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Ivo Perelman e Ernest Reijsenger: sax e violoncelo de primeira classe

25 anos depois, Ivo Perelman se apresenta no Brasil

Um dos raros músicos brasileiros a praticar exclusivamente a linguagem free jazz, o saxofonista brasileiro radicado nos Estados Unidos há 25 anos esteve no Brasil durante o mês de setembro, apresentando-se pela primeira vez depois de tanto tempo longe da terra natal. O show no Tom Jazz, em São Paulo, contou com a participação do violoncelista holandês Ernst Reijsenger e fez parte do projeto Solidário Jazz 2006, realizado pela Plataforma Brasil – Holanda – Jazz. Este é o terceiro ano do projeto, que promove encontros entre músicos holandeses e latino-americanos e parte da renda obtida é destinada a projetos assistenciais locais. Em 1981, Perelman se mudou para os Estados Unidos para conhecer o jazz a fundo e foi estudar na Berklee School, em Boston. Hoje, aos 44 anos, acumula mais tempo de EUA do que de Brasil. “Por isso, sou muito mais conhecido fora do que dentro do País”, conta ele. Em 25 anos de carreira, tem 28 CDs lançados, com participação de músicos expressivos como Flora Purim, Airto Moreira, John Patitucci, Dominic Duval e tantos outros. Nos últimos anos, o saxofonista vem desenvolvendo um trabalho em que interage com instrumentos de cordas. Seu mais recente CD, Soul Calling (Candence), é um duo com o contrabaixista nova-iorquino Dominic Duvall. Em rara oportunidade, Sax & Metais conversou com este músico excepcional e, em breve, você confere uma matéria completa.

Tem cromática na diatônica

Considerado por muitos como um dos expoentes no Brasil da técnica que ele batizou de ‘cromatismo na harmônica diatônica’, Otavio Castro está de site novo – www.otaviocastro.com –, cheio de atrações, como a seção multimídia. Nela, é possível ouvir canções de Coltrane (Impressions), Pixinguinha (o choro Segura Ele) e músicas de autoria do próprio gaitista. Castro começou como professor de música e foi para Nova York, quando tocou com músicos importantes como Mark Whitfi eld, Deanne Witowiski e Hector Martingnon. No Brasil, participou de shows e gravações com João Donato, Carlos Lyra e Carlos Malta. Endorser da Hohner, o gaitista se dedica também ao trabalho autoral, criando composições instrumentais para a harmônica-diatônica e utilizando a harmônica baixo em arranjos.

> Sax & Metais – Qual a grande vanta

gem de tocar com essa técnica?

Otávio Castro –Acredito que é aabertura de horizontes musicais para todos que gostam de tocar gaita. Isso porque a gaita diatônica, apesar de levar esse nome, é também uma gaita cromática, pois tem 38 notas cromáticas. Contudo, a diferença estrutural entre uma gaita diatônica e uma gaita cromática consiste na repetição das oitavas e no uso de uma chave lateral. No caso da diatônica, não só as oitavas são bem diferentes quanto à disposição das notas, como não há a chave lateral. Costumo comparar a gaita diatônica ao pife e a gaita cromática à fl auta transversa.

> Há alguma mudança de timbre?

Muitas novidades vêm vindo por conta das novas dicções que as músicas recebem ao serem tocadas por um instrumento tão orgânico. Pela ausência da chave lateral, as melodias e os improvisos tendem a soar bem ‘falados’. As notas vão mudando e o rosto vai mudando junto. É bem diferente da frieza de se apertar um botão na hora certa. Então, acho que a música brasileira, sobretudo, tende a receber novos ares com a chegada desse velho-novo instrumento.

Comecei a cromatizar a gaita diatônica quando fazia aulas de gaita cromática com Maurício Einhorn, justamente porque não acreditava ser possível tocar as músicas que eu gostava no instrumento que inicialmente havia escolhido. Contudo, ia para casa e cismava em fazer os exercícios na gaita diatônica. Foi a época em que tomei conhecimento do trabalho de Howard Levy, gaitista americano que primeiro sistematizou a técnica de cromatizar a gaita diatônica.

> Que gaitas você usa?

Utilizo a Golden Melody afi nada em C (prata) e a gaita-baixo Double Bass Extended, ambas da Hohner.

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Ivo Perelman no Brasil

Um dos raros músicos brasileiros a praticar exclusivamente a linguagem free jazz, o saxofonista brasileiro radicado nos Estados Unidos há 25 anos esteve no Brasil durante o mês de setembro. O show no Tom Jazz, em São Paulo, contou com a participação do violoncelista holandês Ernst Reijsenger. Em 25 anos de carreira, Perelman tem 28 CDs lançados, com participação de músicos expressivos como Flora Purim, Airto Moreira, John Patitucci e Dominic Duval. Nos últimos anos, o saxofonista vem desenvolvendo um trabalho em que interage com instrumentos de cordas. Seu mais recente CD, Soul Calling (Candence), é um duo com o contra-baixista novaiorquino Dominic Duvall. Em rara oportunidade, Sax & Metais conversou com este músico excepcional e em breve, você confere uma matéria completa.

Tem cromática na diatônica

Considerado por muitos como um dos expoentes no Brasil da técnica que ele batizou de ‘cromatismo na harmônica diatônica’, Otavio Castro está de site novo – www.otaviocastro.com –, cheio de atrações, como a seção multimídia. Nela, é possível ouvir canções de Coltrane (Impressions), Pixinguinha (o choro Segura Ele) e músicas de autoria do próprio gaitista. Castro começou como professor de música e foi para Nova York, quando tocou com músicos importantes como Mark Whitfi eld, Deanne Witowiski e Hector Martingnon. No Brasil, participou de shows e gravações com João Donato, Carlos Lyra e Carlos Malta. Endorser da Hohner, o gaitista se dedica também ao trabalho autoral, criando composições instrumentais para a harmônica-diatônica e utilizando a harmônica baixo em arranjos.

> Quando começou a praticar essa técnica?

gem de tocar com essa técnica?

Otávio Castro –Acredito que é aabertura de horizontes musicais para todos que gostam de tocar gaita. Isso porque a gaita diatônica, apesar de levar esse nome, é também uma gaita cromática, pois tem 38 notas cromáticas. Contudo, a diferença estrutural entre uma gaita diatônica e uma gaita cromática consiste na repetição das oitavas e no uso de uma chave lateral. No caso da diatônica, não só as oitavas são bem diferentes quanto à disposição das notas, como não há a chave lateral. Costumo comparar a gaita diatônica ao pife e a gaita cromática à fl auta transversa.

> Sax & Metais – Qual a grande vanta

> Há alguma mudança de timbre?

Muitas novidades vêm vindo por conta das novas dicções que as músicas recebem ao serem tocadas por um instrumento tão orgânico. Pela ausência da chave lateral, as melodias e os improvisos tendem a soar bem ‘falados’. As notas vão mudando e o rosto vai mudando junto. É bem diferente da frieza de se apertar um botão na hora certa. Então, acho que a música brasileira, sobretudo, tende a receber novos ares com a chegada desse velho-novo instrumento.

Comecei a cromatizar a gaita diatônica quando fazia aulas de gaita cromática com Maurício Einhorn, justamente porque não acreditava ser possível tocar as músicas que eu gostava no instrumento que inicialmente havia escolhido. Contudo, ia para casa e cismava em fazer os exercícios na gaita diatônica. Foi a época em que tomei conhecimento do trabalho de Howard Levy, gaitista americano que primeiro sistematizou a técnica de cromatizar a gaita diatônica.

> Que gaitas você usa?

Utilizo a Golden Melody afi nada em C (prata) e a gaita-baixo Double Bass Extended, ambas da Hohner.

Osaxofonista concorre com o CD Templo Caboclo, na categoria Álbum de Música Clássica. O disco reúne obras de compositores clássicos brasileiros, dentre eles Carlos Gomes, Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone e Guerra Peixe, fontes inesgotáveis para gravações e concertos eruditos, que neste álbum ganharam um toque de música popular, com arranjos de Jota Moraes e a belíssima interpretação de Mauro Senise. “A idéia original é do Jota. Apesar de trabalharmos na linha popular, estamos muito ligados ao clássico, e ele tinha este sonho de gravar só compositores eruditos. Só que era um projeto difícil e caro”, destaca Mauro. O resultado é um tanto inusitado no que diz respeito aos arranjos. “Tem peças criadas originalmente para violão, como Choros nº 1, de Villa-Lobos, que ganharam piccolo, cravo, cello, contrabaixo e até pandeiro”, conta. A orquestra é a Rio Strings, sob regência de Erani Aguiar. O disco conta ainda com o vibrafone de Jota Moraes e a voz de Mônica Maciel.

Trompete, flugelhorn & sax

Sax & Metais conversou com três feras do sopro. Marcelo Cotarelli, trompetista, arranjador e professor. Faz parte da banda Funk Como Le Gusta. Músico de grande experiência, já tocou em shows de Jorge Benjor, Ed Motta e Elza Soares, além de acumular a direção da Orquestra Popular da Ilhabela. Jessé Sadoc, um dos grandes trompetistas em atividade no Brasil, conhecido como sideman de Guinga, João Bosco, Ed Motta e Marisa Monte; e Renato Franco (fl auta e sax tenor), músico carioca bastante requisitado no meio instrumental. Os dois últimos fazem parte da banda de Marcos Valle. Eles falaram sobre as diferenças de timbres do trompete e do fl ugelhorn, e como esses instrumentos podem se combinar, em arranjos, com os saxofones de forma harmoniosa.

> Sax & Metais - Quando é mais adequado o fl ugel e quando cabe melhor o trompete?

Jessé Sadoc: É o lance da adequação de timbre. Quando a música é mais suave, acabamos escolhendo o fl ugelhorn por ser um instrumento com um timbre mais doce. O trompete é mais brilhante, então é melhor na música com mais punch, com uma dinâmica mais forte. Marcelo Cotarelli: O fl ugel é solista, tem timbre mais suave, mais macio. Na hora do solo, pode-se optar, mas as músicas mais suaves favorecem o fl ugelhorn.

> E como o sax se comporta? Como é a harmonia com o fl ugel?

Renato Franco: Isso tudo depende do arranjador. Ele vê a textura, a doçura do instrumento. Há combinações que sempre dão certo, como fl ugelhorn e fl auta ou sax alto e fl ugel. Quando queremos mais pegada, usamos saxofone tenor e trompete, porque são dois instrumentos de muito peso. O trompete é mais brilhante e o tenor é mais encorpado, dá uma segurada.

> E como acontece no som do Marcos Valle?

Renato Franco: Neste caso do disco instrumental, do Jet Samba, na maioria das melodias as vozes são os sopros, como se fossem os cantores. Jessé Sadoc: Completando, sobre as músicas vocais, hoje em dia estamos mais acostumados a ouvir instrumentos eletrônicos, como o baixo e a guitarra, e acústica é a bateria. As pessoas não estão mais habituadas com a cor que é o som do instrumento de sopro. Então, o pessoal que tem contato com o que acontecia antigamente insere mais esse tipo de instrumento e dá uma cor diferente, mais rica, com mais harmônico e é até mais bonito.

Por Ludimila Curi

> E quanto ao uso da surdina?

Jessé Sadoc: A surdina muda o timbre do instrumento, é mais ou menos como o fl ugelhorn. Às vezes o timbre da música pede a surdina, que é uma coisa mais leve, mais sutil. Às vezes também quando se tem trompete e fl auta e precisa-se ser doce, mas ao mesmo tempo aparecer bem. A surdina que usei no show hoje, por exemplo, tem um som doce, mas um ataque que projeta bem, então ela combina a doçura com projeção. É uma função específi ca.

> Que dicas dariam aos jovens músicos?

Renato Franco: Ouvir de tudo sem preconceito e ter disposição para estudar muito, com bons professores, boa informação e direcionar bem. Não se fechar em guetos musicais, ouvir jazz, bossa nova, música instrumental, música de cantor, hip hop, o que for.

Poucos grupos de música de câmara no mundo podem se gabar de viver só desse tipo de música, como é o caso do Quinteto Villa-Lobos. Seus integrantes Antonio Carlos Carrasqueira (fl auta), Luís Carlos Justi (oboé), Paulo Sérgio Santos (clarinete), Philip Doyle (trompa) e Aloysio Fegerlande (fagote) estão juntos há dez anos e, nos últimos 12 meses, gravaram três CDs. Desses, dois já foram lançados no circuito comercial. Um dos álbuns traz um projeto inédito, reunindo a produção de um dos mais importantes compositores brasileiros, A Obra Completa para Sopros de Villa-Lobos, apoiado pela Petrobras Cultural. O ano de 2006 vem sendo especial para o quinteto. Em maio, realizaram a série de Concertos Didáticos, dirigida a crianças e jovens de 66 escolas diferentes no Rio de Janeiro e em São Paulo. Antes de fechar o ano, o QVB faz turnê pela Alemanha, a convite da embaixada brasileira, para fechar o Ano Brasil.

Torneio das Campeãs de volta 23 anos depois

O dia 8 de outubro ficará marcado em 2006 por ter sido a data em que o Torneio das Campeãs, concurso de Bandas e Fanfarras no ginásio do S. C. Corinthians Paulista, voltou a ser realizado, depois de sua última edição em 1983. O torneio surgiu após o término de outro importante campeonato, o concurso da Rede Record, que acontecia na Av. São João, no centro de SP, na década de 1970 e início dos anos 1980. Depois, iniciou-se a fase do Torneio das Campeãs, para reunir as melhores bandas e fanfarras da época. Como todos os grandes eventos do meio, o Torneio das Campeãs foi cancelado repetidas vezes, mas, este ano, graças ao empenho do maestro Marcelo Bonvenuto, da prefeitura municipal de São Paulo, e de patrocinadores, conseguiu-se que o concurso voltasse às suas origens.

Por Marcio Mazzi Morales, editor do site Planeta Bandas - www.planetabandas.com.br

Para alavancar o evento foram integrados ao torneio uma competição paralela com as escolas da rede municipal de ensino que possuem bandas ou fanfarras, e um torneio de Drum Corps, nova modalidade que está entrando no segmento de bandas e fanfarras. O resultado foi impressionante, pois foram reunidas escolas municipais e diversas Drum Corps, além das melhores e mais conhecidas bandas marciais de SP. Dentre elas, três de destaque nacional: Colégio Santa Isabel Sênior, Colégio Noé Azevedo e Colégio Jardim São Paulo. O evento teve uma eliminatória na parte da manhã, e essas três corporações vieram a se apresentar no período da tarde, consagrando a Banda Marcial Santa Isabel Sênior como campeã do torneio, por uma diferença mínima de 0,9 ponto do Colégio Noé Azevedo. O objetivo principal do evento foi manter cada vez mais presente o movimento de bandas e fanfarras no estado de SP e no Brasil, segmento que vinha sendo tão abandonado pela cultura.

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