Emmanuelle Laborit
O Grito da Gaivota
Escola Artística António Arroio Português – Professora Eli Miguel – N.º12 - Turma: 10º D - Ano: 10º
FICHA DE LEITURA
Referência bibliográfica
Autor: Emmanuelle Laborit Ano de publicação: 2000 Título da obra: O Grito da Gaivota Título Original: Le cri de la mouette Tradução: Ângela Sarmento Local de Edição: Editora Caminho, Alfragide/Portugal
Elementos paratextuais
Capa: Tem a imagem de uma gaivota no canto inferior direito, que parece ser uma fotografia trabalhada em computador para dar uma aparência de pintura feita manualmente. O fundo da capa é amarelo pálido com um contorno a toda a volta verdeescuro. Em cima aparece em primeiro lugar o nome da autora, Emmanuelle Laborit da mesma cor do contorno da capa. Em baixo, logo a seguir está o nome da obra, “O Grito da Gaivota” em letras pretas e um pouco maiores. Depois vem um pouco mais em baixo do lado esquerdo, a explicação do conteúdo do livro, em que diz que fala da biografia de uma surda profunda, do berço ao êxito nos palcos do teatro francês, em letras verde-escuro e um pouco mais reduzidas. Logo a seguir vem a informação de que o livro faz parte do plano nacional de leitura, bem como de que é a 7ª edição do mesmo, em preto. E chegando ao fim da capa, está ao centro em letras pretas e maiúsculas sobre um fundo amarelo mais vivo, o nome da editora, Caminho. Contracapa: Contém o resumo do livro: “Emmanuelle Laborit é surda profunda. Neta do cientista Henri Laborit, atriz agraciada com o Prémio Mollière, é a protagonista deste testemunho, marcado pela memória de um crescimento que se viveu diferente; testemunho de uma vida, vista pelos olhos de uma menina, contado pelo sentir de uma mulher. Relato pessoal e subjetivo de alguém que cresceu no mundo do silêncio, que nunca aprendeu a viver à distância da comunicação, e que acaba por se libertar de um mundo que não precisava de ser assim. O Grito da Gaivota confronta-nos com uma realidade que em geral pouco conhecemos, e convida-nos a partilhar as experiências, tantas vezes
dolorosas,
do
dia-a-dia
dos
que
vivem
envoltos
no
silêncio
e
na
incompreensão.” O fundo da contracapa é todo ele em verde-escuro e para além do resumo do livro que se encontra em letras brancas, apenas contém um código de barras em baixo.
Lombada: Não tem nada escrito. Com a mesma cor da capa e da contracapa.
Informações sobre o autor Emmanuelle Laborit nasceu a 18 de Outubro de 1971, em Paris, França. Neta do cientista Henri Laborit (1914-1995), nasceu surda profunda e conheceu a língua gestual aos 7 anos, ensinando-a à sua irmã, que se tornou sua confidente. Antes de aprender a Língua Gestual Francesa, ela apenas comunicava com a sua mãe. Chamavam a essa comunicação “umbilical”. Este livro autobiográfico, O Grito da Gaivota, fala das lembranças da infância, da sua difícil adolescência e o início da sua idade adulta. Venceu o prémio Molière da revelação teatral em 1993 pelo seu papel em Filhos de um deus menor, adaptado da peça estadunidense com o mesmo nome, escrita por Mark Medoff. Emmanuelle Laborit é a primeira comediante surda a receber, em França, este reconhecimento. Tornou-se a embaixatriz da Língua Gestual Francesa. É membro do comité de patrocínio da Coligação Francesa para a Década da cultura da paz e da não-violência. Membro do Teatro Visual Internacional já há bastante tempo, Emmanuelle Laborit sucede ao seu diretor-fundador Alfredo Corrado, em 2003.
No ano de 2007, teve um filho.
Obras: 1994: O Grito da Gaivota, com Marie-Thérese Cuny
Teatro: 1992: Filhos de um deus menor, de Jean Dalric e Levent Beskardes
Filmes: 1994: 3000 scénarios contre un virus, deFernand Moszkowicz 1995: Le Toit du monde, de Felipe Vega 1996: Le Propre de l'homme, de Marc Rivière 1996: Beyond Silence, de Caroline Link 1997: La Vie silencieuse de Marianna Ucrìa, de Roberto Faenza 1997: Un air si pur, de Yves Angelo 2000: Retour à la vie, de Pascal Baeumler 2000: Marie-Line, de Mehdi Charef 2001: L'Ami Fritz, de Jean-Louis Lorenzi 2001: Amour Secret, de Christoph Schaub 2002: 11'0901 - September 11, deYoussef Chahine, Amos Gitai, Alejandro González
Iñárritu, Shohei
Imamura,Claude
Lelouch, Ken
Loach, Samira
Makhmalbaf, Mira Nair, Idrissa Ouedraogo, Sean Penn, Danis Tanovic
Obra lida
Texto: Literário; prosa. Modo e género literário: Biografia Sinopse da obra: O Grito da Gaivota é uma viagem ao mundo do silêncio, um mundo onde os gestos constroem palavras no silêncio.
Emmanuelle Laborit, neta do cientista Henri Laborit, surda profunda, é a autora desta autobiografia, contada pela memória de um crescimento diferente. Ela conta a história da sua vida, vista pelos seus olhos de menina, mas contada pelo sentir já de mulher, que aos 7 anos descobriu a linguagem gestual, mudando a sua vida e levando-a à liberdade da comunicação e à concretização dos seus sonhos. É um livro que mostra uma realidade pouco conhecida, o primeiro escrito por um surdo destinado a surdos e ouvintes, transmitindo que a linguagem gestual é um meio de comunicação importante como a linguagem oral.
Estilo do autor (linguagem): A linguagem é cuidada, mas de compreensão acessível. Isto não significa que não haja, aqui e ali, expressões metafóricas, imagens e outros recursos de estilo próprios do nível de língua escrita, com recorte literário, a começar pela escolha do próprio título.
Posição crítica do leitor
Aspectos mais e menos importantes: Não considero neste livro nenhum aspecto menos importante, porque este livro não é uma história inventada, é a história da realidade da vida de uma surda profunda. Por isso, considero todo o
livro importante, porque ele descreve a vida de uma surda profunda, das suas dificuldades, dos seus medos e principalmente das incompreensões que ela enfrenta perante as outras pessoas, a sociedade. É um livro que deveria ser lido por todas as pessoas, para conhecerem mais da realidade do mundo em que vivem.
Citações de momentos marcantes: Pág. 79 “A partir dos sete anos tornei-me tagarela e luminosa. A língua gestual era a minha luz, o meu sol, não parava de falar, aquilo saía, escorria como que através de uma grande abertura para a luz. Não conseguia já parar de falar às pessoas.” Pág. 127 “... «A Emmanuelle recusa ser considerada uma deficiente.» É exacto. Para mim, a língua gestual corresponde à voz, os meus olhos são os meus ouvidos. “Sinceramente não me falta nada. É a sociedade que me torna deficiente...” Pág. 206 “O meu silêncio não é igual ao vosso. O meu silêncio seria ter os olhos fechados, as mãos paralisadas, o corpo insensível, a pele inerte. Um silêncio do corpo.”
Apreciação global e fundamentada da obra: O Grito da Gaivota é um fala de vários aspectos da sua vida, mostra primeiro uma desorientação, depois uma revolta e por fim o sentimento de querer lutar sem nunca desistir até conseguir alcançar o que quer: a esperança.
Não é um livro com palavras bonitas, mas é um livro com palavras sentidas. Palavras que eu senti, algumas delas como se fossem minhas de experiências reais da autora, Emmanuelle Laborit, surda profunda.
Sítios consultados
Imagens: http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsOO 1PkcorE7ouH4GdCRFtw51PkLT98nqT%2BamP5q0Zk29&width=150
http://2.bp.blogspot.com/-gHurvOx8g0/Tely2eBKIEI/AAAAAAAAAAA/WPIOTL8KtEk/s320/gaivota.jpg
Para biobibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuelle_Laborit