Revista Noize #53 - Maio de 2012

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DIREÇÃO: 
 Kento Kojima Pablo Rocha Rafael Rocha

NOIZE FUZZ

DIRETOR DE CRIAÇÃO: Rafael Rocha rafarocha@noize.com.br

COORDENADOR: Henrique Dias

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EDITORA-CHEFE: Cristiane Lisbôa cristianelisboa @noize.com.br

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 Pablo Rocha pablo@noize.com.br Ricardo Hernandes ricardohernandes @noize.com.br Administrativo: Pedro Pares pedro@noize.com.br Revisão de texto: 3GB Consulting

Carolina Ferronato Francieli Souza Laryssa Araujo Leonardo Serafini Luciano Braga Martim Fogaça Pedro Barreto Tomás Fleck Yago Roese T.I.: Aletsiram Castro

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 Shows, Festas e Feiras

 Festivais Independentes

• COLABORADORES 1. Ariel Martini_ Ainda insiste em fazer fotos de shows. flickr.com/arielmartini 2. Dudu Carneiro_ Fotógrafo pedalante. eduadocarneiro.com.br 3. Fernando Schlaepfer _ Designer por formação, ilustrador por aptidão, DJ por diversão e fotógrafo por paixão. 4. Lalai e Ola_ Lalai trabalha com mídias sociais, mas sua paixão é música. É DJ e produz a festa CREW. O Ola trocou a Suécia pelo Brasil, o design pela música e fotografia. 5. Renata Simões_ Renata Simões, 34, é jornalista. Já produziu documentários, apresentou os programas Vídeo Show e Urbano, colabora com revistas e sites e ainda tem um programa diário no rádio em São Paulo, onde mora. 6. Nicolas Gambin_ Jornalista freela. Aprecia tocar The Meters com amigos nas horas vagas. 7. Daniel Sanes_ Jornalista por formação, lunático por opção e roqueiro de nascimento. Um dos editores de música do site www.nonada.com.br. 8.Thany Sanches_ Não sabe andar de patins, detesta ver seus lápis de cor desarrumados e ainda não ganhou o Miss Brasil. Adora Gal Costa, poetas russos e vento na cara. É fotógrafa, pintora, bailarina e mãe. 9. Fernando Halal_ Jornalista malemolente, fotógrafo de técnica zero e cinéfilo dodói. Não morre sem ver um show do Neil Young . www.flickr.com/fernandohalal 10. Rafa Carvalho_ É jornalista, se arrisca em voo solo no Killer.155.wordpress.com e tem a péssima mania de estar sempre online. 11. Dani Arrais_ Jornalista, nasceu em Recife, mora em São Paulo há quase cinco anos. Começou o donttouchmymoleskine.com há quatro anos e de repente viu que falava de amor quase o tempo todo. 12. Leonardo Bomfim_ Jornalista e diretor de cinema. Edita o freakiumemeio.wordpress.com 13. Flávia Lhacer_ É stylist e figurinista da dupla Debbies. Com o tempo que sobra ela borda e tricota sem parar. 14. Samuel Esteves_ É nóis que tá. samuelesteves.com 15. Juli Baldi_É radialista, DJ e produtora. Apresenta o Programa da Juli na Ipanema FM 94.9, é DJ residente do Club688 e DJ e produtora das festas Popismo e London Calling no Cabaret, em Porto Alegre.

TIRAGEM: 30.000 exemplares CIRCULAÇÃO NACIONAL

• FOTO DE CAPA_ DUDU CARNEIRO www.eduardocarneiro.com.br

Ooops_ Na edição passada colocamos a foto errada na seção Direto ao Ponto. A verdadeira Blubell é esta ao lado, muito mais gata que aquela outra. :) O estagiário foi devidamente surrado, fiquem tranquilos.

Modelos: DANIEL LACET KAREN LOSS Produção: BRUNA BOTTREL Maquiagem: barbara degrandi

Os anúncios e os textos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. Revista NOIZE - Alguns Diretos Reservados.

• EXPEDIENTE #53 // ANO 6 // MAIO ‘12_


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REVISTA NOIZE. TUMBLR. COM 4

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NOME_ Tathianna Nunes O QUE FAZ_ Jornalista/ Produtora Cultural/ Sonhadora UMA MÚSICA_ “69 Love Songs” ,do Magnetic Fields.

_foto: MAÍRA GAMARRA

“Posso entregar minha alma a música que ela me joga no fundo do poço, me consola e me recupera. Quando perco a fé e a solidão é o único abraço, escuto Mag Fields. É terapêutico. Como em um toque de mágica me sinto leve, forte e pronta para enfrentar meus monstros. Sem música, não respiro.”



“A minha geração só queria eleger o Lula. E agora, o que a gente vai querer?” mano brown _ no palco do Lollapalooza Brasil


//013

“Julian Assange pegou meu “Existem muitas coisas incorretas circulando na mídia nas últicomputador emprestado na mas semanas, especialmente essa frase ‘ela é minha Beyoncé’.” semana passada. Eu ainda KANYE WEST_negando que tenha chamado a amada Kim Kardashian de a “Beyoncé dele” estou enlouquecida.” M.I.A._confirmando, via Twitter, que compôs a trilha sonora pra The World Tomorrow – a série de TV do fundador do Wikileaks

“Eu sou o fiscal para o Satã no inferno.” Shawn Crahan, o “palhaço” do Slipknot _ ao definir a sua estreia como ator no filme The Devil’s Carnival

“É triste quando a gente vê em festivais bandas que só olham “Eu quero estar longe do circo para os seus velhos tempos de ouro. Qual o sentido disso? Cada que está sendo armado em disco deve ser melhor que o anterior, não é?” Pelle Almqvist, voca- torno de ‘God Save the Queen’.” JOHN LYDON_ ex-vocalista dos lista do The Hives_dando uma chicotada em grupos que voltam aos palcos depois de anos Sex Pistols _ mostrando que é contra o re-lançamento do clássico após 35 anos,

“Eu ouvi do Mick Jagger, ‘que diabos, Ron?! A gente não sabe nada ainda’.” RON WOOD, GUITARRISTA DO ROLLING STONES_ao pedir desculpas pelo mal-entendido: os Stones não estão, portanto, gravando músicas novas pra comemorar o seu 50 o aniversário

“Quero que vocês saibam o quanto Rihanna os ama! #brasileiros #latinos.” RIHANNA _ revelando no Twitter um de seus passatempos preferidos na web: pornôs com atores brasileiros e latinos

pra coincidir com o Jubileu de Diamante da Rainha

“O Twitter deveria banir minha mãe.” Frances Bean Cobain, filha de Kurt, eterno líder do NirvanaS _ ao desmentir as acusações de Courtney Love de que Dave Grohl teria dado em cima dela

“Eu só me interesso pela mú- “Nós não pegamos no sono. O “Na falta de certezas quanto ao sica que estou fazendo, sou Kraftwerk é um organismo futuro, só nos resta aproveitar egocêntrico demais para ligar vivo. A música nunca termina.” ao máximo esses shows.” Brupara o resto que está aconte- Ralf Hütter, vocalista e fundador no Medina, tecladista dos Los Hercendo.” Mark Lanegan, ex-vocalis- do lendário grupo alemão _ ao con- manos_ quando questionado em seu blog ta do Screaming Trees

firmar que a banda está trabalhando em um

sobre um possível retorno da banda

novo disco

“Teria sido o seu Álbum Bran- “Nós vamos calibrar isso tudo e oficializar. Chega de mixagens co.” Eric Erlandson, ex-guitarrista de gueto e gravações no closet. Eu tenho um orçamento agora!” do Hole _ao revelar que Kurt Cobain dei-

AZEALIA BANKS _ celebrando a troca de empresário e indicando atraso de 1991, novo EP que

xou um disco solo gravado antes de morrer,

a cantora quer regravar por completo

em 1994


Para ler ouvindo: “You Are My Sunshine”, do Johnny Cash Drink: Café forte sem açúcar

Curumin faz música brasileira com jeito de música que você gosta.Vaccines prova que o indie – você queira ou não – é cheio de bons moços. Gogol é cigano de verdade, o que só deixa a música dele mais estranhamente boa. O Lollapalooza acabou com a nossa voz, nosso melhor/pior tênis e com aquele ranço de que só vêm ao Brasil os gringos que estão no fim de carreira. Acabou? Não.Tem tudo isso e mais um pouco de muito em páginas cheias de letras, imagens, som e fúria que fazemos na esperança – essa desgraçada – de mudar todas as suas perguntas. Que é pra isso que servem os amigos. Boa Noize pra você, Cristiane Lisbôa


Foto: Rafa Rocha


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ESPECIAL COACHELLA 85.000 pessoas_ Pela primeira vez em treze anos de história, o Coachella se estendeu por dois finais de semana. E teve recorde de público: 85.000 pessoas curtiram Radiohead,The Black Keys e Noel Gallagher nos três primeiros dias do evento.

3 hORAs_ Cada ingresso para o festival custava US$285. E todos os 150.000 three-day-pass disponíveis para este ano foram vendidos em apenas 3 horas. Mas tava valendo, né?!

5 doletas_ Entre um show e outro, em meio ao sol escaldante do deserto californiano, o melhor passatempo é pegar o autógrafo do seu artista favorito, mandar uma ceva no Beer Garden ou desembolsar 5 doletas pra se esbaldar na visão panorâmica da La Grande Wheel: a famosa roda gigante que é símbolo do Coachella.

2 músicas_ É difícil eleger o melhor show do Coachella 2012 – poderia ser o Radiohead mas também o Bon Iver, quem sabe até a novata Azealia Banks. Agora, um momento é unanimidade: Dr. Dre e Snoop Dogg trazendo Tupac Shakur de volta aos palcos. Assassinado em 1996, o rapper cantou duas músicas com Dre e Snoop em forma de holograma.

Fotos: Juli Baldi



Rafa Rocha

018\\

4 PERGUNTAS e uma CERVEJA com JELLO BIAFRA Por Homero Pivotto Jr.

Jello Biafra, ex-vocalista do Dead Kennedys, esteve no Brasil para quatro apresentações com seu novo grupo, o Guantanamo School of Medicine. Homero Pivotto Jr. aproveitou para puxar um papo com a lenda do punk rock. O que é ser punk de verdade hoje em dia? Eu estou me lixando sobre o que é e o que não é ser um punk de verdade. Para mim, o espírito punk é o mesmo dos hippies contra a guerra do Vietnã, dos Beatniks e de outros movimentos radicais que lutam por algum tipo de mudança positiva. E o cenário punk atual, qual a sua opinião? Não há UMA cena punk! O que existe são cenas diferentes. É algo muito grande, não há uma única cena. É como falar sobre o cenário rock. O que isso significa? Não é só separar por estilo, mas pelo que é feito em cada cidade, em cada país. De qualquer maneira, eu escuto diversos tipos de música sem me preocupar se é ou não punk.Talvez as pessoas digam que não há nada bom no punk, que o estilo morreu junto com o Darby Crash+1. Seria bom criticar menos e sair da própria sala para lutar por mudanças. Outra resposta pode ser a de que a cena é você que faz. Sou feliz por meu gosto musical

transitar em várias direções. Gosto de buscar artistas desconhecidos, procurar algo que venha de países inexplorados. Assim, qualquer música que eu não tenha ouvido com meus próprios ouvidos soará automaticamente nova. Eu estou sempre interessado em descobrir novos sons. O problema é levar para casa muitos vinis trazidos de lugares por onde passo e depois não ter tempo para ouvir tudo (risos). É verdade que você carrega sempre um gravador ? Sim, está ali atrás na van! Tenho feito isso desde 1977. Eu achava que perderia a ideia, por isso a coloco para fora. Isso virou um pé no saco... buscar o que há nas fitas e encontrar o que fazer com tudo isso leva tempo. E sua paixão por vinis? É meu único vício! Eu nunca fui usuário de drogas. Se fosse, provavelmente estaria morto como outros viciados que conheci. Música, especialmente vinil, é minha perdição. Isso é ruim às vezes, pois cômodos inteiros da minha casa têm discos pelo chão, pelas paredes. Minha mãe era bibliotecária, então eu tenho uma memória bibliotecária. [+1] Vocalista do The Germs encontrado morto por overdose de heroína quando tinha 22 anos.



020\\

FILME | O Mundo de Ulim e Oilut

#PAPELÃO

_ Fiquei totalmente embasbacado com o cenário de uma cozinha feita de papelão pela diretora de arte Marinês Mencio, que estava em exposição na Casa da Lapa. O cenário fazia parte do curta-metragem infantil O Mundo de Ulim e Oilut, de Caru Alves de Souza. A cenografia remete a A Ciência do Sono, de Michel Gondry. Mais de Marines Mencio pode ser visto em marinesmencio.tumblr.com

@ThaliDesigner: Artista cria réplicas de carros, motos e outros objetos apenas com papelão #arte #papelão #criatividade

@Anaeosbonecos: Quando o #Papelão Toma Forma de #FigurasGigantes - Arte de James Grashow http://bit.ly/JW8z6Y

@Nativaproducoes: Uma câmera #fotográfica #digital feita de #papelão!? as ever!

@BelleDiFaveri: Cara velho, cheio de barba na cara agindo como moleque adolescente! #papelão

BLOG | Xico Sá

PERFIL DO FACEBOOK | /folhadearruda

_Xico Sá destila todo o melaço das ralações amorosas contemporâneas e faz a melhor cachaça dessas paragens, diariamente, no blog Modos de Macho, Modinhas de Fêmea & Outros Chabadabás xicosa.blogfolha.uol.com.br

_ Não saio de casa sem ler as previsões do tempo, a rota dos astros e as últimas notícias do poeta na Folha de Arruda (facebook.com/folhadearruda). Um poema por dia, em doses homeopáticas.


LuísDávila / Vila Imagem

Convidado do mês I Peri Pane Lançou com a banda Odegrau o álbum O Fantasma da Light (2009).Tem canções gravadas pelo grupo Cérebro Eletrônico e pela dupla Miranda Kassin e André Frateschi. Atualmente está gravando o álbum Canções Velhas para Embrulhar Peixes, com o poeta arrudA e os músicos Otávio Ortega e Marcelo Dworecki.

REMIX | Victor Rice _ Sempre vale a pena ver e ouvir os remixes adubados do produtor Victor Rice. Uma boa dica é a versão dub para “Not Falling” (Anelis Assumpção e Giba Nascimento), que será lançada em compacto por Anelise. Rice também tem um remix ótimo para a faixa “Pulso” (Mau e Renato Gama), que estará no álbum de Kika Carvalho. Os vídeos dele remixando em tempo real são impressionantes.

DESCOBERTA | Simone Sapienza

_Conheci o trabalho da artista Simone Sapienza SiSS em uma exposição no espaço Matilha Cultural, em São Paulo. SiSS trabalha com stencil (uma técnica de grafite que utiliza uma matriz vazada para compor as imagens). Com uma linguagem punk e bem-humorada, ela recria ícones da cultura pop com mensagens de cunho político e comportamental. Um super-homem desolado num sofá, sob o dilema “Lex Luthor ou Lexotan?”, pode ser visto atualmente na parede do estúdio Traquitana, na rua Santo Antônio, no Bexiga. Descubra também em siss1.com.br.

UM ARTISTA PARA CONHECER | Mark Jenkins _Recentemente, recebi de um amigo a imagem de uma escultura do norte-americano Mark Jenkins: eram dois homens cobertos de lixo. Fiquei impressionado com a semelhança com a performance que faço, o Homem Refluxo, e mais ainda com o excelente trabalho de intervenção urbana do artista. Jenkins cria esculturas de pessoas em tamanho real com uma técnica simples, a partir de fita adesiva. Depois, veste as esculturas com roupas normais e as coloca nas ruas em situações inusitadas. Confira em xmarkjenkinsx.com.

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_Por Lalai e Ola Persson

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MAS DEVERIa_

Reprodução

GRIMES O som da banda nos perseguiu durante toda a nossa recente temporada americana. Porém, não pegamos um show sequer da canadense Claire Boucher, que é o nome por trás do projeto e já é considerada por muita gente como a grande revelação de 2012. É bem difícil definir o som que Grimes faz, pois tem referências das mais variadas, como synthpop, shoegaze e lo-fi, com canções remetendo a uma atmosfera mais obscura e outras totalmente pop e dançantes. Grimes tem três álbuns lançados: Geidi Primes (2010), Halfaxa (2010) e Visions, que saiu do forno há pouco e já entrou na nossa lista dos melhores do ano (ainda é meio cedo, mas...). Os dois primeiros álbuns parecem meio que rascunhos para Visions, trabalho mais maduro que nos remete a um mundo de sonoridades fantásticas e futuristas. Impossível não se render ao seu charme musical. Prato cheio para quem curte Gang Gang Dance, Aphex Twin e até new age. grimesmusic.com

Poo Bear Uma banda de Minnesota que conseguiu a proeza de produzir um ótimo álbum de estréia, Give You The Ghost. O som é electro-r&b goth-pop com uma pegada pop e experimental ao mesmo tempo.Tem que ouvir! Ouça: thisispolica.com

Reprodução

Reprodução

Poliça

Quem já ouviu uma banda só por causa do nome? Poo Bear foi assim pra gente. Por sorte a música era boa. Ele já cantou e produziu com Wiz Khalifa, Chris Brown, Lupe Fiasco e Method Man e levou quatro Grammys pra casa. Recomendo ficar de olho, pois a única faixa que encontramos promete. Ouça: bit.ly/JlJvEb



_ por Renata Simões renatasimoes.com

Reprodução

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Onde você está? Outono é a estação do ano que significa mudança, introspecção e preparo. A gente se recolhe, deixa as flores e folhas caírem. O trabalho I’m Not There, do fotógrafo Pol Úbeda Hervás, de Barcelona, chegou a mim simultaneamente à estação. Uma dessas coincidências que quis dividir com vocês, porque o texto que abre o ensaio diz assim: “Como podemos aceitar que estamos mudando? Como aceitamos que quase não nos reconhecemos em certas situações? Estou mudando neste exato momento de minha vida, não reajo da mesma maneira que costumava. Estou surpreso. Esse sou eu? Essas fotos são a maneira como me vejo agora. Minha sombra está lá mas eu me apaguei porque não sei quem sou mais. Os sapatos são mantidos apenas para garantir que há mais que… uma sombra”.

Reprodução

bit.ly/w4xPl9 Se aqui é tempo de recolhimento, no hemisfério norte é época de as flores nascerem, lembrando que tudo muda de perspectiva dependendo de onde você se encontra. Quem se encontra na hora e no lugar certos é Azealia Banks*, a MC de vinte anos nascida no Harlem que explode mentes e corações. Além de uma versão de “Slow Hands”, do Interpol, que circula on line, vale ouvir e ver o vídeo de “L8R”, que é delicioso e esquenta qualquer tempo feio. bit.ly/bcA401 *Nota da redação: tem um perfil da Azealia na edição #51 desta Noize que vos fala. Já viu? Não? Vai lá: bit.ly/HTMna2



_Por Daniela Arrais donttouchmymoleskine.com

Divulgação

026\\

Um dos meus programas preferidos da vida é cantar em karaokês. Quando chego em um, logo pego a carta de músicas, escolho um Zezé di Camargo e Luciano pra começar, aguardo ansiosamente a minha vez e, quando ela chega, solto a voz como se soubesse cantar – o que, definitivamente, não corresponde à realidade. Karaokê pra mim é lugar de alegria, de memória afetiva, de celebração. Sempre que passo a noite em um, acabo fazendo amigos que duram o tempo daquelas conversas entre uma canção e outra, da vibração a cada resultado mostrado na telinha com imagens de lugares paradisíacos. Outro dos meus programadas preferidos da vida é ver shows. E sou tão apaixonada por música que não me contento só de ouvir o que já está pronto. Passo horas pensando no quanto seria legal ouvir tal cantor interpretando uma música que não faz parte do repertório original dele. E foi assim que tive a ideia para o Don’t Touch My Karaoke, o mais novo projeto do Don’t Touch My Moleskine! Convidei a diva Arícia Mess para cantar outra diva, Al-

cione. Filipe Catto escolheu Fabio Jr, enquanto Felipe S. e seu Mombojó fizeram um breguinha maravilhoso para Luizinho Rato do Mangue (foi a cota pernambucanidade na veia da primeira edição do projeto). Por fim, Pélico fez uma versão maravilhosa para um clássico que ele sempre quis interpretar: “Depois do prazer”, do Só Pra Contrariar, aquela que diz “tô fazendo amor com outra pessoa”. Não é porque o filho é meu, mas ficou maravilhoso, viu? Se eu fosse você, corria pra ver, ouvir e cantar junto! donttouchmymoleskine.com Tô curtindo a correspondência entre os escritores Chico Mattoso e JP Cuenca, no blog do Instituto Moreira Salles. blogdoims.uol.com.br Iggy Pop, Debbie Harry, Nicole Kidman, Bill Murray, Ernest Hemingway, Montgomery Clift… Todo mundo curte uma bebidinha. Querem ver? Awesome People Drinking. awesomepeopledrinking.tumblr.com



_Por Flávia Lhacer e Thany Sanches thedebbies.tumblr.com pentequetepenteia.tumblr.com

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A saia longa, peça fundamental na década de 1970, não é mais embalada pelo ar hippie da época. Informação de ontem com cara de hoje! Agora, ela se encaixa também em outros looks de diversas formas. Minimalista, grunge, étnico, cintura alta ou baixa, estampada ou lisa. Só precisa escolher como.

Ah, a clássica pochete. Nos anos 80 ela era onipresente, estava em todos os looks, tinha versões coloridíssimas e era totalmente unissex. Até que os movimentos fashionistas da época decidiram (a moda nunca foi democrática) que ela era o suprassumo da cafonice. Hoje ela volta tímida, aqui e ali. Em versões menos over. Uma dica é usá-la com peças mais leves e soltas, marcando a silhueta e dando uma cara atual. Cá entre nós, tem coisa mais prática para um festival ou show?

Pequeno humano todo cheio de identidade! O crochê e o tricô na moda, assim como outros trabalhos manuais, perderam aquela cara de “feito pela vovó” do passado hippie (também hits dos verões de 1970) e estão aparecendo com mais informação jovem, em cores, pontos e estilo. Bom, né? Bebê reggae night adorou! *Nota da redação: você já viu o Gabeira de sunga de tricô?



030\\

1.

PF

2.

BICICLETA

“De boteco.”

“Pra rodar, pra tocar, pra tornear, pro meio, pras pontas, pro...” 3.

SILÊNCIO

“Ssshhh.”

4.

PREGUIÇA

“...”

1. Arroz com feijão, bife e batata frita. O “prato feito” é um dos mais tradicionais pratos do Brasil, com origem nas refeições rápidas e baratas servidas nas hospedarias do século XVI. 4.s.f. Aversão ao trabalho; pouca disposição para trabalhar. Lentidão em fazer qualquer coisa; moleza; morosidade. 5. Na beira da praia ou no asfal-


5.

PELADA

6.

fumaça

“É sempre bom bater umazinha.”

“Voluntária e involuntariamente.” 7.

CAOS

“De muitas possibilidades saem boas gambiarras.”

//031

Rafa Rocha

Por Apanhador Só Meio indie meio rock, tão experimental quanto pop, o quarteto gaúcho é do tipo que faz música com panela, walkie-talkie e sineta de recepção. E lança tudo em fita cassete. Seu autointitulado álbum de estreia já soma mais de 50 mil downloads. Antes do aguardado segundo disco, a banda ainda promete o compacto Paraquedas, produzido por Curumin.

8.

GAMBIARRAS

“Alguma coisa com outra coisa pra uma certa coisa que de repente dá certo.”

to, na grama ou na terra, a pelada é aquela partida de futebol em que você dribla o vizinho perna de pau e sai de campo se achando o Ronaldo. 8. No popular: solução improvisada para solucionar um problema, paliativo diante de uma emergência, remendo.


_ENTREVISTA E TEXTO Laryssa Araújo e Marília Pozzobom

_EOTOS ariel martini


THE VACCINES //033

Uma noite com o Vaccines Os novos darlings da música indie em uma noite, uma entrevista, e a certeza que não existe soft porn.

Em 2010 eles formaram a banda. Em 2011, começaram o ano como aposta da BBC e da revista britânica NME, uma das maiores referências no mundo quando o assunto é jornalismo musical. Um ano mais tarde, álbum de estreia já nas prateleiras+1, e o mesmo semanário dava a eles o título de “Melhor Banda Nova” +2. O quarteto londrino The Vaccines já rodou a Europa em tour com os Arctic Monkeys, já foi considerado pela crítica como o novo Strokes. Em cima de tudo isso, ainda são bonitos – e, vamos combinar, é bem provável que ricos também. Assim, quando a editora nos convocou para a pauta, pensamos: “Ok, vamos passar algumas horas ao lado de quatro ingleses ensebados e chatinhos”. Colamos nos caras durante a noite de seu primeiro show no Brasil, em São Paulo, só pra que eles nos provassem o contrário – Justin Young (vocalista), Árni Hjörvar (baixista), Freddie Cowan (guitarrista) e Pete Robertson (baterista) não perdem, em momento algum, o bom-mocismo, descartando todo o peso do hype que carregam.

Diário da noite @18h_A banda chega ao Cine Joia, nosso ponto de encontro. (NR: Eles chegam sorrindo. Parece que a noite vai ser tranquila). @18:30_Hora da concentração. Árni come uma maçã. Pete coloca esparadrapos nos dedos e começa a batucar uma almofada. A produção avisa: os ingressos esgotaram. A banda comemora com os braços pro alto e gritos: “Uhul!”. @18:52_Árni faz pausa pra um cigarro no fumódromo+3 da casa. Ué, mas rockstar não pode fumar no camarim? “É que ninguém mais fuma, não quero incomodar.” (NR: E em apenas 52 minutos o cara já ganhou o posto de pessoa mais atenciosa que já entrevistamos nos últimos tempos). @19:26_ A passagem de som já dura mais de meia hora. Aparentemente, a banda tem problemas com o som – ou são extremamente perfeccionistas.

[+1] What Did You Expect from the Vaccines? foi lançado em março de 2011. Bateu no número 4 das paradas britânicas e fechou o ano como o disco de estreia mais vendido no Reino Unido.

[+2] bit.ly/HYpwKO [+3] A Lei 13.541, de 7 de maio de 2009 – ou Lei Antifumo –, proíbe cigarros em ambientes fechados de uso coletivo em São Paulo.


034\\ noize.com.br

@20:25_Entramos na van a caminho do restaurante. Pete nos conta que, quando era mais novo, deu aulas de samba para crianças. Alguém grita “I f****** love this country”. Eles folheiam a NOIZE #51, param na sessão Do Que Se Alimenta: a atriz Elena Anaya chamou a atenção da banda – “She’s hot!”. Apontamos pra uma foto da Xuxa, logo ao lado, e comentamos que ela já fez filme pornô+4, mas que hoje apresenta um programa pra crianças. Nesse momento todos querem ver quem é ela, e começa uma discussão entre os brasileiros dentro do carro: era pornô mesmo? No final, chegamos ao consenso de que era soft porn. “Pornô é pornô”, ri Justin, balançando a NOIZE aberta na foto da Rainha dos Baixinhos. (NR: Ok, quebramos o gelo). A conversa muda de rumo e chega a Jay Jay Pistolet+5, a antiga banda de Justin. Pete faz uma piadinha, olha pro companheiro, dá um tapa em sua perna e sorri: “Desculpa, cara, mas eu não gosto de Jay Jay Pistolet”. Risada geral.

[+4] Lançado em 1982, Amor, Estranho Amor trazia no elenco Tarcisio Meira,Vera Fischer e Xuxa Meneghel. Na sinopse do filme no Wikipédia diz: Tamara, uma ninfeta atrevida, seduz Hugo – então garoto com doze anos – e o molesta. [+5] myspace.com/ jayjaypistolet [+6] De acordo com a prefeitura da capital gaúcha: “O clima de Porto Alegre é subtropical úmido. Apresenta as quatro estações do ano, embora por situar-se numa zona de transição tenha como característica a grande variabilidade dos elementos do tempo meteorológico”.

@20:58_Jantar: pato pra todos. O quarteto serve as pessoas à sua volta, comem bruschettas com as mãos. (NR: Nesse momento, eles parecem uma grande família. Realmente se esforçam pra agradecer aos garçons pelo prato quente. Um “obrigado” relativamente bem articulado é ouvido na mesa). Perguntamos ao roadie o porquê do atraso na passagem de som. Resumindo, ele explica que “o som não estava soando como deveria” e que um dos pedais estava tocando uma rádio. @22:38_Fim do jantar. A banda tira foto com a equipe do restaurante e com alguns fãs. @22:40_Voltamos pra van. (NR: A poucos minutos de subir ao palco, eles estão ansiosos com sua primeira apresentação no Brasil). Árni e Justin querem saber como é o clima em Porto Alegre+6, onde fica a nossa redação. “O clima lá é melhor? São Paulo parece Londres, é sempre cinza.” Justin pergunta como se fala “E aí, tudo bem? É nossa primeira vez no Brasil. Nós somos os Vaccines e

estamos muito felizes de estar aqui”. Com cara de espanto depois que tentamos ensiná-lo, o vocalista pede pra que a gente escreva tudo em um papel. Não adiantou: a bola foi passada para Árni, que se deu melhor com a nossa língua. @22:46_Estamos de volta ao Cine Joia. Ao ver a fila quilométrica em frente ao club, a banda não esconde o sorriso. Palavrões impublicáveis são exclamados. (NR: São em momentos como esse que eles realmente parecem felizes. E um tanto assustados). @22:57_A banda se prepara pro meet and greet com alguns fãs e ganhadores de promoção. Árni brinca com o baixo. (NR: Perguntamos, cochichando, se vão tocar “All in White”. Ele confirma sorrindo e diz que eles não tocam a música há algum tempo). Rolam umas cervejas e uma musiquinha. @23_Hora dos fãs. O quarteto autografa setlists, camisetas e discos. São gentis e simpáticos. @23:11_Hora de nova concentração. Portas fechadas. @23:28_Enquanto a banda não toma o palco, rola um playlist selecionado à mão por eles mesmos. Arctic Monkeys, Beatles e Best Coast são alguns dos nomes escolhidos. @23:50_O show começa com “Blow it Up”. A dobradinha “Post Break Up Sex” e “All in White” faz a plateia vir abaixo. As novas “Teenage Icon” e “Bad Mood” também entram bem no set. @1:10_De volta ao camarim. Felizes, Justin, Árni, Freddie e Pete ainda batem um papo com a gente sobre a estreia no Brasil, futebol, Beatles e o aguardado novo álbum.


THE VACCINES //035

18:00hs

18:30hs

19:26hs

20:25hs

20:58hs

23:00hs


036\\

23:50hs


THE VACCINES //037


038\\ noize.com.br

23:50hs

23:50hs


THE VACCINES //039

No ano passado, vocês tinham apresentação marcada no festival Planeta Terra. Iriam tocar com nomes como Strokes e Beady Eye. Hoje o Vaccines foi a atração principal da noite. Foi melhor assim? É, a vinda ao Brasil não foi como a gente imaginou inicialmente. Infelizmente tivemos algumas circunstâncias conspirando contra naquele tempo, e ficamos muito tristes, porque não são muitas as bandas britânicas que a gente conhece que vêm ao Brasil... O Brasil é um lugar muito exótico e muito mítico, que a gente só imaginava.Vir pra cá é muito legal. Foi, sim, triste não vir da primeira vez. Mas valeu a espera. Foi um dos meus shows preferidos na vida.

Sabe, nós somos muito honestos no que fazemos. Não nos escondemos por trás de nada. E trabalhamos bastante, fazemos turnê o tempo todo: já matamos o pulso do Justin três vezes, foi um dos motivos pelo qual não viemos da última vez. Sem contar que o Justin é um compositor incrível.

E como é o Brasil em relação ao que vocês imaginavam? Melhor.

Falando em mirar alto, vocês já disseram que têm o novo disco encaminhado. O que esperar dele? Com sorte, vocês podem esperar algo melhor. É um pouco mais variado, talvez um pouco mais interessante. É diferente, com certeza. É o próximo capítulo da banda.

Vocês já estão aqui há três dias. O que têm feito? A gente jogou futebol! Também jogam futebol na Inglaterra? Bastante mal, na verdade (risos). Nós não somos tão bons como os brasileiros... A gente perde muito. Mas jogamos futebol aqui e foi bem legal. É que assim, na Inglaterra a gente joga futebol lá pelas oito da noite. Aqui jogamos lá pela meia–noite, tomando cerveja... Ficamos lá jogando, comendo churrasco, bebendo... Foi incrível. E depois ainda fomos pra uma festa enorme. O Vaccines é uma banda bastante nova, certo? Vocês começaram em 2010 e ficaram enormes em pouco tempo. Por que acham que isso aconteceu? A internet tem algo a ver, talvez? Não sabemos como responder a essa pergunta... Na verdade, acho que ela tem que ser direcionada aos nossos milhares de fãs por aí. Mas eu (Pete) gosto de pensar que existe um elemento importante que é o fato de as pessoas responderem à honestidade.

E se vocês não fossem os Vaccines, seriam quem? Os Beatles. Os Beatles não vale. Ah, são tantos... A gente tem que mirar alto, cara! Não dá pra ficar maior que os Beatles.

Hoje, a sempre sensacionalista imprensa musical britânica tem o Vaccines como “a salvação do rock”. No entanto, a impressão que fica é a de que a ficha ainda não caiu – a surpresa estampada em suas feições ao ver a fila gigante que contornava a quadra do Cine Joia é o maior exemplo disso. Depois de quase seis horas ao lado da banda, não é anormal a gente pensar que eles são gente como a gente. Mas e os fãs, o que veem neles? Paulo Dário, designer gráfico, o primeiro na fila do show – e “que deu um caô no trabalho pra estar lá” – nos explicou emocionado, logo depois de tirar uma foto com a banda: “Eles entendem que, ‘ok, você é um fã que admira o meu trabalho’. E nos tratam bem por isso. Eles são pessoas normais, e não ícones hype, como eles mesmos explicam na letra de ‘Teenage Icon’ +7. O intuito deles não é arrancar sangue, ganhar dinheiro”. Pois é, ao que parece, os fãs entenderam o recado.

[+7] Em um trecho da música, Justin canta “Eu não sou um ídolo juvenil”.


_ENTREVISTA E TEXTO CRISTIANE LISBÔA


CURUMIN //041

vÁRIOS em um Com disco novo e velhas – mas nem por isso datadas – parcerias, Curumin chega ao segundo semestre alargando os próprios espaços.

Curumin é cantor. Curumin é compositor. Curumin toca bateria enquanto canta. Sem perder o fôlego. Curumin é um sambista de violão suingado e bases eletrônicas que mistura cavaquinho, piano, baixo de teclado analógico, hip hop, computador e uma vontade doida de se divertir. Mesmo sendo paulista. O músico que toca com “todo mundo” – Céu, Jeneci,Vanessa da Mata, Guizado, Criolo,Trio Mocotó, Instituto, só pra citar alguns – já é reconhecido também na gringa. Ben Ratcliff, do jornal New York Times, disse que ele é um “mestre dos funks americano e brasileiro”. E a atriz Natalie Portman escolheu a música “Tudo Bem Malandro” para integrar uma coletânea disponível no iTunes para download, cuja renda é revertida para uma ONG. Seus shows são daquele tipo em que todo mundo dança, canta, lava a alma e esquece de postar em redes sociais pra viver. Lembra como é uma coisa assim? Ao mesmo tempo, está nos festivais hypados que reúnem os indies, hipsters ou o que quer que sejam os modernosos de hoje.

Muitos gregos e vários troianos, deve ser porque o cara não começou ontem. Aos 14 anos já tocava bateria e percussão em casas noturnas de São Paulo. Mais crescido, passou um tempo acompanhando Paula Lima, Arnaldo Antunes, e, em 2003, lançou Achados e Perdidos, que dois anos depois foi lançado no mercado norte-americano pelo selo californiano Quannum Projects. Em 2007 veio JapanPopShow, que foi lançado simultaneamente no Brasil pela YB Music, nos EUA pela Quannum Projects e no Japão pela JVC / Victor Entertainment. Agora – ano em que, dizem, o mundo acabará – ele chega com Arrocha, um disco com participações de Anelis Assumpção, Gui Amabis e mais, bem mais. Com edição limitada de 500 cópias, a bolacha será lançado em LP pela Vinyl Land Records, selo brasileiro baseado em Londres – de onde, aliás, ele conversou com a gente sobre outras coisas que não estas.


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Luciano Nakata, qualé desse apelido? Esse apelido é da época de muleque. Devia ter uns 10, 12 anos. Era moreninho, cabelo cuia, meio japonês. Aí a turma começou a me chamar de Curumin+1.

[+1] Curumin é o nome tupi para criança indígena. Também era o nome de um programa educativo infantil na TV Cultura, que ficou no ar de 1981 até 1985. E o disco de maior sucesso da Mara Maravilha, lançado em 1991, que vendeu mais de 45 mil cópias. [+2] “Argumento” é uma música do Paulinho da Viola em que ele canta “Tá legal, eu aceito o argumento, mas não me altere o samba tanto assim. Olha que a rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim.” Faz parte do quarto álbum do cantor, lançado em 1975, que leva como título o próprio nome do sambista. [+3] Cidade com mais de um milhão de habitantes no sudoeste da Inglaterra. Em 2010 foi eleita a cidade mais musical do Reino Unido com base no número de músicos nascidos lá em relação ao número de habitantes. O Massive Attack foi criado lá. Outro famoso de lá é o graffiteiro/ artista Banksy.

Quais são suas referências básicas? As primeiras, as que até hoje fazem sentido na sua profissão? Bom, você fala de referências básicas e eu logo penso no ambiente em que cresci. Eu logo penso em São Paulo, no meio de muito concreto, muita ganância. Também de muito amor. Num lugar onde a existência tá sempre de mão dada com a convivência, porque é muita gente amontoada. Mas também com a solidão. Aqui, vizinho do caos. Tudo que eu falar, que eu tocar, vai estar impregnado desse lugar estranho que é São Paulo. O samba mudou? A rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim? Acho que as pessoas tão sentindo falta é de mais alteração! Cavaco, pandeiro, guitarra, computadores, poesia, não importa a ferramenta. Importa é que eles te arranquem o chão e abram tua cabeça! Aí sim, dá samba.+2 Li em uma entrevista que algumas pessoas dizem que a sua música tem muita identificação com a música americana dos anos 50, ao mesmo tempo em que outras pessoas dizem que há muito tempo não escutam algo tão brasileiro. Qual é a verdade? Todos estão certos? Putz, a verdade é que eu não penso nisso na hora de fazer música. E depois que ela fica pronta eu também não consigo ter essa distância de analisá-la e dizer como ela soa. De todo jeito, acho viagem esse papo de música dos anos 50.

Você e muitos outros músicos desta geração estão fazendo bem–sucedidas turnês internacionais. A nossa música se internacionalizou? O Brasil tá na moda? Eu acho que não há novidade nisso.O Brasil sempre teve bem–sucedidas turnês internacionais. Quer dizer, talvez nem sempre. Acho que, nos anos 80/90, não teve ninguém que tenha despontado muito lá fora. Mas o Brasil não é uma novidade internacional; é uma tradição. Talvez o que tenha acontecido é a galera mais jovem estar procurando coisas novas, diferentes, e aí houve uma redescoberta. E essa sensação de ser feio mas estar na moda. Mas você vem tocar aqui e percebe que não é bem assim. Europa e EUA são polos culturais. Gente do mundo todo vem tocar aqui. Aliás, como o público recebe você lá fora? Olha, estrada é difícil de generalizar. Esses dias fiz um show em Bristol, UK, completamente deslocado.+3 Era um auditório, com um desenho de São Jorge no fundo do palco e cheio de velhinhos na plateia. Acho que eles ficaram meio chocados com o som. Em compensação, teve uma vez que a gente foi pra Milwaukee, EUA, no meio do nada, perspectiva zero e de repente lota. Todo mundo dançando e uma galera canta, conhece as músicas. Rola coisa de todo tipo. Por que você faz música? Porque eu não faço nada direito. Só que música fica legal assim, sem fazer direito. Como é para um músico com tanta personalidade artística trabalhar com outros músicos? Hum… é, às vezes rola o embate. Mas aí, eu acho legal fazer o exercício de baixar a bola e tentar escutar com o ouvido dos outros.Se não rolar assim, também, eu desencano. Tem que ter um mínimo de paridade pra fazer parcerias. O que a sua música tem que é herança do Sidney Magal e da Gretchen?+4 (Risadas) A tosqueira!!


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“ Tudo que eu falar, que eu tocar, vai estar impregnado desse lugar estranho que é São Paulo.”

Você queria ser o Stevie Wonder? Juro que eu já tive fase em que eu tentava ficar andando pela casa e fazendo as coisas de olhos fechados, porque eu achava que assim eu desenvolveria habilidades musicais especiais. Porque não é possível um cara como o Stevie! Eu queria ter o talento, a criatividade que ele tem, sim. Queria ter aquele gogó de fogo. Não queria ser cego nem a pau! Então prefiro ser eu mesmo. O que é arte? Arte é o passaporte do universo. O que o Arnaldo Antunes ensinou a você? Arnaldo me ensinou a provocar, causar algum estranhamento. E a não se acomodar, sempre buscar coisas novas. Você tocou em um comício do então candidato Barack Obama. Por quê? Como? Essa história foi engraçada. Eu estava em

São Francisco, meio de bobeira, e o Chief Xcel, do Blackalicious+5 , me convidou pra tocar numa festa em Oakland, Califórnia, pro tal do Obama. Isso foi mais ou menos em 2006; eu nunca tinha ouvido falar dele. Daí o Xcel me explicou que era o primeiro candidato negro dos EUA e que havia muita esperança em torno dele, principalmente porque eles estavam em plena era Bush. Falou também que Oakland era muito importante pra história negra americana; de lá veio o movimento dos Black Panthers+6, e por isso a primeira festa seria lá. Toquei com o Blackalicious. Foi bonito pra caramba. Mas não era uma festa oficial do partido. O Obama mesmo nem foi. O que você ouve? Gosto de música que tenha uma maldadezinha e que tenha balanço. Tô na Inglaterra agora e no espírito desse lugar. Pensa? Beatles, Stones, Led, Cream, Jam, Tricky, Portishead, Mad Professor. Tudo isso daií eu ouço.

[+4] Curumin era/é fã de Gretchen e Sidney Magal. Com a cantora, teve contato. O sogro de seu tio era namorado dela. “Eu a chamava de tia Bumbum”. [+5] Blackalicious é um duo americano de hiphop, formado pelo rapper Gift of Gab e pelo DJ e produtor Chief Xcel. Tiveram seu primeiro EP lançado em 1994, e o primeiro álbum em 1999, seguido por mais dois (em 2002 e 2005). [+6] Black Panthers, ou Panteras Negras, foi um grupo revolucionário esquerdista surgido nos Estados Unidos na década de 60. Lutavam pelo poder dos negros na época do auge do racismo, período conhecido como “América Branca”. Eram conhecidos por métodos violentos e fizeram diversas manifestações e protestos, que muitas vezes acabavam em tiroteio, tanto por parte dos policiais quanto dos panteras.




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LOLLA BRASIL __Em abril de 2011, o Lollapalooza comemorou duas décadas de história com sua primeira edição fora dos Estados Unidos. Foi em Santiago, no Chile.

E nós estávamos lá.

Um ano mais tarde e o festival criado por Perry Farrell em 1991 desembarca no Brasil. Faz sua estreia no Jockey Club, em São Paulo. Tira de lá os

cavalos, apostas e turfistas e abre os portões para dois dias de música, 135 mil músicomaníacos.

Filas intermináveis, banheiros empapados, wayfarers e bandanas, chuva, sol, energéticos e cerveja quase gelada. Em sua primeira edição tupiniquim, o Lollapalooza foi um pouco de tudo isso.

Foi 50 bandas, 22 horas de shows. Rock, electro, indie e rap. Foi Band of

Horses, Friendly Fires, Black Drawing Chalks e Cage the Elephant. MGMT, Marcelo Nova, Joan Jett e TV On The Radio. Mas foi, principalmente, Foo __ FOTOS RAFA ROCHA

Fighters e Arctic Monkeys.

Quando, às 23h30 do domingo, 08 de abril, um Alex entrelaçado por tchauzinhos, beijos e o já famoso topete mandou “Thank you, Lollapalooza. We really gotta go know. We’ll see you next time”, a maioria já estava na espera.


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__ENTREVISTA E TEXTO TOMÁS BELLO _EOTO RAFA ROCHA


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É tudo verdade Ciganismo, kung fu e mulheres. Rio de Janeiro, Nova York e Ucrânia. Em meio a isso tudo, encontramos Eugene Hütz. E o líder do Gogol Bordello nos deixou ler a sua mão.

Em qualquer dicionário meia-boca, vai estar escrito assim: indivíduo de um povo nômade, que tem um código ético próprio, vive de artesanato, cartomancia e se dedica à música. A definição não está errada, mas incompleta. Eugene Hütz garante que um cigano é muito mais que isso. “Tem muita gente por aí que considera o seu estilo de vida semelhante ao dos ciganos, então eles se denominam assim. Agora, a minha definição não é essa”, diz em tom sério, não muito comum pra quem o vê no palco à frente do Gogol Bordello. “Eu tenho sangue cigano em minhas veias, porque tanto meu pai como minha mãe vêm de família cigana”, emenda ele, como que deixando claro: não é apenas uma palavra, uma escolha ou mesmo uma maneira de viver. Segundo estimativas, são cerca de 16 milhões de ciganos espalhados pelo mundo+1. Eugene é, definitivamente, um deles. Assim como o seu povo foi expulso da Península Ibérica durante a Reconquista Cristã de 1492, varrido da Inglaterra por Henrique 8o e perseguido pelos nazistas durante a 2a Guerra Mundial, ele também já viveu nas sombras. Ainda pequeno, se viu obrigado a deixar a Ucrânia junto de sua família. Partiu em uma jornada de

sete anos que cruzou Polônia, Hungria, Áustria e Itália, que envolveu inúmeros campos de refugiados do Leste Europeu+2. Eugene acabou nos Estados Unidos, em Nova York. +3 Foi lá que conheceu o violinista Sergey Ryabtsev, o acordeonista Yuri Lemeshev, Oren Kaplan (guitarrista) e Eliot Ferguson (baterista). Foi lá que, pela primeira vez em sua vida, se viu compreendido. “Antes disso eu já estava fazendo as minhas coisas, mas era sempre considerado um outkast+4.” Com o Gogol Bordello, Eugene continuou a rodar o mundo, embora por razões completamente distintas das de anos antes.Tornou-se uma das personas mais emblemáticas do rock, cravou o termo gypsy punk, filmou com Elijah Wood +5 e virou atração frequente em festivais como Coachella e Lollapalooza. Com o violão sempre à tiracolo, não abandona suas tradições – ele vive o hoje, não pertence a um único lugar e prefere viver sob suas próprias leis. Se historicamente o povo cigano é cercado de mistérios pela falta de registros, a gente deu um jeito de desvendar os cinco dogmas que ditam a vida do cigano mais rocker do planeta: Eugene Hütz.

[+1] A União Europeia afirma que 12 milhões estão no Velho Mundo, formando assim a maior minoria étnica do continente. migre.me/8QghD [+2] Foi o acidente nuclear em Chernobyl, em 26 de abril de 1986, que expulsou o músico e a família de sua terra natal. [+3] Ele, a mãe, o pai e o primo Yosef entraram no país como refugiados políticos, em 1992, por meio de um programa de reassentamento. A primeira cidade em que viveram foi Vermont, no estado de New England.


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“Em qualquer lugar da Europa, ou mesmo nos Estados Unidos, você está sempre cercado por pessoas com uma linguagem corporal do tipo ‘eu acabei de transar’.” Nomadismo Esportes

[+4] Em bom e velho português: alguém que vive à margem da sociedade. [+5] Ao lado do astro de O Senhor dos Anéis, Hütz atuou no filme Uma Vida Iluminada, do diretor Liev Schreiber – o mesmo de Taking Woodstock e X-Men Origens:Wolverine. migre.me/8Qieo [+6] Foi a 20km da capital ucraniana que nasceu Eugene: na província de Boyarka [+7]

Pra mim, viajar é uma parte essencial da vida. Talvez de um modo um pouco mais selecionado agora do que há cinco ou seis anos, já que hoje eu tenho três bases: Nova York, Rio de Janeiro e Kiev, na Ucrânia +6. Eu vivo entre essas cidades. Hoje é menos randômico, menos nebuloso se comparado a como eu costumava ser antes, tipo “Ah, legal, Marrocos.Vamos pra lá!” O que era ótimo, mas eu acredito que agora encontrei o meu triângulo perfeito. Pelo menos no momento. Mulheres Elas têm um papel muito, mas muito crucial em minha vida. Esse triângulo a que me refiro é baseado nelas, e todas as viagens randômicas que eu fiz antes disso eram baseadas nelas também. Mas, acima de tudo, as mulheres são uma grande fonte de inspiração. Agora, claro que há pouco espaço pra relacionamentos mais ortodoxos em meio a tudo isso. é sobre o que fala o mais recente álbum do Gogol Bordello, Trans-Continental Hustle +7. Um rebuliço de idas e vindas e adeus e partidas. Trans-Continental Drama, esse deveria ter sido o seu verdadeiro nome (risos). O amor rebelde, as pessoas envolvidas... Todas as músicas carregavam um pouco disso.

Quando eu comecei a me interessar pela música, ainda criança, eu também era muito envolvido com esportes. Com kung fu, principalmente. O que era uma parte escondida de mim. Eu mergulhei mesmo na música quando tinha 15 anos, antes disso eu era um verdadeiro atleta. O que explica porque minha presença na cena punk rock da Ucrânia era tão impressionante se comparada a de outros músicos. Eles não conseguiam fazer o que eu fazia, era uma parte importante do que eu era. O fato de ter ido para os EUA foi muito libertador nesse sentido, porque na Europa, dentro daquele ambiente Joy Division do qual eu fazia parte, no qual eu cresci, eu tinha que esconder o meu lado esportista. Porque aquilo era cool. Foi quando eu fui para os EUA que conheci pessoas como o Ian MacKaye +8, Iggy Pop, músicos que são também muito envolvidos com o esporte, que eu pude conviver bem com esse meu outro lado. Lá existiam essas pessoas com valores semelhantes aos meus. Com o tempo, acabei ficando amigo de todos eles, o que me fez ter uma aceitação maior de mim mesmo. Muito maior do que eu jamais encontraria com alguém tipo o Ian Curtis, por exemplo. Nos últimos tempos, tenho me interessado muito


GOGOL BORDELLO //057

“A internet claramente não tem a resposta. E a razão é um macaco bêbado.”

em surfe. Eu acabei de voltar da Costa Rica. E eu me diverti tanto. Talvez porque tenha conseguido me sair melhor do que as outras pessoas do grupo – enquanto eles demoraram três ou quatro dias pra conseguir ficar em pé, eu levei apenas algumas horas. Então foi ótimo, eu perguntei a mim mesmo “Cara, por que que eu estava esperando esse tempo todo pra fazer isso?”. Me fez acreditar que ainda vão rolar muitas experiências como essa daqui pra frente. Foi simplesmente demais!

Ao mesmo tempo, Nova York basicamente me deu tudo em termos de compreensão. Antes disso eu já estava fazendo as minhas coisas, mas era sempre considerado um outkast. Lá eu senti que as pessoas estavam entendendo aquilo, que estavam me entendendo e eu entendendo elas. Doze anos em Nova York se passaram como uma after party. Porque essa compreensão é realmente crucial pra um artista, sabe? E eles têm essa tradição. Filosofia oriental

Cidades É muito místico o fato de eu amar tanto o Rio de Janeiro, porque eu literalmente sinto que cresci lá. Todas essas pontes, todos esses pequenos túneis, o grafite que você vê por todos os lados... E eu me pego pensando “Não fui eu que fiz isso uns 15 anos atrás?”. O que me mantém no Rio é que eu sigo tentando encontrar o que cria esse efeito. Minha ideia principal a respeito disso é que é uma espécie de linguagem corporal das pessoas, porque em qualquer lugar da Europa, ou mesmo nos Estados Unidos, você está sempre cercado por pessoas super-relaxadas, com uma linguagem corporal do tipo “Eu acabei de transar”. Nos EUA então, simplesmente não rola.

O Tao+9 é, provavelmente, a coisa mais presente em mim nos últimos tempos. A exploração e compreensão dessa filosofia têm me ajudado muito a encontrar o sentido das coisas no mundo – e, parece que, pela filosofia, as coisas realmente encontram seus respectivos lugares. Ela já estava lá antes, de maneira instintiva, mas eu estou feliz porque, definitivamente, consegui me distanciar do pensamento ocidental quase que por completo. Porque a internet claramente não tem a resposta. E a razão é um macaco bêbado. A mente deve orquestrar o que o coração quer, não existe outro caminho. É dessa maneira que the real heaven on earth begins.

[+8] MacKaye é uma lenda do punk rock norte-americano. Comandou bandas como Minor Threat, Embrace e Fugazi. migre.me/8QiPt [+9] O Taoísmo é uma tradição filosófica e religiosa com mais de 2.500 anos. Busca a harmonia com o universo por meio de preceitos como as Três Jóias do Tao: compaixão, moderação e humildade.


LUIZ ALBERTO FIEBIG JR. (TATU)

Publieditorial __TEXTOS E FOTOS


__ Uma festa pode ser uma festa. Mas também pode ser “a” festa. O que diferencia uma da outra? Detalhes, meu caro, pequenices que estrategicamente colocadas aqui e ali transformam o imperdível em inesquecível. Como reunir 40 mil pessoas vestidas de branco para dançarem ao som dos melhores DJs do mundo, em torno de uma cenografia exclusiva, feita para que o público interaja diretamente no espetáculo. Isso tudo ao mesmo tempo em que artistas do mundo todo fazem performances para aumentar as já muito altas doses de diversão. Se ainda resta alguma dúvida de que você precisa estar no pavilhão do Anhembi, em São Paulo, no dia 02 de junho do ano do fim do mundo, follow me.

> À PARTIR DA PRÓXIMA PÁGINA, OITO BONS MOTIVOS PARA VOCÊ ESTAR LÁ.


060\\ PUBLIEDITORIAL

1. Celebrate Life with Beats. Este ĂŠ o nome da festa. E uma promessa que vai ser cumprida. Aqui a conectividade acontece antes, durante e depois.


PUBLIEDITORIAL //061

3. Junto com o ingresso, você recebe um passe de ida e volta do metrô e, ao descer na estação, um ônibus o leva até a música. Free, baby. Ou seja, nem precisa escolher o motorista da rodada.

2. Os DJs Fedde Le Grand, Jooris Vorn, 2000andOne, Mr.White e o brazuca Wehbba, um dos principais expoentes da música eletrônica nacional. Além de convidados surpresa que serão revelados aos poucos no www.skolsensation.com.br.

4. São mais de 250 caixas de som que geram 700 mil watts em 360o.


062\\ PUBLIEDITORIAL

5. O palco tem a forma de uma pirâmide que vai se abrir aos poucos e permitir que as pessoas subam em sua estrutura, fazendo parte do espetáculo de lazer, tecnologia e sensações.

6. 80 mil luvas que brilham no escuro serão distribuídas para serem usadas ao comando dos DJs.

7. O pessoal de Skol Beats prometeu “um líquido inédito” para quem estiver no Beats Club, a balada “secreta” do Skol Sensation. Além disso, quem estiver dançando por lá vai gerar parte da energia para mover a festa.


SKOL SENSATION

8. O Sensation Travel, pacotes especiais para quem não é de SP, inclui passagem, ingresso e translado de ida e volta do hotel. Ah, quem for de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba ou Porto Alegre pode ir em uma Air Party: um avião “vestido” de branco com um DJ dentro.

Ok, você já está separando a roupa branca. Agora corre. Porque todo mundo tá com esta mesma ideia. Onde comprar: - Pela internet: no site www.skolsensation.com.br - Call Center Tickets for Fun: 11-4003-5588 (não será cobrada taxa de conveniência) O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 9h às 21h.

- Bilheterias oficiais: Credicard Hall - Av. das Nações Unidas, 17.955 Das 12h às 20h. Pavilhão do Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Das 12h às 20h, com exceção do dia do evento quando funcionará até às 3h da manhã do dia 03.04 ou até os ingressos esgotarem.


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Casaco de moleton porta Gadgets_

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Tem 11 bolsos. É pra ninguém reclamar de falta de espaço para os gadgets. E inclui uma passagem interna para fones de ouvido que vai do bolso até o capuz.

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Olha que beleza, Silvio. Produtos que você não precisa ter mas vai querer mesmo assim. Aeeeeeee.

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Quem quer dinheirooo? Quem quer camisetaaa?

camiseta COM história

DENTRO DA MOCHILA

_PÉLICO é cantor e compositor. Acaba de gravar uma participação no novo disco do Tom Zé. Com ele, Mallu Magalhães, Rodrigo Amarante e Emicida.

_Letícia Novaes, vocalista da banda Letuce.

Eu só pensava em qual frase a ser dita quando o visse, mas não deu tempo. A porta abriu e vi aquele homem que já conhecia, de tanto ouvi-lo e vê-lo. Ceguei os sentidos. Mas os grandes gênios são generosos e são capazes de nos tirar do abismo kafkiano com um simples abraço. Irará, cultura moçárabe, Aristóteles, tropicalismo, cristianismo, dança folclórica, mulheres, canção popular invadiram a sala e por mais de duas horas esqueci que o motivo da minha visita era cantar no novo disco desse cara que viu todos os olhos no olho do furacão. Isso. Mais um abraço, só que agora na frente do microfone. Sorrimos um pro outro e cantamos. A camiseta branca, Hering, comum que usei neste dia virou um amuleto da sorte. E, por mim, ela não desce mais do palco.

“Maçã pra voz, whisky pra depois, treco de fazer baby liss, maquiagem, papel pra fazer o set list ou anotar um delírio qualquer. Um livro pra passar o tempo quando os meninos passam o som deles, demaquilante e desodorante porque o palco mexe com o cheiro. O Lucas ama meu cheiro depois do palco, mas às vezes eu prefiro me lavar (risadas). Ainda mais se formos receber os fãs, coisa e tal. “


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MARCA: VULGO

ONDE ENCONTRAR:

VULGO.com.br


JACK WHITE

Blunderbuss

Third Man Records/Sony

Jack White é um músico tão prolífero que o lançamento de um álbum solo parecia uma questão de tempo. Afinal, mesmo dando as cartas no White Stripes e no Raconteurs, e ainda dividindo as atenções com Alison Mosshart no Dead Weather, o homem sempre deu a impressão de ter algo escondido na manga. Só era preciso um projeto mais intimista para que isso se confirmasse. Não há grandes surpresas em Blunderbuss, cujas treze faixas passeiam pelo rock sessentista que Jack sempre venerou, além de folk, blues e várias vertentes da música negra norte-americana. Mas esse aparente “conservadorismo” não tira os (muitos) méritos do álbum, gravado com nada menos que duas bandas de apoio. A guitarra marcante de Jack está presente em músicas como “Sixteen Saltlines” e “Freedom at 21”, mas em geral não há muita distorção. Ouvindo as lindas melodias de piano de “Love Interruption” e “Hypocritical Kiss”, a gente percebe que isso nem faz tanta falta. As letras transbordam melancolia, talvez pelo momento vivido por Jack – o fim do White Stripes e de seu casamento. “Estava escrevendo o encarte outro dia e parecia que tudo tinha muito a ver com a morte. Por alguma razão, ela é presença esmagadora em toda as letras”, chegou a comentar o músico. Parece que realmente há males que vêm para o bem. Pelo menos na música. Daniel Sanes

“Por alguma razão, ela [a morte] é presença esmagadora em todas as letras.”- Jack White

Para ouvir o álbum na íntegra: Leia o QR Code ao lado com a câmera do seu smartphone.

LEGENDAS Pra quem gosta de: The Black Keys, Greenhorns e The Zutons

Ouça no talo É, legal

Dá um caldo Seu ouvido não merece


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CURUMIN Arrocha Urban Jungle

Pra quem gosta de: Criolo, Maquinado e Guizado

Uma equação que vai da batida do violão de nylon de Jorge Ben ao Miami Bass da década de 90. Assim é Arrocha, que não desaponta expectativas criadas a partir do bem elogiado Japan Pop Show, de 2009. Quase todo o repertório é calcado em beats MIDI e drum machines, tencionando, desta vez, a sonoridade do álbum mais ao urbano do que a raízes nacionais como o samba. Merecem destaque também os arranjos de sopro lânguidos, inebriantes e noir (“Treme Terra”), o bom dub, de travar joelhos e sair da órbita (“Doce”), e os característicos timbres de órgão Hammond (“Passarinho”) – certamente influenciados por Lafayette, o rei das teclas da Jovem Guarda. Curumin consolida sua fórmula pessoal, de pinçar peculiarmente elementos da velha MPB e os unir a conceitos contemporâneos como o hip hop, mas de modo orgânico e natural, longe de mimetismos ou de afetações modernoides. Anota aí: é um dos discos de 2012. Nicolas Gambin

Beach House Bloom Subpop

Pra quem gosta de: Frankie Rose, The Weeknd e Beach Fossils

Difícil resenhar um sonho. Porque chegar ao final de um álbum do Beach House é o equivalente a ser expulso de um transe, um mundo sensorial em slow motion, de cenários ondulados e multicoloridos. A vantagem é que se pode voltar a ele infinitas vezes. “When you couldn’t sleep/You would come for me”, entrega Victoria Legrand no single “Lazuli”. É por aí a coisa. A musa francesa, por sinal, continua um assombro: na contramão da maioria das cantoras do dream pop, ela não é um mero adereço “etéreo”; sua voz doce e firme é o fio condutor de mais um conjunto mágico de canções. O som barroco e melancólico do duo está mais “amigável” – claro, ainda a anos-luz do pop de prateleira que inunda rádios e blogs. O produtor Chris Coady (TV On The Radio) tinha a dura missão de suceder a obra-prima Teen Dream, lançada em 2010. E Bloom é tão bom quanto. Se vai atrair novos fãs, pouco importa. Dê o play nos mantras “Myth”, “New Year” e “On The Sea” e deixe-se flutuar. Fernando Halal


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Florence + the Machine MTV Unplugged

The Alabama Shakes Boys & Girls

ATO/Rough Trade

Universal Pra quem gosta de: Adele, Marina and the Diamonds e Bat For Lashes

Pra quem gosta de: The White Stripes, Black Crowes e Kings of Leon

Spiritualized

Soulfly

Pra quem gosta de: Radiohead, The Flaming Lips e The Velvet Underground

Pra quem gosta de: Pantera, Sepultura e Slayer

Violins

M. Ward

Pra quem gosta de: Placebo, Death Cab For Cutie e Manic Street Preachers

Pra quem gosta de: Devendra Banhart, Little Joy e Bright Eyes

Rufus Wainwright

Marina Wisnik

Out of the Game Decca

Na Rua Agora Independente

Pra quem gosta de: Mika, Regina Spektor e Elton John

Pra quem gosta de: Marcelo Jeneci, Fernanda Takai e TiĂŞ

Orbital

Gotye

Sweet Heart Sweet Light Light Fat Possum

Direito de Ser Nada Monstro Discos

Wonky ACP

Pra quem gosta de: RĂśyksopp, Moby e Aphex Twin

Enslaved Roadrunner

A Wasteland Companion Merge

Making Mirrors Eleven

Pra quem gosta de: The Temper Trap, The Police e Yeasayer


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Michael Kiwanuka Home Again Polydor/Universal

DISCOTECA BÁSICA Oasis Por Daniel Sanes

Pra quem gosta de: Van Morrison, Ben Harper e Tim Maia

Gaby Amarantos Treme Som Livre

Pra quem gosta de: Bonde do Rolê, Diplo e Gang do Eletro

Graham Coxon A+E

Parlophone

Pra quem gosta de: The Jam, Blur e Pavement

The Mars Volta Noctourniquet Warner

Definitely Maybe | Com melodias descaradamente inspiradas nos Beatles e postura insolente à la Sex Pistols (preste atenção em “Rock ’N’ Roll Star”), o grupo de Manchester reacendeu a cena indie com sua estreia, em 1994.

(What’s the Story) Morning Glory? | Um ano após o debut, o Oasis passou de revelação do britpop a banda consumida pelas massas. Culpa da irresistível “Wonderwall”, que, sejamos justos, não era a única boa música deste discaço. BE HERE NOW | O conflito entre os Gallagher, antes de causar o fim da parceria, gerou discussões sobre como deveria soar o Oasis. Em 1997, gerou um disco superproduzido, respaldado por hits como “Stand by Me”.

E NEM TÃO BÁSICA Ocean Colour Scene Marchin’ Already

Pra quem gosta de: Tool, Coheed and Cambria e Muse

The Men

Open Your Heart Sacred Bones

Pra quem gosta de: Dinossaur Jr., Circle Jerks e The Hives

Por Leonardo Bomfim Há quem diga que o Ocean Colour Scene é a melhor banda britânica da década de 90. Talvez seja exagero, mas um disco como Marchin’ Already não pode passar batido. Com uma pesquisa sonora mais interessante do que a maioria dos lançamentos contemporâneos, causou rebuliço ao desbancar Be Here Now das paradas inglesas – algo não muito fácil no auge da Oasismania. O certo é que, entre o cartão de visitas com a avalanche pop de “Hundred Mile High City” e o encerramento elegante de “It’s a Beautiful Thing”, há britpop em estado puro.


_TEXTO LARA HAUSEN MIZOGUCHI

Reprodução

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Beavis e Butt-Head _ Criada por Mike Judge, em 1993, Beavis e Butt-Head volta às telas depois de um hiato de 14 anos. Com capítulos inéditos, a série retornou à programação da MTV. No programa, a mesma ideia de antes: dois adolescentes norteamericanos que são estudantes e, nas horas vagas, comentam os clipes a que assistem. Ah, e eles usam camisetas de bandas. AC/ DC é uma das preferidas. No episódio que marcou o retorno, Judge aproveita a febre dos vampiros e lobisomens. Os protagonistas, empolgados pelo sucesso que os mortos-vivos fazem, resolvem ser um deles. A questão é achar alguém que os morda, para que assim virem lobisomens. E não é que – ao menos na ilusão – eles encontram? Para matar as saudades, vai lá: terças, às 23h30, na MTV.


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1. AC/DC | A banda é quase um dos personagens principais do seriado, estampando as camisetas dos adolescentes. A dupla mostrou que é fã mesmo quando ajudou na divulgação da turnê Ballbreaker. E tem mais: as músicas do grupo foram tocadas em um aquário para animar tubarões brancos.

3. Tubarão | Um dos maiores predadores do oceano, o tubarão branco mete medo. E se só a vida real não fosse suficiente, Spielberg foi o responsável por popularizar a fúria dos bichanos nas telonas com “Tubarão”. Entre as curiosidades: Sterling Hayden foi o escolhido para interpretar Quint. Mas isso não aconteceu.

5. New Jersey | New Jersey será o palco de um festival do Metallica. Em fevereiro, eles anunciaram o ORION MUSIC + MORE, o Festival do Metallica, que vai rolar em junho, em Atlantic City, e terá a presença de grandes nomes, como Arctic Monkeys e Modest Mouse, convidados, é claro, pela banda californiana.

2. Rock de aquário | Foi com músicas do AC/DC que um operador de barco australiano descobriu: tubarões brancos, famosos pelo filme Tubarão, gostam de rock. A ideia era tocar música para atrair os animais, o que só deu certo quando rolou “You Shook Me All Night Long” e “Back in Black”.A atração seria pelas baixas frequências das tracks.

4. Sterling Hayden | O ator que nasceu em New Jersey era o cotado para o papel que depois ficaria com Robert Shaw. O fisco de seu país acabaria ficando com todo seu cachê, e ele acabou desistindo de atuar. Ele trabalhou em filmes noir e com grandes diretores, entre eles, Kubrick, em The Killing, e Coppola, em Poderoso Chefão.

6. Metallica | O Metallica, que aparece nas camisetas de Beavis and Butt-head, foi eleito MTV Icon, em 2003. Na apresentação, Sum 41, Avril Lavigne, entre outros, tocaram músicas dos californianos. Foi a primeira vez que Robert Trujillo, que havia se tornado baixista do grupo alguns meses antes, apresentou-se com a banda.


_FOSSO É o lugar que fica de frente ao palco. diretamente dali, os shows DE ABRIL.

Você sabe: rapadura é doce. Mas não é mole. Ninguém lembra disso quando vê o fotógrafo no show, bem na frente, lugar privilegiado, cara a cara com o ídolo, nariz no palco. Mal sabem que não pode ter flash. Que ele só vai ficar ali durante algumas músicas. Que o tênis tá molhado, o estômago tá roncando, as costas moídas e o nariz descascou de tanto sol. Que fotógrafo de show tem que contar tanto com a sorte quanto com a técnica. E que nunca dá pra fechar os olhos e curtir o som. Nas próximas páginas, os melhores shows do mês. E algumas verdades.


ANTIBALAS / CINE JOIA / SÃO PAULO - SP “O legado afrobeat de Fela Kuti foi plenamente representado no Cine Joia. Os brasileiros do Bixiga 70 abriram para o show histórico dos lendários Antibalas. Duas horas de pressão sonora, ritmo, arte e talento.” Depoimento e foto: ARIEL MARTINI


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GOGOL BORDELLO / BECO 203 / SÃO PAULO - SP

“Independente do calor e dos esbarrões dignos de um show punk, os ciganos em cima do palco resolvem todos os seus problemas. Pelo menos até a última nota, ou melhor, o último grito.” Depoimento e foto: Marcelo Mattina


RACIONAIS MC’S / SESC POMPÉIA / SÃO PAULO - SP

“Tinham me dito que não iria ter credencial, porque um dia antes o Mano Brown havia noiado com um fotógrafo - jogaram flash na cara dele. Mas aí foi tranquilo, todo mundo respeitou e ficamos bem mais das três primeiras músicas. “ Depoimento e foto: SAMUEL ESTEVES


COACHELLA FESTIVAL 2012 / EMPIRE POLO CLUB INDIO - CALIFÓRNIA


“De Refused e At The Drive-in a Black Keys e Radiohead - passando por Atari Teenage Riot, Justice e outras centenas de atrações absurdas - em um único final de semana. No deserto. Certeza de querer passar por todo o perrengue de novo no próximo ano.” Depoimento e foto: Fernando Schlaepfer


THURSTON MOORE / BAR OPINIÃO / PORTO ALEGRE - RS

“Ver o Thurston Moore, mesmo que em formato acústico, foi uma baita aula de noise e belas melodias. Também não ficou nada para trás o show do Kurt Vile, que, para quem não conhecia, foi uma excelente surpresa.” Depoimento e foto: RAFA ROCHA



Gustavo Stephan / Agência O Globo

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Era uma vez, em 1997, uma banda que misturava hardcore e marchinhas de Carnaval. Fizeram “Anna Júlia” , que se transformou no hit do verão de 99, quando passaram a fazer uma média de 23 shows por mês. Cansados e descontentes com o sucesso, se isolaram em um sítio. De lá saíram com Bloco do Eu Sozinho (2001), e os shows, que eram feitos para duas mil pessoas, foram reduzidos a menos de quinhentas cabeças, se tanto. O público se foi. E o que voltou era outro.Vieram Ventura e 4. A banda “deu um tempo”. Amarante foi pra gringa, montou o Little Joy com o Fabrício Moretti, baterista dos Strokes, gravou com Devendra Banhart, cantou com Gruff Rhys (líder do Super Furry Animals) e tá por lá. Marcelo Camelo encontrou sua parceira. Com Mallu Magalhães, forma o duo mais prolífero da MPB, no estilo Rita Lee e Roberto de Carvalho. Barba segue na cena independente carioca. Bruno é jornalista e publicitário. Eles começam agora uma nova turnê pelo país. E todos os ingressos estão esgotados.



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