DIREÇÃO: Kento Kojima Pablo Rocha Rafael Rocha
NOIZE FUZZ
DIRETOR DE CRIAÇÃO: Rafael Rocha rafarocha@noize.com.br
COORDENADORES: Carolina Garcia Henrique Dias
EDITORA-CHEFE: Cristiane Lisbôa cristianelisboa @noize.com.br EDITOR: Tomás Bello tomas@noize.com.br REDATORES: Karla Wunsch karla@noize.com.br DESIGN: Felipe Guimarães ASSIST. ARTE: André Chaves ASSESSORIA DE IMPRENSA: Carola Gonzalez REVISÃO DE TEXTO: Jeferson Mello Rocha COMERCIAL: Pablo Rocha pablo@noize.com.br ADMINISTRATIVO: Pedro Pares pedro@noize.com.br
GERENTE: Leandro Pinheiro
EDITORA-CHEFE: Lidy Araujo EDITOR: Fabiano Tissot PLANEJADORES: Bruno Araldi Bruno Nerva Yago Roese Martim Fogaça Pedro Barreto REDATORES: Leonardo Serafini Francieli Souza Clarice Passos Thiago Couto Luciano Braga Thaísa Gomes T.I.: Henrique Montenegro
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• COLABORADORES 1. Ariel Martini_ Ainda insiste em fazer fotos de shows. flickr.com/arielmartini 2. Fernando Schlaepfer _ Designer por formação, ilustrador por aptidão, DJ por diversão e fotógrafo por paixão. 3. Lalai e Ola_ Lalai trabalha com mídias sociais, mas sua paixão é música. É DJ e produz a festa CREW. O Ola trocou a Suécia pelo Brasil, o design pela música e fotografia. 4. Renata Simões_ Renata Simões, 34, é jornalista. Já produziu documentários, apresentou os programas Vídeo Show e Urbano, colabora com revistas e sites e ainda tem um programa diário no rádio em São Paulo, onde mora. 5. Nicolas Gambin_ Jornalista freela. Aprecia tocar The Meters com amigos nas horas vagas. 6. Daniel Sanes_ Jornalista por formação, lunático por opção e roqueiro de nascimento. Um dos editores de música do site www.nonada.com.br. 7. Lucas Saporiti_ Fotógrafo viciado em esportes e música. Une trabalho e diversão, buscando mostrar a emoção de cada momento registrado. 8. Fernando Halal_ Jornalista malemolente, fotógrafo de técnica zero e cinéfilo dodói. Não morre sem ver um show do Neil Young. www.flickr.com/fernandohalal 9. Dani Arrais_ Jornalista, nasceu em Recife, mora em São Paulo há quase cinco anos. Começou o donttouchmymoleskine.com há quatro anos e de repente viu que falava de amor quase o tempo todo. 10. Leonardo Bomfim_ Jornalista e diretor de cinema. Edita o freakiumemeio.wordpress.com. 11. Crib Tanaka_ É carioca-sansei, jornalista e trabalha com marketing. Acredita cada vez mais no ditado que diz “temos dois ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas vezes mais do que falamos”. 12. Leandro Vignoli_ Headbanger que ouve Sigur Rós, acha o Tim Maia mestre e tira fotinho pagando de Eminem. 13. Luciano Viana_ Músico, produtor e publicitário. É produtor do Festival Transborda e agencia os artistas Dibigode, Câmera e 4instrumental. Fotógrafo de shows nas horas vagas. 14.Victor Nomoto_Criado no Japão, filho de fotógrafo, foi se interessar pelo ofício só na maioridade. Já teve fotos publicadas na MTV USA, em revistas japonesas e em diversos portais de internet. O que sobra do tempo é entregue ao seu novo vício: o filho. 15. Fabrício Vianna_Fotografa música, consume música. www.fabriciovianna. com.br
• ILUSTRAÇÃO DA CAPA_ FELIPE GUIMARÃES
Os anúncios e os textos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. Revista NOIZE - Alguns Diretos Reservados.
• EXPEDIENTE #58 // ANO 6 // OUTUBRO ‘12_
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REVISTA NOIZE. TUMBLR. COM 3
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_FOTO: RAFA ROCHA
NOME_ Mário Arnaldo Ely O QUE FAZ_ Taxista UM DISCO_ Let It Be, dos Beatles “O que eu curto é os Beatles. Tenho todos os vinis, inclusive as carreiras solo. A música dos Beatles transmite muito sentimento, paz, amor... Eu gosto muito das letras. O John Lennon, principalmente, por sua luta contra as guerras. Se o passageiro gosta de curtir comigo, eu ouço Beatles bem alto com ele, senão eu ouço também mas deixo baixinho. Meu prazer é ouvir Beatles bem alto.”’
“O VLADMIR PUTIN MORRE DE MEDO DE B*****.” TORI AMOS_ ao comentar a prisão da banda russa Pussy Riot
“Ser tocado à exaustão em ba- “A gente não tinha nada para fazer na prisão senão ler a Bíblia.” res não me faz menor.” DJAVAN_ NADIA TOLOKONNIKOVA_ integrante do grupo russo Pussy Riot “Cala a boca e canta.”
RUSTY FLEMING, POLICIAL DO TEXAS, EUA_ em resposta
“Gays são nojentos e têm Aids.”
à reclamação pública de Fiona Apple após ser presa por posse de maconha
PARIS HILTON_
“Eu realmente não lembro deles [Green Day] abrindo o nosso “Ereção em cena nunca rolou.” show. Minhas desculpas, se ele não se divertiu.” RICHIE SAMBORA, ALEXANDRE BORGES, ATOR_ sobre as ceGUITARRISTA DO BON JOVI_ ao ser confrontado com a declaração de Billie Joe Armstrong
nas mais sensuais de Cadinho em Avenida
de que o Bon Jovi é a “pior banda” com quem o Green Day já tocou
Brasil
“O Thom Yorke não faz merda.”
FLYING LOTUS_ ao comentar a participação
do líder do Radiohead em seu novo disco, Until The Quiet Comes . “Ele gasta o seu tempo de forma inteligente”, completou Lotus
“O que o Papa acha a respeito de ser gay não importa para o mundo.” LADY GAGA_
“Todo mundo regrava músicas dos outros.” LATI- “Eu não sei o nome dele. Ele era um fantasma.” NO_ em meio à enxurrada de críticas que recebeu por ter feito uma
KE$HA_ ao revelar que já teve algumas “experências com o super-
versão de “Gangnam Style”, hit do cantor sul-coreano Psy
natural, in a sexy way ”
“Se eu sou um one hit wonder, então eu estou em “A morte de Michael Jackson foi confusa e deiboa companhia.” GOTYE_ revelando um “prazer perverso” xou tudo fora do lugar.” SPIKE LEE, CINEASTA_ revediante as pessoas que o criticam por ter apenas um sucesso: “Somebo-
lando prazer e pressão em filmar o documentário Bad 25, sobre o
dy That I Used To Know”
clássico álbum de Jacko
“Quando eu me vejo na televi- “Recebemos muitas centenas de tuítes dos fãs da banda brasisão, chego a me achar gordo.” leira Restart, pedindo que eles tocassem em 2013. Anotado. PoJÔ SOARES_ dem parar agora.” ORGANIZAÇÃO DO GLASTONBURY FESTIVAL_ “Eu quero um homem no meu “Agradeço a Deus pelo que ele me deu. E tiro vantagem disso.” pescoço.” BAT FOR LASHES_ justifi- SOFIA VERGARA, ATRIZ_ dizendo que negou o pedido da assessora para diminuir o tamanho cando a capa de seu novo álbum, The Haun-
ted Man
dos seios
FAÇA A SUA PRÓPRIA REVOLUÇÃO_ Cinco anos atrás, quando a maneira que tão normalmente consumimos música mudou para sempre, onde você estava? Quem você era? Qual parecia ser a estrada correta? Tente lembrar enquanto devora a matéria sobre In Rainbows, o álbum do Radiohead em que o fã poderia pagar o que quisesse, a partir de nada. Prática normalíssima hoje, mas de altíssimo culhão “naquele tempo”. Que é isso, baby, nem sempre foi tão simples ouvir o que se ouve. Feito, vá conhecer mais Frank Ocean, outro que fez o que ninguém tinha feito pelo simples fato de que, às vezes, é preciso fazer. Então pare com calma para ler uma conversa com o The xx, uma das mais complexas, sexy e interessantes bandas atuais. Não cansou, né? Que tem mais, que tem muito, que a gente tá só começando o aquece da finaleira do mundo, ops, do ano. Hasta la vista, baby Cris Lisbôa
Foto: Rafa Rocha
_Por Daniela Arrais donttouchmymoleskine.com
016\\
Este mês acontece o Planeta Terra. E eu não perco por nada o Best Coast no meio da tarde. Tomara que faça sol e que a gente esteja rodeado de pessoas que a gente ama, porque esse show deve ser a coisa mais good vibe do mundo! Também quero ver a Azealia Banks, pois acho que ela vai colocar todo mundo pra descer até o chão. Aproveitei a expectativa e perguntei pra gente apaixonada por música o que elas não vão deixar de ver. Aproveitem as dicas.
Fernanda Tedde Publicitária e parte do coletivo musical Avalanche Tropical. - Banda Uó. Quero ver a Mel rodando o saião ao vivo em um palco grande. - Azealia Banks, pra dançar e rebolar com as amigas. - Gossip, pra ter certeza de que eles vão tocar aqui. Só acredito vendo. E eu sou bem fã da Ditto. - Best Coast. Vi um show deles bem no comecinho, tô curiosa pra ver se seguram um showzão.
Facundo Guerra Sócio de casas noturnas e de shows como Cine Joia, Lions Nightclub, Z Carniceria e Volt, em São Paulo. Tô muito a fim de ver o Madrid, a banda nova do Adriano Cintra. Gostei muito do primeiro disco e não tive a oportunidade ainda de ver o show, mas me disseram que está sensacional. Tutu Moraes DJ e pesquisador musical, faz a festa Santa Forte. Não perco no Planeta Terra o show “Muheres de Péricles”, com as novas divas e musas da música brasileira cantando as lindas canções do compositor fantástico Péricles Cavalcanti.
Alexandre Matias Jornalista, faz o Trabalho Sujo. Não tem nada que eu queira muito ver nesse Terra, achei a escalação bem média... Gosto do Suede mas não sou fã, acho que deve ser um bom show e só – não chega a ser um Pulp, afinal. Tenho curiosidade em relação ao Best Coast, à Azealia Banks e acho que a Little Boots, que talvez seja a artista que eu mais goste de todas, vai fazer seu show cedo demais. O Gossip e o Garbage estão vindo tarde demais, e o Kasabian e o Kings of Leon são bem perdíveis... Também tenho curiosidade sobre como o festival vai funcionar em um outro ambiente, uma das melhores coisas dos Terras dos últimos anos era acontecer no Playcenter.
E a pergunta: Foram mais ou menos 12 horas de shows. Você acha que as escolhas dos amigos da Dani confirmaram as expectativas? Conta pra gente no noize@noize.com.br. Os 3 melhores textos vão ganhar um presente da redação.
018\\
Reprodução
CINCO PERGUNTAS E UM COVER COM JOSS STONE Prestes a completar uma década de música, a inglesa Jocelyn Eve Stoker revisita o conceito do álbum que a tornou a mais jovem cantora britânica a atingir o número 1 da UK Albums Chart: dar cara nova para clássicos da soul music. E o Brasil está no roteiro da tour de The Soul Sessions Vol. 2, seu novo disco. Você já deixou claro que não é fã dessa coisa “vestido e maquiagem o tempo todo”. Ser Lady Gaga ou Madonna então está fora dos planos? Nossa, definitivamente. Elas confiam basicamente nisso, né? Eu confio na minha música. Mas é o meu trabalho: têm coisas dele de que eu não gosto, e coisas que eu amo. Seria ótimo poder ir a todo lugar e cantar vestindo apenas jeans e camiseta, mas as pessoas querem ver você sempre linda. As pessoas não querem te ver de pijama (risos). Agora, essa coisa do tapete vermelho... Você deveria ver as pessoas e como é aquilo tudo. Não é normal, cara. Quando você descobriu que era cantora? Teve essa vez em que fiz um teste para um programa de TV, passei e fiz uma grana. Pensei, “talvez eu possa ter um emprego, ganhar dinheiro cantando”. O engraçado é que as outras pessoas acreditavam mais na minha voz do que eu. O que foi ótimo, porque se dependesse de mim eu provavelmente teria desistido no caminho. Você cantou ao lado do Mick Jagger no Superheavy. É verdade que ele te convidou pra um encontro e você disse não? Não! Eu não sei por que dizem esse tipo de coisa. Ele
estava indo pra um club, dançar, curtir, e me convidou pra ir junto. Eu disse, “ah, obrigada, mas estou muito cansada”. Acho que a única mensagem disso tudo é que ele tem mais energia do que eu (risos). Mas, nossa, ele é velho o suficiente pra ser meu pai. É como ele convidar a filha dele pra sair, e isso é doentio! Por que você sempre canta de pés descalços? Porque me faz sentir mais confortável. Eu sempre tive muita dificuldade para ficar em pé quando estou cantando, e estar de pé descalços me deixa mais segura. Eu não quero cair. Você está retornando ao Brasil em breve com a turnê de The Souls Sessions Vol 2. É possível dar as pessoas a sensação de “o primeiro show”? Sempre penso no show como um primeiro encontro, sabe? Na primeira música você está chegando na pessoa. A segunda é “você gosta de mim? Eu gosto de você?”. A terceira é para se apaixonar. Eu tenho que me abrir para as emoções, assim como o público. É um relacionamento.
020\\
FILME | Twin Peaks Reprodução
_Twin Peaks não é originalmente um filme, é um seriado que acabou ganhando, posteriormente, uma versão para o cinema. O seriado é o que pega aqui, pois foi lançado no início da década de 1990 com uma grande influência oitentista e foi um dos primeiros desses que grudam totalmente o espectador na tela a cada episódio. É uma trama investigativa genial com participação direta do mestre David Lynch na direção de vários episódios. Doses de psicodelia garantidas.
TWITTER |
@tomatemaravilha: Um poeta do Twitter
@Terry_World: Terry Richardson...
e nosso producer.
Baita filho da p***!
BLOG | Aurgasm
FACEBOOK | The God Of Thunder
_É um blog americanoide muito legal, com colaboração de gente de Los Angeles, Nova Iorque, Seattle e até um holandês, acho que de Amsterdam. Lá é possível encontrar muita gente nova, principalmente cantoras de jazz, blues, folk e world music de tudo quanto é canto do mundo. Vale uma conferida. aurgasm.us
_É uma page de Facebook de um maníaco por KISS, que só posta fotos do Gene Simmons em diversas épocas e fases da sua carreira. Tem de tudo, fotos de bastidores, outtakes de seções famosas... on.fb.me/OG12ip
Foto: Biel Gomes
Convidada do mês I Wannabe Jalva Wannabe Jalva: uns caras apaixonados por arte em toda a sua forma, comendo estrada e crescendo com a música. http://wannabejalva.com/
_Quando você harmoniza um bom vinho com uma boa gororoba, vem um terceiro sabor, saca? Esse remix é assim: monstro dos anos 90gy + monstro dos anos 90-Z = Beastie Boys bit.ly/9sAluM
Divulgação
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REMIX | “99 Problems (Prodigy Remix)”, Jay-Z
UM ARTISTA PARA CONHECER | CAMPBELL TRIO Reprodução
Reprodução
UMA DESCOBERTA | CAKE - WAR PIGS
_Essa é uma versão lado B de um disco de raridades do Cake que a gente só foi encontrar perdida no baú agora, mas acho que é de 2007. Eles tiveram a sabedoria de fazer esse cover de Sabbath com muito suingue e ficou algo genial.
_Banda de jazz/post/barulhento de Porto Alegre. Somos amigos e já tocamos com os caras em outras bandas, porém cada um seguiu o seu caminho. Para quem tá cansado de ouvir sempre as mesmas coisas, vale a pena conferir. Porrada da melhor qualidade.
_Por Lalai e Ola Persson
022\\
Especial Planeta Terra
Divulgação
MAS DEVERIA_
SUEDE Decidimos mudar um pouco a coluna e listar o nosso imperdível do festival de música que acontece este mês. Algo como “bandas que você conhece e deveria”. Pra começar, Suede. Na minha vida (e agora é só Lalai falando), Suede tem uma presença muito forte. Na fase em que eu batia cartão na festa Grind, na Loca, em São Paulo, meu momento ápice era quando tocavam “Animal Nitrate”, “Soul Young” ou “Beautiful Ones”. Em 2002, eles lançaram New Morning, o último álbum da banda, que, aliás, nem foi exatamente um sucesso. Tanto que um ano depois eles se dissolveram e deixaram os fãs órfãos, já que com isso as chances de vê-los ao vivo na
época deixaram de existir. Em 2010, eles voltaram à ativa e em 2011 relançaram todos os álbuns remasterizados. Agora estão no line-up do Planeta Terra 2012. É aquela hora de ver o show que ficou pendente na minha história indie. Vem comigo?
Oh it turns you on, on, on, now he has gone Oh what turns you on, on, on, now yor animal’s gone? Oh, Brett Anderson.... let’s rock!
www.suede.co.uk
_ Por Renata Simões renatasimoes.com
024\\
_Escrevo essa coluna entre dois festivais. O Planeta Terra recém aconteceu, o Lollapalooza acabou de anunciar suas atrações. Os festivais são uma síntese do melhor do entretenimento nos dias de hoje: bandas que você aguarda ou tem curiosidade de ouvir, encontrar um monte de gente que você quer ver (e que você não quer também, mas faz parte), zanzar atrás do que está acontecendo. Não à toa, o Planeta Terra acontecia inicialmente no Playcenter. O festival, na minha ótica, sempre foi um parque de diversão para adultos. Um bom festival sempre causa frio na barriga e ansiedade na véspera. A chance de ver a banda que mudou sua vida pela primeira vez ao vivo, ou de poder checar in loco se o artista que está explodindo naquele momento realmente segura o palco grande, a escolha entre essa ou aquela banda que toca no mesmo horário, tudo isso vira corrente elétrica na corrente sanguínea. Some também a eterna dúvida se aquela, aquela banda que já deu cano outras tantas vezes vai mesmo aparecer. Diversão garantida. Tem quem goste de ir em turma. Já vi maluco que vai sozinho porque sabe que encontrará diversos amigos e não quer ter de esperar ninguém quando quiser sair para o outro palco atrás de sua banda. A mudança do Planeta Terra para o Jockey Club de São Paulo reforça o lado diurno do festival, já que o PIB nacional que reside na área próxima não permite barulho após a meia-noite. O valor dos ingressos é a principal reclamação. Com o aumento do número de festivais no calendário, isso fez com que os aficionados nesse tipo de evento gastassem por volta de R$1000,00 até agora. “Taxas, impostos e carteirinhas – além do fato de que nossos festivais costumam disputar atrações tornando o Brasil o país dos sonhos para uma banda se apresentar, já que une bom público e bom pagamento – fizeram com que os malucos por festivais tivessem que engordar muito o porquinho de moedas.”
Fernando Schlaepfer
Especial Planeta Terra
Aqui estou fazendo tabela quase matemática para entender como tantos shows que quero ver caberão no itinerário de um dia. Do Garbage sabe-se que pode ser a última turnê. Azelia Banks estou louca pra ver. Gossip eu já quis, mas depois de tantos canos, não sei. Escolher a quais shows assistir em um festival é o grande drama contemporâneo.
_Por Crib Tanaka www.circulador.wordpress.com
026\\
Especial Planeta Terra
NO CLOSET (IMAGINÁRIO) DAS BANDAS
Reprodução
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Reprodução
O Planeta Terra trouxe alguns nomes que já passaram por aqui e outros superesperados, como The Gossip, Azealia Banks e Kasabian. Sons à parte, a gente aqui na Noize entrou numa questão: se pudéssemos apresentar a eles algumas marcas de moda brazucas, quais seriam? Dividimos com vocês nossas ideias de como seria esse “fashion tour”.
The Gossip
Kasabian
Azealia Banks
Beth Ditto é diva da autoestima e não economiza na hora de misturar brilho, shape justo e estampas. A gente acha que Beth – declaradamente punk – optaria por um hi-lo divertido, misturando bijous da 25 de Março, leggings garimpadas no Bom Retiro, t-shirts AMP e blazers da 284.
Os meninos descolados do Kasabian levam para o visual um quê interessante, em que peças que parecem saídas do guarda-roupa de tios e pais são misturadas a outras novas, com tecidos e modelagens contemporâneas. O passeio com eles começaria no B. Luxo, onde eles poderiam resgatar blazers, jaquetas, chapéus e cintos com muita história no DNA. Para complementar, calças jeans e jaquetas da Ellus e camisa xadrez e tricô da Reserva.
A supersexy e poderosa Azealia gosta de mostrar o corpo, mas sem cair nos grandes clichês. Ela consegue mesclar influências street a peças com pegada mais sofisticada, como saias bordadas e materiais nobres, como couro. Azealia certamente adoraria os tops e shorts com tachas da Espaço Fashion e os saltos vertiginosos e sedutores da Santa Lolla.
www.avalanchetropical.com twitter.com/avalanchebr
028\\
Na balsa
Com passaporte carimbado para o Lollapalooza 2013, o Holger liberou a faixa “Ilhabela”, primeiro single do novo disco, que leva o mesmo nome. A música tem participações de João Parahyba (Trio Mocotó) e Irina (Garotas Suecas). Mais novidades em breve! goo. gl/nyUWD
Haja amor
Agora que a Gang do Eletro é uma realidade e o DJ Waldo Squash vai ficando cada vez mais popular, chega a hora de apresentar as produções de outro integrante do grupo, William Love. Seu Soundcloud tem remixes para sons da SIA e dos argentinos Fauna. goo.gl/cgMpP
Quem quer Tuki?
De origem venezuelana, a changa tuki é mais um estilo de música eletrônica surgido nas favelas do planeta. O documentário Who Wants Tuki apresenta o gênero ao mundo (youtu.be/MLCXZT7adew) e ainda chega com trilha gratuita, produzida por Pocz e Pacheco. goo.gl/CeCng
Corre
Karol Conká é a nova musa do pessoal da Avalanche. Ela arrasou no Creator’s Project e em uma de nossas festas. Sem falar que as produções do Nave são inacreditáveis. “Corre Erê” é o clipe mais recente que ela botou na roda, enquanto esperamos o disco. youtu.be/ESupyZWb5ZA
Fuego!
A querida banda colombiana Bomba Estereo lançou há pouco seu aguardado terceiro disco, intitulado Elegância Tropical. O primeiro single é “El Alma y El Cuerpo”, que ganhou um clipe elegantemente tropical, como pede a música e o nome do disco. youtu.be/gBu9O2jqto8
Sequestro
Quem acompanha a gente sabe que o canadense Poirier é um dos nossos produtores favoritos. Agora ele lança o EP Kidnap Riddim. Como fazem os jamaicanos, ele chamou diversos MCs para rimarem sobre a mesma base. O resultado, ele liberou grátis. goo.gl/TZR1I
1.
O SENTIMENTO DE ESTAR APAIXONADO
2.
ÁRVORES
“Não precisa de explicação.”
“Um símbolo poderoso. Elas sempre significaram muito pra mim.”
3.
OLIVER SACKS
“Eu adoro ler sobre música, o cérebro e perda de memória.”
4.
BICICLETAS
“Elas trazem de volta muitas lembranças.”
1. APAIXONADO – ADJ. E S.M. CHEIO DE PAIXÃO; TOMADO DE FORTE AMOR: APAIXONADO PELA ESPOSA. DO VERBO LATINO PATIOR, QUE SIGNIFICA SOFRER OU SUPORTAR UMA SITUAÇÃO DIFICIL. 3. NEUROLOGISTA E ESCRITOR BRITÂNICO RADICADO EM NOVA IORQUE (EUA). LEMBRA DE TEMPO DE DESPERTAR, FILME INDICADO AO OSCAR EM 1991? TANTO O LONGA COMO O MÉDICO VIVIDO POR ROBIN WILLIAMS FORAM INSPIRADOS EM SACKS E NO SEU LIVRO AWAKENINGS, LANÇADO EM 1973.
5.
PESCAR
6.
O HOMEM-URSO
“Eu realmente deveria fazer isso com mais frequência.”
“Um maravilhoso e triste filme de Werner Herzog.”
7.
CRIANÇAS
“Elas ainda não sabem todas as regras e têm uma imaginação selvagem.”
Divulgação
I’m From Barcelona Apesar do nome, o I’m From Barcelona vem de Jönköping, na Suécia.Tem três discos no currículo e é liderado pelo vocalista Emanuel Lundgren. Ah, e você já pode guardar espaço para eles no capítulo “as maiores bandas da história do rock”: o grupo tem 27 integrantes.
8.
QUEIJO & VINHO
“Sem palavras.”
6. NO DOCUMENTÁRIO LANÇADO EM 2005, O CINEASTA ALEMÃO MOSTRA A CONVIVÊNCIA DO PSEUDOECOLOGISTA TIMOTHY TREADWELL COM OS URSOS PARDOS, UM DOS ANIMAIS MAIS PERIGOSOS DO PLANETA. NÃO POR ACASO, TREADWELL MORREU DEVORADO POR UM. 8. HÁ UM VELHO DITADO DOS VINHATEIROS FRANCESES QUE DIZ: PARA VENDER VINHO, SIRVA QUEIJO. FORAM ELES, OS FRANCESES DA REGIÃO DE PROVENCE, QUE CRIARAM A COMBINAÇÃO.
DE VOLTA AO COMEÇO
FRANK OCEAN
O que faz uma banda depois de criar um dos mais elogiados e deslumbrantes álbuns do novo século? Como alguém supera o próprio sucesso? Segundo o baixista e vocalista Oliver Sim, o primeiro passo é voltar para casa e reaprender a compor. Foi esse o início de Coexist, o segundo disco do trio londrino The xx. Texto: Tomás Bello. Fotos: Alexandra Waespi.
034\\
FRANK OCEAN
036\\ noize.com.br
[+1] Em bit.ly/thexx58, o nosso reviewer Daniel Sanes diz se o hype em torno de Coexist vale ou não a pena. [+2] Pintando o X na fachada da XL Recordings, a gravadora do trio.
[+3] Em uma parceria com o Internet Explorer, o The xx liberou Coexist em seu site oficial de 3 a 11 de setembro, data do lançamento mundial do álbum. [+4] Romy também é fã declarada da Sade. “É a artista que eu escolheria para dividir o palco”, já chegou a dizer para o Oystermag.com.
Sexy, minimalista, delicado, intimista. São as palavras mais corriqueiras em conversas, resenhas ou matérias sobre a música feita pelos amigos Oliver Sim, Romy Madley-Croft e Jamie Smith. Mas tente encaixar outras tags ali, quem sabe Beyoncé, introspectivo, pop ou Michael Jackson? Espécie de Velvet Underground dos anos 2000, o The xx mudou a forma de o mundo encarar a música minimalista com o seu autointitulado álbum de estreia. O grupo rodou o planeta, tocou no Coachella, Lollapalooza e foi escolhido a dedo por Matt Groening – ele mesmo, o criador dos Simpsons – para encabeçar o seu festival de música. Rihanna sampleou o trio em um de seus hits, Karl Lagerfeld fez deles a trilha sonora para um de seus desfiles e, de quebra, o The xx ainda conquistou o Mercury Prize, a mais importante premiação da música britânica. Três anos mais tarde, chega a hora do temido segundo disco.+1 Com show para a BBC junto da Filarmônica de Londres e pôsteres e grafites lendo XX espalhados pela capital inglesa, o lançamento é digno de gente grande.+2 Mesmo assim, em meio a ensaios, shows e noites mal dormidas, Oliver Sim tirou uma tarde de primavera para conversar com a gente. Álbum em streaming gratuito,+3 composições via e-mail, videoclipe lançado com exclusividade na rede. A internet faz parte do The xx desde o dia 1, certo? É como a Romy e eu trabalhamos desde sempre. A gente costumava enviar demos por e-mail, trocava ideias entre nós, e construía as músicas a partir dali. Ainda trabalhamos dessa maneira com uma certa frequência, antes de de fato entrar em estúdio. Há bastante espaço para observar detalhes, para a decoração das músicas dessa maneira, porque você não está junto com a pessoa em uma sala trabalhando. Sempre funcionou muito bem para nós. Isso faz com que o processo de composição seja diferente? Faz, sem dúvida. Foi só no nosso segundo álbum que a gente tentou trabalhar juntos, em uma mesma sala. E eu consigo ouvir que existe mais diálogo nas nossas
composições. Não sei se esses detalhes são perceptíveis para quem está de fora, mas eu definitivamente consigo perceber a diferença. Romy e Oliver são amigos de infância, começaram o The xx como um duo quando tinham apenas 15 anos de idade. Jamie Smith juntou-se a eles em 2006 e, a partir dali, distante do mundo e de todo e qualquer hype, começaram a gravar o seu primeiro álbum por conta própria. A receita para o talento precoce talvez seja a finada Elliott School, localizada no distrito londrino de Wandsworth – artistas como Hot Chip, Burial, The Maccabees e Four Tet também saíram de lá. A Romy já declarou que ama a Beyoncé e a Mariah Carey.+4 E não são artistas que têm uma associação direta quando você ouve o The xx.Vocês são pop? Nós temos muito pop na nossa música. Na verdade, é muito difícil distinguir o que realmente inspira você e o que você simplesmente gosta de ouvir. Porque você não senta e diz “eu agora quero escrever uma canção como aquela pessoa”, sabe? Mas eu sou um grande fã da Beyoncé, sim. Eu acho que ela é uma artista muito especial, é uma performer incrível – e seja você parte do mundo da música ou não, isso é inegável. Sabe, eu fiquei muito triste quando o Michael Jackson morreu. Eu tenho ouvido muito os álbuns dele quando estou sozinho, mas eu fiquei mesmo triste com a ideia de que ele era tido como o último superstar, e essa pessoa já não está mais aqui. No entanto, eu acredito que essa ideia possa se manter viva por conta dela. Ela é incrível. Vivemos então em um período em que dificilmente vai nascer um novo Michael Jackson, um próximo superstar? Eu acho que ela é esse superstar. Porque você não pode comparar com algo como os Beatles, por exemplo. Eles surgiram em uma época diferente, em que a internet não existia, em que tudo era mais focado. E uma artista como a Beyoncé é o tipo de superstar que pode existir em uma geração como a que vivemos.
THE XX //037
Para comprovar a relação do trio com a música pop, basta notar que Jamie Smith passou boa parte do silêncio do The xx remixando tracks de Adele e Florence + The Machine. Além disso, o grupo viu músicas suas servirem de trilha sonora para os seriados 90210 e Person of Interest, para as eleições britânicas de 2010 e a UEFA 2012. Ah, sem contar a Rihanna, que sampleou “Intro” para o hit “Drunk on Love”. Falando em sucesso, o saldo positivo deixado pelo álbum de estreia tornou-se um peso nas costas para a criação de Coexist? +5 Antes de a gente entrar em estúdio para gravar o álbum, ou mesmo antes de começar a compor as músicas, um monte de jornalistas estava fazendo essa pergunta. “Que tipo de pressão vocês sentem? O sucesso do primeiro disco pode influenciar o resultado do segundo?” E pensando a respeito, eu acredito que nós simplesmente fizemos um bom trabalho no sentido de fazer músicas que queremos ouvir. Nós estávamos muito sozinhos quando fizemos o disco, então é bastante fácil esquecer do mundo lá fora. Isso de manter as coisas entre nós sem dúvida ajudou muito, nos deu confiança para tomar decisões, sem precisar de opiniões alheias. Nós não estávamos intencionalmente tentando fazer algo diferente, e também não estávamos intencionalmente tentando soar como a gente soa. Estávamos apenas tentanto ser verdadeiros com nós mesmos. Se o segundo álbum pode ser uma tarefa complicada por si só, Oliver, Romy e Jamie tiveram que superar uma estreia indicada para o BRIT Awards, coroada como melhor álbum no Mercury Prize de 2010 e com o saldo de 87 semanas consecutivas nas paradas britânicas, chegando a quase 500 mil cópias vendidas apenas no Reino Unido, além de 300 mil nos EUA. Mas Coexist vem se dando bem: estreou em primeiro lugar na UK Albums Chart, batendo em mais de 58 mil cópias comercializadas na semana de lançamento. O disco ainda foi ao topo das paradas na Bélgica, Suíça e Portugal e estreou no Top 10 de países como Canadá, Austrália e EUA.
A música do The xx é um contraste ao mundo em que a gente vive? É difícil dizer, porque é difícil nos separar do que nós fazemos. Mas, se for, não é intencional. Nós não estamos tentando fazer uma declaração ou algo do tipo. Sabe, eu fico muito impressionado com a música pop na maioria das vezes. Você olha para o pop mainstream e vê pessoas como o Drake, e o Drake é um cara tão introspectivo, que se torna muito sombrio e pode ser muito minimalista. Eu acho que ele pode até ser acusado de ser emo em alguns momentos, sabe? (risos) Eu sou obrigado a rir dessas coisas, é muito engraçado. Ser reconhecido como ele tem sido, é incrível. Tem pessoas como o James Blake, a Jessie Ware,+6 que está aparecendo agora, pessoas que estão fazendo música mais calma, mais sensível. Isso é inspirador. O Frank Ocean também entra aí, talvez... O Frank Ocean, claro. Eu adoro o álbum dele. Se é difícil dizer que a música do The xx é um contraste à vida maluca de hoje, é impossível negar que ela soa muito, muito sexy. Já disseram isso a vocês? Pois é, talvez seja mesmo, mas não é intencional. Não é que nós estamos querendo fazer música para as pessoas “transarem”. Se elas estiverem, é ótimo. Mas desde o início as nossas composições vieram dos lugares menos sexuais possíveis. Nós tínhamos 15 anos, era eu e a Romy. E a Romy é como se fosse minha irmã. Então essa ideia de sentar e fazer música que soe sexy definitivamente não passava pela nossa cabeça. Agora, eu fico feliz que as pessoas tenham essa sensação ao ouvir a música do The xx (risos). A música do The xx é delicada, minimalista, repleta de pequenas nuances. Em uma espécie de duelo vocal, Romy e Oliver sussurram amores e dissabores em versos altamente emocionais como “You move through the room/Like breathing was easy/If someone believed
me/They would be as in love with you as I am”, do single “Angels”. Cada som, seja ele um instrumento ou a voz,
[+5] Sim garante que, inicialmente, o álbum se chamaria Together. “Mas decidimos por algo que traduzisse com mais verdade essa relação entre nós.” [+6] Cantora sensação da música britânica. Seu álbum de estreia, Devotion, está indicado ao Mercury Prize. “Ela é o link que faltava entre Adele, SBTRKT e Sade”, define a Clash Magazine.
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tem amplo espaço para existir e simplesmente soar. É música para embalar cartas de amor escritas na madrugada, como define a jornalista Puja Patel, da Spin. É como um artesão cuidando de cada detalhe de sua obra, em comparação ao processo quase industrial que domina boa parte da música mundo afora... Mas eu gosto de pensar que todos os artistas têm essa relação com a música, que você parte do princípio de que você faz música para si mesmo e não necessariamente para que ela te leve a algum lugar ou estabeleça uma espécie de molde. Claro que isso existe, especialmente na música pop, onde você tem essas grandes máquinas pop que criam música com um objetivo, sabendo onde querem chegar. Mesmo assim, eu gosto de acreditar que a maioria dos artistas tem liberdade para compor.
Além de liberdade, um artista precisa de inspiração para compor. Em algum momento vocês três sentiram medo de que o retorno à vida normal não trouxesse de volta a inspiração necessária para o aguardado segundo disco? Eu estava me sentindo muito preso. A gente terminou o primeiro álbum no começo de 2009, tínhamos parado de compor já no final de 2008, e eu não havia escrito nada deste então. De 2008 a 2010, que foi quando eu voltei pra casa, eu não compus absolutamente nada. Eu estava intrigado, não tinha escrito nada em muito tempo, precisava ver em que pé eu estava e o que poderia sair depois de todo esse período. Foi muito empolgante, na verdade. Porque eu não sabia o que poderia sair dali, se as coisas iriam funcionar novamente. As turnês são os momentos menos inspiradores em que você pode estar, então eu precisava
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voltar pra casa. E, por sorte, foi um alívio, sabe? Como eu não havia conseguido trabalhar em tanto tempo, as coisas simplesmente começaram a jorrar. Eu me senti tão bem, foi ótimo. Após uma longa temporada dentro da bolha “turnê-entrevistas-divulgação”, o trio sentiu a necessidade de retomar à vida normal para que as músicas pudessem nascer naturalmente. Romy chegou a revelar que o maior desafio foi aprender a trabalhar como uma banda novamente, retomar a química e a compreensão entre eles. Ou seja, reaprender a coexistir. Só aí o trio se retirou por seis meses em seu estúdio no norte de Londres para gravar as cancões escritas no GarageBand e até mesmo em seus telefones. O The xx é uma banda que as pessoas amam dizer que amam. Isso é bom ou ruim? Em certo sentido, ruim. Eu não quero que as pessoas digam que nos amam só por dizer, espero que elas realmente gostem da música. Não significa nada dizer que gosta do The xx só porque é cool, sem ter relação alguma com a música. E quem são essas pessoas que realmente gostam da música, vocês sabem? Claro. Eu já estive em clubs onde as pessoas chegam e dizem, “eu amo aquela música de vocês, ‘Dina’... ‘Crysta’... Como é mesmo? ‘Crystalized’”+7 (risos). Minha coisa favorita é quando as pessoas chegam até mim e falam de suas próprias experiências, pensando na música mas dizendo o que elas tiram dela. É o que cada palavra está dizendo para essa pessoa, eu imagino. Por que vocês três só vestem roupas pretas o tempo todo? Não tem nada a ver com ser gótico, ou emo, ou “eu visto só roupas escuras porque o mundo todo é tão sombrio” ou algo do tipo (risos). Eu vejo como sendo algo até muito tímido, introspectivo. Muita gente na minha família veste preto. Minha irmã mais velha sempre usou muito preto, e eu lembro de ter ela como exemplo e achar que ela sempre pareceu muito
estilosa. Acho que é uma coisa que vem dos meus tempos de adolescente (risos). Mas é uma característica não só sua, e sim de todos os três, a Romy, o Jamie... Mas não é algo como um uniforme ou algo assim. É que um acaba inspirando o outro, muitas vezes escolhendo coisas um para o outro. Se eu aparecer em um show na próxima semana vestindo algo laranja, por exemplo, vai estar tudo bem (risos). Não ofenderia ninguém. O que acontece é que essa coisa do preto já está em nossa cabeça, todos nós gostamos. Mas nunca pensamos em fazer disso uma espécie de uniforme. Não é novidade que o Reino Unido já produziu alguns dos maiores ícones pop de todos os tempos, basta lembrar da abertura das Olimpíadas e os artistas citados na festa: de David Bowie a Spice Girls, Oasis e Rolling Stones. A música britânica de hoje está bem? Eu acho que está muito bem. Talvez pela primeira vez em muito, muito tempo não existam aqueles ciclos, aqueles modismos, sabe? Teve o punk, aí teve o mod... Mesmo se você olhar três anos atrás, ainda tinha a new rave.+8 Mas agora eu não vejo nada parecido, e eu adoro o fato de não existir uma cena dominante. Porque todas as pessoas estão fazendo coisas diferentes, o que faz de Londres um ótimo lugar para se estar no momento. Especialmente para a música pop. É muito progressivo, está sempre evoluindo, me dá a sensação de ser um lugar muito inspirador. E onde está o The xx em meio a isso tudo? A gente não está em lugar algum, na verdade. Eu nunca me senti parte de nada. Então o The xx está à parte da música britânica, é isso? Eu espero que sim. Esse seria um sonho realizado.
[+7] É o primeiro single tirado do álbum de estreia da banda e um de seus maiores sucessos até hoje. A track já foi regravada por nomes como Gorillaz e o videoclipe soma mais de 20 milhões de views no YouTube. migre.me/b5iQj [+8] Lembra aquela cena que emplacou e fez você dançar como louco hits de Klaxons, Shitdisco e até os nossos CSS ali em 2007? Pois é, aquela foi a tal new rave. Coisa do passado.
__ TEXTO CRISTIANE LISBÔA
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NEM TUDO É O QUE PARECE SER Uma das “grandes apostas” de 2012, um dos artistas do controverso e homofóbico coletivo OFWGKTA, a salvação do hip-hop, o autor de músicas do Justin Bieber, o novo Prince. Senhoras e senhores, com vocês, Frank Ocean.O cara.
_Christopher “Lonny” Breaux é seu nome de batismo. Frank Ocean surgiu em homenagem ao filme Onze Homens e Um Segredo, de 1960, em que Frank Sinatra interpretava um cara chamado Danny Ocean.
__Russell Simmons, magnata de negócios do hip-hop, afirmou: “A decisão de ir a público falar de sua orientação sexual dá esperança e luz para tantos jovens que ainda vivem com medo.
_Quando criança, ele passava horas e horas dentro de um carro eouvindo Celine Dion e a trilha sonora de O Fantasma da Ópera.
_Recebeu apoio dos companheiros do OFWGKTA. Tyler, the Creator, se disse orgulhoso com a atitude do amigo. “Meu ‘big brother’ finalmente fez isso. Estou orgulhoso dele porque sei que essas merdas são difíceis.”
_Começou a carreira escrevendo canções para artistas como Justin Bieber e Brandy Norwood. _Em 2010, entrou para o Odd Future Wolf Gang Kill Them All, também conhecido como OFWGKTA, coletivo de hip-hop liderado pelo problemático Tyler, the Creator, que é constantemente relacionado a assuntos polêmicos, como a homofobia, e que adora falar mal do mainstream norte-americano. _Sua estreia foi a mixtape Nostalgia, Ultra, que ganhou elogios públicos de Beyoncé, Jay-Z e Kanye West. _Dia desses se apresentou no Saturday Night Life tendo como guitarrista o músico John Mayer. _Seu primeiro álbum solo é Channel Orange, lançado em julho deste ano e destaque na Noize #56. _Alguns dias antes do lançamento, tornou-se o primeiro artista de hip-hop a assumir publicamente a sua homossexualidade.
_Foi acusado de oportunista. _Lil’Wayne (cantor de hip-hop com fama de encreiqueiro e que ficou anos preso por porte ilegal de armas) ironizou a atitude de Ocean em um rap. Quando perguntado por jornalistas sobre o que de fato achava da decisão, respondeu: “Cara, sem boiolice”. _Randall Roberts, jornalista do L.A. Times, afirmou: “Frank Ocean’s album is bigger than ‘he’ , ‘Channel Orange’ is getting attention for his singing about lusting for a ‘he,’ but that may be distracting from its overall beauty”. _Seu disco já é considerado um dos melhores álbuns de 2012.
E a história dele está apenas começando. Aumenta o volume, deixa o Frank Ocean falar.
__ TEXTO TOMÁS BELLO
__ FOTO JUSTIN BROADBENT 042\\
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P E R G U N T A R N Ã O O F E N D E Facebook, Twitter, Pinterest, Instagram. Você sabe quem realmente é você e quem é o você do mundo virtual? Synthetica, o novo álbum do Metric, não tem a resposta. Mas as perguntas que podem te ajudar a encontrá-la estão lá.
“É sobre estar em casa e querer engatinhar para fora de sua pele por falta de estímulo externo. É sobre ser capaz de identificar o original em uma extensa linha de reproduções. É sobre o que é real versus o que é artificial”, dizia a loira Emily Haines em uma carta aberta quando do anúncio de Synthetica, quinto álbum do Metric que recém chegou às prateleiras tupiniquins.+1 Com quase 40 anos de vida nas costas, 12 deles à frente do Metric, a vocalista não estava apenas escancarando o tema central do disco. Ela dizia mais: o Metric é mais uma banda da era pré internet a arregalhar os olhos diante não só das novas regras da música, mas do comportamento social como um todo. “Porque ser amigo de alguém no Facebook não significa que você é realmente amigo dessa pessoa”, filosofa o guitarrista Jimmy Shaw”. As pessoas passam meses e meses mantendo uma relação através de mensagens de texto, mas será que essa é realmente uma conversa que está acontecendo? O que é isso exatamente? É preciso algum tipo de análise para tentar entender o que de fato está acontecendo com o mundo”, defende ele. Não tão comum à música como à arte contemporânea, a discussão poderia se tornar simplista
não fosse a inteligente sacada de Haines, autora de maioria das letras. Em momento algum o argumento se resume a algo como “a tecnologia é ruim”. Na verdade, boa parte do álbum reflete sobre a forma com que a mente humana lida com versões artificiais de experiências reais – acompanhar a cobertura em tempo real de um show é o mesmo que estar lá, no gargarejo? Ou como se sentir plenamente vivo e presente em meio a um dia a dia de constantes distrações? Ao longo de 11 faixas, o grupo resiste em fazer declarações definitivas sobre o nosso comportamento e a nossa cultura. Detém-se nos pontos de interrogação, que não são poucos.+2 “Nós estamos sentindo tudo isso como pessoas, e estamos tentando descobrir quais são as questões que a gente pode levantar”, argumenta Jimmy Shaw. “Porque nós não vamos fazer de conta que temos as respostas. Agora, definitivamente temos muitas perguntas a fazer.” Nascido em Toronto no final da década de 1990, em um Canadá pré-Arcade Fire mas já com artistas como Feist e Stars fazendo a roda girar, o Metric tem nas letras e voz de Emily e nos arranjos e melo-
[+1] Veja em bit.ly/metric58 porque Synthetica é o melhor álbum da carreira do Metric. [+2] No encarte do álbum, até as letras estão impressas de trás pra frente. Pra que você possa ler, o disco vem com um pedaço de papel refletor.
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“É muito mais fácil para nós tirar todo mundo do caminho, gravar nossos próprios discos, lançar nossos próprios discos e construir as coisas da maneira que acreditamos que elas devam ser construídas.” Jimmy Shaw
[+3] Entre 98 e 2000, os dois dividiram um loft no Brooklyn, em NY, com músicos que viriam a formar os grupos Yeah Yeah Yeahs, TV On The Radio e Liars. Foi ali, “quase sempre sem grana nem pra comer”, como eles mesmo dizem, que nasceram as primeiras canções do Metric. [+4] Pouco antes de Synthetica, o Metric havia recém emplacado a música “Eclipse (All Yours)” em A Saga Crepúsculo: Eclipse e assinado a trilha sonora do filme Cosmopolis junto de Howard Shore, o mesmo que ganhou três Oscars por O Senhor dos Anéis. [+5] Tire a prova ouvindo “Youth Without Youth”, o primeiro single do álbum. migre.me/b56CS
dias de Jimmy o seu grande centro criativo.+3 Desde o álbum de estréia, Old World Underground, lançado em 2003, a banda já tocou com os Rolling Stones no Madison Square Garden e virou figurinha carimbada no concorrido circuito de talk shows norte-americanos. O single “Help I’m Alive” fez o grupo quebrar a barreira do Top 20 nos Estados Unidos, enquanto o disco Fantasies, impulsionado pelo hit inesperado, chegou bem perto de bater na casa das 500 mil cópias vendidas. Sim, o Metric parece estar há anos com um pé na porta do chamado “sucesso”.+4 Que ainda não chegou como tal porque os canadenses nunca deram bola para os supostos emblemas que vêm com ele, e que as pessoas adoram enrolar no pescoço dos músicos até que eles sufoquem, como já declarou Emily. Talvez, mas há um ponto curioso que pode muito bem ter um papel fundamental na questão: o Metric parece sempre soar muito pop para o indie, e muito indie para o pop. Em Synthetica, qualquer que seja a tendência dominante, Jimmy garante que ela veio de maneira natural, dentro de um senso comum entre todos os integrantes e como uma resposta clara ao momento vivido pela banda. “Quando a gente entrou em estúdio para gravar o Synthetica, nós começamos a criar e fazer música da maneira que sempre fizemos. Mas aí, antes que nos déssemos conta, tinha essa sonoridade tomando
forma. Estávamos naturalmente com um mesmo sentimento girando em torno de todos nós. E tudo pareceu tão certo”, relembra o guitarrista. “Foi algo de que nós gostamos, com que realmente nos identificamos, então nos deixamos levar.” Jimmy refere-se ao novo tempero que a música do grupo ganhou nas novas composições. A já conhecida carga de sintetizadores e new wave oitentista continua lá, mas ganha tons quase glam, industriais, algo como um encontro de Gary Glitter com o Marilyn Manson de Beautiful People. Como acompanhamento, as músicas de Synthetica têm as guitarras falando mais alto, junto de beats precisos e prontos para as FMs, lembrando o Garbage em seus tempos áureos+5. “A gente tem feito shows em lugares cada vez maiores, queremos encher todo esse espaço”, diz o guitarrista, justificando a sonoridade mais roqueira e poderosa. E, apesar de comentar que eles estão apenas interpretando a forma com que estão crescendo como pessoas e banda, a maneira que veem o mundo mudar ao seu redor, é definitivo quanto ao som do Metric de 2012: “É o som de Synthetica”. Jimmy Shaw está em Cingapura, conversa com a Noize enquanto percorre as estradas que levam o Metric até o local do próximo show. Ele está em uma van, sentado ao lado de Emily Haines, do baixista Joshua Winstead e do baterista Joules Scott-Key. Está
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atento ao nosso bate-papo, claro, mas mantém o outro ouvido próximo, bem próximo das negociações feitas pelo manager da banda. “Nós vamos ao Brasil sim, pode escrever. No começo do ano que vem estaremos aí”, faz questão de dizer quando fica sabendo que a principal pergunta feita pelos leitores da Noize ao tomarem conhecimento da entrevista foi: “Quando que eles vêm tocar aqui?”. “Olha, neste exato momento, ele está conversando com um produtor brasileiro”, emenda Jimmy. “Quando eu disser que o pessoal aí está perguntando sobre nós, ele vai sentir a pressão para fechar uma tour de qualquer maneira”, brinca, sorrindo. Ok, em um primeiro momento a promessa do guitarrista soa como as costumeiras declarações de artistas gringos tentando manter felizes e satisfeitos os sempre esquecidos fãs brasileiros. No entanto, ela tem um significado muito maior, revela uma outra característica que faz Jimmy afirmar sem medo: “Nós somos uma exceção”. Desde os seus primeiros dias como banda, o Metric toma conta de tudo o que envolve a sua música. Gravação, capa de disco, lançamento, divulgação, turnês... You name it: o quarteto está no comando de tudo. Para Synthetica, eles ainda deram um passo a frente – foi criado o Metric Music International, para coordenar os processos de produção e, principalmente, distribuição do álbum. “Nós somos o tipo de banda que gosta de guiar o próprio percurso, que gosta de ter direção própria e fazer as coisas à sua maneira”, justifica o guitarrista. Para ele, a indústria da música está repleta de pessoas que adoram dizer o que o artista deve fazer. “E nós somos o tipo de pessoa que sabe o que quer fazer”, completa ele. “É muito mais fácil para nós tirar todo mundo do caminho, gravar nossos próprios discos, lançar nossos próprios discos e construir as coisas da maneira que acreditamos que elas devam ser construídas.” Ou seja, se o Metric vai ou não cruzar a tal barreira do FM e do elevador, vai ser em seus próprios termos. Custe o que custar. “Honestidade é algo muito raro nos dias de hoje, e nós somos realmente honestos a respeito do que e quem somos”, reflete o músico+6.
Ele se refere ao tema “ser independente na indústria da música”, mas dá sentido à frase também quando o assunto é relacionamento com os fãs. Embora não goste de admitir, a vocalista Emily Haines tem-se tornado uma espécie de indie hero para milhares de garotas ao redor do mundo. Não é incomum, por exemplo, ver filas e filas de futuras roqueiras levando suas guitarras para serem autografadas a cada lançamento de novo disco. “Eu não me considero uma role model. Meu negócio é fazer perguntas, não dar respostas”, já declarou Emily repetidas vezes. Seja em carta aberta para anunciar um álbum, através de fotos postadas no Instagram ou um simples bom dia no Twitter, a relação artista-fã no contexto do Metric parece mesmo ser de diálogo ao invés das declarações unilaterais que costumam ditar a rotina de alguns astros pop. “Isso nos faz sentir que a coisa toda, a performance, as composições, o lançamento do disco, as entrevistas, tudo é uma espécie de conversa com os nossos fãs”, argumenta Jimmy. “A gente sabe com quem está falando, e eles sabem quem a gente é. Dessa maneira, não estamos apenas fazendo declarações em branco, que vão para o mundo como algo que apenas nós pensamos, mas levam em consideração as pessoas com as quais estamos falando.” No universo de Synthetica, a postura do Metric faz mais sentido do que nunca. O real versus o artificial, a vida no Facebook e fora dela, são todos temas onipresentes no início deste novo século. Se o álbum vai envelhecer? A discussão vai ficar ultrapassada em 2025? Talvez, tanto Emily como Jimmy têm noção de que isso pode acontecer. O que eles também sabem, porém, é que tudo o que eles podem fazer é interpretar o que estão vendo. Afinal, estão plenamente conscientes do seu lugar no mundo. E de que uma bela sacudida de vez em quando faz muito bem, obrigado. “São as pessoas que podem mudar o mundo. E o que a arte pode fazer é provocar as pessoas para que elas passem a fazer as perguntas certas. Esse é o papel do artista na cultura pop”, opina Jimmy Shaw. E ponto-final.
[+6] Em “The Wanderlust”, ninguém menos que Lou Reed divide os vocais com Emily Haines. E, sobre a rara participação especial, Jimmy também é sincero: “É aquele tipo de momento raro e assustador. O cara começa a cantar e você pensa, ‘essa é uma daquelas vozes que me fez começar a fazer música em primeiro lugar’”.
_TEXTO E FOTOS RAFAEL ROCHA
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NO AR COQUETEL MOLOTOV 2012 Nos dias 21 e 22 de setembro fez um calor senegalês no Recife. No Teatro da UFPE, todas as cores e sotaques e sons se reuniram pra 9oedição do Festival No Ar Coquetel Molotov. Por lá, tudo ferveu, como era de se esperar. Com a execução, na íntegra, de Acabou Chorare com Moraes Moreira, a Estrela Decadente de Thiago Pethit, o Deus que devasta de Lucas Santtana, o som do Garotas Suecas, Madrid, The First Corinthians, Galanga, Siba, Rain Machine, bandas que eu não conhecia, bandas que eu precisava conhecer ali, naquele palco, naquela exata temperatura, com a expo Red Bull 3MSF cuja curadoria é aqui da Noize em volta. Tudojuntoaomesmotempo. Que é pra ser inesquecível. Aqui, registros em PB do que eu vi e ouvi de perto. Porque as cores que lá estavam seria impossível reproduzir.
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Moraes Moreira
Vitor AraĂşjo
Thiago Pethit e Cida Moreira
Lucas Santtana
Garotas Suecas
__ENTREVISTA E TEXTO LEANDRO VIGNOLI
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E/ EN_ NADA FOI/ CO Há exatamente cinco anos, o Radiohead lançava In Rainbows, o álbum que interferiu diretamente na forma de fazer, comercializar e comunicar música.
Tテグ, /MAIS _MO ERA
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Passava da meia-noite do dia 1˚ de outubro de 2007 quando Johnny Greenwood, guitarrista do Radiohead,+1 postou no blog da banda. “Olá, todo mundo. Bem, o novo álbum está finalizado e sairá em 10 dias. Nós o chamamos de In Rainbows.”+2 Simples assim. Sem aviso prévio, sem informações extras, sem tracklist divulgada na imprensa ou teaser. Nada. Um lançamento fora de qualquer padrão de publicidade. E isso depois de quatro anos sem lançamento de estúdio e de um rompimento com a EMI, até então gravadora da banda britânica. Durante dez dias, muito se disse, pouco se soube e o silêncio fez um barulho altíssimo entre blogs de música, jornalistas e fãs. Até que acabou o mistério. Através do endereço inrainbows.com o grupo disponibilizou o disco inteiro para download. O consumidor poderia pagar o valor que bem quisesse a partir de zero. Caso decidisse desembolsar 40 libras, recebia em casa um pacote: CD especial, CD com faixa bônus, dois LPs de 45 rpm e dois encartes. Sem gravadora no meio, só artista e público. E então o mercado da música ganhou o rosto – e corpo – que conhecemos hoje. Vem entender mais sobre isso. “Por partes”, como diria Jack.
[+1] O Radiohead foi formado em 1985 por Thom Yorke (vocalista/ guitarrista), Ed O’Brien (guitarrista), Phil Selway (baterista) e pelos irmãos Jonny (guitarrista) e Colin Greenwood (baixista). [+2] In Rainbows foi gravado em uma mansão construída no início do século XIX. A intenção do produtor Nigel Godrich era tirar os membros da banda da sua zona de conforto. [+3] O primeiro compacto do Radiohead foi o EP Drill, lançado em 1992.
Como era o cenário da música em 2007? Todas as formas tradicionais de comercializar música já estavam agonizando. Rick Rubin, na época executivo da gravadora Columbia (uma das maiores do mundo), chegou a afirmar que “em uma era com música digital, iPods e todas as ferramentas para pirataria nosso modelo de negócio parece um dinossauro. A única forma da indústria musical sobreviver é se reinventar totalmente”. Em 2007, as vendas físicas de música, ou seja, CDs e DVDs caíram 13% no mundo todo. A gravadora EMI anunciou o corte de um terço de seus funcionários e reduziu drasticamente seus gastos com marketing. Enquanto isso, segundo informações do IFPI (Associação Mundial da Indústria Fonográfica), as vendas de música digital aumentaram 48% e, neste mesmo ano, as vendas de canções via internet e celular nos EUA chegaram a 30% da receita total da indústria. No Brasil, a Trama já remunerava artistas conhecidos e nem tanto pelo número de downloads.
Como alguém lançava disco em 2007? Ainda havia o esquema padrão: anúncio do álbum, divulgação, lançamento e venda. A isso somaram-se os chamados “vazamentos oficiais”, em que faixas eram disponibilizadas pelas próprias gravadoras – o que fez com que praticamente todo trabalho novo de um artista tivesse feedback de público e jornalistas antes mesmo da imprensa, podendo representar alteração do disco em estúdio ou mesmo uma nova estratégia de lançamento. Quando começou isso de artistas ouvirem fãs antes de lançar um disco? Tecnicamente, isso é novo. Mas, na verdade, a prática é algo muito antigo. Os primeiros vinis tinham apenas uma música de cada lado. Até que surgiram os LPs de 33 rpm. Com eles, os artistas bem-sucedidos, ou seja, aqueles que lotavam casas de shows, começaram a reunir em compactos as canções de maior sucesso, aquelas que de fato eram aplaudidas. Sem querer, em 2007 a música voltou para o começo. O Radiohead foi realmente a primeira banda a disponibilizar um álbum+3 na internet? Não. Em 2004, Beck vazou o álbum Guero na internet e lançou o disco somente em março do ano seguinte com faixas extras, remixes e outros tais. Acontece que o Radiohead propôs que o fã julgasse financeiramente o trabalho. O esquema de pague-quanto-quiser significou o artista a mercê de sua obra, no limite da autocrítica, um “quer pagar quanto?” que, de certa forma, definiu o mercado atual, onde é possível ter de graça praticamente toda e qualquer música antes e depois de um lançamento oficial. No caso do In Rainbows o valor médio pago pelo álbum foi de 8 dólares, o que era e é bem menos do que um CD físico, mas muito mais do que se paga por download. Porque era o Radiohead? Talvez. E a gravadora? Nesta época, o Radiohead havia rompido com a EMI, o que aumentou a especulação de que a atitude seria uma espécie de enfrentamento com as gravadoras.
“Em uma era com música digital, iPods e todas as ferramentas para pirataria nosso modelo de negócio parece um dinossauro. A única forma da indústria musical sobreviver é se reiventar totalmente.”
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O Brasil é o 5o país com maior número de downloads ilegais de arquivos de música na internet.
[+4] O disco foi premiado com um Grammy Award, na categoria “Best Alternative Music Album”, em 2008. [+5] Quem lembra da campanha “Radiohead Come To Fucking Brazil” (“Radiohead Venha a Droga do Brasil”)? Isso circulou na internet e no coração dos fãs brasileiros durante quase dez anos.
Segundo o jornalista Leo Felipe, “a banda estava contribuindo para uma discussão sobre o papel das gravadoras como mediadoras no processo de distribuição de música. A forma de limar esse ‘aviãozinho’ parece bem irônica, provocadora mesmo, algo que só poderia funcionar sendo proposto por uma banda desse porte”.
De qualquer modo, o disco chegou a 400 mil downloads via website da banda (o que significa que foram 400 mil discos inteiramente na conta do Radiohead). Ao contrário de In Rainbows, o grupo passou mais de um ano sem fazer qualquer apresentação ao vivo, voltando aos palcos apenas há alguns meses.
E o público? No primeiro dia de lançamento, In Rainbows+4 vendeu cerca de 1,2 milhão de “cópias” digitais e 30 mil pessoas pagaram o valor integral no iTunes apesar de terem a possibilidade de o adquiri-lo gratuitamente. Em janeiro de 2008, o álbum atingiu o topo das paradas na Inglaterra e nos EUA. Em números gerais, muito acima do que teria vendido não fosse essa estratégia, segundo declarou Bryce Edg, empresário da banda. Logo em seguida, eles saíram em turnê mundial, chegaram até mesmo a fazer shows no Rio e em São Paulo.+5
Como é o mercado hoje? Segundo o balanço realizado anualmente pela ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), as receitas digitais representam 16% do mercado total de música no Brasil. E, de acordo com uma pesquisa feita pelo serviço de Monitoramento de Música MusicMetric, o Brasil é o 5º país com o maior número de downloads ilegais de arquivos de música na internet. Nos EUA, as vendas digitais já são a fatia principal do mercado, com 51%. Praticamente todos os artistas da nova geração disponibilizam CD completo para download (normalmente com um patrocínio pra ajudar) e fazem questão de lançar o mesmo álbum em vinil. Além disso, muitos trabalhos de bandas vivem de crowdfunding.
O que aconteceu com o Radiohead depois disso? O próximo disco da banda, The King of Limbs, foi lançado apenas em 2011, e a estratégia foi mais ou menos parecida: anúncio no blog e a música “Lotus Flower” liberada junto com o vídeo que virou febre na internet – aquele da “dança do Thom Yorke”. O álbum completo saiu primeiro em formato digital, mas sem o pague-quanto-quiser. Ainda de modo independente, foi o primeiro disco do Radiohead a não chegar ao número 1 entre os mais vendidos na Inglaterra desde Ok Computer (1997), um indício de que lutar contra grandes gravadoras é duro até pra bandas conhecidas.
Então o CD acabou? A despeito dos alarmistas, o CD não acabou. Ainda existem bons trabalhos sendo lançados. Mais ou menos como aconteceu com o vinil (acabou e voltou glamourizado), o que mudou foi o tratamento. Hoje, os lançamentos têm edições caprichadas, encartes especiais, extras de imagens e outras mumunhas. Mesmo assim, tem muito artista dizendo que usa o CD como ”cartão de visitas”. De qualquer modo, a venda de discos sempre foi uma renda secundária. Ney Matogrosso, Caetano
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Veloso, Chico Buarque, Madonna, Coldplay, você acha mesmo que eles ganham grana vendendo CD? Quem ganha dinheiro (de fato) com a música no mundo, atualmente? “Grandes empresas de shows e eventos, como, por exemplo, a Live Nation e a Ticketmaster, que pertence a ela”, explica Fábio Silveira, gerente de Novas Mídias da Deck/Vigilante. Fábio também afirma que editoras e sociedades de arrecadação de direitos de execução continuam com ganhos muito significativos, já que os modelos mudaram pouco para essas empresas, que continuam, inclusive, “com posturas antigas no cobrar pela música”, explica ele. “Os grandes artistas de majors também têm conseguido recordes de ganhos em turnês. Pelo mundo, por outro lado, temos artistas de pequeno e médio porte que têm receitas boas e sustentáveis. Não existe mais um modelo, e sim modelos. A questão é escolher bem o que melhor serve ao trabalho do artista”, finaliza Fábio, que emenda o assunto falando sobre: Qual o futuro da música? “O acesso irrestrito a todas as músicas de qualquer lugar e por qualquer aparelho. Por uma mensalidade. Não adianta pensarmos diferente: em pouquíssimo tempo de música digital, está claro que é exatamente isso que todos nós consumidores queremos. Comodidade, qualidade e acesso irrestrito têm, sim, um valor. Os serviços que oferecem o streaming por nuvem, como o Oi Rdio, o Terra Sonora e o Spotify, ou até aqueles que ainda vão adotar o formato, devem ser os que mais vão se aprimorar e disseminar pelo mundo. E podem ser tantos os serviços de valor agregado que sejam cobrados a mais, como aviso no e-mail de lançamento do disco do artista procurado ou até a oportunidade de escutá-lo um pouco antes. Outros formatos, como o vinil, o CD e até o merchandising certamente permanecem e se aprimoram como artigos para fãs e colecionadores. “ E agora, José? O limbo entre a chegada-da-internet e o entendimento-da-internet parece levar ao caminho do crowdfunding.
São inúmeros os artistas bancando projetos através da colaboração de fãs. E, nisso, vai desde consagrados, como Smashing Pumpkins, a independentes, como a Apanhador Só, que bancará o segundo álbum após uma ação bem-sucedida. Pode-se dizer que o crowdfunding nada mais é que uma extensão do lançamento de In Rainbows, com pirâmide invertida. Naquele caso, as pessoas pagavam (ou não) por um item já existente de uma banda já consagrada e com o qual imaginavam valer a pena colaborar – inclusive com os custos que ela teve ao produzir o disco, além do lucro, é claro. Na relação atual, o pagamento é antecipado, em que a maior recompensa da pessoa é o lançamento em si de um disco de uma banda que ela gosta – e, como bônus, a “recompensa” de encartes exclusivos, pôsteres, etc. Para o artista, o futuro nesse caminho seria perto do ideal. Alexandre Kumpinski, vocalista e compositor da Apanhador Só, adoraria. “Não consigo pensar numa maneira mais democrática, justa, independente, simples, coletiva e inclusiva de se financiar projetos. A lógica do crowdfunding é libertadora, abre mais uma aba de possibilidade de existência pra quem não quer jogar o velho jogo da indústria musical”, argumenta. A relação com o In Rainbows, claro, não é direta, mas a mudança de comportamento, dando ao consumidor uma forma de representação, mais do que o produto final, teve um papel no processo. Para Kumpinski, essa postura do Radiohead é um capítulo importante dentro dessas mudanças por ser de uma banda já estabelecida no mercado. “É diferente quando alguém que está ‘de fora’ tenta fazer as coisas de um jeito diferente e quando alguém que já está dentro faz a mesma coisa. Ficaram explícitas as motivações ideológicas da decisão, já que a banda não precisava adotar essa postura pra conseguir sobreviver no mercado. Ficou claro então que a banda estava exercitando novas lógicas de consumo de cultura, de postura no mercado, relativizando o valor do produto, o papel do consumidor, o lugar do artista e a necessidade de se ter gravadoras.” E essa relativização, entre o papel do artista e do consumidor, intercambiável, parece ser a visão do futuro. Por mais clichê que soe, já começou.
PUBLIEDITORIAL
TIM BETA LIVE 2012
Depois de cocriar o TIM beta, um plano prĂŠ-pago da TIM com benefĂcios inovadores, a galera BETA foi ouvida novamente e acabou comandando o BETA live 2012.
Através de votação online, o Charlie Brown Jr foi
os BETAs ainda definiram a música do bis (“O
a banda escolhida pro show exclusivo, que rolou
Preço”) e transmitiram tudo ao vivo, através do
no Cine Joia, em São Paulo, em 27 de setembro.
celular, pelo Youtube.
E como o TIM beta é pra quem tem muito a dizer,
PUBLIEDITORIAL
PUBLIEDITORIAL
O que toca no seu TIM beta? Olha só o top 3 das músicas que não param de tocar nos celulares da galera que tava curtindo o BETA live 2012
Paulo Felipe, de São Paulo - “Cowboys from Hell”, do Pantera - “Whiskey in the Jar”, do Metallica - “Lithium”, do Nirvana
Giuliana Fonseca, de São Paulo - “Walk On”, do U2 - “Let There Be Love”, do Oasis - “Scar Tissue”, do Red Hot Chili Peppers
Mirene Garcia, do Rio de Janeiro - “Lugar ao Sol”, do Charlie Brown Jr - “Na Sua Estante”, da Pitty - “Dezesseis”, do Legião Urbana
Gabriela Ramos, de São Paulo - “Dare You to Move”, do Switchfoot - “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana - “You and Me”, do Nirvana
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MÚSICA PRA LER
Pequeno dicionário brasileiro da língua morta. Alberto Villas. Ed Globo_ A melodia esta perfeita, o som é este, a letra está quase. Falta uma palavra que diga o que não se diz. Que tal lembrar de daquelas que ninguém usa mais? Estilo, my friend.
Neil Young. A autobiografia. Ed. Globo_ Ativista político, filantropo, uma lenda do rock’n roll. Ele por ele mesmo, incluindo fotos de arquivo pessoal e imagens de notas e indicações de turnês. Feitas à mão, pelo mestre.
R2D2_
El Bigodón_
O robozinho mais famoso do mundo, o R2D2, pode te fazer companhia na mesa de trabalho ou na estante da sua casa. E faz dancinhas com a cabeça.
Bigode é atitute. Bigode é vida. Pra levar el mustache pra todo canto só faltava mesmo fazer gelo em formato de bigode.
Preço: R$ 79,90 Onde encontrar: Segredo do Vitório
Preço: R$ 30,00 Onde encontrar: Universo Onassis
Gene Simons_
Cartazes ilustrados_
O Kiss tá chegando a terras brasileiras, e pode ser que você queira ir treinando. Essa mini guitarra do Gene Simons não faz som, mas já vai te ajudando a entrar no clima.
A loja virtual Chambre Noir tem vários cartazes legais. Ilustras lindíssimas que tem como tema música, filmes e outras artes da vida.
Preço: R$147,00 Onde encontrar: Get Nuts
Preço: R$ 85 a R$100. Onde encontrar: bit.ly/QEWKpX
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Olha que beleza, Silvio. Produtos que você não precisa ter mas vai querer mesmo assim. Aeeeeeee.
Conversor de Fita K7 para iPhone_ Nada de MP3, Vinil ou CD. O formato da vez é o oldschool fita k7. E agora com esse case de iPhone você pode converter suas engavetadas fitas pro formato digital e ouvir no seu celular. Vale até para aquela fita do Raça Negra lançada nos anos 90. Preço: U$ 79,95 Onde encontrar: bit.ly/Sux0xf
Tênis pra festival_ Já começaram os preparativos pro Lollapalloza Brasil 2013. E se você quer curtir o festival sem zica e lama no pé, esse saco protetor de tênis ajuda sem que você perca o estilo. Preço: £4,99 Onde encontrar: bit.ly/QSCmPs
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Quem quer dinheirooo? Quem quer camisetaaa?
DENTRO DA MOCHILA
CAMISETA COM HISTÓRIA
_ALEXANDRE KUMPINSKI, vocalista da Apanhador Só
_LOBÃO, músico e apresentador da MTV
1. Mp3 player: “Espera na fila do check-in, espera na sala de espera, espera pra decolar, espera pra pegar as bagagens. Com música no ouvido tudo fica mais de boa.” 2. Um livro: “Pra quando o ouvido cansa.” 3. Uma garrafa d’água: “A velha, boa e essencial água.” 4. Marmita com arroz, feijão e massa: “A velha, boa e essencial comida.” 5. Protetores auriculares: “Nunca se sabe que horas e em que lugar se vai dormir.”
“Um amigo nosso, José Maria Palmieri, autor da frase, me mandou a ideia por e-mail. Como estávamos no período do escândalo do Renan Calheiros, decidimos imprimir a frase em camisetas. A estreia foi em Brasília, visitando o Estado Maior do Exército – visita essa muito simpática, com todos os oficiais sendo muito queridos. Contudo, é lamentável constatar sua teimosa perenidade. É só vestí-la agora e sair por aí que você estará acertando na mosca mais uma vez.”
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MARCA:
QUIKSILVER
ONDE ENCONTRAR: QUIKSILVER. COM.BR
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THE KILLERS
Battle Born Universal
Muito se falou sobre este disco novo do Killers, sendo que a maioria dos comentários é pouco favorável. Sejamos sinceros: só se decepciona quem tem expectativas demais. E não acredito que alguém pudesse tê-las em relação a Battle Born. Não há muito aqui que remeta a Hot Fuss ou Sam’s Town. Pensando melhor agora, Day & Age não é tão mau assim. Por mais pomposo que seja – da capa ao título, uma referência à bandeira do estado norte-americano de Nevada –, o quarto álbum do Killers não supera nem mesmo seu mediano antecessor. Mas tem bons momentos, como “Flesh and Bone”, “The Way It Was”, “A Matter of Time” e o single “Runaways”. Brandon Flowers, inegavelmente um vocalista competente, soa mais dramático que o usual, enquanto os sintetizadores quase anulam as guitarras de Dave Keuning. Se bem que, com um pouco mais de distorção, o disco lembraria algo como Bon Jovi. Ok, o quarteto de Las Vegas sempre teve um pé nos anos 1980, mas não exatamente no hard farofa. Agora, até algumas letras remetem ao pior dessa década – o refrão de “Here With Me” chega a ser constrangedor: “Don’t want your picture on my cellphone/I want you here with me”. Fã que é fã não vai dar o braço a torcer e admitir que este é um trabalho menor do Killers. Secretamente, porém, vai suspirar de saudade cada vez que ouvir “Mr. Brightside”. Daniel Sanes
“Por mais pomposo que seja, o quarto álbum do Killers não supera nem mesmo seu mediano antecessor, Day & Age.”
Para ouvir o álbum na íntegra: Leia o QR Code ao lado com a câmera do seu smartphone.
LEGENDAS Pra quem gosta de: Coldplay, Kaiser Chiefs e Muse
Ouça no talo É, legal
Dá um caldo Seu ouvido não merece
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ARIEL PINK’S HAUNTED GRAFFITI Mature Themes 4AD Records O mais próximo de uma “estrutura pop” que Ariel Pink conseguiria entregar, Mature Themes sucede Before Today (2010) com a mesma faceta lo-fi que ajudou a introduzir um povo ao esquizofrênico universo do músico, dois anos atrás. Mas não se engane: o californiano segue torto e imprevisível, como de praxe. Os mais xiitas, adeptos da ausência de linearidade que caracteriza sua discografia nos anos 1990, vão se deleitar com “Schnitzel Boogie” e “Live It Up”, calcadas em experimentos com sintetizadores. Em “Symphony of The Nymph”, temos uma letra lesada em que, entre relinchos (!) e teclados de churrascaria, Ariel se autoproclama “apenas um roqueiro de Beverly Hills” – para mais adiante anunciar ser “um ninfo, e que não se cansará dessas p...”.
Pra quem gosta de: Sébastien Tellier, Frank Zappa e Paul Westerberg
Sim, ele continua doentinho. Por outro lado, despertar pela manhã com gemas folk como a faixa-título, “Only In My Dreams”, ou a cover de “Baby” (pérola de Donnie e Joe Emerson) é sair para a rua com o dia ganho. Fernando Halal
CAT POWER Sun Matador Records Se Cat Power havia feito tímidos desvios sonoros nos seus dois últimos títulos, em Sun ela vai além, farta do passado “piano e canções depressivas”. O indie tristonho e cabisbaixo, de guitarras dissonantes e arranjos econômicos e minimalistas, dá lugar a matizes mais festivos, que incluem fortes adereços eletrônicos e beats sintetizados. Juntam-se ainda um pontapé no ex, uma maneirada no whisky e um novo corte de cabelo. Daí surgem os tais climas ensolarados, trocadilho óbvio que o próprio nome do álbum sugere – sai a melancolia, entra a contemplação. Com roupagens pop, animadas e dançantes, “Cherokee”, “Ruin”, “3,6,9” e “Silent Machine” são as que se destacam nesse aspecto.
Pra quem gosta de: Feist, Lana Del Rey e Portishead
Se o destino é uma útil invenção humana, é assim que Cat Power traça o seu – uma diva cool e anti-fake, que reinventa, grava e produz com as próprias mãos. Aos fãs de fases anteriores, será um bocado difícil absorver tanta transformação. Tarefa para o tempo. Nícolas Gambin
070\\
DAVID BYRNE & ST. VINCENT
THE XX
Love This Giant 4AD Records
Lab 344
Pra quem gosta de: Talking Heads e Architecture in Helsinki
Pra quem gosta de: Portishead, SBTRKT e Sade
TWO DOOR CINEMA CLUB
NO DOUBT
Beacon Universal
Coexist
Push and Shove Universal
Pra quem gosta de: Foster the People, Keane e Phoenix
Pra quem gosta de: Gossip, Blondie e Pink
FOUR TET
MACACO BONG
Pra quem gosta de: Caribou, Burial e Gold Panda
Pra quem gosta de: Hurtmold, Battles e Pata de Elefante
BLOC PARTY
DINOSAUR JR.
Four Universal
I Bet On Sky Jagjaguwar
Pra quem gosta de: We Are Scientists, White Lies e The Strokes
Pra quem gosta de: Modest Mouse, Lemonheads e Hüsker Dü
BEN FOLDS FIVE
MUSE
Pink Text
This Is Rolê Popfuzz Records/ Travolta Discos
ImaVeePee
The 2nd Law Warner Music
Pra quem gosta de: Eels, Weezer e Supergrass
Pra quem gosta de: Keane, The Killers e Placebo
The Sound of the Life of the Mind
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BOB DYLAN Tempest Sony
DISCOTECA BÁSICA Soundgarden Por Daniel Sanes
Pra quem gosta de: Bruce Springsteen, Lucinda Williams e Neil Young
LOUDER THAN LOVE O grunge não havia estourado quando o Soundgarden lançou seu segundo disco, em 1989. O som ainda era bruto, mas a técnica vocal de Chris Cornell já era notável em músicas como “Hands All Over” e “Big Dumb Sex”.
GRIZZLY BEAR Shields Warp Records
BADMOTORFINGER O Soundgarden ganhou notoriedade com a descoberta do “som de Seattle”, já em 1991. Mas não foi apenas sorte: este discaço, que inclui “Rusty Cage”, “Outshined” e “Jesus Christ Pose”, fala por si só.
Pra quem gosta de: Stereolab, Arcade Fire e Radiohead
THE VACCINES Come of Age
SUPERUNKNOWN Lançado em 1994, este é o melhor disco da banda, mesclando as velhas influências de Black Sabbath com uma sonoridade mais pop. Todas as faixas são excelentes, mas o hit, sem dúvida, é “Black Hole Sun”.
Columbia/Sony
Pra quem gosta de: The Strokes, The Fratellis e The Libertines
ANIMAL COLLECTIVE Centipede Hz
E NEM TÃO BÁSICA
Domino
Green River Rehab Doll
Pra quem gosta de: Passion Pit, Jane’s Addiction e The Apples in Stereo
MUMFORD & SONS Babel
Universal
Pra quem gosta de: Noah and the Whale, U2 e Laura Marling
Por Leonardo Bomfim Muitas vezes tratam o grunge como um monolito. Estranho, pois as referências não são poucas. Tido como pioneiro, o Green River gerou dois emblemáticos e opostos filhos de Seattle: Mudhoney e Pearl Jam. A polifonia já está presente em Rehab Doll, o único disco, de 1988. Mark Arm colabora com o desleixo típico no modo de cantar, enquanto as guitarras e a cozinha revitalizam o rock pesado e majestoso dos anos 1970. Nem sempre dá certo, é fato, mas canções como a faixa-título e “Take a Dive”, de pegada hendrixiana, respondem com eficiência à paternidade da bagunça toda.
Reprodução
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_TEXTO CRIB TANAKA
STRANGE FRUIT – BILLIE HOLIDAY E A BIOGRAFIA DE UMA CANÇÃO _Nos anos 1930 e 1940, os Estados Unidos, prestes a entrar na Segunda Guerra Mundial, estavam dividido entre negros e brancos, progressistas e retrógrados, pessoas que consideravam segregação social e crimes contra pessoas negras uma prática comum, e quem tinha vergonha desta postura. Nessa época, dois homens negros foram linchados em público no estado de Indiana. As fotografias desse horror, em que pessoas sorrindo e aplaudindo a cena aparecem ao redor dos corpos, chocou violentamente Abel Meeropol, um professor nova-iorquino, branco e judeu, que lecionava no Bronx. Ele então escreveu um poema. E mudou o mundo. Strange Fruit – Billie Holiday e a Biografia de uma Canção, do jornalista americano David Margolick (tradução de José Rubens Siqueira. Cosac Naify, 138 páginas), conta como esse poema foi parar na voz de Billie Holiday. Entre um história e outra, detalhes sobre a vida e as escolhas da primeira grande diva do jazz, a maneira como Billie, de origem humilde e negra, encarnou a canção e levou-a para dentro das boates e cafés da época, centralizando as atenção da plateia em si e fazendo calar a boca de racistas ou bêbados mais abusados. Também explica as maneiras como a canção-denúncia arrebatou plateias, nunca saiu do repertório da cantora e fez com que a luta pelos direitos dos negros na sociedade norte-americana virasse pauta de jornais e lares. Este livro é um tesouro e, como bem diz André Midani no texto de apresentação, “nos conta essa história como uma homenagem ao poder transformador da arte”.
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1. “Strange Fruit” foi gravada por cantores como Nina Simone, Diana Ross, Sting e muitos outros. Em 1999, ganhou o título de “Canção do Século” pela revista Times.
2. A Cúpula dos Povos, encontro paralelo à Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi inaugurada com um discurso do cacique Raoni, da Tribo Caiapó, símbolo da causa indígena no Brasil. Ele convocou os brasileiros. “Defendam o seu povo, defendam a sua floresta!” Há 25 anos, ele ganhou notoriedade internacional ao iniciar sua luta pela preservação da Amazônia e receber o cantor Sting, do The Police, no parque nacional do Xingu.
3. Francis Ford Coppola convidou Stewart Copeland, baterista do The Police, para assinar a trilha sonora de O Selvagem da Motocicleta, filme de 1983, emblemático na carreira do diretor e primeiro papel com um pouco mais de destaque de Nicolas Cage, seu sobrinho. Dizem que Priscila Presley, com quem o ator se casou muitos anos depois, apaixonou-se por ele assistindo a essa película. Será?
4. Elvis in Concert é um show-tributo em que o rei do rock aparece em painéis de LED acompanhado dos músicos que se apresentaram ao lado dele durante quase toda a carreira. Vai passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Os ingressos estão quase esgotados porque o que não falta é gente querendo ver The King “ao vivo”.
5. As “aparelhagens”: são festas de tecnobrega que acontecem na periferia de Belém do Pará. Os DJs ficam dentro de uma espécie de aeronave que sobe e desce em frente a painéis de LED onde imagens “remixadas” passam sem parar. O sucesso do estilo e do evento reforçou a autoestima do povo paraense, que, neste momento, vê a sua cultura brilhar aos olhos do mundo.
6. A fanpage Meninas Black Power é um projeto que reúne mulheres de cabelos enrolados. Elas compartilham experiências, penteados e orgulho de serem exatamente quem são. A ideia é ampliar a iniciativa e promover projetos culturais e educativos. Billie Holiday iria aplaudir de pé. É que as flores que a cantora usava na cabeça não era mero enfeite, ela estava escondendo as falhas provocadas por alisamentos no cabelo black.
_FOSSO É O LUGAR QUE FICA EM FRENTE AO PALCO. DIRETAMENTE DALI, OS SHOWS DE SETEMBRO. Fotografias são imagens acontecidas em segundos perdidos que passaram a ser reais quando fixaram na retina, no filme, no papel. Todas contam muito mais do que mostram. No caso de fotos de shows, elas vêm diretamente do fosso, um vão livre em frente ao palco reservado para que alguns poucos escolhidos possam congelar o ídolo. Estão em volume máximo e, às vezes, valem uma canção. AUSTIN PERALTA / CINE JOIA / SÃO PAULO “Nunca imaginei que um músico de jazz tivesse tanta presença de palco. Headbangs que transmitiam um feeling absurdo da parada.” Depoimento e foto:VICTOR NOMOTO
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PLANET HEMP / PEPSI ON STAGE / PORTO ALEGRE
“Ver o Planet Hemp em sua formação original foi como voltar no tempo. Fez correr no sangue a adrenalina da adolescência, fez as pernas pularem involuntariamente, deu sede de curtir novamente as rodas punk.” Depoimento e foto: LUCAS SAPORITI
I’M FROM BARCELONA / CINE METRÓPOLE / SÃO PAULO
“Incrível como aquela quantidade de músicos faz suas canções soarem tão bem. Mesmo com ‘apenas’ 14 integrantes, fizeram a noite acontecer abrindo o set com a ótima ‘Get in Line’.” Depoimento e foto: FABRÍCIO VIANNA
MACACO BONG / SESC PALLADIUM / BELO HORIZONTE
“Show numa pequena arena, rodeada de convidados especiais e seu fiel público. O clima mais intimista possível. Mesmo assim, os caras mostraram toda a visceralidade que será vista no giro do This Is Rolê pelo país.” Depoimento e foto: LUCIANO VIANA
LADYHAWKE / CINE METRÓPOLE / SÃO PAULO
“Foi muito bom por ser fiel ao disco, ter tão perto a musa indie e sua voz. Um show competente, que se elevou em hits como ‘Paris is Burning’.” Depoimento e foto: FABRÍCIO VIANNA
Comentários, críticas, declarações de amor e a sua opinião sobre música, mundo e outras coisas menores.
Rangell Santana @rangellsantana
Gaía Passarelli @gaiapassarelli
Tinha 15 anos quando escutei esta porra, tou velho mesmo! RT @revistanoize: Pelos 21 anos de ‘Nevermind’, dá play. ow.ly/dXrHz
Amém RT @revistanoize: “Chega de música para imbecis”_ Criolo no @opiniao em POA
NR: É, todos nós estamos.
NR: Oremos.
Revista NOIZE @revistanoize
Marcela RM @Marcela_Recife
Gangan Style. Eis que sai a versão do Latino. A gente riu. A estagiária ainda está dançando. http://t.co/ almbu0Rq
@revistanoize O Latino tem a manha de estragar música. Na verdade, o dom. E demite essa estagiária! kkkkkk NR: Se ela dançasse mal, a gente demitia.
Braian Avila @quasecult
Douglas Yamagushi @dr_ops
Agora vou degustar musicalmente #ChannelOrange do Frank Ocean, dica da @revistanoize
QUE ISSO NOVINHA? QUE ISSO? RT @revistanoize: “1991, o novo Clipe de Azealia Banks bit.ly/SeyBta
NR: Além de ser uma ótima degustação, não te deixa bêbado.
NR: Azealia PRECISA conhecer esta música.
_Tim Maia vai ter CD lançado na gringa pela gravadora de David Byrne. Naiara Maestri: Finalmente um som de qualidade indo pra gringa! NR: Se a gente importa, nada mais justo que exportar música boa, né?
_A mãe do baterista Matt Helders, do Arctic Monkeys contou via twitter que o quinto álbum da banda já está em gravação. Giovani Giordani: mães, sempre falando mais do que deveriam haha NR: O papel das mães sempre foi: número 1, criar os filhos; número 2, envergonhar o filhos.
_Tavares, da Fresno, falando sobre o papel da mulher no rock, na opinião dele. Ane Saraiva: eu sentiria muito tesão se ele fosse tipo, mudo. NR: Preconceito é feio e ninguém gosta.
_O Liam Gallagher afirmou que prefere John Lennon a Paul McCartney.Você também? Peninha Neku: ...um composto químico não vive de um só elemento... NR: Depois dizem que aulas de química no colégio não servem pra nada.
_ Lady Gaga fazendo polêmica de novo Vinícius Lepore: Gostava mais do tempo que os músicos se destacavam pelas músicas. NR: Afinal, é a música que interessa.
_ O valor do Lollapass 2013 vai ser R$ 900. Arthur Fittipaldi: O número de jovens se prostituindo na Augusta vai ter um ligeiro aumento nos próximos meses. NR: A gente espera que só quebrar o porquinho ajude a resolver o problema.