiriam posteriormente.T ivemos de engolir a arrogâ ncia do governo militar, o que significou 2 5 anos de atraso e que alguns, por falta de cultura ou de ingenuidade, ainda louvam.

Na seqü ência, houve governos que se empenharam em defender interesses de elites,oligarquias e banqueiros. O resultado foi a produção de milhõ es de mendigos sob as pontes, vagabundos assaltando nas ruas, no metrô, nos ônibus e em cada esquina.

F azer uma análise do cenário político seria chover no molhado. F ernando G abeira,Arnaldo J abor, Boris Casoy e outros colunistas, mais qualificados, já falaram tudo sobre corrupção, desmandos,malas e cuecas recheadas de dinheiro. H istoricamente, o B rasil é um paí s que nunca soube faz er seu pró prio mark eting, construir alianças, planej ar e se moderniz ar. Perdeu a ex cepcional oportunidade de ser a nação do futuro e de ocupar um lugar entre as mais privilegiadas nações do planeta

Mas o que tem isso a ver com o marketing,objeto desta coluna? T udo! O marketing, como se sabe, gere todas as açõ es de uma empresa,desde as áreas de recrutamento,seleção e planejamento até a imagem da organização junto ao seu pú blico.

Nesse contexto, o Brasil nunca soube fazer marketing,construir alianças,planejar e se modernizar.P erdeu a excepcional oportunidade de ser o país do futuro e de ocupar um lugar entre as mais privilegiadas naçõ es do planeta.É um país que privilegia especuladores e castiga quem quer investir na produção. cios.S ão tão altos que,na hora de contratar, o empregador o faz pelo mínimo possível, porque sabe que o empregado contratado lhe custará o dobro. O resultado é óbvio: quem recebe, recebe pouco e quem paga, paga muito.A economia informal é prova disso: o Brasil tem milhõ es de empresas e de pessoas na informalidade, autênticos ‘ camelôs’ em todos os ramos de atividade.

Um estudo do Banco Mundial revela que a burocracia atingiu tamanha proporção e tal voracidade que deixou de ser apenas um motivo de irritação para se transformar num dos principais obstáculos ao crescimento do P aís.

J á tivemos até ministro da desburocratização, mas não funcionou. O Brasil é carrasco para aqueles que querem produzir,e a burocracia continua transformando a vida dos empresários num inferno,além de alimentar uma máquina de parasitas pagos para desenrolar esse novelo hediondo produzido por ela.

Outro estupendo bode no caminho do desenvolvimento da nação é a carga tributária, em torno dos 4 0 % do P I B. Criados por governos populistas e irresponsáveis,os encargos que recaem sobre a folha de pagamento,que estão entre os mais elevados do mundo,são outro item que trava os negóque vivem à custa desse pavoroso cenário e divulga uma imagem grosseira,atrasada e decadente para os países desenvolvidos. T emos como ponto de resistência de nossas exportaçõ es os produtos agropecuários, que não geram nú mero suficiente de empregos.T udo por absoluta falta de planejamento e de boas intençõ es, pois não é de hoje que as coisas são assim.

Somos, hoje, um país na contramão, q ue nos faz ter inveja da Í ndia, Austrá lia, da China e de outros q ue se desenvolvem

Em meio a essa parafernália de leis,impostos, papéis, carimbos, cartórios, taxas, etc., o Brasil perde o fio da meada, assusta o investimento externo, desanima empreendedores,premia parasitas e sanguessugas

G overnos interessados na manutenção do poder criaram verdadeiras armadilhas vestindo a fantasia indecente do populismo. Campanhas do tipo O p et ró l eo é n osso, que exploram o ufanismo das pessoas,contrariam todos os princípios mercadológicos,afastam investidores,reprimem o investimento na produção e fazem do Brasil um dos países menos competitivos do planeta.

S omos, hoje, um país na contramão, que nos faz ter inveja da Í ndia,da Austrália, da China e de outros que se desenvolvem, enquanto nós, na América L atina, só conseguimos superar o H aiti em crescimento. ■

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