DO UNDERGROUND AO MAINSTREAM
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: noize@noize.com.br
AGENDA: shows, festas e eventos agenda@noize.com.br
COMERCIAL: Pablo Rocha pablo@noize.com.br
GERENTE DE PROJETOS: Leandro Pinheiro leandro@noize.com.br
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DIRETOR DE CRIAÇÃO: Rafael Rocha rafarocha@noize.com.br
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EDITORA CHEFE: Cristiane Lisbôa cristianelisboa@noize. com.br
REDAÇÃO DE PROJETOS: Ariadne Cercal ariadne@noize.com.br Bruno Nerva brunonerva@noize. com.br Julia Silveira juliasilveira@noize.com.br Laryssa Araújo laryssa@noize.com.br Pedro Barreto pedrobarreto@noize. com.br
PONTOS: Faculdades Colégios Cursinhos Estúdios Lojas de Instrumentos Lojas de Discos Lojas de Roupas Lojas Alternativas Agências de Viagens Escolas de Música Escolas de Idiomas Bares e Casas de Show Shows, Festas e Feiras Festivais Independentes
DIREÇÃO: Kento Kojima Pablo Rocha Rafael Rocha
EDITOR: Tomás Bello tomas@noize.com.br REPÓRTER ESPECIAL: Marília Pozzobom marilia@noize.com.br REDAÇÃO: Rafa Carvalho rafaelcarvalho@noize. com.br DESIGN: Felipe Guimarães felipe@noize.com.br ASSIST. ARTE: Camila Fernandes camilafernandes@noize. com.br
PLANEJAMENTO EDITORIAL DE PROJETOS: Igor Beron igor@noize.com.br
TIRAGEM: 30.000 exemplares DISTRIBUIÇÃO: logistica@noize.com.br CIRCULAÇÃO NACIONAL
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• FOTO DE CAPA_ RAFA ROCHA
Agradecimentos especiais:
Andrio Maquenzi e Liege Milk., duo responsável pela banda Medialunas. http://tramavirtual.uol. com.br/medialunas
• COLABORADORES 1. Ariel Martini_ainda insiste em fazer fotos de show. flickr.com/arielmartini 2. Gaía Passarelli_ Gaía Passarelli gosta de descobrir música nova e comanda o GOO na MTV Brasil. 3. Lalai e Ola_ Lalai trabalha com mídias sociais, mas sua paixão é música. É DJ e produz a festa CREW. O Ola trocou a Suécia pelo Brasil, o design pela música e fotografia. 4. Pedro Braga_ As vezes é baixista da Lepata, as vezes é fotógrafo de meninas sem roupa. Entre uma coisa e outra, se alimenta mal e bebe cerveja. flickr.com/pgbraga 5. Alex Corrêa_ Carioca, mas gosta mesmo é de São Paulo e acredita na genialidade do Kasabian até o fim. 6. Eduardo Guspe_ Membro fundador do Núcleo Urbanóide, ultimamente se dedica a produzir DONUTS. 7. Daniel Sanes_ Jornalista por formação, lunático por opção e roqueiro de nascimento. Um dos editores de música do site www.nonada.com.br. 8. Felipe Neves_ Fotógrafo e baterista. Ultimamente se viciou em fotografia analógica. Seus trabalhos: www.flickr.com/felipeneves 9. Fernando Halal_ Jornalista malemolente, fotógrafo de técnica zero e cinéfilo dodói, não morre sem ver um show do Neil Young . www.flickr.com/fernandohalal 10. Matheus Vinhal_ é de Brasília e escreve sobre música, às vezes, quase sempre. Tem twitter (@mvinhal), tumblr (http://poucocaso.tumblr.com) e algum amor pra dar. 11. Anthony Nathan_Com raízes nas subculturas do skate e do graffiti, atua como artista e designer, geralmente misturando esses dois universos. Seja nos muros de Curitiba,ou em estampas para marcas independentes, suas formas geométricas e paleta de cores são facilmente reconhecidas e admiradas. É o idealizador do projeto de streetwear e arte Novedez. flickr.com/anthony_nathan 12. Dani Arrais_ Jornalista, nasceu em Recife, mora em São Paulo há quase cinco anos. Começou o donttouchmymoleskine.com há quatro anos e de repente viu que falava de amor quase o tempo todo. 13. Leonardo Bomfim_ Jornalista e diretor de cinema, edita o freakiumemeio.wordpress.com 14. Roberta Sant’Anna_ flickr.com/photos/robertasantannab 15. Gabi Lima_ gabilima.com 16. Rafael Kent_ ONIPRESENTE. www.rafaelkent.com
Os anúncios e os textos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.. Revista NOIZE - Alguns Diretos Reservados
• EXPEDIENTE #49// ANO 5 // NOVEMBRO ‘11_
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REVISTA NOIZE. TUMBLR. COM 6
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_foto: ARIEL MARTINI
NOME_ Pacolli PROFISSÃO_ Designer / Ilustradora UM DISCO_ Magnetic Fields | 69 Love Songs
“Eu acordo de manhã e já coloco um som. Geralmente já tem algo que eu acordo querendo ouvir. Não existe dar rolê a pé sozinha sem música e não rola desenhar sem música.Tudo fica esquisito sem um som. Eu toquei bateria dos 12 aos 21 anos mais ou menos, ainda sinto falta de poder tocar em casa.”
Salaam
Remi,
produtor
de
Amy Winehouse | afirmando que o álbum póstumo da cantora não vai dar início a uma enxurrada de material “inédito”
Jakob Dylan | dando indícios de uma reunião
do Wallflowers em entrevista a rádio californiana KCSN-FM
“Hidden Treasures não é uma situação como a do Tupac.”
“Eu tenho músicas novas. E nós temos conversado.”
“Se não acontecer nada depois da morte eu vou ficar muito puto.” Zeca Pagodinho
“A vida tem muito mais sentido quando é levada pelo lado brega.” Falcão
“Nosso nome é ridículo” Ed Nash, baixista do Bombay Bicycle Club l em entrevista ao jornal britânico The Independent
“Ceremonials é enorme. E isso me deixou um pouco “Pare o mundo que eu preocupada.” quero descer.” “Vai depender de quanto eles me querem.” Mickey Rourke l sobre a possibilidade de atuar em Sin City 2
Florence
Raul Seixas
Welch l ao descrever o segundo disco de sua banda, Florence And The Machine
“O Noel tem que se dar conta de que ele não é tão bom sem mim.” Liam Gallagher, ex-vocalista do Oasis e atual Beady Eye | mandando um recado básico para o irmão Noel
“A Apple é um vampiro digital.” Pete Townshend, guitarrista do The Who | dizendo que a gigante de Steve Jobs está fazendo as novas bandas “sangrarem”
“Eu realmente quero ouvir Lulu. As letras do Lou Reed não poderiam ser mais dark, e o Metallica é essa gigantesca banda de metal estilo esteróide. Como isso se encontra?”
“Nós somos muito mais engraçados do que as pessoas pensam.” Jeff Tweedy, vocalista do
Wilco | afirmando que, embora as pessoas não percebam, suas letras estão cheias de humor
Alice Cooper
David Lynch | ao revelar os bastidores de seu disco
de estreia, Crazy Clown Time
“Há muito medo envolvido em meu álbum.”
“O brasileiro só tem três problemas: café, almoço e jantar” Chico Anísio
“Não me incomodo com o sucesso deles. Só me incomodo com o fato de que eles fazem produtos de terceira categoria.” Steve Jobs l falando sobre a Microsoft, em 1996
“Como já disse o filósofo Jagger: ‘Você não pode sempre ter aquilo que quer’.” House noize.com.br
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Rafa Rocha
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Olhe bem a sua volta. Já estão vendendo panetone. Ou seja, tá acabando, mano. 2011 tá virando a curva e não vai adiantar nada você correr atrás. Pare onde está. Mente quieta, espinha ereta e coração tranqüilo. Que esta Noize que você tem em mãos por si só já é um caldo com pimenta e jambú. No primeiro gole, espanto. Fred Zero Quatro do Mundo Livre S/A, não pretende incentivar seu filho a ser músico e, de certa forma, sente saudade do tempo das gravadoras. No segundo, você tem certeza que nunca sentiu este gosto. Pepeu Gomes assume que sua referência é, sempre foi e sempre será seu próprio passado, ou seja, Novos Baianos. No terceiro, adormece sua língua. Lucas Santtana e seu som nada óbvio lotam um show no Pará, a terra do tecnobrega. E então a sua garganta começa a arranhar um pouco. A dupla The Kills afirma que são eles contra o mundo. Involuntariamente você fecha os olhos. O caldo bateu no estômago. A ressaca tá curada. E a gente segue fervendo música em fogo bem alto. Hasta, Cristiane Lisbôa
_Para fazer esta edição, OUVIMOS
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Mayer Hawthorne – How Do You Do Noel Gallagher – Noel Gallagher’s High Flying Birds Gaby Amarantos Shlohmo – Bad Vibes Pearl Jam – Vs. or Yield
__Ao som dos sinos de Belém – do Pará – esta edição 49 foi lapidada. Porque passamos alguns dias de frente para o palco do Conexão Vivo PA, que em um ato de coragem explÍcita reuniu tecnobrega, carimbó, rock’n’roll e moda de viola. Aqui, nossas escolhas do line up. E ao longo das próximas páginas – quiçá das próximas edições –, presentes que a gente trouxe de lá, pra você.
__Metaleiras da
Amazônia | Os três integrantes se conheceram na banda da polícia militar do Pará. E viraram encantadores de plateia com uma mistura de carimbó com músicas latinas. Feita com metais nobres.
Thiago Araújo
Renato Reis
__VENDO 147 |De cara, gostamos do nome. Mas quando eles subiram no palco, foi impossível não se sentir em casa. São uns moleques (no melhor sentido da expressão) baianos que, com dois bateristas, fazem o mais puro rock ‘n’roll instrumental. Estamos fãs. Manda a carteirinha?
__lucas santTana | Ele mistura. Samba, dub, rock, mashups, afrobeat e o improviso que só quem tem profundo conhecimento de música é capaz de fazer com maestria.
Tomás Bello
Ela vestia uma roupa de led que, por controle remoto, mudava de cor. Em Belém, meu bem. Mas não é (só) isso que faz com que “todas dança”. Gaby é cantora old school. Domina o público, a voz e convence até o mais convicto dos indies que um show foi feito pra dançar, cantar junto e se divertir.
Tomás Bello
Tomás Bello
__GABY AMARANTOS|
__FERNANDA TAKAI | A agridoce Takai encerrou o @conexaovivo rasgando corações de Belém. Nara Leão, Pato Fu e todo mundocantandojuntoaomesmotempo. De chorar tacacá.
016\\
Thaiana Laiun
uma xÍCARA DE CHÁ E 5 PERGUNTAS PARA: DONA ONETE
C
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Diva do “carimbó chamegado”, uma dança que há séculos embala casais no Pará e na Amazônia. Mestre em cultura popular, foi professora de História e Estudos Paraenses e autora de um sem número de canções. Seu hit “Amor Brejeiro” está na trilha sonora do filme Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, de Beto Brant. Aos 72 anos, prepara seu primeiro disco. O que é Carimbó chamegado? O Carimbó Chamegado tem três versos. E ele fala de amor do jeito nosso do Pará. Esse negócio do balançado do ombro e do quadril.Às vezes, a gente nem dança, só faz esse mexido. O que é “Amor Brejeiro”? Aqui todo mundo se abraça e se beija. O toque da gente com as pessoas é abraçado. Muita cidade não tem isso. Passa “bom dia” e pronto.Aqui não. Para logo e diz bom dia.“Bom dia Dona Fulana”.
CMY
A senhora é a dona danada? Teve uma revista que me colocou na capa com o escrito Dona Danada. A moça me achou danada, me viu cantando aquelas música de letra safada.“Você me leva à loucura quando você me beija com esse corpo suado e essa boca molhada com sabor de cerveja”. Pode ser um sabor de café, de manga, morango, o que importa é que tenha sabor. Algum conselho para novos músicos? Faça o que realmente gosta, algo que faça com que você se sinta bem. Foque nisso. Suas canções são sempre de amor? Sempre. Porque está faltando o amor. Está faltando a mulher falar menos – que a mulher fala muito. Fica atazanando o homem. E hoje em dia o homem gosta mais de uma bola de futebol que de mulher. * falamos com Dona Onete do #conexaovivoPA
K
Onde encontrar: (11) 3618-8600
018\\
The Vaccines | Wetsuit
#VACCINES VIDEO _Através da hashtag #vaccinesvideo os fãs podiam enviar fotos tiradas com o Instagram em festivais de música pelo mundo. 2433 fotos e alguns meses depois, o resultado é um vídeo lindo, que se encaixa perfeitamente com a música. Impossível não sorrir – e comprovar a máxima de que Instagram deixa tudo mais bonito. Tags: the vaccines wetsuits instragram
Coldplay|Paradise
@rubbidoo You can be part of @TheRealVaccines new music video, created using @ instagram. #vaccinesvideo vaccinesvideo.com @JorgeSaborido “The Vaccines - Wetsuit Instagram Video” youtube.com/watch?v=5tr5pt… #instagram #vaccinesvideo @jody_macpherson This music video really captures the zeitgeist #vaccinesvideo ow.ly/76cZx #crowdsourcing #in @5pyke 5 killer crowdsourced ad campaigns via @postadvertising ow.ly/76yqP - i love the “wetsuit” video #vaccinesvideo
#PARADISE _ Nos primeiros 10 segundos a gente jura que vai tocar “Hakuna Matata”, mas é só o clipe novo do Coldplay. “Paradise”, o segundo single de Mylo Xyloto, ganhou imagens de Londres e da África do Sul. E o Coldplay, roupas de elefantinhos. bit.ly/qAjm4Y
@delyra Melhor impossível, Coldplay! - is.gd/mRV8Lj #PARADISE @Sarah_Martini “Paradise” by @Coldplay tells my life story. I feel like it was written about me. #paradise
TIMELINE O Macaco Bong soltou coisa nova por aí. O EP Verdão Verdinho já dá pra ser ouvido – e baixado – de graça.
A pedido de Dave Grohl, o Prodigy fez dois remixes para “White Limo”, o primeiro single de Wasting Light.
Taste It, o novo disco dos Forgotten Boys, já ganhou o primeiro clipe, “Another Place”.
Um grupo de meninos levou a expressão speed metal muito a sério: a banda inteira foi dar uma volta com os seus intrumentos. Em cima de uma moto.
bit.ly/macacobong
bit.ly/whiteremix
bit.ly/forgottentaste
bit.ly/speed_metal
“Nós ficaríamos felizes em acabar a nossa carreira agora.”
_Bono Vox, falando sobre o futuro do U2 – e assustando a geral.
Feist|@ Black Cab Session
#ÁUDIO
_Uma única música gravada em um único take dentro de um táxi preto pelas ruas de Londres. Esse é o conceito do Black Cab Sessions. A convidada da vez? Feist o seu novíssimo Metals. A escolhida? “Undiscovered First”. bit.ly/feistblackcab
Rolling Stones | No Spare Parts Some Girls, o décimo quarto álbum de estúdio dos Rolling Stones, vai ganhar reedição de luxo ainda esse mês. O clássico de 1978 contém hits como “Miss You”, mas a coisa não para por aí. Quem desembolsar a grana da bolacha leva ainda a inédita “No Spare Parts”. Corre lá: bit.ly/novastones
Analog vinyl sampling | Experimental _Pedaços de discos do Supertramp, Paul Anka, Chicago e Lil Jon foram cortados e trocados entre si, em retalhos idênticos. O resultado foi um sampleador analógico genial. Queríamos ter pensado nisso antes. bit.ly/analogsampling
Sound| Soundcloud
Jack White | Love is Blindness No fim de outubro, a revista gringa Q comemorou os 20 anos de Achtung Baby, o sétimo álbum do U2, de um jeito diferente: juntou artistas como Garbage e Patti Smith para fazerem as suas próprias versões das canções do disco. Jack White se puxou e deixou “Love is Blindness” raivosa e sexy. bit.ly/lovejack Autoramas | Música Crocante Com a ajuda do projeto Embolacha – uma espécie de vaquinha virtual – , o Autoramas lança Música Crocante, o seu sexto disco. Com a meta alcançada e o projeto finalizado, agora só falta você dar o play. bit.ly/crocanteautoramas
_O Soundcloud – sim, aquele site onde você ouve música por streaming – fez um vídeo para tentar desvendar o que é o som. Nomes como Moby. Tim Exile e Salvatore Principato tentaram responder.Vai arriscar também ?
Medialunas | Chunby Com o bye bye da Superguidis, o vocalista Andrio Maquenzi não teve dúvidas: chamou a namorada Liege Milk e formou o Medialunas. A dupla mistura tudo o que mais ama: guitarras, noise, 90’s e a felina Chunby. Que dá nome ao primeiro clipe.
bit.ly/oqueesom
migre.me/65Mk5
@REVISTANOIZE Até o fim do mês, o Instituto Tomie Ohtake recebe a exposição Chaplin e a Sua Imagem. Vale conferir. bit.ly/tomiechaplin
“Not For You”, do Pearl Jam, ganhou clipe dirigido por Cameron Crowe – o mesmo de Pearl Jam Twenty, o doc dos caras.
Depois de oito anos desaparecido, Leonard Cohen prometeu voltar. E o disco já tem nome: Old Ideas.
bit.ly/20crowe
bit.ly/cohenvolta
Se arrependeu de ter comprado o ingresso de um show? Os convites já esgotaram e você não conseguiu o seu? O Comprei e Não Vou te ajuda. bit.ly/compreinaovou
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_Por Lalai e Ola Persson
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MAS DEVERIa_
Divulgação
KODAK TO GRAPH Projeto solo de post-rock do produtor Michael Maleki, da Florida, acaba de lançar seu terceiro álbum Visio’l, com cinco faixas produzidas primorosamente. Porém, uma de suas produções que mais chama atenção é “I Keep Holding On”. Com sample de “I’ll Be There”, do Jackson 5, resulta em uma canção doce, sensível, com batidas envolventes e um vocal meio fantasmagórico. Artista pra deixar no radar. Escute:
kodaktograph.bandcamp.com/
SHARE-A-TORIES MODERN MAN Banda de rock com canções meio sombrias, liderada por Allen Glenn (baixista do Last Van Zant), que começou como projeto solo em 2010 e agora conta com Brian Draper, Jose Davila e Jeff Perry. Walk Away é o primeiro álbum da banda, com produção impecável e algumas músicas que nos remetem um pouco a My Bloody Valentine e Sonic Youth.Trilha perfeita para embalar dias chuvosos acompanhados de uma boa garrafa de vinho. Escute:
modernmanmusic.bandcamp.com/
É curioso como o clima influencia as nossas escolhas. Talvez se tivéssemos escolhido um dia ensolarado para escrever esse texto, ele teria um resultado diferente. Mas está frio, o que nos faz cair em sonoridades mais intimistas, quase como se estivéssemos procurando por uma trilha sonora para embalar nossos sonhos. A primeira banda que escolhemos foi Share-a-tories, projeto experimental criado em 2006 por Andrew Morehart. Atualmente, a banda tem como base Boston, onde gravaram o EP Dissolved in the Dark, lançado em agosto. O álbum foi sendo liberado música por música gratuitamente no site da banda, gerando uma expectativa pelo conjunto da obra, cheia de
experimentação e uma boa pitada de psicodelia. O resultado final é um trabalho maduro e coeso, produzido por alguém que não tem medo de experimentar. Pode-se dizer que Dissolved in the Dark é construído como um mosaico com muitas peças diferentes, algumas mais alegres, como “Cycling”, e outras mais introspectivas e difíceis, como a faixa “Music For An Execution”. Andrew Morehart fez quase tudo sozinho: vocais, guitarra, baixo, bateria, sintetizadores, violiono e programação. Algumas faixas tiveram participação de outros artistas: Scott Ferber (bateria) e Tom Mitchell (baixo). Cada canção ganhou uma arte criada pelo designer Nathaniel Whitcomb, uma obra prima `a parte.
_Por Lalai e Ola Persson
022\\
MAS DEVERIa_
Divulgação / Meg Hires
FRANK OCEAN O que você faz se assina um contrato com um grande selo, muda de cidade pra correr atrás de sua carreira e nada acontece? Frank Ocean desabafou na internet “[…]fuck Def Jam & any company that goes the length of signing a kid with dreams & talent w/no intention of following through...” e colocou seu álbum pra baixar de graça. Deu super certo. Já estou considerando o álbum Nostalgia, Ultra como um dos melhores de 2011. Escute:
bit.ly/frankocean-album
WEIRD DREAMS O quarteto londrino se juntou após os integrantes descobrirem o gosto em comum pelo diretor surrealista David Lynch,The Beach Boys e algumas bandas obscuras. E sim, o som deles é reminiscente do pop dos anos 60. Eles lançaram um EP homônimo. Depois veio um single e o EP Hynagogic Lullaby, que vem como nossa recomendação, enquanto esperamos ansiosos pelo primeiro álbum. Escute:
soundcloud.com/weirddreams
ALUNAGEORGE Nos últimos tempos, ouvimos muitas coisas que trouxeram à tona gêneros musicais desaparecidos, como uk-garage e o R&B maduro dos anos 90. O pós-dubstep acabou trazendo o que era dubstep na época em que surgiu. Nesse estilo, James Blake e Jamie Woon são exemplos de como o dubstep pode ser incorporado em algo mais emotivo com resultados incríveis. AlunaGeorge, formada pela dupla Aluna Francis e George Reid, também traz influências de pós-dubstep, 2-step e IDM, mas junto com o estilo de R&B dos anos 90, de cantoras como Aaliyah e Brandy. A mistura de R&B, na forma mais experimental, tem uma conexão forte com
o som britânico ressurgido nos últimos anos. O fato da dupla ser de Londres não soa como surpresa depois de ouví-la. Aluna e George se conheceram através da Internet e ficaram trocando referências por quase um ano antes de começarem o projeto. Mesmo as músicas sendo mais cabeçudas e experimentais, não os impede de trazer uma pegada pop como no single “Analyser”, em que misturam seu estilo sonoro com uma pegada electro pop. Já o lado B do single tem a faixa “We Are Chosen”, que é a mais legal e mais parecida com o resto do trabalho deles. Chama atenção pela batida minimalista, vindo ao 2-step/uk-garage, com o vocal da Aluna flutuando em cima.
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1.
JIMI HENDRIX
2.
NOVOS BAIANOS
“Eu aprendi a tocar guitarra por causa do Jimi Hendrix, entendeu?”
“É a minha maior referência. A minha raiz tá ali e é dali que eu parto sempre. Não tem como negar.” 3.
MODA
“Eu amo grife. Eu desenho as minhas roupas.”
4.
BAHIA
“É minha terapia, meu descanso.”
1. JIMI HENDRIX Considerado por muitos críticos um dos melhores guitarristas de todos os tempos. era autodidata e canhoto.Tocava uma Fender Stratocaster para destros, com as cordas invertidas. 2. NOVOS BAIANOS Banda antológica que até hoje influencia a mÚsica brasileira. Curumim, Arnaldo Antunes e, sendo bem sincero, praticamente todo mundo. Acabou chorare, o segundo disco, mistura baixo, bateria E guitarra com chocalho, pandeiro, cavaquinho e agogô. foi eleito o melhor disco da história da mÚsica brasileira.
POR PEPEU GOMES
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_Pepeu Gomes* já freqüentou a lista dos melhores guitarristas do mundo e ganhou um disco de ouro por conta do hit “Eu Também Quero Beijar”. É um dos fundadores do Novos Baianos.
5.
BRASIL
6.
JACOB DO BANDOLIM
“O meu país, eu faço tudo pelo meu país. Sou muito nacionalista.”
“Eu aprendi a tocar cavaquinho por causa dele.” 7.
MINHA FAMÍLIA
“Maior referência para minha música, porque me dá segurança.”
8.
STEVIE WONDER
“Quando eu quero fazer uma música eu ouço Stevie Wonder. Aí eu digo não, sai. E eu ouço Novos Baianos. ”
6. JACOB DO BANDOLIM Um dos maiores nomes do “chorinho”, autor dE clássicoS DO cancioneiro popular como “Noites cariocas”. Parceiro de Pixinguinha e obviamente, mestre do Bandonlim. 8. STEVIE WONDER Nasceu em 1950. Assinou o primeiro contrato aos 11 anos e, desde então, segue na mesma gravadora.Tem mais de 30 sucessos no topo das paradas mundiaIs. E 25 Grammy Awards na estante.TÁ bom pra você? * falamos com Pepeu Gomes no #conexaovivoPA
_ por Gaía Passarelli
026\\
COLUNISTAS Reprodução
GO_
O Camilo Rocha publicou uma excelente lista de músicas que mostram o grande momento que a música eletrônica vivia circa 1991. Obrigatório para saber que nem só de Nirvana e Pearl Jam se fez as mudanças singulares da época. Está em goo.gl/eDgvY
__1991, LADO B|Todo mundo e a Noize também falando de 1991 - o grande ano do rock que há exatas duas décadas rendeu discos como The Orb’s Adventures Beyond The Ultraworld, Blue Lines, do Massive Attack, Foxbase Alpha, do Saint Etienne, The Pod, do Ween e Just for a Day, do Slowdive. Além de todos aqueles que você vai ler aqui nas páginas da revista e as estreias de Jesus Jones e Seal. De acordo com Simon Reynolds, em seu Retromania, o começo dos anos 90 também marca a última fase em que algo realmente novo aconteceu na
cultura pop. Isso não significa que não teve mais nada legal na música nos últimos vinte anos, somente aponta, com discutível verdade, que após o grunge e a eletrônica não houve nenhum impacto novidadeiro significativo na música consumida pelas massas ao redor do mundo. é claro que muita coisa mudou na música, principalmente na forma como a consumimos, escutamos, repartimos. Talvez a própria existência de tantos micro-nichos conversando entre sí dentro de cada MP3 player nos bolsos de cada um de nós impossibilite uma nova grande onda revolucionária.
Mas a vida vem em ondas como o maaaaaaar e 2001 também não foi um ano fraco não, pelo contrário. Foi o ano em que saiu o Discovery, do Daft Punk, por exemplo. E as estreias de Ladytron, Gorillaz, Aaliyah, Destiny’s Child, White Stripes,Yeah Yeah Yeahs e de uma banda aí chamada Strokes. Também ouvimos bons discos de Guided by Voices, Four Tet, Mogwai, Air, Depeche Mode e Radiohead. Agora, enquanto estamos ainda em 2011: para você, quais serão os grandes discos deste ano ? Me manda no twitter @gaiapassarelli
Uma série de vinhetas da MTV relembra os outros discos de 1991, como Screamadelica e Loveless.Veja no Vimeo a partir de goo.gl/v5Qak
Para quem quer ir a fundo no assunto, a wikipedia lista com links todos os discos, inéditos e relançamentos, que as prateleiras das lojas viram em 1991 (já que as lojas de discos ainda dominavam o mundo físico).Tem curiosidades. Procure em goo.gl/of3Hy
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BLOGS
__A trilha da moda| A coleção Spring 2011 da Rodarte é o que vi de mais “tocante” na moda ultimamente. É tão bonita que tem até um curta-metragem. Dirigido pelo fotógrafo de moda Todd Cole, The Curve of Forgotten Things mostra em forma de história esta que foi a penúltima coleção da marca até agora. É sutil. É forte. E a trilha é um absurdo. Já começa cortando o coração
com “The End”, do Doors, andando lentamente para “Everybody’s Talking”, do Harry Nilsson. E aí passa para “I’ve Seen All Good People”, do Yes. O curta e a coleção têm como ponto de referência (odeio essa palavra, juro) o filme Days of Heaven, de Terrence Mallick, lançado em 1978. Ou seja, . Olha só http://vimeo.com/21726788.
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BLOGS
Divulgação
Ana Pedrosa
__Em dezembro acontece o IV Congresso Fora do Eixo. Qual o impacto que o trabalho em rede teve na sua organização como banda? e o que você visualiza, nessa perspectiva, para os próximos anos?
__Gaby Amarantos,cantora. “O trabalho em rede desenvolvido nesse início de século na música brasileira mostra a força de uma cena que se configura independente e sustentável. Para os próximos anos visualizo esse novo modelo se expandindo e revelando novos movimentos, o que já é possível perceber atualmente com nomes dessa cena destacando-se em premiações importantes da música.”
__ Tiago Salgado,tecladista da banda 4Instrumental. “A 4instrumental surgiu em 2008, já ligada ao coletivo Fórceps. Após três anos trabalhando como banda/ coletivo começamos uma articulação com a Argentina, o que resultou na gravação do nosso primeiro disco em Buenos Aires. Isso só foi possível pelo nosso envolvimento direto com a rede. Essa tour foi articulada durante a imersão do Fora do Eixo Minas, pela banda e vários agentes do circuito.” __Ney Hugo,baixista do Macaco Bong. “Esse novo modelo de trabalho está criando um novo mercado, onde o que pauta não é mais o acúmulo de recursos, mas sim a sua circulação numa cadeia produtiva em que todos ganham. Passados 10 anos da virada de mesa, o rumo é a consolidação dessa nova cadeia, integrada em uma grande rede de redes. “
Martin Santoro
Divulgação
__ Heluana Quintas,vocalista da banda Mini Box Lunar e integrante do Coletivo Palafita (AP). “O Mini Box Lunar é um exemplo de banda que deu abertura para ter uma gestão compartilhada de fato. Circulamos, só em 2010, em quase 30 cidades.Temos não somente um produtor, mas vários em todo o país. Se hoje há um hype em torno do nome Mini Box Lunar, é porque a banda reflete bem o termo Gestão Compartilhada e Gestão de Carreira desenvolvida por uma rede.”
playtechbrasil
o instrumento dos seus sonhos está a um clique de você a melhor loja de instrumentos musicais está na internet, tornando a compra de instrumentos muito mais simples e segura. experimente.
www.playtech.com.br Visite nossa lojas: são Paulo : santa ifigênia - teodoro sampaio • CamPinas • RibeiRão PReto
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_Por Daniela Arrais donttouchmymoleskine.com Daniela Arrais, já pensando em esconder a idade, é jornalista. Nasceu em Recife, mas mora em São Paulo há quase cinco anos. Começou o Dont Touch há uns quatro e, de repente, viu que falava de amor quase o tempo todo, numa tentativa eterna de entender a montanha-russa do coração.
BLOGS __ma chérie, do hidrocor l Marcelo e Fernanda se apaixonaram, casaram, escolheram uns bonequinhos muito graciosos para colocar em cima do bolo e, depois de um ano e meio, foram passar a lua de mel em Paris. O resultado é o clipe de “Ma chérie”, que é uma fofura só! Marcelo, o Perdido, explica: “A idéia foi da Fernanda e tem um toque de Gnomo da Amelie Polain. Essa foi a sua primeira aventura audiovisual como diretora, mérito que acabou dividindo comigo, já que captei e editei o vídeo. E, claro, fiz a música que embala tudo”. A música faz parte do disco Edifício Bambi, que tem lançamento previsto para o fim do ano e marca a estréia da banda Hidrocor.
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_Por Christina Fuscaldo
PUBLIEDITORIAL
A NOVA GERAÇÃO DA MÚSICA BRASILEIRA ESTÁ AQUI! Uma rede social para que músicos, produtores e fãs possam de fato se conectar, trocar experiências, divulgar agenda, descobertas e promover encontros. De som. Pessoas. Lugares. A cada edição da coluna, aqui nas páginas da Noize, os QUATRO artistas que estão se destacando no circuito dA música independente.
/cascadura
CASCADURA Country e hard rock Para quem gosta de Pearl Jam Influenciada pelo country, punk e hard rock, a Cascadura tem quase 20 anos de carreira e muita experiência na cena independente baiana. Em breve, alça à fama seu quinto disco, Aleluia, de Fábio Cascadura (voz e guitarra) e Thiago Trad (bateria). O anterior, Bogary, saiu encartado na OutraCoisa, falecida revista dirigida por Lobão. A banda já contou com o guitarrista Martin Mendonça, o baixista Silvano Joe e o baterista Duda Machado, que tocam com Pitty.
Paris Rock Rock com brega Para quem gosta de Móveis Coloniais de Acaju Apesar do nome, a Paris Rock foi formada em Belém do Pará. Lá, a história de Yuri (guitarra), Neto (guitarra), Mauricio Maumau (voz), Renan Vaca (baixo) e Netto 2T (bateria) rende frutos musicais e gargalhadas. No Grito Rock Amapá, foram obrigados a subir no palco depois de uma banda de trash metal e temeram uma chuva de tomates, mas o brega salvou o grupo. Durante a versão rock de “Amor Amor”, de Carlos Magno, os metaleiros fizeram uma roda punk e cantaram junto com a banda.
/doutorjupter
/parisrock
Doutor Jupter Rock com folk Para quem gosta de Elvis Presley em início de carreira ou Strokes A Doutor Jupter foi formada em 1998, em Ribeirão Preto (SP), e hoje está radicada na capital paulista. Massonetto (voz, composições, violão, banjo e gaita), Marcio Gonzales (guitarra, banjo e violão), Dudu Massonetto (baixo e vocal) e Mateus Briccio (bateria) já lançaram um EP produzido pelo ex- Ira! Edgard Scandurra e, em 2010, venceram o concurso Vem Pro Novo, que rendeu a gravação do álbum de estreia, lançado este ano.
Trepax Punk com eletrônica Para quem gosta de Empire of the Sun Em Vitória (ES), uma banda faz a diferença com seu som psicodélico que mistura punk rock com eletrônica e letras em inglês:Trepax. O nome vem das HQs de Guido Crepax e tem Leandro Henrique (voz e synths), Breno Vazzoler (synths, guitarra e baixo) e João Bonna (bateria) na formação. Paralelamente, Leandro grava músicas “mais calmas”, com letras em português, para um novo disco, enquanto Breno faz trilhas sonoras e João atua em seu núcleo de criação voltado para a publicidade.
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/TREPAX
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__TEXTO cristiane lisboa, marilia pozzobom e tomas bello 038\\
1991.
O ANO QUE AINDA Nテグ TERMINOU
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A Guerra do Golfo engole os Estados Unidos. A internet, até então uma aliada norte-americana, chega ao mundo inteiro. Jovens ensebados descobrem as magias do amor ao som de “More than Words” em reuniões dançantes. Veículos de comunicação anunciam a “Febre do Videogame” – que, hoje sabemos, causa espinhas e indisposição ao ato sexual que não o solitário. Sua mãe assistia Vamp na Globo. Sua irmã mais velha, Carrossel no SBT - novela teen que esse ano teve sua sede alagada em uma enchente que acometeu São Paulo. Collor congelou as poupanças – tem gente que nem lembra, embora nunca tenha recebido de volta uma boa grana – e teve seu mandato impugnado. A MTV explodia, e os fãs de música passavam horas na frente da televisão para assistir ao seu clipe preferido. Hoje, é para isso que serve o YouTube. Quem também morreu foram as mixtapes, junto com a TV e as fitas K7, que agora é sigla na internet para outra coisa. Mas 1991, além de ser o ano em que a maioria dos nossos leitores nascia, usava fraldas ou dava seus primeiros passos, é o ano em que o mundo mudou. E que talvez tenha salvo uma geração inteira. Ali, grandes nomes da música como Primal Scream, Nirvana e Metallica lançavam seus discos mais famosos e influentes. Kurt Cobain fez o grunge virar pop com o seminal Nevermind, Bobby Gillespie levou o Primal Scream a criar o embrião do britpop com a psicodelia indie-electro de Screamadelica, enquanto o Metallica redefinia o heavy metal com o seu disco homônimo, o popular Black Album, que estreou já no primeiro lugar da Billboard, a parada dos álbuns mais vendidos nos Estados Unidos. Por outro lado, perdemos Freddie Mercury e Miles Davis. “Smells Like Teen Spirit” virou o hino da chamada Geração X, a livrando da fantasia farofa de grupos como Mötley Crüe e Twisted Sister e do tédio sonoro
trazido pelo pop melado de gente como Paula Abdul e Brian Adams. Já diria Dave Grohl, “antes da gente, o top 10 da MTV era Whitney Houston”. Sábio. No fim da década de oitenta, o jornalista Zuenir Ventura profetizou que 1968 ainda não havia acabado graças às consequências que aquele ano teve na realidade contemporânea. Guardadas as devidas proporções, nós, da música, continuamos a viver 1991. Ou você consegue citar alguma banda nova que não beba da fonte que jorra deste ano? Seja um disco, uma música, uma referência, é impossível fazer canção agora sem olhar para lá. Por isso, aceitamos o desafio de listar tudo aquilo que nos influencia e veio dele. Vinte anos mais tarde, muito do que se viu em 1991 ficou. Ainda usamos camisas de flanela. Ainda veneramos Kurt Cobain. De uma maneira ou outra, continuamos vivendo esse 1991.
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O SOM
1991 não foi apenas o ano do grunge. Foi o ano do shoegaze, do britpop, do indie. Alguns já vinham da década anterior, outros ainda aguardavam seus dias de glória. O som de 91 foi de grandes álbuns, obras que nasceram para definir estilos.
[+1] Há também quem diga que o estilo ganhou nome graças à quantidade de efeitos de pedal, que forçava os músicos a olharem para baixo. [+2] Essa subcultura nasceu em turmas de garotos adolescentes cujas famílias eram ligadas ao comércio de tecidos em Londres. Os primeiros mods eram garotos classe média, obcecados pelas tendências da moda e estilos musicais, como ternos italianos bem justos, jazz moderno e rhythm and blues.
O shoegaze ganhou o apelido por conta de um costume frequente entre os músicos: o de ficar completamente parado no palco, olhando para o chão enquanto tocavam. Shoe = sapato. Gaze = olhar, encarar. Logo, shoegaze. Mas o estilo era, na verdade, puramente sonoro. A música era barulhenta, em alto volume, com uma parede de distorção e feedback que deixava os vocais e as melodias perdidas entre as guitarras+1. O shoegaze já vinha da década de 80, mas foi quando o My Bloody Valentine lançou Loveless, em 1991, que a bandeira do estilo ficou cravada para a eternidade. Era a obra prima do grupo irlandês. E outras bandas como the Cocteau Twins, Dinosaur Jr. e the Jesus & Mary Chain seguiram dali. Músicas comandadas pelas seis cordas da guitarra, de refrães pegajosos, de ar pop e que cantavam a vida da juventude britânica. Uma tradição iniciada pelos Beatles, mas reinventada como nunca pelo britpop. Muitos dizem que o estilo realmente nasceu em 1993, quando o Suede lançou seu disco de estreia.
Foi dois anos antes, porém, que Blur e Primal Scream surgiram com albuns fundamentais para a música que dominaria a Grã Bretanha nos 90’s: Leisure e Screamadelica. A música era pop, bebia nos Beatles mas também no mod+2 do The Who e do The Small Faces. Assim como trazia o glam de David Bowie e T. Rex e o punk do The Jam e The Buzzcocks. O contraponto a sujeira e introspecção do grunge de Seattle. A trilha sonora perfeita para toda uma nova geração de jovens britânicos. Nomes como Sonic Youth e Pixies estão entre os papas do indie rock. Indie = independente. Ou seja, era como bandas que carregavam a atitude “faça você mesmo” eram chamadas na década de 80. Lançavam seus discos por selos pequenos, as produções tinham baixíssimo orçamento. Em sua origem, os grupos indie nasceram para experimentar - sons, letras, emoções -, existiam para viver à margem do sucesso. Tudo o que não queriam. Em 1991, quando o Nirvana chegou ao topo das paradas com Nevermind, a coisa mudou de figura. Bandas como Yo La Tengo, Meat Puppets e Dinosaur Jr passaram a ser ouvidas. O indie saiu do underground, deixou de ser apenas uma pequena seção em uma loja de discos. Hoje, pouco resta do indie pré Nirvana.
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/ My Bloody Valentine
/ Primal Scream
/ Sonic Youth
/ Dinosaur Jr.
/ Blur
/ Pixies
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A MODA
[+3] bit.ly/tinaprivate [+4] Dizem por aí que Cindy Crawford pesa 59kg, distríbuídos em seu 1m78cm. Já Kate Moss pesa 48kg e mede 1m72cm [+5] Não é à toa que o nome alternativo para o grunge é “Seattle Sound” (ou “Som de Seattle”).
Se a lembrança era uma década de oitenta extremamente chamativa, cheia de brilhos e paetês+3, os anos noventa tomavam o caminho contrário. Calça jeans largas, cueca aparecendo, camisas de flanela abertas sob camisetas de banda, cabelo sujo, tênis e skate no pé. Na entrada dos 90’s, o mundo se rendia a estética grunge. Alexander McQueen, John Galliano, Jean-Paul Gaultier e Marc Jacobs levaram para as passarelas roupas inspiradas pela moda das ruas. Em 1993, o estilo grunge de se vestir aparece na coleção primavera/ verão de Marc Jacobs para a Perry Ellis. Foi quando o grunge virou fashion pela primeira vez. As modelos eram curvilíneas+4. Cindy Crawford, que em 1991 casava com Richard Gere, e Helena Christensen são dois exemplos disso. Mas foi também nessa época que começaram a aparecer as
“anti-modelos”. E Kate Moss era sua melhor representação: relativamente baixa, pele pálida, olheiras e uma magreza esquálida. As “anti-modelos” marcam a imagem da Geração X. Nas telonas, quem melhor respresentou a tal “Geração Perdida” foi o cineasta Cameron Crowe, com Vida de Solteiro. Lançado em 1992, o filme conta a história de um grupo de jovens em seus vinte e poucos anos que moram em Seattle+5.Vivem entre camisas de flanela, dias chuvosos e shows de rock. Cliff Poncier, personagem de Matt Dillon, é quase uma sátira de Eddie Vedder – líder de uma banda, tem como principal sucesso “Touch Me I’m Dick”, inspirada no hit real “Touch Me I’m Sick”, do Mudhoney, uma das principais bandas do cenário grunge. Já os músicos do Pearl Jam formam a banda fictícia de Cliff. Não à toa, Crowe lançou em 2011 Pearl Jam Twenty, doc que conta a história da banda.
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Divulgação
/ Kate Moss
/ Pearl Jam
Reprodução
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/ Nirvana
/ Singles / Vida de Solteiro
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UMA TAL DE MTV
[+6] A MTV nasceu em Nova York, em 1981. [+7] Um site classifica a expressão assim: “É aquilo em que chegamos hoje, uma geração de jovens seguidores de modas vazias”. Pesado. [+8] A expressão abrasileirada do canal foi imortalizada no VMB 2004, quando o microfone de Caetano deu pau durante a apresentação: “Olha, pessoal da emetevê, vergonha na cara! Vamos começar de novo e bota essa porra pra funcionar direito”. [+9] O clipe da música ganhou 6 prêmios no VMA de 1991, incluindo Vídeo do Ano e Melhor Direção. [+10] Em 2006, o vídeo ganhou o YouTube Award de Vídeo Mais Criativo. Em 2007, o Grammy de Melhor Vídeo Musical.
Foi na década de 90 que os videoclipes conquistaram o seu lugar definitivo como veículo de comunicação de massa dedicado aos adolescentes. Ali, a juventude passou a ser bombardeada com imagens, mensagens, criando um imaginário típico da época. Pense em 1991 e é bem provável que você pense em MTV+6. A Music Television foi o primeiro canal de televisão criado para tocar música, com o propósito de reproduzir videoclipes – lembre-se, ainda não existia internet. Assim, através daquela caixa preta era possível ver o que o seu ídolo vestia, como ele soava ao vivo e a cores. Não à toa, quem foi adolescente na década de noventa é chamado de cria da “Geração MTV”+7. Há quem diga que o canal massificou (leia-se imbecilizou) os jovens. Há quem diga que era exatamente o que eles precisavam. Seja qual for a sua opinião, é importante lembrar que a cultura do videoclipe, consequência da “emetevê”+8, mudou a indústria musical. Ou você nunca parou para prestar atenção em uma banda depois de ver um clipe legal? “Smells Like
Teen Spirit”, do Nirvana, e “Losing My Religion”+9, do R.E.M., foram exemplos dessa força vídeoclíptica em 1991. Nos anos 2000, o vídeo de “Here It Goes Again+10” (aquele das esteiras), do Ok Go, foi parar até em emails do tipo corrente que pais e mães repassam adoidados. E Lady Gaga, bem, criou sua estrela em cima dos clipes, com verdadeiros curta-metragens. Resumindo: seja boa ou ruim, a atenção que a música gera através da imagem com certeza tem uma interferência direta nas vendas. Afinal, não é todo mundo que leva em consideração a qualidade sonora ali presente. Ao final da conversa, sempre vai aparecer alguém para dizer que tudo isso é capitalista demais, que o “Video Killed the Radio Star”, que ele tira o foco da arte principal – a música. Mas, é bom lembrar, o music business ainda é uma indústria. É de quebrar a cabeça, não?
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TAMBÉM EM 1991... Madonna lança o filme Na Cama com Madonna, mostrando os bastidores da Blond Ambition Tour O Maracanã recebe a segunda edição do Rock in Rio. 700 mil pessoas em 9 dias, para assistir gente do calibre de Guns N’ Roses, Faith No More, New Kids On The Block, George Michael, Serguei e Alceu Valença Pouco mais de 20 mil jovens se reúnem em Phoenix, Arizona, para um festival novo - um tal de Lollapalooza, que precisava de 30 minutos entre um show e outro para ajustar o palco O duo inglês Massive Attack lança Blue Lines, seu álbum de estreia, considerado o primeiro disco de trip hop Prince e Michael Jackson passam a usar batidas eletrônicas Bryan Adams, Lenny Kravitz, Zezé di Camargo & Luciano e Marina Lima estão entre os mais tocados no Brasil A MTV Brasil lança seu primeiro Acústico MTV, formato nacional para o MTV Unplugged. O primeiro artista foi o Barão Vermelho Morre, aos 81 anos de idade, Leo Fender, considerado o inventor da guitarra As únicas maneiras de conhecer e compartilhar música eram: ouvir rádio, assistir MTV, Fantástico ou criar mixtapes em fitas K7. Percebeu?
www.edutattoo.com.br
__ENTREVISTA rafael carvalho e tomas bello
__TEXTO TOMÁS BELLO
__FOTOS rafael kent 050\\
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THE KILLS CONTRA O MUNDO
Após onze anos e quatro discos, Alison Mosshart e Jamie Hince continuam fazendo tudo do seu jeito.
[+1] Keep on Your Mean Side (2003), No Wow (2005), Midnight Boom (2008) e Blood Pressures (2011). [+2] No dia 1o de julho deste ano, James e Kate trocaram alianças em Cotswolds, na Inglaterra. Entre os convidados estavam a modelo Naomi Campbell, o ator Jude Law e a estilista Vivienne Westwood.
Era a virada dos 90’s para os anos 2000. Um inglês chamado Jamie Hince tocava guitarra em um quarto de hotel, em Londres. De um apartamento no andar de cima, Alison Mosshart ouvia os acordes. Gostou. Desceu as escadas e, em questão de minutos, estava batendo à porta daquele sujeito barulhento. Ele era integrante de uma banda de rock chamada Scarfo, ela vocalista do grupo punk norte-americano Discount. Alguns meses se passaram, as bandas deixaram de existir e Alison e Hince passaram a compartilhar ideias. Trocavam fitas repletas de músicas através do correio, como que ignorando o oceano entre eles. Cansados da distância, entraram em um acordo: Alison, você vem morar na Inglaterra, okay? Nascia ali, meio sem querer, talvez culpa do péssimo isolamento acústico de um hotel londrino, o The Kills. Desde aquele encontro marcado por acordes de guitarra já se passou onze anos. Nesse período, o duo lançou quatro discos+1, Jamie juntou os trapos+2 com a uber model Kate Moss, Alison se juntou a Jack White para formar o The Dead Weather e, mesmo em meio a ocupações paralelas, o Kills se tornou um dos nomes mais cultuados do sempre exigente universo indie.
Não faz muito, a dupla esteve pelo Brasil. Trouxe na mala a tour de Blood Pressures, o elogiado novo álbum. Uma primeira apresentação anunciada em São Paulo teve os seus ingressos esgotados em questão de horas. Obrigou a banda a agendar uma data extra no Beco 203. Tamanha adoração ainda surpreende Jamie Hince. “Eu sempre fico pasmo com isso, absolutamente pasmo. Já pensei muito sobre o assunto, mas é difícil saber com certeza o motivo de termos uma base de fãs tão grande e fiel.” Alison diz que os fãs são ótimos. “Acho que eles são muito ligados em artes. É uma garotada que tá fazendo suas coisas, fazendo sua música, suas fotos, trabalhando com ilustrações. Costumamos conversar com eles depois dos shows e eles sempre têm coisas incríveis pra nos mostrar. E acho que é por isso que eles se identificam tanto com a gente, por uma série de valores artísticos que também carregamos.” Hince vai mais longe, busca em sua adolescência uma possível explicação para o fato de a banda ter construído uma espécie de culto ao seu redor já nos primeiros anos de vida. Lembra de quando era também um fã e amava bandas que pareciam perten-
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cer a ele. “O tipo de banda que apenas eu conhecia, sabe?” Para ele, o fato de o Kills nunca ter cruzado para o mainstream faz as pessoas terem essa mesma sensação, de que “pertencemos a eles”. “A nossa ambição sempre foi essa, de permanecer do lado de fora do mainstream. Nós nunca vamos deixar de fazer as coisas da nossa maneira para atingir o conceito que queremos. E acho que as pessoas talvez se relacionem com isso. Agora, no final do dia, eu realmente espero que as pessoas se empolgem mesmo é com o que fazemos. É assim que a gente adoraria conquistar o respeito de todos.” O desejo da dupla há anos parece ter se tornado realidade. Não só o The Kills tem o respeito dos fãs, como de grande parte da crítica especializada. Já em 2003, ao lançar o seu álbum de estreia, elogios imediatamente pipocavam por todos os cantos. Para a Rolling Stone norte-americana, por exemplo, Keep on Your Mean Side era um “arrasa quarteirão de blues pós-moderno”. O disco havia sido gravado no Toe Rag Studios, em Londres, local famoso por ainda manter o formato analógico de registro de áudio - o popular “rolo” – e ter sido utilizado por outra famosa de dupla blues-garageira: os White Stripes +3. As comparações foram inevitáveis. O que nunca agradou o guitarrista. “Quando começamos o The Kills, nós queríamos soar e ser como as bandas que amávamos. Como o Fugazi+4, por exemplo. Eles não eram parte de uma cena. E nós nunca quisemos nos colocar em uma cena, ser isso ou aquilo. Nós estamos apenas tentando fazer álbuns que a gente quer fazer, música que a gente quer fazer.” Mesmo ser uma dupla nunca foi exatamente uma opção, afirma ele. Foi necessidade. “Queríamos ter um baixista, um baterista, mas não encontramos ninguém. E porque não tínhamos um baterista, era eu quem tocava bateria lá no início. Costumava construir todos esses loops. Sabe, quando começamos, eu estava completamente apaixonado pela PJ Harvey. Costumava ouvir a PJ, a maneira com que ela se movia do punk
ao blues e então a eletrônica. E eu amava aquilo. É algo que eu sempre quis fazer. Nunca quis fazer apenas isso ou aquilo, mas sempre tentar soar como tudo o que eu amo ao mesmo tempo.” Este ano, o The Kills colocou nas prateleiras o seu quarto álbum. As comparações simplistas com o White Stripes já estão bem mais distantes, apesar de Alison dedicar boa parte de seu tempo ao projeto que mantém com Jack White. Foi por passar 2010 inteiro na estrada com o Dead Weather que a vocalista fez do disco um processo demorado. Blood Pressures levou três anos para ficar pronto. Para alguns críticos, justamente o motivo de ele ser o melhor lançamento do duo até hoje. É o caso de Simon Harper, da revista The Clash: “As aventuras de Hince pelo som dão ao álbum uma melhor produção, enquanto o período de Mosshart com o Dead Weather deu a ela mais confiança e talento para suas letras sempre provocadoras”. A dupla celebra a boa recepção de Blood Pressures. Diz que desde o início da carreira sempre trabalhou com liberdade, acreditando na música que faz. “Seja ela muito comercial ou muito indie”, comentam, aparentando não dar importância para possíveis rótulos. Alison, vê o álbum à caminho das listas de melhores lançamentos da temporada como uma conquista. “É incrível. Estamos muito felizes com esse álbum. Lutamos por uma liberdade para ser o que somos musicalmente e acho que talvez tenhamos [+3] Depois de alcançado isso. Somos muito orgulhosos do nosso cerca de 14 anos de estrada e oito discos trabalho, da nossa música e de nosso novo disco. E na bagagem, o White Stripes anunciou o é ótimo que as pessoas tenham gostado também, seu fim no dia 2 de porque trabalhamos muito duro nele.” fevereiro de 2011. Em Blood Pressures, as letras provocadoras já [+4] É uma banda tão familiares para quem acompanha a banda parecem norte-americana formada em 1987 realmente dar um mergulho mais fundo na tríade e conhecida por seu ideal DIY (Do amor, sexo e relacionamentos. Mesmo assim, Jamie It Yourself). Nome fundamental na música nega que seja um álbum conceitual. punk e emo. Está em “Não é algo que planejamos ou definimos hiato desde 2002.
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[+5] Durante o casamento, revistas gringas juram que Alison, a “padrinha” de Hince, deu um discurso paternalista que constrangeou os convidados e levou o irmão de Kate a tirar o microfone da tomada
como um conceito. O que acontece é que, quando um álbum chega as lojas, nós saímos em turnê. E talvez quando você passa muito tempo em turnê você não tira muita inspiração das coisas que faz. Porque você faz basicamente as mesmas coisas todos os dias – têm as entrevistas, a passagem de som, os shows. Ou seja, você tende a escrever músicas sobre o que você sente, sobre o que se passa dentro de você. O nosso primeiro álbum, por exemplo, tinha letras sobre todos esses personagens e sobre todas essas coisas que estávamos fazendo. Mas naquela época a gente não fazia tanta turnê. Quando você está na estrada, você não parece ver nada de especial, então você olha para o seu coração. E ali você encontra relacionamentos, sexo, sangue... É daí que vem o nome do disco.” Embora pareça definir as doze canções em apenas duas palavras - Blood Pressures - , o guitarrista bate o pé. Afirma que essa é uma tarefa impossível. “Esse é o tipo de coisa que jornalistas sempre querem que o artista faça: definir algo que eles tenham feito em uma frase ou palavra. Mas você simplesmente não pode fazer isso.Você não pode pegar algo que passou tanto tempo fazendo, algo que é uma construção, e simplificá-lo em apenas uma frase. A coisa toda é uma luta de duas pessoas tentando soar como uma orquestra, considerando que é apenas a Alisson e eu, que não temos nem baterista ou outros músicos. Mesmo que soe como mais que isso. Então é uma luta para ver o que nós dois conseguimos tirar de um disco. É a luta de duas pessoas contra o mundo.” O que, segundo Jamie, não quer dizer que eles estejam disparando tiros em direção ao inimigo. “Literalmente, não estamos matando ninguém. The Kills é como se alguma coisa estivesse sendo morta. É como se você fosse para algum lugar e atirasse em qualquer coisa. Em 3 coisas.Você teria 3 mortes. Mas, acima de tudo, acho que é apenas um bom nome para uma banda que poderia estar presente em qualquer era da música. Poderia estar nos anos 50 em uma banda de rock ou nos anos 60 em uma banda hippie. Ou mesmo hoje em dia em uma banda de música eletrônica. Desde o início, a ideia era eleger um nome que não nos deixasse presos.”
Liberdade realmente soa como a tônica na carreira de Alison e Jamie. Quando analisam a relação com os fãs, creditam a ela boa parte da intensa identificação entre eles. Ao descrever os álbuns, letras, canções e escolhas, a palavra também surge com ponto de partida. Está sempre lá. Não poderia ser diferente no processo de composição que move os experimentos da dupla. “Seria o máximo encontrar uma senhora com uma fórmula para escrever música. Porque não existe uma”, avalia Hince. “Claro que, com o passar dos anos, desenvolvemos esse tipo de processo que tende a evoluir. Mesmo assim, ainda não é algo que possa ser levado como regra. Eu tenho o meu quartinho, a Alisson tem o dela também sempre pronto e assim passamos muito tempo fazendo jams. Eu vou lá e faço as minhas coisas, ela vai no seu espaço e faz as suas coisas.Vamos por horas e horas. Até que entramos juntos na mesma sala de estúdio e partimos para essas jams gigantescas.” Até mesmo de influências externas o duo prefere se ver livre, confessa o guitarrista. “Isso é bem interessante, na verdade. Quando estamos em estúdio não ouvimos mesmo outras bandas. Não temos influências de outras pessoas. A Alison geralmente vem com um monte de ideias, a maioria delas inacabadas. E é dali que eu venho na maioria das vezes. Porque eu sempre tenho essa visão do que quero fazer, mas não consigo sempre chegar lá por conta própria. Agora, é engraçado isso, a gente realmente nunca ouve outras coisas para buscar inspiração.” Poucos meses depois de ter finalizado as gravações de Blood Pressures, Jamie subiu ao altar para trocar alianças com a top Kate Moss+5. Ele não gosta de tocar no assunto. Alison, muito menos. No entanto, ambos concordam que o Kills mantém uma relação estreita com o mundo da moda. “Começamos por ali”, lembra a vocalista. “Eu sempre lembro de 2004, com o nosso primeiro álbum. Ninguém queria escrever sobre a gente, mas várias revistas de moda, revistas cult, revistas indie, todos eles adoravam o álbum. E de repente estávamos tocando em festas para algumas
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“Nós nunca quisemos nos colocar em uma cena, ser isso ou aquilo. Nós estamos apenas tentando fazer álbuns que a gente quer fazer, música que a gente quer fazer.” Jamie Hince grifes, sabe? As pessoas apareciam lá para ver a gente. De qualquer maneira, não penso que a moda é parte da nossa música. Não é para onde projetamos a nossa carreira. É como se fosse uma amizade.” Se não serve de guia na hora de conduzir os movimentos da banda, Alison insinua que é, pelo menos, uma boa saída para sobreviver ao ainda mutante e tempestuoso cenário musical dos anos 00. “É um momento muito delicado na música. A indústria mudou muito. Grandes gravadoras elegem cada vez menos artistas para trabalhar, então tudo o que você faz pra manter a banda passa a ser um problema exclusivo da banda e não mais do selo. Assim, temos que encontrar o nosso meio de ganhar dinheiro para criar coisas que são melhores e vão além.” Jamie vai pelo mesmo caminho, diz que quando eles falam em tocar para grandes grifes, falam também em fazer negócio. “Não podemos ser cínicos.Viver de música é uma tarefa difícil. Gravar um clipe pode custar 3 mil dólares”, acrescenta. “As pessoas querem nos ver na América do Sul e querem um vídeo lindo sobre a viagem. E isso não se paga. Fazer discos não dá dinheiro. E coisas como tocar em festas de grandes grifes nos ajudam a sobreviver, sabe? Eu não tenho problemas com isso.” Segundo Alison, o verdadeiro fundamento que direciona o trabalho da banda é a estética. O que pode dar a impressão errada ao observar o The Kills a alguns quilômetros de distância. “O estilo é uma grande parte da banda. É sim
parte da nossa música. Nós realmente nos importamos com a cara do Kills, com a arte do álbum, com as fotografias, com a maneira com que vamos nos apresentar para o mundo. São vários aspectos que fazem parte de um estilo, não da moda necessariamente.” Acima de tudo, de qualquer rótulo, definição ou prateleira na qual tentem encaixar Alison Mosshart e Jamie Hince, a música transparece como a mais pura razão de eles fazerem o que fazem. É claro que o universo The Kills gira em torno de outras paixões, seja ela moda, fotografia, arte ou Kate Moss. No entanto, em todas elas a música está como o centro de convergência de todas as forças. É a partir dela que está traçado o passado, presente e o futuro da banda. Embora Jamie admita que o horizonte perfeito seria aquele em que a música brilhasse lado a lado com outras formas de arte. E de preferência com mais algumas pessoas para dar uma mãozinha aos dois. “Eu nunca quis estar em uma banda por um motivo específico que não fazer música. Nunca quis ter um manifesto. O que nós queremos mesmo é continuar fazendo o que fazemos: música. E fazer tudo do nosso jeito. Mas eu gostaria de expandir, explorar mais, partir para novas ideias, encontrar o tempo para que a gente possa tocar com mais pessoas. Eu sonho em construir uma cena, englobando não apenas música, mas ultrapassando isso. Ter músicos mas também cineastas, artistas, fotógrafos, sabe? Criar todo um movimento, uma verdadeira cena artística.”
__ENTREVISTA CRISTIANE LISBÔA
__TEXTO CRISTIANE LISBÔA E MARÍLIA POZZOBOM
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FRED 04 / MUNDO LIVRE S.A. //059
“O mundo insiste em se repetir de maneira tediosa” Com vinte e poucos anos, Fred Zero Quatro escreveu os fundamentos do que viria a ser o Mangue Beat. Em 1992, escreveu “Caranguejos com Cérebro”, o primeiro manifesto do Mangue. O movimento deu a Recife o título de centro musical do país , referência que a cidade carrega até hoje.
Fred foi amigo de Chico Science e trabalhou com Jorge Du Peixe. De ambos, foi parceiro no som. Junto com a sua banda, o Mundo Livre S/A, coleciona cinco discos – o sexto, As Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa, levou três estrelas na página 70 desta mesma edição da Noize. Chega às lojas em meados deste mês. Acompanhado de um cavaquinho, que envolve com graça a guitarra pesada, Zero Quatro faz um som impossível de ser definido em uma palavra. E faz do Mundo Livre um road movie musicado que expõe as veias do Brasil. Com sotaque carregado, sim. Mas bem mais que isso. Em uma tarde mais pra quente que pra fria encontramos com Fred em um bar cheio de santos católicos e cachaça. Cansaço, família, indústria, o esquema e música, claro. Ele falou. O hype é rápido demais Todo mundo quer se parecer com todo mundo, é uma coisa.... não sei. A velocidade com que o hype celebra e descarta e como isso é reproduzido pelos consumidores dessa geração mais nova... Hoje, tenho certeza que alguma música dessa aí [do novo CD] vai frequentar durante alguns segundos o iPod de alguém porque uma rede social compartilhou e nego vai ouvir uma vez e vai descartar, saca? O que eu
acho perverso. E lógico que a indústria tem seus lados perversos também, mas o que acho perverso na cadeia musical de hoje é a dificuldade pra um artista novo fidelizar o público. Porque se hoje um iPod tem 8 giga, mês que vem tem 16 e ele não vai comprar um negócio de 16 gigas pra não ocupar. Então ele baixa 2000 músicas por semana. Como é que ele vai virar fã de alguém? Acho muito complicado isso aí. A indústria nunca foi santa. E dai? Por mais que ela tivesse práticas perversas, predatórias, excludentes em muitos aspectos - não tinha nenhum santinho ali –, era um caminho. Pra uma cidade como Recife, longe de tudo e que não tem uma economia forte, com artistas que as rádios boicotam, a indústria tinha um papel fundamental na cadeia da história. Porque uma cadeia produtiva - qualquer técnico do Sebrae vai te dizer isso –, de qualquer tipo de produto, setor econômico, precisa de interdependência. Elos. Cada elo dependendo do outro. Aí você, por exemplo, tira a gravadora e acha que com isso não vai afetar em nada. Mas, de certa forma, você acabou tirando o mais forte, o que mais injetava recurso. E agora? Quando a gente começou, velho, era só avisar que tinha trabalho pronto e vinha
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“Então ele baixa 2000 músicas por semana. Como é que ele vai virar fã de alguém?”
gente querendo bancar, levar pra festival, trabalhar aquilo. Claro que não era de graça. Tinha um preço. E aí era uma coisa de aceitar ou não. Dava pra dizer não, dava pra negociar. E não tô defendendo a indústria, não me entenda mal. Tô dizendo que a cadeia produtiva da música perdeu um elo e precisa achar um jeito de consertar.
[+1] Cordel do Fogo Encantado foi um grupo pernambucano que ficou na ativa de 1999 a 2010. [+2] A Associação Brasileira de Festivais Independentes foi criada em 2005 e reúne 32 eventos do gênero. [+3] “Ela é meu treino de futebol /Ela é meu domingão de sol / Ela é meu esquema...” [+4] Por Pouco é o quarto álbum do Mundo Livre, lançado em 2000 pela Abril Music
O caminho é adaptável Eu nunca viajei com oito guitarras como o Herbert Vianna viajava. A gente viajava e era uma estrutura pequena, entendeu? Mesmo quando a gente foi tocar no Lincoln Center em NY, foi sem roadie. Hoje em dia, tem muita banda que não topa uma turnê pela Europa, porque pra manter não sei quantos técnicos, não sei quantos roadies, você tem que ter show toda noite. Pra manter day off dessa galera toda, não compensa. E a gente não, a gente viaja numa estrutura bem... sempre foi assim. A gente tem uma banda de estrada, que se adapta a essa galera dos coletivos, das casas. Mas a gente chegou a frequentar um pouco a margem da indústria, no sentido de que teve clipe do Mundo Livre no primeiro lugar na MTV. Então assim, a gente teve essa visibilidade que a indústria proporcionou - mesmo de forma marginal -, mas se adapta a esse contexto de estrada de hoje. Acho que tem muita banda que tá com dificuldade de se manter no padrão que tinha na época da indústria porque não consegue. E Recife, como é que tá? Não sei o que dizer, velho. Sinceramente. Eu tenho
dois filhos hoje, viajo muito. Não tenho como estar lá nas bocadas descobrindo as coisas. Tem gente que você diria que cinco anos atrás era uma aposta e hoje a banda não existe mais. O Cordel+1 acabou. Lirinha tá em carreira solo, lançou [disco] pra download. Alguém sabe o nome de alguma música do disco novo de Lirinha? Eu mesmo não sei. As coisas se perdem na nuvem da internet. Então se você não tá bancando uma grana com assessoria de imprensa, que é caro, pra plantar uma coisinha aqui, outra ali. É o elo que tá faltando. Que é o que? A indústria. $$$ Agora, nego da diretoria do Fora Do Eixo e da Abrafin+2 tá até defendendo que não tenha mais nem cachê nos shows deles. A banda tem que ir lá pela divulgação. E olha que a Fora Do Eixo é bancada pelo Ministério da Cultura, Petrobrás e pá pá pá. Tem apoios internos e tal. E quer cobrar bilheteria e o músico não ganhar cachê. O meu esquema Voce vê [nos shows] muito moleque que tá descobrindo [a banda] por conta de redes sociais. Só “Meu Esquema” acho que tem uns 30 clipes genéricos. E é engraçado, porque “Meu Esquema”+3 não tem clipe oficial. A música que a Abril (Music) apostou na época [do lançamento de Por Pouco+4] foi “Melô das Musas”, mas por conta de um programa da MTV ela acabou sendo mais tocada. Mas não teve clipe porque não tinha mais orçamento pra clipe. Aí, na internet, tem um monte desses álbuns que nego faz
FRED 04 / MUNDO LIVRE S.A. //061
“E não tô defendendo a indústria, não me entenda mal. Tô dizendo que a cadeia produtiva da música perdeu um elo e precisa achar um jeito de consertar.” pra namorada, pra filha, não sei o que. Aí assim, é uma galera que hoje é quem sustenta, é o público da gente que vai nos shows. Tem música desse disco novo, “Ela é Indie”, que já tá com clipe genérico no YouTube. Jabá tem. Mas acabou. O Mundo Livre é um dos mais favorecidos pela morte do jabá. Então músicas como “Melô das Musas”, “Bolo de Ameixa” e outras que na época tocavam na MTV ficavam ali, rádio não tocava. Porque as rádios eram praticamente controle rígido e ferrenho das verbas de jabá das gravadoras, não sobrava espaço pro alternativo nas redes de rádio. Hoje tem uma Oi FM da vida, tem em São Paulo uma Mitsubishi FM, no Rio tem uma Nova MPB. Ceará tinha Oi FM também. Jabá tá quase em extinção. Porque o jabá existe a nível internacional, então uma Jovem Pan, se Beyoncé for lançar um single, já tá garantido antes a nível mundial. Mas o jabá nacional, que dominava as rádios, já não rola mais. Principalmente no nordeste, onde todo mundo que vivia disso se fodeu. Então assim, isso favorece a que? Minha arrecadação de direito autoral e execução em rádio bombou de uns anos pra cá. Não tô rico. Mas assim, aumentou 1000% porque o jabá deixou de dominar nas rádios. A revolução não mais será televisionada Tem um autor lá de Recife, acho que hoje mora no Rio, que é campeão de emplacar música de novela. Dudu Falcão. Quase toda novela tem uma música que é composição dele. Já teve período de eu acom-
panhar umas que todo brasileiro acompanhava, mas a importância da TV hoje em dia é cada vez menor. Isso é comprovado no Ibope. A Globo de ano a ano tá perdendo, perdendo e perdendo Ibope. Então assim, a influência de uma trilha de novela hoje em dia já não é a mesma de um tempo atrás. A internet tem esse outro efeito, que é o de cada vez relativizar mais ainda essa história do hit. Porque antigamente o que acontecia? A música entrava na novela, aí no outro dia a gravadora já armava um esquema pra entrar numa rede Jovem Pan da vida, numa Transamérica e aí o cara já era convidado pro Faustão, aí já dava entrevista no jornal. Pra voce dizer que é um hit de verdade, tem que ser uma coisa combinada. Se eu perguntar a um bombeiro de posto de gasolina, lá em Recife, quem é Karina+5, ele não vai saber. Nem vai saber o fato dela ter entrado na trilha de uma novela popular. As pessoas podem até “ah, já ouvi essa música, é da novela”, mas não vão associar. Filho de peixe, peixinho não precisa ser Há uns cinco anos, quando Caio, meu filho mais velho, tinha uns quatro anos, eu levava ele pra passagem de som. Aí fiquei encantado quando ele tocou bateria pela primeira vez. “Pô, vou incentivar esse fera. Esse maluco tem jeito”. Tava motivado, ia ser lindo ver meu filho aprender a tocar. Hoje em dia, cara, neca de escola de música porra nenhuma. Se ele quiser insistir, eu não vou reprimir, mas dizer que eu vou incentivar uma carreira de música pro meu filho? Jamais, velho.Virou aquela coisa como aquele livro do Andrew Keen, O Culto Do Amador.+6
[+5] Cordel Encantado, a última novela das seis da Globo, tinha na trilha “Tum Tum Tum”, da Karina Buhr. [+6] Lançado em 2009 no Brasil, o livro acusa a internet de promover a ditadura da ignorância.
__FOTOS ARQUIVO PESSOAL
__TEXTO CRISTIANE LISBÔA E MARÍLIA POZZOBOM 062\\
´ O PARAISO
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[+1] Ronaldo Bastos é compositor de quase todos os grandes hits da MPB. Sabe aquela música que você cantarola sem perceber? Deve ser dele. Foi parceiro de Tom Jobim, Caetano Veloso, Milton Nascimento e otras personas más. [+2] Celso Fonseca já gravou (como produtor, instrumentista ou diretor musical ) com artistas como Gal Costa, João Bosco, Elza Soares, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Maria Bethânia e mais. Bem mais. Foi sócio de Gilberto Gil no selo Geléia Geral. [+3] Liebe, em alemão, quer dizer amor. [+4] Liebe Paradiso foi lançado pelo selo Dubas [+5] Depoimentos de quem já ouviu. Clipes e história. Aqui. https://www.facebook.com/ liebeparadiso
A história da música é cheia de grandes mistérios, pequenos abismos e silenciosos encantos coletivos. O album Paradiso, lançado em 1997 por Ronaldo Bastos+1 e Celso Fonseca+2, é um exemplo disso. Durante muitos anos foi referência para grandes vozes da MPB. Nos estúdios e nos bares da vida, era comum que os técnicos de som ouvissem “Quero um som meio Paradiso”. Acontece que, na hora das citações de referência, outras coisas eram ditas. Talvez porque ninguém abre o coração para um gravador. Ou porque nem todo mundo gosta de compartilhar comoções, lágrimas e beleza. Fato é que Paradiso virou um segredo guardado dentro de uma caixa. Até agora. Porque Ronaldo Bastos e o produtor Leo Pereda decidiram que, de novo, era o tempo da delicadeza. Chamaram Adriana Calcanhoto, Luiz Melodia, Marcos Valle, Milton Nascimento, Nana Caymmi, Paulo Miklos, Sandra de Sá e mais bem mais gente da fina flor da música brasileira. Andaram por Berlim.+3 Absorveram boemia, dias profundamente azuis. Ouviram de novo viejas violas. E veio Liebe Paradiso+4. Que apesar de ter 10 das 12 canções vindas do álbum original não é uma regravação, pois cada palavra, cada tom sofreu uma profunda reformulação estética. Porque todo futuro é feito de passado. Mas não muito. Entendeu?+5
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Sugestões da redação para você gastar seu rico dinheirinho.
Biografia_
May the force Be with you_
Ponto de Vista_
Grandes ícones do pop tem suas biografias publicadas ainda em vida. Steve Jobs não era artixxxta [sic], mas era popstar e, infelizmente, não conseguiu esperar para ver a sua pronta. O livro tem uma série de 40 entrevistas com o fundador da marca da maçã, traz a tona coisas que ninguém (supostamente) sabia.
Além de causar dores estratosféricas para quem pisa numa peça, Lego ainda pode servir para eternizar clássicos. Se você quiser carregar o lado negro da força no bolso invista neste esse chaveiro do Darth Vader.
A história como a conhecemos hoje tem vários pontos de vista. Mas, e como seria se eventos históricos tivessem seus status postados no Facebook? The History of the World According to Facebook é um livro que traz uma série de fatos históricos contados sobre o ponto de vista do usuário comum da rede social.
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Beber com os olhos_
Mais calmaria, por favor _
Já virou tradição as garrafas especiais de Absolut. A nova é inspirada nas listras da Savile Row, a casa de alfaiataria mais tradicional de Londres. Edição VIP com apenas 700 garrafas. Dá pra beber e depois encher d’água.
Sábado à tarde. Uma praça, música ao vivo, cangas na grama. Amigos, comidinhas, bebidinhas. É hora de desacelerar do estress da cidade. Em São Paulo, nasceu o Slow Movie, que reúne um povo nos parques e praças para viver a cidade. Uma banda toca durante a tarde e logo ao anoitecer um filme passa na tela.
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estampa
do mĂŞs Marca: Hurley Onde Encontrar: hurley.com.br
_ILUSTRA Anthony Nathan / www.flickr.com/anthony_nathan/
_FOTO PEDRO BRAGA
FeIST
Mayer Hawthorne
Metals
How Do You Do
A musa indie volta a arregaçar as mangas, desta vez com um claro objetivo: evitar um disco de singles. Quem estiver atrás de uma “1234”, melhor desistir. Metals será lembrado como o seu álbum soft, aquele em que Leslie Feist decidiu optar pelo sussurro. Nas prateleiras de CDs, poderia ser classificado como “pop preto e branco”. A brisa de verão “Cicadas and Gulls” lembra um Iron and Wine de saia: acústica, descomplicada, linda. “Graveyard” é obra-prima: começa soturna e vai se desmilinguindo, até ressurgir com naipe de metais, refrão explosivo e as backing vocals entoando “traga todos de volta à vida”. É a única faixa que destoa em um trabalho que é uma ode ao minimalismo. Exigente, mas recompensador. Deixe-se levar. Fernando Halal
Branquelo e com cara de nerd, Mayer Hawthorne é a prova viva de que as aparências enganam. Cantor, produtor, DJ e mais uma pá de coisas, o norte-americano poderia muito bem se passar por um artista negro de soul dos bons tempos da Motown. Se as referências ao melhor da black music já eram claras em A Strange Arrangement, estão ainda mais fortes no segundo disco. How Do You Do é puro suingue, com faixas perfeitas para qualquer festa (“A Long Time”, “The Walk”, “You Called Me”) e melodias belíssimas (“Finally Falling” e Can’t Stop”, com a participação do onipresente Snoop Dogg). A música de Hawthorne pode não ser lá muito inovadora, mas é feita com tanta paixão que é praticamente impossível não viciar-se nela. Ouça já. Daniel Sanes
Lou Reed & Metallica Lulu
Ousadia. Este é provavelmente o único elo entre Lou Reed e Metallica, já que musicalmente são como água e vinho - ou pior, água e óleo. É por isso que o anúncio da parceria soou estranho. E é por isso, obviamente, que Lulu soa estranho. Com faixas longas e divididas em dois discos, o projeto consiste em uma espécie de metal vanguardista em que o ex-líder do Velvet Underground despeja letras fortes e faladas sobre uma base ora eficiente, ora monótona. São necessárias muitas e pacientes audições para que a coisa se torne ao menos palatável. O fato é que o álbum só deve ganhar alguma atenção de quem entender inglês, para assim sacar a história de Lulu, inspirado em peça do alemão Frank Wedekind. Há alguns (quase) acertos, como “Cheat on Me” e “Iced Honey”. No geral, porém, sobra ousadia e falta inspiração. Daniel Sanes
Karina Buhr
Longe de Onde
Quando Karina Buhr surgiu com Eu Menti Pra Você, já era a verve de suas palavras que se destacava. Em Longe de Onde, a palavra ainda se mantém central na sua música. Neste disco, porém, as cancões se adequam melhor a essa verve, tão diferente da covardia musical que acomete nossas cantoras. Ainda que se mantenha distante de algo memorável, Longe de Onde é um disco que se pode facilmente bendizer no atual cenário brasileiro. Mesmo assim, é mesmo nas palavras que a cantora se mostra mais interessante. Karina subverte várias vezes temas fofos como o amor, além de não temer outros ainda mais incômodos. E é nesses momentos - sem medo da feiura, da morte, do asco - que Karina se mostra mais original e útil à música brasileira. Matheus Vinhal
Noel Gallagher Noel Gallagher & The High Flying Birds
A estreia fogo de palha do Beady Eye deve ter estampado um largo sorriso em Noel: era chegada a hora de provar ao mundo quem é o Gallagher f...dão nessa história. Compositor de inegável talento, o eterno arquiinimigo do brother Liam não decepciona. Flying Birds é um desses discos de bem com a vida, e a sequência natural para Dig Out Your Soul (2008), álbum derradeiro do Oasis. As melodias envolventes e as letras amarguradas estão todas lá – a diferença é que os solos de guitarra feitos para estádios cederam espaço ao intimismo folk dos pubs. São tantas canções espetaculares (“If I Had a Gun” nasceu clássica) que dá para imaginar seus ex-companheiros se contorcendo de inveja. A vida segue, afinal. E o placar está em Noel 1 a 0. Fernando Halal
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Mundo Livre S/A
Bjork Biophillia
As Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa
Escute também:JAR OF FLIES, MTV UNPLUGGED E BLACK GIVES WAY TO THE BLUE
Além das características já intrínsecas ao Mundo Livre S/A (a filiação quase direta de Fred 04 à Jorge Ben, o uso de elementos eletrônicos em serena harmonia, a fácil transição entre gêneros estrangeiros e nacionais), há algo muito especial em As Novas Lendas...: o reconhecimento de que o Mundo Livre já é um clássico da nossa música. Isso se mostra de várias formas - no direcionamento das letras, no desenvolvimento das músicas, na maneira com que Fred canta. Demonstra a maturidade de um grupo seguro de si, consciente da sua importância. É surpreendente perceber que a banda pertence a uma geração passada e, ainda assim, continua a ser relevante. Como um Stephen Malkmus – citado nominalmente no disco – da música brasileira. Matheus Vinhal
Bjork é uma das artistas mais originais e interessantes dos últimos trinta anos. Dito isso, o fato de que Biophillia foi precedido de longas introduções conceituais diz muito sobre sua pretensão e preciosismo. É claro que é pacote muito bem amarrado - suas belas capas de discos e videoclipes têm o mesmo peso de um aplicativo para iPad e a criação de um complexo instrumento de cordas. Mas é complicado absorver a cada vez mais peculiar voz da outrora simpática esquimó, agora cantando sobre plantas e minerais. Biophilia, seu oitavo álbum solo, é o trabalho mais completo da fase madura da cantora embora impenetrável sem uma aguda dose de paciência. Gaía Passarelli
DISCOGRAFIABÁSICA
ALICE IN CHAINS
por Daniel Sanes
Facelift| Um dos mais famosos grupos a consagrar o chamado som de Seattle, o Alice in
Chains tinha na verdade uma sonoridade mais próxima do heavy metal do que do punk. Mas era um peso arrastado, que neste álbum de estreia, de 1990, não mostra nenhum resquício do glam rock que o grupo tocava três anos antes. Depressivas, as composições, quase todas de autoria do guitarrista Jerry Cantrell, caíram como uma luva na voz de Layne Staley, um junkie de carteirinha. O trio de abertura (“We Die Young”, “Sea of Sorrow” e o hit “Man in the Box”) levou Facelift a se tornar o primeiro álbum grunge no top 50 dos EUA.
Dirt| Se o sucesso já havia sido enorme com Facelift, em Dirt, lançado em 1992, tomou
proporções gigantescas. A essa altura, o grunge estava no topo - com Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden colhendo os louros de seus álbuns mais bem-sucedidos. Com o Alice in Chains não foi diferente. Mesmo passando por maus bocados devido ao vício em heroína, musicalmente Staley estava em um grande momento. E destilava toda sua dor em canções fortes como “Angry Chair”, “Rooster”, “Down in a Hole” e “Would?” (que entrou no álbum após a ótima recepção da trilha sonora de Vida de Solteiro, de Cameron Crowe). Ouça no volume máximo.
Alice In Chains | Em 1995, Kurt Cobain já havia se suicidado, o Pearl Jam andava recluso e o Soundgarden estava perto do fim. Em meio a tudo isso, o Alice in Chains lançou seu derradeiro disco com Staley. As letras, cada vez mais depressivas, pareciam profetizar o trágico fim do vocalista, que acabou morrendo de overdose em 2002. “Heaven Beside You” e “Grind” foram alguns dos destaques do álbum, que também é conhecido como “Tripod” por causa de sua bizarra capa - a imagem de um cão com três pernas. Em 2009, a banda surpreendeu ao lançar um disco novo, o bom Black Gives Way to Blue, com William DuVall nos vocais.
Coldplay Mylo Xyloto
Alguém ainda aguenta o Coldplay? O próprio Chris Martin – vocalista e personificação do termo “coxinha”– afirmou que este seria o último álbum deles. Derradeiro ou não, para escapar da lassidão e esgotamento artístico, Mylo Xyloto faz a banda voltar em busca de apoio na figura mítica de Brian Eno. O toque de Eno é claro: muitas ambientações eletrônicas, por vezes excessivas, poluentes. “Hurts Like Heaven”, a canção de abertura, é ótima e pop. Porém, na sua estrofe, vaticina o que virá a seguir: “It’s so cold/ So cold”. O single “Paradise”, caprichoso e simpático, virou clipe fofo, e já traz o coro da plateia embutido no refrão. Mas e “Princess Of China” com Rihanna? Vergonha-alheia do set. Se pretendiam rejuvenescer, falharam. Alguém? Nicolas Gambin
The Rapture
In The Grace Of Your Love
In The Grace... soa fresco. Cada faixa tem um sabor particular. A colossal “Sail Away” e a soturna “Miss You” compõem a apetitosa dobradinha de entrada. “Come Back To Me” possui a construção contrastante – a primeira parte com um sampler que lembra um acordeon, a outra com sintetizadores. O refrão da funkeada “Never Gonna Die Again” é surpreendentemente legal, pode apostar – imagine o Jamiroquai sem toda aquela bunda-molice. “Roller Coaster”, doidona, com incessante batida, remete a qualquer boa canção do Of Montreal. As músicas finais tencionam para o electro/ house, mas nunca ao pasteurizado. “It Takes A Time To Be A Man”, arrastada, encerra o prato com um delicado piano unido a coros de vocalizações. Um banquete pungente. Gaía Passarelli
Jane’s AddIction
The Great Escape Artist
Todo mundo está de volta, então por que não o Jane’s Addiction? É difícil dizer se a banda está ou não num comeback de verdade, já que grupo de Perry Farrel e Dave Navarro já ensaiou alguns retornos - o que pode, de certa forma, significar que eles nunca pararam de verdade. Tirando a empolgação comercial oferecida pelas efemérides de 1991, o que justifica o Jane’s entrar em estúdio para gravar novas músicas? Ouvindo o álbum lançado esse ano, é difícil dizer. Não faz feio, mas é apenas ok, considerando que dupla fez dois grandes álbuns (em 1998 e 1990) e seguiu por carreiras solo respeitáveis. A verdade mesmo é que o Jane’s Addiction perdeu a chance de lançar um grande disco há algumas décadas. Gaía Passarelli
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Tá POR VIR .: Amy Winehouse:. | Lioness:HiddenTreasures É um álbum póstumo. São covers, gravações inéditas feitas entre 2002 e 2008 e diferentes versões de músicas já consagradas na voz de Amy. Tem até a inglesinha cantando “The Girl From Ipanema”, clássico da bossa nova escrito pela dupla Jobim e Vinicius. A seleção das tracks vem assinada por Mark Ronson e Salaam Remi, os produtores por trás do sucesso de ww. No Reino Unido, uma libra de cada cópia vendida vai direto para os cofres da Amy Winehouse Foundation, instuição criada pelo pai Mitch logo após a morte da cantora.
CONFIRA Stephen Makmus &The Jicks Mirror Traffic ___Há quem prefira Malkmus solo ao próprio Pavement. Perfeitamente compreensível. E o novo Mirror Traffic vem reforçar essa ideia. Eis um disco de rock quase perfeito, com punch e inteligência, sujeira e lirismo, sob a batuta do produtor Beck. Longa vida a um dos heróis maiúsculos do indie 90’s.
Death inVegas Trans-Love Energies ___Após sete anos em silêncio, o Death in Vegas volta na pele do DJ e produtor Richard Fearless. E assim faz um álbum psicodélico, dark, pop e repleto de boas atmosferas. Como diz a BBC, “um bom retorno de uma banda que trilha uma fantástica viagem ao invés de uma simples carreira”.
Nevilton De Verdade ___ Depois de alguns EPs, demos, singles e mais um punhado de coisas, o Nevilton finalmente lança seu primeiro disco. São quatorze faixas. A mixagem é de Tomás Magno (O Rappa, Raimundos). É pop, é rock, é indie. É uma bela estreia.
REDESCOBERTA The High Llamas Gideon Gaye
É estranho. Falam em um revival dos anos 1990 – década que já mastigava muita coisa de outros tempos. Mas o perigo de tê-la como referência é acabar numa relação superficial com a própria história da música. Liderado pelo talentoso Sean O’ Hagan, o High Llamas escancara que nada começou ali. De Tom Zé a Todd Rundgren, as influências estão às claras, nomeadas. Gideon Gaye, o segundo disco, é aquele que mais destaca a importância dos Beach Boys para a construção da sonoridade etérea do grupo. Canções como “The Dutchman”, “Giddy and Gay” e “The Goat Looks On” parecem sobras do Sunflower, o que não é pouca coisa. No fim, a lição do High Llamas é talvez a única daquela década que devemos lembrar com carinho: vá direto à fonte.
Reprodução
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_TEXTO MARÍLIA POZZOBOM
A PELE QUE HABITO Dificilmente alguém odeia Pedro Almodóvar. Talvez sejam suas cores (sem referências a Adriana Calcanhoto, por favor), talvez suas histórias. Talvez seja a junção de tudo. Não se sabe o motivo exato, mas o diretor espanhol é sempre muito democrático em seus filmes. A Pele que Habito não é diferente. O filme conta a história de Dr. Robert Ledgard, um cirurgião plástico interpretado por Antonio Banderas, cuja mulher morre queimada em um acidente de carro. A partir daí, Ledgard começa a trabalhar incessantemente na criação de uma pele indestrutível, no intuito de aprimorar o “ponto fraco” que matou a sua mulher. Baseado no livro Tarântula, do escritor francês Thierry Jonquet (1954-2009), a película ainda traz no elenco Elena Anaya (Vera Cruz), Marisa Paredes (Marília), Jan Cornet (Vicente) e Bianca Suárez (Norma Ledgard). Trabalhando entre o noir, o terror e até pela ficção científica, o diretor consegue levar novamente às telas o fascínio e o suspense almodovariano de sempre. Muitos têm gostado. Mas, dessa vez, muitos também odiaram. Tire suas próprias conclusões.
1. ALMODÓVAR Pedro Almodóvar é um dos maiores diretores do cinema atual. Autor de clássicos como Carne Trêmula,Tudo Sobre Minha Mãe e Volver, foi o primeiro espanhol a concorrer ao Oscar de Melhor Diretor. É considerado um dos maiores cineastas espânicos, junto com Luis Buñuel.
6. FRIDA KAHLO
Em 2002, Frida Kahlo teve sua vida retratada no cinema. Quem interpretou a pintora mexicana foi Salma Hayek – que teve que raspar o buço de gilette. Talvez pelo sotaque latino, é muito recorrente a parceria entre Salma e Antonio Banderas. A moça e o queridinho de Almodóvar já formaram um casal nas telonas mais de cinco vezes.
2. BUÑUEL Buñuel é um diretor espanhol naturalizado mexicano, que sofreu forte influência do surrealismo de Salvador Dalí. Entre as suas obras mais conhecidas está o clássico experimental surrealista O Cão Andaluz.
Reprodução
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5. bigode Bigode é o conjunto de pelos faciais localizados entre o nariz e o lábio superior. é comum ele ser preservado junto ou não de uma barba. Entre os seus adeptos mais famosos estão Freddie Mercury, Belchior e Frida Kahlo. 4. SALVADOR DALÍ
Salvador Dalí foi um dos mais importantes pintores surrealistas da história. Tinha um nome enorme (também atendia por Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol) e, apesar de toda a sua obra, muita gente só lembra dele por causa do bigode. 3. SURREALISMO O surrealismo é um movimento artístico-literário que nasceu em Paris, nos anos 20. As características do estilo são o abstratismo, o irreal e o inconsciente. A Persistência da Memória, de Dalí, é o maior exemplo de obra deste gênero.
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fotos: 1| Richie Wireman 2| Elson Sempé
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WILCO
PARALAMAS - 25 ANOS DE SELVAGEM?
The Ryman, Nashville, EUA – 01 e 02/10_
Bar Opinião, Porto Alegre, 11/10_
Thiago Piccoli é fã de carteirinha do Wilco. Foi atrás de Jeff Tweedy e cia pra ver de perto a tour de The Whole Love, novo disco dos caras. E nos conta como foi. Quer dizer que foi aos EUA só pra ver os dois shows? Vi três show. Quando anunciaram a nova turnê, sentei pra comprar ingresso e apenas uma cidade NÃO estava sold out. Era Raleigh. Não tive escolha, apelei pro jeitinho brasileiro: em Raleigh, bêbado, enchi o saco de um cara da produção da banda e ele conseguiu ingresso pra ver duas noites em Nashville,TN, três dias depois. Foi vergonhoso. Mas azar. Realizei um sonho. E você ainda conseguiu ver a passagem de som dos caras... A passagem de som fez parte do pacote “enchendo-o-saco-do-bróder-da-produção”w. (risos) Sabe quando tu vê aquele DVD de bastidores com teus amigos e vocês gritam “baaaaaah, imagina estar ali??”. Pois é. Foram 40 minutos de olho aberto, afundado em lágrimas. O que mais chamou a atenção nos shows? O Jeff Tweedy não olha pro público. A conexão é 100% sentimental. Nada é visual no show. Valeu a pena a viagem? Muito! Aprendi que Nashville é o centro do universo. E todo músico deveria passar uma semana lá. Quase voltei com um violão na bagagem. - Nota de 1 a 10? 9,5. Ao vivo, o Wilco é a segunda melhor banda de rock em atividade. Só perde pro Foo Fighters. Mas eles não tocaram “Via Chicago”. Fiquei de cara. (risos)
“Sensacional. Melhor show nacional que eu já fui”, João Pigato. “Muito bom. Com certeza foi um show pra marcar a história de Porto Alegre. Só estava muito calor.Tinha que ter mais ar-condicionado aqui, porque é muita gente”, Samir Ferreira. “Show de altíssima qualidade. Eu até não sou muito fã da banda, vim por influência da minha namorada, mas o show é muito bom. Os caras conseguem levantar a galera”, Marcelo Bittencourt. “Faz tempo que estou distante da noite, mas tinha de vir. É a recordação de uma época, de uma maneira de ver a vida. Foi muito legal encontrar pessoas da mesma geração e com essa mesma visão de mundo”, Marcelo Lubaszewski. “Achei maravilhoso. Parte da minha juventude se passou nos anos 1980. Eu tinha o sonho de conhecer o Herbert, ele é um exemplo de superação”, Zíngara Lubaszewski, esposa do Marcelo. “O show me fez lembrar de minha adolescência”, Adriane Parraga. “O show tava divino. Acho a história do Herbert maravilhosa. O admiro. Sou fã”, Élen Mattos. “Foi emocionante quando o Herbert pediu um país mais humano e verdadeiro. Ficou marcado pra mim. E o Paralamas tem tudo a ver com a minha adolescência”, Fabiani Portella. “A ideia de comemorar os 25 anos do Selvagem? é muito legal, melhor do que tocarem apenas os hits. E o show tava bom, embora muito cheio”, Luciana Merini e Priscilla Mörschbächer. “Eles misturaram coisas do Selvagem? com músicas da atualidade. Achei surpreendente e inovador”, Cláudio Caetano. Jônatas Costa
no day after
segundo os fanáticos de plantão
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fotos: 3|MRossi 4| Marcel Nascimento
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AEROSMITH
ZABOMBA RECEBE NEY MATOGROSSO
em 5 momentos
do banheiro do show
Arena Anhembi, São Paulo, 30/10_
Studio SP, São Paulo, 20/10_
1 - O show começa debaixo de uma fina chuva. Que engrossa, mas nem por isso tira o gás de quase 30 mil pessoas. É um super palco com direito a passarela, que deixa Steven Tyler e Joe Perry mais perto do público. “Draw the Line” abre com vigor a apresentação. 2 - “Janie’s Got A Gun” levanta o tom de voz da multidão. Tyler abre um sorriso. “I fucking love you São Paulo” é a frase entre um refrão e outro. 3 - Alguém levou uma boneca inflável para o show. Steven olha e pergunta, “This is you girlfriend? Let me see this bitch.” Com agilidade ímpar aos 63 anos, alcança a boneca e faz poses ao lado dela. O povo cai em um coro único de gargalhadas. 4 - Pausa.Tyler e Perry deixam o palco.Vem um solo de bateria de Joey Kramer, enquanto o instrumento se move mecanicamente para frente.Tyler reaparece e os dois “dividem” a mesma bateria. Os tiozinhos ainda têm vitalidade e muita habilidade. 5 - Tudo o que pode,Tyler arremessa ao público. Baquetas, a gaita de boca que tocou em “I Don´t Wanna Miss a Thing”, a toalha na qual se enxugou, revelando o roxo no rosto por baixo da maquiagem. A chuva lava a alma de todos. Com um repertório baseado em clássicos, o público brasileiro se esbaldou cantando a plenos pulmões. E o domingo sem Faustão e Fantástico foi bem mais feliz. Rafael Carvalho
Habitué do Baixo Augusta muito antes da região ganhar o apelido, a Zabomba fez um show especial para o lançamento de Vivendo de Truque, seu novo álbum. Convidou Ney Matogrosso. Da pista, o público soltou seus demônios. Do palco, o vocalista Rapha Z conta como foi. “Pra nós é mais do que um prazer imenso trabalhar com um artista do tamanho do Ney Matogrosso, um cara que representa muito para a cultura brasileira. E eu posso dizer com todas as palavras que esse foi o melhor show da nossa vida.Veio o nosso produtor gringo, veio o percussionista do Ney, que foi o cara responsável pela ponte entre nós... E o Ney por si só é um artista muito generoso. É um cara que catapulta o nível da apresentação pra uma coisa de outro mundo. Eu tô muito feliz. Rola uma responsabilidade muito grande em estar no palco com alguém do naipe do Ney. Não é brincadeira. Não dá pra vacilar. Foi a nossa primeira vez tocando juntos ao vivo, porque só existia a participação dele em uma faixa do nosso disco, mas foi tudo perfeito. A música é mágica por causa disso. E eu acabei de viver um momento tão intenso de mágica que tô extasiado. Mas um dia de cada vez.Vou aproveitar esse momento, antes que o dia amanheça e tudo volte a ser como era antes. A sorte vem uma só vez. Ainda bem que soubemos aproveitar quando ela bateu na nossa porta.” N.R.: O que mais se comentava pelo camarim pós-show era a felicidade com que Ney Matogrosso deixou a casa. Como se fosse novamente a sua “primeira vez”. Rafael Carvalho
_O QUE ACONTECEU NO MÊS DE OUTUBRO _Créditos Rafa Rocha _Sepultura e Machine Head @ Porto Alegre
Ariel Martini _The Kills @ São Paulo
Felipe Neves _Cut Copy @ Porto Alegre
Rafa Rocha _Criolo @ Porto Alegre
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Divulgação
ROBERTA MARTINELLI FALA SOBRE... __um programa de rádio que vira um programa de TV| Parecia gincana. Em 60 dias eu deveria fazer 60 programas com 60 músicos diferentes. E estes convidados deveriam aceitar fazer uma versão mais acústica de um som seu, já que as gravações aconteceriam em um estúdio de rádio, ou seja, sem espaço físico para uma banda completa. Ela deve ou não deve aceitar? Deve levar a música brasileira feita hoje para um canal de TV aberta mesmo que isso signifique menos horas de sono, dias
emendados e litros de café a mais? Siiiiiiiiiiiiiiiim, sem dúvida! Depois da resposta positiva, em menos de uma semana eu já estava correndo. Porque o Cultura Livre, meu programa na Rádio Cultura Brasil, ganhou uma versão para a TV. Era preciso caprichar. Era preciso estar a altura da minha responsabilidade, da alegria e dos meus convidados. E aí teve aquele músico que me ligou no horário que deveria estar chegando no estúdio com o prefixo 021 (isso mesmo, Rio de Janeiro, e o estúdio é em São Paulo), “Acho que não vou conseguir chegar a tempo”. Acho? E o dia em que a pessoa veio sem instrumento nenhum. “Ah, precisava? “ Lá fomos nós buscar. O bom foi que durante o caminho ele ainda encontrou outro cantor que eu estava doida para trazer e ele apareceu por lá e fez sua participação. Teve o dia que eu fiquei doente, fora aquelas coisas terríveis que todo mundo imagina como clichê de televisão e que acontecem na vida real sim... Teve até matéria falsa em uma revista com uma história de tirar o sono, mas... A parte boa é que tudo isso que parece um de-
sespero na hora, que me dói o estômago e – juro – quase tira o ar vira piada depois. Agora. Porque quando a luzinha do estúdio acende o letreiro vermelho de “NO AR”, tudo fica leve, bonito e eu entendo o porquê de fazer isso todo dia. A importância do Cultura Livre, da música e do radinho de pilha. De segunda à sexta, às 19h55 da noite, tô na TV Cultura. Aparece, vai.