Revsiat Young - Edição 3

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Foto Gino Rodrigo

Carta do editor

EXPEDIENTE Direção e edição Denise Camargo revistayoung@gmail.com Colunistas convidados Daiane Santana, Hiran Murbach, Leonor Macedo, Mari Campos, Nicolau Kietzman e Karina Muller Colaboradores Texto: Edson Capoano, Michele Jardim, Kalu Brum, Taís Ribeiro, Vanessa Baldacci, Vanessa Prata. Projeto Gráfico e diagramação Wave Comunicação

Agentes transformadores Trabalhar por um mundo melhor, independente da profissão que atua ou da carreira que pretende seguir é possível. Nesta edição, dedicamos as páginas da Young a um tema que a cada dia se fala mais: sustentabilidade e meio ambiente. Entrevistamos pessoas como Maria Zulmira, apresentadora do Ecoprático, programa exibido pela TV Cultura de São Paulo e Beloyanis Monteiro, da Fundação SOS Mata Atlântica, profissionais que foram capazes de combinar a paixão e garra de um ativista, com a determinação e responsabilidade de um empreendedor. Veja também em nossa matéria de capa, assinada por mim, as profissões consideradas “verdes” e descubra porque elas já são a grande promessa de empregabilidade. Na seção Garimpo, cosméticos, calçados e até cerveja produzidos com o mínimo de agressão à natureza. Em Viagens, a jornalista Mari Campos fará você descobrir os encantos da Amazônia. Em +Saúde, Kalu Brum nos ensina a respirar melhor e na coluna Blog, Leonor Macedo fala sobre a onda do Twitter, aproveite e nos encontre por lá www.twitter.com/revistayoung. E já que a revista é dedicada ao meio ambiente, nós aqui da redação também queremos fazer nossa parte. Pensando nisso, entrevistamos o pessoal do Instituto GEA que nos ensina como utilizar de forma consciente a revista depois de lê-la e, assim, diminuir o impacto ambiental que o papel causaria à natureza. Confira o resultado na página ao lado. Denise Camargo Diretora revistayoung@gmail.com

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Revisão Rosani Andreani Publicidade revistayoung@gmail.com Impressão Gráfica Mundo Digital www.graficamundo.com.br Tiragem 30 mil exemplares Distribuição A Revista Young é bimestral, distribuída gratuitamente através de blitz, em escolas de ensino médio, cursinhos e universidades de São Paulo, Revista Young não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nas matérias assinadas.

CNPJ 10.853.374/0001-03 Rua Umuarama, nº 42 Parque José Alexandre São Paulo - SP CEP: 06321-270


FALE COM A REDAÇÃO Podemos fazer a diferença Se você quer fazer comentários, sugestões ou críticas, tirar suas dúvidas ou ajudar a fazer a revista, entre em contato conosco revistayoung@gmail.com

Ganhei a Revista Young durante uma feira de profissões e achei bem bacana, com cunho voltado para o público jovem. As matérias são interessantes, abrangendo áreas de maior responsabilidade, escolhas e lazer. Recomendaria apenas mais cuidado na revisão, para evitar erros tolos e uma elevação no nível humorístico, pois acredito que sejam capazes de fazer tal. No geral, a revista me agradou e espero que continuem publicando e aperfeiçoando-a. Desejo sucesso, Wellington Souza, São Paulo-SP Obrigada, Wellington, estamos atentos à revisão e procurando melhorar cada vez mais o contéudo editorial. Ficamos felizes que você tenha gostado e continue lendo a Revista Young. Não posso deixar de dizer que a Revista Young, embora direcionada a um público específico, amplia muitas visões. Parabéns pelo projeto gráfico e editorial, ambos de primeira. E a próxima quando será? Estou esperando. Será que consigo um exemplar via correio? Abraços, Vinicius Prado, Mogi das Cruzes-SP Olá Vinicius, A distribuição é gratuita e acontece sempre na 1ª quinzena dos meses pares. Verifique no site o local onde ela é distribuida em sua cidade. Se preferir receber pelo correio, tem um custo de R$ 5,00. Entre em contato com a redação, revistayoung@gmail.com, e solicite o seu exemplar. Meu nome é Tania e sou uma Coach e consultora de Recursos Humanos. Quero apresentar este trabalho por meio de artigos na Revista Young, pois vai de encontro aos meus objetivos profissionais assim como do público de uma revista jovem. Tania Regina Sanches, São Paulo-SP A leitora Tania Regina Sanches participará da nossa próxima edição.

Você sabia que o papel leva em média 3 a 6 meses para se decompor na natureza e para cada 1000 kg de papel reciclado evitamos o corte de 15 a 20 árvores adultas? Pensando em como nós e você leitor da Young poderiamos contruir para diminuir este impacto pedimos ajuda ao Instituto GEA – Ética e Meio Ambiente, que desenvolve um amplo trabalho nas áreas da cidadania e educação ambiental, que nos forneceu algumas dicas de como fazer a diferença: O ideal, para qualquer material, é aplicar o princípio dos 3 Rs: reduzir, reutilizar e reciclar, nesta ordem. Assim, o primeiro R, depois de ler a revista, doe ou empreste, para o maior número de pessoas possível, para que leiam e assim estarão reutilizando. Utilize as folhas da revista para fazer artesanatos, por exemplo, já viu como é possível fazer lindas caixas? Fique atento também no seu consumo de papel e pense antes se é necessário imprimir este texto ou documento? Se não tiver jeito reutilize o verso dos papéis, o mesmo vale para as folhas de caderno, papéis de mala direta etc. E só quando já se esgotou esta alternativa é que se deve encaminhar para a reciclagem. A reciclagem de papel é uma das mais fáceis de ser realizada artesanalmente, podendo ser feita em casa. Para tanto, pode-se levar os recicláveis separados a um Posto de Entrega Voluntária ( no supermercado Pão de Açúcar) ou organizar um programa no local de moradia ou trabalho, o que inclui ter de encontrar lugares para encaminhar o material. Uma boa opção é procurar uma cooperativa ou associação de catadores, pois aí o programa, além de ambiental, também é social. O instituto GEA tem um programa gratuito de atendimento ao público, porém é necessário telefonar ou enviar e-mail, para agendar o atendimento ou acessar o site para obter as primeiras informações. E mãos à obra. Instituto GEA - Ética e Meio Ambiente www.institutogea.org.br institutogea@uol.com.br Tel.: (11) 3058-1088 Fontes – Instituto Gea – Ética e Meio Ambiente, Instituto Akatu, Compam - Comércio de Papéis e Aparas Mooca Ltda, Abirp – Associação Brasileira das Indústrias Recicladoras de Papel

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índice

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+ Saúde

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Giro Musical

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Fique de olho

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Cuide-se

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Sem Tarjas

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Redação

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Viagens

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Blog

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Mudança de direção

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Concurso Público

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Capa

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Bullying

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Perfil

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Jornalismo

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Voluntariado

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Carreiras

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Garimpo

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Hi-Tech

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Foto Alex Bramwell Foto Sanja Gjenero

+ Saúde

Kalu Brum, Jornalista, 30 anos, educadora ambiental, Yoguine, Reikiana, que busca meios de construir um mundo melhor

Respire e mude de frequência

Por Kalu Brum

Você já percebeu que respirar fundo ajuda em muitas situações? Descubra por quê Um bebê quando respira enche toda a barriga, empurrando o ventre para frente. Esta é a respiração ideal ou completa que ao longo de nossa vida desaprendemos, gerando uma série de problemas físicos e emocionais Ao tomar consciência da respiração por alguns minutos, enchendo bem o ventre, inspirando tranquilamente e expirando longa e profundamente podemos experimentar um momento de relaxamento. Que tal tentar agora? Feche os olhos e simplesmente respire desta maneira. Quando nossa mente está agitada liberamos adrenalina, que acelera nosso coração e deixa a respiração acelerada e nosso cérebro sem oxigenação. Em algumas situações pode ser fundamental ter esta “energia”, mas o contraponto é essencial para a saúde e o bem-estar. Existe uma teoria bastante interessante: sem relaxamento não há concentração e sem concentração não há aprendizado. Eu digo ainda que sem respiração não há possibilidade de relaxamento. Então, aí vai uma dica interessante: antes de uma prova, seja ela de vestibular, na escola ou na faculdade, em vez de tentar decorar as fórmulas, datas ou o quer que seja, feche os olhos e respire enchendo, bem vagarosamente, o ventre de ar, expirando longa e tranquilamente. Os neurocientistas comprovaram o que os yogues já sabiam há tempos: em determinados períodos do dia há uma alternância do lado mais ativo do nosso cérebro. Isso significa que quando o lado esquerdo (para os destros) está dominando, nossos aspectos mais racionais estão em exercício. Já quando o funcionamento do lado direito está mais ativo, são nossas habilidades artísticas que entram em cena. E isso acontece pela oscilação do fluxo de ar que hora é mais intenso na narina direita, hora na 10

esquerda. Para equilibrar e usar todo nosso potencial cerebral, faça uma respiração, um pouco mais complexa, mas que traz muitos benefícios. Essa respiração é conhecida como solar-lunar e faz com que a força vital flua com mais facilidade. Sente-se em uma posição confortável na qual você consiga manter a coluna e cabeças eretas; Com a mão direita coloque os dedos indicador e médio apoiados entre as sobrancelhas, deixando o polegar, o mínino e o anelar livres. (Se você é como eu e esqueceu o nome dos dedos lá vai: mindinho é mínimo; seu vizinho é anelar; pai de todos – que a gente não deve mostrar por aí- médio; fura bolo é o indicador e polegar é o tal mata piolho ou do troféu joinha); Com o anelar feche a narina esquerda e inspire com a direita; Mantenha o anelar fechando a narina esquerda e solte o ar pela narina direita; Feche a narina direita com o polegar e inspire pela narina esquerda; Mantenha o polegar fechando a narina direita e solte o ar pela narina esquerda. Repita, pelo menos, 12 vezes Você tem uma técnica que traz bem-estar na sua vida? Conte para nós: revistayoung@gmail.com


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Hiran Eduardo Murbach

Giro musical

Na casa dos 30 e poucos anos, advogado de profissão, escritor por vocação e baixista numa banda de rock por teimosia

Autopromoção

Essa seção foi criada com o objetivo de ser um meio de divulgar ‘bandas de garagem’, ou seja, bandas que estão começando ou que, mesmo com um certo tempo de existência, não conseguem espaço para tocar com regularidade. E como sou folgado vou usar o espaço para fazer o meu jabá. Se todo crítico musical é um músico frustrado, o que faz uma pessoa que tenta ser crítico e músico, mas não faz nenhuma das duas coisas direito? Continua tentando fazer as duas coisas, pois, se tem uma doida que me chama para escrever aqui, quem sabe um dia algum doido nos chama para gravar alguma coisa? Porque quase toda banda começa como uma brincadeira, algo leve, até sentir se há sintonia entre os integrantes e a música. A minha banda, o Bresser, começou assim. Reunimos umas pessoas para tocar covers que ninguém conhecia e beber cerveja, mas depois de um tempo chegamos numa encruzilhada: ou dávamos o próximo passo, que seria começar a compor, ou a banda acabaria. Tomamos a decisão correta e, há dois anos, canções inéditas surgiram. Hoje, temos cerca de 15 músicas e no balaio cheio de referências e influências dos quatro integrantes, chegamos a uma sonoridade que tem muito de Beatles, Los Hermanos, Skank (a partir do Maquinarama), Bush, U2 e Biquíni Cavadão. Buscar a pegada e o peso, sem perder a melodia, é o nosso principal objetivo. Falar muito soaria estranho, pois escrever uma resenha da tua própria banda é pior do que escrever qualquer outra. Então, quem quiser conhecer nosso som basta acessar a página http://www.bandabresser.com.br. E claro, somos Felippe Toloi no vocal e no teclado, Fábio Vanzo na guitarra e no vocal, Hiran Murbach no baixo e Mariel Moura na bateria.

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Filtro musical

Se fala muito que com a invenção do MP3 a indústria musical estaria fadada ao fracasso, agonizando, mas sou obrigado a discordar. Certo, houve uma enorme alteração do status quo, os acomodados precisaram se readaptar à nova realidade, mas isto não é novidade nenhuma no mundo ágil e dinâmico em que vivemos. O que hoje é atual, amanhã é peça de museu. É certo também que a indústria dos CDs, como mídia física, sofreu um grande baque, o que não quer dizer que a música morreu. Pelo contrário, ela está mais acessível do que nunca. Lembro que há cerca de 10 anos, se eu quisesse conhecer uma banda nova precisaria comprar um CD para, então, saber se iria gostar dela. Muitas vezes lia sobre uma e não tinha a menor ideia de como era o seu som, pois nenhum álbum tinha sido lançado no Brasil. Já cheguei, em outros tempos, a importar alguns álbuns que ‘só tinha ouvido falar, mas nunca tinha escutado’, para conhecer. Hoje, a facilidade de transmissão de dados permite que eu ouça uma gama enorme de bandas, cantores e cantoras de todas as partes do mundo e, melhor, que eu filtre o que é bom do que é ruim. E como a quantidade é enorme e o tempo cada vez mais escasso, só o que é muito bom sobrevive no meu play list. Isso é ótimo por dois motivos: o primeiro é que, com MP3, YouTube, MySpace e outros meios virtuais, não sou obrigado a ser massacrado e massificado por aquilo que a mídia quer me impor (nada contra, é uma forma de se ganhar dinheiro com a música); a segunda razão é a que me permite encontrar muita coisa boa, que jamais teria conhecido se ainda vivesse na ditadura das lojas de CD. Claro, muita coisa ruim vem neste meio, inclusive esta mania besta dos fazedores de moda indies de só gostarem daquelas bandas obscuras da Noruega ou de Laos, e que depois de 15 dias já se tornam datadas (culpa da velocidade da informação). Mas muita coisa boa eu também ouvi e me tornei fã. A lista é vasta: Death Cab for Cutie, Ben Kweller, The Decemberists, JJ72, MGMT, Rufus Weinwright, Our Lady Peace, entre muitos outros. E com isso tenho condições de gerar renda de muitas outras maneiras, até mesmo comprando um CD físico destas bandas e cantores, coisa que jamais faria antes do advento da música digital. O mundo está em eterna evolução, e quem não quer ser atropelado por ele, precisa parar de reclamar e agir.

United States of Eurasia Com o “Black Holes and Revelations” o Muse ficou a um passo de atingir o status de superbanda, com hits como Supermassive Black Hole e Starlight. Fizeram shows por todo o mundo, inclusive no Brasil em 2008, participaram de grandes festivais e tocaram em diversas premiações. Mas parecia que ainda faltava algo para atingir o nível de um U2 e, mais recentemente, um Coldplay. Parecia, porque não falta mais. O recém-lançado “The Resistance” os coloca no seu devido lugar, ou seja, de maior banda de rock do século XXI. Porque quando muita gente achava que o rock não tinha mais aonde chegar, a resistência se fez presente. Porém, no lugar de fazer a resenha de todo o álbum, vou me ater apenas a uma música, que simboliza tudo isso. United States of Eurasia foi a primeira música a ser divulgada, antes mesmo do lançamento oficial, mas em pequenas partes, pela internet. Assim, os fãs precisavam conseguir pedaço a pedaço e montá-la, para, então, ouvi-la, numa estratégia até então inédita. E, assim, em cinco minutos e quarenta e sete segundos, Mike Bellomy, vocalista, guitarrista, tecladista e compositor da banda, reescreveu a história do rock, misturando num mesmo caldeirão tudo que há de melhor na música. O rock e o clássico. Piano e cordas com baixo, guitarra, bateria e distorção. Desespero e esperança. Passagens que poderiam estar tranquilamente em qualquer dos primeiros álbuns do Queen. E, para terminar, uma sonata em piano baseada na obra Nocturne em mi bemol maior, Op.9 Nº.2, de Chopin. O apogeu sem a queda. “The Resistance” é um álbum conceitual que leva o rock a um novo lugar e United States of Eurasia é esse lugar. E só não consigo afirmar que é a melhor canção do século porque ainda existe uma chamada The Scientist, do Coldplay. 13


Karina Müller

Foto Divulgação

Fique de olho

Atriz,jornalista ou jornalista atriz (depende do período), trabalha com teatro para crianças, ama viajar e sonha, em um dia escrever um best-seller. Mas mesmo que não consiga esse feito quer ser escritora e, entre tantos narradores, se inspira em Gabriel García Márquez e Isabel Allende para contar histórias reais e fictícias.

Passo a passo de uma peça de teatro Cada profissão esconde suas particularidades e no teatro não é diferente. Para se ter ideia da trabalheira de um espetáculo, vou contar do trabalho do Grupo Caixa de Histórias do qual faço parte desde 2005. A peça é Maravilhosas histórias para Albak, estreou em agosto, depois de quatro meses de trabalho.

Ponto de partida Tudo começa com uma ideia central, nesse caso as histórias das Mil e uma noites. Os encontros começam sem expectativa, nem roteiros, apenas com os volumes da obra, ensaios, leituras, treinamento, improvisos e longas conversas regadas a café. O diretor musical nos ensina a retirar das tantas escalas musicais sonoridades árabes, temas, toques de tambor e arranjos vocais. Com as tarefas semanais nos tornamos até compositores. Também viramos escritores, outra tarefa que tem como objetivo tornar qualquer fato cotidiano a mais fantástica das histórias. Entre tantas experiências encontramos o modo maravilhoso de narrar, o tom árabe nas músicas, a utilização dos diferentes tipos de tecidos para a composição das cenas. Mas ainda não há história. Toda a liberdade do início começa a gerar desespero. Temos o modo de contar, sua forma e a sonoridade, mas ainda não há uma história ser contada. O desespero gera desânimo. O prazo para a 14

estreia se aproxima e nenhum roteiro. Por mais que haja planejamento e organização, a arte trabalha com o improvável, com o sutil e com insights sem hora certa para acontecer... E assim mais uma vez aconteceu: o imprevisível resolveu nosso grande drama artístico e a história apareceu! A história emergiu de algum lugar imaterial e ainda escondido da realidade. Depois do texto lapidado, cenário e figurinos criados, cenas marcadas, música precisa, não acreditamos que tudo começou do nada. É incrível olhar para trás e relembrar cada experimentação, cada pequeno sofrimento que aos poucos se torna aprendizado. Assim é uma peça de teatro: trabalho árduo e diário com muito esforço. Grupo Caixa de Histórias: Glauce Carvalho, Karina Müller. Direção: Marcio Douglas, Ator convidado: Orlando Sales. Direção Musical: Marcio Oliveira. Cenário e Figurinos: Dagmar Siqueira. (www.caixadehistorias.com)


Foto Divulgação Foto Divulgação

A alma e a verdade dos bonecos Jornalismo Iberoamericano online Quem admira a obra de Gabriel García Marquez, colombiano Prêmio Nobel de Literatura em 1982, pode se aproximar mais do autor, pelo menos pela Internet. Fundador da FNPI -Fundação Nuevo Periodismo Iberoamericano, Marquez e uma equipe de jornalistas e escritores promovem por meio do site uma vasta discussão sobre ética jornalística, qualidade narrativa, serviço público, liberdade de expressão e formas de aprendizagem deste ofício. Mais conhecido pelos seus romances, entre eles Cem Anos de Solidão, a paixão de Marquez sempre foi o jornalismo, e na FNPI, prêmios, seminários, cursos e oficinas promovem a contínua reflexão sobre o que é produzido na América nas entrelinhas de jornais, revistas, portais da Internet, rádio e televisão. Uma grande programação está disponível no site assim como registros de textos e atividades anteriores. A busca pela excelência do jornalismo e do desenvolvimento desta profissão é o grande objetivo do grupo, que também tem como projeto o intercâmbio entre narradores dos diversos países Iberoamericanos. Para conhecer acesse o site: www.fnpi.org

Com origem na antiguidade, o Teatro de Bonecos, assim como o teatro, faz parte das formas de expressão da humanidade desde sempre. Do antigo Oriente viajou para a Europa e de lá para a América, mas sem dúvida também já estava entre nós, por meio de brincadeiras, sombras, animação de objetos e tudo mais. Muito conhecido no mundo infantil, esta linguagem artística também tem uma incrível capacidade de encantar adultos. A força e a humanidade de um boneco é arrebatadora e capaz de comunicar as mais profundas verdades com vida e poesia. A verdade é que uma peça de teatro de bonecos sintetiza sua mensagem de um jeito essencial, profundo, único. Um ser inanimado no palco ganha vida, pulso, respiração, olhar, expressão e pensamentos graças à habilidade de tantos artistas, criadoresmanipuladores, que provocam na plateia a mais sublime das surpresas: nos vemos nessas pequenas criaturas, nos emocionamos, compartilhamos medos, sonhos, anseios mesmo sabendo a todo instante o tamanho da ilusão que se faz presente. Um grande paradoxo acontece! Com a perfeita reprodução de movimentos humanos um boneco pode fazer de tudo, até cruzar os ares, cortar a linha do tempo e quebrar toda a lógica de nosso cotidiano. É justamente aí que nasce a poesia. Nos vemos neles mesmo sabendo o quão distante estamos de sua realidade. No Brasil há diversos grupos que trabalham com esta arte também para adultos, como Morpheus Teatro, Cia Trucks, Giramundo, Seres de Luz Teatro, Grupo Sobrevento e Grupo Contadores de Estórias, de Paraty, entre outros. Alguns eventos acontecem anualmente como o SESI Bonecos (www.sesibonecos.com.br), o Festival Internacional de Bonecos (www.festivaldebonecos.com.br), de Belo Horizonte e o Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, de Curitiba. 15


Foto Scott Snyder

Cuide-se

7 DICAS PARA TER DENTES SAUDÁVEIS O ideal é escovar os dentes após cada refeição. Porém o que fazer, no dia a dia, quando não se consegue escovar os dentes seja por falta de tempo, oportunidade ou lugar? Siga as dicas da especialista Vivian Farfel para manter a saúde bucal em ordem

Por Denise Camargo

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A escova dental deve possuir cerdas macias, arredondadas e cabeça pequena, para não traumatizar a bochecha e a língua, e facilitar a limpeza dos dentes do fundo;

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Escove os dentes três vezes ao dia. Se não for possível, capriche mais na escovação noturna, antes de dormir, pois durante o sono, a temperatura da boca aumenta, a produção de saliva diminui e as bactérias proliferam;

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O fio dental é indispensável, pois remove os resíduos alimentares de áreas onde a escova não alcança. Passe pelo menos uma vez ao dia, de preferência antes da escovação noturna. Caso a gengiva sangre, não pare, persista, após três dias a inflamação diminuirá e o sangramento não ocorrerá mais;

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Utilize sempre pasta de dente e enxaguatórios. Ambos oferecem sensação de frescor, hálito puro, mas não substituem de maneira alguma a escovação mecânica. A pasta de dente deve ser usada em pequenas quantidades, pois a espuma excessiva dificulta a correta visualização dos dentes;

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A dieta deve ser equilibrada e em horários regulares. Frutas, verduras, proteínas tem consumo quase liberado; já açúcares, alimentos ácidos, refrigerantes e guloseimas ingeridos com moderação;

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Opte por comer os doces logo após a refeição principal, pois o aumento da salivação neutraliza os ácidos produzidos pelas bactérias. Ingira um copo de água após comer doces e alimentos pegajosos para ajudar a remover os restos que grudarem nos dentes;

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Saiba que existem os alimentos protetores e os alimentos detergentes. Os primeiros são representados pelo leite, iogurte, queijo, pipoca salgada, milho, castanha de caju, amendoim, nozes, coco-ralado e são responsáveis pela formação de uma barreira entre o dente e as bactérias, limitando a ação dos ácidos produzidos. Os alimentos detergentes são representados pela maçã, pera, cenoura, milho, entre outras frutas, legumes e verduras crus, capazes de limpar a superfície do dente, durante a mastigação. A limpeza acontece através do atrito do alimento com o dente, removendo restos. Lembre-se, porém, que eles agem como detergentes, mas não substituem a limpeza pesada com a escova. Fonte: Dra. Vivian Farfel, especialista em Odontopediatria e em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).

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Foto Divulgação

SE ACABE DE RIR Você sabe o que uma boa gargalhada pode fazer pelo seu corpo? Especialistas garantem que rir por 10 minutos equivale a praticar atividade física por quinze, queimando até 40 calorias. “A terapia do riso já é conhecida e aplicada desde a década de 60. E utilizá-la em um ambiente como uma academia, só potencializa os benefícios da atividade física. Alguns estudos comprovam que o riso melhora a absorção de oxigênio pelo pulmão, eleva a quantidade de um linfócito que identifica e destrói tumores, diminui a pressão arterial e extermina as dores.” afirma a médica cardiologista Ieda Maria Liguori, do Hcor ( Hospital do Coração). Pensando nisso, a Companhia Athletica acrescenta à sua grade de aulas o projeto CIAcabe de Rir, feito em parceria com o grupo A Divina Comédia. “O projeto acontece sempre na última segunda-feira do mês, na Cia Athletica Kansas, a partir das 19h30. O treino do riso é feito em cinco séries de apresentações, todas com 40 minutos de duração e carga máxima de bom humor,” explica Andréa Ervatti, consultora técnica da academia. Para saber mais: Rua Kansas, 1582, Brooklin. São Paulo-SP - www.ciaathletica.com.br

CONHEÇA OS BENeFÍCIOS DA LINHAÇA A linhaça conquista cada vez mais adeptos, que incorporam o consumo do grão às suas rotinas alimentares. A semente funciona como uma vasta fonte de fibras e vitaminas e comê-la durante as refeições é ideal para quem busca um emagrecimento saudável, pois auxilia na regularização intestinal e na diminuição do colesterol. O alimento também age como um importante auxiliar em alguns quadros de distúrbios do diabetes, sistema vascular e melhora na retenção de líquidos. Devido à alta concentração de Ômega 3 e 6 as sementes são um precioso preventivo nos incômodos causados pela TPM, figurando ainda sobre os estrógenos e no controle dos cânceres de mama, de colo e de próstata. O consumo fornece ao organismo melhores condições na prevenção e melhora de processos inflamatórios e doenças de pele como, por exemplo, a psoríase e eczemas. Esta opção saudável e com funcionalidades que atuam sobre todo sistema imunológico pode ser incorporada às refeições por meio da mistura da farinha aos alimentos, salpicada sobre saladas e frutas, batida ao iogurte ou leite e dos mais variados modos, sempre acompanhada da ingestão de líquidos. Fonte: Dra. Sylvana Braga (www.sylvanabraga.com.br) – Médica ortomolecular, nutrologista, reumatologista, fisiatra, palestrante e autora do livro Dieta Ortomolecular – o segredo de rejuvenescer em total harmonia.


Sem tarjas Por Denise Camargo

CONECTADOS PELO SEXO Vida real no universo virtual. Entrevistados revelam seus pecadinhos sexuais na rede, aqueles que raramente são admitidos, mas se não são praticados, ao menos são imaginados Falar de sexo com prevenção é politicamente correto, mas bem distante da realidade. Hoje, quarta-feira, 9h15, horário que a grande maioria da população está trabalhando ou estudando, mais de 15 mil pessoas estão online em um chat de sexo virtual num dos maiores provedores de internet do País. Ao acessar a página, uma caixa de diálogo se abre com a pergunta “realmente quer entrar?”. Digo que sim e me deparo com inúmeras salas. Para acessar é preciso ser assinante do provedor e fazer um pequeno cadastro com apelido, cidade e e-mail. Porém, nada que comprove que realmente sou maior de idade. Há, ainda, a opção de escolher com cam ou sem cam, ou seja, se quer ou não mostrar o rosto e o resto do corpo também. Sem foto e com minha identidade preservada pelo nickname “solteira”, em um segundo online, pode parecer brincadeira mas alguém com o apelido “pirocudo” me convida para ver seus genitais pela cam. Em dois minutos de silêncio na página recebo “oi” em reservado (prática utilizada quando se quer falar apenas com uma pessoa) de cerca de 10 participantes, um convite para “uma rapidinha” na cam e um outro para uma transa ao vivo do apelido “casadospcam”. Essa descrição pode parecer fruto da minha imaginação, mas juro, não é! Mais dois minutos de espera e outros convites aparecem, assim como alguns garotos de programa. Fiquei no chat 18

por exatos cinco minutos, nada disse, mas caso estivesse realmente procurando sexo virtual, encontraria muitos homens que não perguntaram minha idade. Claro que ali todos estão com o corpo em forma, tem olhos claros, mais de 1.80m, são lindos e um furacão na cama. O fato de estar na casa dos 20 e poucos anos não faz a mínima diferença, caso tivesse 15 anos estaria ali exposta também. Confesso que nunca havia entrado nestas salas de batepapo e me senti um pedaço de picanha no açougue, talvez uma maminha malpassada. Mas nem só nos chats vive o sexo online. Para testar a eficácia dos recursos virtuais entro no skype e deixo o módulo skypeme (comando que permite que outras pessoas te vejam online) aberto e em cinco minutos mais de 20 internautas, de várias partes do mundo, me convidam para sexy hot cam. Não quero transformar essa matéria em um guia de como caçar alguém para sexo na net ou tampouco indicar o caminho das pedras para quem ficou curioso, quero apenas relatar algo que se tornou comum na sociedade virtual.

Prós e contras Para a ginecologista e sexóloga Jaqueline Brendler, da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade HumanaSBRASC e da Associação Mundial de Saúde Sexual, o sexo


virtual pode ter efeito positivo e negativo, depende da situação em que acontece. “Ele pode ser positivo quando se deseja uma nova experiência sexual envolvendo o mundo virtual. Por exemplo, se a pessoa deseja ter essa experiência com seu parceiro atual, que pode estar em outro local ou mesmo viajando. Nessa situação, desde que seja erótico para os dois, a prática pode ser uma novidade dentro do relacionamento”, diz. Já o aspecto negativo diz respeito às emoções. As pessoas podem usar o sexo virtual, no qual há a chance do anonimato, para evitar envolvimento afetivo e sexual com parceiros reais, para não criar intimidade com o outro, para não partilhar a sua vida, para fugir da falta de habilidade com a sedução e a paquera, diante da dificuldade de tratar um problema sexual que virtualmente não será identificado pelo parceiro, não lidar com a sua fobia de pegar DSTs, para viver emoções sexuais novas sem “trair” o(a) parceiro real, além de arranjar clientes (no caso dos profissionais do sexo). Contudo, um cuidado muito grande deve ser dedicado pelas famílias aos adolescentes que podem restringir seu desenvolvimento psicológico, afetivo e sexual com esses excessos de virtualidade e carência de relações e de uma socialização verdadeira. “Restringir o número de horas no computador – internet e oferecer outras atividades, clubes, escolas de esportes, línguas estrangeiras, participação em

grupo de jovens de comunidades ou igrejas, podem sensibilizá-los a aprender a estabelecer relações verdadeiras. O mesmo vale para os adultos, mas é importante lembrar que nesses casos é você que deve fazer acontecer a vontade de superar a cômoda excitação virtual e ir em busca de relações reais”, alerta Arlete Gavranic, terapeuta sexual do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática- ISEXP. Segundo ela, para muitas pessoas entrar em um chat, um bate-papo ou uma sala erótica é uma forma de descontrair, um passatempo, uma diversão. Pode ser que tecle com pessoas legais, interessantes, pode até ser que fale umas mentiras ou aproveite para falar mal do chefe, da chuva ou da ex, mas nada que impeça essa pessoa de viver, de sair com amigos, paquerar, ficar, namorar, estudar e trabalhar. O que pode se tornar preocupante é quando a internet vira um aliado das pessoas com baixa autoestima, autoconfiança fraca e que, portanto, tem medo de se expor e mais ainda de ser rejeitadas. Começar um relacionamento, seja de amizade, paquera ou namoro, requer que você conheça o outro, se mostre, demonstre seu jeito, seus desejos. Iniciar e manter qualquer relacionamento requer investimento pessoal a curto, médio e até longo prazo. Na internet tudo é muito rápido.

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Foto Summer Fisher

Sem tarjas

Sedutora.com, 27 anos, solteira, São Paulo-SP.

“Para mim o sexo virtual serve para apimentar o relacionamento e também como fantasia. Ele é prazeroso, porque falo das minhas vontades mais íntimas sem receber nenhum tipo de censura, sem ser criticada. Coisas que ao vivo teria vergonha de dizer, na internet me solto mais, é um mundo de imaginação, uma forma de suprir carências ou mesmo extravasar, liberar algo insconsciente que não seria aprovado com o parceiro ao vivo. Quando estou namorando utilizo as conversas pelo computador para atiçar a vontade do meu parceiro e criar fetiches. Quando estou solteira, às vezes, o sexo virtual com estranho é uma alternativa engraçada, mas depende muito da imaginação de cada um, geralmente com namorado é mais interessante, porque ele sabe do que gosto e vice-versa. Raramente entro nas salas de bate-papo destinada exclusivamente pra essa prática e acho divertido a necessidade de autoafirmação dos homens que colocam apelidos com referência ao tamanho do órgão genital, como, por exemplo, DotadãoSP. É difícil teclar com alguém sério na internet. No fim, toda conversa leva à malícia e quem está do outro lado deseja saber como você é, a idade e nisso a imaginação cria a pessoa. Além disso, tem muita gente casada, namorando, a maioria tem compromisso, por isso acho que é uma maneira de curtir e não levar aquilo a sério. Prefiro encarar dessa forma, mas tem muita gente que se empolga, todo dia tem que teclar e tudo que é exagerado não é bom, tem que ter um limite. É preciso tomar cuidado com quem fala, pois como não se sabe quem está do outro lado, melhor se precaver. Também não tem como saber se o parceiro virtual tem 15 ou 25 anos, até mesmo porque os adolescentes são muito curiosos, mas em alguns momentos tem como perceber. Particularmente não gosto, mas já devo ter falado algumas bobagens para menores de idade sem saber. Considero que a rede é apenas mais uma opção para conhecer pes20

soas. Quando a conversa é boa, os dois são solteiros e o papo flui, o universo virtual acaba favorecendo o encontro e o virtual pode, sim, virar real. Já namorei uma pessoa que morava em outro Estado, que conheci através de sites de relacionamento, e foi uma amizade que virou namoro. Usávamos a internet como uma ferramenta para nos sentirmos mais próximos e a webcam foi usada de uma forma bem interessante, ou seja, streptease, mostrar partes do corpo, enfim, uma maneira de saber que a pessoa deseja você, mas nada como a realidade. O interessante da prática virtual é imaginar alguém que você constrói e nesse mundo a pessoa é perfeita, mas é preciso ter consciência que essa pessoa só existe na sua mente. Embora eu prefira tudo ao vivo, a internet é mais uma das ferramentas sexuais que podemos usar, portanto, quando o encontro acontece, queremos fazer tudo aquilo que imaginamos, um bom vinho, uma música romântica, uma perfume agradável, olhares, insinuações, enfim, um ambiente propício ao real”.

Danadosp77, solteiro, São Paulo-SP

“Costumo praticar sexo virtual com frequência tanto com parceiras fixas como com desconhecidas também. Frequentemente acesso sites de relacionamento e pornográficos. Tem muita mulher solteira e outras casadas, mas isso não faz a menor diferença para mim. Só não curto menininhas, prefiro mulheres da minha faixa etária ou mais velhas. Gosto de utilizar todos os recursos que tenho disponível: fotos, câmera, vídeos etc. No entanto, nunca mando fotos mostrando o meu rosto e só envio se a pessoa mandar também ou se já conheço a pessoa e a considero confiável. Devo confessar que o sexo virtual é algo que mexe com a minha libido, mas não substitui o real. Acho importante este tipo de experiência para conhecer melhor o meu corpo, saber o que gosto. Faço o virtual, mas o real é mil vezes melhor”.


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Fotos Arquivo Pessoal

Redação Texto Vanessa Baldacci

A arte de uma boa redação O papel em branco intimida. Fica difícil organizar os pensamentos e colocar na ponta o lápis. Como desenvolver o tema? O título vem antes ou depois do texto? Não é fácil, principalmente quando o tempo é curto. Especialistas afirmam que mesmo aquele aluno que não tem vocação para o desenvolvimento de textos pode se sair bem. Algumas dicas, nestes casos, valem ouro. “Para ter boa argumentação é preciso estar bem informado, para saber opinar é preciso ter opinião e para escrever é preciso ler muito”, diz a coordenadora de Língua Portuguesa do cursinho Etapa, Célia Passoni. Fazer uma reflexão dos textos já produzidos também é importante. A ideia é prestar atenção nos erros e reescrever o conteúdo sempre que possível. “Ler em voz alta o que escrevemos ajuda perceber uma frase mal ritmada ou um problema de concordância. Como no vestibular não temos essa chance, devemos explorar essa prática ao máximo antes da prova e reescrever novamente o texto”, alerta.

Atenção especial ao tema Se o tema proposto não for abordado com proficiência, todo o esforço pode ser em vão. Para o coordenador de gramática, texto e redação do cursinho Anglo, Francisco Platão Savioli, este é o momento 22

em que a banca avalia se os estudantes estão atentos aos fatos que acontecem no mundo ou se estão limitados ao seu universo interno. As faculdades, de acordo com ele, querem que pessoas bem informadas e com bons conhecimentos ocupem as vagas que oferecem. “O aluno deve estar atento ao que é pedido no enunciado da redação. Se o tema não for abordado é certo que será reprovado. Os estudantes ficam muito preocupados em decorar regras gramaticais porque acreditam que um bom texto é aquele correto gramaticalmente. Muitas vezes esquecem-se de dar atenção à proposta”, lamenta. Para aprimorar o conhecimento, na visão de Savioli, é preciso não apenas ler, mas, principalmente, aproveitar a leitura. “Sempre proponho uma atividade para meus alunos que consiste em pegar um texto dissertativo de jornal ou revista e responder algumas perguntas como: “Qual a questão posta em debate no texto?”; “Qual a posição do redator?”; “Que argumentos ele usa para defender sua proposta?”; “Quais argumentos o redator rebate?”. Este exercício melhora a qualidade dos textos dos estudantes e os faz aprender a como construir uma boa retórica. E eles só precisam se dedicar cerca de 20 minutos por dia”, ensina. A técnica funcionou para Fernanda Ayres, estudante


10 dicas para se dar bem! Veja abaixo algumas dicas que preparamos para você se dar bem na redação do vestibular. Preste atenção e boa sorte!

do primeiro semestre do curso de jornalismo da Universidade Metodista, em São Paulo. “Meus professores sempre me alertaram sobre essas dicas. Como no curso que eu desejava o peso para a nota da redação era alto, fiquei preocupada e treinei muito antes da prova”, diz.

Nova ortografia e literatura Este ano o vestibulando deve estar atento as novas regras ortográficas. Desaprender e aprender de novo as regras gramaticais não é fácil, muito menos quando o novo formato será aplicado numa prova que gera em muitos alunos sentimentos heterogêneos, como ansiedade, medo e insegurança.

Título e boa caligrafia O título da redação é outro assunto que gera controvérsias. Afinal, é ou não obrigatório? No vestibular da Unicamp, por exemplo, se na prova não houver nada que especifique sua obrigatoriedade, colocá-lo ou não torna-se facultativo. Mas Célia aconselha. “O título resume a ideia a ser trabalhada no texto e estimula a curiosidade do leitor. Por isso, mesmo que fique a critério do vestibulando, deve ser colocado e muito bem trabalhado. Usar um título genérico é o mesmo que um convite para que a banca não se interesse pelo seu material”, afirma. Por fim, capriche na letra, procure ser objetivo e não deixe de fazer a revisão final. Ah! Uma dose de criatividade também não faz mal a ninguém.

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Na dissertação, não escreva períodos muito longos nem muitos curtos;

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Uma redação “brilhante”, mas que fuja totalmente ao tema proposto, será anulada;

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A postura mais adequada para se dissertar é escrever impessoalmente, ou seja, deve-se evitar a utilização da primeira pessoa do singular;

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Na narração, uma boa caracterização de personagens não pode levar em consideração apenas aspectos físicos. Elas têm de ser pensadas como representações de pessoas, e por isso sua caracterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos;

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O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal; a carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar orientada;

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O que se solicita dos alunos é muito mais uma reflexão sobre um determinado tema, apresentada sob forma escrita, do que uma simples redação vista como um episódio circunstancial de escrita;

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A letra de forma deve ser evitada, pois dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia e limpeza são fundamentais;

Não use expressões como “eu acho”, “eu penso” ou “quem sabe”, que mostram dúvidas em seus argumentos;

É importante que, em uma dissertação, sejam apresentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca da questão proposta;

narração, há a necessidade de caracterizar e de10 Na senvolver os seguintes elementos: narrador, personagem, enredo, cenário e tempo. 23


Viagens

Fotos Denise Camargo

Turismo sustentável é possível, sim! Talvez nunca se tenha falado tanto em sustentabilidade como agora. A parte boa disso tudo é que, depois de tanto tempo, o assunto, até então restrito aos meios acadêmicos, finalmente começa a se refletir em ações concretas. Aviso aos leitores: por mais estranho que pareça, viagem pode (e deve) ter relação com sustentabilidade. Promover a sustentabilidade é fazer o uso equilibrado dos recursos naturais sem contar que o ecoturismo é uma das atividades que possibilita o utópico desenvolvimento sustentável. Ouso dizer que um dos melhores exemplos são os trabalhos desenvolvidos por alguns hotéis de selva em nossa Amazônia. Sim, apenas alguns, infelizmente! Há hotéis famosos até internacionalmente que têm um “nadinha” de política sustentável e, pelo contrário, depositam seus resíduos no leito dos rios da região. Uma vergonha! A boa notícia é que os motivos para orgulho também existem – e você pode fazer parte deles nas suas próximas férias, aliando uma viagem inesquecível a, quem sabe, belíssimos estudos. Você já está cansado de ouvir o quanto nossa floresta tropical é essencial para manter o equilíbrio ecológico do mundo. Então, para que um hotel de selva seja verdadeiramente sustentável ele tem de seguir pressupostos absolutamente estritos sobre economia de energia, reutilização e reciclagem, entre outras atividades. E também suprir as comunidades locais com trabalho e remuneração 24

justa, para que encontrem alternativas palpáveis ao corte de madeira, por exemplo. Sem esquecer, claro, da ênfase na educação (de toda a comunidade) para melhor entender a floresta e relacionar-se com ela. O Juma Lodge (www.jumalodge.com.br) é um exemplo fenomenal de que a sustentabilidade no turismo da floresta amazônica é mais do que possível: toda a estrutura do hotel foi construída sobre palafitas, mantendo ao máximo a biodiversidade natural do lugar. Também a valorização cultural das comunidades indígenas e ribeirinhas ao seu redor é es-

Será que sustentabilidade tem relação com viagem? timulada nas excursões programadas, na alimentação, na decoração dos bangalôs. Logo de cara percebe-se que a comunidade local é totalmente inserida e beneficiada pelo hotel, já que todos os funcionários são oriundos da região (e profundos conhecedores da mesma, por sinal). Para quem deseja mais que uma simples estadia no coração da floresta, o Juma Lodge também promove pesquisas pioneiras, como a identificação de sapos na região ou o adorável projeto de bototerapia (bototerapia.com/home/), com grandes parceiros como o INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (www.inpa.gov.br). Além disso, in-


tegra pesquisa com turismo explicitamente em atividades como a escalada em árvores (em parceria com a Amazon Tree Climbing) e inclui palestras instrutivas ao longo da atividade turística.

Riquezas locais valorizadas O Amazonat (www.amazonat.org.br) é outro hotel que acabou ficando famoso por suas políticas de turismo sustentável. Os números impressionam: são mais de 10 mil hectares que compõem a área total do espaço (há até um hotel flutuante em pleno rio!) e seus funcionários também são quase todos oriundos da comunidade local, valorizando o estilo, a cultura e a gastronomia durante 100% do tempo que um hóspede fica em suas instalações. O Amazonat também já desenvolveu diversas pesquisas sobre o ecossistema regional, em parceria com instituições educacionais holandesas e brasileiras, como a USP - Universidade de São Paulo, para fazer sua parte e manter-se em plena harmonia com a floresta que o rodeia. Segundo a Sociedade Internacional de Ecoturismo, a prática do ecoturismo consiste em viajar responsavelmente para áreas naturais que conservem o meio ambiente e melhorem o bem-estar da população local. Portanto, ecoturismo de verdade é a perfeita tradução para o turismo verdadeiramente sustentável – que é possível, sim. Nos hotéis de selva em que estive no começo desse ano (e recomendo!) – o Juma e o Amazonat - a gente deixa a tecnologia de lado quando chega: não há água quente no banho, nem telefone celular, nem internet – muito menos carros, motos e afins. Somente nós e a maior floresta tropical do mundo em contato direto com sua beleza, riqueza e encantos. Em suas próximas férias, tente conciliar uma viagem com os preceitos de sustentabilidade aliado aos seus estudos. E ainda por cima vivenciar uma experiência única em contato com o maior ecossistema do planeta. Você já fez ecoturismo? Para onde? O que achou? Conte para nós: revistayoung@gmail.com

Para que um hotel de selva seja verdadeiramente sustentável ele tem de seguir pressupostos absolutamente estritos sobre economia de energia, reutilização e reciclagem, entre outras atividades Mari Campos, é jornalista, blogueira e autora do Pequeno livro de viagem (Ed. Verus)

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Blog

Foto Arquivo Pessoal

Leonor Macedo “tuíta” mais do que a boca há cerca de dois anos. Escolheu ser a @subversiva por conta de um apelido da adolescência, que também batizou o seu primeiro blog. E jura que tentou fazer essa descrição em 140 caracteres, mas não é concisa nem aqui nem no Twitter

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Você tem Twitter? Postado por Leonor Macedo

Se você ainda não ouviu esse tipo de pergunta, ouvirá em breve. Porque o Twitter é a ferramenta web mais popular dos últimos tempos aqui no Brasil. Caiu no gosto de anônimos, subcelebridades, celebridades, empresas, imprensa, enfim, é muito provável que até os seus pais tenham um perfil no Twitter. Para quem nunca ouviu falar, explico: o Twitter, hospedado no endereço www.twitter.com, é uma ferramenta de microblog. Depois de criar um perfil, é possível atualizá-lo com textos de até 140 caracteres, ou seja, cerca de duas linhas. A ideia é mesmo ser sucinto e o espaço é seu para escrever o que quiser: enviar um link interessante, contar uma piada, falar sobre sua vida, desabafar, perguntar sobre seus amigos. Quem te lê é quem te segue. Assim é chamado aquele que se interessa pelo seu perfil e te pede autorização para ler os seus tweets. E você passa a ser seguidor dos perfis das pessoas que quer ler. Parece complicado, mas não é. O Twitter é tão intuitivo quanto o Orkut e lá é possível fazer amigos, trocar ideias e informações. A ferramenta é conhecida, inclusive, pela agilidade que tem para circular as notícias. Os usuários acabam veiculando a informação muito antes do que os principais sites jornalísticos do Brasil.

Minimizar os pensamentos O Twitter caiu no gosto popular há pouco tempo, mas existe desde março de 2006. Nasceu da cabeça de Jack Dorsay, um norte-americano que desde os 15 anos pensava em desenvolver uma ferramenta baseada em um software que rastreava os taxistas. Quando foi trabalhar em uma empresa, já em 2006, desenvolveu a ferramenta de comunicação interna. Foi Evam Willians, criador do Blogger, uma das mais populares ferramentas de blog do mundo, que apostou na ideia de Dorsay. Apesar de ser pensado desde 1992, o Twitter só foi possível em 2006 por conta da tecnologia. “Ele nasceu para o celular. Com poucos caracteres, as pessoas são mais espontâneas, mais instantâneas. A ideia é minimizar os pensamentos”, explica Dorsay. Com o passar do tempo, surgiram vários aplicativos para “twittar” do celular, mas ainda assim, o Twitter é bastante usado via página da web. 26


Glossário do Twitter É a linguagem própria do Twitter que faz com que as pessoas se sintam um pouco perdidas ao entrar na ferramenta pela primeira vez. Abaixo, segue um pequeno glossário para leigos no assunto: Tweet É como é chamado um post do Twitter. Twittar A ação de escrever no Twitter: “Eu twitto, Tu twittas, Ele twitta”. Twitteiro Quem escreve no Twitter. Seguidores (Followers) São as pessoas que leem os seus tweets. Há a opção de deixar suas atualizações em aberto, para que todos possam ler mesmo sem ser seu seguidor. A outra opção é trancar o que escreve e só autorizar a leitura para quem for seu seguidor. Reply São respostas a outros tweets, de outras pessoas. Se alguém faz uma menção a você ou lhe pergunta algo, é possível responder diretamente a ela. Basta colocar a @ na frente do nickname da pessoa. Por exemplo, o meu nickname no Twitter é Subversiva. Se quiser escrever para mim, digite @subversiva antes de sua mensagem. Assim, saberei que o escrito tem destinatário certo. Se alguém fizer isso com o seu login é um reply para você. Mensagem direta (Direct message) Tudo aquilo que você escreve está visível para quem é seu seguidor. Se você quiser escrever algo que só o destinatário pode ler e que não ficará visível em sua página, é possível enviar uma mensagem privativa. Em vez de colocar a @ na frente do login da pessoa, escreva a letra “D” antes do nickname. Por exemplo: D subversiva [e a mensagem]. Hashtag As tags, ou hashtags, são velhas conhecidas de quem já é blogueiro. Nada mais são do que etiquetas que facilitam a identificação do assunto da postagem. Sinalizar o que se escreve com uma tag facilita a busca de mensagens por interesses específicos. No Twitter, as hashtags são marcadas pelo sustenido (#) antes das mensagens. Retweeting Alguém escreveu algo relevante e você quer dividir com todos os seus seguidores? Basta retwittar a mensagem. O símbolo RT antes do que foi dito, indica que aquilo é uma citação. Não esqueça de colocar o crédito de quem fez a citação. Para isso, é preciso escrever, após o RT, qual é a arroba e o nickname da pessoa. Por exemplo: RT @subversiva Acompanhe a nova edição da Revista Young. Trending Topics No canto direito de seu perfil, estão os Trending Topics, uma lista dos assuntos mais falados do Twitter naquele momento. Normalmente, como a língua inglesa é predominante nos perfis, os assuntos que aparecem nos Trending Topics estão em inglês e dizem respeito aos norte-americanos. Mas não é muito difícil ver um assunto brasileiro aparecer na lista dos 10 mais falados em todo o Twitter. Apesar do Twitter ser uma ferramenta norte-americana e estar toda em inglês, ela está repleta de brasileiros, como foi dito bem aqui em cima. Por isso, boa parte desse glossário foi aportuguesado. Twitter continua Twitter, mas tweet virou tuíte. Twitteiro é tuiteiro, twittar é tuitar e retweeting é retuitar ou retuitando. O Twitter rende assuntos para muitas outras colunas que, com certeza, virão. Agora que você aprendeu como é que se faz, não se acanhe e crie o seu perfil. Ah! Eu, a revista e os demais jornalistas da revista temos twitter e você pode nos seguir por lá, no www.twitter.com/subversiva e www.twitter. com/revistayoung Beijo, me segue!

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l a pesso rquivo Foto a

Mudança de Direção Por Denise Camargo

CAMINHOS TORTOS LEVAM PARA O DIREITO Conheça a trajetória da leitora Juliana Machado. Após cursar Biologia ela se aventurou na área de propriedade intelectual e descobriu sua verdadeira vocação Alguns dias após o lançamento da primeira edição da Revista Young recebemos um e-mail muito simpático da leitora Juliana Pereira Machado, estudante do curso de Direito da Universidade Unip-Alphaville. E como nosso intuito é justamente fazer amigos e apresentá-los para todo mundo, gostaríamos de apresentá-la. Juliana conta que recebeu a Revista Young na porta da faculdade e como estava em semana de provas acabou “jogando” na pasta de estudos e por lá ficou. “Dias depois, com as férias se aproximando, comecei a arrumar tudo para guardar e me deparei com o exemplar. Confesso que num primeiro momento achei que seria uma publicação mais voltada para jovens de 17-24 anos e, por isso, quase não dei oportunidade para a leitura”, relata. Mas ela “devorou” a revista com muito prazer. “Me identifiquei com as histórias, principalmente com a seção Mudança de direção. Tenho 27 anos e quando decidi fazer faculdade, há cerca de 10 anos, escolhi o curso de Biologia, na UNISA – Universidade de Santo Amaro. Na época, queria trabalhar com inseminação artificial, DNA, genoma. No entanto, no decorrer do curso fiz estágios em laboratório envolvendo DNA e radiação nuclear e percebi que não era a minha praia ficar dentro de um laboratório todos os dias” complementa. Juliana afirma que é muito importante fazer estágios variados para descobrir o que realmente se gosta. “Estagiei no Parque Ibirapuera com plantas, lecionei em escolas públicas e trabalhei com consultoria ambiental. Todas áreas distintas e apaixonantes. Quando me formei, veio a grande decepção e a pergunta: ‘E agora, farei o quê? Não tenho emprego fixo’”, relembra.

A vida pós-faculdade Juliana pediu conselhos para os amigos que já estavam no mercado de trabalho e tinham mais experiência para lidar 28

com suas profissões. “Como cada um trabalhava em uma área diferente, pensei que conseguiria saber de modo geral como era o mercado de trabalho. Foi quando uma amiga me incentivou a fazer o curso de Direito para trabalhar em Direito Ambiental, matéria ainda muito nova e que os advogados, por não terem o conhecimento técnico necessário, acabam penando um pouco”, conta.

A descoberta “Minha amiga disse que me arranjaria um estágio para que eu pudesse encarar mais cinco anos de faculdade. Fiz estágio em uma instituição financeira, em Contencioso Cível, que tem por objeto a defesa em juízo da pessoa física ou jurídica na área do Direito Civil. A área não tem nada a ver

Estagiei no Parque Ibirapuera com plantas, lecionei em escolas públicas e trabalhei com consultoria ambiental. Todas áreas distintas e apaixonantes. Quando me formei, veio a grande decepção e a pergunta: “E agora, farei o quê? Não tenho emprego fixo” com meio ambiente e direito ambiental, mas me deu uma base do que encararia pela frente: os prazos, postura e o tão falado ‘juridiquês’”, brinca. Foi quando ela começou enviar currículos para outros escritórios na área cível, pois não achava que conseguiria juntar as duas faculdades cursadas.


Foto Michel Meynsbrughen

“Para minha surpresa consegui uma vaga de estágio no Contencioso cível. Eles também tinham uma equipe técnica (biólogos, engenheiros de todas as áreas, farmacêuticos etc) pois trabalhavam com patentes. Não entendi num primeiro momento a relação entre Biologia, Direito e patentes. Depois de algumas entrevistas com pessoas que viram no meu currículo um diferencial e me incentivaram a entender mais sobre a área de proteção por patentes, percebi que poderia ser um desafio e tanto. E aqui estou eu: depois de um ano de estágio, sou associada da empresa como profissional da área de Biologia, há um ano e meio trabalho com a área de Propriedade Industrial e caminhando para o 9º semestre de Direito”, relata, feliz.

Como a Biologia e o Direito se completam Juliana conta que a Propriedade Industrial é subdividida em algumas áreas (marcas, indicações geográficas, patentes etc) e, dentro da área de patentes, existem campos técnicos diferentes (mecânica, química, biologia, farmacêutica etc). “No que diz respeito ao meu trabalho, por ser bióloga com todo o respaldo técnico para atuar nesta área, e por ter conhecimentos em inglês, leio as invenções dos clientes, em sua maioria internacionais, para avaliar se diante da Lei da Propriedade Industrial Brasileira podem ser protegidos no Brasil, ajudando-os a conseguir a proteção para os seus inventos na área de Química, Cosmética, Farmacêutica e cultivares (sementes geneticamente modificadas). O contrário também ocorre com clientes nacionais que querem saber se seus inventos podem ser protegidos no Brasil e no exterior”, conta. Segundo a jovem, o Direito auxilia-a a entender as leis que

regem a Propriedade Industrial no país e no mundo, além da noção da necessidade dos prazos, formas técnicas de se reportar ao órgão competente a avaliar e conceder as patentes dos clientes, no caso o INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. “O tempo voou, descobri na prática áreas distintas para se trabalhar e acabei me apaixonando por outras que nem sabia que existiam. É assim o nosso mundo profissional. Temos de estar sempre antenados e preparados para, diante de um novo obstáculo, transformá-

Descobri na prática áreas distintas para se trabalhar e acabei me apaixonando por outras que nem sabia que existiam. lo em uma oportunidade e, assim alcançarmos novos horizontes”, destaca. Juliana diz que se identificou com a revista, pois nossos artigos mostram como estudantes e profissionais podem contribuir sempre para os novos desafios que estão chegando. “A revista tem esta missão de ‘trocar figurinhas’ com aqueles que já passaram pela vida universitária. E quem sabe a minha história não ajude outros jovens a seguirem em frente quando as coisas não estiverem acontecendo da forma que gostariam? Para mim o que vale mesmo é nunca desistir”, finaliza. E você escolheu um caminho e acabou em outro? Escreva sua história para nós: revistayoung@gmail.com 29


Foto Steve Grayse

Concurso público Texto Vanessa Prata

Foco na carreira pública Passar em um concurso público é o sonho de muita gente. Confira as dicas de quem já venceu esse desafio Estabilidade no emprego, bons salários e segurança para planejar o futuro são os três pilares fundamentais que atraem profissionais de todas as idades para os concursos públicos. Apesar da dificuldade para passar em algumas provas, verdadeiros “vestibulares”, a dedicação e a disciplina nos estudos costumam compensar. “Mas é preciso ter em mente que a carreira pública é um projeto de vida de médio a longo prazo. Mesmo após a aprovação, não é daqui uma semana ou um mês que você começará a receber seu salário. O tempo para ser chamado pode demorar de seis meses a dois anos”, explica José Luis Baubeta, diretor de RH da Central de Concursos. Às vezes, esse tempo é ainda maior, como aconteceu com Karine Zinn Ribeiro, assistente administrativa da CEEE Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul. “Prestei o concurso em 2005 e comecei a trabalhar em fevereiro deste ano. Com certeza, já tinha perdido a esperança de ser chamada”, conta Karine, que passou no primeiro concurso que prestou. O lado bom é que enquanto você se prepara para o exame que tem em mente ou espera ser chamado para ocupar a vaga, pode prestar outros concursos em busca de remuneração maior. “Cerca de 80 a 90% das disciplinas de todas as provas são idênticas, assim, ao estudar para um concurso, estará estudando para outros também”, afirma José Luis. Para prestar as provas, não há limite mínimo ou máximo de idade, mas é necessário ter 18 anos completos na data em 30

que você tomar posse do cargo e a aposentadoria compulsória ocorre aos 70 anos. É bom lembrar ainda que em algumas carreiras é necessário passar em provas de aptidão técnica e avaliação psicológica e, em qualquer caso, a estabilidade no emprego só acontece após três anos na função. Em média, os valores de inscrição para cargos de nível médio ficam entre R$ 30 e 40 e para os de nível superior entre R$ 60 e 80.

“Prestei o concurso em 2005 e comecei a trabalhar em fevereiro deste ano. já tinha perdido a esperança de ser chamada” Os dois lados da moeda Além da estabilidade e do salário, muitas pessoas veem ainda a carreira pública como uma forma de servir ao país, como é o caso de Marcelo Hiramatsu Azevedo, analista do Banco Central do Brasil. “Não via possibilidades em ser empreendedor nem tinha perfil para trabalhar na área privada. No caso do Banco Central, quem não gostaria de trabalhar em uma instituição de excelência e que, ao defender nossa moeda com sucesso há quinze anos, possibilitou aos brasileiros voltar a planejar a vida com uma inflação em patamares civilizados?”, ressalta.


Conhecer a administração pública pelo lado de dentro, e não apenas como contribuinte, e desmistificar a visão de que funcionário público não trabalha também são pontos positivos na visão de Andrezza Karina Domingues, diretora da divisão de desenvolvimento e capacitação de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Finanças, da Prefeitura de São Paulo. “Como em qualquer empresa há os que ‘vestem a camisa’ e os que apenas esperam ‘o final do mês para receber seu pagamento’”, diz. “A maior desvantagem, no entanto, é a burocracia, pois como lidamos com dinheiro público, as contratações de serviços seguem um modelo de licitação que, às vezes, é demorado. Há também a questão de não poder contratar alguém que você gostaria porque é necessário prestar o concurso”, completa.

“A máxima de que funcionário público é acomodado não reflete bem o que acontece...” Visão semelhante é compartilhada por Eduardo Duarte, formado em Geografia e servidor do Ministério Público do Estado do Acre. “A máxima de que funcionário público é acomodado não reflete bem o que acontece, pelo menos na instituição com a qual tenho vínculo. As desvantagens estão relacionadas ao joguete político que ocorre dentro do governo, vendo pessoas ascendendo e sendo nomeadas conforme as forças políticas predominantes, além de questões trabalhistas, como reajustes salariais”, enfatiza. A remuneração, que atrai muitas pessoas inicialmente, pode se tornar uma desvantagem para os cargos mais altos, pois os salários não são reajustados da mesma forma que na iniciativa privada. Porém, a estabilidade no emprego pode compensar.

Dicas para passar nos concursos “Paraquedistas não têm a mínima chance”, afirma categoricamente Vânia Ferreira Campos, analista da Caixa Econômica Federal. “Prepare-se bem, estudando em casa e, se possível, fazendo um curso de boa qualidade. A chance de êxito está diretamente ligada ao empenho dedicado”, diz Vânia, que estudou por 6 meses, cerca de 4 horas diárias em cursinhos preparatórios. Esta também é a opinião de Eduardo, que reforça a importância de desenvolver uma rotina de estudos. “É preciso focar no que se quer e começar a estudar. Não adianta ler uma página de internet com editais abertos e pensar ‘vou fazer este!’ Você não terá tempo hábil para estudar, então, escolha um cargo que você tenha vocação e se prepare para o concurso, mesmo que o edital só abra daqui a

dois ou três anos”, ensina. Entretanto, Eduardo lembra que ninguém deve se “isolar do mundo” para se dedicar aos concursos. “Não é bom perder sono ou esquecer a vida social. É perfeitamente possível ser aprovado com menos sacrifício”, diz. Ter um planejamento de longo prazo é fundamental ainda que você tenha uma reserva financeira para investir nos estudos, como fez Marcelo. “No começo, fiz os cursinhos que ofereciam todas as matérias e, na iminência do edital, módulos específicos em cursinhos mais caros, e comprei muitos livros. Não foi um investimento barato”, relembra. E mais: não é uma questão de inteligência passar em um concurso público. É uma questão de prática, insistência e, principalmente, disciplina”, destaca o servidor. Na opinião de Andrezza, atualmente, as provas estão exigindo mais conhecimento dos candidatos. “Na época em que passei, há sete anos, achei a prova muito fácil, mas no ano passado houve novamente o mesmo concurso e estava bem mais difícil. Hoje, acho importante perceber quais são suas maiores dificuldades e procurar um cursinho para ajudar a estudar, pois os professores têm noção do que realmente cai na prova”, finaliza.

Passo a passo para a aprovação Veja mais dicas de José Luis Baubeta, da Central de Concursos, e dos entrevistados acima, que passaram em diferentes concursos públicos.

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Pesquise as áreas que você tem interesse em prestar concurso e fique de olho nas matérias exigidas;

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Converse com quem já passou nas provas e trabalha na área para tirar suas dúvidas e avaliar se você realmente gostaria de trabalhar numa empresa pública;

3

Fique de olho nos editais e prazos. Não espere o edital ser aberto para começar a estudar;

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Estabeleça uma rotina de estudos;

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Não peça demissão para se dedicar exclusivamente aos estudos. Você pode demorar para passar ou ser chamado e o salário pode fazer falta;

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Não desista nas primeiras tentativas fracassadas. Faça do concurso um projeto de vida de médio a longo prazo.

Avalie o custo/benefício. Nem sempre vale a pena viajar para prestar provas em outros estados;

Para saber mais: Central de Concursos www. centraldeconcursos.com.br Tel.: (11) 3017-8800 31


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Texto Denise Camargo | Edição Kalu Brum

Capa foto: William C. Webb


Trabalho pelo verde Profissões ligadas à ecologia são a grande promessa do mercado de trabalho. O número de vagas tem aumentado graças à propogação do conceito de sustentabilidade. Veja como você pode adequar sua carreira e ajudar na preservação do ecossistema mundial Apagar a luz ao sair de um cômodo, reciclar lixo, fechar a torneira para escovar os dentes, consumir produtos orgânicos, usar lâmpadas econômicas. Estas e outras ações ambientais já fazem parte do nosso dia a dia. As crianças, desde cedo, se preocupam com o aquecimento global, com a possibilidade de faltar água doce no planeta. E mesmo o mais alienado não consegue fechar os olhos para as catástrofes ambientais que batem a nossa porta, com períodos de secas severos ou tempestades capazes de destruír uma cidade. Nos telejornais, revistas e jornais os temas ambientais estão entre os assuntos de maior destaque, invadindo os lares para buscar uma permanente mudança de hábito. A questão ambiental, até então relacionada apenas a salvar as florestas e os animais, ganhou um foco mais próximo do cidadão comum como eu e você (ou nem tão comum assim, mas sigamos). Fazer cada um a sua parte já é possível sem precisar se embrenhar na mata densa e ficar nu em frente a uma árvore que seria cerrada por um madeireiro cruel. Consumir menos, optar por produtos mais ecológicos, fazer reciclagem, economizar é possível e faz grande diferença.

Profissões verdes Se hoje existem estas alternativas verdes em diversas áreas, significa que há um novo e promissor campo de trabalho: o das profissões verdes. Atividades que trabalham com conceitos de conscientização ambiental são a grande promessa de trabalho, segundo Alcir Vilela Junior, coordenador da Área de Graduação de Meio Ambiente, Saúde e Educação, do Centro Universitário Senac. Para ele, carreiras ligadas às questões ambientais são uma realidade, com um longo e promissor futuro. “De fato, as profissões relacionadas com as demandas da sociedade contemporânea, como a questão ambiental, são promissoras e fundamentais para o futuro do planeta”, afirma. Afinal, precisamos buscar soluções urgentes para recuperar áreas degradadas, despoluir rios, gente esperta que encontre fontes energéticas ecológicas, adequar pro-

cessos produtivos à legislação ambiental, moradias, móveis e automóveis sustentáveis são campos com desafios e oportunidades para concretizar um conceito já bastante criticado pelos ambientalistas: o tal desenvolvimento sustentável, que em outras palavras significa que podemos ter desenvolvimento econômico sem aniquilar com os recursos ambientais do planeta.

Em busca de especialistas Uma boa notícia é que, segundo Daniella Correa, consultora de Recursos Humanos da Catho Online, embora o mercado ofereça boas oportunidades, falta mão de obra qualificada. “A formação em um curso superior ou técnico na área é o requisito básico para atuação. Além disso, é fundamental que o profissional tenha inglês fluente, conhecimentos de informática e saiba trabalhar em equipe”, ensina Daniella. Para quem está interessado em graduar-se ou especializar-se na área, Alcir Vilela Junior, recomenda que se certifique do real interesse no assunto. “Se é difícil alguém ser feliz fazendo o que não gosta, é quase impossível conseguir ser competente e, consequentemente, bem-sucedido em um tema sem afinidade”, diz. Finalmente, prepare-se para entrar numa área muito dinâmica, que está em constante aprimoramento e que demandará – sempre – uma atuação multidisciplinar e capacidade de articulação e negociação. “É importante ressaltar que o trabalho na área de meio ambiente e sustentabilidade se reveste, também, de grande responsabilidade no campo social e ético. Um trabalho bem-sucedido na área, mesmo que dentro de uma empresa, terá repercussões positivas para a comunidade local e para a sociedade de forma mais ampla. Por outro lado, um trabalho mal conduzido pode trazer prejuízos significativos para a qualidade de vida de muitas pessoas e os ecossistemas. Essas duas perspectivas (a oportunidade e o risco) devem ser encaradas pelo futuro profissional como motivadores adicionais na busca de formação e especialização e na atuação responsável e competente”, finaliza Alcir

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Foto Dariusz Dembinski

Capa PRINCIPAIS PROFISSÕES LIGADAS AO MEIO AMBIENTE Fonte: www.ikwa.com.br

Análise Ambiental Este profissional realiza análises microbiológicas para atividades de saneamento ambiental e saúde. Ele executa estudos físico-químicos de materiais como esgoto, água, lodo, solo, ar e alimentos com o objetivo de detectar a presença e a quantidade de parasitas e microorganismos, determinar a qualidade do meio e medir os níveis de substâncias tóxicas. Também faz pesquisas epidemiológicas, para identificar doenças específicas em uma região. Cursos relacionados: ciências biológicas, ciências biomédicas e química.

Assessoria e Consultoria Ambiental Este especialista presta serviços de gerenciamento de projetos ambientais e de auditoria a empresas públicas e privadas. Elabora estudos e relatórios de impacto ambiental, analisando a adequação da empresa aos parâmetros legais em aspectos como grau de contaminação do solo e níveis de ruído e odor. Pode ainda orientar o crescimento de cidades e prestar assessoria na arborização de ruas, praças e parques e na montagem de viveiros de mudas e transplante de árvores. Presta consultoria para a recuperação de áreas degradadas e a resolução de problemas de saneamento e de coleta de lixo, prepara as indústrias para a certificação de acordo com as normas de gestão ambiental ISO 14000 e pode também trabalhar em parques florestais, estações ecológicas e zoológicos. Cursos relacionados: ciências biológicas, ecologia, enge34

nharia ambiental, engenharia florestal, engenharia sanitária, gestão ambiental e gestão ambiental (tecnológico).

Certificação Ambiental Este especialista assessora, coordena e conduz procedimentos de certificação na área ambiental. Para isso, aplica uma metodologia específica e, a partir da análise de diversos fatores, certifica empreendimentos agrícolas e industriais seguindo as normas da ISO, um sistematiza de padronização internacional do gerenciamento ambiental nas empresas. São mapeados os processos, serviços, produtos e práticas que possam trazer algum impacto ao meio ambiente, estejam eles ligados direta ou indiretamente com as atividades de determinado setor. Também são analisados os procedimentos que a empresa ou indústria utiliza para monitoramento, prevenção, acondicionamento, armazenamento ou descarte de resíduos. Cursos relacionados: ecologia, engenharia ambiental, gestão ambiental e gestão ambiental (tecnológico)

Controle Ambiental (técnico) O profissional desta área é responsável por analisar aspectos diversos envolvidos na exploração dos recursos naturais, visando o desenvolvimento sustentável e a racionalização do uso do meio ambiente. Para isso, coleta e armazena dados para análises físicas e químicas da água, do solo e do ar. Identifica os processos de degradação, planeja ações preventivas e cria campanhas e atividades voltadas para a conservação do meio ambiente.

Direito Ambiental Lidar com as questões que envolvam a relação do homem


foto: Zsuzsanna Kilián

Como se preparar para o mercado de trabalho com o meio ambiente é a atividade deste profissional. Suas ferramentas são um conjunto de normas jurídicas que visam a impedir a degradação e a destruição dos elementos da natureza. Trabalha essencialmente com o controle da poluição, com a preservação dos recursos naturais e com a restauração do que foi destruído. É importante ter gosto por leitura e conhecer os mecanismos dos ecossistemas para a aplicação das normas jurídicas. Cursos relacionados: Direito

Economia Ambiental Entre as tarefas deste especialista está elaborar projetos ambientais para empresas e instituições diversas, públicas ou privadas, com o objetivo de evitar danos ambientais como o desmatamento, a exploração predatória dos recursos marinhos e a emissão de gases que causam o efeito estufa. Ele também elabora análises e relatórios de impacto ambiental. Para isso, faz pesquisas para conhecer as principais consequências da implantação de um projeto em determinada região e, com base nesses estudos, propõe a adoção de técnicas não poluentes e processos que atendam as exigências da legislação. Cursos relacionados: administração, ciências econômicas, ecologia, engenharia ambiental, engenharia florestal, engenharia química, gestão ambiental, gestão ambiental (tecnológico).

Educação Ambiental Este profissional busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental. Seu objetivo é contribuir para o desenvolvimento de uma consciência crítica entre as pessoas, a fim de ajudar a preservação e utilização

Confira algumas dicas gerais da consultora de Recursos Humanos da Catho Online, Daniella Correa, que poderão ser seguidas por profissinais de qualquer área de atuação: É importante manter-se atualizado sobre o tema e, para isso, o profissional poderá contar com rádio, televisão, internet, jornais, revistas e até conversar com amigos e conhecidos; Converse, mande e-mail ou telefone para as pessoas com quem trabalhou ou estudou. Informe os colegas da procura por um novo emprego; Invista em cursos, workshops e palestras direcionados à área; Aprenda o pacote Office (Excel, Word, Access, Power Point) e invista em aulas de softwares específicos para a sua atuação; Os idiomas fazem parte dos requisitos esperados de um candidato. O inglês continua sendo fundamental, principalmente a partir do nível avançado; Estruture um bom currículo e uma carta de apresentação; Mande o seu currículo para ex-colegas de trabalho, amigos e locais em que gostaria de trabalhar. “Não entregue pessoalmente o currículo na empresa. Essa atitude mostra certo desespero, além de trazer gastos com o deslocamento. A internet é a melhor opção. 35


Foto Dariusz Dembinski

Capa sustentável dos recursos naturais. Para isso, planeja e executa programas pedagógicos para conscientizar a população e aplica esses programas em classe, com alunos da rede oficial de ensino, ou em instituições diversas, como centros comunitários, museus, parques e reservas, empresas, criadouros de animais silvestres, entre outros. Cursos relacionados: ciências biológicas, ecologia, engenharia ambiental, geografia, gestão ambiental (tecnológico).

Engenharia Ambiental Com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do planeta, o engenheiro ambiental atua na gestão do meio ambiente, principalmente no manejo, no controle e na recuperação da qualidade da água, do ar e do solo. É ele quem realiza estudos de impacto ambiental, propondo soluções que visam o aproveitamento racional dos recursos naturais. Entre suas funções estão a investigação, a avaliação, a adaptação e a implantação de sistemas de produção ambientalmente viáveis, a recuperação de áreas degradadas e a diminuição e o monitoramento dos processos e atividades causadoras de impactos ambientais. Cursos relacionados: assessoria e consultoria ambiental: avaliação de riscos e impactos ambientais, bioprocessos ambientais, certificação ambiental, economia ambiental, educação ambiental, engenharia de meio ambiente, formas alternativas de energia, gerenciamento de recursos naturais, gestão ambiental, manejo ambiental, pesquisa ambiental, preservação do ambiente marinho, recuperação de áreas degradadas, saneamento.

Física Ambiental Este especialista investiga as propriedades físicas da at36

mosfera e do ambiente para identificar de que forma eles são afetados pelas atividades humanas. Utilizando técnicas específicas e diversos equipamentos, ele analisa a composição de poluentes, mede a respiração do solo, a umidade do ar, a composição da água, a variação da temperatura, entre outros aspectos. A partir desses dados, avalia a situação ambiental de determinado local com o objetivo de apoiar programas e projetos de preservação. Cursos relacionados: engenharia física, física e meteorologia.

Geofísica Ambiental Por meio da medição de propriedades físicas das rochas e sedimentos, este profissional pesquisa os impactos das atividades humanas sobre o solo e o subsolo, identifica e mapeia áreas afetadas por poluição e avalia qual é o nível de contaminação – se está restrita à superfície ou se atingiu camadas mais profundas, afetando inclusive lençóis de água. Efetua ainda medidas de monitoramento visando a recuperação de áreas degradadas. Cursos relacionados: geofísica e geologia.

Ecologia O bacharel em ecologia dedica-se principalmente ao diagnóstico dos impactos ambientais gerados pelas atividades humanas, indicando as soluções para cada problema. Desenvolve estratégias que inibam ações nocivas ao meio ambiente, como as causadas pelas mudanças demográficas, pela utilização intensiva e desordenada de recursos naturais e pela poluição. Ele ainda trabalha na criação de reservas florestais, fazendo levantamento de espécies da flora e fauna locais. No setor privado, atua na instalação e operação de grandes


foto: Zsuzsanna Kilián

LIBERDADE, PAZ E AMOR indústrias, orientando o descarte de resíduos da produção para evitar a poluição de rios e lençóis freáticos. Além de participar de atividades em campo, utiliza em seu trabalho modernos recursos tecnológicos, como satélites, radares e computadores. Cursos relacionados: assessoria e consultoria ambiental avaliação de riscos e impactos ambientais, bioprocessos ambientais, certificação ambiental, ecologia aplicada, ecologia aquática, economia ambiental, ecoturismo, educação ambiental, gerenciamento costeiro, gerenciamento de recursos naturais, gestão ambiental, manejo ambiental, monitoria e pesquisa ambiental, preservação do ambiente marinho, recuperação de áreas degradadas. E o que você tem feito pelo meio ambiente? Escreva para nós: revistayoung@gmail.com

Senac O Senac São Paulo atua com diversas modalidades de ensino na área ambiental, disponibilizando desde cursos de pequena duração até os de graduação e pós-graduação. Atualmente, o portfolio da instituição é composto por 30 títulos na área de meio ambiente. A novidade fica por conta da graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental, com duração de 2 anos, que forma profissionais para lidar com ferramentas de gestão ambiental e capacita a atuar de maneira sustentável na utilização dos recursos naturais. Para saber mais: www.sp.senac.br/vestibular

Woodstock, o festival hippie que há 40 anos revolucionou para sempre a história do rock, também pode ser considerado um marco para popularização das questões ambientais no mundo. No entanto, foi em meados da década de 70 que a preservação da natureza começou a ser discutida efetivamente. E um dos eventos que marcaram este período foi o da conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, realizada em 1972, onde autoridades mundiais estiveram reunidas em Estocolmo, capital da Suécia para alertar o mundo de que, se não modificássemos nosso modelo de desenvolvimento, acabaríamos com o planeta e toda espécie humana. No Brasil, o tema ganhou maior visibilidade durante a Eco 92 ou Rio-92, nomes pelos quais é mais conhecida a conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada em junho de 1992, no Rio de Janeiro, com o intuito de buscar conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. O evento consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para a mais ampla conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. As ONGs fizeram um encontro paralelo no Aterro do Flamengo e desempenham até hoje um papel importante, pois ao longo dos anos atuaram como fiscais, pressionando os governos de todo o mundo a cumprir as determinações da Agenda 21, principal documento produzido no encontro que viabilizava o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional. A conferência de 2002, na África do Sul, não teve o mesmo impacto positivo. Os trabalhos de conscientização em todo o mundo continuam e as cástrofes ecológicas, as mudanças climáticas e epidemias mostram que ainda há muito a fazer para que o homem possa viver de maneira harmoniosa no planeta Terra. 37


Arte de Oliver da Gig Mill Primary School

Bullying em Israel

Ce doJam filmealBullying | FotonaArn

Bullying Texto Michelle Jardim

Violência GRatuita A prática do bullying atinge pessoas em escala mundial. Você sabe o que é isso? Lembra-se daquele garoto ou garota que todo mundo zoava por seu comportamento, suas roupas, seu jeito de falar ou qualquer outra razão que o fazia diferente? Isso é bullying, uma prática mais comum do que se imagina. Os especialistas geralmente caracterizam bullying como um conjunto de comportamentos agressivos, coercitivos e repetitivos em relações ao desequilíbrio de poder. Geralmente o bully (agressor) busca, por meio da violência, o prazer imediato, a superioridade e o reconhecimento. Os alvos não possuem habilidades sociais para posicionar-se, defender-se e fazer-se respeitar. E um dia pode ser você! Exemplos são os atos de intimidação, humilhação e discriminação, insultos pessoais, apelidos pejorativos, gozações que magoam, acusações injustas, atuação de hostilidade grupal, ridicularização do outro, exclusão e isolamento social da vítima. Você já passou por isso? Ou já presenciou algo semelhante com alguém? Luiz Gustavo Vieira do Nascimento, 19 anos, estudante do curso profissionalizante de teatro, mudou de turma para livrar-se do problema. “Sentia-me muito chateado”, conta. Há males que vem para o bem, pois o futuro ator fez novos amigos e conheceu uma pessoa muito especial. “Neste novo grupo tenho amigos de verdade e uma pessoa que me ajudou muito. Ela é uma garota linda e simpática. Hoje me sinto feliz”, diz. O assunto vem sendo abordado em diversos meios de comunica38

ção. Meninos e meninas estão vivenciando este problema. Estatísticas revelam que quase metade da população escolar já esteve envolvida com bullying, seja como agressor, alvo ou agressor/alvo, alerta a psicóloga e terapeuta Giovana Tessaro. É um problema que atinge crianças e adolescentes em todo o mundo. Segundo dados da Organização não Governamental inglesa PLAN (*plano em inglês) a cada dia um milhão de crianças sofrem algum tipo de violência nas escolas, afetando a sua personalidade e sua saúde física e mental. Outra pesquisa do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientações sobre o bullying Escolar (Cemeobs) aponta que 40% dos casos ocorrem no pátio da escola. Priscilla Amaral dos Santos, de 32 anos, vivenciou situações deste tipo na época da faculdade. “Eu tinha 20 anos. No primeiro ano do curso pedi transferência do período noturno para o matutino para ter o restante do tempo livre e poder estudar e trabalhar. Quando cheguei à nova turma fui bem aceita de imediato, em uma semana já tinha um grupo formado para os trabalhos extraclasse e festinhas programadas. Mas, tinha um rapaz da sala que era excluído por todos. Ele vinha conversar comigo e eu o tratava bem. En-


ação Bullying | Fot o Divulg Cena do filme

tão, começaram a falar mal dele para mim, e como continuava a conversar com ele, comecei a perceber que estavam me excluindo também. Um dia, recebi uma sentença: ou parava de conversar com ele ou paravam de falar comigo. Resultado: acabei sendo excluída também”, revela. Segundo a diretora pedagógica Vânia Mesquita Trindade Silva, quem pratica o bullying muitas vezes é aquela pessoa que se diz popular. “Gosta de transgredir regras, humilhar os mais fracos, menores ou tímidos. Sente satisfação em tratar o outro com desprezo. Em geral são pessoas que não vivem em um ambiente familiar estruturado e são tratados com certa indiferença”, esclarece. Com isso, desembocam suas frustrações no outro para se sentirem “melhores” diante da vida desregrada que levam. Vânia acrescenta ainda que “o bully pode se tornar um problema para si e para a sociedade. Existem muitos estudos que apontam a incidência de atitudes antissociais e de criminalidade. Além disso, ele pode se tornar uma pessoa depressiva”, completa. No caso de Priscilla, ela foi excluída por preconceito à outra pessoa. “A sala de aula tinha cerca de 50 alunos. A turminha que me excluiu era de cinco pessoas. Depois da exclusão, acho que fui me isolando também, ficando insegura em relação à sala. Como fiquei de dependência (DP) em uma disciplina no primeiro ano, acabei tendo aula durante a manhã e a

noite”, complementa. Entretanto, a jornalista deu um jeito de dar a volta por cima. “Essa experiência mudou meu foco de vida. Antes tinha uma visão fantasiosa da realidade. Aprendi a ter mais jogo de cintura socialmente. Acho que a opressão é algo perigoso: o oprimido é um opressor em potencial. Depois dessa fase, que durou uns três anos, por precaução sentia que estava começando a ter um pré-conceito em relação às pessoas e por um tempo fugi dos problemas alheios. Analisando o ocorrido, acho que agi certo em não excluir o colega da faculdade, mas fui omissa em deixar que me excluíssem também. A pessoa que passa por esse tipo de rejeição deve sair, procurar atividades prazerosas, estabelecer outros contatos sociais e não ficar paralisado, se achando o último dos mortais”, conclui. Até hoje, esta prática não é discutida e poucas ações têm sido aplicadas para evitá-las. Para a diretora pedagógica, não existe um tratamento eficaz. “Acredito na prevenção. É preciso cuidar das crianças e jovens, tanto em casa como na escola. Conversar, orientar, ser parceiro na vida fazendo com que confiem nos adultos que estão ao seu redor e sentindo segurança para expressar o que estão pensando. O adulto tem o dever de estar presente, de proporcionar um ambiente seguro de relações para que tudo possa ser refletido em conjunto”, alerta Fonte: Organização Não Governamental (ONG) inglesa denominada PLAN - http://www.plan.org.br/plan/index.html Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientações sobre o Bullyng Escolar (Cemeobs) - http://www.iesb.br http://www.bullying.com.br 39


Foto Divulgação

Perfil por Kalu Brum

Ecoprático na vida real Conheça a história da jornalista Maria Zulmira que, há quase duas décadas, vem lutando para fazer do meio ambiente pauta do dia a dia das pessoas Quando cheguei para trabalhar no Repórter Eco, no ano 2000, me deparei com uma figura simpática, risonha, com saias longas, cabelos curtos, sempre fazendo mil coisas interessantes. Lia de Souza era o nome que ela usava desde o início de sua carreira quando veio de Riberão Preto para São Paulo, em 1988, e começou a fazer pautas para um programa chamado Escola Viva, da Secretaria da Educação, veiculado na TV Cultura. Depois passou pelo SBT, emissora para a qual desenvolveu suas habilidades como repórter, período que considera de ricas experiências. Foi em 1990 que chegou à TV Cultura e permaneceu até 2008, realizando diversos trabalhos para muitos núcleos da emissora. E foi nesta empresa que tive o enorme prazer de trabalhar com esta figura emblemática do jornalismo ambiental. Tinha apenas 20 anos e meio ambiente era um assunto que me fascinava, pela possibilidade de mostrar para as pessoas que a gente pode mudar o mundo com pequenas atitudes. No convívio com Maria Zulmira, que em 2001 passou a adotar seu nome de batismo, aprendi que meio ambiente é uma questão profunda, que modifica nossa forma de perceber a vida e suas relações. 40

Como pauteira do programa Biodiversidade Brasil, um quadro do Repórter Eco patrocinado pela Natura, que esteve no ar por quase quatro anos, me aprofundei com a ajuda desta profissional fantástica sobre os mais densos assuntos que envolvem a questão ambiental. E da loucura da vida da redação, surgiu uma profunda amizade e admiração que me transformou para sempre. Esta é a chave do meio ambiente. Por isso escolhi a história dela para contar aqui nesta Young Verde. Se hoje a questão ambiental é capa de diversas publicações, inclusive da nossa, é porque muitos jornalistas como ela trabalharam para desmistificar e facilitar o acesso do pensamento ecológico para a população. Nesta deliciosa entrevista, Zuzu, como costumo chamá-la, fala sobre seu trabalho, sua nova empresa e sonhos. Afinal, se a gente luta tanto por um mundo melhor tem de ter muitos sonhos a realizar.


Onde você fez faculdade e o que mais gostou do curso? Zuzu: Fiz faculdade de Jornalismo na UNAERP - Universidade de Ribeiro Preto, entre 1982 e 1986. Para mim o curso foi uma introdução a vários mundos e o da comunicação foi apenas um deles. Sociologia, Ética, Psicologia me deram uma visão geral e tudo isso é muito importante para quem vai atuar numa área tão multidisciplinar quanto o jornalismo é. Faz muito tempo que me formei e acho que hoje as faculdades procuram aproximar mais teoria e prática, que nestes tempos passados havia uma distância grande. Quando chegou à TV Cultura? Zuzu: Em 1990, quando fui fui cobrir férias na pauta e acabei ficando. Fiz reportagens, mas sempre gostei mesmo de me envolver em todo o processo de produção. Como foi a história da criação do Repórter Eco? Zuzu: Eu sempre digo que tive a felicidade de receber esta inspiração, de escrever o projeto e conseguir que a direção da TV Cultura adotasse a ideia em 1991. Eu idealizei, mas a criação foi conjunta, trabalho de equipe onde se destaca o trabalho da Vera Diegoli que até hoje é editora-chefe do programa. Isso aconteceu antes da famosa conferência Eco-92 e, naquela época, falar de meio ambiente era raro na mídia. Ainda mais ter um programa inteiro sobre o tema. Há quanto tempo se preocupava com as questões ambientais? Zuzu: O meu interesse pelo meio ambiente surgiu principalmente por ver o que acontecia com o rio Tietê na cidade de São Paulo. A insensibilidade e o descaso com que tratamos coisas tão vitais para a qualidade das nossas vidas, para a nossa existência. O jornalismo convencional não satisfazia minha necessidade de expressar o que considero importante: transmitir informações que possam contribuir para a

formação e ação das pessoas. Sempre acreditei que as soluções existem mas nem sempre temos conhecimento delas. Adentrar no universo das questões ambientais me fez perceber que não estamos desvinculados do que acontece ao nosso redor e o jornalismo pode fazer muito para transformar essa realidade. Os problemas ambientais naquela época já eram graves mas pouca gente se ligava nisto. Como o tema ambiental mudou a forma de você ver a vida? Zuzu: É uma forma de ver o mundo. Você pode achar que não tem nada a ver com o que está acontecendo, continuar usando os recursos naturais, consumindo, vendo o que acontece com as águas e assim por diante, sem pensar nisto. Ou virar a chave e perceber que temos uma relação muito forte com tudo isso. E isso não tem nada a ver com se culpar pela situação, mas criar uma consciência que pode ajudar a mudar. A fazer a minha, sua parte. Como foi sair do Eco? Zuzu: Foi o fim de um ciclo. Tenho o maior orgulho de fazer parte da história do programa, mas precisava de novos horizontes, de levar o conhecimento que adquiri ali para outros lugares e formatos de programas. Um exemplo é o programa Ecopratico, um projeto muito legal que ainda está no ar na TV Cultura e pode ser acessado pelo site www.ecopratico.com.br. É sustentabilidade na prática, na casa da gente. É sair da teoria e descobrir que todo mundo pode fazer alguma coisa já. Se não dá para ter quatro latões para lixo, tenha dois. Se tiver um quintal todo cimentado, por que não quebrar e deixar mais permeável? É um programa que acredito muito, tem informação e bom humor. Chega de ecochato, queremos ser ecopráticos.

nas manchetes e isso não dá para ser ignorado. O número de jornalistas interessados também cresceu. A Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais tem mais de 600 membros hoje. Mas ainda há muitos equívocos nas informações. Temos grandes profissionais atuando na área que nem sempre encontram nos veículos mais populares espaços para trabalhar. Mas sou otimista e acho que a internet tem contribuído bastante para termos uma cobertura com qualidade. Temos blogs e sites muito bons. Como surgiu a ideia da Planetária? Zuzu: A Planetária é uma empresa que nasceu para oferecer soluções sustentáveis na área de comunicação. Criamos conteúdos, conceitos, estratégias de comunicação para projetos e novos programas na área. É resultado da minha experiência de mais de 20 anos trabalhando com meio ambiente e sustentabilidade na mídia. Conte um pouco sobre alguns trabalhos da Planetária. Zuzu: O Ecoprático é um deles. Outro muito interessante é o Corredor Ecológico do Vale do Paraíba, (www. corredordovale.org.br) que fazemos a gestão de comunicação. É um projeto que tem por objetivo reflorestar, em 10 anos, 115 mil hectares de vegetação nativa no local. Além disso, tem um conceito de não plantar apenas árvores, mas, sim, cidadania. Qual seu sonho profissional hoje? Zuzu: Quero concretizar projetos que tragam a sustentabilidade para o cotidiano, mas de uma forma muito lúdica e divertida, porque se tivermos um discurso sisudo as pessoas vão continuar achando que isso é um palavrão e que não tem a ver com elas. Temos muitos projetos plantados e que espero que nasçam em breve.

Como vê o jornalismo ambiental hoje? Zuzu: Acho que estamos vivendo uma nova fase. Os temas ambientais estão 41


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Texto Edson Capoano

Jornalismo


Ser ou nao ser jornalista? Liberação do exercício da profissão ressalta temas importantes aos futuros prossionais Desde o dia 17 de junho não é necessário um curso de jornalismo para que se exerça a profissão. Esta discussão vai muito mais além do diploma, tal qual o tema foi debatido inicialmente. As análises que se focam na não obrigatoriedade do diploma prezam a liberalização da carreira de jornalista. Ou seja, uma profissão que estava protegida corporativamente agora volta a ser livre a qualquer cidadão, já que a Constituição Federal permite a liberdade de manifestação do pensamento. Mas isso já era assim na nossa carreira! Antes do decreto-lei que regulamentou a profissão (972/69), os jornalistas eram escritores, os donos dos próprios veículos ou membros de grupos que pensavam defender seus interesses e ideologias. Lembra-se de todos aqueles escritores que também produziam para jornais? Pois é, eram médicos, advogados, engenheiros... Hoje em dia, grandes figuras do jornalismo como Boris Casoy vêm de outras carreiras, além dos colaboradores, ícones da sociedade que por seu destaque em um tema eram convidados a se expressar nos meios. Isso significa que o jornalismo sempre foi um ofício, ou seja, o trabalho forjava o profissional. Há uma polêmica sobre se a regulamentação de 1969 foi uma demanda da ditadura militar para controlar a opinião pública ou um regramento na carreira. O fato é que desde então as redações se profissionalizaram, seja por serem compostas por gente especializada em comunicação social e porque novas demandas de mercado pediam produtos jornalísticos mais eficientes (entenda-se lucrativos). Colocar um médico para cobrir uma coletiva de um economista não fazia muito sentido mesmo. Mas com a permissão da atividade jornalística a não formados na área, novas questões aparecem à tona. A econo-

mia do século XXI está muito mais liberalizada que antes (o que alguns grupos ideológicos chamam de neoliberalismo). Com isso, garantias sociais e setoriais como direitos do trabalho estão cada vez mais frouxas. Traduzindo, uma classe trabalhadora difusa tem menos chance de garantir pisos salariais, horários de trabalho e coesão para pressionar os empregadores. E quanto à discussão se jornalismo se aprende na faculdade ou no trabalho, perde-se o foco quando se criminaliza as instituições de ensino. É óbvio que só se aprende a trabalhar trabalhando, a nadar, nadando e a andar, andando! Mas o conhecimento gerado, compartilhado e atualizado pelas academias mantém níveis satisfatórios de qualidade na profissão. Principalmente porque as universidades não seguem (ou não deveriam) tendências ou modismos, mas conceitos pilares da carreira. O certo é quem pensa em fazer curso de jornalismo não tenha medo. E, sim, atenção com o andamento do mercado de trabalho. A tendência é aumentar a concorrência nas entrevistas de emprego e a preparação do candidato fará a diferença. E o curso de jornalismo seguirá, naturalmente, a ser importante neste processo. Os estudantes de publicidade são os mais empregados em sua área e seu diploma não é obrigatório. E para quem não tiver fôlego ou grana para pagar uma faculdade, poderá fazer cursos pontuais para trabalhar em áreas específicas da carreira. De qualquer forma, o mundo da superinformação não permitiria por muito mais tempo que alguém se escondesse atrás de um diploma frente a cidadãos preparados para informar. Daí a fazer jornalismo, com critérios éticos, sociais, com base em diversas ciências humanas e interesses públicos, é outra história. Mas quem garante que o jornalista também carregue tudo isso para seu trabalho, certo? 43


Voluntariado

Fotos Divulgação

Voluntariado salva a Mata Atlântica Um dos pilares principais para a manutenção e qualificação em sustentabilidade para a fundação SOS Mata Atlântica é o voluntariado, que, desde 1997, contabiliza mais de 2 mil pessoas que ajudaram a salvar o ecosistema remanescente de Mata Atlântica no País. Criada em 1986 por cientistas, empresários, jornalistas e ambientalistas, foi uma das primeiras ONGs destinadas a proteger o meio ambiente e construir um futuro sustentável, além de desenvolver um programa específico para voluntários. A missão da fundação é promover a conservação da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável, promover a educação e o conhecimento e capacitar e incentivar a cidadania socioambiental. O primeiro desafio foi o de popularizar o termo Mata Atlântica com uma campanha nacional que conseguiu, após 14 anos de tramitação no Congresso, que a Lei da Mata Atlântica fosse sancionada em 2006. Com os programas Florestas do Futuro e Clickarvore, a entidade já soma cerca de 20 milhões de ár44

O entrevistado Beloyanis Monteiro

vores plantadas em áreas de reflorestamento, duas estradas parque foram criadas, uma no Guarujá (SP) e outra em Itu (SP), cerca de 300 grupos foram mobilizados para realizar o monitoramento da qualidade da água do Rio Tietê, uma metodologia que vem sendo replicada também em outras bacias hidrográficas, e centenas de voluntários estão integrados às ações da instituição.

Força voluntária Beloyanis Monteiro é o responsável por administrar a força voluntária da SOS e iniciou sua atuação no movimento ambientalista, há 20 anos. Ele começou sua história junto com a criação da Associação em Defesa da Juréia, da qual foi presidente, participou da criação da Rede de ONGs da Mata Atlântica do Centro de Voluntariados de São Paulo e do Grupo de Estudo do Terceiro Setor (GETS), e agregou a experiência da metodologia do Modelo Colaborativo no programa da fundação. A primeira reunião, em 31 de julho de 1997, foi bem-sucedida e tornou-se a semente de todo o projeto. A ideia surgiu quando


“Nós nos mobilizávamos e quando precisava viajar dividíamos o custo de gasolina, quem tinha carro dava carona ...” o atual diretor de Mobilização, Mario Mantovani, foi para Itália, trouxe a proposta de engajamento e logo chamou seu parceiro Beloyanis para conhecer o modelo europeu. No início não existia estrutura financeira e apoio. “Nós nos mobilizávamos e quando precisava viajar dividíamos o custo de gasolina, quem tinha carro dava carona e também comprávamos as mudas para plantar ao longo da estrada”, lembra. Hoje, a realidade da SOS é bem diferente! São 200 mil filiados (que realizam contribuição financeira anual) e empresas que têm, ao longo dos anos, contribuído com doações, patrocínios e parcerias. Entre elas estão o banco Bradesco (institucional e por meio de produtos - cartões, capitalização e seguros); a Toyota, a Natura e diversas outras. A cada dois meses são desenvolvidos encontros para quem quer se candidatar na sede em São Paulo. Para que os novos voluntários conheçam mais o trabalho e a história da fundação, Beloyanis acredita que essa é a melhor forma para reconhecer e selecionar os parceiros: “Chamamos a primeira reunião de acolhida e depois vamos para o rito de passagem, um processo importante para filtrar quem realmente está engajado e tem interesse ambiental. E quem não é selecionado continua ‘amigo da casa’”, afirma,

completando que “existe o voluntário oportunista, que quer dizer que participa da SOS mas na verdade não desenvolve grande interesse, e aquele que vê uma oportunidade de estar presente, vem nas ações e está sempre antenado”, explica. A especialização do grupo é feita por meio de aulas com especialistas na área e carga horária de 8 a 16h. O perfil do grupo é muito variado e conta com pessoas de 18 a 60 anos. E, segundo Beloyanis, a convivência acontece de uma forma muito tranquila, igualitária e respeitosa. “Temos muitos universitários, muita gente da periferia, pois as pessoas que estão longe querem se inserir no processo ambiental”, finaliza. Para saber mais: www.sosma.org.br Tel.: (11) 3055-7888

Nicolau Kietzmann Jornalista e assessor de imprensa especializado em gastronomia, literatura e ecoturismo. Viajou durante 10 anos pelo Brasil escrevendo matérias de ecoturismo. Agora vive feliz em São Paulo onde “sentou poeira”.

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Foto Miroslav Sárička

Carreiras

AGRONOMIA: CULTIVE ESSA CARREIRA Para ser um agrônomo não é preciso gostar apenas da terra e do meio ambiente. As atividades relacionadas à profissão vão muito além da área rural O agrônomo tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável da agricultura, ou seja, tornar as lavouras e rebanhos mais produtivos e competitivos, sem degradar o meio ambiente. Nas indústrias e em laboratórios dedica-se ao estudo e à pesquisa da composição das terras para o plantio, da natureza e adequação dos fertilizantes, dos meios de combate a pragas e doenças de plantas e animais e das formas de aperfeiçoamento das espécies vegetais e animais. Pode ainda controlar a qualidade dos produtos que estão à venda em um supermercado, trabalhar em programas de assentamento de famílias no campo, fazer levantamento de impactos ambientais, elaborar políticas públicas relativas à produção rural e prestar assistência técnica aos grandes, médios e pequenos produtores rurais.

fisiologia vegetal e animal, doenças de plantas, tecnologias de produção, manejo de pastagem, hidrologia e hidráulica aplicadas à agricultura e à horticultura. Você vai estudar ainda sociologia e administração. E durante toda a graduação será preparado para promover o desenvolvimento sustentável da agricultura, uma preocupação cada vez mais presente no meio rural. Em algumas faculdades há a possibilidade de desenvolver trabalhos junto à comunidade, importante para aplicar a teoria aprendida em sala de aula, além de ser um bom ponto de partida para ingressar no mercado de trabalho. Procure também fazer estágio além do período obrigatório para acumular ainda mais experiência e enriquecer seu currículo.

Dia a dia

Em um país como o Brasil, com forte potencial agrícola, o campo de trabalho para este profissional está em expansão. Além de atuar diretamente junto aos produtores rurais, ele pode trabalhar em empresas e órgãos públicos ligados à pesquisa, empresas de transformação e comercialização de produtos agropecuários, indústrias de produção e venda de insumos agrícolas e em setores ligados às cadeias produtivas agrícolas. A atuação se estende ainda a empresas de consultoria, indústrias de fertilizantes e defensivos agrícolas, herbicidas, alimentos e, até mesmo, a bancos de financiamento e investimento, na fiscalização da distribuição do crédito agrícola, em instituições de ensino e pesquisa e no setor público, em programas governamentais.

Atividades em laboratório e pesquisas de campo ocuparão boa parte do seu tempo durante todo o curso. Gostar da vida ao ar livre, de plantas e do trabalho com animais já é meio caminho andado para se dar bem na profissão. Na faculdade de agronomia você irá colocar, literalmente, a mão na massa, já que grande parte da carga horária do curso é voltada à prática. Normalmente, as faculdades possuem fazendas experimentais onde são desenvolvidas as aulas técnicas. Para se formar, você deverá cumprir um período de estágio obrigatório e entregar um trabalho de conclusão.

Disciplinas Nos dois primeiros anos do curso, o currículo combina matérias das áreas de biológicas e exatas. Você irá estudar muita matemática, estatística, biologia, bioquímica, química, física e informática. A partir do terceiro ano, o curso fica mais voltado para disciplinas profissionalizantes como 46

Mercado de trabalho

Fonte: www.ikwa.com.br Para saber mais: www.ikwa.com.br


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POR UM MUNDO MELHOR

ÁGUA QUE PASSARINHO NÃO BEBE • Cerveja ecológicas fabricadas com lúpulo selvagem e cevada cultivada em fazendas orgânicas . Tem 5% de teor alcoólico, mel orgânico fino, maltes e lúpulos ingleses. Preço sugerido: R$ 22,00. Para saber mais: www.boxerdobrasil.com.br

ESTUDO CONSCIENTE • A Tilibra lançou três linhas de cadernos fabricados com papel reciclado e certificados pela FSC que garante ser proveniente de florestas economicamente viáveis e ambientalmente corretas. A Tilibra não fornece preço sugerido. Para saber mais: www.tilibra.com.br

ALIMENTOS FUNCIONAIS • Chocolate com folhas da oliveira trituradas. O diferencial do produto é que os princípios polifenóis e antioxidantes do cacau são potencializados com os princípios das folhas de oliveira. Preço sugerido: R$10,00 (embalagem com 55 gs) Para saber mais: Tel. (19) 3868-9979 www.folhasdeoliva.com.br •Barrinhas de integrais de granola 100% natural, ricas em fibras, aromatizantes naturais, não contém aditivos artificiais e são elaboradas com açúcar mascavo. Preço sugerido: R$ 1,35 www.maeterra.com.br • Cookies integrais sabor Banana com Linhaça combinam a energia e o sabor da banana com a semente de linhaça, cujos benefícios têm sido comprovados por muitos estudos atuais. Preço sugerido: R$ 2,99 (embalagem 120gs) Preço sugerido: R$ 1,35 (embalagem 35gs) Para saber mais: (11) 3468-0170 www.maeterra.com.br

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Fotos Divulgação

Por Denise Camargo

Garimpo

Quem realmente se preocupa com a sustentabilidade não contribui apenas para a reciclagem, está sempre atento a tudo que usa e veste. Veja algumas marcas que aderiram a essa nova consciência


NATUREZA AOS SEUS PÉS • Tênis em lona e algodão reciclados, poliéster pet e juta natural. Cadarço de juta reciclada e ilhós de alumínio de latinhas de refrigerante. Sola antiderrapante de cortiça reciclada, com aroma de andiroba e frutas típicas do Amazonas. Palmilha em EVA que absorve o impacto e forro de tecido produzido com tinta à base d’água. Preço sugerido: R$ 79,90 Para saber mais: Naturezza - SAC: (51) 3581-6020 www.naturezza.com.br • Sandália Fine fabricada pela Goóc a partir de lona de pneu reciclado. Preço sugerido: R$ 19,90 Para saber mais: 0800 771 5151 www.gooc.com.br

PARA VIAGENS • Série de roteiros incríveis ao redor do mundo, que misturam preservação, aventura, paisagens e cultura. Viagens de Aventura - 256 páginas. Preço sugerido: R$ 49,90 e Viagens Ecológicas. 328 páginas. Preço sugerido: R$ 59,90 Para saber mais: 0800-140090 www.publifolha.com.br

FAZ A DIFERENÇA • Óleo bifásico para o corpo possui ativos do damasco e do pêssego. Não é testado em animais e as embalagens são feitas com materiais recicláveis. Preço sugerido: R$ 30,00. Para saber mais: (17) 3808-9900 sac@weeze. com.br • Olive Tooth Folhas de Oliva 60 gs é um creme dental bactericida indicado para inflamações da gengiva e para saúde bucal. Preço sugerido: R$ 23,00 Para saber mais: Tel. (19) 3868-9979 www.folhasdeoliva.com.br

PODEROSO AÇAí • Nova linha EKOS Açaí, disponível durante os meses da safra do fruto (dez/jan). Esfoliante corporal (R$ 30,20), óleo corporal (R$ 49,90), polpa para pernas e pés (R$ 21,90) e caixa com três sabonetes (13,90). Para saber mais: 0800-115566 www.natura.net.

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Hi-tech

EVOLUINDO PARA O BEM

O conceito “TI verde” tem sido utilizado pelo setor de tecnologia para incorporar a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. Mas você sabe o que significa “TI Verde”? Diz o ditado popular, “que se cada um fizer a sua parte, já é meio caminho andado”. E quando a tecnologia não anda, corre? Diariamente milhares de baterias, carcaças de celulares e pilhas viram lixo. Pensando em diminuir a quantidade desses dejetos na natureza, empresas de telefonia estão aderindo ao sistema de coleta de artigos eletrônicos e também investindo em métodos que diminuam os danos causados à natureza. Prova disso é que a Samsung destinou 4 bilhões de dólares em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias ecologicamente corretas. Um outro bom exemplo vem sendo praticado por empresas de Tecnologia da Informação, que inseriram ao universo comporativo uma nova filosofia. Trata-se do conceito TI verde, uma expressão utilizada pelo setor para incorporar a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. Mas o que significa TI Verde? Segundo Pablo Hess, editor da Linux Magazine e Easy Linux, são as preocupações ecológicas e necessidades de executivos e gestores de Tecnologia da Informação de abranger tópicos tais como a eficiência energética, redução e eliminação de materiais perigosos e gestão de ativos, que formam um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação. As práticas da TI verde buscam reduzir o desperdício e aumentar a eficiência de todos os processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores “no meio do caminho”.

gia em sua operação. Hoje, os microprocessadores realizam mais operações gastando menos eletricidade do que faziam há quatro anos. Já existem vários modelos de computadores à venda que alegam não utilizar metais pesados em seus compenentes. Os fabricantes mais antenados estão abandonando os plásticos e metais em troca de materiais naturais: há modelos de laptops com gabinete feito de fibras de bambu e madeira, por exemplo. E por último, o software também participa disso. Os programas têm avançado significativamente em relação à otimização do processamento, de forma a realizar menos operações para efetuar cada tarefa ou, simplesmente, realizá-las todas de uma vez para manter o processador em modo de economia de energia por mais tempo. Os softwares desenvolvidos de forma colaborativa, chamados softwares livres, naturais ou orgânicos, têm crescido de forma acentuada e são a última palavra em otimização. Não há dúvidas que a TI com foco no hardware tem muito a contribuir com o meio ambiente. É preciso, porém, não esquecer que sustentabilidade não é só meio ambiente e, é aí, que está o maior desafio para a TI.

Escolha consciente Um outro fator de grande importância é a economia de energia elétrica. Várias empresas trabalham com este foco, pois menor consumo de eletricidade significa menor impacto ambiental. Os computadores derivam de componentes mais eficientes como processadores e fontes conversoras que consomem menos ener50

Daiane Santana É engenheira ambiental, blogueira escreve no site Vivo Verde e nesta edição colaborou com a Revista Young.


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