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Live! Shows, projetos e novidades do universo do sopro
from Sax & Metais #2
LIVE! Aqui você confere a agenda de shows e encontros de músicos em todo o Brasil e fi ca antenado com as novidades do mundo do sopro
Big Time Orchestra: música, performance e diversão SoundScape: tradição do jazz Big bands resgatam época de ouro do swing
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Abig band de Curitiba (PR), vem se destacando no cenário instrumental brasileiro ao tocar o chamado neoswing ou retro-swing, uma releitura do velho e bom swing das big bands dos áureos anos 1930 e 1940. Desde o final dos anos 1980, surgiram, nos EUA e Europa, várias bandas e orquestras resgatando o swing com novos arranjos. “Pesquisamos muito, ouvimos, tiramos e tocamos centenas de CDs de inúmeras bandas. Em 2001, criamos a Soulution Orchestra, que deu certo, mas sentimos que precisávamos de algo mais, promover mudanças na própria concepção da banda. Então nasceu o projeto Big Time Orchestra, no fim do ano passado”, explica Márcio Rangel, que toca sax tenor, soprano, alto, barítono e clarinete. A banda estendeu seu repertório aos
hits das décadas de 1950 e 1960. “Misturamos o neo-swing ao rock, blues, soul, R&B, com uma nova roupagem. Queremos divertir o público com músicas envolventes, conhecidas ou não. Aliamos a parte técnica e musical a um visual instigante, que chama a atenção pelo cuidado com a indumentária e as performances”, diz. A Big Time usa e abusa das coreografi as, nos moldes das antigas orquestras de swing de Glenn Miller e da Chick Webb Orchestra. Além de Rangel (sax tenor), o naipe da banda é composto por mais seis metais divididos da seguinte forma: Karl Rogers e Oscar Costa (trompetes), Raule Alves e Jiraya (trombones), Everson Martins (sax alto), Jerônimo Bello (sax barítono, fl auta e clarinete). O primeiro CD de inéditas da Big Time Orchestra deve sair no primeiro semestre de 2007.
Os fundadores: Galante, Souza e Bobby Wyatt
Toda segunda-feira, às 22h, a SoundScape Big Band se apresenta no Blen Blen Club, em São Paulo (Rua Inácio Pereira da Rocha, 520, (11) 3815-4999). A banda apresenta um repertório de nove músicas, em 1h15 de show. “O bacana é que vamos revezando os estilos, dentro do que nos propomos a tocar”, destaca Galante. Resgatando o jazz tradicional, a SoundScape conta com a formação-padrão das big bands: cinco saxofonistas, quatro trompetistas (entre eles, Daniel D’Alcântara), quatro trombonistas (incluindo o maestro Toddy Murphy) mais a famosa cozinha – piano, baixo, bateria e guitarra. Aproveitando o sucesso nas noites de segunda, a banda, fundada por Galante, em parceria com o saxofonista Maurício de Souza e o baterista e arranjador norteamericano Bobby Wyatt, programa o lançamento de seu novo CD. Intitulado Uncle Charles, o disco é uma homenagem a um de seus mais célebres integrantes, o saxofonista e fl autista Carlos Alberto Alcântara. “Ele é o mais velho do grupo e criou uma geração de músicos. Entre as faixas do disco, com infl uência de nomes como Wayne Shorter e Duke Ellington, a faixa-título é Goodbye Mingus, ambas com arranjos de Toddy Murphy; Byrdlike, com arranjos de Maurício de Souza e Dolphin Dance, com arranjos de Alexandre Nihanovic.
A banda marcial do São João, uma das mais tradicionais do Rio Grande do Sul, tem como destaque a orquestra de metais, grupo que apresenta clássicos da música popular internacional, formada por naipes de bombardinos tenores, seção de trombones e seção de trompetes, com arranjos para três e quatro partes. No apoio harmônico, o baixo souzafone e o melofone. Completam a formação a bateria e
Considerada uma das melhores corporações musicais do Brasil, a banda marcial do colégio Liceu Noroeste, de Bauru, SP, realizou, em maio, uma apresentação especial para homenagear o astronauta Marcos Pontes, natural da cidade do centro-oeste paulista. Na ocasião, a banda executou pela primeira vez a música Nave Soyuz, no Teatro Municipal de Bauru, composta para Pontes. O grupo é composto por 75 alunos, entre 10 e 20 anos.
Superdicas
Planeta Bandas reformulado
Criado em outubro de 1998, o site BandCenter passou a se chamar PlanetaBandas (www.planetabandas.com.br). Em sete anos na rede, o endereço já chegou a marca de 3 milhões de visitantes. É um portal dirigido às bandas e fanfarras de todo o País, com cobertura de eventos, interação entre as comunidades, vendas de produtos e troca de informações. Visitantes registrados podem ainda fazer download de partituras.
Música para o astronauta brasileiro
a percussão auxiliar. É composta, no total, por 60 integrantes e o instrumental conta ainda com bombos, taróis, surdos, pratos e liras. O site do grupo é www.bandasaojoao.com.br.
1. Se seu instrumento quebrou, não se preocupe: pequenos ajustes podem ser feitos em minutos, como reconduzir uma mola de saxofone ao lugar correto. Polimentos e reparos em fl autas e saxofones podem levar entre uma e três horas. Ensapatilhamentos completos, incluindo reforma do corpo, podem levar dias. 2. Flautas e oboés, por serem instrumentos agudos, apresentam mecanismos sensíveis e cheios de regulagens. Fatores como afi nação, uniformidade do timbre por toda a escala, altura das chaves e vedação total são extremamente importantes nesses instrumentos. 3. Fagotes exigem mais trabalho e atenção na madeira e na vedação: o mecanismo é grande, mas os orifícios e as sapatilhas são delicados. 4. Os serviços mais comuns são soldas em instrumentos de metal, reposição de sapatilhas, polimentos e tirar amassados. Ensapatilhamento de clarinetes e saxofones também são corriqueiros. 5. Sempre que o instrumento oferecer condições, prefi ra a revisão e o ajuste, que têm menor custo e são mais rápidos de executar. 6. Muitos instrumentos podem ser recuperados em sua aparência sem precisar refazer o acabamento original de fábrica. Isso é mais interessante do ponto de vista técnico do que estético. Fonte: Ofi cina Plander 6 coisas que você deve saber sobre MANUTENÇÃO
Quinteto Villa-Lobos: na estrada com novo CD
Otradicional quinteto de sopros carioca está com a agenda cheia desde o recente lançamento do CD Um Sopro Novo, projeto que traz uma série de músicos considerados revelações da música instrumental brasileira, como o Sexteto Tim Riscala para piano e sopros. “É um apanhado de obras que foram tocadas nas Bienais de Música Contemporânea Brasileira”, conta Aloysio Fagerlande, fagotista do quinteto, que traz ainda Antônio Carrasqueira (flauta), Paulo Sérgio (clarinete), Philip Doyle (trompa) e Luis Carlos Justi (oboé). Ele conta que os instrumentos de sopro andam cada vez mais populares. “Flauta e clarinete ainda são mais conhecidos, mas é bom ver esse crescimento dos metais”, comenta o instrumentista. Vale comentar, a título de curiosidade, que o fagote (que oferece uma sonoridade mais grave) e o oboé fazem parte da família de sopros de palhetas duplas, enquanto o sax, por exemplo, é das palhetas simples. O quinteto também esteve a todo vapor em maio, apresentando oito concertos em escolas municipais do Rio de Janeiro, com o apoio da Funarte e da Petrobras. Durante o mês de junho, o Villa-Lobos passará por algumas cidades do interior paulista, como Itapira e Araraquara, e segue para o Rio Grande do Sul, onde se apresentará em Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Para completar, em julho, o quinteto grava participação especial no novo trabalho de Antônio Nóbrega.
Apontado como um dos melhores festivais do gênero no País, o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival chega à quarta edição, de 14 a 18 de junho. Será uma seleção dos melhores instrumentistas e intérpretes da atualidade, que se apresentarão nos palcos montados na Cidade do Jazz & Blues. A programação de shows traz músicos internacionais como o saxofonista James Carter, o trompetista Wallace Roney, o gaitista Charlie Musselwhite, o grupo T. S.
Monk e grandes nomes do jazz nacional, como a Banda Mantiqueira, o saxofonista Léo Gandelman, e ainda do blues brasileiro, representado por Prado Blues Band e Fernando Noronha & Black Soul. Este ano, a novidade fica por conta da Dixie Square Jazz Band, que percorrerá os principais pontos da cidade fluminense, executando standards do jazz de New Orleans. Outra atração é a Casa do Jazz & Blues, uma exposição de fotos e biografias dos artistas mais importan
tes do jazz e do blues, com exibição de documentários sobre música. A infra-estrutura do festival contará, além do palco principal, com uma praça de alimentação com restaurantes, um telão que transmitirá os shows ao vivo e um ponto-de-venda de CDs, revistas e camisetas. Serão cinco dias de shows gratuitos, com apresentações às 14 horas (Lagoa de Iriry), 17 horas (Tartaruga) e 20 horas (Costazul). Para mais informações acesse www.riodasostrasjazzeblues.com.
Wallace Roney: Ás do trompete
O gaitista Charles Musselwhite James Carter: sax em grande estilo
Silvério Pontes e Zé da Velha tocam Pixinguinha
Assim como Pixinguinha e Benedicto Lacerda formaram, na década de 1940, a maior dupla que o choro já teve, o trompetista Silvério Pontes e o trombonista Zé da Velha dão continuidade ao legado. O novo disco da dupla, Só Pixinguinha (Biscoito Fino) reúne 12 temas de Alfredo da Rocha Vianna Filho, entre clássicos e redescobertas em versões que flertam com o samba, o maxixe e a gafieira, sem abandonar a essência do choro. O lançamento oficial aconteceu em maio, na Modern Sound (Rua Barata Ribeiro, 502D, Copacabana, Rio de Janeiro, (21) 2548-5005), reduto carioca de shows de grandes instrumentistas. Entre os destaques, na abertura do CD o maxixe Já te digo, além de clássicos como Carinhoso (aqui sem a letra de João de Barro), Chorei, Ingênuo, Desprezado, Ainda me Recordo, Diplomata e Trombone Atrevido, entre outros. O disco, que contou com alguns arranjos de Henrique Cazes, tem um time de músicos de respeito: Humberto Araújo (sax tenor), Alessandro Cardozo (cavaquinho) Cristóvão Bastos (piano), Joel Nascimento (bandolim), Paulo Sérgio Santos (clarinete) e Maionese (flautim), entre outros.
O polivalente Manito
Com o retorno do grupo Ultraje a Rigor ao topo das paradas em 2005 com suas novas versões acústicas, abriu-se uma oportunidade e tanto para um outro músico – já tarimbado e conhecido pelas participações nos grupos Os Incríveis, Camisa de Vênus e acompanhando a cantora Rita Lee (entre outros de um currículo imenso) – voltar aos holofotes. Nascido na Espanha, aos 8 anos o multiinstrumentista Manito veio para o Brasil e fez seu nome na música nacional. Aproveitou o convite do vocalista e guitarrista do Ultraje, Roger Moreira, para mostrar que está em ótima forma e que os arranjos de sopro dão um tempero especial ao rock.
Sax & Metais - O que você estava fazendo antes de gravar o Acústico com o Ultraje a Rigor?
Manito - Estava meio free lancer, fazendo turnê na Espanha e gravando com outros artistas, quando surgiu o convite do Roger. Adorei, gosto muito de trabalhar com o público jovem, tem a ver comigo, até porque essa coisa de Jovem Guarda me marcou muito. Eu ia apenas gravar o DVD e o especial, a princípio. Mas acabei acompanhando a banda nas turnês pelo Brasil e voltei à atividade com o grande público, o que tem sido muito gratifi cante.
S&M - Foi difícil introduzir arranjos de sopro em clássicos do rock dos anos 1980?
Manito - Tive de estudar as músicas, em algumas realmente não cabia o sopro. Mas há exemplos de um encaixe perfeito, como em Ciúme. Coloquei sax barítono para reforçar o contrabaixo e deixar o som forte. Na parte lenta, fiz com bongô, para parecer um bolero latino. Outra música que deu certo foi Nós vamos invadir sua praia. Ali foi introduzida uma grande orquestra, e o barítono ofereceu um som diferente. Fui definindo entre sax e flauta no decorrer dos ensaios. Levei vários instrumentos para o estúdio e, junto com a banda, pensávamos nos melhores encaixes de som.
S&M - Como era o clima nas gravações?
Manito - Era ótimo, porque eu já conhecia o Roger, toquei muito sax com ele na Fabulosa Orquestra de Rock, além do Ricardinho (violão). O próprio Roger tinha muito bem idealizada a proposta do acústico, onde colocar vocais e cada instrumento. Entrei com o sopro para dar um tempero fi - nal, e foi muito bom, porque se enquadrou superbem com equipamentos modernos. O sotaque do sax nas músicas deu um ar de orquestra, e as pessoas têm gostado.
Como le Gusta, que foi um show à parte e muito aplaudido pelo público. “É muito bacana participar desse tipo de festa e ver a preocupação da empresa com seus artistas”, comentou Hori quando recebeu o prêmio. O instrumentista utiliza saxofones Yamaha barítono, tenor, alto e soprano, além de fl auta em Sol, Dó e piccolo. Também marcaram presença o saxofonista Derico, com seu bom humor típico animando a platéia, e o consagrado trompetista Walmir Gil, um dos melhores músicos brasileiros da atualidade.
Yamaha homenageia seus músicos
No fim de abril, a Yamaha Musical do Brasil promoveu uma grande festa no Tom Jazz, em São Paulo, para homenagear seus músicos patrocinados. Todos os artistas que fazem parte do casting da Yamaha foram premiados e alguns receberam homenagens especiais, caso de Frejat, Zeca Baleiro e Zélia Duncan, que não pôde comparecer por questões de agenda. Os instrumentistas também foram agraciados com prêmios, com destaque para o saxofonista Hugo Hori, do Funk
S&M - Quais são suas dicas para quem está começando?
Manito - Em primeiro lugar, é preciso ser muito dedicado, estudar harmonia, escala e notas longas, e perceber a música cada vez mais. Depois, ter postura na hora de soprar é algo muito signifi cativo para obter uma boa sonoridade. Se o músico toca torto, o ar sai errado e interfere na afi nação. É interessante também aprender um outro instrumento de harmonia, como violão ou teclado, para ajudar nas partes técnica e teórica.
Tenor Michael By Ivan Meyer
“O primeiro sax que adquiri foi um Tenor Michael customizado pelo mestre Ivan Meyer, comprei há um ano. Escolhi esse modelo pelo diferencial da customização e também pela condição de pagamento. Além disso, não tinha possibilidade de comprar um sax top de linha, inclusive pelo pouco conhecimento que possuía.” Danilo Araújo Diniz, estudante de música de Monte Castelo, MG
Weril Spectra A971
“Comprei esse sax em 2001 e, apesar de já ter saído de linha, é um modelo adequado para o público iniciante. Possui ótimo timbre, mas a afinação não é muito precisa. Outro incômodo é em relação à altura do apoio do polegar da mão direita: apesar de regulável, ficaria melhor se a curvatura do apoio estivesse mais abaixo, o que não acontece com as regulagens originais proporcionadas. O acabamento laqueado em 24 K é muito bom. O posicionamento das chaves está bem equilibrado, oferecendo comodidade e agilidade ao instrumentista.” Rogério Gomes da Silva, músico e professor de Araçatuba, SP
Flauta doce RMV
“Meu primeiro instrumento foi uma fl auta doce RMV, eu tinha uns 10 anos. Graças a ela comecei a estudar música e guardo-a até hoje. Uso de vez em quando para brincar e compor algo.” Márcio Rangel, saxofonista de Curitiba, PR
Eu recomendo...
Gaita Lee Oskar
“Gosto desse modelo pela ótima durabilidade. Algumas de minhas gaitas têm mais de 5 anos e precisei, no máximo, fazer um pequeno ajuste na afi nação devido ao desgaste natural do metal. O timbre dela me agrada bastante, principalmente nos tons mais agudos, de Dó a Fá, vibrante e com resposta rápida e precisa nos bends. Nos tons graves, de Sol a Si, o som é um pouco abafado, sem brilho. Uma dica para as Lee Oskar é não forçar demais nos bends, principalmente do orifício 3, que soa um som esguio, ardido. O preço, no Brasil, é alto em relação aos concorrentes, mas vale pelo custo-benefício.” Alex Dupas usa há 8 anos gaitas Tombo modelo Lee Oskar afi nação maior
• A Orquestra Sinfônica Jovem Tom Jobim completa 5 anos e seu regente, o maestro e saxofonista Roberto Sion, passou os últimos meses coordenando as gravações do primeiro CD da orquestra. O lançamento está previsto para o segundo semestre e, no repertório, estarão canções de Tom Jobim, Edu Lobo, Francis Hyme e Dorival Caymmi.
• O saxofonista Paulo Oliveira, que toca com o Zarabatana, deve finalizar a produção de seu primeiro CD-solo, em fase de masterização, até o fim de junho. O disco vai enfatizar a utilização do sintetizador de sopro (wind-synth), recurso que Oliveira estuda e usa desde 1989. • O flautista e saxofonista Zé Carlos Bigorna, do Gente Fina e Outras Coisas, está a pleno vapor, apresentando um show com o tradicional repertório que vai do jazz à bossa.
• O trombonista Paulo Williams tocou com Marvio Ciribelli durante o Montreux Jazz Festival, na Suíça. A apresentação foi registrada no novo disco do pianista e compositor, Ao Vivo com Aditivo. A festa de lançamento, no Rio de Janeiro, em maio, contou com as participações especiais do saxofonista Tino Jr. e do trompetista Silvério Pontes.
• O flautista David Ganc mergulhou no universo de Tom Jobim e preparou refinados arranjos para o Quarteto Guerra-Peixe. O resultado é o CD David Ganc e Quarteto Guerra-Peixe Interpretam Tom Jobim, que vem sendo divulgado em turnê pelo País. • Bocato, um dos maiores trombonistas do País, está na estrada, com a agenda cheia. Em maio, passou pelo interior de SP e deve viajar pelo Brasil mostrando o novo trabalho, em parceria com a flautista Léa Freire.
trumpetstuff.com
O site (em inglês) traz a biografi a dos principais trompetistas internacionais.