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A fá brica espanhola de violõ es ALHAMBRA busca distribuidor no Brasil
AL H AMB R A Q UE R D I S T R I B UI D O R EXCLUSIVO NO BRASIL
Participação na E x pomusic foi o ponto- ch ave para os novos rumos que a empresa espanh ola quer seguir no mercado brasileiro
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Consolidada na Espanha como fabricante de violõ es de qualidade artesanal com preço acessível,a Alhambra tem uma participação pouco expressiva no Brasil. Mas o objetivo é justamente reverter esse quadro e ampliar seus negócios por aqui.“Q ueremos estar mais presentes nos principais mercados mundiais, e o Brasil, sem dú vida, faz parte de nossas metas”, comenta o gerente de exportação J orge J uliá. P rova disso é que, durante a Expomusic 2 0 0 6 , J uliá e outros integrantes da diretoria da empresa receberam prováveis distribuidores em seu estande,que apresentou uma série de modelos de violõ es da marca.“F oi o primeiro passo para aumentar a visibilidade dos produtos Alhambra no Brasil e avaliar os potenciais parceiros comerciais”, explica o gerente de exportação.
Uma das atribuiçõ es de J uliá é justamente desenvolver e consolidar as relaçõ es comerciais com distribuidores e encontrar novos parceiros nos países em que a empresa busca aumentar sua participação ou promover mudanças estratégicas.“Nossa meta é encontrar um distribuidor que possa abastecer todas as lojas que estejam em busca de um violão de qualidade.P ortanto, nosso intuito agora é fechar um acordo comercial de exclusividade com uma ú nica empresa”,revela.
A fase ainda é de conversas e negociaçõ es e, por isso, não há dados objetivos sobre volume de negócios ou a quantidade de instrumentos que a Alhambra pretende vender no Brasil em curto prazo.“P ara nós,as relaçõ es entre distribuidor e fabricante precisam ser estabelecidas em uma base sólida, pensando sempre no longo prazo”, justifica. S egundo o gerente de exportação,a empresa espera acertar com uma distribuidora nacional um contrato de um a três anos, com renovação automática.Até porque a Alhambra sabe que vai entrar em um mercado bastante competitivo no Brasil. O setor de cordas costuma responder por 2 0 % do faturamento das lojas de instrumentos musicais. PARTICIPAÇ Ã O EM FEIRAS
Além da Expomusic,a Alhambra participou de outras feiras importantes do cenário mundial, como a NAMM, em Anaheim ( EUA) , no início do ano; a Musikmesse, em F rankfurt ( Alemanha) ; a Calm Expo, em P equim ( China) , a NAMM S ummer S ession, em Austin ( T exas,EUA) e a Music China,em X angai.“P articipamos também da feira em Y okohama,no J apão”,destaca o gerente de exportação da empresa, que foi expositora na principal feira de mú sica da Espanha, ainda sem data definida para a edição 2 0 0 7 . ■
ALH AMBRA EM NÚMEROS
✓ 35 mil violõ es produzidos anualmente ✓ 40 paí ses importadores
H ISTÓ RICO DE MERCADO A Alhambra foi fundada em 1965 e iniciou suas atividades em uma pequena luthieria da cidade de Muro de Alcoy, na regiã o de Valencia, leste da Espanha. Desde entã o, o estilo de fabricaç ã o artesanal, aliado a té cnicas modernas de trabalho com a madeira, tornou-se uma forte caracterí stica da marca. Entre os destaques da Alhambra está a linha de violõ es clá ssico e flamenco. Na Amé rica Latina, a empresa espanhola tem representantes na Argentina, Chile, Colô mbia, Uruguai e Guatemala. Exporta també m para mais de 40 paí ses. As naç õ es europé ias sã o suas principais compradoras, a exemplo da Franç a, Bé lgica, Noruega, Sué cia e Alemanha. Possui ainda um escritó rio pró prio nos Estados Unidos, na cidade de Asheville ( estado da Carolina do Norte) . DIRETORES DA EMPRESA apostam nos produtos com preç o competitivo e alta qualidade
QUANDO PROFISSIO
Quem chega ao novo prédio da Condortech,em Brasília,empresa remanescente da antiga W ashburn do Brasil,se impressiona com o acabamento e a estrutura do local, principalmente aqueles que conheciam a antiga sede. É nesse ambiente que Carlos Cesar Medeiros,presidente da empresa, começou uma nova jornada na Condortech,importadora que engloba as marcas premium internacionais T ay lor, P R S , F odera e K urzw eil, além da marca própria Condor,conhecida por seus contrabaixos,guitarras e acessórios.
D e personalidade forte e fala macia, notam-se em Carlos Cesar duas características bem distintas. Uma é o importador,agressivo nos negócios e exigente com seus colaboradores,capaz de convocar uma reunião rápida com oito funcionários para saber quem deixou a porta do estoque aberta num local perigoso. Outra é o româ ntico, um ex-luthier de instrumentos de sopro que descobriu prazer em redesenhar e inventar modelos de violõ es, guitarras e contrabaixos. MUDAR PARA SOBREVIVER
D esde o início de 2 0 0 5 vem sendo preparada pela diretoria uma mudança no sistema administrativo e de estoque que viabilize maior controle.A difícil tarefa não é exclusiva da Condor.O setor de áudio e instrumentos musicais agora passa pelo ‘ pente fino’ da profissionalização.
Marcada pela euforia da entrada das marcas estrangeiras,a década de 1 9 9 0 não trouxe de imediato a necessidade do refinamento da administração.A demanda era tanta que escondia qualquer falha administrativa,o que não continuou ocorrendo no competitivo mercado após a valorização do real,em 1 9 9 9 .
Eliminar processos antigos é,sim,complexo e quase sempre exige o auxílio de profissionais externos à empresa.A Condor contratou a consultora carioca Y ole S cofano para essa missão.“Ela trouxe uma nova consciência em relação ao trabalho realizado, gerenciamento, recursos humanos,vendas,etc.”,diz D aniela Medeiros, diretora administrativa.
As mudanças chegaram a ponto de trocar parte dos funcionários que não se adaptaram ao novo sistema de gerenciamento.“P assamos a ter controle dos processos básicos até o financeiro. H oje eles trabalham por meio de um sistema integrado”, explica a diretora.A mudança também incluiu uma reforma nos departamentos mais suscetíveis a problemas, como assistência técnica,estoque e expedição.“A assistência técnica não era tão direcionada. Entendemos que a pessoa que compra deve receber um produto sem defeito e, se ele chegar a ter, deve ser atendido
5 DESAFIOS DA CONDOR
Veja abaixo as metas da empresa ainda para este ano
1 . SERVIR MELH OR Melhorar o atendimento ao cliente, sej a interno ou por meio de representantes. 2 . LOGÍ STICA DE IMPORTAÇ Ã O Equalizar a demanda com a importaç ã o. 3 . MÃ O- DE- OBRA Adequar os profissionais aos novos conceitos da empresa. 4 . MARK ETING EFICAZ Desenvolver um novo posicionamento da empresa que reflita a mudanç a da Condor. 5 . EX PEDIÇ Ã O Manter a mé dia de 48 horas para a saí da dos pedidos.
Rompendo o paradigma, a Condortech muda a cultura da empresa e inicia nova fase Fonte: empresa
O presidente CARLOS CÉ ZAR MEDEIROS e o gerente de marketing GUSTAVO PEDROSA: pente-fino rigoroso no controle de qualidade dos instrumentos
O NALIZAR FAZ BEM
Da esquerda para a direita, o time de luthiers da Condor: ELVIS, TOINHO, ALBERTO, CARLÃ O, DOMINGUINHOS, EDD BAÚ , RENILSON E ELVIZINHO
prontamente”,explica R icardo G arcia,responsável pela área. P or mais óbvio que possa parecer,a teoria é diferente da prática. G arcia sabe disso e está atento a esses aspectos: “T ivemos de mudar até a visão dos fabricantes,como a K urzw eil,sobre o mercado brasileiro.Nos Estados Unidos e na Europa,se o teclado quebrou eles nem consertam.Aqui o pessoal fica 1 5 anos com um teclado.É diferente”,explica.
A empresa atua hoje com dez funcionários para revisar o instrumento antes de sair para as lojas.“É mais vantajoso para a empresa e para os clientes”, comenta D aniela Medeiros. O cuidado não é encarado pela empresa como custo,pelo contrário, cuidados como este economizam frete,
DANIELA MEDEIROS diretora administrativa da Condortech
reenvio de novos produtos e principalmente a administração da imagem negativa para a marca. R icardo G arcia comemora os atuais 2 % de retorno contra os 1 0 % anteriores ao processo aplicado.
ADMINISTRAÇ Ã O
“Antes levávamos de uma a duas semanas para liberar uma mercadoria.”Afirmaçõ es como esta,dita por um funcionário que preferiu não se identificar, mostram o quanto a empresa necessitava de uma reforma interna. Outro problema era a visão negativa que o mercado ainda tinha da empresa, em parte alimentada por competidores.
P rodutos de feira, por exemplo, eram liberados um mês depois.“H oje reduzimos drasticamente esse prazo”, explica. É verdade que a revisão de processos e controle trouxe confiança para a parte gerencial da Condor.Alguns cuidados elementares,como códigos de barras e um estoque organizado, também geraram agilidade, muito
O QUE MUDOU NA CONDORTECH
10 FUNCIONÁ RIOS para revisã o dos instrumentos ASSISTÊ NCIA TÉ CNICA só para Kurzweil NOVO GERENTE comercial e de marketing SEGMENTAÇ Ã O das á reas MAIS AGILIDADE na expediç ã o
diferente do antiquado sistema manual adotado anteriormente.A informatização expôs a empresa a situaçõ es antes não reparadas de forma tão profunda, como a curva ABC de produtos,a análise de venda dos representantes,o índice de satisfação e soluçõ es mais rápidas aos problemas.No papel do responsável pelas análises dos dados de venda está o novo gerente comercial da empresa, D jalma S ant’ anna,ex-colaborador que retornou ao negócio em junho de 2 0 0 6 . S ua incumbência é criar novas oportunidades de negócios e reativar áreas que não tinham visibilidade.