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A “luz primordial” resumitiva

A TFP tem por missão compreender o que é a grandeza, e de venerá-la, amá-la, servi-la e lutar por ela.

Como é este amor à grandeza na TFP? É o amor a uma grandeza em luta, uma grandeza contestada, mas que se afirma segura de si mesma, e sabendo que, embora possam contestá-la quanto quiser, qualquer um que passe e a olhe, vê e diz: “Aqui está a grandeza”.

Devemos ser, em nosso amor à grandeza, homens de Fé que não estão preocupados em mostrar a sua grandeza pessoal, mas estão cheios de altivez pela Fé que conhecem e proclamam.

Cada um de nós deve ser um ato de Fé vivo, presente onde está. E porque representamos a Fé, devemos ser muito dignos, nunca sermos homens de brincadeirota, de coisinha engraçadinha, de coisinha superficial, mas devemos ser sérios377 .

A “luz primordial” resumitiva

O que é a luz primordial?

Sabemos que todo homem nasceu para louvar a Deus. Esse louvor de Deus se faz pela contemplação de umas tantas verdades, de umas tantas virtudes, de umas tantas perfeições divinas. A luz primordial é justamente esta sede que há em cada homem para contemplar a Deus desse ou daquele modo.

Aquilo que Santo Agostinho diz: “Meu Deus, o homem nasceu para Vós e seu coração está inquieto até que repouse em Vós”, se aplica a cada homem de um modo diferente.

Por quê? Porque as perfeições divinas que ele deve contemplar são ora uma, ora outra. Santa Teresinha, por exemplo, contemplava em Deus o amor.

É uma luz, uma sede, uma aspiração básica que existe no fundo de cada uma de nossas almas, porque fomos criados para isto. Em última análise, é para o que vivemos: para louvar a Deus, para contemplá-lO.

Há, portanto, no fundo de nossa alma, essa luz primordial, esse desejo fundamental, essa aspiração básica, que é o início, a base de toda a nossa santificação, de todo o nosso aperfeiçoamento378 .

377 Chá SRM 12/8/91 378 RE sem data

O homem, ao nascer, é como que um desenho incompleto. E cabe a ele próprio completar esse desenho, de acordo com um certo modelo ideal.

E Deus nos deu, desde nosso nascimento, um feitio de espírito pelo qual somos particularmente abertos para certas verdades referentes à própria ordem do universo e à ordem mais profunda do ser. Com os recursos da nossa natureza, com nosso lúmen natural, sem uma interferência necessária da graça, para essas verdades nosso espírito é particularmente aberto. Daí a expressão nossa conhecida como “luz primordial”.

Essas verdades formam para nós determinadas certezas fundamentais e supremas, que são certezas em toda a força do termo, pois nosso espírito é dotado de uma lucidez enorme para perceber aquilo. E às vezes são coisas muito elevadas, às quais aderimos com todas as veras da alma.

É uma evidência primeira, mas que se apresenta, em primeiro lugar, muito sintética, e em segundo, muito inexpressa e implícita.

A pessoa tem uma apetência enorme de ver a ordem do universo sob a luz daqueles princípios, e ao mesmo tempo a fazer disso o bem de seu espírito – a sua felicidade, a sua fidelidade – e de viver segundo esses mesmos princípios379 .

Somos uma obra de arte da graça, e de nossa cooperação dentro de nós mesmos. Deus nos encomendou esta obra de arte. E ao expirarmos, deveremos oferecê-la a Deus.

Nossa luz primordial é, em última análise, o conhecimento que temos do que deveríamos ser, mais o fato de que todas as potências de nossa alma, estimuladas pela graça, têm no fundo esse conhecimento e a tendência para isto. Isto é a luz primordial380 .

Certa vez me perguntaram qual seria a minha luz primordial. Disseram-me que eu já a havia definido como uma visão harmônica e arquitetônica, monárquica e aristocrática de toda a ordem do universo material e espiritual criado, desde um pedregulho até um anjo, mas acentuando especialmente os pontos que a Revolução mais negou.

Nesta definição, dei por subentendida uma noção que é, de fato, a primeira: uma visão religiosa. Depois, harmônica e arquitetônica, monárquica e aristocrática.

379 RE 2/9/73 380 SD 22/01/71

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