EXPEDIENTE
#16 // ANO 2 // AGOSTO ‘08
DIREÇÃO: Kento Kojima Pablo Rocha Rafael Rocha
REVISÃO: João Fedele de Azeredo jp@noize.com.br Fernanda Grabauska fernanda@noize.com.br
COMERCIAL: Pablo Rocha pablo@noize.com.br Nicole Citton nicole@noize.com.br
FOTOGRAFIA: Danny Bittencourt Martha Reichel Tatu Felipe Kruse Felipe Neves Arlise Cardoso Anna Fernandes
DIREÇÃO DE ARTE: Rafael Rocha
rafarocha@noize.com.br
Douglas Gomes doug@noize.com.br
EDITOR: Fernando Corrêa nando@noize.com.br
ÍNDICE 4. Life Is Music // 6. News // 12. Road Trippin // 14. Beto Lee // 16. O Futuro do Rock in Rio // 20. Sem Destino World Tour // 22. Michael e Madonna // 26. Public Enemy // 31. Agenda // 34. VizuPreza // 36. Estilo:Música // 40. Reviews // 48. Colunistas // 50. Fotos // 54. Jammin’
REDAÇÃO: Lidy Araújo lidy@noize.com.br Fernanda Botta fernandab@noize.com.br Frederico Vittola fred@noize.com.br Carlos Guimarães carlos@noize.com.br Luna Pizzato luna@noize.com.br Carolina De Marchi carol@noize.com.br Fernanda Corrêa fernandacorrea@noize.com.br
NOIZE TV: Bivis Tatu Johnny Marco Vicente Teixeira Rodrigo Vidal noizetv@noize.com.br COLUNISTAS: Double S. Gustavo Corrêa Dudu Brito Ana Laura Freitas Carol Anchieta Claudia Mello Ricardo Finocchiaro João Augusto COLABORADORES: Marco Chaparro Mely Paredes
Bianca Montiel Samir Machado Helga Kern Carlos Eduardo Leite Lucas Cavelheiro Giuliano Cecatto Marcela Gonçalves Eduardo Dias Maria Joana Avellar Flávia Mu Lucas Tergolina Luísa Kiefer Gringo Mathieu Bessudo Gabriel Resende Thiago Aita Marques Pedro Revillion Giovanni Paim Sinara Oliveira Vinícius Carvalho Elson Sempé Pedroso ASSESSORIA JURÍDICA: Zago & Martins Advogados Rua Padre Chagas, 415/301 (51) 3333.0874 ANUNCIE NA REVISTA: comercial@noize.com.br AGENDA: shows, festas e eventos a genda@noize.com.br
CIRCULAÇÃO: Porto Alegre Canoas São Leopoldo Novo Hamburgo Caxias do Sul Gramado Lajeado Santa Cruz do Sul Santa Maria Passo Fundo Uruguaiana Pelotas Rio Grande PONTOS: Faculdades Colégios Cursinhos Estúdios Lojas de Instrumentos Lojas de CDs Lojas de Roupas Lojas Alternativas Agências de Viagens Escolas de Música Escolas de Idiomas Bares e Casas de Show Shows, Festas e Feiras
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NOIZE
TIRAGEM: 15.000 exemplares
Se Você Não Gostou da NOIZE Passe Adiante
EDITORIAL | Os Reis do Alternativo Não
se fala de rock sem se falar de indie.
Não se fala de indie sem se falar de alternativo. Não se pode falar - e não se pode falar de pop sem se falar de Madonna e de Michael Jackson. Não são forçadas as ligações: há - e sempre houve - essa profusão de bandas que, ao beberem da fonte do pop, conseguem um lugar no receptivo rótulo do alternativo. E, se este é hoje mais uma alternativa ao rock cru e direto do que ao rock comercial e popularesco, Michael e Madonna são os reis do alternativo. Muitos dos elementos considerados predicados das bandas indie estavam prontinhos na obra desses dois: a mistura do rock com a música eletrônica, que resulta no rock certo para as pistas de dança; as desafinadinhas de Madonna e as bandas esquizo que fazem questão de desafinar, as roupas escandalosas a seguir e a ditar a moda. Não é à toa que a música de Michael Jackson e de Madonna divide espaço com o que há de mais atual no indie em qualquer noite alternativa que se preze. Ao completarem 50 anos, eles recebem, merecidamente, a matéria de capa do mês. de alternativo sem se falar de pop
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noize assinatura@noize.com.br
Public Enemy em matéria sobre o disco que reinventou o “Rap”. Uma entrevista com Rio, que fala sobre o presente e o futuro do festival - e nós ficamos encarregados de lembrar os momentos mais bizarros do passado. Tal pai, tal filho? Confira na entrevista com Beto Lee o que ele pensa sobre o rock. Além
deles, outros reis:
o herdeiro do
Rock
in
Foi com muitas noites em claro que chegamos à NOIZE 16. Aproveite.
Tratamento Felipe Neves e Rafael Rocha Produテァテ」o Mely Paredes
Foto Felipe Neves Assist. de Fotografia Lucas Tergolina
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life is music 4
.: NOME _Edu Tattoo .: PROFISSテグ_Tatuador .: O DISCO_Physical Graffiti | Led Zeppelin
DM9 É DDB
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Sonora do Terra. Muito mais música com qualidade de CD original. Assinando o Sonora, você escuta todas as músicas na íntegra direto do seu computador ou de um aparelho de som ligado nele. Com um acervo de mais de 500 mil músicas de 140 estilos musicais, o Sonora recebe novas músicas diariamente. E você pode montar sua própria programação musical. Sonora. Faça sua trilha. Acesse: www.terra.com.br/sonora
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Reprodução
news
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20 ANOS DE SUB POP
Seattle é o berço de muitas das grandes bandas da história do rock. É também a terra natal da gravadora responsável pelo lançamento da bomba que explodiu como um movimento: o grunge. Em 2008, completam-se 20 anos do nascimento da Sub Pop e do lançamento da coletânea Sub Pop 200. O disco apresentou ao mundo os, então pouco conhecidos, Nirvana, Mudhoney e Soundgarden (e, indiretamente, estimulou a indústria de camisas de flanela). A coletânea, ainda, trazia outras 17 bandas, muitas das quais viriam a ser influentes no início da década seguinte. Passaram-se décadas e a Sub Pop manteve-se como um dos totens do rock alternativo. Já foi casa de muito hype e de muita coisa boa que ficou, como os australianos The Shins e a brasileira do mundo Cansei de Ser Sexy, além dos também indiezinhos Foals e Postal Service. A gravadora é tão influente que seu aniversário tem repercutido bastante na imprensa especializada.A Pitchfork Media lançou em seu site duas seleções de “20 melhores discos da história da Sub Pop”. É vinte para tudo que é lado: vinte jornalistas da Pitchfork escreveram algumas palavras sobre cada um dos discos selecionados para a primeira lista. Estão nela Bleach (1989), debut do Nirvana, e o post-hardcore do Sunny Day Real Estate, em Diary (1994). Uma segunda lista, com escolhas individuais, inclui L7, Jesus and Mary Chain, The Postal Service e The Rapture. Deu pra sentir? Vale também citar aqui o documentário Hype!, que conta a explosão do grunge do ponto de vista de quem estava lá, mergulhado em flanelas e em distorção. Além de shows históricos, o longa contempla a história da própria Sub Pop e a primeira execução ao vivo de “Smells Like Teen Spirit” pelo Nirvana. Conheça o catálogo da Sub Pop: boa parte da história do rock está ali. > pitchforkmedia.com/node/141891
Sub Pop.
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Seleção que a Pitchfork fez das 20 maiores músicas da história da
> YOUTUBE.COM - Conheça a história da Sub Pop em imagens, em 4 minutos. tags: history sub pop records.
SAIBA MAIS
> livrariacultura.com.br a preços convidativos.
- A livraria tem em estoque vinis do Nirvana e do Mudhoney lançados pela Sub Pop
> YOUTUBE.COM - O Nirvana toca In Bloom na época em que ainda estava na Sub Pop. tags: bloom sub pop
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Divulgação
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Fotos: Divulgação
SID VICIOUS + HEATH LEDGER = JOKER It seems like Heath Ledger and Sid Vicious are going to hang out in heaven. Ledger’s heavily acclaimed interpretation of the Joker in Batman – The Dark Knight, has a lot to do with the mythic Sex Pistols’ ex-bassist. Bale, protagonist of the blockbuster, attributes Ledger’s anarchic Joker to videos that the actor – who died due to an accidental overdose – saw when searching for inspiration. “He modelled the part on Sid Vicious which made this punk-like character. I think it is a classic portrayal of a great villain”, stated the coworker in an interview for the Telegraph. Before his death, Ledger also told that he drew inspiration from Anthony Burgess’ “A Clockwork Orange”.
50 cent sues taco bell 50 Cent has a great sense of humor, but when people try to profit from his name, he’s not laughing. The rapper sued Taco Bell on July 23 for making him an unauthorized spokesman for the chain in a recent ad campaign. 50 and his lawyers allege that the restaurant chain engaged in some unjust promotion. Taco Bell released a letter addressed to 50 in which they suggested he change his name for a day to “79 Cent,” “89 Cent” or “99 Cent”, which are the prices of certain items on Taco Bell’s menu. The company would then make a US$ 10.000 donation to the chairity of his choice. Fif didn’t like it: his lawyer said the rapper didn’t find out about the letter or the ad campaign until he saw a news report about it. They’re seeking $4 million in damages.
> NÃO ENTENDEU NADA?! ENTÃO VIRA A PÁGINA!! Fotos: Reprodução
>> A Damn Laser Vampires faz o show de
>> A festa I LOVE DISKOROCK completa
encerramento do Fantaspoa no dia 10 de agosto, no Porão do Beco. Até lá, você pode curtir a programação super legal de filmes do festival.
um ano de existência. Para comemorar, dia 30 de agosto tem edição especial da função no Cabaret do Beco.
single com as músicas “Volte Logo” e “Não Demore”. Ouve lá em myspace.com/efervescentes.
_Falcão
_George Harrison
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duzindo um videoclipe que promete um conceito interessante. Aguardem!
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>> Os Efervescentes gravaram um novo >> A Tequila Baby gravou disco e está pro-
7 >> noize.com.br
news
Yoñlu será lançado por selo de David Byrne Não foi só a triste história do músico gaúcho Vinícius Gageiro Marques, o YOÑLU, que deixou todo mundo impressionado. O som do guri está dando o que falar fora do país. Saiu na NOIZE 11 e agora começa a concretizarse: a Luaka Bop, gravadora do ex-Talking Heads David Byrne, está produzindo o CD póstumo, que deve ser lançado em setembro deste ano. A edição internacional do disco terá 14 músicas, a maioria delas composta pelo próprio músico e já disponível na versão nacional, lançada no início de 2008. O primeiro “a mais” fica com as versões para “Little Kids”, do Kings of Convenience e “Estrela, Estrela”, de Vitor Ramil. Embora notas divulgadas na imprensa durante o mês de julho afirmem que a pós-produção das músicas feita em solo gaúcho será mantida, a gravadora afirmou
Divulgação
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que “ainda levará alguns meses até que o disco esteja pronto”. Ou seja, podemos esperar uma versão recauchutada. Quem sabe mais desenhos do guri? Para quem não lembra, YOÑLU suicidou-se em 2006, aos 16 anos. Desde então, suas músicas têm obtido atenção da crítica especializada. -
> YOUTUBE.COM Escute a bela Mecânica Celeste Aplicada. Tags: Yoñlu
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Mais uma para a turma dos hiatos. Depois de quase 25 anos de estrada, o Engenheiros do Hawaii anunciou, em seu site, que fará uma pausa de tempo indefinido. O vocalista Humberto Gessinger, único integrante da banda desde o início, não explicou o motivo da parada nem se a haverá retorno.“Sempre fomos uma banda silenciosa, estou curioso pra ver e ouvir como vão soar as músicas e discos com este silêncio radicalizado”, disse. Mas os fãs podem ficar tranqüilos, porque o líder tratou de esclarecer que não se trata de um fim e que espera “contar com a mesma rapaziada” no futuro. “É possível que a banda volte para comemorar o 25º aniversário, no dia 11 de janeiro de 2010, ou muito depois”, afirmou. Enquanto isso, Gessinger não ficará fora de cena. Está confirmado seu novo projeto Pouca Vogal, parceria com Duca Leindecker, da Cidadão Quem - que
Divulgação / Washington Possato
ENGENHEIROS DO HAWAII ENTRAM EM RECESSO
também anunciou uma pausa recentemente e deve voltar em 2009 com disco e DVD novos. Azar e sorte dos fãs das duas bandas, que pelo menos podem conferir o Pouca Vogal, cujas apresentações devem começar a pipocar nos cadernos de variedades dos jornais da Capital. -
> YOUTUBE.COM Veja as primeiras aparições da nova dupla. tags: gessinger leindecker ilex
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Foto: Arquivo Pessoal
Divulgação
Lúcio Ribeiro
Jornalista e oráculo da música
Ziggy Dust, o varredor dançarino Talvez o governo federal devesse comprar iPods para os limpadores de rua. Em Londres, um gari ganhou atenção da mídia por fazer passos de dança ousados enquanto varre. Passou na CNN e não demorou para virar febre viral no YouTube: o polonês Zbigniew Colbecki, 47 anos, é o Michael Jackson das ruas. Apesar do apelido de Ziggy Dust (referência ao personagem rockstar de David Bowie na década de 1970), são os passos ao estilo do cinqüentenário rei do pop que embalam as tardes do varredor das ruas de Londres. Colbecki nega: diz ter seu próprio estilo. O segredo para manter o astral enquanto limpa é eclético: ele diz escutar de funk australiano a música brasileira. -
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> YOUTUBE.COM Assista ao varredor dançarino em ação. tags: ziggy dust cleaner
MÚSICO FAZ TOUR DE CANOA O jovem cantor de música country estadunidense Christopher Bell está realizando a primeira turnê de canoa da história. Ele resolveu percorrer 800 km pelo método alternativo devido ao preço alto da gasolina. E está tendo resultado: ele ganha até US$ 200 por apresentação e, até o fim de julho, havia gasto menos de US$100 com a viagem de canoa. A turnê pelo rio Hudson vai até quatro de setembro, quando Bell fará o último show em um café de Manhattan.
NOIZE diz: mtos te vêem como o cara que lança tendências no brasil. Lucio diz: talvez eu saiba bem como “embalar” as coisas para atrair pessoas para o que estou escrevendo. acho que eu não viveria sem alguns amigos, leitores. meu maior trunfo é saber captar essa energia sobre música, banda, que está saindo dessa minha galera (que eu chamo de minhas antenas) e botar no meu blog. NOIZE diz: tu tem a impressão de não conseguir acompanhar tudo o que surge? Lucio diz: sempre, mas eu confio mesmo na minha rede de colaboradores, nos sites que eu visito, nos programas que eu escuto. tanto que, se alguém vem me falar de uma banda que eu nunca escutei e nunca vi minha galera falar, eu não perco meu tempo. NOIZE diz: em qual banda tu tá apostando as tuas fichas agora? Lucio diz: tirando o óbvio, eu ultimamente estou olhando muito para o rock americano. bandas como health e no age. mgmt e vampire weekend, esses me divertem. NOIZE diz: uma galera te acha muito sortudo, pois viaja o mundo pra ver shows. Lucio diz: eu digo que, mais que sorte, foi ter me dado bem com meu trabalho, trabalhar bastante e convencer as pessoas a me pagarem bem. isso proporciona viagens. NOIZE diz: mas confessa, deve ter um lado ruim nisso tudo né? Lucio diz: hahaha. não, embora eu tenha cansado de festivais ingleses. gosto dos americanos e de alguns “alternativos” (para bandas novas) pela europa. não sei se agüento o reading festival como antes. NOIZE diz: hehe, e tem o lance do jornalismo cultural misturar trabalho e lazer. Lucio diz: na verdade, eu sentia isso quando trabalhava em futebol. eu adoro futebol talvez mais do que música, e quando trabalhei com o esporte, isso me cansava e tirava meu prazer. com música não ocorre não, na verdade. nem com cinema, nem com tv.
NOIZE diz: nos teus últimos posts, tu tem falado q o indie morreu. Lucio diz: as coisas no indie apontam para um cansaço, para o fim de uma fase. nunca é uma notícia ruim, porque sempre que isso acontece, surge algo novo entusiasmante. eu sinto que é isso que está acontecendo. agora só resta esperar pelo que vem. aconteceu assim no punk, no grunge, no britpop, no novo rock (strokes 2001). NOIZE diz: semana q vem tu viaja para os eua. o q tá esperando desta viagem? Lucio diz: então, vou como observador. em eventos gigantes como o lollapalooza, é fácil vc perceber para onde a música caminha. eu fico mais de olho, mais excitado, com as bandas que tocam cedo. mas claro que vou estar lá bem feliz no radiohead, no rage against the machine. NOIZE diz: teve algum momento em q tu pensou: q bom q escolhi essa profissão? Lucio diz: ah, sempre me divirto muito vendo shows em viagens. adoro chegar num aeroporto de outra cidade e ir correndo para uma banca comprar jornais e revistas locais. ligar o rádio e a tv pra ver o que eles vêem. isso me deixa bem entusiasmado com a profissão, porque no fundo eu sou um contador de histórias. e adoro ter histórias para contar. NOIZE diz: então, conta alguma do tipo inacreditável. Lucio diz: a que eu acho mais bizarra foi durante uma entrevista com o oasis, em miami. era muita gente pra entrevistar, rádios, tvs. eu, de jornal, o único, acabei por último. mas o noel gallagher tinha um compromisso com a mtv latina e teve que ir embora. a gravação daqueles acústicos. como só eu fiquei sem entrevista, me convidaram para ir junto, fazendo a entrevista no caminho. aí fiquei passeando com ele por miami de limusine, cheguei na MTV e ainda assisti ao acústico. só tinha umas cinco pessoas permitidas no estúdio. NOIZE diz: já entrou em alguma roubada trabalhando? Lucio diz: hum. acho que não. fui pro méxico ver o Backstreet Boys, mas embora ruim demais, eu que me pautei, na verdade. 9 >> noize.com.br
news
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TV GANG A TV Gang conta com uma programação desenvolvida pela Noize TV. No Na Vitrine, oito candidatos concorrem a R$ 300 em produtos da Gang. A gurizada é dona do Chutando o balde e do Fala sério. No primeiro, a bancada está aberta para quem tiver algo a falar. No segundo, jovens antenados opinam sobre os assuntos mais importantes da atualidade.
ELITE Entramos em um projeto com a Elite que vai abrir as portas do mundo da moda para duas garotas. A Elite TV fará cobertura completa dos concursos de beleza que selecionarão as felizardas. O resultado poderá ser conferido no portal da loja e tem apoio das marcas Doc Dog, Carmim, Cavalera e Missbella. Inscrições a partir de agosto.
noize. com.br
.br e.coom m.br noiz essaanoizee..ccom.brr c a r s om..bbracesssanoizze.com..bbr i ize.c m r e brac sano ze.co ACESSE sannooize.coom .bbr s e NOIZE.COM.BR c a ssa ize.c m..braceesssanoiize.com ac ssano ize.com..br aceessano ize.com r b . m br site é uma extensão da revista. Entrevistas na ac ssano ize.com .braceessano ize.coNosso . m aceessano ize.com brac sano ze.coom.br com aquilo que você acha que faltou perguntar, r ac ssano ize.com..braceesssanooiize.cíntegra, om..bbr aceessano ize.com raccessan oize.cmatéria b . m o r estendidas, com o que teve de ser cortado ac ssano ize.co m.bra essan oize.c m b . m co .br aceessano ize.co m.brac essan oize.para caber na página, reviews de lançamentos pouco ac ssano ize.co .brac essan ize.com b . m r aceessano ize.com brac sano ze.ccoom.br - bem mais do que você lê e vê na Noize ac ssano ize.com..braceesssanoiizeconhecidos . m e o c o c o n a essan ize.c m.bra essa de papel está em noize.com.br. Acesse. ac ssano ize.co .brac aceessano ize.com ac ssano ace FOTOS, FOTOS E MAIS FOTOS Confira a nossa seção de fotos, a área mais acessada do site. Os melhores shows do RS são devidamente registrados pelos cliques dos fotógrafos da Noize. E, a cada show, uma seleção de fotos vai ao ar. Foram publicadas, recentemente, as fotos do Rock in Férias (com NX Zero, Fresno, CPM 22 e Strike) e do show do Ja Rule.
road trippin’
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CUBA Nome: Tiago Medina Idade: 22 O que faz: formando em jornalismo (mazá!) Motivo: Conhecer Trilha Sonora: Vinícius de Moraes e Buena Vista Social Club Centro de Havana, capital de um dos países mais contrastantes do mundo, Cuba. O relógio passou há pouco das 23 horas e as ruas estão movimentadas e os ônibus lotados. Ao contrário de qualquer capital do Brasil, a população não teme caminhar na rua depois que o sol se põe. Em Cuba, não existe violência nem consumo de drogas ao ar livre, mesmo que a iluminação pública não seja bem o forte da capital. Nem os flanelinhas aparecem para “cuidar” os carros com décadas de idade. As mazelas estão disfarçadas por entre os contrastes da cidade, longe do olhar dos estrangeiros. A noite é quente, acima dos 30 graus, ocasião perfeita para se provar alguma cerveja nacional—Bucanero ou Cristal—, mas a preferência do cubano é o rum, que circula até em caixinhas Tetra Pak, idênticas às de leite condensado no Brasil. O movimento é grande em direção ao Malecón, uma espécie de Calçadão de Copacabana havanense. Negros de branco (o contraste entre o tecido alvo e a pele morena é um dos mais comuns entre os muitos de Havana), brancos de negro, solteiros, casados, crianças, famílias e alguns turistas se dirigem ao grande palco, a Tribuna Antiimperialista de Havana—localizada em frente ao Escritório de Interesses dos EUA em Cuba. “¡Hoy hay música!”, e música, para os cubanos, é feita com bongôs, violões, violoncelos e sopros. É a salsa, que os deixará cansados de tanto dançar noite adentro. Na rua L existem diversas opções para se divertir à noite—inclusive um pub inglês que toca jazz, além de muitas “cafeterias”. Numa delas, entre conversas e goles, uma dupla de comediantes pergunta após uma rápida vasculhada na platéia: “¿De que país es?”. Rapidinho, aparecem espanhóis, alemães e mexicanos. Cada um recebe uma piadinha e uma salva de palmas para sua nação. Diversas nacionalidades e estereótipos encontram-se na discoteca Turquino, em um dos hotéis mais altos de Havana. As paredes laterais são de vidro e o teto é retrátil. Ou seja, de um lado está o capitólio, do outro, a Praça da Revolução, e tudo isso sob o estrelado céu do hemisfério norte. A banda, vestida de branco, tocava salsa e os visitantes davam passos desajeitados com seus mojitos na mão. Encerrado o show, o DJ assume as pick-ups e brada o nome de vários países. O Brasil não existe. Mais uma vez, a música ianque e a latina embalam a festa, que só explode mesmo com as seqüências de reggaetton, o outro ritmo forte da ilha.
O Melhor de havana:
Quem não se move, torna-se alvo de uma das raras cubanas presentes no local: “¿Quieres una chica?”. Cerca de R$ 40 garantem muita diversão no quarto ou em uma das velhas casas da região, certamente disfarçada por entre os contrastes da cidade.
Rádio – TODAS tocam salsa Casa de Shows – Cabaré Tropicana Revista – Não vi nenhuma lá Comida – Lagostas e demais frutos do mar Lugar – La Habana Vieja
MÉXICO Nome: Edgar Lopes Henkes Idade: 21 O que faz: Estuda Administração Motivo: Surfar e curtir com os amigos Trilha Sonora: Resitência Suburbana Seja qual for seu destino no México, você fará escala no Distrito Federal, a gigante Cidade do México - a segunda mais populosa do mundo, que perde apenas para Tóquio.Vale a pena parar por uns dias para conhecer um pouco da cultura mexicana e para um pouco de badalação. Não pegue qualquer táxi, pois existem algumas histórias de gente que foi roubada e passou por situações não muito agradáveis. Na capital, há diversos passeios turísticos: planeje e monte um roteiro com os que chamem sua atenção. Além da Catedral e dos prédios com arquitetura histórica, visite o museu da antropologia e as famosas pirâmides do sol e da lua em Teotihuacán. Festa: existem várias opções onde a bebida é liberada, e os drinks à base de tequila e de Mezcal garantem a diversão dos estrangeiros. Cancun: Lugar mais procurado pelos turistas, Cancun é uma ilha planejada no litoral do Oceano Atlântico, sustentada pelo turismo e banhada por resorts de luxo. Europeus e americanos vão em bandos desfrutar das belezas do caribe mexicano. Grana: à exceção de Cancun, o turismo no México é barato: cada dólar vale 10 pesos mexicanos. Por isso, fique o máximo de tempo que puder. Puerto Escondido: localizado no estado de Oaxaca, cercado de muitas montanhas, coqueiros e banhado pelo Oceano Pacífico, a cidade é um destino certeiro. Ao descer do avião, já dá pra sentir o bafo do verão de lá, e, a partir daí, tênis e casacos não saem de dentro da mala nem mesmo para as festas que rolam sexta e sábado no Bar Fly e na melhor balada, a Crazy Monday no Cabo Blanco. Lá, pessoas de todos os lugares vão até o chão sem se preocupar com o que os outros estão pensando. As festas são todas gratuitas. Surf: bem em frente aos hotéis, quebra uma onda para os dois lados chamada Zicatela, com fama internacional por seus tubos e por sua força. No meio do ano, é certeza de altas ondas. Existem também milhares de outros pontos pelo litoral recortado do México, muitos ainda sem nome e com muito menos público. Destaque para Chacaua, ao norte, e Barra de La Cruz, ao sul, ambas intermináveis e mais tranqüilas que Zicatela. Culinária: a base da culinária mexicana é a tortilla, massa que lembra uma panqueca e, dependendo do recheio e da maneira como é enrolada, leva o nome de taco, burrito ou quesadilla. Acostume-se com a idéia de comer abacate salgado, pois qualquer prato do cardápio vai vir acompanhado de guacamole, uma mistura de abacate e temperos. Muito cuidado com as pimentas, principalmente com as verdes. Caso contrário terá que tomar algunas coronas a más.
O Melhor do méxico: Rádio – Meu iPod Casa de Shows – Cabo Blanco Revista – Central Surf Comida – Tacos Lugar – Zicatela
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noize.com.br
Texto Lidy AraĂşjo
entrevista :::
beto lee 14
Beto Lee nasceu no berço do rock. Filho de Rita Lee e de Roberto de Carvalho, o cara acompanhou a história do rock brasileiro e, agora, à frente do programa “Que Rock é Esse”, do Multishow, ele conta essa história. Prestes a estrear a segunda temporada do programa, Beto ainda acompanha os pais na turnê Picnic e dá continuidade à sua carreira solo, iniciada em 2002, com o disco Todo Mundo é Igual. Desde o ano passado, você é apresentador do Multishow. Antes, já havia apresentado um programa de TV na internet. Como ocorreu esse interesse por televisão? Cara, sempre gostei de televisão. Só que eu era um moleque que curtia muito mais filmes B, Twilight Zone e documentários do que Chaves ou Xuxa. Fiz uma ponta no Miscelânea Rock, que foi ao ar pela AllTV durante pouco tempo. O lance do Multishow rolou depois que mandei um piloto de um programa que bolei com Paulo Marchetti, um amigo meu. Depois fiz outro teste, com um texto que tive que memorizar. Aliás, todos os textos que eu apresentei foram memorizados, sem ajuda de teleprompters ou cartolinas. A história do rock brasileiro já foi contada na primeira temporada. Como será a segunda? Será sobre os gêneros musicais. Todas as tribos dançando no mesmo salão. Tanto por ser músico, como por ser filho de quem é, você se sente parte integrante da história do rock brasileiro? Parcialmente. Gravei dois discos que basicamente ninguém conhece, pois não houve muita divulgação e tal. Já ralei bastante pelas estradas tocando minhas músicas. Sinto que minha vez ainda não chegou. Eu não desisto! Ser filho de quem sou nunca foi nenhuma garantia pra mim. Claro, tenho sorte de ter pais como eles e de ter nascido num ambiente completamente maluco, mas nunca usei o nome deles como troféu, sacou? Você trabalha com seus pais. Como é estar na estrada com
dois ícones do rock brasileiro? Sempre disse que isso é uma continuação da minha vida caseira. Tocar para meus pais exige uma disciplina fodida, e eles acreditaram no meu potencial como músico. Faz dez anos que toco com eles e para eles, pois ali o show é deles, não meu. Ali não tem essa de ser o “filho de”, sacou? Não tem bullshit na hora de tocar com meus velhos. O lance ali é sério. Você segue com seus projetos solo. O que vem por aí? Continuo gravando e estou preparando um terceiro disco, não tenho gravadora nem selo e gravo num esquema independente de tudo. Cara, esse disco não tem previsão de lançamento, pois gravo sozinho num estúdio caseiro. Estou fazendo umas demos com o Tadeu Patola, um cara legal pra caramba e um superprodutor e guitarrista. Tenho algumas parcerias com minha mãe e com o Kiko Zambianchi, um músico que admiro muito. Enquanto muitos filhos famosos utilizam o caminho mais fácil, você mostra gostar de percorrer o circuito alternativo. Eu sempre gostei de tocar, cara.Tenho tesão tocando em boteco, e já fiz isso pra cacete, tanto quanto em teatro lotado. Quando comecei nos botecos de Sampa, eu mesmo levava meu amp, montava o palco e a luz, arrumava o som e carregava o carro depois do show. Eu era meu roadie. Tem muito filho de pais músicos que levam a profissão a sério, como o Davi Moraes e o Pedro Baby, amigos guitarristas que admiro pacas. Tem Jairzinho, Simonal, Max de Castro, Anelis Assumpção e uma turma de filhos que sabem o quanto essa profissão é valiosa e completamente instável. Agora tem
a Wanessa Camargo, que para mim é uma piada como ela chegou sem fazer nenhum esforço, sem ralar mesmo para ter um reconhecimento digno. Lembra do comercial da Denorex? Você relatou o desejo de gravar dois discos ao mesmo tempo, mas com influências diferentes. Essa idéia continua de pé? Sim, mas como faço tudo sozinho, esses projetos serão feitos com calma, pois quero focar mais no meu terceiro disco solo. Tenho vontade de gravar um disco totalmente acústico, meio folk. Várias idéias estão rolando ao mesmo tempo. Pretendo também gravar um disco duplo, tipo um tributo aos artistas que me influenciaram. Um só com bandas e artistas brasileiros e o outro só de gringos. Você chegou a declarar que “rock é coisa para burros, não para intelectuais”. Se você procura integridade musical, vá assistir uma orquestra sinfônica! Não foi pra cuspir no prato, mas rock tem que bater por entre suas pernas, sacou? O rock de hoje o emociona? O que tem chamado a sua atenção? O cenário musical está um deserto. A molecada tira seu rock jogando Guitar Hero! Mas gosto e sou amigo de muita banda, como os caras do Tihuana, que são músicos de verdade. Sinto falta de alma em certas bandas, tipo a Fresno, que eu não consigo entender como isso virou mania. Aliás, não consigo entender a falta de querer conhecer música de verdade. Os adolescentes de hoje consomem apenas o que passa na MTV. Uma pena, mesmo.
15 x noize.com.br
Texto Fernando CorrĂŞa
rodolfo medina :::
o futuro do rock in rio 16
Tem uma coisa que conhecemos do Rock in Rio: o passado. Pouco sabe a maioria dos brasileiros sobre o que se passa no festival desde que ele abandonou o país, após a antológica edição de 2001. Rodolfo Medina é o presente e o futuro do festival que, 23 anos atrás, abriu um precedente de shows internacionais inexistente no Brasil. E, segundo ele, a Copa do Mundo trará o festival de volta. NOIZE - Pra começar, que saldo tu fazes do Rock in Rio 2008? Cara, tivemos dois Rock in Rio, um em Lisboa, já na terceira edição, um projeto muito consolidado, com os patrocinadores felizes repetindo a três edições. Pela primeira vez, conseguimos esgotar dois dias, completamente, antes de o evento acontecer. O evento em Lisboa foi impecável, no último dia já lançamos o Rock in Rio 2010 com patrocínios da Vodafone e da Millenium fechados. Em Madrid, foi maravilhoso, a gente mudou a percepção de festival de música na Espanha, porque é muito diferente o que o Rock in Rio entrega do que o que os festivais tradicionais entregam. Até porque são projetos um pouco diferentes (o nosso e os outros), então a Espanha ficou muito impressionada. NOIZE - E quais foram os pontos altos em matéria de música? Para mim, o melhor show em Portugal foi o do Bon Jovi, uma surpresa. Estava lá para fazer 16 músicas e fez 26, não parava nunca. Acho que, como polêmica e pela reação midiática, o show da Amy em Lisboa, em que ela não estava muito bem, mas foi cantar e entregou sua presença, e o de Madrid, em que ela voltou com um show maravilhoso, e muito diferente, inclusive fisicamente. Foram dois shows da Amy históricos. Em Madrid, o melhor show foi o da Shakira. NOIZE - Com tantas mudanças na maneira das pessoas consumirem música, como mudam os grandes festivais? Posso te falar do nosso caso. A gente faz uma pesquisa profunda no público para entender onde estão os pontos fortes e fracos do projeto. Chamamos o Rock in Rio de um projeto de comunicação que termina com música. Acho que já demos
esse passo que os outros festivais estão dando hoje. É um parque temático de música, que tem, além de 14 horas de festa, música eletrônica, atrações como rapel, e tem as melhores bandas do mundo tocando. O que se entrega é uma experiência no mundo da música, e não só um show. A música é o mais importante porque faz essa amarra, mas os shows não são o mais importante. NOIZE - E como é feita a escolha das bandas? A gente faz uma pesquisa junto às gravadoras, às rádios, ao público e com um pouco de feeling nosso. Fazemos uma lista de 20 nomes, entre os quais 10 serão contratados. Depende também de o cara estar em turnê, podendo tocar, milhares de aspectos que não envolvem a nossa produção. Todas as negociações são complicadas. NOIZE - A primeira edição do Rock in Rio é envolta em folclore, como o caso de Freddie Mercury (ver box). Ainda tem muito artista chiliquento? Hoje em dia é difícil ter essas loucuras porque é tudo muito mais organizado e profissional, mas acontece sim. Como na época do Paul McCartney, que não queria nada de carne vermelha, nem perto dele. A gente está lá pra atender e oferecer o melhor ambiente para o artista, para que o show que ele entregue seja o melhor. A própria Amy não queria que ninguém estivesse na passagem dela pro palco. Ela estava num momento difícil da vida dela, a gente tinha ansiedade de saber até se ela iria vir pro show, e monitorávamos pelos agentes o tempo todo. Ela planejava chegar a Lisboa duas horas antes do show. Se a pessoa já está no país, acaba sendo tranqüilo, mas ela vinha de Londres.
NOIZE - Em 2001, algumas bandas brasileiras, como O Rappa, desistiram, como foi isso? Duas ou três bandas desistiram, mas foi um movimento muito isolado que depois se mostrou um erro estratégico, porque as bandas que entraram, como o Capital Inicial, explodiram a partir daí. Além disso, as bandas, naquele momento, não estavam bem, ou não queriam tocar no horário disponível para eles tocarem. Acho que foi um erro estratégico, mas cada um toca onde quer. NOIZE - A música local sempre enfrentou certa hostilidade nas edições Brasileiras. Por quê? Eu discordo de você. Quando você faz um show para 100 mil pessoas, você não está ali pra arriscar, o povo reage a seus comandos. Não é à toa que o Bon Jovi explodiu, ele tocou 26 grandes hits. Não é o lugar para o cara tocar 26 músicas desconhecidas, é o lugar para segurar o público e fazer aquilo explodir. E em certos momentos, alguns artistas, nacionais ou internacionais, não souberam fazer isso.Você pega o histórico do Paralamas, do Barão Vermelho... o próprio Ney Matogrosso, que não tinha nenhum nexo (de estar lá), fez um show brilhante, porque conseguiu amarrar o público. NOIZE - Mas o Ney enfrentou hostilidade no Rock in Rio 1... Como é que é? Alô? (Nesse momento, Medina pede para eu esperar um minuto. Percebo que não compensa bater na mesma tecla e sigo adiante) NOIZE - E como é a recepção de artistas brasileiros lá fora? A Ivete em Portugal é um monstro, ela é muito conhecida. O Carlinhos é uma grande estrela na Espanha. Os dois agradaram muito em 2008. 17 >> noize.com.br
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NOIZE - Por que é tão difícil realizar um festival desse porte no Brasil? Precisa haver toda uma conjuntura política, econômica e social muito grande. Você reúne 250 mil pessoas, os riscos envolvidos são muito grandes, então você tem que ter uma conjuntura que não existe nesse momento. Até porque estamos fazendo toda uma trajetória internacional que achamos necessária para, em 2014, a gente voltar como quer. Acho que o momento é muito bom, o poder aquisitivo da população cresce e o número de shows internacionais também, e aí a conta começa a fechar. NOIZE - Tu disseste em uma entrevista que, em 2008, deveria ocorrer Rock in Rio em Sidney, no Rio e em um terceiro lugar... Era pra ser, mas mudou, e, como aconteceu em Madrid, não pôde acontecer nos outros lugares. NOIZE - E qual a previsão para a volta do Rock in Rio no Brasil? A princípio, 2014. Tem a Copa do Mundo, que viabiliza a conjuntura de que te falei. NOIZE - É viável realizar um festival desses sem muito patrocínio? O Rock in Rio não por que ele é baseado nos patrocínios. Como é um evento de comunicação, e não um festival tradicional, nosso negócio é em cima das marcas.
MOMENTOS PARA FICAR NA HISTÓRIA “Hoje em dia não tem mais tanta história louca”, afirma Rodolfo Medina. Será? Em edições passadas - e mesmo nas últimas -, o Rock in Rio rendeu muita história para contar. .: O piti de Freddie Mercury Na primeira edição do festival, o líder do Queen não queria passar pelo corredor que levava ao seu camarim devido à presença dos artistas brasileiros que esperavam para vê-lo. Forçou a organização a tirar a galera da área, mas quando ele passou, todo mundo gritou “viado, viado!”. Freddie rumou para seu quartinho e saiu perguntando para Amin Khader, responsável pelos camarins, “tem furacão no Brasil? Porque acabou de passar um no meu quarto”. Quando foi conferir, Khader deu de cara com “tudo virado e mamão papaya até no teto”. .: Nada atinge Carlinhos Brown Os fãs ansiosos pelo show do então já decadente Guns N’ Roses não perdoaram Carlinhos Brown no Rock in Rio III (2001). Mal chegava a terceira música do show, garrafas e abanadores começaram
a aterrissar no palco. “Aprendam a amar o Brasil”, tentou convencer a galera. Não teve jeito. Nem fazendo a melodia do hino nacional com a boca enquanto empunhava uma guitarra, conseguiu parar a chuva. Mas tocou até o fim. .: Amy sacaneia os portugueses 2008 não foi um ano bom para Amy Winehouse. Ainda assim, os exageros com drogas fazem ela perder a voz, mas não a cena. A edição desse ano do Rock in Rio Lisboa coincidiu com um período conturbado em que a cantora saía de uma internação após sofrer desmaios repentinos. Subiu ao palco português 40 minutos atrasada, fez um show cantando mal e porcamente suas próprias músicas, chorou pelo marido igualmente problemático e foi embora deixando centenas de milhares de portugueses querendo o dinheiro do ingresso de volta.
Nesse espaço em parceria com a Sem Destino, colaboradores falam dos maiores festivais de música do Planeta.
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world tour 20
ms, feiras de gravadoras, selos e casas noturnas, lounges, mais bares.
.: Carolina De Marchi_ Idade: 25 Melhor Show: Justice Bizarrice: Gente brincando de carrochoque no meio do festival (eu era uma delas) Estrutura:10 Line-up: 9
O verão que demorava a chegar aterrissou com peso, abafando a cidade em um ar denso, pegajoso. Com o calor chegaram ravers, jornalistas, DJs, produtores, artistas e loucos do mundo inteiro atraídos pela força do maior evento de música avançada da Europa: SÓNAR. Barcelona é literalmente inundada de gente e música. A cidade respira SÓNAR durante 3 dias sem parar. O programa desta 15ª edição do festival era baseado em dois temas principais: o “Fator Feminino” no cenário musical atual e o “Hibridismo”, como resultado da intersecção de gêneros e subgêneros. Divas pós-modernas e gênios inclassificáveis eram as chaves do line-up. Sol alto na primavera catalã, 19:30 de uma quinta-feira. Entro no complexo montado em pleno centro da cidade. Os espaços utilizados são os vizinhos CCCB (Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona) e o MACBA (Museu de Arte Contemporânea de Barcelona). Trata-se de uma visão surreal. No pátio que ambos dividem, há uma espécie de grama artificial, alguns bares e um palco, além de diversas tendas e pistas de dança ocupadas pelas figuras mais multiculturais e multicoloridas que se pode reunir em um mesmo lugar. Lindo. Dentro dos prédios estão espalhados sound syste-
À noite, o cenário é outro. O SÓNAR Noche transforma a Fira Gran Via em um gigantesco club. A noite mais esperada e concorrida era a de sexta-feira, na qual se registrou o pico de público: mais de 23 mil pessoas. Yelle e Diplo aquecem os tambores, mas a casa pega fogo mesmo com Justice, às 2h. O som pesado non-stop da dupla de franceses faz o chão tremer num set impecável, frenético, que dura mais de uma hora. Às três, é a vez de Boys Noize seguir a linha quase tão forte quanto a do Justice. Espiei Ewan Pearson, que não chegou a emocionar. Às 4h, sala cheia para ver a banda prodígio Hercules & Love Affair. Desafinadas e falta de sincronia entre os membros decepcionam, mas, por ser um grupo diferenciado musicalmente, empolgam muitos. Vale pela novidade. Pronta para ver Frankie Knuckles, quase não presto atenção aos que entram no palco àquela hora, um tal de Kawazaki. Foi quando olhei para o telão: Kawasaki is 2ManyDJs. Não consegui mais sair dali. Um set surpresa para deixar todos boquiabertos e com os pés cansados. Gran finale. Um SÓNAR não é SÓNAR sem que se veja alguns sets queridinhos do festival, como Miss Kittin, que vem mais techno do que nunca. E, como 2ManyDJs nunca é realmente demais, vou ouvir o que eles tocam esta noite. Menos surpresa, mas tanto electro e remix quanto na performance de sexta.Não sei bem como, mas agüentei firme e forte na Fira até as 6h da manha, só para ver o minimalista todo-poderoso Ricardo Villalobos fazer o povo levitar. Assim nasceu o sol de domingo. Ano que vem tem mais SÓNAR, e a Sem Destino pode te levar para curtir esse super festival.
Outros festivais :: creamfields :: .: CREAMFIELDS ARGENTINA Agosto 2008
Chemical Brothers - Creamfields BsAs Os headliners da Andaluzia nesse ano tocando na edição argentina do ano passado. Tags chemical brothers buenos 2007
.: CREAMFIELDS ANDALUCíA Agosto 2008
The Prodigy - Creamfields Andalucía 07 Os britânicos do Prodigy tocam “Smack my Bitch Up” no mesmo clima que deve rolar em 2008. Tags the prodigy andalucia bitch
A Espanha reúne alguns dos maiores festivais do mundo. Em agosto tem Chemical Brothers e Groove Armada no Creamfields, festival que acontece em diversos países ao redor do globo, incluindo a Espanha e a Argentina. A Sem Destino oferece um ótimo pacote para Barcelona com curso de espanhol e tempo de sobra para curtir. 04 semanas de curso de espanhol :: Carga Horária: 15 aulas/semana :: Escola: Kingsbrook 04 semanas de acomodação :: Apartamento Compartilhado :: Quarto Individual Preço :: USD 1.450 :: Mais informações ::
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Texto Maria Joana Avellar
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Em agosto de 1958, com uma diferença de 13 dias, vieram ao mundo Michael Joseph Jackson e Madonna Ciccone Louise, rei e rainha do Pop. Primeiros e únicos, não herdaram o trono de ninguém, tampouco tiveram sucessores à altura—não só quanto à produção musical e visual como quanto aos escândalos e ao folclore que os cerca. É um tanto paradoxal que a rainha de um mundo marcado pelos padrões, pelo previsível e pelos paparazzi seja também uma das artistas que mais quebrou paradigmas e que se denomina “um homem dentro de um corpo feminino”. Por outro lado, seu comparsa na realeza parece ser uma vítima de valores ancestrais violentos ao ponto de forçá-lo a negar sua cor. Mesmo que Madonna se mantenha ativa na realeza por bem mais tempo, ela é marcada por diretas influências de Michael. Desde seus primeiros trabalhos, quando pegou emprestado dele a mania de botar a mão na virilha, até a recente “American Life” (2003), em que introduziu trechos de rap como ele já havia feito em “Black or White”, de 1991.
gradada de louco e de pedófilo. Muita gente ouviu “Beat It” apenas na versão do Fallout Boy (que, por sinal, é muito boa por ser muito fiel), e não a que teve a guitarra de Eddie Van Halen emprestada; acha que “The Smooth Criminal” é música de rapper, não de Fred Astaire; aprendeu a coreografia de “Thriller” em uma comédia romântica ou em um clipe dos Backstreet Boys e só foi ouvir “Don’t Stop ‘till You Get Enough” além do trecho da abertura do Vídeo Show no debut da prima. Nos últimos anos, e na última década, é mesmo a imagem do freak branco e plastificado que é escancarada na imprensa, e não a do black power que, com apenas onze anos, estampava a capa da Rolling Stone como a voz mais potente de uma das principais bandas dos anos 70, o Jackson Five.
Ambos inovaram. Ditaram moda, música, comportamento e eram excelentes dançarinos. As primeiras oportunidades de Madonna surgiram por suas habilidades como bailarina; Michael criou um estilo de dança novo, marcado por muitos movimentos com os pés e altamente influenciado pelo coreógrafo Bob Fosse. Ao longo dos anos, um desandou; a outra continua com a coroa firme na cabeça. Entretanto, hoje Maddie segue mais tendências do que as cria, como assinala o recente Hard Candy. O novo álbum conta com a ajuda de Timberlake, Timbaland, Kanye West e Pharrel, gente que é novidade—ainda que ocupem o topo das paradas faz tempo.
A Escola de Música de Joe Jackson Antes dos Jackson tornarem-se músicos, Michael e seus nove irmãos viviam em uma pequena casa de dois quartos. Todas as tardes, as ordens do pai para que não saíssem eram contrariadas: eles mexiam em sua guitarra sem autorização e escapavam para os vizinhos, onde tocavam e cantavam. Um dia, cansado de ter sua entrada recusada em bandas e de trabalhar arduamente em um moinho, Joe Jackson percebeu o talento dos filhos. A fim de conseguir um contrato, foi de Indiana à Califórnia para, mais tarde, assinar com a gravadora Motown.
Enquanto a genialidade de Madonna se dá na impecabilidade estratégica com que conduz sua vida pública e sua trajetória como cantora e atriz, a de Michael Jackson está em seu talento, quase nato. Pode parecer estranho para as gerações mais recentes, que conhecem mais claramente (ou somente) sua imagem de-
Aos oito anos, Michael, o sétimo dos nove irmãos, destacava-se como líder da banda por ser o melhor dançarino e por ter a voz mais afinada. Mesmo assim, ele não ficava imune à rigidez de seu pai, absolutamente severo na hora de botar as crianças para cantar, tocar e forrar os cofres da família. Em entrevista à rede
BBC em 2003, na tentativa de desmentir declarações de Michael sobre as agressões sofridas na infância, Joe disse nunca ter batido no filho: “Apenas o castiguei usando um cinto e um cabo. Para bater em alguém é necessário um bastão”. Um pai rigoroso é uma característica em comum com a rainha Madonna. No entanto, ela responsabiliza o seu por todo o sucesso que alcançou, justamente por ele ter sido tão disciplinador. Freud explica: enquanto Madonna não esconde seu complexo de Electra (até assume que o que mais a atraia no exmarido Sean Penn era a semelhança com o pai quando jovem), Jackson afirma que as milhares de plásticas que fez no nariz foram com o objetivo de ficar menos parecido com o seu. Mesmo que sofra de vitiligo, doença que provoca a despigmentação da pele, ficar totalmente branco talvez tenha sido pela mesma razão. Alguns afirmam que a música de Michael embranqueceu com ele. Uma pena. “Thriller” não é apenas o single mais consumido da história, com 104 milhões de cópias vendidas e 84 semanas no topo das paradas na Billboard, mas também um marco no quadro racista da indústria fonográfica da época. Michael foi o primeiro negro a ter uma música na MTV, o clipe de “Billie Jean”. Essa é uma das razões pelas quais ele é a síntese do pop, um estilo de música que surgiu da junção do country com o blues—tem de negro e de branco na mistura. De acordo com o produtor musical Rafael Ramos, o impacto que o rei deixou foi maior, “foi mais concentrado numa fase e se espalhou pelo ar. Mas não dá para tirar o crédito da Madonna pela ousadia comportamental e pela renovação musical que mantiveram-na no auge”. 23 >> noize.com.br
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michael e madonna
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A Ambição Loira Ser criança-prodígio não é nada fácil; o futuro nem sempre reserva surpresas positivas. No ano em que Michael soprou cinco velinhas e sacudiu a escola em que estudava com sua primeira performance ao vivo, Madonna perdia a mãe e grudava-se no pai. Dois anos depois, com o QI na marca dos 140, ingressava em uma carreira estudantil brilhante e, em pouco tempo, ela já se mostraria provocante como animadora de torcida. Toda sua inteligência apontava para seu declarado objetivo de dominar o mundo. Enquanto a carreira solo de Michael veio ainda nos anos 70, Madonna estourou de vez após o sucesso do filme Procura-se Susan Desesperadamente, em 1985, quando iniciou a The Virgin Tour, que a elevou ao status de fenômeno. Mesmo assim, boa parte da crítica atacava seu amadorismo como performer. Para outros, era exatamente isso que a tornava “apreciável”, como definiu o jornalista da Rolling Stone, Michael Goldberg. A voz de Maddie podia desafinar (e ainda desafina), mas ela se firmava como uma força sociocultural e foi precursora em mostrar sua personalidade como uma forma de arte (como afirmou a revista People no mesmo ano). Madonna era, antes de tudo, um ícone sexual. Era atacada por setores conservadores da sociedade por sua sensualidade exacerbada, mas seu erotismo ia muito além de fazer meninas usarem lingerie por cima das roupas para imitar seu estilo. Ela foi uma das primeiras mulheres a se assumir publicamente bissexual e, controversa, ainda casou-se com um homofóbico declarado—ou dois: de acordo com a recém lançada biografia não-autorizada escrita pelo irmão, seu atual marido, Guy Richie, também não gosta de gays. Apenas após o fracasso do filme que fez com Sean Penn, Shangai Surprise, a turnê Who’s That Girl e o filme homônimo, Madonna conseguiu, finalmente, cair nas graças da crítica, com Like a Prayer. O clipe da música que batizava o álbum foi provavelmente o maior de seus escândalos, condenado pelo Vaticano por mostrar o envolvimento da cantora com um santo negro. Isso foi em 1989. Nos 1990, Madonna consolidavase como rainha do pop enquanto o rei já dava sinais de decadência ao sofrer a primeira acusação de pedofilia, que interrompeu a turnê Dangerous. De lá para cá, a audiência assistiu ao amadurecimento de Madonna de camarote, e surpreendeu-se em momentos como os de 1998, quando ela foi mãe de uma menina, tornou-se a principal adepta da Cabala no mundo e introduziu a música eletrônica em seu trabalho de maneira impecável, com Ray of Light.
Fotos: Divulgação
De volta à Terra do Nunca Se foi possível assistir ao crescimento pessoal e profissional de Madonna, o mesmo não ocorreu com a outra criança-prodígio, simplesmente porque ela nunca cresceu. Em 1983, no auge de seu sucesso, Michael já assumia gostos bizarros como o de conversar com manequins e falava sobre seus planos para a construção de uma casa com parque de diversões, muitas estátuas e um zoológico, como hoje é sua Neverland—referência à Terra do Nunca, lugar fantástico onde ninguém cresce. Na época, talvez não soasse tão estranho, pois as pessoas simplesmente não tinham ouvidos nem olhos para nada além das coreografias, letras e ritmos que saiam do corpo de Michael. Ele via seus ídolos virarem parceiros e fãs e aparentava precisar tanto dos palcos quanto de oxigênio, conseguindo magicamente manter a voz potente ao mesmo tempo em que executava o moonwalk e outros passos ainda mais complexos. Talvez sem os shows tão freqüentes, Michael não tenha dado conta de toda a sua loucura, característica tão comum nos gênios. Ele tinha nascido em cima dos palcos, afinal. Sem eles, sem o sucesso, e com a mudança completa para a cor oposta, sua excentricidade ficou mais infame diante da imprensa
e do público. Todos comentam o cinqüentenário de Madonna neste ano, mas pouca gente cita o dele.Vale mais a pena lembrar que “Thriller” completou os 25 no ano passado e que ainda consta no livro dos recordes. Michael não teve a morte prematura dos mitos. Ainda assim, a incompreensão alheia—e a dele próprio—não o livraram deste fardo. Ele promete um CD para o ano que vem, com o selo Michael Jackson Company Inc. O semifracasso do mais recente, Invincible, de 2001, é atribuído a suas divergências com a Sony. Há de se convir que apostar em clipes de dez minutos e no estilo gangster não surte mais o mesmo efeito de antigamente. Já Madonna celebra o sucesso de Hard Candy. Enquanto desfila na mídia sempre com o que há de mais novo no mundo da moda, MJ, quando arrisca aparecer, usa os mesmos brilhos e mocassins com meias brancas. A principal chave do sucesso de Madonna ao longo de seus 50 anos, é sua capacidade de sempre se renovar sem perder a personalidade. Os diferentes estilos que coleciona marcam suas diversas fases mais do que a própria música. Já Michael mostra que parou no tempo em todos os sentidos. Essa falta de atualização contribui para a degradação de sua imagem mesmo que, de mudanças, baste a caricatura que seu rosto se tornou.
Comenta-se o cinquentenário de Madonna, mas não o de Michael. Melhor lembrar os 25 de “Thriller” em 2007. Michael Jackson não teve a morte prematura dos mitos. Ainda assim, não ficou livre deste fardo.
10 hits
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essenciais : Michael .: I Want you Back .: Dont Stop ‘till you Get Enough .: Wanna be Startin’ Somethin’ .: Thriller .: Billie Jean .: Beat It .: Smooth Criminal .: Bad .: Black or White Madonna .: Like a Virgin .: Papa Don’t Preach .: Like a Prayer .:Vogue .: Erotica .: Frozen .: What it Feels Like for a Girl .: Hollywood .: Hung Up .: 4 Minutes 25 x noize.com.br
Texto Bruno Felin
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“Espero que em breve”, Chuck D responde com ar esperançoso, suco de laranja na mão e muita experiência, quando pergunto se o Public Enemy irá passar por terras brasileiras. O momento é perfeito para a pergunta: estou no show de estréia da turnê Don’t Look Back na Europa, onde o disco mais importante da história do hip hop comemora 20 anos e é executado do início ao fim. Foi em 1988 que o rap conheceu esta obra-prima. As letras politicamente inspiradas de Chuck D, o sabor de Flavor Flav junto à nova batida acelerada e ao experimentalismo em si, fizeram de It takes a nation of millions to hold us back um clássico. Após lançar Yo! bum rush the show com a Def Jam e rodar os EUA ao lado de artistas como Eric B & Rakim, LL Cool J e Stetsasonic, em 1987 o Public Enemy embarcou para uma turnê que fez a Inglaterra sentir um pouco do que os americanos viveram com o estouro dos Beatles nos anos 60. “Eu digo que o Run DMC é o Beatles do rap. E nós, os Rolling Stones”, compara Chuck D. A reação do público inglês foi tão grande que a gravação de um dos shows transformou-se nas vinhetas do disco. Agora, 20 anos depois, os fãs podem relembrar o saudoso final da década de 80 na mesma energia de duas décadas atrás. Chuck D ainda cutuca o presidente, hoje já mais odiado pelo mundo, e Flavor segue com sua relojoaria no pescoço. A troca de Terminator X pelo DJ Lord faz diferença, claro, mas o garoto é muito técnico também. A idade não pesa, a não ser quando Chuck erra numa letra, mas se redime fazendo dez apoios pra galera. Flavor faz questão de se defender dos críticos ao seu reality show na TV americana, dando a justificativa de que todos merecem o ganha-pão. O show é uma seqüência de hits. Construindo o clássico Diante do turbilhão de idéias surgidas durante as viagens do final de 1987, geradas pela convivência com grandes nomes do estilo e pelo próprio amadurecimento da banda, a necessidade de entrar em estúdio era grande. Chuck D, Flavor Flav e o DJ Terminator X
juntaram-se ao grupo de produtores “The Bomb Squad” para dar fruto a um novo som, onde não se usava apenas um sample que daria base à música. Cada faixa era minada de pequenos recortes, numa verdadeira orquestra de samples. Os pequenos sons, quando ajustados, transformavam-se em melodias de pura criatividade. Além disso, a velocidade das batidas aumentou, dando espaço para mais experimentalismo. Mas uma revolução não viria apenas através da genialidade. Sem as facilidades de hoje em dia, onde o produtor já tem vários timbres na manga, uma biblioteca de discos gigantesca e softwares capazes de gerar qualquer tipo de som, Hank Shocklee, Keith Shocklee e Eric Sadler tiveram que trabalhar como verdadeiros membros de um esquadrão de bombas para executar o que queriam. Para cada timbre de bumbo ou de caixa, milhares de discos precisavam ser ouvidos até aparecer o som que os deixassem satisfeitos. Todos os recortes precisavam ser feitos à mão, freqüências eram alteradas e barreiras precisavam ser quebradas. Afinal, diante de tantos sons diferentes, com harmonias às vezes até dissonantes, os produtores precisaram de personalidade para provar seu experimentalismo diante de outros que defendiam algumas “regras” de trabalho. O resultado desse esforço foi um som totalmente diferente do que se fazia. As batidas vieram cheias de jazz, de funk, de soul e de grandes misturas. Para se ter uma idéia, até Slayer foi sampleado em “She Watch Channel Zero?!”. Toda essa base musical trouxe a energia que conferiu às músicas o espírito de banda de rap, como Run DMC vinha fazendo.
O pacote completo “Bring the noise!”, puxava Chuck D aliado à sua munição de rimas que abrangem com total veracidade milhares de assuntos. Carlton Douglas Ridenhour tinha 28 anos quando o álbum foi lançado e abriu as portas para que pudesse fazer o que, segundo ele, lhe dá mais prazer: inspirar através da música. Com visão clara e poder revolucionário, suas letras tinham argumentos de inegável força. Falava de mídia, criticava o governo, defendia o poder negro, mostrava a realidade em que vivia. Sempre com muito vocabulário e inteligência. Do outro lado, Flavor Flav respondia: “Yeah, Boy!”, e adicionava seu lado irreverente e necessário. Temperadas pelas suas frases, as consistentes letras ganhavam o contraste que dava força ao conteúdo. A repercussão de suas mensagens colaborou para que, até hoje Chuck D, seja lembrado como uma das maiores figuras do hip hop e suas entrevistas sejam muito além da música. Como um grande ativista do meio cultural, foi um dos pioneiros na defesa da troca de arquivos na internet, fez campanhas contra o uso de drogas, entre tantos outros assuntos. “It takes a nation… foi o disco que mais ouvi na vida e foi o que me fez ter vontade de fazer musica até hoje”, conta BNegão, ex-vocalista do Planet Hemp, hoje junto aos Seletores de Freqüência: “ter tido a oportunidade de tocar com os caras foi como ganhar na loteria”. A influência e o legado desse disco podem ser vistos até hoje, não apenas dentro do rap. O Bomb Squad fez escola em termos de produção musical. De Spike Lee a RATM, de Racionais MC’s a Chemical Brothers, todos devem um pouco a It takes a nation of millions to hold us back. 27 x noize.com.br
Agradecimentos Music Box Estúdio www.musicboxestudio.com.br (51) 3325.1154
Texto Nando Corrêa
na fita
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z, enque não fa o é aquele nd frase bu A ga .” va ás “O maior deixa pra tr as m tivo , je as b éi ça de id sume o o che a cabe rap, mas re ição lu m o u “P e . d co ou Febeh e, o verso s, ad ro rd ei que ve a ed ri a M é, n s Cunha ma trajetó anos, Luca eo nova de u 6 p s 1 ra ai e m o d e a to , tr do garo da música o muro en e d m m a o m co n ci o o d é me arrian u ficava em de Idéias” no ar na aula, co anos. “E n m em ci ri ír á a h ca ei u o ão germin te, comec as rimas n recentemen os gravar raps para rock. Mais em lv so re ga. Aí outro cole no ar que a. idéias está to”, explic de en im ão iç ec lu ncial u q po es re o difere me inspiro, behco sob de em que eu Fe m ia a ta nc ar as p gâ af r ro ta “Essa ar as letras o e so pergun u ci q mre p er co b é o ão Quand para perce respiro.” N rnacionais. ta ouvi-la ue te q as in B . es e m ca s si fa ai ú in n da sua m pers nacio re as letras p b ra da so s e o d ém et fl al te s temas a rima, re grande par senta novo re a própri b re so ap a e l m ri ca põe, ele ário musi nta do cen ue tomaram co ulheres. m e mostrar q s ga e, dro rap, mas em o o m d co em s, trinca crim o ag id s conhec mudar a im tar rapper eles se ocupo em , cu re A es p U e e E d s m o ar “Não ”. Apes crítica: “n . alternativo s, faz uma vo da rua” existe rap o os gringo eito do po m sp es o re m r e o e , p s MC ndem De Leve Racionais , aqui se ve s Kamal e or dinheiro mo os MC co , te n vendem p re que faz dife as Cita gente te nibus, e aí da Corren lo E cuto no ô m es u , 3 m P M coletivo co , no meu em casa boa as batidas as músicas m su em gu a , al e av ad gr go rd “Carre Na ve Febehco artistas, mputador. ”. Depois, enas do co de bases de outros rimas saem ap e d e, en ep ue d conhecidas em cima método q . idas pouco s, ele rima et p at rn b ra te e s u in lh o se a tape. Esc nhece pel parte de ix co m e e a u d d q a s “E o amad amig mmaso. técnica ch cerias com J carioca To a, zes, faz par ação do D falei ‘belez p ci eu ti e ar p ar algumas ve ra particip o com Idéias” tem p e ad ir d ix ed m ão p r iç io se “Polu , que ve e o rap m o fato d Aerosmith , brinca co galera do ’” ão fr re o s. tar icano ipodem can norte-amer m suas bat roqueiros do o CD co an ra u ei q : m ri co um hit dos p Febeh fiasco a u o rap de s livrou do a de ck já salvo seus amigo er a cabeç e d ch a n Aliás, o ro d “e an b er a u , q u o n ão o n ci n só das não fu rizão que o desse gu apresentaçã pra trás”. xar idéias e dei
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minha colecao
redescoberta THE BEATLES Ultra Rare Trax Pouca gente sabe que os Beatles iniciaram sua carreira como banda de apoio de Tony Sheridam, um britânico com jeito de Elvis Presley, um dos primeiros a tocar guitarra na TV inglesa. Sheridam cantou de uns poucos sucessos, como “My Bonnie”, faixa que dá nome ao disco pelo qual Brian Epstein conheceu os fab four, na época em que mudavam de nome de Beat Brothers para Beatles. Onde encontrar: Boca do Disco (Marechal Floriano Peixoto, 474)
.: GETÚLIO Boca do Disco
Krocodil - Swamp
“A Krokodil é uma banda suiça de kräutrock. Pra quem gosta de psicodelia de verdade.”
estampa
do mĂŞs Marca: Cavalera Onde encontrar: Elite Fashion
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Abra. Destaque. E cole na parede.
Agenda CJ Ramone & Bad Chopper Dia 12 de agosto - Manara A última vez em que CJ Ramone passou por Porto Alegre foi em 1994, na derradeira turnê dos Ramones. Quatorze anos depois, o baixista está de volta com seu mais recente projeto, a banda Bad Chopper, na qual ainda assume os vocais. Cantar, na real, não é novidade pro cara. Nos Ramones, ele chegou a atuar como vocalista em canções como “Strengh to Endure”. Músicas dos Ramones, aliás, também fazem parte do set list deste show. Hey ho let’s go.
ecos falsos
Qual é o histórico da Ecos Falsos? A banda surgiu na Faculdade de Arquitetura da USP, da junção de outras duas bandas. Logo de início, em 2002, já começamos a preparar material, meio sem saber onde tocar porque a gente só fazia shows na faculdade, mas, mesmo assim, nós íamos compondo. Depois de algumas mudanças nos integrantes, no início de 2007 já estávamos com essa formação atual. Como rolou a participação do Tom Zé no CD de vocês? O Gustavo trabalhava num jornal da Faculdade e foi fazer uma entrevista com o Tom Zé. No meio da entrevista, o Tom Zé soube que o Gustavo tinha uma banda e falou “pô, tu é o primeiro jornalista que tem banda e não me entrega CD... fiquei curioso!” Uns dias depois, teve show dele na USP, aí fomos filar uma bóia no camarim e entregar o disco. Tom Zé levou a demo pra casa e, alguns dias depois, ligou à 7h da manhã empolgadíssimo. Tinha adorado o que tinha ouvido, deve ter se identificado em algum lugar (risos). Assim nasceu essa amizade bonita. Com tanta liberdade nas composições, ficaria muito difícil citar algumas das influências da banda? As músicas refletem o quanto nós somos heterogêneos. Cada um traz uma referência, do britpop ao punk, coisas barulhentas e psicodélicas, som brasileiro, Mutantes, Chico Buarque, Cartola e até Frank Zappa. E o que vem a seguir para os Ecos Falsos? Bom, a gente tem feito uns shows pelo circuito de festivais independentes, lançamos o clipe de “Nada Não” e, agora, estamos num momento “férias” pra compor material pro segundo disco.
Agradecimentos: Eni Trindade, Márcio Santos, Alex Hornest e Hugo Rodrigues Locação: Museu do Trabalho - Instalação Falsos Animais de Alex Hornest
Fotos: Marco Chaparro Assist. de fotografia: Lucas Tergolina Produção: Mely Paredes e Bianca Montiel Make up & Hair: Gabi Guimarães Arte: Rafael Rocha Textos: Helga Kern Concepção: Mely Paredes e Rafael Rocha Figurinos: Elite Fashion e Spirito Santo
reviews
o que entra por uma orelha e não sai pela outra
010866_155x338_325.pdf
June 26, 2008
17:04:40
1 de 1
Música é a sua? A sua é o Sonora.
DM9 É DDB
O Sonora tem mais de 500 mil músicas e diversos estilos musicais. www.terra.com.br/sonora
PRIMAL SCREAM
BECK
Beautiful Future
Modern Guilt
ARTISTA NO TERRA SONORA
ARTISTA NO TERRA SONORA
Depois da incursão retrô de Riot City Blues, o Primal Scream volta a fazer o que sabe (e muito bem). Beautiful Future é um disco pop energético, que, como bem ilustra o título, pouco trata do passado. Classificado pelo líder Bobby Gillespie como “balas envoltas em açúcar”, é, na verdade, isso mesmo: as letras afiadas tratam de temas diversos e, muitas vezes, pesados, enquanto o electro-rock convida a dançar. As únicas faixas mais lentas são “Beautiful Summer” e “Over & Over”. Em geral, as músicas são de pista, mesmo quando pesam nas guitarras – como na roqueira “Urban Guerrilla”. “I Love to Hurt (You Love to be Hurt)” ainda traz a participação mais adequada impossível de Lovefoxxx. Mais um bom trabalho de uma banda que, reinventando-se ao longo de duas décadas, nunca se perde. Fernanda Botta
CSS
Donkey
Faz algum tempo que Beck se afastou do hip hop lo-fi familiar para os fãs, especialmente em Odleay, que para alguns continua sendo o seu melhor trabalho. A partir do Midnite Vultures, de 1999, o cantor entrou num clima influenciado por groove e pelos bons ritmos das pistas de dança, além de apresentar alguma intimidade com o folk e com músicas orquestradas. Agora, ele volta a trabalhar a versatilidade da sua voz com a energia que faltava. Modern Guilt surpreende pelo senso de unidade. Foi produzindo pelo DJ Danger Mouse, que também produziu trabalhos do Gorillaz e de Jay-Z. Destaque para a delicadeza dos vocais de Cat Power, convidada para participar na faixa “Orphans” e para a vibração sessentista da faixa-título. Gabriela Lorenzon
ARTISTA NO TERRA SONORA
É difícil falar mal de Donkey, mesmo para quem já começou a ouvir meio de birra. Não é possível lamentar a falta de tosquices porque o CD está redondinho de tão bem produzido. A grande quantidade de hits em potencial mostra que o maior triunfo criativo da banda está em, dentro de um cenário cheio de semi-plágios e remixes, encontrar novas melodias. Não existem chances para sentir saudades da voz esganiçada de Lovefoxxx, já que a versão doce e superafinada mostra tanto amadurecimento quanto cativa. Tudo indica que esse trabalho, além de agradar (ao menos o suficiente) os fãs antigos, vai dar para o “Ciécess” uma legião de novos admiradores (que, infelizmente, vão achar que se trata de uma banda inglesa). Maria Joana Avellar
ALBERT HAMMOND JR. Como Te Llama?
THE RASCALS Rascalize
ARTISTA NO TERRA SONORA
ARTISTA NO TERRA SONORA
¿Cómo te Llama?, segundo álbum do Stroke Albert Hammond Jr, decepciona. Não por ser material de má qualidade, mas por dar uma guinada (para baixo) muito grande, se comparado ao primeiro disco, Yours to Keep. Enquanto este oferecia uma sonoridade mais suave, com instrumental sofisticado, o novo álbum é mais do mesmo: é, praticamente, um CD dos Strokes, só que com vocais mais suaves. Mesmo assim, não deixam de haver passagens surpreendentes: “Spooky Couch”, faixa instrumental com Sean Lennon no piano, é ótima, e “Feed me Jack or How I Learned to Stop Worriyng and Love Peter Sellers” (assista a “Dr. Fantástico” para entender o título alternativo) lembra “Cartoon Music for Superheroes”, do primeiro CD. Escute sem muita expectativa. Fernanda Grabauska
Os Rascals são uma banda mediana. Logo, lançaram um disco de estréia mediano. Rascalize não foge ao estilo dos padrinhos Arctic Monkeys - apenas soa um pouco mais sinistro. O álbum começa bem com a faixa-título, que remete a Magical Mistery Tour, clássico dos Beatles (“All on board for the adventure”, canta o vocalista Miles Kane). Pontos marcantes são as faixas “Bond Girl” e “I’ll Give You Simpathy”. De maneira geral, é um álbum sólido e bem construído. No entanto, falta algo. À exceção dessas canções, a maioria passa batida. Apesar dos bons riffs, que têm lá o seu mérito, os Rascals parecem não conseguir produzir nenhuma música que vá ficar na cabeça por tempo maior que o de sua execução. Se não fugirem desse padrão, correm o risco de cair logo no esquecimento. Fernanda Botta 43 noize.com.br
cds :::
reviews
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3 DOORS DOWN
NX ZERO Agora
3 Doors Down
OUÇA NO TERRA SONORA
OUÇA NO TERRA SONORA
O CD anterior, ao mesmo tempo em que apresentou versões um pouco açucaradas demais dos antigos sucessos independentes, consagrou o Nx em nível nacional. Em Agora, eles encaram o desafio de fazer um álbum totalmente inédito—exceto pela fraca versão de “Apenas mais uma de amor”, de Lulu Santos. O resultado mostra que a banda não perdeu a personalidade, mas encontrou dificuldades em inovar, algo evidente na queda da qualidade das letras. As participações de Túlio Dek são desnecessárias, mas interessantes. Alguma delas com certeza está entre as que tocarão no rádio incansavelmente. Maria Joana Avellar
Uma olhada no encarte de 3 Doors Down e, inevitavelmente, comecei a criar más expectativas. Inicia a primeira música, “Train”, e confirmo o que já mais ou menos esperava: mais uma banda do saturado pop metal norteamericano. O que resta é ouvir e aguardar um daqueles “hits de laboratório” que esses grupos possuem o dom de produzir. E ele vem rápido. “Citizen/soldier” é a música-tema do exército dos Estados Unidos ou algo parecido. Em seguida, a romântica “Let me be myself” dá o golpe de miserabilíssimaricórdia. Ouço o resto apenas para constar. Fraco. Gustavo Corrêa
DiscografiaBásica
por Arturo Garziera
GOGOL BORDELLO Super Taranta!
Candidata a passar pelo Tim Festival de 2008, a banda nova-iorquina Gogol Bordello é conhecida por shows ensandecidos do que chama de punk cigano. Algo como o Clash que vai a um circo regado a vinho. Super Taranta! sucede o elogiado Gipsy Punks: Underdog World Strike (2005), que voltou os olhos da crítica para a banda. Acordeãos misturam-se a distorções, violinos harmonizam-se com momentos ska: a linguagem da banda, sozinha, já lhe garante o status de original. Se não supera o antecessor, a energia de hinos como a faixa-título e a poesia de “Ultimate” fazem de Super Taranta! um complemento à altura. Fernando Corrêa
BEASTIE BOYS ARTISTA NO TERRA SONORA
Licensed to ill
Após alguns anos de atuação na cena punk hardcore de NY inspirados pelos mestres rastafáris do hardcore Bad Brains, os três branquelos conhecidos como Ad-Rock, Mike D e MCA deram seu primeiro passo no mainstream. Ao comando do lendário produtor Rick Rubin, a transição do punk para o rap sem perder o charme fez do primeiro disco dos Beasties uma verdadeira masterpiece. Repleto de bom humor, atitude e com auxílio do inusitado fato de ser um trio branco no meio de um gênero musical até então dominado pelos rappers negros, Licensed to Ill chamou forte atenção de público e crítica. Com músicas como “Rhymin & Stealin”, que sampleia Led Zeppelin, “Fight for your Right” e “She’s Crafty”, todos os sons com ótimos riffs, bons mesmo de se cantar e pular, é um marco na época a junção de guitarras com o rap, coisa que só foi popularizar-se anos depois.
Paul’s Boutique
Mais maduro e com a produção dos Dust Brothers o segundo álbum do Beastie Boys chegava carregado de samplers, beats, loops e cia. Levando nas costas o peso de gravar um bom segundo disco após o sucesso de Licensed to Ill, o trio aliado aos Dust Brothers alcançou o objetivo em Paul’s Boutique—sendo este até considerado como uma espécie de Pet Sounds do rap. Com uma sonoridade menos “pesada” do que o primeiro, este álbum poderia até se encaixar como um “rap progressivo”, tamanha a quantidade de experimentações nele envolvidas. Este álbum talvez ficasse marcado também no futuro da banda que, a partir dali, a cada disco lançado, misturava mais e mais. Destaque para os sons “Shake Your Rump”, “Hey Ladies” e “Looking Down the Barrel of a Gun”. ill Communication
Lançado por um selo comandado pelos próprios Beastie Boys e com a produção do brasileiro Mario Caldato Jr.. Ill Comunication apresenta uma boa mescla composta por Mike D, Ad-Rock e MCA de instrumental e rap. Com a boa presença de elementos de rock, funk e jazz em sua composição, sem largar de lado o talento do trio para os sons “funkeados”, o disco tornou-se um clássico—ainda mais após o ótimo clipe de “Sabotage” dirigido por Spike Jonze, clipe este que influenciou a MTV em sua estética visual nos anos 90. Outros sons muito marcantes neste álbum são “Sure Shot”, com seu ritmo dançante e “Root Down”, que mais tarde ganharia um single com diversos remixes, provando que os Beastie Boys queriam mesmo era reinventar os sons, sejam eles de autoria deles ou de outras pessoas.
VÁRIOS
Com uma proposta diferente da costumeira, o DVD faz um apanhado do que foi produzido na musicalmente rica década de 1990. Derivado do livro de mesmo nome, Almanaque dos anos 90 lembra, por meio de clipes, as bandas que marcaram o rock no fim do século passado. A seleção de 20 canções passa por escolhas óbvias, como “Alright”, do Supergrass; “Fake Plastic Trees”, do Radiohead; “Higher Ground”, do Red Rot Chilli Peppers e “Being Boring”, do Pet Shop Boys. Nomes que ficaram naquela década, como Jon Secada, Erasure e Blind Melon também são contemplados. Além dos clipes, textos contam um pouco da história da década que deixou saudades. Ricardo Jaggard
RADIOHEAD Best Of
Coletâneas não são dos artigos mais valorizados pelos fãs de música. Quando se trata de clipes, então, é ainda mais difícil engoli-las, principalmente em tempos de YouTube. No entanto, o Best of de vídeos do Radiohead supera tais negativas por três aspectos importantes. O primeiro é a qualidade de som e de imagem, que não é equiparada por streaming algum, e que faz parecer que o vídeoclipe de “Creep” foi gravado com a alta tecnologia atual. Depois, pela comodidade de ter-se acesso às obras primas que costumam ser os clipes da banda (vide “No Surprises”) em qualquer lugar. Mas, principalmente - e nisto está o poder de interesse junto aos fãs -, pelas versões raras e menos conhecidas dos vídeos de Thom Yorke e cia. Destaque para “High and Dry”, que aparece nas edições dos EUA e do Reino Unido, e para “2 + 2 = 5”, registrada na apresentação do grupo no Belfort Festival. Ao todo, são 21 momentos em que a maior banda de rock da atualidade encontra a MTV e mostra que clipes valem tanto quanto música. Fernando Corrêa
THE CLASH
Live - Revolution Rock
O Clash é, para muitos, a banda definitiva de punk rock—pelo mesmo motivo que, para outros, ela perde o cargo: Joe Strummer, Mick Jones e cia. quebraram as barreiras do estilo desde os primeiros trabalhos, ao transitarem pelo reggae, até a entrada de cabeça na new wave. Ainda assim, o grupo manteve o esforço em permanecer ligado às raízes agressivas no discurso e no posicionamento. Boa parte desse trânsito e dessa fúria é registrada nos 83 minutos de documentário de The Clash Live: Revolution Rock. A coletânea de gravações ao vivo deixa claros os efeitos da caminhada: o Strummer que toca “White Riot” transborda energia contestatória, enquanto o que toca “Should I Stay or Should I Go” diante de uma platéia gigantesca em 1982 (no Shea Stadium) parece apenas cumprir o protocolo de um grande show de rock. O DVD traz outras performances, como as da banda tocando em casas de espetáculo no fim dos anos 70 e três apresentações na TV (“The Guns of Brixton”, “This is Radio Clash” e “The Magnificient Seven”). Praticamente todas as faixas são vídeos ao vivo, com exceção da dublagem pseudo-empolgada de um promo de “Tommy Gun”. Embora não se preste para contar a história da banda em detalhes—há uma narração que acompanha as músicas, dispostas em ordem cronológica, porém só informa os mais desinformados—, Revolution Rock é rico naquilo que os fãs mais procuram em DVDs ao vivo: registros raros. Por isso, algumas músicas aparecem com a imagem granulada ou com o áudio não tão bom. Ainda assim, as melhores performances não são as inéditas, mas as do longa Rude Boy (“I Fought the Law” e “ London’s Burning”) e da reedição de London Calling, de 2004 (“Last Way to the World” e “Last Testament”). Ou seja, para os fãs, Revolution Rock é uma oportunidade de ter alguns poucos vídeos novos, junto a tantos outros já disponíveis, em um só DVD. Para quem apenas gosta de Clash, eis a melhor coleção de material ao vivo e um pouco da história de uma das bandas mais influentes dos últimos 30 anos. Should you go? Yes, you should. Ricardo Jaggard
::: dvds
Almanaque Anos 90
SCELERATA
Skeletons Domination
Em seu segundo álbum de estúdio, a banda demonstra amadurecimento em suas composições. Com a entrada de Renato Osório, Magnus Wichman encontrou uma boa parceria nas guitarras. A cozinha com Francis Cassol e com Gustavo Strapazon dita o ritmo acelerado do som e Carl Casagrande destaca sua voz nas passagens lentas. Letras bem construídas, boas composições, porém, sofrem do mal de 90% das bandas brasileiras de metal: a ausência de um bom refrão nas músicas. Ouça sem medo os sons ‘Forever and Ever’, com um ótimo acordeão, e ‘Bad Dreams’.
MARCELO BIRCK Timbres Não Mentem Jamais
Timbres não mentem jamais... mas podem confundir. No que pode parecer uma tentativa de fazer lado ao Sétima Efervescência e a sua ex-Graforréia Xilarmônica de uma vez só, Birck mistura ie-ie-iê, jovem guarda psicodélica, música atonal e compassos pouco convencionais, de maneira que quase todas as faixas têm seu momento dançante e sua passagem esquizo. O resultado não é nem a “próxima efervescência”, nem outra graforréia, mas uma mistura do experimental e do pop, do erudito e do rock’n’roll que a turma de Birck fez e continua a fazer como poucos. 45 noize.com.br
Divulgação
BATMAN
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O CAVALEIRO DAS TREVAS
cinema :::
reviews
de Christopher Nolan (2008)
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA Vários Artistas (2008)
que faz da morbidez sua marca registrada. Sua atuação não é menos do que excepcional, em que pese a presença de um elenco classudo que inclui Gary Oldman, Aaron Eckhardt e Michael Caine. Mas no embate verbal entre personagens tão interessantes interpretados por atores dando o melhor de si, faltou ao diretor que criasse cenas memoráveis – é de se imaginar o que poderia ser feito com a seqüência de perseguição ao comboio, por exemplo. No geral, fica-se aliviado que os tempos de mamilos de borracha tenham ido para, talvez, nunca mais voltarem. Samir Machado
BATMAN (1989)
Divulgação
Filme francês por excelência, “O Escafandro e a Borborleta” é baseado no romance homônimo de Jean-Dominique Bauby, jornalista bem sucedido e editor da revista Elle, que, aos 43 anos de idade, sofre um acidente vascular cerebral que desenvolve nele uma síndrome rara, perfeitamente denominada de síndrome locked-in. Impedido de realizar qualquer movimento, Jean-Dominique vive condenado a comunicar-se com o mundo exterior por meio de um sistema desenvolvido pelo piscar do olho esquerdo. Numa espécie de metáfora dúbia dos opostos da vida, o peso do escafandro é neutralizado pela suavidade e símbolo máximo de libertação evocado pela borboleta. Pois o contraponto perfeito encontrado pelo diretor é construído a partir de uma trilha sonora repleta de boas surpresas. As cenas demarcadas pelo inóspito local onde se encontra o paciente estão magistralmente marcadas pela intensidade apaziguadora e igualmente frenética de um piano bem executado. Do contrário, representando os momentos anteriores ao acidente, a magnificência dos Dirtbombs, com seu rock psicodélico que faz lembrar a guitarra suja de Hendrix, bem como a rouquidão característica de Tom Waits, a balada despretensiosa do Velvet Underground e a libertária “Ultraviolet”, assinada pelo U2, que completam o coro bem orquestrado do longa-metragem. Marcela Gonçalves
O que dizer de um filme cujo público já foi aos cinemas predisposto a amar e elevar a melhor filme do ano, embalado pelo antecedente quase unânime de críticas positivas? Não vale a pena falar da trama – são tantas reviravoltas que o melhor é o espectador saber do filme apenas o mínimo necessário: Batman, desta vez, enfrenta o Coringa. E tem uma moto muito bacana. A expectativa se justifica: o filme anterior trouxe uma visão séria e realista que quase dissociou o filme do gênero “super-herói”. Dissociá-lo por completo coube à Batman – O Cavaleiro das Trevas, que coloca o herói no mesmo patamar de verossimilhança de um filme de Jason Bourne, e aí as comparações feitas com Os Infiltrados fazem sentido: a nova cronologia do herói no cinema está muito mais próxima do estilo realista de Michael Mann do que do universo particular de Tim Burton. E segundo fator de expectativa: a aura trágica em torno de Heat Ledger, morto este ano por overdose acidental de barbitúricos, interpretando um personagem
de Tim Burton
O novo filme do homem-morcego consolida a segunda série do herói no cinema, e surge a discussão: qual o melhor Batman, o novo, mais realista, ou a versão gótica de Tim Burton? (Ao menos, é consenso que os de Joel Schumacher são os piores!). Mais ainda: queremos que um filme de super-heróis seja realista? Fenômeno de marketing, o Batman de 1989 consolidou a carreira do iniciante Tim Burton, com sua estética dark característica ressaltando o lado sombrio do herói, marcado pela excelente trilha sonora de Danny Elfman, e com Jack Nicholson como um Coringa que era, antes de tudo, um anarquista da arte. O filme foi um enorme sucesso de bilheteria e vive na memória afetiva de uma
geração. Mas verdade seja dita, é muito mais um filme de Burton, flertando com o fantástico e com o cinema de aventura niilista dos anos oitenta que, via de regra, não se encaixa no zeitgeist pós-11 de setembro. Ou seja: cada década teve o Batman que mereceu. S. Machado
Foto Games: Reprodução
WOLFGANG’S VAULT wolfgangsvault.com
FREEPLAY MUSIC
Wolfgang é Bill Graham, o produtor de shows de rock que ajudou a moldar a estética desse tipo de espetáculo como o conhecemos hoje. Seu “cofre” é uma estrutura de mais de 2500 m2, localizada em San Francisco, onde o falecido Bill armazenou a maior coleção de gravações de shows e memorabilia musical do mundo. Ao acessar o site, o internauta tem acesso ao impecável acervo, sem sair de casa. O destaque do site é mesmo a seção Concert Vault, que disponibiliza aproximadamente mil shows em streaming, com uma variedade de performances que vão de Duran Duran a ZZ Top, passando por Miles Davis e Tina Turner. De toda essa variedade, aproximadamente um terço está disponível também para download. Vale a pena varar o site em busca de performances raras de seu ídolo, seja ele quem for.
O Freeplaymusic é o paraíso de quem se aventura na produção de trilhas. Vinhetas, músicas, efeitos sonoros—o site dispõe de uma vasta biblioteca de áudio que pode ser usufruída para uso nãocomercial pelo internauta (desde que citada a fonte). Não bastasse ser um site gratuito em meio à imensidão de páginas que prometem música grátis (mas que na hora “H” pedem o cartão de crédito), o Freeplaymusic ainda conta com um sistema de busca perfeito para quem trabalha com cinema. Os arquivos de áudio são organizados por estilo (folk, rock, bossa nova, etc.) e por “feel”, algo como clima. Assim, os produtores de áudio iniciantes não precisam ter um feeling muito apurado para achar a trilha certa para uma cena de aventura, de mistério ou de perseguição. É acessar e baixar, sem medo de drama.
freeplaymusic.com
BAIXE
Games A MÚMIA: TUMBA DO IMPERADOR DRAGÃO Como já era imaginado, o game não impressiona. Seria injusto dizer que o jogo foi malfeito.Acontece que, talvez, os designers do game poderiam ter dedicado algumas horas a mais à conclusão desse trabalho. Os gráficos não decepcionam, nem a sonorização, que reproduz as vozes dos personagens com perfeição. O problema está na jogabilidade e nos bugs. O sistema de tiro é extremamente falho e a luta desarmada tem pouquíssimas variações de combos. O jogo prova que copiar Tomb Raider no tópico “escalar o cenário”, não é, e nem nunca foi, garantia de um grande jogo. Por fim, caso seu jogador fique preso dentro de alguma parede, não se desespere, seu videogame não vai explodir. Dê o reset e tente novamente. Eduardo Dias Agradecimentos à JP Eletrônica – Assistência Técnica Pça. XV De Novembro, 66 – Sala 1010 - Porto Alegre :: Tel: (51)3012.8721 | 9129.9399
internet ::: games
ASSISTA videos do mes
musicas do mes >> Katy Perry I Kissed A Girl Dizem que ela é a nova diva amada pelos gays. Eis seu primeiro hit. >> Kings of Leon Crawl Está no site oficial dos caras, por tempo limitado, a canção-prévia de Only by The Night. >> Conor Oberst Cape Canaveral Do novo CD de Conor Oberst, indie folker que passou por aqui em julho.
>> TH6 Revoltas Emocore e delays dividem espaço no disco que a banda do ex-CBJr Marcão liberou no Myspace.
47 noize.com.br
GIG ROCK
Anna Fernandes
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shows :::
reviews
Porão do Beco, 04 a 13 de Julho.
Começar pelo começo é tão cansativo quando o que nos espera são 10 noites seguidas de rock de todos os tipos, vertentes e rótulos.Você já deve ter desejado encarar uma maratona dessas, mas garanto que antes da metade, a maior vontade é a de que ela termine. Mesmo assim, o cansaço e a impossibilidade de tomar uma cerveja com os amigos não reduziram minhas expectativas quanto a um dos momentos mais esperados do ano. Comecei devagar, no sábado. Cheguei depois de a meia hora padrão do festival esgotar-se cedo demais para os acostumado com o laboratório sonoro da Apanhador Só. Mas, então fui capturado pelos Locomotores Petracco e Maurício, que dividiram vocais e alternaram riffs e solos em suas respectivas guitarras com um resultado animalmente rock’n’roll. “Esse aqui a gente vai deixar com vocês”, disse Petracco ao virar o pedestal do segundo microfone em direção à platéia. A mesma platéia que delirou quando Frank Jorge alternou canções próprias com hits certeiros da Graforréia (“Nunca Diga” e “Amigo Punk”), além de uma homenagem a Júpiter Maçã. “Lugar do caralho” traduziu o clima do festival: (bastante) gente afudê, cerveja (gelada e quase) barata e os Beatles ecoando nos repertórios de muitas das bandas. Não na superglam Supergatas, cujas doses de punk rock e o vocal melódico destruidor de cordas vocais fecharam a noite. Li um comentário interessante: quando se presencia tantos shows diferentes, é difícil conhecer aquilo a que se assiste— somos apenas voyeurs. Assim me senti: um observador atento ao ponto de perceber o quão competentes são os integrantes da Redoma; chato o suficiente para notar que boa parte do público ansiava por algo mais leve; e à vontade para pensar “azar do público”. Porque as caras insanas à Jello Biafra do vocalista loucão da banda seguinte, Yesomar, não desmentem as influências guitarreiras e porradas, de Deep Purple a Hellacopters, que transparecem no som direto e cru dos caras. No mesmo clima dead-kennedys-fuck-you, tocaram Os Alcalóides e a ramônica Los Vatos, cuja meia hora durou mais que qualquer outra. A segunda-feira vazia teve o interessante duo de electro rock FENX que, munido de um notebook e uma guitarra, fez um show assumidamente embrionário. A Gulivers, em fase de reentrosamento, e a boa surpresa Rockfort, foram mais dois exemplos do indie rock que dominou o festival. Esta última, entretanto, passeou também pelo rock oitentista do TNT e visitou os anos 60 com um cover de Doors. Fato: impossível chegar ao GIG Porrada ileso. A terça e a quarta especiais reforçaram a já forte cena de hardcore local. O show da No Rest rendeu cabeças rachadas no chão quadriculado de um Porão do Beco ainda desacostumado com os ritmos e distorções extremas. Os anarco-punks franceses da Chicken’s Call colocaram um pouco de melodia na noite de quarta, enquanto punks na platéia filmavam o show com celulares.
A sétima noite de festival coincidiu com a festa de lançamento da edição 15 da NOIZE—não apenas na data, mas no evento em si. Enquanto os primeiros convidados preenchiam os espaços vazios do Porão do Beco, no palco a Reverso Revolver tocou sua mescla do power pop de Weezer com o rock de Strokes e o tempero brasileiro no melhor estilo Los Hermanos. Vieram ainda os vencedores do Açorianos, Fruet e os Cozinheiros, a oitentista Lautmusic, a quase-reencarnação de Sonic Youth, Space Rave e a groovy Subtropicais, na que foi uma das mais ecléticas noites de GIG. Sem perder o embalo, os destaques de sexta ficaram com Yanto Laitano e seu teclado, que comandaram sozinhos boa parte de um show marcado pelo rock argentino. Muita energia no palco, a mesma que sobrou para a Identidade. Rock’n’roll sem frescuras, banda e vocalista muito carismáticos e energéticos. O Porão ficou pequeno para acomodar tanta gente no sábado. A evidente Pública desfilou seus hits por excelência e apresentou canções do novo disco; a porrada garageira da Walwerdes, veterana em festivais deste Brasil, contou com Júlio Porto na guitarra; o baita show dos micareteiros brasilienses do Móveis Coloniais de Acaju contagiou e levou os integrantes da banda—literalmente—ao mezanino. Entre o êxtase e a tristeza, cheguei ao último dia de GIG Rock. Red So Deep fez um show elogiado (que eu perdi), a Damn Laser Vampires alternou psychobilly e som oitentista e mostrou ser a banda mais legal que há por essas bandas, e os argentinos da El Mato a Un Policia Motorizado mostraram indie rock suave com boas doses de rock alternativo dos anos 90. Mesmo avesso a opiniões repetidas à exaustão, não posso falar do fechamento sem falar em Superguidis. Não foi o melhor show dos caras, mas certamente um dos melhores do festival. Ô, GIG Rock, canseira das boas. Fernando Corrêa >> Eu
Fui
“Grande iniciativa, Móveis Coloniais e Frank Jorge foram os shows mais envolventes. O único porém foi a superlotação do Beco em alguns momentos.” Ricardo Romanoff_ estudante de jornalismo
Giuliano Cecatto
::: shows
Pedro Revillion
JORGE DREXLER Teatro do Bourbon Country, 20 de Julho.
OUÇA NO TERRA SONORA
JA RULE
Pepsi On Stage, 11 de Julho.
OUÇA NO TERRA SONORA
No Rio de Janeiro, Ja Rule fez questão de apresentar-se na Rocinha, para conseguir preços acessíveis às pessoas de todas as classes sociais e ficar “entre os seus” (segundo a produção do artista), mas não foi o caso aqui. Mesmo com ingressos não muito caros para um show internacional, os “seus” daqui não compareceram em peso. A dúvida era se Ja Rule, que se destaca pelas ótimas parcerias que fez durante a carreira - Jennifer Lopez em “I’m Real”, Ashanti, em “Mesmerize”, Bob Brown, em “Thug Lovin” e até mesmo o falecido 2Pac em “So Much Pain” -, conseguiria segurar um show sozinho. Além da expectativa de recebê-lo, o que mais esquentou o público naquela noite foi a rara e feliz oportunidade de ver, na abertura, alguns dos principais nomes do rap de Porto Alegre: Nitro Di, Da Guedes, Lica e Jacksom, além do DJ Piá, que comandou o “aquece”. Lica, com Spawn (MC da linha de frente do rap gaúcho), mostrou muita qualidade em sons como “Tudo ou Nada”, também com a participação de SevenLox, cujas influências gringas deram uma cara “internacional” ao show. Entre muita fumaça, a principal atração da noite chega com uma toalha na cabeça, com a resposta ao questionamento anterior: Ja Rule consegue sim segurar um show sozinho! Só precisou de mais um MC para apoiar alguns vocais. Foi a prova do merecimento de três prêmios Grammy e de mais de 25 milhões de cópias vendidas. Arrancando gritos da platéia na largada, segue assim com um hit após o outro – “Mesmerize”, “Wonderful”, “Put It On Me”, “Uh Oh”, “Between Me And You”, “Down Ass Bitch”, tudo sem deixar cair. Nem os sons feitos em parceria com outros nomes da música ficaram de fora: ganharam um pout pourri, como a parceria com Jenifer Lopez no som “I’m Real”. O que foi muito legal, pois foi a maioria destes trabalhos que consagrou Ja Rule, além de serem os preferidos da maior parte do público. Mas, com certeza, um dos sons que mais mexeu com a massa foi “Holla, Holla”, que teve o clipe gravado nas praias do Rio de Janeiro e que contribuiu muito para a popularidade do rapper por aqui. As “garotas” não podiam faltar no palco. Ao perguntar seus nomes, o máximo que Ja Rule conseguiu foi um “Hã, hã”, mas a dança das gurias valeu! Nem quando alguém pegou o microfone e lembrou ao mi>> Eu Fui crofone a cansativa questão da briga entre Ja Rule e 50 Cent, conseguiu es“Isso que é um verdadeiro show de RAP, me senti como se tivesse na gringa. O cara escotragar a noite que foi, como disse Lica: lheu as melhores músicas e mandou muito “Um presente para quem ama o rap”! bem.” Laila Rodrigues Garroni_ estudante de jornalismo Carolina Anchieta
Em sua segunda visita ao Brasil, Jorge Drexler foi recebido para o 3º Festival de Inverno de Porto Alegre com prestígio e efusão de uma platéia que parecia saudar um grande amigo sumido. O segundo dos dois shows feitos por ele—e que, a princípio, seria o único—foi recheado com carisma, talento e saídas imprevistas do roteiro inicial. Descontraído, em meio a palmas e gritos, Drexler abriu a apresentação com “Un País com el Nombre de um Rio”, misturada a versos de “Ramilonga”, de seu amigo Vitor Ramil. Em mais de duas horas de espetáculo, mais do que era esperado, o uruguaio fascinou a todos com canções simples e, ainda assim, sofisticadas e profundas, em um contraste de letras e de melodias, de eletrônico e de acústico. Se não bastasse para ser um grande show, o uruguaio abre espaço para o improviso. Como ele mesmo caracterizara, seu show é “um organismo vivo, que tanto provoca reações quanto reage a elas”—e foi nesse perfeito diálogo que correram suas canções. No que pode-se considerar um dos pontos altos do show, Jorge chama Vitor Ramil, com quem divide o palco em clima divertido. No bis, pedido a gritos e batidas de pé no auditório, Drexler volta às risadas comparando o público gaúcho ao do norte da Espanha, “muito recatados” (em tom irônico), e canta mais três musicas, fechando com a empolgante “Sea”—fazendo um público mais que satisfeito voltar pra casa cativado, com a certeza de ter valido a pena as filas e esperas e, como eu, cantarolando feliz “Y que Sea, lo que, Seaaa…” Fernanda Faria 49 noize.com.br
PANORAMA NACIONAL
Saudações, amigos headbangers!!! Não estamos passando por uma boa fase do nosso querido metal nacional. O Sepultura segue em atividade: mesmo sem ter os irmãos Cavalera (fundadores da banda) em sua formação, não fazem mais a quantidade de shows que faziam em outras épocas. Aqui em Porto Alegre, então, faz uns quatro anos que não se apresentam. O Krisiun sabe que o caminho é a Europa e outros países; é a banda mais ativa nesse sentido: fazem muitos shows, talvez o grupo nacional que mais se apresente em terras estrangeiras. No Shaman só restou Ricardo Confessori na bateria—o novo disco é bom, mas muito longe de ser um “sucesso”. Em agosto agora poderemos confe-
rir ao vivo a nova formação; eles tocam dia 17 no Opinião. André Matos com sua carreira solo e os companheiros ex-Shaman também lançaram um bom trabalho, mas com uma movimentação fraquíssima aqui no Brasil, se apresentaram no final do ano passado aqui para umas três centenas de “testemunhas”; esperamos que lá fora esteja diferente. O Viper apareceu de novo, com novo álbum e nova formação também—um bom trabalho, mas sem petardos dignos de seus trabalhos anteriores; shows são escassos. O Angra, que era a mais bem-sucedida banda de metal em termos nacionais, está com problemas burocráticos. Será que a luz no fim do túnel do metal nacional é um trem? Horns up!!!
DIVERSIDADE DE SENTIMENTOS
Um final de semana que foi, como disse a MC Lica, “um presente para quem ama o rap”. Em uma noite, um dos nomes mais importantes do rap internacional, Ja Rule, apresenta-se no Pepsi On Stage, e, dois dias depois, um dos nomes de maior destaque na historia do rap mundial, Guru (Gangstarr) toca no Bar Opinião. Neste show, Guru trouxe o projeto que mistura jazz e hip hop e que conquistou não só o público do rap, mas todos que, simplesmente, gostam de música. O Opinião foi palco da apresentação da nova série Guru Jazzmatazz Vol.4- Back to the Future, álbum que conta com Damian Marley, Aceyalone & Zion-I, Blue Scholars, Mr. Lif, Yungun, Lord
OS REIS DA GRANDE POA
Já falei uma vez, aqui na NOIZE, de uma banda de Gravataí chamada Sister Daphini e King Tie. “Os Reis de Gravata” têm algumas peculiaridades, tais como serem uma banda de reggae gaúcha com uma vocalista mulher e a banda de apoio ter começado tocando só dubs. Seus shows ainda têm acompanhamento de outro vocalista, que com muita energia transforma o reggae mais sutil em um ragga de primeira. Suas músicas são carregadas de efeitos e de delay, caracterizando a raiz da King Tie Dub. A mistura do reggae com o ragga e outros estilos como Tim Maia, Jamiroquai e Pink Floyd tornam a música desta banda inigualável. Com uma voz de muita força e com muita expressão, a líder da
Sister Daphini já é admirada pelos apaixonados do reggae roots. Poucas bandas souberam em tão pouco tempo entrar na cena gaúcha com humildade e muita vontade de fazer acontecer aqui no RS. Eles estão apostando no trabalho próprio e já estão disponibilizando suas músicas próprias e alguns covers no endereço eletrônico palcomp3.cifraclub. terra.com.br/sisterdaphiniekingtie.Vale muito a pena conhecer o som dessa galera nova, mas com experiência de sobra. Essa banda promete muito e como fã que sou de todos, vou deixar aqui um e-mail para contato: sisterdaphini.kingtie@gmail.com.
Tariq, Nature, C. Knowledge (do Digable Planets), Tony Touch e Young Pablo. Sabe quando se diz que um artista bom é um “palco cheio”? Naquela noite, pôde-se dizer que houve “platéia cheia”, pois o público não era grande, mas todos que estavam lá mostraram, em energia, o quanto aquele artista representa para quem gosta do “real hip-hop” e por que Jazzmatazz já entrou para o Top 100 das listas Billboard. Na pista ,MCs da cena gaúcha, como Lica, Buiú , Piá e DJ Anderson mostravam-se emocionados, provando que, mesmo não lotando o Bar Opinião, Guru conseguiu transmitir, em sentimento pela música, o equivalente a dez Pepsi on Stage lotados.
NA CONTRAMÃO
Sempre que eu penso que está tudo muito massificado e banalizado, acabo percebendo as forças antagônicas que persistem e sobrevivem. Foi assim quando vi um banco (!) viabilizar a turnê nacional do show da Mônica Salmaso com o Pau Brasil, quando assisti à performance contraventora de Ney Matogrosso (como já comentei aqui) e quando ouvi Beba-me, disco ao vivo que Elza Soares lançou no ano passado. Elza Soares é um manifesto contra o enlatado. Fora dos padrões de beleza tradicionais, a cantora se mantém sensual e insinuante aos 70 anos de idade. A voz rouca e rasgada, com tiques à moda Louis Armstrong (que ela garante fazerem parte do seu jeito de cantar desde antes de saber
que o jazzista americano existia) também destoam dos manuais de técnica vocal e lhe conferem uma marca inconfundível. Beba-me reúne tudo isso em um repertório que resgata os maiores sucessos na carreira da cantora e coroa a (de certa forma recente) parceria com José Miguel Wisnik, que dirigiu o show que deu origem ao CD e ao DVD homônimos. Um trabalho que rearranja canções nem tão evidentes na música popular brasileira e que deixa ouvir uma voz que transparece a experiência da artista, com atitude e improvisos seguros. Com o aporte da Biscoito Fino, mostra, para meu consolo, que nem só o que é enlatado se projeta.
SUICIDAL TENDENCIES
Ocorreu, no último dia 3 de agosto em Porto Alegre, um mega show - de uma mega banda: SUICIDAL TENDENCIES. Com produção do nosso querido Billy, o show contou também com a abertura dos “bruxões” da Disrupted e da Grosseria. O Suicidal Tendencies começou sua história nos anos 80, no auge das gangues em Venice, Los Angeles.Aliás, a banda foi, muitas vezes, associada a uma gangue em particular dos subúrbios de LA, os Crips, devido ao uso freqüente que fazia da cor azul característica daquele grupo (o lenço azul que Mike Muir costuma usar é a imagem de marca dos Crips). O grupo era formado por 4 jovens de origem latina: Mike Muir, líder do grupo, Louiche Mayorga,
Grant Estes e Amery Smith. Eles tinham um visual bem diferente das outras bandas da época, com influências das culturas negra e latina (isso chamou bastante a atenção dos skatistas e dos punks). Em 1983, o SD lançou o seu pimeiro álbum – Self Titled, o disco punk mais vendido da época. Apesar de nunca terem feito sucesso comercial, a reputação dos caras é grandiosa por terem sido uma das primeiras bandas a misturar hardcore com heavy metal. Foi confirmado que a banda está trabalhando em um novo projeto, em fase final de produção (a cargo de Paul Northfield).Vamos aguardar para ver o que estes ícones do “skate-rock” vão nos trazer.
HED KANDI
Uma simples compilação de CDs com foco na música eletrônica, com um conceito diferenciado na sua apresentação de capa - baseado na ilustração de mulheres glamourosas e cheias de atitude diante de festas badaladíssimas e divididas em quatro estilos: Twited, Disco, Lounge e Beach torna-se febre entre os adoradores da música feita para dançar e, em alguns casos, peças para colecionadores. Estou falando do fenômeno HED KANDI, e tudo isso é muito fácil de explicar: a marca trabalha somente com o que há de melhor no mundo. Os melhores DJs são responsáveis pelas compilações, Jason Brooks, gênio da ilustração, é o responsável pelo desenvolvimento das capas, e o escritório, com
FAST MELODIE PUNK ROCK
Uma vertente do punk rock que tem muitos adeptos é a que preza, especialmente, velocidade e melodia. Inaugurada por dinossauros como NOFX, Bad Religion, Lagwagon, No Use For a Name, Strung Out e Satanic Surfers, foi se acentuando no decorrer da década de 90 e no começo da atual. Como nomes mais representativos, temos os canadenses da falecida Belvedere (que se dividiram e formaram dois grupos: This is a Standoff e Fallout Frequency) e da Reset, os estadunidenses da Rise Against, do Rufio e da A Wilhelm Scream, os italianos da Beerbong, os escoceses da PMX e os franceses da Straighten Things Out. Isso para resumir a algumas bandas de cada nacionalidade, pois uma
investigada superficial é suficiente para que se localize dezenas de representantes do punk rock ultra-rápido. É evidente que alguns nomes acabam recorrendo a fórmulas consagradas por outros, o que desgasta o estilo e resulta numa massa incoerente de berros melódicos, guitarras oitavadas e bateria ensandecida. Mas não dá para tirar de Belvedere, de Rise Against e de Beerbong o mérito de criar novas possibilidades para o punk rock/hc. Da série “álbuns indispensáveis”, sugiro os seguintes: Twas Hell Said Former Child e Fast Forward Eats the Tape(2001 e 2004 - Belvedere), Beerbong (2004 – Beerbong) e Siren Song of the Counter Culture (2004 – Rise Against). Até mês que vem.
sede em Londres, tem até DJs tocando ao vivo todos os dias. Enfim, eles vivem e respiram música eletrônica 24 horas por dia. Agora mesmo, no verão Europeu, a marca disponibiliza pacotes de turismos baseado em baladas, festas, dia e noite. Vale a pena conferir – www.headkandi.com. E, no dia 15 de agosto, o fenômeno desembarca em terras gaúchas, mais precisamente, em Gramado, no hotel La Hacienda, numa superfesta somente para convidados. Fique esperto, pois essa é imperdível.
A LITTLE BIT DIFFERENT
Hoje a coluna vai ser diferente, e vocês vão perceber. #1 Eu fico contente por existir GIG Rock, e por ter dias bons/ lotados, e quem disser que eu falar isso é chupação, que pare de ser recalcado. #2 Mesmo quem odeia Coldplay, faça o favor de escutar pelo menos a canção que dá nome a Viva La Vida (sério, quem é que acha esse nome bom? Mas a música compensa). É até bom eu falar sobre eles, porque eu não tinha falado de uma banda grande, GRAAAANDE. #3 Aproveitando então pra falar de bandas grandes, o Radiohead lançou um video MUITO inova-
dor de “House of Cards”, minha canção favorita na primeira audição de In Rainbows. A inovação desse clipe fez eu lembrar do impacto que senti ao ver pela primeira vez a capa do Computer World, do Kraftwerk. #4 Continuando com vídeos legais/novos, o CSS lançou o segundo vídeo do seu novíssimo Donkey. Tenho duas coisas a dizer, e a primeira é: eu gostei do álbum/achei ótimo e quero fazer uma coluna só sobre ele. A segunda coisa a dizer é que eu adorei o clipe. A idéia é ótima, a imagem “tosca/quase clipe caseiro” é fantastich. Bem, minha tarefa desse mês é essa. Dá-le!
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Ilustra Matthieu Bessudo (UK) www.mcbess.com
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