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LESON rebate boatos e garante que nã o vai fechar

L E S O N NÃ O V AI Q UE B R AR

Após um ano de 2 0 0 6 bastante agitado, com eleiçõ es e dólar em queda, fatos que afetaram sensivelmente o mercado de instrumentos musicais, a L eS on programou uma mudança estrutural e operacional para reagir às dificuldades impostas pela recessão econômica global. P orém, houve quem não compreendesse essas modificaçõ es, fazendo surgir boatos de que a fábrica de microfones estaria por um fio ou teria fechado as portas.Na realidade,a empresa passou a operar com os principais produtos e realizou um dow nsize racional, fruto de uma decisão séria de sua diretoria. " A L eS on, por acreditar na retomada da economia, ao contrário de grandes empresas de Manaus,que simplesmente mudaram suas linhas para o México ou a China, sacrificou-se paralisando as operaçõ es temporariamente, mantendo seus funcionários em descanso remunerado por 6 0 dias" ,comenta Celso Bittencourt, um dos diretores da L eS on. Em entrevista a Música & Mercado, Bittencourt fala sobre o momento da empresa e as açõ es que devem ser realizadas a curto e médio prazo. J apão, uma vez que para esses materiais não existe produção nacional.Nossa nova estratégia inclui agora importar da Á sia os componentes básicos que têm fabricação no Brasil,após a grande desvalorização do dólar.Esses itens vêm sendo comprados em maior ou menor escala na Á sia ou no Brasil,dependendo de onde saem mais em conta.

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> Como era a linha de produç ã o da LeSon antes e como ficou agora?

Mú sica & Mercado A LeSon passou a fabricar os produtos com insumos importados?

CELSO BITTENCOURTA L eS on sempre fabricou os principais componentes,como cápsulas,transformadores e cerâ micos, utilizando matérias-primas que vêm dos Estados Unidos, Europa e não admite que a L eS on erre em nada e reclama dos mínimos detalhes.Essa crítica direta é construtiva e muito boa,pois nos sinaliza para eventuais correçõ es de processos e até em possíveis evoluçõ es nos produtos. J á os boatos plantados de que a empresa fechou, e que têm sido usados para T emos nossa fábrica de cápsulas,transformadores e cerâ micos em S ão P aulo e nossa fábrica de montagem dos produtos em Manaus. L á, existem incentivos fiscais que fazem com que nossos produtos sejam competitivos com os similares importados legalmente. Nossa decisão de ‘ ficar’ se baseia em

> Por que a LeSon decidiu manter a fabricaç ã o no Brasil em vez de, por exemplo, transferir a planta de produç ã o para a China, com custos bem menores?

R ebatendo boatos, a fá brica de microfones informa que continua operando, com algumas modificações

A empresa realizou um downsize racional, fruto de uma sé ria decisã o da diretoria J OÃ O CARLOS e CELSO BITTENCOURT: medidas restritivas p

As mudanças implementadas não geraram problemas com a qualidade dos produtos.T ivemos reclamaçõ es isoladas de sistemas sem fio que apresentaram instabilidade de recepção.O problema foi resolvido com a troca de suas placas nacionais por placas importadas já montadas,que substituíram as nacionais definitivamente. P or conta da nossa tradição de trabalho sério, o mercado tentar “empurrar”produtos no mercado, não têm nenhuma credibilidade nem fundamento. S ão pessoas e empresas que utilizam inclusive marcas arrendadas de terceiros e devem desaparecer do mercado naturalmente.

as para otimizar custos e colher resultados a mé dio prazo

três fatores.O primeiro é a certeza de termos pessoal competente e investimentos em tecnologia que se adaptem com competitividade à nova realidade do Brasil. Outro fator: nossa empresa faz suas importaçõ es legalmente e,por isso,não conseguiria,fabricando todos os microfones na China, competir no mercado, já que a matemática de importação no Brasil ainda não é a mesma para todos.P or fim,temos a certeza de que a batalha do governo federal contra todas as modalidades de fraudes nas importaçõ es vem sendo vitoriosa. T ambém estamos importando novos produtos para complementar a linha, como o afinador para violão e baixo, que estará no mercado em breve.Nessa situação,em que o item é 1 0 0 % feito fora do Brasil, não há os custos trabalhistas, tampouco a cascata de impostos.S ó a variação do dólar tem influência.Nesses produtos,como no caso dos concorrentes de microfones, que são todos importados,uma eventual escalada do dólar acima da inflação inter

NOVO ORÇ AMENTO Com a diminuiç ã o da produç ã o no Brasil, a LeSon deve passar a importar 60% do total gasto com maté rias-primas. “ Isso representa 18% do custo total de fabricaç ã o” , estima Celso Bittencourt. Espera-se que os custos sej am reduzidos em 20% e a economia global da empresa ficará na casa de 3, 6%. “ Tudo isso é verdade para o dó lar a R$ 2, 15. Basta a cotaç ã o voltar para R$ 2, 65 que já não temos vantagem alguma na substituiç ã o de componentes prontos importados” , lembra o diretor.

na retira sua competitividade contra produtos nacionais.Nossa estratégia de produtos importados para complemento de linha é justamente a de usar produtos sem fabricação expressiva no P aís.

> Há informaç õ es de que empresa estaria com dificuldades no pagamento a fornecedores.

No começo da desvalorização do dólar, no ano passado, tivemos em paralelo um aumento na cotação do cobre, que, nesse período, quadruplicou seu preço. Conseqü entemente, esse valor se refletiu nos itens feitos com cobre, como cabos, transformadores, bobinas, latão, entre outros. Mas esse aumento não pôde ser repassado para nossos preços finais,por conta da pressão dos microfones importados.T ivemos grande perda de capital de giro e fomos obrigados a renegociar as dívidas com fornecedores.A solução imediata foi a montagem de todos os itens em Manaus, onde a isenção de impostos compensaria as perdas e possibilitaria colocar as contas em ordem rapidamente. Nos primeiros meses de montagem integral em Manaus fomos ‘ premiados’ com greves dos fiscais da R eceita F ederal, atrasando em várias semanas os materiais que vinham montados e prontos para venda. P or conta disso, tivemos sérios problemas com clientes que,devido ao atraso na entrega, acabaram perdendo importantes vendas. Esses atrasos só foram resolvidos com a produção dos itens principais centralizada em S ão P aulo e também graças à colaboração de nossos maiores fornecedores,com quem fizemos novas negociaçõ es e pudemos ter as entregas de matérias-primas normalizadas.

> Nessa fase de reestruturaç ã o da LeSon, como fica o relacionamento com o loj ista e com o consumidor?

No caso do consumidor,a falta de nossos itens nas prateleiras causou prejuízos. F oi então que iniciamos as montagens dos principais produtos ( L inha P rofissional) em S ão P aulo,mantendo Manaus em férias coletivas. Essa pro

dução é gerenciada pelo pessoal do laboratório, que também controla a assistência técnica, que foi remodelada. Assim,temos qualidade duplamente assegurada.D evemos muito ao trabalho de nossos representantes junto aos clientes que,com grande esforço,conseguiram manter a confiança do mercado na L eS on em meio a todo tipo de especulação maldosa.

> Como ficam as exportaç õ es da LeSon neste momento e quais as metas a mé dio prazo?

Estamos mantendo principalmente nossas exportaçõ es de tw eeters, que, apesar do câ mbio desfavorável, têm margem positiva. S ão indú strias que, como as nacionais, querem ter 1 0 0 % de qualidade homogênea para uso em seus produtos e não aceitam as falsificaçõ es existentes,que no comércio em geral acabam sendo aceitas devido ao preço. Com a retomada da normalidade,pretendemos reiniciar os investi

Linha de produç ão da LeSon, na fábric a de São Paulo

mentos no aumento das exportaçõ es e em uma campanha de esclarecimento do comércio quanto à pirataria.

> Quantos funcioná rios a empresa possui atualmente?

H oje temos em torno de 2 0 0 funcionários e contratados. No primeiro trimestre deste ano tivemos uma redução de 2 0 % para nos adaptar à realidade do mercado.

> Qual é o prazo estimado para que a empresa se recupere totalmente?

Até o fim do ano entendemos que toda a linha tradicional de produtos estará com a produção normalizada.A recuperação total depende das açõ es corretivas que se baseiam no ambiente externo à empresa, que tem sofrido grandes alteraçõ es nos ú ltimos meses. O que posso dizer é que 2 0 0 7 será um grande ano para L eS on. ■

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