Revista NOIZE #06 - Agosto de 2007

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do ano que vem. Pete, por sinal, tem freqüentado uma clínica de reabilitação para viciados em drogas. O músico foi flagrado com entorpecentes e cumpre uma ordem judicial enquanto não é submetido a julgamento, marcado para o dia oito de agosto. De acordo com o semanário inglês NME, Pete recentemente sofreu uma crise de abstinência após implantar um adesivo que combate a presença de drogas no organismo. Confira as músicas do novo disco do Babyshambles:

em São Paulo. O Coldplay tem se caracterizado pelo apoio a várias causas políticas. Eles têm advogado pela campanha “Make Trade Fair” da Oxfam e pela Anistia Internacional. A banda também participou de vários projetos de caridade como o Band Aid 20, o Live 8 e o Teenage Cancer Trust. Chris Martin também protestou contra a invasão do Iraque e apoiou John Kerry.

Coldplay com um pé na América Latina Previsto para ser lançado no ano que vem, o novo álbum dos ingleses terá influências latinas e hispânicas, segundo os integrantes da banda. A idéia surgiu depois que o grupo deu um rolê pelo Brasil, Chile, Argentina e México. O novo trabalho está sendo gravado em Barcelona e será o quarto disco desses garotos que já venderam mais de 30 milhões de cópias. A inspiração vem “do visual, dos sons e dos sabores da América Latina e da Espanha”, contam os rapazes em seu blog. Ainda segundo os meninos, o “efeito é sutil, mas importantíssimo”. Em fevereiro deste ano, os fãs brasileiros puderam assisti-los nos shows que a banda fez 6

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Babyshambles lança seu segundo disco O Babyshambles, banda do ex-Libertines e garoto-problema Pete Doherty, preparase para lançar seu segundo álbum. Embora não tenha sido bem avaliado pela crítica especializada, Down in Albion (2005), disco de estréia dos britânicos, rendeu a eles participações na maior parte dos principais festivais europeus em 2006. O baixista Drew McConnell, em entrevistas à BBC, informou que o novo registro já está pronto. O segundo disco ainda não tem nome ou data certa para sair, mas Pete e seus colegas esperam colocá-lo no mercado entre dezembro deste ano e fevereiro

Carry On Up The Morning Delivery You talk Unbilotitled Side Of the Road Crumb Begging Baghead Unstookietitled French Dog Blues There She Goes (A Little Heartache) Baddie’s Boogie Deft Left Hand The Lost Art Of Murder


Thom Yorke contra o aquecimento global Thom Yorke, líder do Radiohead, é outro rockstar engajado em causas ambientais. Desta vez, ele participa da campanha The Big Ask, uma iniciativa dos Friends of the Earth. A campanha tem a finalidade de cobrar do governo britânico a diminuição da emissão de dióxido de carbono, principal causador do efeito estufa. Para o músico, todo mundo precisa lidar com o problema para que um dia não seja muito tarde. Ele acrescenta que se trata de uma redução gradual, e não dramática—no caso, 3% ao ano. Junto com Thom, outros famosos abraçaram a causa. A cantora KT Tunstall, o cantor James Blunt e o astro hollywoodiano Jude Law. Mais de 171 mil pessoas já aderiram ao movimento através do site www.thebigask.com. Recentemente, a organização do Live Earth divulgou uma lista com os quinze artistas que mais contribuem para o meio ambiente; Thom Yorke apareceu na sexta posição, com Pearl Jam figurando em primeiro. O Live Earth, idealizado por Al Gore e realizado no mês passado, reuniu músicos em vários países com o propósito de conscientizar as pessoas sobre os graves problemas ambientais.

vida musical e pessoal de Dylan. Entre os atores que fazem o papel do músico estão Christian Bale, Richard Gere, Heath Ledger e Cate Blanchett—sim, ela mesma. A moça faz a parte andrógina do (na época) jovem rockstar.

Bonde do Rolê nos EUA

Longa de Bob Dylan está no forno Algumas imagens do novo filme sobre a vida de Bob Dylan vazaram na internet e já estão no YouTube. O lançamento do longa I’m Not There: Suppositions on a Film Concerning Dylan está previsto para o final do ano nos EUA. Não há, por enquanto, uma previsão de estréia no Brasil. A cinebiografia foi escrita e dirigida por Todd Haynes (o mesmo de Longe do Paraíso). A história será contada em sete momentos diferentes da

para ser em Berlim (como nos anos anteriores), mas as autoridades alemãs não aprovaram a segurança oferecida pelos organizadores do evento e vetaram o bafo. Os caras não desistiram, fizeram um apelo para que outras cidades se oferecessem para sediar a festa e conseguiram. A previsão é que o evento reúna 1 milhão de cabeças dançantes no dia 25 de agosto. O tema da Love Parade deste ano é “Love is Everywhere”. Berlim ou Essen? Tanto faz: o amor está em todas as partes.

Aqui, ali, em qualquer lugar O maior festival de rua de música eletrônica está com contagem regressiva para começar. A Love Parade acontecerá na cidade de Essen, oeste da Alemanha. A festa era

O Bonde do Rolê parece ter caído nas graças dos gringos. Seguindo os passos de bandas brasileiras como o Cansei de Ser Sexy, o Bonde irá realizar uma extensa turnê pelos Estados Unidos. Os shows se estenderão até o dia 13 de outubro, tendo início em Washington e encerramento na Carolina do Norte. Na agenda dos curitibanos estão cidades como Nova York, Los Angeles, Chicago e San Francisco. A turnê serve para divulgar o álbum de estréia da banda, With Lasers, que foi lançado apenas no exterior pela Domino Records—mesma gravadora de Arctic Monkeys e Franz Ferdinand. A maioria das canções do CD foi gravada na casa de Rodrigo, com exceção de “Solta o Frango”, na casa de Luísa Lovefoxxx (vocalista do Cansei de Ser Sexy), “Geremia” e “Divine Gosa”, na casa de Johan (do Radioclit), e “Quero te Amar”, em Miami. O Bonde foi obrigado a desmarcar alguns shows que faria abrindo para o Cansei de Ser Sexy no início de junho. A atitude teve como motivação uma cirurgia de urgência feita nos dentes pelo DJ Rodrigo Gorky. A banda tem sido bem avaliada pela crítica brasileira e internacional. Entre os que se renderam ao talento dos curitibanos estão os jornais New York Times e Guardian, além da rede de TV BBC.

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Robbie Williams recruta ex-Smiths, New Order e Primal Scream O tablóide The Sun informou que o novo álbum de Robbie Williams deverá contar com a colaboração de três integrantes de bandas famosas nos anos 80. Um deles seria o baixista da banda The Smiths, Andy Rourke. Ele confirmou a possibilidade de uma colaboração com o ex-Take That durante sessão, em Londres, do documentário Inside the Smiths. O jornal publicou, ainda, que Robbie Williams também entrou em contato com Justin Timberlake, Mark Ronson, William Orbit, Soul Mekanik e com seu ex-parceiro Guy Chambers. Uma fonte não identificada disse ao tablóide que Williams quer trabalhar com os melhores. O último álbum do mú-

sico, Rudebox (2006), foi considerado muito electro e diferente dos anteriores. No começo de 2007, ele esteve internado em uma clínica de reabilitação de drogas. O novo trabalho também terá, segundo a reportagem, os membros do grupo indie Freebass: Mani (Primal Scream) e Peter Hook (New Order), que recentemente comunicou o encerramento da banda. A informação, no entanto, foi negada por Bernard Sumner (guitarrista) e Stephen Morris (baterista), que afirmaram para o site Pitchfork que a declaração do baixista foi concedida sem o conhecimento dos músicos, e eles apenas podem deduzir que Hook não quer mais fazer parte do grupo.

O monumento do hip-hop norte-americano Um dos berços da cultura hip-hop pode virar monumento histórico, afirmam autoridades do estado de Nova York. O prédio de número 1520 fica no bairro Bronx e foi nele que, nos anos 70, o DJ Kool Herc, um dos pais da cultura hip-hop, tocou seus primeiros scratches.Ao mexer os discos de vinil com a ponta dos dedos, ele manipulou sons antigos e criou novas sonoridades—como até hoje fazem os DJs. Kool promovia as famosas festas de rua, conhecidas por block 8

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parties. A medida foi anunciada pelas autoridades americanas e serve para proteger o bairro, que em geral recebe a população de baixa renda, da especulação imobiliária. Também é no Bronx que fica a primeira sede da Universal Zulu Nation.A ONG foi criada em novembro de 1973 com o intuito de trabalhar o talento e a arte dos jovens dos guetos, diminuindo assim a violência. Batalhas, só musicais.A ONG, que tem sede no Brasil, prega pela paz, união, amor e diversão.


Vocalista do System of a Down grava álbum solo e intensifica rumores sobre o fim da banda O vocalista do System of a Down, Serj Tankian, prepara-se para lançar seu álbum solo. O disco foi batizado Elect the Dead e será lançado no dia 23 de outubro pelo selo do próprio músico, chamado Serjical Strike. Integram o catálogo do selo bandas como Buckethead e Fair to Midland. Shavo Odadjian, baixista do System of a Down, garante que a banda não acabou. Após cancelar alguns shows da turnê do disco Hypnotize, boatos de brigas entre os

músicos alimentaram comentários sobre o fim do grupo, embora nada tenha sido confirmado oficialmente. O SOAD lançou até hoje cinco álbuns e inúmeros hits. O mais famoso foi lançado em 2002: “Aerials” chegou ao topo das paradas norte-americanas e, junto com “Toxicity”, tornou a banda conhecida internacionalmente. Os músicos são descendentes de armênios e possuem visões políticas bem definidas, que aparecem em suas letras.

O forninho está cheio Britney Spears e Christina Aguilera. Elas podem falar mal uma da outra, mas no fundo são farinha do mesmo showbiz. Esta pequena nota serve para falar um pouco do lado maternal das moças. Há alguns dias a revista australiana NW revelou o que nem Britney esperava: ela pode estar grávida de seu terceiro filho. Enquanto isso, prepara seu álbum de volta da fase trash, intitulado Get Back. Aguilera, por sua vez, parece melhor que a concorrente. Prestes a ser mamãe pela primeira vez, com três meses de gestação e aparentemente mais centrada, ela continua a cantar em sua turnê Back to Basics.

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O novo trabalho de Iggor e Max Cavalera já tem nome definido. Chama-se Inflikted e, de acordo com Max, mistura punk, hardcore e metal. Ele acrescentou que as músicas se parecem com as de Arise (1991) e Beneath the remains (1989), quarto e terceiro álbuns de estúdio do Sepultura. Inflikted está sendo gravado em Los Angeles com os produtores Logan Mader (ex-Machine Head e Soulfly) e Lucas Banker. Os irmãos estão acompanhados de Joe Duplantier, baixista do Gojira, e Marc Rizzo, guitarrista do Soulfly. O projeto já tem uma página no MySpace, que pode ser acessada em www.myspace.com/officialinflikted. O lançamento do álbum é aguardado para o final deste ano ou começo do ano que vem. O grupo deve sair em turnê por Estados Unidos, Europa, Austrália e América do Sul. Iggor e Max passaram dez anos separados. O último trabalho da dupla é o álbum Roots, do Sepultura, lançado em 1996, um ano antes de Max sair e fundar o Soulfly. O vocalista gravou cinco álbuns com a banda. Iggor tocou no Sepultura até 2006 e saiu depois do elogiado Dante XXI. Ele estava atuando como DJ em festas por todo o Brasil. Em uma entrevista para o repórter Jerry 10

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Ewing, da revista Metal Hammer, Max Cavalera explicou como foi a reaproximação dos músicos: “Iggor me contatou. Alguém me passou o telefone, dizendo ‘é o seu irmão’, e quase tive um ataque do coração. Eu não falava com ele tem coisa de 10 anos e esse cara me passou o telefone como se fosse o entregador de pizza! Ele apenas disse ‘e aí, cara, como vai? Eu quero te ver.’ Eu nem cheguei a pensar sobre um projeto na hora. Nós mantivemos o contato, e depois eu disse a ele que tinha escrito algumas músicas pensando nele e perguntei se gostaria de tirar um som. Essas músicas não cabem em nenhum lugar, nem no Soufly, e nem no Sepultura. Não era como se eu o estivesse chamando pra se juntar ao Soufly; era algo novo em folha. Como um novo começo em nossas vidas. Ele gostou muito e é assim que estão as coisas no momento”. Iggor criou uma nova escola na técnica de bateria. Seu estilo inovador foi percebido principalmente no álbum Chaos A.D., quando trouxe elementos tribais. Max, que é naturalizado norte-americano, é um dos expoentes entre os vocalistas de thrash metal.


[Música Digital]

por André Pase

Jornalista e Professor da Famecos

Ilustração: Rafael Rocha Douglas Gomes

Na época do processo do Napster, o guitarrista Robert Fripp disse que todo o rolo serviu para que a gente notasse o quanto a música é importante para as nossas vidas. Nesses dias digitais, o som está mais próximo através das mais variadas formas e a indústria fonográfica adapta-se, aos trancos e barrancos, à realidade. Os independentes ganharam com isso, mas os graúdos tiveram de rever seus negócios. Trocamos MP3 como quem troca figurinha, sem pensar na mudança por trás de um simples arrastar de arquivos. Ainda mais no Brasil, país que está na frente da tecnologia, mas boa parte do público não compra disco original porque só tem grana pra pagar 10 vezes menos no camelô. Sem falar que o preço do disco é quase o mesmo de um DVD, não compensa. Pra completar isso, MySpace é muito legal, mas não adianta muito colocar a faixa apenas pra ouvir lá se logo depois o link pra baixar pipoca no Orkut. Nosso contexto é bem diferente do resto do globo. Na Gringolândia, Japão e na Europa, os downloads pagos já superam os piratas, além da venda de toques de celular ser bem ativa, porque estes públicos querem algo de qualidade e podem pagar por isso. Lojas como a iTunes funcionam assim, 99 cents deles é um preço camarada e os arquivos vem indo de uma boa matriz. Sem falar que a compra do disco todo tem como brinde clipes e um arquivo com uma versão digital do livreto do CD. Pena que no Brasil estamos ilhados. As alternativas existentes cobram R$ 1,99 por faixa, sem nenhum brinde. Mês passado, o Pato Fu colocou o disco na web antes das lojas, coisa que a Cachorro Grande já fez. O problema é que cada canção sai 99 cents nossos, mas está em arquivo do Windows Media. Pelo preço de três fatias, tu leva o bolo todo se comprar na rua. Na contramão, formatos físicos nunca antes foram tão valorizados. O CD que matou as belas artes gráficas do vinil agora tenta viver sob a forma de DVD ou como um pacote de dados sempre na tua mão. Existem boas experiências nisso, a última é o MVI. O novo do Rush, Snakes and Arrows, também vem assim. Mais caro, não toca em drives de CD comuns, só no micro ou DVD. Apesar disso, tem caixinha bala, wallpapers, links para comprar ringtones, som 5.1 e o mais interessante, a possibilidade de salvar as MP3 do disco sem proteção contra cópia. Tem outras experiências, como Robbie Williams em Memory Stick, Bob Marley e White Stripes em PenDrives ou o CD-R virgem oficial do Green Day. Também dá pra fazer como o Marillion. Depois de levar um pé na bunda da gravadora em 2005, abriu o jogo pros fãs e pediu a grana adiantada pra gravar o estiloso Marbles. A resposta veio com 15 mil pré-compras, registradas na versão luxuosa do CD, um senhor livro de 100 páginas. Com esse empurrão, viraram o jogo e só dependem de uma mão grande pra distribuir os discos, enquanto vendem pela web e nos shows. Pena que só tem lá fora. Tudo isso mostra que a música como negócio mudou e não basta apenas lançar discos com menos músicas e mais baratos, mas tem de ter algo que seja interessante para a pessoa, que vale a pena investir. Os fluxos de grana tão mudando, camisetas e shows são cada vez mais valorizados, e a idéia por trás do direito autoral também é repensada – basta ver o trampo do Creative Commons. Um dos mais ferrenhos defensores da liberdade de expressão, o ativista e letrista do Grateful Dead JP Barlow disse que todos devemos aprender a trabalhar a liberdade das obras. Para ele, até mesmo o rock com a sua identidade forjada em um riff deve aprender um pouco como é ser livre com remixes e colagens feitas pelo pessoal do rap e do techno. A sobrevivência nessa selva passa por um dilema cruel, ou vende baratinho e não lucra muito ou põe um precito maior e paga as contas? Talvez precisemos dar um passo pra trás e apenas cobrar custos no começo pra criar cultura e ganhar mais adiante. Ou pensa assim ou o negócio sem burocracia e direto dos camelôs passa para a frente. Pros pequenos isso é mais fácil, mas temos de lembrar que empresas não vivem do amor pela musica e precisam dos trocados pra manter a máquina funcionando. E, no final das contas, precisa ser mais fácil a compra, porque fã que é fã busca o original. noize.com.br

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San Diego por Eduardo Rodrigues

San Diego—ou “Sun Diego”, como também é conhecida the finnest city in America. São vários os adjetivos para esta cidade no sul da Califórnia, que foi descoberta por um português e que está com um sotaque gaúcho cada vez mais forte. Mas não existe uma única palavra capaz de descrever a vibe de SD. São diversas opções, todas reunidas em uma bela cidade. Desde o astral de Ocean Beach, com seus bares, o píer e a bela Newport Street; passando pela divertida Dog’s Beach com a cachorrada livre, leve e solta pela praia; até Pacific Beach, para quem procura os niteclubs e o agito das universitárias americanas. As bases da NAVY, a marinha americana, valorizam a cidade e trazem uma sensação de segurança. Alguém lembra de Top Gun? Sim, as bandas que Tom Cruise dava em sua moto eram pelas ruas de San Diego. Em Miramar está localizada a base aérea onde as cenas do filme foram rodadas. Para quem procura sossego, a dica é ir até a ilha de Coronado, de onde se tem uma vista periférica de Downtown. A melhor pedida é ir à noite. O Balboa Park oferece diversas opções culturais; entre elas, estão museus do automóvel, da aviação, de história natural e da história de San Diego. O melhor de tudo é que a cada dia da semana a entrada em um deles é gratuita. Já não bastasse, o San Diego Zoo, maior zoológico do mundo, fica no mesmo parque. A maior atração é o panda, mas se você conse-

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guir vê-lo, parabéns: é seu dia de sorte. Outro parque bastante conhecido é o Sea World, com seus shows, animais marinhos, aquários e montanha-russa. Façam muitas compras! Afinal, o dólar está lá embaixo. Onde você for, vai ter no mínimo um shopping mall com lojas de CDs, eletrônicos, roupas, esportes e souvenirs. Destinos certeiros são Fashion Valley, San Yzidro e Downtown. Os points para o surfe também são outro atrativo da city. Black’s Beach ao norte, Sunset Cliffs ao sul. Mesmo pra quem não surfa, vale a pena conhecer estas praias para conferir o visual. Já os que andam de skate não precisam se preocupar. Com ótimas pistas espalhadas pela cidade, Robb Field Skateboard Park se destaca por ser uma pista completa e bem localizada, com preços acessíveis e toda infraestrutura que os gringos dão para a prática de qualquer esporte. Pra quem está planejando vir, prepare-se para viver intensamente numa das melhores cidades da Califa. Orale guey!

O Melhor de San diego: Rádio – Z90.3 z90.com Casa de Shows – 4th&B Revista – Flo flomultizine.com Comida – Califórnia Burrito Lugar – Ross


Biarritz por Wagner Schenkel

Para todos aqueles que gostam de viajar, conhecer outros países, culturas diferentes e ao mesmo tempo adoram uma boa praia, o sul da França apresenta-se como grande opção para curtir o verão europeu. Além das belas praias do mar Mediterrâneo, a cidade de Biarritz, localizada na região de Aquitânia no sudoeste da França, é uma das cidades praianas mais badaladas da Europa. Conhecida no mundo todo como a capital francesa do surf, Biarritz recebe milhares de turistas entre os meses de maio e setembro—na sua grande maioria jovens em busca de festas, praia e badalação. O domínio da língua francesa não é fundamental, pois em meio a turistas vindos da Alemanha, Áustria, Inglaterra e muito outros países, a cidade e seus arredores estão habituados com a língua inglesa. Biarritz possui uma boa infra-estrutura, com vários pubs e casas noturnas, restaurantes, hotéis, albergues e campings. Para aqueles que curtem uma boa balada, existe uma diversidade de opções, indo desde clubes de música latina até boates onde rola música eletrônica toda a noite. À beira-mar pode-se encontrar restaurantes que servem comidas leves e saudáveis, com preços variando entre €7 e €15 nos mais baratos. Para quem pretende economizar, existem vários mercados distribuídos por toda a cidade. Além de hotéis e albergues, uma ótima opção para reduzir custos e se integrar com os de-

mais turistas são os campings, que geralmente têm preços reduzidos e muitos jovens que buscam diversão. Aos arredores de Biarritz, as praias de Anglet e Hossegor são as mais procuradas por surfistas e banhistas. A cidade de Bayonne, a dez quilômetros de Biarritz, atrai mais de um milhão de visitantes para suas festividades. São ao todo 5 dias e 5 noites de festa na primeira semana de agosto. Outra boa opção para aqueles que estão instalados em Biarritz é dar uma volta na cidade de San Sebastián, no País Basco Espanhol. Nos sábados à noite milhares de pessoas saem às ruas de San Sebastián em busca de bares e boates, que ganham vida com pessoas animadas e dispostas a aproveitar a noite. No site oficial da cidade (www.biarritz.fr) podem ser encontradas maiores informações e telefones úteis para planejar sua ida a Biarritz.

O Melhor da França: Rádio – NRJ (FM 100.9) nrj.fr Casa de Shows – IBIZA Revista – L’intern@ute linternaute.com Comida – Salmão ao molho branco Lugar – Port des Pêcheurs

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Texto Natรกlia Utz

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u também é fã? – me pergunta o funcionário da locadora, ao ver que levaria alguns DVDs do Elvis. — Eu gosto bastante, não sou uma fããã. É para escrever um negócio – eu explico sem ele ter perguntado. — Uma resenha? – sonda. Então eu abro o jogo e conto logo: — Na verdade, uma matéria. Conhece a NOIZE? — Claro que conheço – diz o jovem. — Pois é, vou fazer uma matéria sobre os 30 anos da morte. O clima amistoso muda, e ele faz uma cara estranha, braba. — Morte não, né? — Ah, não? – já começava a rir e gostar daquele papo. — Não! Eu sou daqueles fãs que não acreditam nisso. – comenta ele, extremamente confiante. — Você acha que ele está numa ilha? – tento entrar na viagem e, é claro, exponho a minha. — Não numa ilha – usa a razão – mas ele não morreu, só desapareceu – perde a razão. — Boa!

Trinta anos depois de sumir das vistas, em 16 de agosto de 1977, Elvis ainda provoca alucinações reais nos que se permitem. Aqui vai, senhores, uma matéria sobre uma figura sabiamente admirável, que mostrou como se fazia e dançava o rock’n’roll. Tudo começou em Memphis, Tenesse, nos anos 50. Não interessa quantos anos passe, ele sempre será uma pauta indispensável—como o Sgt. Pepper’s, dos Beatles, que em junho fez quarenta anos e estava em toda a mídia. Um CD e o cara-símbolo do rock, acontecimentos que fizeram toda a diferença na história da música. Procura-se um ídolo? Pois Elvis Presley foi o primeiro e é o grande. Parece mesmo que Elvis não morreu.

Então, por sorte, os velhos continuam vivos, ainda que quando mortos. Definitivamente, não se faz mais ídolos como antigamente. No velho jargão: de Tupelo, Mississipi, para o mundo: Elvis Presley! Há muitas razões para que Elvis seja algo tão emblemático: (1) ele é o maior vendedor de discos de todos os tempos; (2) levou o rock para o mundo; (3) seu jeito de dançar; (4) sua vestimenta extravagante com lantejoulas e brilhantes; (5) foi o primeiro a realizar um show via satélite ao vivo para vários países; (6) morreu com uma aparência decadente no banheiro de sua casa; (7) era um roqueiro religioso que adorava, na verdade, gospel; (8) comprava Cadillacs para dar de presente aos seus amigos; (9) por anos ficou recluso dentro de sua mansão; (10) só usava drogas que estavam sob receita médica como barbitúricos e anfetaminas (chega). O Cara nasceu em 1935, anos antes de o rock existir e ser alavancado por ele. Faz tempo, e ninguém parece ter conseguido chegar perto de seu sucesso. Ainda em 2007, e para sempre, ele será o Rei do Rock. Segundo os dados do IBGE, somos agora (sexta-feira, 13 de julho de 2007, às 14h40min) no Brasil, 189.266.245 habitantes. Agora, também, Elvis Presley já vendeu mais discos do que o número de pessoas que povoam o nosso país. Cerca de 1 bilhão e 500 milhões de cópias. Conforme os dados, daria para dar um disco para cada brasileiro e ainda sobraria. Um mega ultra pop star, um showman: o Cara. Um imortal (que clichê) que começou na música cantando gospel nas igrejas de Tupelo, pequena cidade americana do Mississipi, onde nasceu. Ainda novo, se mudou para Memphis e conheceu de perto a música negra sulista, o

A verdade segundo a imaginação não custa nada Foi tudo armação do FBI. O tal do rock’n’roll não era bom exemplo aos jovens. Alguns de nossos ídolos não morreram, apenas tiveram de ser afastados da sociedade. O que se passa é o seguinte: Elvis vive em uma ilha paradisíaca onde só é permitida a entrada de músicos de classe. Passa tardes inteiras a gravar discos e tocar com John Lennon. Anos depois de ser torturado pelo próprio Elvis, em 1980, Lennon foi atingido com 4 balas de festim em frente ao edifício Dakota e levado imediatamente para a ilha. Lá, John prega a paz nu, nas cachoeiras, enquanto George Harrison toca cítara, sem que isso seja uma verdadeira afronta à ordem mundial. Reza a lenda que basta você desejar com muita vontade que um dia acaba acordando por lá. Já pensou? Ele tocou Elvis Como toda mãe católica que se preze, Gladys levava sempre o seu filho à missa. Foi no gospel a primeira relação de Elvis com a música. He Touched Me: a música gospel de Elvis Presley é um documentário de quase três horas de duração que conta apenas esse lado crente do Rei do Rock. Lançado em 1999, ele mostra o sucesso de Elvis com a música religiosa. Contra a vontade dos produtores, ele sempre dava um jeitinho de cantar um gospel nos seus shows. Se no rock sabia como atuar, no gospel Elvis chorava de verdade. Segundo relatos de pessoas próximas, acreditava realmente ter sido “tocado” pelo Senhor.

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country e o R&B. Ele tirou o som que já circulava nos guetos e alçou-o para o mundo. Foi descoberto quando gravou um compacto de duas músicas, que acabou dando de presente para sua mãe e companheira. O dono da gravadora Sun Records, Sam Philips, logo sacou que ali tinha coisa. Ele era um branco que soava como um negro, afinal sua influência musical era negra. Era tudo que Sam precisava. Juntou Elvis ao guitarrista Scotty Moore e ao baixista Bill Black e eles gravaram algumas músicas—entre elas, uma versão de “That’s All Right Mama”. Não demorou muito e Elvis foi descoberto pelo empresário oportunista Tom Parker, seu carrasco em vida.

sempre na cola, chegou a filmar alguns shows, conta Elvis no seu primeiro especial de televisão, Elvis‘68 Comeback. Especialíssimo Ele estava de volta depois de um bom tempo recluso em sua mansão, Graceland (hoje um ponto turístico da cidade de Memphis, recebendo milhares de pessoas por ano). Sim, caros, é nesse especial que ele usa

Seu primeiro grande sucesso, já na gravadora RCA, saiu em 1956; o compacto Heartbreak Hotel. Como todo bom astro, vai parar em Hollywood e atua em Love Me Tender, nesse mesmo ano. No filme, ele é o caçula da família e se casa com a mulher do irmão mais velho enquanto este vai para a guerra e é dado como morto. Elvis dá palhinhas de violão e dança em algumas cenas alegres desse trágico triângulo amoroso. De 1958 a 1960, Elvis serve a pátria e vai para a Alemanha junto com o exército americano. Fica um tempo longe do público e retorna para valer apenas no final dos anos 60. Nesse intervalo, eis que aparecem no pedaço outros reis—os reis do iê iê iê: The Beatles. Os ingleses roubam a cena. Mas Elvis estava vivo, fazia uns filmes e gravava músicas; só estava um pouco desaparecido. Além do talento musical, como todo mundo, Elvis tinha sua pélvis e, diferente de muitos, sabia como usar. Sua performance era, e ainda é, algo impressionante, pois nunca alguém fez algo igual. Era chocante para a época; para várias pessoas, não pegava muito bem um rapaz dançar daquele jeito. E aquelas roupas? Não pode ser certo. O FBI,

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aquela roupa de couro preta (oficialmente conhecida como Black Leather Suit) e está impecável (vulgarmente conhecido como “gostoso pra caramba”). Parecia querer dizer: hei, meninos, eu ainda sou o Rei. Aquele riso de canto, a mexida de lábio, a voz; ele tinha as bases e sabia disso. As meninas em volta, embasbacadas, só o que conseguiam fazer era dar seus paninhos para o cantor se

secar e assim ter para sempre o suor de Elvis Presley. Uma delas guarda na bolsa, com carinho, um pêlo que estava no rosto do cantor. Uma devoção só. Um material indispensável com canções como “A little less conversation”, “All Shook Up”,“Guitar Man”,“Hound Dog”, “Jailhouse Rock”. Elvis também aparece lutando Caratê (uma de suas paixões) e dá uma sova em todos os caras. Os anos 70 começavam e ele estava de volta com sucessos como “Burning Love”. Fazia apresentações em Las Vegas no clima de muita luz néon, brilhantes, capas e echarpes. Em 14 de janeiro de 1973, Elvis realiza o primeiro programa a ser transmitido ao vivo via satélite: o Aloha from Hawaii. Outro desempenho fantástico, outro marco, um vídeo indispensável. Ele já estava mais gordinho, mas sua voz continuava em forma. O Rei aparece acompanhado de J.D Summer (um excelente vocal baixo) & the Stamps, as mulheres do The Sweet Inspirations, entre outros músicos. O galante suava um pouco as echarpes e depois as dava para as fãs ensandecidas. E assim iam-se várias delas. Brancas, rosas, vermelhas... Elvis há pouco havia se separado de Priscilla Beaulieu, com quem se casou em 1967, e ganhava peso devido ao excesso de medicamentos que tomava. Continuava em turnês e foi perecendo pelas extremidades (Baudrillard) até morrer (me desculpe, moço da locadora) com um “ataque no coração”, no banheiro de sua mansão. A multidão não demorou a chegar a Graceland para lhe prestar homenagem naquele agosto de 1977. Há trinta anos e cá estamos a escrever sobre o Rei e contemplá-lo. Elvis não morreu!



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Texto Grêmio Gustavo Corrêa Texto Inter Frederico Vittola


Fotos Pedro Milanez Foto Fernandão Marcelo Campos / DivulgaçãoF9

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O 1) O que você achou da versão de “Bebendo Vinho” criada pela Geral do Grêmio? Achei muito bacana, fiquei emocionado e orgulhoso. Um torcedor me mandou um MP3 logo no começo e depois me mandaram imagens da torcida cantando, é muito legal. 2) O que acha da presença da música em jogos de futebol? Como descreveria a importância dela? Acho bacana, sempre gostei da charanga do grêmio. Anima muito o ambiente e incentiva o time. 3) Qual outra canção da sua autoria acha que ficaria legal em uma versão adaptada à torcida do Grêmio? Qualquer uma.Vai mais de quem está fazendo. 4) E qual outra canção clássica do rock (que não seja de sua autoria) poderia ter uma versão bacana? Qualquer música legal serve para uma versão. Acho que “O Rancho”, da Graforréia Xilarmônica, seria ótima para uma versão.

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Grêmio sempre teve como principal característica a garra. Não é uma característica do treinador ou dos jogadores, é algo intrínseco ao clube e à sua torcida. Para manter essa particularidade, é indispensável o apoio de uma platéia que saiba os instrumentos necessários para injetar ânimo no time o tempo inteiro. Quando a técnica não ajuda, surge o grito ensurdecedor do público, a música vibrante que não cessa e invade os corações dos jogadores. Esse é o poder da música: ela emociona. Uma canção traduz um estado de espírito, mas no futebol ela é ainda mais poderosa. Ela é capaz de incitar um sentimento, normalmente de superação. No caso do Grêmio, as músicas não podem ignorar o sentimento. Elas têm que garantir ininterruptamente a manutenção dessa “imortalidade” e coragem que sempre caracterizaram o clube. A Geral do Grêmio é a torcida responsável por provocar a combustão de emoções no estádio e manter viva a chama eterna gremista. Como explica Duduka, um dos integrantes da torcida, a Geral se vale de três premissas básicas para estar sempre ao lado do time: amizade, alento e cerveja. E a música não pára porque esses três elementos estão sempre presentes. As preferências musicais são muitas. Alemão, um dos líderes e fundadores do grupo, explica: “Não tem uma tendência. O que for bom e tiver uma boa letra nós vamos usar. Rock, samba, pop, música antiga”. Toda canção com sentimento tem potencial para ser entoada pelos torcedores. Alemão descreve a simplicidade e abertura que caracterizam o lançamento de uma nova canção: “O cara escreve uma letra. Ele chega com a proposta para o pessoal. A partir daí, se a melodia pega, vai para o estádio”. As canções escolhidas variam de procedência. Algumas são inspiradas em cânticos de torcidas inglesas e argentinas. Outras são criadas pela própria Geral e há ainda as que surgem de adaptações para músicas de compositores brasileiros. A adaptação de “Bebendo vinho”, de Wander Wildner, é uma das mais populares e conhecidas músicas da Geral. Inspirada em um can-

to de torcidas inglesas, “Grêmio, Lalaia” é uma das preferidas e costuma ser cantada inúmeras vezes durante as partidas. Paulão, um dos líderes e fundadores do grupo, explica que a música precisa de ritmo, rima e sentimento para ser cantada nos estádios. Entre as adaptações realizadas pela torcida do Grêmio para canções populares estão músicas de Bob Dylan, Los Fabulosos Cadillacs, Paulo Diniz (versão Kid Abelha) e Ritchie Valens. Os jogadores do Grêmio sentem-se lisonjeados e motivados com a energia da torcida. A cantoria ininterrupta, de acordo com Diego Souza, é definitiva para que o esgotamento físico seja superado: “o apoio é essencial. Te força a dar o melhor e, às vezes, no finalzinho do jogo, quando você está cansado, a torcida dá a energia para te manter correndo”. Para ele, quanto mais o público empurra, mais os jogadores se atiram. A música também se manifesta nos estádios por meio de faixas e pelo sistema de som. A torcida do Grêmio possui faixas destinadas a bandas e ícones da música mundial. Estão presentes nos jogos exemplos como AC/DC, Bob Marley e Iron Maiden. Além destas, há uma aliando a imagem do Grêmio ao metal, que resulta na inscrição “Gremetal”. Evidentemente, não pára por aí. Alguns criam faixas para as próprias bandas nas cores do clube. Quem foi ao Olímpico também já deve ter notado a qualidade do som emitido pelos alto-falantes. Nomes como Van Halen, Queen e AC/DC são comuns antes das partidas. A empresa responsável por todo o sistema de som nos jogos do Grêmio chama-se Tag Áudio, e o profissional que seleciona as músicas é André Grando. De acordo com ele, é utilizado o bom senso para definir o repertório. “Algumas vezes utilizamos AC/DC, pois parte da torcida gosta. Estamos abertos a idéias”, completa. Seja pelos cânticos da torcida, pelo som do alto-falante ou pelas faixas, a música está, mais do que nunca, exercendo um papel importantíssimo na história do esporte e do Grêmio. Cantar é ótimo, ainda mais quando ajuda o time do coração.


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futebol e a música andam lado a lado já faz muito tempo, e volta e meia seus caminhos se cruzam.Tanto um quanto outro são diferentes formas de manifestação artística, mas têm um ponto muito forte em comum: são capazes de provocar nossas paixões. Às vezes, estes limites entre o esporte mais popular do mundo e a música são tão tênues que desaparecem, se misturam, se completam. Bem antes da revista Placar chamar bandas de rock para gravar os hinos dos clubes brasileiros, do Skank traduzir o furor de um jogo em “Partida de Futebol” e de Jorge Ben faturar o 7º Festival Internacional da Canção em 1972 com a música “Fio Maravilha”, as duas artes já estavam incorporadas. A MTV soube bem explorar esse meio comum onde encontram-se a música e o futebol, criando o Rock Gol, onde bandas disputam um torneio. Alguns músicos aproveitam a popularidade do esporte para servir de tema para suas canções, mas existe um lugar onde acontece o contrário, onde é a música que inspira o futebol; um lugar mágico, onde o canto de milhares de vozes é capaz de inspirar um time, insuflar seus jogadores, empurrá-los para cima do adversário. Este lugar é o estádio de futebol. O Internacional sempre ostentou o título de clube do povo do Rio Grande do Sul; esta referência encontra-se inclusive na última estrofe de seu hino. Sendo assim, o clube teve a preocupação de manter um setor do estádio para os torcedores mais humildes. Esse era o caso da Popular, onde os torcedores ficavam de pé, com os olhares à altura do gramado, mas que na época em que existia era mais conhecida por seu apelido famoso: a Coréia. Com o fim da Coréia, os espaços atrás das goleiras do Beira-Rio se tornaram a Popular, com os ingressos mais baratos. A história da Popular do Inter mistura-se com a própria história recente do Internacional, onde um levou o outro. A torcida colorada sempre foi fiel, sempre foi ao estádio—bastava um lampejo da equipe que o público superava fácil as 35 mil pessoas, mesmo com o jejum de títulos expressi-

vos. Mas hoje, o que caracteriza a Popular do Inter é o apoio e incentivo incondicional ao time. No ano passado, com a campanha da Libertadores, os torcedores passaram a acreditar que cantando sem parar estavam ajudando o time a ir pra cima dos adversários. Com os resultados positivos, a cantoria não parou mais de crescer. Democrática, assim como as diversas facetas que existem no mundo da música, os cantos da torcida colorada vão desde Roberto Carlos até Beatles. Raul Seixas, Gloria Gaynor, Kid Abelha e Tim Maia são alguns dos nomes que ganharam versões nos cantos da Popular—além, é claro, das famosas marchinhas e dos funks. Uma bela canção que surgiu recentemente no Beira-Rio foi elaborada em cima do “Tema da Vitória”, de Ayrton Senna. O velho ditado de que “torcida não ganha jogo” pode estar ficando defasado. Torcida que não canta é que não ganha, mesmo. Assim como os torcedores, os jogadores também têm suas canções preferidas: “‘Vamo, Vamo, Inter’ é a melhor; é contagiante. O estádio todo canta e se sente que ela vem do coração do torcedor”, ressalta Rubens Cardoso. Para o capitão Fernandão, que na festa de comemoração do título mundial soltou a voz no microfone, não há dúvidas: “‘Vamo, Vamo, Inter!’ e a ‘Colorado, nada vai nos separar’ são duas canções que mexeram muito com a gente na campanha da Libertadores e no Mundial. O mais importante é a torcida fazer o espetáculo e colocar a equipe para cima do adversário. O Inter, no final da Libertadores, contou com uma participação decisiva da torcida. Se ela não tivesse abraçado a idéia de ser campeão, certamente não teríamos conseguido. O fundamental é a torcida cantar nos momen tos difíceis para levar a equipe pra cima, pois com esse apoio você busca forças onde nem espera encontrar”. Essa energia, carregada no peito e nas vozes dos colorados da guarda popular, acabou contagiando uma nação espalhada pelo mundo todo. Desde 2004, o Gigante da Beira-Rio explode como um legítimo caldeirão.

1) O que você achou da versão de “O nome dessa rua” criada pela Popular do Inter? Fico eternamente grato a eles por tudo que fazem. Agora, criarem uma versão de um som dos A&V, pra mim não tem preço. É mais do que um prêmio; é como botar uma estrela a mais no distintivo da camisa vermelha. 2) O que acha da presença da música em jogos de futebol? Como descreveria a importância dela? Isso é uma tradição em outros países e vai se tornando mais comum em estádios brasileiros. Eu acho que tem tudo a ver. Assim como o futebol, a música também é uma paixão. 3) Qual outra canção da sua autoria acha que ficaria legal em uma versão adaptada à torcida do Inter? Uma vez fizeram também uma versão em ritmo de samba para “Até a Hora de Parar” e ficou bem legal. 4) E qual outra canção clássica do rock (que não seja de sua autoria) poderia ter uma versão bacana? Acho que uma versão para um clássico dos Stones: “It’s Only Rock’n’Roll (But I Like It)”. Tem um belo refrão que poderia se adaptar ao Colorado.

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…e nem precisa mesmo. Uns 8 anos atrás, eu sonhava que estava num show do No Use. Agora, eles vêm aí para mostrar por que são mestres do hardcore melódico. O que não dá pra entender é por que o Forfun ficou famoso por aqui, e eles não.

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Texto Fernando Corrêa


Sem uso para um nome Quando Tony Sly bateu no carro de Rory Koff, e por tabela os dois acabaram formando uma banda, num longínquo 1987, a Califórnia estava repleta de grupos de punk rock cujos nomes eram, na maioria das vezes, melhores que as músicas. Invertendo esta lógica, Sly, Koff e seus parceiros devem ter se questionado: afinal, para que serve um nome? Antes que alguém mais tivesse a mesma idéia, batizaram a banda de No Use for a Name. Em duas décadas, gravaram alguns dos melhores e mais influentes discos do vulgarmente chamado hardcore melódico. Isso bastaria para incluí-los pelo menos num rodapé da história do rock. Centenas de shows e sete discos de estúdio mais experientes, em agosto, a banda vem ao Brasil pela primeira vez. A turnê divulga a coletânea All the Best Songs, comemorativa aos vinte anos de estrada, variados o bastante para agradar sua irmãzinha e seu vizinho metaleiro. No princípio, a banda de San Jose tocava um skate-punk de guitarras distorcidas desprovidas de muita técnica, gravações muito toscas e vocais próximos do gutural - herança do crossover metal. Ainda em 87, veio o primeiro registro disso: a música Gang Way, na coletânea Turn it Around, do seminal zine Maximum RocknRoll. Porém o som da banda só se aproximou do que a consagraria com o lançamento dos primeiros álbuns, pela New Red Archives: o Incognito(90) e o Don't Miss the Train (92). Fat Mike, baixista do NOFX e proprietário da Fat Wreck Chords, atraído pela qualidade desses discos (de vinil!), chamou o NUFAN para fazer parte do casting da gravadora. Era o início dos anos dourados do time do Tony (o do punk rock, não o do sucrilhos). Em 1993, sai The Daily Grind, primeira gravação de uma longa parceria com a Fat.

Skate-punk (goes) to hell A queda do muro de Berlim coincidiu com um apaziguamento dos corações juvenis, e o hardcore californiano, que inicialmente flertava com o metal - vide os primeiros discos do No Use – amadureceu junto. Se no Incognito, Tony Sly cantava cheio de ódio que os sabichões deveriam apanhar, sua preocupação social em The Daily Grind ganha contornos mais racionais e solidários. “No outro lado da cidade, as pessoas estão dormindo no chão... lutando guerras que não podem ser vencidas”, cantava ele na faixa-título. 1994 foi o ano da volta explosiva do punk rock. Green Day e Offspring comandavam no mainstream um boom que, no underground, ganhava proporções igualmente expressivas. O sucesso não era randômico: os punkrockers finalmente conseguiam apresentar composições que não fossem uma mera repetição do que já tinha sido feito. O sucesso de Daily Grind fez com que o No Use entrasse em estúdio para gravar o que muitos consideram o melhor álbum da carreira da banda. O Leche con Carne aliava as letras críticas gritadas por Sly com melodias assobiáveis, e o hit “Soulmate” encabeçou clipe na MTV. A ressaca foi longa, somente quebrada em 97, com a entrada de Chris Shiflett e Matt Riddle, e o lançamento de Making Friends. Shiflett ficou pouco na banda, mas tocou muito. Depois da tour mundial de Making Friends – que não incluiu a América do Sul – e de gravar um disco que cheirava a novidade, foi pescado pelo humilde Foo Fighters. Se deu bem, o peixe. O More Betterness! (1999) é o álbum que consolida o som do No Use. Consolidação que, para alguns fãs antigos, marca a decadência de características que outrora consagraram a banda: melodias fortes sem serem melosas, muita velocidade e voz por vezes berrada. Era um disco totalmente novo, com

muito mais potencial pop, e ditou o que viria pela frente. As melodias continuavam ali, mas Tony Sly, depois de anos rasgando sua voz para reproduzir ao vivo o que havia sido gravado no calor confortável do estúdio, já não gritava. As letras sobre relacionamentos assumiram a linha de frente e a velocidade passou a dividir espaço com eventuais faixas acústicas e calmas. Musicalmente, Hard Rock Bottom, de 2002 e Keep them Confused, de 2005, seguem essa mesma linha, o chamado pop-punk. Porém Tony Sly usa cada vez mais o forte diálogo que as bandas da Fat Wreck têm com os adolescentes norte-americanos para conscientizá-los. O título Keep them Confused remete ao caráter crítico do sétimo álbum do No Use for a Name. Para quem achava que a banda tinha vendido a alma pra MTV e não tinha mais críticas a fazer, eis um disco repleto de letras politizadas e referências à Guerra do Iraque. “Eles se asseguram de que estamos apavorados para justificar essa bagunça sangrenta”, canta Tony na música Killing Time, sobre os governantes de um país onde metade da população prefere ficar em casa vendo TV e comendo junkie food a votar nas eleições presidenciais. Some Use for Brazil O No Use passa por Porto Alegre no dia 12 de agosto, mais de uma década depois de ser a única banda na história da Fat a figurar na tela da MTV norte-americana. O show será no Opinião, uma ótima notícia em termos de qualidade de som. Lembra os anos 90, antes da escalada do dólar atingir valores assustadores, quando a casa recebia diversos nomes do punk rock mundial. O lançamento da coletânea de hits indica que a banda tocará um repertório abrangente. Os fãs e apreciadores, de todas as épocas, agradecem.

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Texto Luna Pizzato

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stilos musicais diferentes, amizade, sintonia e principalmente a vontade de fazer música fizeram com que a Keepers amadurecesse e superasse uma crise de identidade, normal nas bandas que estão começando.

Entre várias influências, as mais relevantes são The Used e My Chemical Romance, conhecidas por batidas fortes, vocais dinâmicos e letras sentimentais. Já a Keepers se destaca pela diversidade sonora, com muita variação de timbres e o uso dos acordes oitavados.

Com dois anos de existência, a banda já contou com vários integrantes. Porém, há um ano, os guris parecem ter encontrado a formação perfeita e resolveram investir na banda: “resolvemos nos comprometer. Vimos que queríamos tentar uma coisa mais séria e que, para isso, era preciso organização” diz Tito, guitarrista da banda.

E a cena musical de Porto Alegre? “Está horrível e só tende a piorar. Existem poucos lugares que promovem shows com bandas iniciantes e também há muito desinteresse por parte do público. Antigamente, as bandas eram mais unidas e promoviam festivais. Hoje cada uma tenta se virar como pode”. É necessário investimento, incentivo ao underground e, é claro, uma boa divulgação. Como os próprios guris disseram, uma das melhores partes é a da batalha, de correr atrás do

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reconhecimento e, depois de muito esforço, a recompensa de conquistar o seu lugar. Um exemplo de determinação para eles é a banda Fresno, que começou tocando em colégios e em festivais de garagem e que, com muita força de vontade, conseguiu garantir seu lugar na cena musical nacional. A Keepers quer o mesmo: “A Fresno passou pelas mesmas situações que nós, e daqui a uns cinco anos pretendemos estar como eles”. Caminho este que já foi iniciado com a gravação do primeiro EP da banda esse ano. Por que Keepers? ”Essa é uma longa história, que não tem nada a ver com o significado de Keepers em inglês, que é guardiões. O nome da banda tem muito mais relação com um show e muitos Keep Cooler de maçã grátis”.


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Texto eTexto Foto Carol Carol De de Marchi Souza


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epois de meses inquietos de espera e aquecimento gradual, finalmente a explosão sonora. A segunda edição do Summercase consolidou o evento como um dos festivais essenciais de verão na Espanha. O público dobrou em relação ao ano passado, talvez graças ao line-up poderoso. Um total de 109 mil pessoas assistiram a cerca de 50 atrações, que se apresentaram simultaneamente nos dias 13 e 14 de julho, no Parc del Fórum (Barcelona) e em Boadilla del Monte (Madrid). Produzido pela Sinnamon Records, o Summercase combina artistas e bandas dos mais variados estilos musicais, tanto consolidados como emergentes. Haja energia --------------------------------------------------------------A maratona começou na sexta feira, dia 13 de julho, com o finalzinho do show do Phoenix. Foi apenas uma introdução para que a noite começasse mesmo com Flaming Lips. O show aconteceu no palco que, devido a seu formato de teatro romano, garantia boa visibilidade e possibilidade de se sentar. A festa multicolorida começou com Wayne Coyne metido dentro de uma enorme bolha plastificada, que circulou pelas mãos do público antes de ser devolvida ao palco para que o vocalista saísse e segurasse o microfone. Simultaneamente, balões verdes gigantes foram lançados em meio à platéia. Junto com o papel picado que mais parecia confete e serpentina, o efeito visual foi incrível.A banda, no entanto, não conseguiu segurar a empolgação do público e, até a metade do show, não deslanchou. Perto do final já era de se esperar a evacuação, afinal uma das bandas da “nata” do festival se apresentaria dali a poucos minutos, depois da meia-noite. Espetacular, o Arcade Fire encabeçou a noite e provou que veio para marcar uma época. A música dos canadenses inundou o Parc del Fórum como um tsunami. A movimentação—incessante!—de palco da maioria dos integrantes (que tocam mais de um instrumento, com exceção das violinistas), o figurino, as expressões faciais, a atitude dramática, as bíblias de néon que dão nome ao elogiado novo CD (Neon Bible); tudo contribuiu para uma presença de palco cheia de carisma. Os hits novos e principalmente os do disco anterior (Funeral) fizeram com que a massa cantasse em coro. “Rebellion” (Lies) foi o ápice. Qualquer sacrifício para estar ali valia a pena. Difícil mesmo foi manter o padrão alto no restante da noite. Talvez Bloc Party tenha sido o grupo que chegou mais perto. Não consegui comprovar isso de perto. Eis o maior problema de festivais grandes e bons: fazer escolhas. Optei por assistir Arcade Fire até o fim no terminal O e tive de enfrentar a fila quilométrica do banheiro. Ao me aproximar do palco E, já era tarde demais. Próxima tarefa da gincana musical? Atravessar o parque para pegar o início de LCD Soundsystem. Apesar de falhas técnicas que provocaram alguns ruídos nada agradáveis no microfone de James Murphy, o pós-punk dos nova-iorquinos chegou pesado pela segunda vez em Barcelona este ano. O principal inconveniente foi a montagem do terminal S. O formato de tenda não só tinha jeito de circo barato como virou uma verdadeira sauna.A falta de ventilação provocou mal estar, enquanto as colunas que sustentavam o toldo prejudicavam a visibilidade.Vale ressaltar que a produção do evento

deixou a desejar em outros aspectos, como a praça de alimentação precária, a pouca quantidade de banheiros, a confusão e falta de meios de transporte na saída e, especialmente, a escassez de latas de lixo. Imperdoável. Com o preço salgado das entradas, esperavase mais. Às 3h30min, Scissor Sisters subiu no palco O. Foi o grupo que mais interagiu com a platéia. Mesmo assim, os performáticos Jake Shears e Anna Matronic não geraram grande impacto, mas ao menos transformaram a grama em pista de dança. O fim da festa teve cara de rave comandada por um bombástico 2manydjs. Segundo round -----------------------------------------------------------Não consegui chegar cedo na noite de sábado e tive de lidar com a frustração de não ver os “madchesterianos” da James. Pior: ouvi elogios à banda que é um dos ícones do britpop. Entre os veteranos que figuravam no line-up, The Jesus and Mary Chain celebrou os anos 80 com uma atuação regular. Segundo a crítica de um jornal local respeitado, quem esteve mais forte foi o histórico duo de Liverpool OMD. Infelizmente não foi possível assisti-los, uma vez que se apresentaram no maldito terminal S ao mesmo tempo que os franceses do Air — e esses sim estavam no topo da minha lista de favoritos. Com muita sorte e alguma antecedência, conseguimos um lugar perfeito para assistir ao show, junto ao palco.Aos primeiros acordes já era evidente a energia mais zen (porém não menos potente) que o grupo propagou ao longo de quase duas horas. Luzes vermelhas e roxas e um céu estrelado por minilâmpadas no fundo do palco completaram a atmosfera etérea. Sucessos do consagrado álbum Moon Safari (Sexy Boy, La femme D’Argent), de Talkie Walkie e do mais novo Pocket Symphony fizeram parte da seqüência musical de cair o queixo. De volta a sons mais acelerados, quem surpreendeu na cena roqueira foi Kaiser Chiefs. Ignoraram a recepção pouco calorosa de seu novo CD Yours Truly, Angy Mob e mostraram como se faz concerto em um festival de música. O líder Ricky Wilson conversou com a platéia e até escalou os andaimes laterais que faziam parte da estrutura do palco. A reação foi extremamente positiva, até porque a banda selecionou a dedo o repertório— incluindo todos seus maiores hits, começando por “Everyday I Love You Less And Less” e encerrando com “I predict a Riot”. Os reis da noite foram, sem dúvida, The Chemical Brothers. “GalGalvanize” caiu como uma bomba, abrindo caminho para uma cadeia de faixas que simplesmente incendiaram o Summercase. Como se não bastasse, os britânicos Tom Rowlands e Ed Simons também sincronizavam a música com fantásticas animações gráficas. Um tour 3D por uma planta digital do Vaticano ilustrou “Believe”, por exemplo. Teve ainda borboletas, robôs, formas geométricas, dançarinos e o que mais se possa imaginar. Raios laser disparados em direção à platéia levaram a galera à loucura: gritos, pulos, palmas. Melhor escolha para encerrar o festival, impossível. À essa altura da manhã, o fim do Summercase 2007 deixava saudade—mas também uma promessa de um festival novamente inesquecível para o próximo verão espanhol.

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O segundo disco do Velvet Revolver traz alegria para alguns e tristeza para outros. Está certo que ninguém pode esperar que os anos 80 e as camisas de flanela voltem com as 13 faixas apresentadas no álbum, mas convenhamos: mesmo com cinco anos de existência, a banda esbanja experiência com os ex-integrantes do Guns N’ Roses e Stone Temple Pilots. Não dá para negar que as músicas (e os músicos) lembram bastante aquela época em que os riffs de guitarra do Slash proporcionavam prazer aos nossos ouvidos junto com o vocal agudo do extinto Axl Rose. Mas agora Scott Weiland assume esta parte—e o faz muito bem—com um estilo de vocal seco como só ele sabe e os fãs adoram. Destaques para “Let it Roll”, “She Mine”, “The Last Fight”, “Mary Mary” e a balada “Can’t Get It Out Of My Head”. Renata Crawshaw

Veteranos. Diz-se que depois do retorno à Epitaph, eles são novamente o bom e velho Bad Religion. O início de New Maps of Hell confirma essa afirmação. Os fãs de distorção e velocidade podem se fartar em “Heroes & Martyrs”, “Germs of Protection”, “The Grand Delusion” e tantas outras pancadas que, acompanhadas dos velhos conhecidos backing vocals e das metáforas de Greg Greffin, deixam aquela mistura de satisfação com gostinho de “já ouvi isso antes”. A passagem pela major Atlantic deixou marcas que saltam aos ouvidos em belas canções pop, como “Honest Goodbye”. Enquanto houver recursos em estúdio e mazelas mundo afora, o Bad Religion continuará apresentando discos que não são lá muito surpreendentes, mas que também não decepcionam. Nando Corrêa

Após sete anos sem gravar um álbum, o Smashing Pumpkins retorna à cena com dois membros originais: o vocalista Billy Corgan, cérebro e mão-de-obra, e o baterista Jimmy Chamberlin, coração, pulmão e aparelho digestivo do grupo. Sem o guitarrista James Iha e a baixista D’Arcy, dois membros da formação clássica, o Smashing Pumpkins coloca um pouco mais de peso do que nas últimas investidas. O resultado das 12 faixas é um reencontro com as origens metaleiras da banda, jamais negadas por seus membros. Zeitgeist até convence em alguns momentos, como em “Doomsday Clock”, no single “Tarântula”, em “Starz” e no provável hit “(That’s the Way) My Love Is”, a canção mais pop. No entanto, a irregularidade prejudica, como em desnecessários dez minutos de “United States”. Mesmo assim, um disco longe de ser desprezado, principalmente para quem estava com saudades da bateria espetacular de Chamberlin. Carlos Guimarães

Bob Pollard, do Guided By Voices, ficaria orgulhoso. Nenhuma banda conseguiu traduzir a fase mais pop do GBV com tanta competência, sem, no entanto, pecar pela falta de originalidade e idéias próprias. A Superguidis captou o que há de melhor na obra dos norteamericanos e acrescentou outras influências, resultando em um álbum tão bom quanto o de estréia (Superguidis – 2006). A Amarga Sinfonia do Superstar traz as melodias singulares e refrãos grudantes característicos da banda. As letras mantêm a abordagem criativa do cotidiano e os versos poéticos e repletos de metáforas. Por fim, cabe destacar o trabalho do produtor Philippe Seabra (Plebe Rude), pois as guitarras e a bateria nunca se sobressaíram tanto quanto neste álbum. Gus Corrêa

Abram alas! A orquestra do Imperador chegou! Um grupo seleto de 19 músicos do Rio de Janeiro teve a brilhante idéia de fazer uma “orquestra” para tocar samba, jazz, gafieira, bossa nova, e, acima de tudo, celebrar a amizade entre os integrantes da banda. O resultado disso pode ser conferido em 11 belíssimas faixas de Carnaval só ano que vem, primeiro registro do grupo. Os destaques do disco ficam com “Não foi em vão”, na voz suave e bonita de Thalma, com a divertida “Ereção”, e “Jardim de Alah”, dotada da (in)confundível voz de Moreno Veloso (filho de quem mesmo?). Um disco excelente, que agrada desde novos amantes do samba e da bossa a roqueiros de mente aberta para estilos musicas diversos. R.R.

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O Interpol mostra em Our Love to Admire uma maturidade de nuances. Chegar ao terceiro álbum e fazer um bom disco é uma prova de fogo para qualquer banda. Mesmo assim, eles fizeram um disco bacana, de altos e baixos. O início é perfeito, com quatro faixas que mostram o que de melhor a banda é capaz de oferecer. “Pioneer to The Falls” é a abertura ideal, com um dedilhado belíssimo e discretos toques de piano. “The Heinrich Maneuver” é o primeiro single do álbum e fecha essa boa seqüência inicial. É o rock para as pistas, com aquela cara anos 80 e refrão bacana. Infelizmente, o álbum perde um pouco da energia na parte final. Gus Corrêa

Os Cowboys Espirituais retomam seu pop com influências de blues, country e rock’n’roll em um bom disco. Cowboys Espirituais III é o registro de uma banda madura e talentosa, capaz de trafegar por gêneros distintos com naturalidade incontestável. As letras alternam o romantismo com o bom humor e a despretensão, mostrando por que Julio Reny segue sendo um dos maiores letristas do rock gaúcho. O álbum tem grandes momentos, em que cabe destacar “Cavalo Doido” (não se deixe enganar pelo nome chucro, pois é uma balada belíssima) e “Vale Verde” (uma homenagem à felicidade, sempre tão visível mas difícil de encontrar). Gus Corrêa

Mais um maravilhoso passeio pelo hardcore, o reggae/dub e o metal. Os Brains vêm com sua formação clássica em um álbum que demonstra potencial para dar seqüência ao que a banda faz de melhor. Os reggaecorers negros perturbam o ouvinte no comecinho de Build a Nation com a pedrada-rápida “Jah People Make the World Go Round” e a pedrada-lenta “Natty Dreadlocks...”. Eis uma nova fornada do experimentalismo singular do Bad Brains, trazendo fôlego a um estilo musical menosprezado que é o hardcore. Riffs pesados acompanhados dos tradicionais vocais cheios de reverbs e ecos mostram que não só de reggae se faz um rasta. Nando Corrêa

por Patrick Souza

Black Sunday é o segundo álbum da carreira do Cypress Hill. Lançado em 1992, trouxe várias músicas que fizeram história e se consagraram como clássicos. Como exemplos temos “Hits From the Bong”, “Insane In the Brain” e “I Wanna Get High”. Neste álbum, a banda iniciou uma ligação entre rock e hip-hop, apresentando um mix de samples mais barulhentos e agressivos. Os assuntos abordados nas letras, foram herdados de outros grupos, como Public Enemy e Beastie Boys. A arte da capa, mostra ossos e caveiras e também nos remete a essas bandas. Recheado de frases de efeito e refrões marcantes, Black Sunday não passa despercebido pelo ouvinte. Há quem diga que este álbum foi o último bom trabalho de Sen Dog, B-real, do percussionista Eric Bobo e do DJ Muggs. Independentemente de opiniões pessoais, o álbum vendeu e continua vendendo bem até hoje, mesmo com a continuidade do trabalho da banda.

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Em 2000, seguindo uma tendência difícil de ignorar, já que bandas como Limp Bizkit e Kid Rock vendiam demais, Cypress Hill resolveu fazer um álbum em duas partes, uma hip-hop e uma rock, intitulado Skull & Bones. À primeira vista pode parecer apenas mais uma tentativa desesperada de ganhar dinheiro. Pode até ser, mas o resultado foi bom. A parte rap teve participações como a do rapper Eminem, mas foi em Bones (a parte rock) que eles investiram mais, chamando músicos do Rage Against The Machine, Fear Factory e Deftones. Esse esforço foi resumido em músicas embaladas, com rimas fortes, batidas elaboradas e algumas com guitarras distorcidas. Com isso, muitos fãs se sentiram traídos e desapontados com esse trabalho considerado controverso. Cypress Hill alegou que fazia parte do amadurecimento da banda e seguiu a evolução.

O Cypress Hill realmente provou em 2001 que a fusão do rock fazia parte da evolução da banda. Dez anos após o lançamento do primeiro disco, eles lançam Stoned Raiders. Logo após a faixa de introdução, o álbum já apresenta uma mistura de versos de rap com refrão rock bem cativante e convincente. B-real, em “kronologik”, rima sobre a trajetória da própria banda. O disco ainda conta com participações de artistas como Redman e Method Man, do Wu-Tang Clan (aquele que o símbolo é um “W” gigante, e muita gente usa). Stoned Raiders é uma leve tentativa de volta as raízes sem deixar a evoluçao de lado.


O DVD oferece cinco das bandas que mais têm agradado o público jovem (principalmente adolescente), tocando cada uma quatro músicas. O registro foi realizado durante um show de Moptop, Fresno, Hateen, Forfun e NXzero na Via Funchal, em fevereiro. O projeto poderia ser intitulado MTV Ao Vivo 5 Bandas de Emo e derivados não fosse a presença do Moptop, que está mais para indie pop misturando Strokes e Los Hermanos. Aos peixes fora d’água, por sinal, coube a abertura da função toda. A produção da MTV caprichou e a apresentação e a qualidade do som estão impecáveis. Em seguida, as outras bandas fazem shows bem interessantes, dando à gurizada medonha exatamente o que eles querem: muita emoção. Gus Corrêa

Você senta no sofá para ver um show do Beastie Boys e é transportado para o Madison Square Garden. Então, além do show massa, você vê Ben Stiller no caminho para o banheiro. Na volta, o garçom (?) está servindo champagne, mas quando você tenta pedir uma taça, lembra que é só um DVD. Sorte que foram cinqüenta os espectadores que receberam câmeras para filmar esse projeto arrojado dos rappers nova-iorquinos, pois perde-se pedaços do mega-produzido espetáculo com takes desnecessários. Bom que o registro das execuções fodásticas de “Root Down”, “Time to get ill”, “Body movin” e a animalesca saideira “Sabotage” não ficaram comprometidos por aqueles que preferiam filmar o mictório. No fim das contas, uma idéia criativa, mas que poderia ser melhor se oferecesse a possibilidade de se assistir ao show do jeito careta – mas divertido – a que estamos acostumados. Nando Corrêa

Excepcionalmente nesta edição, falaremos sobre um filme e não um DVD de música neste espaço. Como trata-se de Kurt Cobain, a exceção está mais do que justificada. Últimos Dias é o retrato cru e “desglamourizado” dos momentos derradeiros da vida de um ícone. Kurt Cobain é Blake (Michael Pitt), um ídolo absorto de tudo que o cerca, vivendo em uma casa de campo. Embora baseado na trajetória de Kurt, a obra não é biográfica. O resumo que fiz até aqui pode ser sedutor, mas, infelizmente, o filme só é interessante para a curiosidade de fãs. Sou da geração que idolatrou Cobain, não posso negar, mas Últimos Dias está longe de ser um bom filme. O objetivo de Gus Van Sant parece ter sido a remontagem do vazio que acompanhou o protagonista nos últimos dias. Logo, o filme é repleto de silêncios e situações em que Blake interage com sua própria consciência. Há mais personagens na trama (quatro fãs drogados morando na casa de Kurt), mas os diálogos são escassos. Blake convive com sua decadência em espasmos de animação, passando o tempo fugindo de um detetive particular enviado pela esposa, comendo cereais e caminhando pela floresta. A falta de registros dos últimos dias de Cobain pode ter complicado a construção de uma trama mais envolvente. Por outro lado, o caráter reflexivo da obra pode estar exatamente na inatividade que a domina. O próprio Van Sant, quando questionado sobre a ausência de ação em Últimos Dias, respondeu que o filme tem uma direção, mas não tem uma história. Sabese que o músico, combatendo a dependência de drogas, uma doença estomacal crônica e a insegurança criativa, passou seus últimos dias em solidão quase total, e isso o filme retrata com exatidão. A impressão que fica é a de que assistimos a um filme bem-intencionado e fiel, mas que parece ter sido concebido admitindo antecipadamente a incapacidade de criar. Bom para os fãs; ruim para o público em geral. Gus Corrêa

Para início de conversa, a gravação de Outra Direção é perfeita. O álbum nos remete especialmente a bandas da vertente emocore, como Fresno, Aditive, Fall Out Boy e Finch. No entanto, para não ficar restrito e aprisionado nas fórmulas que já foram concebidas por essas bandas, os caras fizeram mesclas interessantes em algumas faixas. “Contar e Repetir”, uma das melhores do álbum, é a síntese dessa proposta. Resgata a fase de Bloco do Eu Sozinho, do Los Hermanos, sem parecer imitação, oferecendo uma melodia vocal muito boa. O álbum também conta com a participação de Lucas Paraíba, da Fresno.

O álbum de estréia da King Size traz 12 faixas. As canções misturam rap com metal, caracterizando o que tem sido considerado nu metal, seguindo a escola de bandas como Limp Bizkit e Korn. Nacionalmente, a principal influência é Charlie Brown Jr. A gravação é excelente e fornece ao material as condições para ser avaliado criteriosamente. Trata-se de um disco que comprova a qualidade técnica dos músicos. A partir de agora, a missão da banda é colocar mais influências nas canções e construir uma identidade única e diferenciada. Chama a atenção também a qualidade e riqueza do encarte.

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O argentino Gustavo Santaolalla, oscarizado por seu trabalho musical à frente do longa Babel, do mexicano Alejandro González Iñárritu, mostra a que veio. Músico, produtor, compositor e antigo líder da banda de rock folclórico hermana, Arco Íris, Santaolalla enveredeou pelos caminhos da condução de trilhas sonoras ao final dos anos 90. Contando com uma gama diversificada de sonoridades, o produtor embarca, em Babel, numa espécie de jornada musical rumo à transculturação. O uso de instrumentos árabes, além de recortes da música tribal do Marrocos, coexiste com as modernidades de estilos e tendências nipônicas e com a temática por vezes brega e tradicional das canções popularescas mexicanas. No entanto, é a guitarra de Santaolalla que soa como uma rabeca cortante e funciona como o leitmotif, o fio condutor da trama que se desenrola em sucessivas tragédias da vida humana. Babel é o retrato da surpresa e do inusitado, a tentativa maior de mostrar as características do homem em quaisquer dos cantos do universo. O pluralismo sonoro de filme marca cada um dos traços étnicos descobertos pelo véu realista e despudorado de Alejandro González Iñárritu. Marcela Gonçalves

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Basicamente, O Hospedeiro (Gwoemul, ou “Criatura” em coreano) é um filme de monstro. Mas o que faz ele estar sendo tão cultuado—sucesso de bilheteria em seu país de origem, a Coréia do Sul, frisson no Festival de Cannes—é a preocupação, que só os melhores filmes de monstro possuem, de trabalhar a ameaça da criatura em questão em acordo com as últimas fobias do público. O que Guerra dos Mundos, na versão Spielberg, tinha de releitura de imagens do 11 de setembro, o que Filhos da Esperança tinha de reflexo da paranóia anti-imigração na Europa, O Hospedeiro reflete, ora com humor pastelão, ora com o melhor suspense e terror, a histeria mundial com a gripe do frango e as epidemias que, na maioria das vezes, parecem existir mais como medo abstrato do que como ameaça real. O segundo grande acerto do filme, claro, está no monstro em questão: ao contrário da maioria dos filmes do gênero, seus principais ataques se dão à luz do dia: o primeiro, num parque público ensolarado, onde

vai se iniciar a busca de uma família para recuperar a garotinha levada pela criatura— uma coisa meio-termo entre um lagarto e um bagre, cortesia da Weta Workshop de Peter Jackson. Em meio a isso, a população da cidade começa a acreditar que o contato com a criatura tenha espalhado um vírus, dando o tom de paranóia. A sensação de ameaça fica mais palpável à medida que a simples proximidade com o rio que banha a cidade (e onde a criatura habita) se torna uma ameaça em si. Num misto de Godzilla com Tubarão, de terror e humor, O Hospedeiro é uma das melhores releituras do gênero. Samir Machado

Um clássico dos clássicos dos filmes de fantasia dos anos oitenta, de uma era pré-efeitos computadorizados onde tudo tinha o charme mais realista e tátil de marionetes e bonecos. É quase impossível, para qualquer um que tenha visto esse filme na infância, rever e analisar racionalmente Labirinto. Seja pelo deslumbre da engenhosidade dos marionetes de Jim Henson, pela fascinação exótica provocada pela figura de David Bowie, pelo clima de “sessão da tarde” anos oitenta, pelo apelo visual do labirinto e do palácio, inspirado nas pinturas de M.C. Escher, ou pelo saudosismo das músicas—sendo “Magic Dance” a mais emblemática—, o filme ainda cativa por sua fantasia ingênua. Uma adolescente (vivida pela então desconhecida Jeniffer Connelly) descuida de seu irmão bebê e este é levado pelo príncipe dos duendes, Jareth (David Bowie). Para resgatar o irmão, ela precisa atravessar um labirinto e chegar ao palácio em seu centro, passando por enigmas e charadas, antes que o bebê se transforme num duende. Embora não tenha sido um sucesso imediato, o filme cresceu na mente do público ao longo dos anos e tornou-se um cult e uma referência no gênero—na época, até a Xuxa fez sua versão-nacional-de-baixo-orçamento (alguém tem coragem de lembrar de Super-Xuxa contra Baixo-Astral?). Misturando um pouco de tudo dos clássicos de fantasia infantil, o próprio filme se tornou um clássico. Recentemente, foi relançado em DVD. Samir Machado


O site Produtores Toddy é um projeto para auxiliar músicos—com ou sem banda—a obter dicas valiosas para os processos de produção e mixagem de som. Para isso, foram reunidos três experientes produtores e músicos: Edu K, Chernobyl e Kuaker. O usuário pode submeter à avaliação deles canções de sua banda, enviando MP3 para que eles ouçam e dêem opiniões e dicas. Os três músicos mantêm blogs no endereço, nos quais abordam assuntos relacionados à música e outros temas aleatórios. É possível também contatar os produtores com dúvidas e idéias. Para ter acesso às opções do site, basta preencher um cadastro simples e objetivo. Você terá uma página dentro do site, na qual serão publicadas as respostas para as suas questões e dicas quanto às MP3. O Produtores Toddy possui um comercial/editorial na MTV toda sexta, no primeiro intervalo do Ya!Dog, às 22h.

O site do Prodigy faz jus ao caráter inovador e eletrônico que sempre caracterizou a banda. Logo que o acessamos, devemos escolher entre três caminhos: passado, presente ou futuro. Enquanto decidimos, uma melodia perturbadora nos impele a escolher uma das opções para extinguirmos o incômodo e repetitivo ruído (ou não). A opção passado é dotada de sub-itens como fotos, flyers, demos antigas, gravações de estúdio, e por aí vai. As atrações vão surgindo à medida que você retrocede um relógio. O presente é composto por novidades, informações sobre a coletânea de singles da banda (Their Law), montagens em flash com imagens da banda, extras, guestbook e shop. O futuro traz a informação de que o Prodigy está gravando seu quinto álbum, com previsão de lançamento para 2008, e oferece um espaço para cadastramento no mailing list da banda.

Lara Croft está de volta. Em sua nova aventura, ela visita tumbas no Peru, Grécia e Egito, à procura das chaves que levam a Atlantis. No quesito combate, o game apresenta uma maior dinâmica, mas são raras as vezes em que Lara enfrenta os jacarés, ursos e, até mesmo, dinossauros que querem devorá-la. Com certeza, o ponto forte do game está nos gráficos e cenários. Desde o início, cenários gigantescos que esbanjam perfeição, repletos de artefatos e relíquias escondidas são apresentados ao jogador como um imenso quebra-cabeça, o qual deverá ser desvendado (e escalado!), para que Lara—que também teve seus gráficos melhorados—possa prosseguir em sua jornada à cidade perdida. Dudu D.

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Tatu

GIG Rock (abertura)

Manara, 13 de julho

Quando cheguei ao Manara, por volta das 23h, ainda não haviam iniciado os shows. No entanto, o que me chamou a atenção logo de cara foi o movimento em frente ao lugar. Perguntei a um dos seguranças como estava lá dentro, e ele respondeu que já havia pelo menos 300 pessoas. No Dia Mundial do Rock, pela terceira vez,

GIG Rock (encerramento)

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provocou uma roda punk durante a execução de “Vamo queima uma coisa”. A banda Identidade foi a quarta a subir ao palco, depois da exibição do videoclipe de “Lucy Jones”. Apresentaram um rock’n’roll empolgante, levando uma parte do público a cantar junto as músicas mais conhecidas. A Pública também apresentou ao público um novo videoclipe. Sucedendo “Polaris”, a banda lançou agora o clipe de “Long Plays”. Realizaram um belo show, contagiando a platéia repleta de fãs com seu indie rock de bons refrãos. O rock garageiro da Walverdes veio em seguida, dando uma dose extra de energia ao público com canções aceleradas e uma baita presença de palco. Não ficaram para trás em animação Os Efervescentes, que realizaram o penúltimo show da noite, quando alguns já cediam ao cansaço e deixavam o Manara. Para completar, nada melhor que o pop açucarado do Wonkavision. Com as melodias cantaroláveis, como “Nanana” e “Quando 16”, foi o último bom show da noite da abertura da Gig Rock 3. Gus Corrêa

14 de junho, Bar Opinião

Sexta-feira, 20 de julho: dia do encerramento da terceira edição da GIG ROCK. A semana foi agitada, com diversas atividades no Beco Cultural. Desde o dia 13, o portoalegrense mostrava que é capaz de prestigiar um evento que ultrapassa os limites das apresentações musicais. No que diz respeito aos shows—que é o que deve ser abordado neste espaço (apesar das eventuais digressões)—, depois do sucesso da noite de abertura não se esperava menos para o encerramento. Cheguei por volta das 23h30min ao Manara, e percebi que o público deixaria para chegar tarde. Entrei em seguida e troquei uma idéia com o Vítor, um dos caras por trás da função toda. Ele revelou a expectativa de público superior aos 800 da abertura. Quinze minutos depois, a Andina dava início à programação da noite. Apresentando um rock climático e alternativo, influenciado por Sonic Youth e Radiohead, 38

Porto Alegre seria contemplada com um festival reunindo suas principais bandas independentes. Logo que entrei, a Damn Laser Vampires dava início à sua apresentação. Com um psychobilly sujo, pesado e dark, adornado com melodias vocais densas, a banda aqueceu o público com muita energia. No intervalo entre a Damn Laser Vampires e a segunda atração da noite, a Supergatas, fui até o segundo andar do Manara, onde o público estava tão animado quanto o que assistia aos shows. A discotecagem coube a Dani Hyde, Schutz e Gabriel Machuca, que mantiveram o interesse daqueles que preferem som mecânico ou gostam de variar entre os shows e a pista de dança. A Supergatas fez um dos shows mais bacanas da noite, apresentando seu rock’n’roll com composições próprias e covers, influenciados pelo punk e pelo glam rock. Destaco a versão de “Hang Up”, da Madonna, que ficou excelente. A essa altura, o público já era superior a 800 pessoas. A Pedrada Afu fez uma boa apresentação, mostrando sua mistura de reggae, ska e punk rock, que

fizeram um dos melhores shows da noite. Contou a favor deles o peso calculado e o excelente entrosamento. A Viana Moog veio em seguida, mostrando um rock cheio de energia, combinando rock’n’roll, pop e grunge, com direito a uma frase marcante: “Tudo que eu quero é acordar de ressaca com você”. Com a casa já lotada, a Grosseria surgiu com seu hardcore devastador, influenciado por Krisiun e Biohazard. Inclusive homenagearam os nova-iorquinos com um cover lá pela quinta música. Após o terremoto, Vítor tomou o microfone para agradecer a presença do público e chamou dois videoclipes produzidos pelos participantes da oficina realizada no decorrer da semana, das bandas Damn Laser Vampires e Flutuantes. A quarta e quinta bandas foram, respectivamente, Flutuantes e Space Rave. A primeira com o rock’n’roll mais tradicional e a se-

gunda com uma pegada mais indie. Mantiveram a platéia ativa para uma das principais atrações da noite. A Pata de Elefante fez um show impressionante, empolgando o público do começo ao fim. Antes de se apresentarem ao vivo, foi apresentado um vídeo no qual a banda toca na rua uma música enquanto alguns caras grafitam. O objetivo é “não ser preso”, e flashrock é o nome da prática. A Superguidis mesclou músicas de seu novo álbum, A Amarga Sinfonia do Superstar, e canções antigas, agitando o público e dando uma amostra da qualidade do novo material. O encerramento da terceira GIG ROCK ficou a cargo do garage/indie rock da Stratopumas, que fechou com brilhantismo o festival. Vale destacar também a presença de Miranda e dos demais DJs da pista paralela, que mandaram muito bem a noite toda. Gus Corrêa


Teatro do Bourbon Country, 21 de julho

O show do disco mais polêmico do ano finalmente chegou à Capital. Numa noite fria e chuvosa de sábado, Lobão veio a Porto Alegre apresentar seu último disco: o Acústico MTV. Polêmico, diga-se de passagem, mais pelo seu protagonista do que pelo espetáculo em si. O roqueiro, que nos últimos anos vinha levantando uma série de protestos contra gravadoras, rádios, artistas e quem mais visse pela frente, fez uma apresentação sóbria, sem altos nem baixos. Lobão subiu ao palco do Teatro Bourbon Country (aqui, uma menção honrosa para a nova melhor casa de espetáculos de Porto Alegre) acompanhado de sua trupe— os músicos Edu Bologna e Luce (violões), Daniel (baixo), Roberto Pollo (piano), Pedro Garcia (bateria) e Stéphane San Juan (percussão)—e um copo de uísque com gelo. A noite abriu com “El Desdichado”, seguida de “Essa Noite Não”. A qualidade do som está impecável e o “velho Lobo” continua em plena forma, uivando no microfone. Com “muito aconchego e paudurecência” Lobão saúda a platéia gaúcha que lotou o teatro. Com uma nova roupagem e

Felipe Neves

Pedro Milanez

Lobão

soando quase um baião, “Decadence Avec Elegance” mantém o clima do show lá em cima. Antes de chamar a próxima, o cantor provoca: “muita bossa nova na veia”, e vem “Bambino”, seguida de “Robô, Roboa”. Essa é uma das músicas que não entraram na gravação do DVD, mas tem sido executada nas apresentações ao vivo— dando um toque de singularidade à turnê. À medida que o tempo passa, Lobão vai se soltando: “eu fico até impressionado; como eu, uma figura tão tosca, consegue ser tão romântico”—e solta também o verbo: “porque eu fiz um acústico pra ser um acústico, acústico, acústico”, momentos antes de “Chorando no Campo”. Entre risos e aplausos vem “Me Chama”, que independente do formato, do intérprete, do tom, segue fazendo mágicas no absurdo. Acompanhada ao pé da letra pelos presentes, Lobão tira os fones por alguns instantes para ouvir o coro. A disposição dos músicos no palco e a proximidade da público que estava na pista permitiu uma apresentação bastante intimista. Dois sujeitos movidos à base de cerveja, de seus trinta e poucos anos, pediram “Vida Bandida”, rechaçada na hora por Lobão. Mais tarde veio o pedido por “Cena de Cinema”, que nem consta no DVD. Desta vez Lobão não resistiu e retrucou: “só falta você dizer ‘toca Raul’”—e foi só terminar a música seguinte pra pedirem Raulzito. O show teve seu momento de ápice quando veio o anúncio do músico: “é o seguinte, rapaziada, a partir de agora haverá um grande baile”, e tocou em sequência “Canos Silenciosos”, “Ronaldo foi pra Guerra” e “Samba da Caixa-Preta”, seguidas de “Rádio Blá”, com refrão trocado (“eu ligo o rádio e jabá”) e “Corações Psicodélicos”. Para o bis, “Vou te levar” e “Revanche”, mais cadenciadas, já anunciando o fim da noite. Antes de despedir-se dos gaúchos, disse ter sido “um show especial porque foi especial e só por isso já merece ser especial”. O que se viu foi a apresentação de uma turnê muito bem ensaiada, com requintes sonoros e um sem-número de troca de instrumentos. Não houve grandes surpresas—o que era, talvez, o que o público mais esperava. Fred Vittola

Ultramanos Bar Ocidente, 12 de julho

Ultramen é um elo perdido (no futuro) entre Jimi Hendrix e Jorge Ben; Tim Maia e The Clash. Pelo menos é o que pareceu no segundo show do Projeto Ultramanos, uma louca comunhão de influências e participações. Mas o mais irado, mesmo, foi “Grama Verde” e “General” sendo tocadas com a alma - uma deliciosa refeição sonora, com a mistura musical de lá e de cá que a banda já escancarava no primeiro disco, de 1998. A noite era sem Tonho Crocco, mas o Ocidente estava cheio—e eu estava na passagem, liberando o caminho para a galera indecisa entre o show e o bar. No palco, Fabão garantiu que a ausência de Tonho fosse sentida o mínimo possível. Um cara de dois metros com moicano cantando música brasileiríssima foi algo a que levei um tempo para me acostumar, mas ele mandou bem. A bela voz de Andréa Cavalheiro não poderia ser mais afinada, mesmo tropeçando na letra de “Menina Mulher da Pele Preta”. Nada que incomodasse o público, que aprovou todas covers de música tupiniquim. Já Pedro Porto parecia enlouquecer ao tocar clássicos do rock porto-alegrense, como a batidíssima “Amigo Punk” (Graforréia) e a obscura “Rockinho” (Tara na Tiriça), que contou com Alemão Ronaldo nos vocais. A participação psicodélica de Júpiter Maçã, que tinha compromissos especiais, foi cancelada. Mas Frank Jorge substituiu de forma deveras adequada o colega cascavellete—a sonzeira de “Lugar do Car…” com ele e os manos ficou fiel àquela do Sétima Efervescência. Lembro de piá assistir a um show dos caras e ficar de queixo caído, do alto de minha “sabedoria punk adolescente”. Desde então, sei que show da Ultramen é show de respeito. Nando Corrêa noize.com.br

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“Adoradores do coisa ruim?” Saudações, amigos headbangers! Neste ano completam-se 25 anos do lançamento do álbum The Number of the Beast do Iron Maiden, um dos mais influentes da história do heavy metal. The Number of the Beast também fortaleceu a idéia de que os metaleiros são apreciadores do capeta ou coisa que o valha… meros rótulos, onde um mercado consumista—não só a indústria fonográfica, mas a mídia em geral—precisa vender, nada mais do que isso. Aliás, o Black Sabbath é um grupo onde foi escolhida essa temática, como nos filmes de terror, sob o raciocínio simples de “se as pessoas pagam para assistir a filmes de terror, não pagariam para ouvir músi-

Dilema cas sobre o mesmo tema?”. Isso seria uma adoração ao belzebu? Pelo simples fato de se adotar uma postura na música, assim como os artistas fazem em cima do palco ou em um filme? Nunca ouvi falar de acusarem um ator de adorador do demônio por ter participado de algum filme do gênero. AC/DC também foi colocado à prova com sua música “Highway to Hell”, que se for analisada, não passa do desabafo de um jovem querendo liberdade e ir pra festa com os amigos; nada mais natural na juventude, não é mesmo, senhores católicos de plantão? O que assusta as pessoas é o que elas não querem, não podem ou simplesmente não compreendem. Horns Up!!!

Clinton Fearon – “The Original Gladiators” Quem leu minha coluna de abril vai lembrar que dediquei este espaço para falar da banda The Gladiators, que estaria vindo para o Brasil. O show realmente aconteceu; eu curti do início ao fim ver uma das minhas bandas preferidas. Está lembrado que falei da história dos caras, que citei uma das maiores perdas do Gladiators? Pois é! Agora quem vai pintar pelo Brasil, mais uma vez, é Clinton Fearon. O grandioso ex-baixista e também ex-vocalista (dividindo canções com Albert Griffhts) do Gladiators fará turnê em setembro por aqui. A sua passagem por aqui não está garantida, mas Brasília e Rio de Janeiro são destinos certos. Fearon já passou

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pelo Brasil, mas agora sua presença vai dar aquele sentimento de ver “o verdadeiro e original Gladiators”, já que os principais nomes da banda não estiveram presentes nos shows da banda este ano. Algumas de suas canções fizeram parte da história de sua ex-banda: “Rich Man, Poor Man”, “Get Ready”, entre tantas outras. Ele saiu do Gladiators em 1987, e na sua carreira solo partiu para o vocal principal e guitarra base. Quem vai acompanhá-lo aqui é a Leões de Israel, banda paulista que está marcando presença no cenário do reggae brasileiro. Que venham Clinton Fearon, Leões de Israel e outros grandes nomes!

Com a evolução da tecnologia, as possibilidades musicais aumentaram, e muito! Em destaque, o equipamento Final Scratch, onde a idéia é conectar o mundo digital, como MP3, com o analógico. Esse equipamento possibilita que qualquer música digital possa ser manipulada como um clássico vinil. Com um laptop, Final Scratch, toca-discos, e um par de vinis adequados, você pode criar uma música no seu computador à tarde e, de noite, tocá-la na festa sem problema algum! Isso é maravilhoso!!! …hum… mas tem gente que não acha! Muitos DJs e amantes do bom e velho vinil acreditam que isso pode ser uma ameaça para esse produto quase extinto!

Não é nada simples gravar um vinil hoje. No Brasil só existe uma fábrica, o que torna a produção escassa, cara e de pouco consumo também. O rap e a música eletrônica tentam manter viva a cultura do vinil. Ironicamente, esses estilos musicais são os que mais utilizam o Final Scratch. O dilema está no ar, e confesso que fico com o coração dividido! Ora por ser ótimo ter os próprios beats pra usar como vinil, ora pelo sonho de lançar as músicas no “bolachão”. Só o tempo vai dizer o que vai prevalecer, ou até mesmo se os dois conseguirão viver em harmonia na nossa era high tech.

Limites Tênues Já expus aqui meu problema com categorização musical quando falei do disco do Marcelo Delacroix e da corrente separação entre música gaúcha e música popular brasileira. Na verdade, mesmo essa cartola MPB:JAZZ, por vezes, me incomoda. Não acho que delimitações estanques sejam apropriadas na música contemporânea. Colaboram com isso os últimos recitais do violonista argentino Eduardo Isaac em Porto Alegre, que abriram o Seminário Internacional de Violão Estação Musical no ano passado e este ano. Concertista internacional, vencedor dos maiores concursos da Europa, Isaac sempre foi, para mim, a referência de instrumentista

erudito, combinando a técnica apurada com uma musicalidade impressionante. Nas suas duas últimas performances a que assisti, no entanto, ele transitou entre peças do repertório tradicional do violão erudito até um arranjo de “The Köln Concert”, do ícone jazzístico Keith Jarret, passando pelo “Choro de Juliana”, do violonista popular brasileiro Marco Pereira. A naturalidade com que intérpretes que ganham o carimbo sisudo do erudito se apropriam de referências populares me parece refletir uma tendência geral de interpenetração e confluência musical cujo esforço empregado em separar e classificar é inútil, e até mesmo empobrecedor.


Glastonbury Festival Em setembro de 1970, um dia após a morte do lendário guitarrista Jimi Hendrix, foi criado em Pilton, Reino Unido, o maior festival a céu aberto de arte e performance contemporânea do mundo: o Glastonbury Festival. Conhecido principalmente por suas diversidades de estilos e bandas, também possui atrações de dança, humor, teatro, circo, cabaré e outras formas de arte. Em 2007 a cidade de Pilton foi premiada com mais de 700 atrações, divididas em 80 palcos. As principais arenas são o Acoustic Tent, Dance Village, Jazz World Stage, John Peel Stage, Other Stage, e o mais procurado: o Pyramid Stage. Só para vocês terem uma idéia da grandeza do festival, este ano só no palco da pirâmide tocou Arctic Monkeys, The Fratellis, Bloc Party, The Magic Numbers, Amy Winehouse,The Killers, Lily Allen, The Who, Kaiser Chiefs e a homenagem dos irmãos Marley aos 30 anos do Exodus. Já no Other Stage, nada mais nada menos que Björk, Arcade Fire, The Automatic, Iggy and The Stooges, Editors e os brasileiros do Cansei de Ser Sexy. É mole? Criado por Michael Eavis, como muitos dos festivais criados no mesmo período, Glastonbury foi influenciado pela cultura hippie e especialmente pelo Festival da Ilha de Wight. Eavis declarou que decidiu organizar o primeiro festival, chamado então de Pilton Festival, após assistir a uma apresentação a céu aberto do Led Zeppelin em 1970. O festival ainda mantém vestígios desta tradição, incluindo as áreas Green Futures e Healing Fields e a sua má reputação pelo consumo de drogas.

Um pouco de “estória”. Pois é, a “estória” dos anos 00 começou tão cheia de informação sem conceito e sem foco ou com conceito demais e foco de menos, que muito pouca coisa ficará. Por isso a ausência de “h” nesta história. Diferentemente do final dos anos 90, onde muita coisa legal chegava como um asteróide vindo do espaço, causando uma cratera imensa em nossas vidas, com marcas que nem o tempo apagou. Adventos como Fim de Século (1995-2000), Hell’s Club e Fulltronic mudaram o rumo da cena eletrônica aqui e no resto do Brasil. O Hell’s, para quem não sabe, foi o primeiro After-Hours do Brasil e causador de diversas mudanças não só no conceito de diversão, mas principalmente em nível musical. Baseado em uma experiência marcante que teve em Londres, Maumau, que era o DJ residente do Hell’s desenvolveu um conceito musical que serviu de base para a segmentação da música eletrônica no Brasil. O som que tocava no Hell’s era basicamente techno. Abaixo do estado de Santa Catarina, num outro país chamado Rio Grande Sul, onde impera o tradicionalismo e o “nome e sobrenome”, nos meados de 1995, o “ET” chamado Eduardo Herrera (o Guru local que um dia ainda vai ter seu busto ao lado do Laçador) resolveu trazer de volta o clubinho chamado Fim de Século. Ponto. Depois desse ato começa a HISTÓRIA da música eletrônica aqui em Porto Alegre. Foi no Fim de Século que a cena começou a se formar. Foi ali que pessoas se conheceram e formaram parcerias, e estas parcerias se tornaram projetos importantes como a própria Fulltronic. Sem falar, é claro, nos DJs. O Fim de Século já reuniu os “melhores” DJs de Porto Alegre em seus 3 dias de funcionamento por mais de 1 ano. Eduardo Herrera, Paulo Pacheco, Double S, Mozart e Fabrício Peçanha se dividiam de quinta a sábado. Saudoso tempo, que no dia 13 de setembro estará de volta numa festa incrível para comemorar os 20 anos que o Clube estaria fazendo.

Sem Melodia Podemos ficar sentados lendo revistas, podemos ficar conformados nas nossas poltronas trocando de canal, podemos deitar nossa cabeça no travesseiro à noite, rezar e agradecer. Quando as nossas prioridades são outras, ficamos assim mesmo, sentados assistindo pela TV mais um grupo de seres humanos ser literalmente carbonizado nas chamas. Alguns perderam a chance, outros atrasados correram para a morte. No mesmo 3054, um dia antes pousando em Congonhas, vi pessoas—pessoas que conversamos, pedimos gentilmente passagem, pessoas que possuem suas vidas e afazeres; alguns ricos, outros pobres; crianças, pessoas importantes e comuns, pessoas que passam apressadas pelo lobby do aeroporto. Como pensar em música, como querer pensar em melodias? Melodias nos fazem querer crescer, voar, ir longe, ficar felizes… mas como ficar feliz? Bom, podemos voltar a ler as amenidades das revistas, podemos ir julgar a vida dos outros, podemos continuar egoístas e mesquinhos, podemos também não aceitar, não abaixar a cabeça, não parar de reclamar; podemos falar, falar alto, com uma voz em uníssono… Quando várias pessoas cantam juntas, como num coral, a maneira mais simples do grupo cantar é numa única voz, em uníssono. Se há um instrumento acompanhando, então o instrumento deve tocar as mesmas notas que estão sendo cantadas para que haja esse uníssono; de outro modo, o instrumento será considerado uma “voz” distinta e não haverá o uníssono. Queremos isso? Se é dito que várias pessoas fazem algo “em uníssono”, isto quer dizer que elas o fazem ao mesmo tempo. Precisamos disso! Precisamos simultaneamente acionar nossas vozes, pelo menos assim deitaremos tranqüilos. Em memória de Rodrigo Prado Almeida. Pais, familiares e amigos te amam muito, em paz ficará.

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The Donnas As veteranas garotas roqueiras do The Donnas vêm a Porto Alegre no dia 22 de agosto para mostrar seu rock cheio de energia. Com influências inegáveis de Ramones e hard rock, a banda existe desde 1993. Neste período, lançaram 6 álbuns e tornaram-se conhecidas internacionalmente por canções como “Take it Off”, “Fall Behind Me”, “Too Bad About Your Girl” e “40 Boys in 40 Nights”. No Brasil, foi lançado apenas Spend the Night (2002). Proveniente de Palo Alto, na Califórnia, é integrada pela cantora Brett Anderson (Donna A), a guitarrista Allison Robertson (Donna R), a baixista Maya Ford (Donna F) e a baterista Torry Castellano (Donna C). O show será realizado no Bar Opinião. Mais informações no site da banda (www.thedonnas.com) e do bar (www.opiniao.com.br).

Carne de Panela A Carne de Panela se apresenta no Teatro de Câmara Túlio Piva (Rua da República, 575) apresentando sua mistura de samba, jazz, folk e rock. Os ingressos podem ser comprados antecipadamente no Sagrado Café (Bourbon Country) ou na hora. O preço é de R$ 10 para ambas alternativas. A Carne de Panela é integrada por Mathias Velho, Juba Luz e Lucas Dellazzana, tendo como característica a busca por uma temática musical urbana e eclética.

The Kings of Rap As quintas-feiras são reservadas ao hip-hop no The Kings (Rua Auxiliadora, 225). O projeto The Kings of Rap ocorrerá durante todo o mês de agosto e objetiva reunir todos que curtem rap de verdade. Mulher não paga até a meia-noite; depois, os ingressos custam R$ 10. Eles pagam R$ 15. 42

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Fotos Tatu Felipe Rosa Pedro Milanez Felipe Neves Ronald Zanardi Felipe Kruse

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