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Algumas renúncias fundamentais
Então comecei a rezar o rosário diariamente. Também comprei um terço mais sério, mais resistente. Aprendi os mistérios do rosário, como rezá-lo, e comecei a ler livros de piedade. Enfim, minha vida espiritual começou, com o favor de Nossa Senhora50 .
Algumas renúncias fundamentais
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Nada equilibra o homem tanto quanto as grandes renúncias fundamentais. E posso lhes garantir que o modo mais cômodo de levar a vida é fazer de uma vez as grandes renúncias.
Houve tempo em que procurava ilustrar essa verdade com o sistema de o médico tirar o esparadrapo: ele arranca o esparadrapo de uma vez, a pessoa grita “ai!” e está liquidado o caso.
Fui levado a esta posição ainda em mocinho, exatamente diante dessa ideia: “Eu não tenho coragem se não renunciar a tudo. Portanto, estou entre a renúncia total ou a apostasia completa. Se for renunciar aos poucos, como sou mole demais, apegado demais, medroso demais para chegar ao fim do caminho, o jeito é me entregar por inteiro. Porque, se em cada passo de dor for fazer uma escolha, e ainda avaliar se aguento aquilo, não terei coragem”51 .
Um exemplo disso foi a maneira como parei de fumar.
Fumava uma marca de cigarros que tinha o título bem escolhido por mim: “Pour la Noblesse”. Era um cigarro fraco, muito saboroso.
De repente constatei: “Essa droga aqui não me dá mais gosto. E sinto falta dela quando não a tenho. Estou, portanto, escravizado por uma coisa que não me dá vantagem. Mais vale a pena fazer um esforço e romper com essa escravização, do que continuar nessa droga”.
Quando encerrei este raciocínio, tinha um cigarro na mão. Pupt! joguei-o no ar, não fumei mais.
Evidentemente que a razão principal pela qual abandonei o cigarro foi a razão religiosa: era um vício e o vício é ruim. Mas a razão complementar que acabo de explanar ajudou-me muito a dar o passo52 .
50 Chá ESB 19/11/80 51 EVP 1/5/83 52 EVP 10/9/94