Revista Noize #79 - Rubel - Agosto 2018

Não precisa ter cerimônia para entrar aqui na casa do Rubel. Pode chegar, a casa é

#79 // Ano 12

expediente

sua. Quer um copo d’água?

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Direção Leandro Pinheiro Pablo Rocha Rafael Rocha

Editores Gustavo Brigatti Joana Barboza Leonardo Baldessarelli

Gerente Financeiro Pedro Pares

Coordenação de Projetos Brenda Beloni Jordana Monteiro Júlia D’Ávila Sheila Pinheiro Thais Martins

Gerente de Planejamento Cássio Konzen Diretor de Criação Rafael Rocha RH Taisla Heres Coordenação de Arte Jaciel Kaule Diretores de Arte Árthur Teixeira Guilherme Borges Diretores de Arte Jr. Jade Teixeira Lucas Abreu Vitória Proença Assistentes de Arte Guilherme Ferreira Maicon Pereira Produção Dani de Mendonça Lia Procati Coordenação de Vídeo Lucas Tergolina Vídeo Diego Machado Humberto Ferreira Pedro Krum Shandler Franco Foto Mell Helade Novos Negócios Leandro F. Gonçalves

-%.#/0*&1&/#0%&1 !"#$%&-%'"-2&'3)4 Coordenação de Projeto Karen Rodriguez

Deixa eu lhe apresentar o espaço. Aqui, no lado A, deixamos os textos mais alegres, tem uma matéria com o combativo menestrel Rincon Sapiência, uma carta de Carlos Meijueiro, escritor e amigo de Rubel,

Atendimento Interno Ingrid Mônaco

além de contarmos todo

Redação Camila F Oliveira Daniela Barbosa Fernanda Zandavalli Guilherme Flores Rodrigo Laux Tássia Costa

processo que levou até o

Planejamento Eduardo Mello Gabriela Etchart Julia Brito Juliano Mosena Luan Pires Mickael Prass

mobiliamos com temas mais

Mídia Aline Oelrich

de devoção a São Jorge,

nascimento do Casas.

Ali do outro lado, o B, densos, ligados à superação das angústias existenciais.

Tem uma lista de músicas uma entrevista com Martin

Community Manager Ana Paula Pause Laís Soares Maurício Teixeira Vanessa Castro

Scian, que venceu o desafio de produzir o disco novo do Rubel, e um artigo do Pedro

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Zylbersztajn que mostra como

Gerente de Planejamento Marcel Maineri

a música e a arquitetura se relacionam.

Coordenação de Projetos Carolina Farias Assistente de Projetos Helena de Oliveira

Aqui, a ideia é ficar confortável, pode rir e

Planejamento Matheus Barbosa

chorar à vontade. Precisa

Redação Camila Benvegnú Jéssica Teles Pedro Veloso

Editor Ariel Fagundes

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Repórter Brenda Vidal

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de alguma coisa? Quer botar o Casas no toca-discos?

ARIEL FAGUNDES

Community Manager Hayane Leotte

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noize.com.br

CARLOS MEIJUEIRO É do Rio de Janeiro, escritor, pesquisador,

RUBEL

roteirista, amigo

Aos 27 anos, divide-se

pessoal de Rubel e

entre o cinema e a música,

coautor de “Cachorro”,

atuando como roteirista e

terceira faixa de Casas.

artista solo. Aqui, escreve resenhas, expõe sua Discoteca Básica e dá um passo a passo de como viver.

CAMILA F OLIVEIRA Procurando sentidos

VIDI DESCAVES

pra virar do avesso. No resto do tempo, usa

Nascido no Japão,

jornalismo pra ouvir (e

morou na Índia e, hoje,

contar) histórias.

trabalha no Brasil como pintor, ilustrador e designer. Como quadrinista, publicou três livros.

LEONARDO BALDESSARELLI Ama a mentira, odeia a verdade. Publicitário por prazer, jornalista por vaidade.

Acima de tudo, maluco por qualquer tipo de música.

bora PEDRO ZYLBERSZTAJN Artista plástico e designer gráfico responsável pelo projeto visual de ambos os discos de Rubel. Mestre pelo

RODRIGO LAUX

Programa em Arte, Cultura e

Jornalista, músico e

Tecnologia do MIT (EUA).

membro do coletivo Música da Casa Verde.

BRENDA VIDAL Quase jornalista vivendo um ritmo

dores 5A

que só a música pode acompanhar.

Apaixonada por cultura, arte e negritude.

que você mas

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C a n t o r a , c o m p o s it o r a , p ercussionista e a rtist a visu a l.

A l é m d i s s o t u d o, Pa ola te m f o r t e e n v o lv i m e n t o co m o teatro e t o d a s e s s a s c a r a c t e r í s t iac a s fs ãoo r a p r c o l o c a d a s q u a n d o e l a s o b e a o p a l c o.

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_Como soa? Um passeio cheio de experimentações e sentimentos próprios e autênticos pela MPB, pela bossa nova, pelo jazz, pelo samba e pelo que mais vier. _Por onde começo? Sua performance no Vapor Sessions, disponível em vídeo no YouTube - na própria página do Vapor Sessions - e em áudio na página da cantora no Spotify.

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_ Texto e Foto por Carlos Meijueiro _Arte por Ă rthur Teixeira

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noize.com.br

_ Texto e Foto por Carlos Meijueiro _Arte por Ă rthur Teixeira

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RINCON SAPIÃ&#x160;NCIA

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A festa e a luta de

_Texto por Camila F Oliveira _ Fotos por Lucas Neves

esquina que eu viro e já tô na lágrima”

“Eu vivo o momento do riso, mas é uma

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Casas em oito cenas

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noize.com.br

_ Texto por Ariel Fagundes _ Fotos por Bruno Machado e Juliana Rocha

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ca 1. INTERIOR. CASA DE RUBEL NO RIO DE JANEIRO - MANHÃ

Em um dia nublado entre as datas da turnê de Casas, o cantor nos recebe.

Há um jogo de claro e escuro no quarto. A única janela ilumina bem a cama em que Rubel Brisolla Rodrigues está sentado, mas o resto, onde estão instrumentos, armário, computador, livros e discos de vinil, permanece acolhido por uma sombra suave.

20A

Entre as buzinas de um dia agitado no Flamengo e seguidos goles de café, Rubel conta que se sente carioca ainda que não tenha nascido no Rio. Foi em Volta Redonda, a 125km da capital, no dia 10/4/1991, que ele nasceu, o mais novo entre três irmãos. Seu pai, funcionário da Companhia Siderúrgica Nacional, trabalhava lá e, durante seus primeiros oito anos de vida, sua casa foi no interior.

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Há um consenso entre os alunos: Rubel é um cara muito legal, mas não sabe jogar. É desajeitado, não sabe conduzir a bola.

Talvez seja melhor ele ir tocar violão.

O instrumento havia entrado em sua vida aos nove anos, pouco após se mudar com a família para o Rio. Seus irmãos são pianistas e, desde cedo, Rubel brincava com as teclas do piano que tinha em casa. Por incentivo dos irmãos, que viram seu potencial, passou a fazer aulas de violão e não demorou para que se tornasse obcecado.

- Comecei a estudar como um desesperado. Dos nove aos 15, estudei violão, guitarra e violão clássico. Primeiro, comecei a ouvir metal, era fissurado por Angra e Iron Maiden. Depois, foi bossa nova. E aí fudeu, comecei a ouvir de tudo e me apaixonar por música.

No Colégio Santo Agostinho, tradicional instituição católica onde estudou até o fim do Ensino Médio, Rubel se sentia diferente. Nenhum dos colegas gostava de cinema, literatura, nem mesmo de música. “E o futebol era um momento que resumia Casas em oito cenas

nossa discrepância”, analisa. Mas ele explica que o que poderia ser um obstáculo à socialização, no fim, se transformou em uma ferramenta para se relacionar.

- Este foi o grande lance: descobri que não precisava ser como esses caras, que são meus amigos. Eu podia ser só eu e a gente seria amigo da mesma forma.

3. EXTERIOR. PÁTIO DA PUC-RIO - TARDE

6/$,7"$89$%+*/$'/#$(,':(+%;7"<$=$,/)/''9+("$(+$%*+9'$0"$1./$-%>$"$)"+%;7"$?%*/+5$$ $ Há muitas dúvidas que não saem da cabeça de Rubel. Ele acabou de se formar no colégio, passar no vestibular e entrar direto na faculdade de Cinema. Mas será que está no caminho certo?

Rubel já esboçava ideias de roteiros desde que estava na escola. Mas, em 2009, o hobbie virou seu trabalho e tudo começou a ficar mais complicado.

- O início da faculdade foi muito difícil porque burocratizou uma coisa que era só diversão. Foi terrível porque eu sentia a pressão de ter que construir uma carreira.

Por um período curto, aos 15, ele teve uma banda chamada Corleones, em que cantava músicas de sua autoria, porém, desde então, não compunha mais. Seu foco criativo havia se deslocado para o cinema e foi nessa área que começou a trabalhar. Até hoje, ele atua no mercado audiovisual, mas, no meio de 2011, quando estava na metade do curso, precisou dar um tempo.

- A PUC tinha muita competição, não era um bom ambiente criativo. Então, nesse período, me distanciei de quem queria ser.

Aí chegou o intercâmbio, fui pra Austin e, lá, tudo mudou.

4. INTERIOR. REPÚBLICA PEARL EM AUSTIN, TEXAS - NOITE

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_ Texto por Ariel Fagundes _ Fotos por Bruno Machado e Juliana Rocha

Casas em oito cenas

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A piração do Pearl era ser irresponsável, m a s i sso n ã o representava mais o que eu estava vivendo. Um disco ambicioso seria muito mais honesto”

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% 5. INTERIOR. SET DE CINEMA EM LOS ANGELES - MANHÃ $ C%('$.#$0(%$0/$*+%?%48"$/$*.0"$:%+/)/$-%>/+$#/,"'$'/,*(0"$%$)%0%$ '/B.,0"$1./$:%''%5$ $ YA%9#+6+C))'5#)%(#*0'(#)%<#/)%/"%9'$D"%6+0%-+<0$%9(03')"%"4"$'"(?% 0)*AE'#)%,'70(0/*0)%/"%3"9'*"$%5+/,'"$%,#%@'/05"?% 2%O+%/8#%'5"E'/"4"%6+0%9#,0('"%4'40(%,0%5>)'3"%"'/,"?%O)*"4"% /"5#("/,#%+5"%50/'/"%6+0%3#/D03'%/#%'/*0(3N5<'#%0%0("%,0%

% 6. INTERIOR. AUDITÓRIO IBIRAPUERA LOTADO NOITE % D"('$%,"'$0/$'8"E'$(,(,*/++.:*"'$'/$:%''%#$/<$)(0%0/$%$)(0%0/<$%.F #/,*%$%$0(#/,'7"$0/$G/%+45 $ YA%+5"%"$0E('"%6+0%0B9$#,0%#%90'*#%,0%-+<0$%"#%40(%"%9$"*0'"% Pearl.

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_ Texto por Ariel Fagundes _ Fotos por Bruno Machado e Juliana Rocha

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Casas em oito cenas

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_ Texto por Ariel Fagundes _ Fotos por Bruno Machado e Juliana Rocha

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Casas faixa a faixa Rubel nos convida a conhecer cada cĂ´modo do seu segundo disco.

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Lado B

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_Texto por Ariel Fagundes

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_Texto por Pedro Zylberstajn _Imagens Revista Acrรณpole Digital. Acervo da Biblioteca da FAU-USP

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_Texto por Pedro Zylberstajn _Imagens Revista Acrรณpole Digital. Acervo da Biblioteca da FAU-USP

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Indiferença. Defeitos e dores não tenho.

Julgo os outros: ordinários, indignos.

Desacredito em uma união maior. Entre átomos, os sentimentos são fabricações da mente.

Mas tropeço na dor e ela me possui. Como sofro! Você não imagina. Não mereço.

Aquela pessoa merece mais. Ataco: Toma essa dor! Fujo com orgulho, enterro a vergonha. O golpe foi merecido. Mas logo retorna e atinge minha consciência.

_Texto e colagens por Vidi Descaves

humanos, nada além de um vácuo duro de

_Fotos por Gabriel Cada Rolim dore Ariel Fagundes

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_Texto e colagens por Vidi Descaves

15B

Cada dor

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Orgulho preso na garganta, não consigo cantar. Tento me esconder dos erros em um manto sujo de culpa. Peço a pena dos outros. Passam direto. Sou mais um. Olha minhas lagrimas, cabeça baixa e impotência. Só a

Chega dessa covardia! Não me identifico com essa arrogância, desejo mudar.

A dor é. Te aceito, te respeito, te confronto.

E ela passa. O calor depois do frio, o amor depois da solidão, a verdade depois da mentira, os extremos reforçam a empatia.

A dor que vivo diante da fé: sacrifício.

17B

_Texto e colagens por Vidi Descaves

escada rolante me levanta.

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o argentino viu na produção uma maneira de combinar visão criativa e técnica. Com trabalhos ao lado de artistas como Gilberto

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Gil e Ava Rocha na bagagem, ele fala sobre a construção de Casas.

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_Texto por Brenda Vidal _Foto por Celina Kuschnir

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_Texto por Rubel

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