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Capítulo III - AS FORMAS DE LUTA E DA REVOLUÇÃO

Capítulo III

AS FORMAS DE LUTA E DA REVOLUÇÃO

A história da luta armada não pode deixar de problematizar o fato de que no Brasil ela se desenvolveu em meio a uma ferrenha Ditadura. Portanto, o debate que se fazia sobre Revolução é engolido pela necessidade da resistência armada. Para aqueles que tinham origens militares, a guerra contra a ditadura seria uma “guerra revolucionária”. A tese da “guerra de guerrilhas” parecia, à primeira vista, se encaixar nesse âmbito. A realidade seria bem complicada. As distintas influências que sofriam naquele momento histórico eram decisivas para não se tratar de uma única posição. Os debates anteriores ao Golpes de 1964 seriam atualizados, diante da realidade, sem, contudo, conseguir modificá-la. Não era apenas um debate sobre a relevância da violência revolucionária, mas de coexistir dentro de uma realidade em que oprimidos se levantavam contra a opressão colonial e imperialista mundo afora. Exemplos recentes de levantes populares internacionais não faltavam. A experiência de Cuba; os animadores resultados da Ofensiva do Tet e a resistência no Vietnã; os processos de independência africanos e asiáticos de modo geral; o legado revolucionário soviético; a revolução chinesa; o maio de 68; são alguns dos fatores que impediam de haver uma única opção. Ho Chi Min, Mao e Che apontariam caminhos que se mesclavam nas realidades locais. Sem querer esgotar o tema, o que buscarei é cruzar as discussões teóricas na VPR com o momento histórico que estavam sendo produzidos seus documentos sobre a Revolução. Nos capítulos seguintes, os embates se colocam diante da teoria, nas lutas analisadas os conflitos e contradições aparecerão. O historiador Fabio Chagas discute a historiografia que acusam a revolução brasileira de mimetismo. Ele pontua que

De fins dos anos 1940 até fins dos anos 60, o mundo vivera sob o signo da revolução, em que guerras de libertação, manifestações libertárias e contestações à ordem e às instituições vigentes espalharam-se pelo planeta. No ar das cidades e dos campos, a fragrância de pólvora arrebatava corações e mentes. E não se esfumou assim tão rápido. Apenas o ano de 1968 comportou a

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