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Um dos mais comentados músicos do Brasil, Ivan Meyer distribui conhecimento musical e dinamismo na internet
from Sax & Metais #2
1 2 3 4 5 CINCO MINUTOS COM: IVAN MEYER FOTOS: DIVULGAÇÃO IVAN MEYERFábrica de idéias
FÁBRICA DE IDÉIAS Ivan Meyer
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O instrumentista e empresário é um dos músicos mais comentados do segmento no Brasil. Muito atuante na internet, ele distribui pela rede seu amplo conhecimento e ganha um número cada vez maior de admiradores.
Ampliar o acesso à informação musical é o grande objetivo do multiinstrumentista e empresário Ivan Meyer. Dono de um currículo extenso, tem curso técnico em fl auta, pelo Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre, MG, em 1983. Também cursou violoncelo nos três anos seguintes, mas decidiu ir para a Europa em 1986 (França, Espanha e Portugal), onde estudou e trabalhou por cinco anos. Na Europa, estudou jazz com Antonio Molto (sax) e Javier Castaneda (improvisação), na Espanha; e com Santi (harmonia), nas Ilhas Canárias. Também trabalhou com várias bandas de jazz e rock e orquestras de baile nesses países e foi professor no tradicional conservatório paulistano Souza Lima. Em 2001, iniciou uma inteligente estratégia de popularização do sax, ao lançar as boquilhas de metal que levam seu nome e uma série de videoaulas, desenvolvidas por ele mesmo. Entre outros destaques, foi o primeiro endorsee da Júpiter no Brasil. Atualmente, cursa bacharelado em oboé com Carlos Justis, no Rio de Janeiro. IM - É muito triste dizer isso, mas o que falta é o próprio ensino regular de música. Já não é fácil encontrar escolas que tenham aula de música e, ainda assim, na maioria das vezes, as crianças fi cam olhando aquelas bolinhas penduradas num varal de cinco cordas, acompanhadas de nomes esquisitos, como fusa, semifusa, bequadro, bemol, semibreve, etc., sem saber, na prática, o que são. Música não é só teoria. Música é cantar ou tocar um instrumento. A teoria serve apenas para auxiliar e aperfeiçoar o desenvolvimento dessa atividade. Devolvam a música para as escolas e terão pessoas, cidadãos melhores. Tenho certeza, porque música é celebração, música é compartilhar, música é sentimento... Veja nossa comunidade do Explicasax e compare com tantas outras.
S&M - Os preços dos instrumentos não fazem os potenciais alunos ou bandas recuarem?
IM - Até com fl autinhas de R$ 1,99 e instrumentos de percussão feitos do que chamam nas escolas de ‘sucata’, dá para fazer e ensinar música. Temos de dividir todo o nosso conhecimento, cada um à sua maneira. É claro que há um enorme potencial a ser explorado! O povo brasileiro é carac
terizado por essa maravilhosa miscigenação de culturas e de raças. Imagine a capacidade criativa que tem o nosso povo! Felizmente, temos excelentes conservatórios musicais, mas não espalhados pelo Brasil, como deveria ser. Aqui se formam músicos, mas não se dá a eles a opção de trabalhar, ou seja, não se criam campos de trabalho. A música deveria ser ensinada em todas as escolas do Brasil, aumentando a oferta de empregos aos nossos músicos e novas bandas surgiriam.
S&M - Seus produtos são bastante respeitados em todo o País. Como são produzidos para obter esse resultado?
IM - A resposta é muito simples. É de saxofonista para saxofonista, ou seja, as boquilhas são feitas por alguém que entende o que eles querem, que tem experiência nisso. São fabricadas sob medida, de acordo com uma série de perguntas, cujas respostas me permitem traçar o perfi l da boquilha juntamente com meus clientes. Depois, faço a boquilha ter a sonoridade desejada. Sei o que o músico quer tendo a minha experiência como saxofonista para ser o piloto de provas, pois tenho a vivência necessária para saber o que está acontecendo com a boquilha a ser submetida a diversas situações sonoras em que é exigida, levando em consideração o gosto pessoal do cliente. Por isso, cada boquilha que fabrico é única. Meus produtos são produzidos de forma artesanal, um a um, em minha ofi cina em Pouso Alegre (MG). Não tenho linha de montagem nem representantes.
FORÇA NA INTERNET
Um dos destaques na carreira do multiinstrumentista Ivan Meyer (toca sax, oboé, flauta e cello) é que ele soube construir uma imagem forte e participativa no mercado, graças a ações significativas utilizando a Internet como maior aliada: • O fórum do Explicasax (www.explicasax. com.br) – com 10 mil instrumentistas cadastrados – é o único que sorteia, todo mês, um sax e uma boquilha de metal aos seus usuários. Já são mais de 480 milhões de acessos em cinco anos e uma média de 1.500 visitas/dia. • Em conjunto com o fórum e o site, o músico gerencia um portal de venda de instrumentos, a loja Soprasax (www. soprasax.com.br), em que disponibiliza toda a sua linha de produtos. • É o músico mais atuante da Internet: possui várias comunidades no Orkut e está sempre presente, enviando mensagens e respondendo a dúvidas dos estudantes em geral. • Na escola on-line gratuita, os alunos encontram salas para desenvolver a leitura, improvisação, repertório e técnica, entre outros tópicos, utilizando ferramentas criadas pela equipe de webmasters de Ivan Meyer.
S&M - Com tudo isso que já conseguiu, como empresário e músico, ainda há o que conquistar?
IM - Sim, certamente há muito a fazer e a conquistar! Ninguém pode se dar por satisfeito, se não, morrem seus sonhos. Tenho vários projetos para os próximos 40 anos! Um deles já aconteceu, que foi a criação da Escola On-line gratuita e que está ajudando muitos saxofonistas. Quero agora montar um selo especializado em sax para lançar novos talentos no mercado, pois o Brasil é um celeiro de bons saxofonistas que não encontram apoio para seus projetos.
S&M - Qual será a participação do portal nesse projeto?
IM - O Explicasax vai apadrinhar esses saxofonistas produzindo seus trabalhos em nosso estúdio e dando ao saxofonista uma matriz. Assim, ele poderá ter algo para mostrar, pois a maior difi culdade dos saxofonistas é a produção do trabalho, depois a divulgação. Nossa comunidade no fórum é muito eclética nos gostos musicais e haja sax neste Brasil querendo gravar seu trabalho! Com esse projeto, encontrarão, no Explicasax, um apoio
SETUP DE IVAN MEYER
• Boquilhas: fabricação própria • Saxofones Yamaha • 2 oboés Marigaux • Violoncello, sax sintetizado, clarinete, flautas, teclados diversos: “Tenho muitos equipamentos no meu estúdio de gravação e uma banda de baile, com mesas de potências, caixas, microfones, etc”. • Efeitos: “Uso o reverb e, algumas vezes, chorus, digital pitch Shifer e oitavadores. Uma pedaleira de guitarra funciona bem no sax, basta saber escolher o efeito de acordo com o estilo.”
para a sua carreira-solo, ajudando desde a produção até a divulgação.
S&M - Como são feitas as videoaulas?
IM - O processo não tem mistério, nem roteiro, na verdade, pois meus anos de magistério e a experiência em ministrar workshops e palestras me transformam num orador nato (risos). Eu só escolho o assunto, alguém aperta o botão de gravar e a videoaula acontece. Para isso, montei um estúdio, assim eu mesmo edito minhas videoaulas, já que a primeira fi z em um estúdio alugado e senti falta de ter recursos didáticos. A partir do volume 4, passei a fazer tudo e pude, por exemplo, fi lmar em uma fazenda e mostrar como funciona o diafragma, tendo como coadjuvante uma vaca (risos), bem como ao ensinar a propagação da onda, ter um coro de seriemas a disputar terreiro comigo! O segredo é que eu falo do jeito que os alunos entendem e uso recursos para isso.
Walmir Gil
O trompete versátil do ‘Nego Véio’
Walmir Gil é um dos trompetistas mais requisitados atualmente e já gravou com cantores como Caetano Veloso,
Gal Gosta e músicos como o pianista César
Camargo Mariano
Foto: Maria Stela Martins
CAPA
Por Regina Valente
Com o amigo Nailor Azevedo, o Proveta, fundou a elogiadíssima banda Mantiqueira. Tocou por muitos anos com o cantor Djavan e já esteve ao lado de grandes nomes da música brasileira. Recentemente, lançou seu primeiro CD-solo. “Foi por acaso”, brinca ele. Dono de uma trajetória sólida, Walmir Gil é um dos mais renomados instrumentistas brasileiros.
SETUP DE WALMIR GIL
Instrumentos
• Trompete Yamaha Xeno (foto acima) • Flugelhorn Yamaha 0635H - modelo
Bobby Shew Efeitos: “Não uso, prefiro o som acústico. Na gravação, o tecladista Dino Vicente, com quem toquei, utilizou delay, chorus e harmonize”. A música sempre esteve presente na vida do trompetista. Ele conviveu com estímulos musicais muito fortes, já que o avô, Sebastião Gil, era regente de bandas civis e militares e regia um grupo chamado Lira Musical Pedro Salgado. “Eu o acompanhei desde os 5 anos. Como sempre lidou com a música, mesmo depois de se aposentar da carreira militar, passou a dar aula de música em casa”, conta o trompetista. Ainda criança, ele sabia que a música estava no seu caminho. Algum tempo depois, aos 6 anos, Gil desafi ou o avô: “Eu sei fazer esta lição”, apontando para a trompa. “Ele falou para eu ir brincar com outras crianças, mas insisti, até ele deixar. Fui bem claro com ele: ‘Se eu não conseguir ler a partitura, nunca mais falo disso’”, conta o músico. Instigado pela curiosidade, o avô deixou. E qual não foi a surpresa quando Gil dedilhou bem o instrumento. “Aprendi de tanto ouvir e prestar atenção durante as aulas de leitura e teoria musical lá em casa”, justifi ca. Já aos 13 anos, integrou a Banda Mirim de Rudge Ramos, no ABC paulista. Mudou-se para Santos e, depois, para São Paulo, quando passou a ser requisitado para integrar grupos com profi ssionais tarimbados, como o Maestro Branco, que animava as noitadas do saudoso Ópera Cabaré. Quando fez parte da banda do 150 Night Club do hotel Maksoud Plaza, na capital paulista, pôde acompanhar nomes respeitáveis da música como Benny Carter, Anita O’Day, Paquito D’Rivera, entre outros. Para completar o currículo, dos músicos brasileiros, tocou com César Camargo Mariano, Fafá de Belém, Caetano Veloso, Djavan (a quem acompanhou em turnês), Gal Costa, Cauby Peixoto e Rosa Passos, uma lista enorme que comprova que Gil nasceu mesmo para o trompete. A história de Gil com esse instrumento tem fortes infl uências familiares, já que ele vem de um clã musical, com parentes que até se tornaram virtuosos, segundo ele, mas não dedicaram suas carreiras integralmente à música. Seguindo a linhagem do DNA musical, dos seis fi lhos de Gil – também conhecido como Nego Véio –, um deles, o primogênito William Gil ‘Zulu’, está terminando seu primeiro CD, em que o pai participa; outro, Rafael, estudou guitarra, mas agora se dedica à faculdade de engenharia da computação. “Acaba sobrando pouco tempo para a música”, diz o pai Gil, que nunca forçou os fi lhos a seguirem a mesma carreira. “Só exijo que eles estudem, porque em qualquer área é preciso. Sempre os deixei livres, como meu pai e meu avô fi zeram.” Músico com diploma
Depois de muito tempo de estrada, Gil resolveu estudar música de forma acadêmica. Apesar de tanta experiência, sentia falta de um conhecimento teórico, até para se preparar para passar adiante sua técnica aos mais jovens. Formou-se pelo Mozarteum Certamente, um dos fatos que impulsionou a carreira de Gil, especialmente em exposição na mídia, foi a formação da Banda Mantiqueira, em 1991. Ao lado do colega clarinetista, saxofonista, arranjador e compositor Nailor Azevedo, o Proveta, iniciaram um trabalho ousado e difícil para o cenário musical brasileiro: uma banda só com versões instrumentais de músicas já conhecidas. A banda ganhou o respeito do público e da crítica, e foi até indicada ao Grammy em 1998, pelo CD Aldeia.
Dos discos da banda (Aldeia, de 1996, Bixiga, de 2000, ambos lançados pelo selo Pau Brasil, além de dois CDs gravados com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, com quem se apresentaram inúmeras vezes, Gil conta que cada um tem BANDA MANTIQUEIRA: REFERÊNCIA NACIONAL duas músicas autorais, dos compositores e arranjadores da banda, Proveta e Edson, e as outras faixas são interpretações de outros artistas. Esta é, na verdade, uma filosofia dos integrantes em relação às gravações da Mantiqueira. “Lançar uma música nova é uma ação de risco, pois você está colocando no mercado algo que ninguém conhece, nunca ouviu. Por outro lado, para a banda crescer, essas regravações foram importantes, mostrando a nossa leitura das músicas. Gostamos de tocar Pixinguinha, Tom Jobim, Dorival Caymmi, João Bosco, são artistas que admiramos. É bacana ter versões instrumentais como uma big band. Acaba se tornando, de certo modo, uma referência e valoriza o trabalho dos músicos, como também do artista e compositor.” Paulista e tentou vaga de mestrado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), em meados dos anos 1980. O diretor da escola chegou a elogiar o desempenho do trompetista na prova, e o nível de familiaridade com o instrumento. “Havia alguns cursos na época, mas curiosamente, nenhum de música popular brasileira, o que eu gostaria de fazer”, diz o músico. “Tentei na USP e, quando o diretor me perguntou sobre qual tema eu gostaria de defender tese, respondi: ‘O trompete na música popular brasileira’. Ele logo negou. Acabei não fazendo, mas hoje existem universidades com a cadeira música popular brasileira”, lembra Gil, que sempre teve uma forte veia de professor: ministra freqüentemente ofi cinas de música em festivais e escolas. “Com a Internet, há escolas fazendo intercâmbio com grandes faculdades e a turma jovem aprende muito mais rápido, porque tem mais conhecimento à disposição.” Mas ele avisa: “É só na prática que vamos pegando os macetes, conhecendo a rotina”. Comparado à Europa e aos Estados Unidos, o Brasil está engatinhando, mas Gil é otimista. “No meu tempo, não havia escolas como se tem hoje, com salas de concerto, de canto, de prática. Lá fora, isso é comum. Recentemente, estive nos EUA para fazer um curso com William Adam, um grande trompetista norte-americano. O próprio Adam me indicou a universidade de Indiana para praticar. Fiquei realmente bem impressionado com a estrutura: cada uma das 400 salas tinha um piano, isolamento acústico, e todas funcionavam 24 horas. Lá eles levam isso muito a sério. E olha que essa escola existe há mais de 50 anos”, comenta Gil.
Gil e seu trompete: disciplina diária de estudos e exercícios para evoluir técnica e musicalmente. No destaque, a capa do CD Passaporte, primeiro álbum-solo do músico, muito bem recebido pela crítica
O passaporte que veio por acaso
Com mais de três décadas de estrada, Gil só foi produzir seu primeiro CD-solo no fi m do ano passado, chamado Passaporte (Tratore Discos). Curiosamente, o trabalho foi lançado antes em Londres e só recentemente chegou ao Brasil. “Mas esse CD não foi planejado”, declara Gil, quando perguntado sobre o processo de produção do álbum, em parceria com o baterista, percussionista e produtor inglês Chris Wells, um grande admirador da música brasileira.
Sax & Metais - Como tudo aconteceu?
Walmir Gil - Nós nos conhecemos em 2002, durante uma turnê minha na Inglaterra. Ele disse que um dia gostaria de trabalhar comigo. Deixei meus contatos com ele, mas foi só. Em 2003, ele veio para o Brasil e me ligou, disse que ia gravar um disco-solo, me convidou para participar. Mas acabou não dando certo. Um tempo depois, estava com a banda Mantiqueira em uma turnê e viajei para Londres, quando retomamos o contato. No ano seguinte, ele veio para o Brasil e me chamou para fazer dois solos no disco que estava produzindo. Ele pediu para gravar mais músicas e acabamos formando uma banda internacional, a Azul, com um organista americano, Charlie Wood, que mora em Memphis; eu, no trompete, o Chris na bateria, e um guitarrista da Bahia, Webster Santos, que não está mais na banda e hoje mora em São Paulo. Um ano depois, o Chris voltou ao Brasil e me chamou para um outro projeto, um CD com solos de trompete e fl ugelhorn e aí nasceu o Passaporte.
S&M - Como é o estilo do CD?
WG - Como o próprio nome diz, traz músicas que lembram viagens, saídas e passagens. Costumo chamar de uma trilha sonora para uma viagem imaginária, em que se exploram diversos tipos de sonoridades, do trompete e do fl ugelhorn, por meio de estilos musicais de jazz, R&B e MPB. Posso dizer que é um álbum de smooth jazz. Foi gravado em apenas dois dias, em setembro de 2004, com um complemento de duas semanas em que o Chris, que tem uma produtora independente – a Moophonix, em Londres –, trabalhou adicionando arranjos de bateria, percussão e a mixagem.
PREPARO FÍSICO PARA O TROMPETE Tecnicamente, o trompete é um dos líderes em dificuldade entre os instrumentos de sopro. O fato de ter começado com a trompa, quando criança, ajudou Gil a se adaptar melhor à embocadura do trompete. “É um instrumento que exige uma manutenção bastante rigorosa de limpeza, ser guardado corretamente no estojo e, principalmente, a manutenção física do próprio instrumentista. O trompete é muito difícil de soprar, necessita muita resistência. Se você fizer uma maratona de instrumentistas de sopro, certamente os trompetistas erão os primeiros a parar de tocar. Depois viriam os que tocam trombone, tuba, clarinete e, por fim, o sax. Isso significa que, para agüentar tocar das 8 da manhã às 8 da noite é preciso manter a boa forma.”
Gil corre todos os dias de sua casa, no centro de São Paulo, até o Parque Ibirapuera, e lá completa a trajetória de 12 quilômetros. No dia da entrevista para esta matéria, Gil já havia cumprido sua tarefa. “Saí de casa às 5h30 e corri durante duas horas”, conta. Só em dias de show ou viagens, quando chega cansado, é que ele abre uma exceção.
Omúsico jamais deve ignorar o aquecimento, pois uma performance é também uma atividade atlética que, em alguns trabalhos, pode ser considerada até de médio para alto impacto. Quando tocamos ou cantamos utilizamos centenas de músculos que precisam ser preparados e lembrados em que estarão envolvidos. Como trompetista, sugiro que se comece com um leve alongamento na região do pescoço e ombros, pois na garganta e pescoço temos vários músculos ligados à língua. Podemos seguir com alguns exercícios de respiração, porque a quantidade de ar utilizada para tocar ou cantar difere da que usamos para falar. No mercado há excelentes livros para a prática de uma boa respiração, como os que acompanham alguns métodos: James Stamp ou 80 exercícios respiratórios de Svásthya Yoga (Ana Maria Marinho - Editora Global/Ground). Passamos a seguir para a parte aural, se o tempo permitir, que envolve exercícios de percepção (identificação de intervalos, acordes, escalas, etc.). Para os trompetistas, há inúmeros e maravilhosos livros com diferentes rotinas, na qual o músico, de acordo com suas necessidades, deve escolher o que melhor funciona ou se adapta ao seu tipo de trabalho. Sugiro também que o músico procure a orientação de um amigo ou professor, para que tenha certeza do caminho a percorrer. Falando da minha rotina: começo com os exercícios de alongamento, depois alguns exercícios de respiração, percepção e, em seguida, toco algumas escalas no bocal ou sopro no lide pipe (depende do dia e do meu tempo disponível), aqueço com notas longas, intervalos, fl exibilidade, escalas e, fi nalmente, corro para a música!