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“Pater et dux” dos contra-revolucionários

inferno estremecerão, e quando transpusermos os umbrais celestes, nessa imensa sala do trono que é o Céu, onde a Rainha do Céu e da Terra afavelmente nos acolherá, possamos ouvir: “Meu filho, lutastes por mim, entra na glória de Deus!”297

“Pater et dux” dos contra-revolucionários

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Santo Elias foi um homem inteiramente fiel à velha tradição hebraica e completamente rompido com o reino de Israel no seu tempo.

Neste reino de Israel havia, ao pé da letra, os judeus revolucionários, que eram aqueles que adoravam Baal – um ídolo, um demônio – e seguiam os seus sacerdotes. E seguiam também aqueles reis péssimos, prevaricadores.

Havia, depois, os judeus que eram semi-contra-revolucionários, e que se deixavam influenciar pela tonitruância totalmente contra-revolucionária de Elias.

Não havia, entretanto, um sinal sequer de uma corrente de opinião pública a favor de Elias. Ele aparecia de vez em quando, tonitruava, e uma parte daqueles que não estavam completamente na mão do demônio recuavam e melhoravam. Mas uma corrente organizada não havia. Ele recrutou discípulos para saírem com ele de dentro desse contexto e agir de fora para dentro no contexto, tais como Eliseu e os discípulos que vieram depois dele, até São João Batista.

Eram da escola eliática, cujas características são:

Primeiro, ser diferente do ambiente revolucionário; segundo: ser tão diferente, que não se identifica com nenhuma outra corrente; terceiro: por causa disso, sair do contexto; quarto: por causa disso, também, tonitruar e evitar a derrocada final; quinto: igualmente por causa disso, fazer uma instituição dos que saíram com ele e agir de fora para dentro. Essas são as características de Santo Elias. É só reler a vida dele para constatar.

É tão parecido com a TFP, que a diversidade é só num ponto: a missão de Elias não era salvar a nação de Israel, foi de salvar alguns para que se conservasse o mínimo de fiéis para que Nosso Senhor pudesse nascer da nação de Israel e houvesse alguns que O seguissem depois.

Conosco é de algum modo uma coisa diferente, porque a sinagoga ia morrer e a Igreja é imortal. Portanto, servimos a Igreja sabendo que Ela não morre, e que Ela continuará, salvando-se aqueles que os castigos previstos em Fátima pouparão, e que vão constituir as pedras vivas do Reino de Maria. Essa é a enorme analogia.

297 SD 20/7/91

Ora, quando duas almas que devem vir em épocas diferentes realizam missões análogas, aquela que morreu antes é padroeira da que vem depois. É evidente.

Santo Elias, que é arquetipicamente assim, é arquetipicamente nosso padroeiro. E devemos procurar ter o seu espírito.

Eliseu, quando Elias perguntou o que ele queria, pediu o duplo espírito de Elias. E Elias lhe respondeu de uma forma curiosa: “Tu pediste uma coisa difícil”. Depois disse: “Se tu me vires num carro de fogo, é porque terás aquilo que pediste. Senão, não”. Isto quer dizer que não é de qualquer maneira que se consegue o espírito de Elias, que ele era chamado a ter.

Eliseu tinha vivido com Elias e até tinha sido consagrado a Elias como uma espécie de servo. Porque, na hora em que Elias deitou o manto sobre Eliseu, aquele gesto era símbolo de apropriação, que se usava antigamente. Ele, portanto, começou a ser servidor de Elias. Apesar de tudo, na hora da morte, a trasladação do espírito ainda não se tinha dado, e dependia de um sinal na hora de deixar a terra. O sinal de Elias, esplêndido, ele recebeu298 . *

A Igreja militante é, dentro das três Igrejas – gloriosa, penitente, militante – um todo. Porque a sociedade dos vivos constitui no universo um todo, com inter-relações que já não são as mesmas com os que morreram.

Elias faz parte da sociedade dos vivos299. Nos ritos do Oriente, eles veneram a Elias como um varão pertencente à Igreja militante, e não à Igreja gloriosa, porque ele ainda não morreu. Mas que está confirmado em graça, e, portanto, é um santo300 .

Donde se deve admitir que sua ação é misteriosa, mas prioritária, sobre os escravos de Nossa Senhora que constituem a raça da Virgem e o veio profético dentro da Igreja. Esse veio age sob a inspiração dos “Luíses de Grignions” através dos séculos. Enfim, em tudo quanto é a ação de um verdadeiro superior geral sobre os seus súditos, o nosso superior, verdadeiro Geral, é Elias.

Percebo hoje, melhor do que nunca, o papel de Elias como sustentáculo da tradição. Ele é um homem que não morreu, que continua vivo, pondo no mundo dos viventes a continuidade das mais antigas eras e assegurando, pela sua vida, a coesão da História. Pode-se imaginar a Contra-Revolução sem uma especial atuação de Elias?

298 Extra Uruguai 23/2/79 299 MNF 24/6/77 300 Almoço EE 7/8/79

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