CONSTRUIR O ELEARNING MÓDULO I OS PRESSUPOSTOS DO ELEARNING
1.2. A FORMAÇÃO EM AMBIENTE DE ELEARNING www.nova-etapa.pt
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Submódulo 1.2: A Formação em Ambiente de eLearning
ÍNDICE
1. COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR
3
2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
4
3. INTRODUÇÃO
5
4. O QUE É O ELEARNING?
6
4.1. Ensino a distância e eLearning
6
4.2. Conceito de eLearning
7
4.3. Componentes estratégicos do eLearning
9
4.4. Vantagens do eLearning
12
4.5. Obstáculos ao eLearning
14
5. ARQUITETURA DE UM PROJETO DE ELEARNING
15
5.1. Organização da Formação em eLearning
17
6. SÍNTESE CONCLUSIVA
60
7. BIBLIOGRAFIA
61
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1. COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR
No final deste submódulo deverá estar apto a:
Definir eLearning; Distinguir o eLearning de outras modalidades de formação a distância; Identificar os principais componentes de um sistema de eLearning; Identificar as principais vantagens e obstáculos ao eLearning; Enumerar as principais etapas de conceção de um projeto de eLearning.
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2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
O que é o eLearning? Ensino a distância e eLearning Conceito de eLearning Componentes estratégicos do eLearning Vantagens do eLearning Obstáculos ao eLearning
Arquitetura de um Projeto de eLearning Organização da Formação em eLearning
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3. INTRODUÇÃO
As exigências impostas pelo fenómeno levam
as
apostar
da
globalização
organizações
cada
vez
mais
a na
qualificação dos seus recursos humanos,
enquanto
fator
primordial de competitividade. Neste contexto, a criação de alternativas contínua,
de
formação
que
permitam
responder à necessidade de aprender a um ritmo cada vez mais acelerado, origina novos dispositivos de formação e obriga a repensar alguns conceitos tradicionais.
Por outro lado, o atual crescimento do número de utilizadores da Internet comprova a mudança significativa nas mentalidades, que tem vindo a acontecer nos últimos anos, mudança esta que se reflete, necessariamente, na utilização das novas tecnologias ao serviço da formação. Esta nova abordagem à formação abre múltiplas possibilidades, não só pelo recurso a meios mais apelativos para a transmissão de conteúdos, mas também pelo seu impacto no desenvolvimento da autonomia pessoal e da criatividade do formando.
Neste submódulo pretende-se enquadrar o eLearning no contexto das várias modalidades de formação a distância, explorar os principais conceitos e componentes envolvidos e, finalmente, apresentar uma primeira abordagem à arquitetura de um projeto de eLearning.
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4. O QUE É O ELEARNING?
4.1. Ensino a distância e eLearning
Veja um pequeno excerto do filme “O Novo Adamastor” que aborda as novas oportunidades que advêm do eLearning.
A transmissão de conhecimentos a distância não é de forma alguma uma ideia nova, existindo referências segundo as quais a sua origem data de meados do século XVIII. No entanto, estas primeiras formas de acesso a conteúdos remotos eram basicamente unidirecionais, funcionando no sentido da fonte dos conteúdos para o formando.
Já no século XX, os cursos por correspondência começaram a tornar-se mais divulgados, e na segunda metade do século começaram a utilizar-se as novas tecnologias como suporte à formação a distância, o que conferiu uma maior interatividade ao processo de assimilação de conhecimentos.
Contudo, é conveniente distinguir o conceito global de formação a distância, utilizado para descrever situações em que a aprendizagem não requer a presença do formando e do formador no mesmo espaço físico e ao mesmo tempo, do conceito mais específico de eLearning que implica o recurso a tecnologias de informação e comunicação, como veremos mais à frente. 6 www.nova-etapa.pt
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4.2. Conceito de eLearning
O eLearning, também conhecido por outras designações (formação virtual, ensino online, teleformação, ensino a distância, etc.) pode ser entendido como:
Um processo que permite a transformação da informação em conhecimento, utilizando como recurso as tecnologias de informação e comunicação, quer ao nível da pesquisa e disponibilização da informação, quer ao nível da interação entre os diversos intervenientes.
De uma forma geral, podemos afirmar que a diferença entre a formação tradicional e a formação em
eLearning
essencialmente
assenta
nos
suportes
físicos de apoio ao formando e, consequentemente,
na
forma
como se transmitem os conteúdos para facilitar a sua apreensão e assimilação.
Na formação convencional, o formador assume o papel de elemento dinamizador do estudo dos conteúdos e respetiva transferência, utilizando a sala de formação como espaço
físico
tradicionais
e
recorrendo
suportes
aos
(quadro,
caneta, projetor, etc.). No eLearning, independentemente da existência de tutores dinamizadores da formação, é a plataforma online o interface físico entre o formando e a entidade formadora.
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Para além disso, aqui o sujeito é o elemento central do processo de aprendizagem, e é a partir do seu próprio ritmo e das suas necessidades de aprendizagem que se constrói o percurso de autoformação.
Nesta perspetiva, o formador/tutor assume-se como um parceiro e elemento catalisador do desenvolvimento da aprendizagem. Concebido desta forma, o eLearning é muito mais do que um processo de aprendizagem sustentado nas novas tecnologias e em que formador e formando se encontram em locais geograficamente distantes.
Ao tirar o máximo partido da Internet e do serviço World Wide Web, o eLearning vem acrescentar elementos de inovação e um potencial acrescido que é importante destacar e que se relaciona sobretudo com:
Diversidade de ferramentas e de serviços de comunicação entre todos os intervenientes no processo de ensino-aprendizagem; Acesso à informação onde e quando quisermos (“just in time”); Conteúdo dinâmico, facilmente publicável e de rápida atualização.
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4.3. Componentes Estratégicos do eLearning
Apesar da diversidade de modelos de eLearning utilizados por instituições e organizações, verifica-se a existência de algumas linhas de orientação pedagógica comuns, que podem ser sintetizadas em cinco componentes estratégicos, de acordo com o modelo que a seguir se apresenta:
Figura 1 – Componentes Estratégicos dos modelos de eLearning1.
Materiais
Formador/Tutor
Scripto
Conhecedor
Áudio Vídeo Informático
Pedagogo COMPONENTES ESTRATÉGICOS DE ELEARNING
Criativo Facilitador
Multimédia
Sistemas de Interação Informativo
Tecnologia
Avaliação
Voz/Dados
Formandos
Síncrono/Assíncrono
Formação
Aconselhamento
Web
Sistemas
Autoajuda
1
Vídeo/Áudio
Fonte: Santos, A. (2000), Ensino a distância & Tecnologias de Informação, FCA, Lisboa
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Os materiais e conteúdos, que constituem o suporte para os períodos de autoformação, podendo ser concebidos e apresentados em diversos formatos.
O papel do formador ou tutor deve ser substancialmente
diferente
num
modelo
de
eLearning. Para além do domínio ao nível científico e tecnológico, o tutor deve garantir o acompanhamento pedagógico do processo de aprendizagem, preocupando-se com a criação das estratégias mais eficazes para estimular a motivação dos participantes.
Os sistemas de interação consistem nos dispositivos que permitem informar o formando de eventuais atualizações ou trabalhos
intermédios,
aconselhá-lo
quanto
à
melhor
estratégia
de
autoformação a seguir, ou prestar auxílio nas questões de natureza técnica e pedagógica.
As novas tecnologias são, obviamente, um meio indispensável à implementação de uma formação em eLearning. As aplicações e serviços disponíveis permitem apresentar a informação
de
forma
mais
convidativa,
tornando a transmissão de conteúdos mais interessante e eficaz.
Finalmente, a avaliação deve estar presente nos vários momentos do curso de formação. Referimo-nos não só à aferição dos conhecimentos e aptidões desenvolvidos pelos formandos, mas também à avaliação da ação na sua globalidade e, ainda, do sistema de formação em si.
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A aplicação de cada um destes componentes varia necessariamente de acordo com fatores inerentes a cada instituição e com as potencialidades e exequibilidade de cada um deles para cada caso em concreto.
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4.4. Vantagens do eLearning
O eLearning apresenta potencialidades que devem ser eficazmente exploradas, não só do ponto de vista da entidade que promove a formação mas também do ponto de vista do participante no curso, do formador e da empresa que o dinamiza.
Para os Formandos e Empresa a que pertencem: Ao incentivar a autoaprendizagem, confere uma maior autonomia ao formando, o que estimula o seu desenvolvimento pessoal; Possibilita uma melhor gestão do tempo e até uma aprendizagem mais rápida, uma vez que o formando pode avançar no conteúdo de acordo com o seu próprio ritmo de aprendizagem; Resulta numa redução de tempo e custos dispendidos com as deslocações, bem como num aumento de produtividade relacionado com a menor necessidade de ausência do local de trabalho;
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Podem ser criadas comunidades virtuais em que interagem pessoas com o mesmo interesse, mas com diferentes visões e localizadas em regiões ou países distintos.
Para a Entidade Formadora: Depois de implementado o curso, a transmissão de conhecimentos através de eLearning permite reduzir alguns custos e inconvenientes relacionados com as deslocações, instalações e questões associadas à logística de formação; Permite a utilização de uma panóplia mais vasta de material e de várias ferramentas interativas de comunicação, resultando num produto final de elevada qualidade; Possibilita a formação de um grande número de pessoas ao mesmo tempo; Facilita a atualização e a personalização dos cursos.
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4.5. Obstáculos ao eLearning De forma a otimizar a eficácia da formação a distância, é também importante ter em conta as eventuais barreiras que podem ser encontradas no decurso da conceção e implementação de um curso deste género.
De seguida destacamos algumas que consideramos mais importantes. Numa fase inicial, o custo de implementação da estrutura de um curso em eLearning é significativamente maior, comparativamente com a formação tradicional, sobretudo no que diz respeito à criação dos suportes em formato multimédia; Do ponto de vista pedagógico, e uma vez que assentam em períodos de autoestudo,
este
tipo
de
cursos
poderão
originar
dificuldades
de
automotivação, ao mesmo tempo que exigem maior disciplina e organização por parte dos participantes;
Ao nível técnico, pelo facto de não se conhecer o software instalado nos computadores dos utilizadores, poderão gerar-se problemas relacionados com o acesso a alguns conteúdos ou com a velocidade de transmissão de imagens e vídeos;
Pode apresentar limitações ao nível
do desenvolvimento da socialização do formando, devido ao empobrecimento da troca direta de experiências, pelo que há que criar comunidades virtuais; Ao desconhecimento e consequente desconfiança quanto à utilização deste tipo de estratégia formativa, acresce uma certa acomodação, de ainda parte significativa da população, em relação aos métodos tradicionais de aprendizagem, o que aumenta a importância da criação de estratégias de motivação diversificadas e eficazes. 14 www.nova-etapa.pt
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5. ARQUITETURA DE UM PROJETO DE ELEARNING
A
conceção
de
um
curso
em
eLearning pode ter dois tipos de origem distintos: pode dar-se o caso de o curso que se pretende já existir, mas ser necessário convertê-lo para uma
versão
online,
ou
pode
acontecer que se pretenda criar um curso de raiz.
Em qualquer dos casos, existem algumas etapas que consideramos fundamentais à criação de um curso de formação em eLearning, tendo sempre em mente que não existe uma solução única ou universal. O esquema que a seguir se apresenta pretende situar cada uma destas etapas e constitui uma proposta de arquitetura de um projeto de eLearning. Figura 2 - Arquitetura de um projeto de eLearning.
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De uma forma geral, estas etapas podem ser enquadradas em três sistemas, sendo que a forma como cada um destes é definido e estruturado constitui um fator decisivo para a eficácia da formação. São eles:
Sistema de Planeamento e Conceção: A criação de um curso em eLearning exige, antes de mais, a identificação de todos os profissionais que integrarão o projeto nas suas diferentes fases, a definição da população a que se destina o curso e a sua caracterização, a seleção da plataforma tecnológica a utilizar e, ainda, a formulação dos principais objetivos (pedagógicos e de formação).
Depois de estarem definidas as condições iniciais da formação, torna-se possível estruturar a metodologia para o seu desenvolvimento, criar os conteúdos e recursos pedagógicos e elaborar o guião que irá orientar o trabalho da equipa de desenvolvimento.
Sistema de Implementação e Acompanhamento: A concretização do projeto implica, por um lado, que se assegurem as condições materiais e humanas necessárias à execução da formação e, por outro, que se definam estratégias de acompanhamento e tutoria que permitam aos formandos beneficiar de apoio técnico e pedagógico ao longo de todo o percurso formativo.
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Sistema de Avaliação: Por fim, o Sistema de Avaliação, nas suas vertentes diagnóstica, formativa e somativa, é fundamental não só para averiguar o cumprimento dos objetivos estabelecidos, mas também como um elemento primordial de validação do próprio processo formativo.
Vamos agora abordar em maior detalhe cada uma das fases aqui apresentadas.
5.1. Organização da formação em eLearning
No sentido de garantir a adequação dos investimentos efetuados à realidade da organização, é fundamental ponderar com algum detalhe as opções que são feitas em termos da organização do curso e a sua estrutura pedagógica.
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Constituição da equipa de conceção e design
A conceção de um projeto de formação em eLearning envolve a afetação
de
uma
equipa
multidisciplinar,
que
inclui
coordenadores
pedagógicos,
responsáveis pelos conteúdos e técnicos
de
design
desenvolvimento. disso,
é
Para
importante
previamente
em
e além
pensar outros
profissionais que, não intervindo inicialmente na fase de desenho do curso, serão indispensáveis em etapas posteriores, nomeadamente:
Formadores/tutores;
Informáticos;
Técnicos de marketing;
Guionistas;
Atores;
Realizadores;
Operadores de câmara de filmar e de som;
Técnicos de montagem e pós-produção.
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Definição do público-alvo
O perfil, as características e as necessidades do público-alvo fornecem as linhas de orientação que estão na base do planeamento do processo de ensino-aprendizagem a distância.
A caracterização da população a que se destina a formação varia bastante de acordo com o tipo de curso que se pretende implementar, mas alguns elementos a ter em consideração são os seguintes:
Habilitações literárias;
Experiência profissional e formativa;
Conhecimentos anteriores na área da formação;
Situação face ao emprego;
Faixa etária;
Grau de familiarização com as novas tecnologias de informação e comunicação.
Esta etapa é fundamental não só para fornecer alguns indicadores quanto à melhor estratégia de divulgação do curso, mas também na posterior fase de design do 19 www.nova-etapa.pt
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sistema de formação em eLearning, sobretudo no que diz respeito aos objetivos definidos, à metodologia pedagógica selecionada, ao tipo de avaliação aplicada e, ainda, à tecnologia a utilizar.
Ao personalizar os conteúdos pedagógicos, estará a estimular o interesse pelos recursos e a aumentar o sentido de pertença em relação aos mesmos.
Para adequar os conteúdos ao público-alvo sugerese que: Aplique uma avaliação de diagnóstico que permita posteriormente adequar os diferentes níveis de apoio pedagógico requerido por cada um dos participantes; Utilize exemplos relacionados com a experiência pessoal, formativa e profissional dos formandos; Identifique
e
afete
os
recursos
tecnológicos
adequados ao nível dos formandos.
Formulação dos objetivos (de formação e pedagógicos)
Para que uma formação seja bem sucedida, é absolutamente fundamental que sejam definidos os seus objetivos de forma clara e rigorosa, sem ambiguidades, por forma a podermos avaliar, no final, se a pessoa formada atingiu ou não esses objetivos, isto é, se adquiriu ou não as novas competências necessárias ao desempenho da sua função.
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Exprimir os objetivos de forma correta apresenta grandes vantagens pedagógicas, como por exemplo, Organizar sessões de forma planificada; Orientar o formando; Servir de ponto de referência para a avaliação; Facilitar a escolha de atividades pedagógicas.
Definição de Objetivo Conjunto de intenções elaboradas de forma estruturada e objetiva, que permite a expressão dos resultados que se pretendem alcançar. O que realmente se espera e não o que se deseja.
Podemos classificar os objetivos em dois grandes níveis:
Objetivos de Formação
Finalidade
Meta
Objetivos Pedagógicos
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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1) Objetivos de Formação FINALIDADE: Refere-se aos grandes propósitos da formação e é definida pelos gestores/coordenadores de formação. Exemplo de Finalidade: “Este curso pretende formar todos os trabalhadores em procedimentos de emergência e primeiros socorros.” META: Define os resultados esperados com a formação, em termos de competências a adquirir. É equivalente ao perfil de saída. Por exemplo: “No final da formação, os participantes deverão ser capazes de operacionalizar e controlar a implementação das medidas de prevenção e de proteção.”
2) Objetivos Pedagógicos OBJETIVOS GERAIS: São objetivos diretamente relacionados com a aprendizagem, por isso mesmo se designam por pedagógicos. Expressam os resultados realmente esperados no fim de cada unidade temática de formação, da seguinte forma: “Os formandos deverão ser capazes de confecionar uma pizza.” OBJETIVOS ESPECÍFICOS: resultam da decomposição dos objetivos gerais em aspetos mais restritos e capacidades mais elementares. Por exemplo: “Identificar os ingredientes necessários à confeção da pizza.”
Definição da metodologia de desenvolvimento da formação
Logo que sejam conhecidos os objetivos a atingir e as condições iniciais da formação, torna-se possível decidir como é que esta irá ser desenvolvida. Nesta fase, deverão ser colocadas algumas questões que fornecem uma base para a conceção dos recursos e a execução da ação. 22 www.nova-etapa.pt
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Definir prazos ou permitir flexibilidade?
Tratando-se de um processo centrado no formando, na sua disponibilidade, estilos e ritmos de aprendizagem, faz todo o sentido que o curso tenha uma duração flexível, possível de adaptar
às
necessidades
e
exigências dos participantes.
De facto, a flexibilidade é muitas vezes o fator mais aliciante numa formação a distância, permitindo conciliar as tarefas do curso com as exigências pessoais e profissionais.
No entanto, esta estratégia poderá gerar alguns problemas, nomeadamente:
Desmotivação e consequente paragem dos trabalhos, devido à ausência de prazos rígidos para cumprir;
Dificuldade em organizar trabalhos de grupo, uma vez que a progressão dos formandos ao longo do curso não é sincronizada;
Dificuldade em planear tarefas de forma coerente, por parte do tutor, já que desconhece em que momento é necessário efetuar, por exemplo, a correção de exercícios.
De forma a garantir a manutenção de um ritmo de progressão adequado, é aconselhável a existência de um calendário com pelo menos alguns objetivos intermédios ou datas de caráter indicativo.
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Modalidade: eLearning ou bLearning?
É nesta fase também que se define se a formação se realizará totalmente na modalidade eLearning ou num modelo híbrido, caracterizado pela combinação entre a formação online e a presencial – o bLearning ou Blended Learning. Aqui há que ponderar principalmente sobre o grupo a quem é dirigido o curso e as temáticas a abordar.
De uma forma geral, existem vantagens na inclusão de algumas sessões presenciais num curso a distância. Quando realizada no início da formação, a sessão em sala pode revelar-se útil para a apresentação dos intervenientes, a criação de um sentido de pertença em relação ao grupo e, ainda, para a introdução dos formandos à nova tecnologia utilizada.
No decurso da formação, as sessões presenciais podem ser muito importantes no sentido de monitorizar os progressos na aprendizagem e promover a autoconfiança e a motivação dos formandos.
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Como incentivar a interação entre os formandos?
A comunicação entre os formandos e com o tutor é fundamental na formação à distância, o que exige uma reflexão acerca dos meios disponíveis e dos que serão mais adequados para este efeito.
No mínimo, considera-se que deve ser incentivada a troca de e-mails entre os vários intervenientes, como forma de promover a interação social.
Para além disso, podem ser desenvolvidos fóruns ou chats com o objetivo específico de encorajar os participantes a utilizarem esta ferramenta para conversar, contar piadas, etc. (por exemplo, através da criação de um “Bar Virtual”). O trabalho em grupo, também designado por Trabalho Colaborativo é também uma modalidade de interação que poderá ser incentivada em eLearning.
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Conceção dos conteúdos e recursos pedagógicos
A criação ou recriação de um curso em eLearning exige um esforço adicional no que diz respeito à adaptação, ou antes, à reformulação dos conteúdos ministrados em cursos presenciais. Assim, a utilização de textos muito longos torna-se, de uma forma geral, pouco adequada, devendo privilegiar-se a criação de unidades de conteúdo menores e individualizadas.
De forma a facilitar a perceção e a coerência, a organização deverá seguir uma estrutura simples, que seja também congruente com os objetivos de aprendizagem definidos. A organização de conteúdos faz-se geralmente segundo uma estrutura modular, como a que a seguir se apresenta:
Definido desta forma, o curso estará dividido em vários módulos, contendo cada um deles um conjunto de unidades de aprendizagem, com autonomia pedagógica. Depois de organizados os conteúdos, devem ser identificados os momentos em que os formandos devem executar as atividades, por forma a monitorizar os progressos e assegurar a compreensão dos conteúdos.
O desenvolvimento de conteúdos para eLearning exige uma definição rigorosa das suas características, nomeadamente ao nível do design pedagógico e organização visual dos mesmos, que passamos de seguida a explicitar. 26 www.nova-etapa.pt
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a) Assegurar a clareza dos conteúdos
No caso da transmissão de conteúdos ser efetuada unicamente através de texto, é importante recordar-se de que não pode utilizar a entoação, a ênfase ou a linguagem não verbal para auxiliar na compreensão da informação que pretende fazer chegar aos formandos. Por esta razão, é especialmente importante evitar a ambiguidade.
Para garantir a clareza e a percetibilidade, é importante certificar-se de que a linguagem utilizada é apropriada aos destinatários da formação e, quando utilizar termos técnicos explique o seu significado, ou em alternativa crie hiperligações que remetam o formando para um glossário de termos.
b) Garantir a interatividade A criação de conteúdos interativos é um dos principais fatores de sucesso do eLearning.
Mas o conceito de interatividade que aqui se pretende definir não se limita à interatividade física na plataforma Pretende-se
de que
formação. o
formando
participe numa experiência de aprendizagem
dinâmica
e
se
torne parte ativa do desafio lançado pelo concetor.
Nesta perspetiva, para além das várias possibilidades de interação com os conteúdos em si, deve existir uma partilha constante de conhecimentos e de experiências com o tutor e entre os formandos.
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Exemplos de formas eficazes de estimular a interatividade:
Simulações de situações reais;
Jogos pedagógicos;
Casos de estudo;
Grupos de discussão;
Partilha de trabalhos;
Possibilidade de colocar questões em qualquer fase do percurso formativo.
c) Permitir o controlo da aprendizagem e da sequência do percurso formativo
Enquanto interagem com o conteúdo, os formandos devem ter a possibilidade de controlar o decurso do processo de aprendizagem. Para tal, é necessário planear estruturas de aprendizagem flexíveis e implementar algumas estratégias que permitam oferecer aos formandos oportunidades de escolha, como por exemplo:
Os ficheiros de vídeo e/ou áudio devem incluir alguns dispositivos de controlo – avançar, parar, retroceder, pausa, volume, etc. – sendo necessário fornecer sempre uma explicação acerca de cada uma destas funções;
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É importante criar um índice com hiperligações, para que o formando possa navegar pelas diferentes unidades;
Deve existir um esquema em que estejam representadas de forma clara as várias etapas do curso, bem como os percursos alternativos disponíveis;
Pode ser interessante incluir uma lista de recursos complementares para cada um dos objetivos ou cada uma das unidades de aprendizagem: livros, vídeos, hiperligações para sites de interesse, jogos pedagógicos, etc.;
Sempre que for possível e adequado, deve ser permitido ao formando selecionar o aspeto gráfico do ambiente de aprendizagem, a música de fundo, o tipo de feedback, etc.
Em qualquer dos casos, é necessário ter atenção de forma a não confundir o formando com um número exagerado de possibilidades.
d) Implementar estratégias de motivação
Para
abordarmos
motivação
dos
as
principais
formandos,
que
estratégias devem
de ser
implementadas ao longo do curso, recorreremos ao Modelo ARCS, desenvolvido por Keller (1987). Este modelo define quatro componentes que devem ser tidos em consideração na conceção e organização dos conteúdos, de forma a contribuir para o interesse e esforço que se dedica à aprendizagem.
Estes componentes são os seguintes:
1. Atenção 2. Relevância 3. Confiança 4. Satisfação
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Atenção Estimular a perceção: introduza elementos pessoais e emocionais, como forma de despertar a curiosidade; estimule os sentidos, utilizando suportes áudio, vídeo e animações para apresentar o conteúdo; conceba interfaces simples e diretas, com design gráfico apelativo. Estimular o questionamento: incentive o contacto direto entre os formandos para discussão de temas; lance questões, dúvidas, desafios e crie paradoxos para reflexão. Introduzir variação: fomente a relação lúdico-pedagógica com os formandos, recorrendo a temas que se vão desenvolvendo progressivamente, como uma “caça ao tesouro”,
por
exemplo,
utilize
diferentes
meios
de
apresentação.
Relevância Conduzir para o objetivo: clarifique a forma como a formação se relaciona com os objetivos futuros dos formandos; introduza atividades nas quais necessitem de ser bem sucedidos para avançar nos conteúdos. Satisfazer requisitos de aprendizagem: tenha em conta as necessidades, interesses e expectativas iniciais dos formandos. Facilitar a compreensão: conceba os conteúdos com base em cenários familiares aos formandos e utilize analogias relacionadas com o seu ambiente de trabalho.
Confiança Permitir a avaliação do esforço: explicite os resultados esperados e clarifique as regras e os processos de avaliação. Criar oportunidades de sucesso: conceba exercícios que os formandos vejam como significativos e que exijam um esforço compatível com a proposta do processo de
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aprendizagem; crie expectativas positivas nos formandos e premeie o esforço pessoal.
Ativar o sentido de responsabilidade: forneça feedback acerca dos progressos no processo de aprendizagem e estabeleça uma relação de causa-efeito entre o sucesso alcançado e o esforço investido.
Satisfação
Estimular a satisfação pessoal: construa oportunidades imediatas para a aplicação do que foi aprendido. Reconhecer o esforço: permita que os formandos partilhem um resultado positivo obtido com os restantes formandos e até noutros contextos. Manter coerência: respeite os critérios e o processo de avaliação adotados.
e) Ter em conta os Estilos de Aprendizagem
Considerando o eLearning como um processo de aprendizagem centrado no formando e que assenta em períodos, mais ou menos prolongados, de autoformação, é importante que os conteúdos programáticos abranjam um leque variado de atividades que vão ao encontro das necessidades de formação de todos os participantes.
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De acordo com o Inventário de Estilos de Aprendizagem de David Kolb, existem quatro estilos preferenciais de aprendizagem, que devem ser vistos como um ciclo contínuo sobre o qual vamos alternando as nossas preferências. São eles: 1. Pragmático: prefere ser envolvido em tarefas novas e relativamente curtas, de preferência assumindo um papel ativo. 2. Reflexivo: aprende melhor quando lhe é permitido recolher informação e refletir sobre ela, observando os outros ou a própria experiência. 3. Teórico: prefere sintetizar a experiência e a reflexão para criar uma teoria, ainda que possa estar distante da realidade. 4. Ativo: a melhor forma de aprender é utilizando a teoria para resolver problemas e confirmar a sua aprendizagem num novo contexto.
Os formadores ou tutores devem procurar desenvolver as suas estratégias formativas e os conteúdos para eLearning com base nestes estilos predominantes.
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A proposta de Hartman (1995), que se fundamentou nestes estilos de aprendizagem para apresentar sugestões de atividades didáticas, pode ser útil neste sentido. Este autor propõe:
Pragmático: casos de estudo, simulações e trabalhos de casa. Reflexivo: documentação impressa (ex.: jornais), referências bibliográficas e discussão de ideias (ex.: sessões de brainstorming). Teórico: conferências, artigos científicos e obras teóricas. Ativo: trabalho experimental, trabalho de campo e registo das observações.
Assim, devem ser introduzidas atividades no curso que garantam uma progressão lógica através deste ciclo de aprendizagem e que ofereçam diversas combinações de experiência, reflexão, conceptualização e aplicação. Com o enorme potencial que as novas tecnologias têm atualmente para oferecer, é possível contemplar uma ampla variedade de estilos de aprendizagem.
f) Assegurar uma organização visual apelativa e intuitiva
De modo a facilitar a legibilidade, cada página deve ter um comprimento reduzido;
Graficamente, deverá existir uma distinção entre títulos, subtítulos, hiperligações, etc., no sentido de criar uma hierarquia visual lógica e previsível;
A disposição do texto, na zona central do ecrã, deve permitir que o utilizador leia uma linha completa sem necessitar de mover a cabeça e sem grandes movimentos laterais dos olhos;
Sempre que for considerado pertinente, o texto deve ser complementado com gráficos, imagens e/ou animações;
É importante que se mantenha a consistência ao longo do desenvolvimento dos conteúdos, nomeadamente no que diz respeito a: tipo de letra, ícones utilizados, dispositivos de navegação, organização dos elementos de texto e imagem, inclusão do número em cada página bem como do nome do módulo correspondente, etc.
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Elaboração do Guião ou “Storyboard”
Depois de preparados os principais conteúdos do curso e planeada a sua forma de apresentação é aconselhável a elaboração de um guião ou storyboard, que serve como instrumento de comunicação entre os responsáveis pelos conteúdos e a equipa de design e multimédia.
Na prática, o guião concretiza-se num documento que representa a forma como os conteúdos e os mecanismos de interatividade com o formando vão ser apresentados no ecrã do utilizador. Este documento pode ser criado com recurso a uma simples folha de papel, ou com a utilização do Microsoft Word ou Powerpoint ou, ainda, de um sistema específico de suporte à produção de guiões.
De uma forma geral, cada página do guião deve fornecer informação sobre:
Texto a apresentar;
Elementos media (ilustrações, animações, vídeo, etc.);
Elementos áudio;
Hiperligações;
Elementos de interatividade (arrastar figuras ou texto, clicar sobre uma parte do ecrã, etc.).
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Seleção dos métodos e técnicas pedagógicos
O que é um Método Pedagógico?
Pode definir-se método como um conjunto de procedimentos estruturados que o formador utiliza para orientar a aprendizagem dos formandos.
Concebido desta forma, o método é um modo consciente de proceder para atingir um determinado objetivo definido para a situação de formação, visando desenvolver nas pessoas a capacidade de aprender novas habilidades, obter novos conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos.
O método pedagógico definido constitui, assim, um elemento autónomo e fundamental na relação de formação.
Tradicionalmente, os métodos pedagógicos são
classificados
Interrogativos,
como
Expositivos,
Demonstrativos
e
Ativos,
representando cada um deles um papel essencial no evoluir das situações de formação. Também no eLearning deverá ser ponderada
a
aplicação
dos
métodos
pedagógicos tradicionais, com nuances que passamos de seguida a abordar.
Método Expositivo
O método expositivo está habitualmente relacionado com o ensino tradicional, também designado por educação vertical, dado que a comunicação se processa unilateralmente e verticalmente do formador para os formandos.
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Em eLearning, o método expositivo não oral pode ser utilizado pontualmente nas sessões síncronas de chat, nomeadamente para introduzir ou concluir um determinado tema. De
forma
oral,
é
frequentemente aplicado em vídeos com atores ou até em sistemas de videoconferência, em que se pretende transmitir informação estruturada
de e
forma coerente,
facilitando a sua assimilação.
Este método pode revelar-se útil para introduzir um tema, divulgar informações, factos ou conceitos, ou fornecer diretrizes para a realização de tarefas orientadas para outros métodos.
No entanto, a sua aplicação a uma modalidade de formação a distância deverá ser bastante ponderada, uma vez que, mais do que transmitir conteúdos de forma unilateral, pretende-se acima de tudo promover a criatividade, a reflexão e a investigação.
Vantagens do Método Expositivo
Pode ser uma boa opção para transmitir um aspeto do saber que posteriormente pode ser objeto de outro tipo de tratamento; Aplica-se a um amplo leque de conteúdos, particularmente no domínio cognitivo, pois favorece a aprendizagem de uma grande variedade de conceitos e raciocínios;
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É económico, já que pode ser utilizado com um grande número de formandos e aplicável em meios com poucos recursos.
Desvantagens do Método Expositivo
Pode aumentar o distanciamento entre formador e formandos; Não contempla o ritmo individual de aprendizagem dos formandos, nem aproveita as suas experiências pessoais; Pode reduzir o investimento no processo de aprendizagem, uma vez que não incentiva a participação dos formandos, especialmente importante em eLearning; Está muito dependente da capacidade de empatia e comunicação do formador; Não promove o confronto entre diferentes pontos de vista; Não favorece a transferência do que é aprendido para situações reais ou situações novas; Dificulta a avaliação da progressão na aprendizagem.
Deixamos-lhe um filme sobre o método expositivo.
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Método Interrogativo
Este método desenvolve-se como uma espécie de “pingue-pongue” jogado entre o formador e cada um dos formandos, dado que a comunicação se processa em dois sentidos: formador/formando, formando/formador.
Desta forma, pretende-se dar mais importância ao processo de pensamento independente e ativo de quem aprende.
Na aplicação deste método, assumem especial relevância as aptidões e técnicas de formulação de perguntas, já que o formador é o elemento condutor de um processo de pergunta-resposta.
No contexto da formação a distância, o Método Interrogativo
pode
ser
aplicado
através
de
sequências de perguntas/respostas, muitas vezes úteis durante a condução de sessões síncronas de chat. De facto, a técnica das perguntas (que abordaremos mais à frente), pode ser uma boa opção para fazer a avaliação inicial de controlo de pré-requisitos no grupo, ou ainda quando se pretende controlar um conhecimento adquirido ou levar os formandos ao desenvolvimento de atitudes mais autónomas.
Vantagens do Método Interrogativo
Favorece um bom arranque do grupo, mobilizando a atenção dos formandos; Assenta num processo de descoberta, permitindo desenvolver a iniciativa e a motivação dos formandos;
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Permite, através de uma pergunta direta, trazer de volta à sessão um participante distraído; Convida à reflexão e desenvolve a capacidade crítica e de argumentação de quem aprende; Permite obter feedback contínuo; Possibilita a participação de formandos mais inibidos através de perguntas que o formador sabe à partida que não lhes oferecem dificuldades.
Desvantagens do Método Interrogativo
A sua eficácia em eLearning depende da sua utilização conjunta com outros métodos; A estrutura do raciocínio corresponde à lógica do formador, que pode não coincidir com a dos formandos; Pode dar poucos resultados se não há resposta às questões colocadas; A participação dos formandos é imprevisível.
Sugerimos que veja o filme sobre o método interrogativo.
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Método Demonstrativo
O Método Demonstrativo é utilizado para a aprendizagem psicomotoras,
de
tarefas
manuais
visando
ou
desenvolver
essencialmente o "saber-fazer" dos formandos.
A aplicação deste método exige que o formador cumpra rigorosamente as etapas de execução da
tarefa,
garantindo
que
os
formandos
avançam etapa por etapa, simultaneamente.
1.º Preparação/Acolhimento O formador introduz o tema em termos de objetivos, metodologia (fases da demonstração), material e equipamentos, esclarece sobre os critérios de avaliação, avalia os pré-requisitos e motiva para a realização da tarefa.
2.º Demonstração (4 fases de execução) 1.ª Fase: Execução em tempo real pelo formador, sem grandes explicações. 2.ª Fase: Execução por fases, pelo formador, explicando etapa por etapa e mostrando como fazer, insistindo nos seguintes pontos-chave: segurança, rapidez e qualidade. 3.ª Fase: Execução da tarefa pelos formandos, auxiliados pelo formador. 4.ª Fase: Execução pelos formandos, sem ajuda do formador, que realizam a tarefa, etapa por etapa. O formador corrige erros e verifica se o formando compreendeu todos os pontos (avaliação das aprendizagens).
3.º Síntese conclusiva Reforço dos participantes, esclarecimento de dúvidas e troca de impressões acerca dos critérios de avaliação.
A aplicação do Método Demonstrativo, tal como está convencionalmente definido e operacionalizado, em cursos de formação a distância poderá apenas tornar-se possível através da utilização de um sistema de videoconferência que permita a formador e formandos o contacto áudio e vídeo, em tempo real. 40 www.nova-etapa.pt
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Contudo, a utilização deste sistema está ainda limitada, não só pelo reduzido acesso por parte da população em geral a este tipo de dispositivos, mas também pelas limitações tecnológicas ainda existentes, que afetam a eficácia da comunicação.
Atualmente, o Método Demonstrativo é frequentemente aplicado em formação a distância através da utilização de software específico, que permite criar diferentes mecanismos de interação que fomentam o "aprender fazendo", nomeadamente na área da formação em sistemas de informação.
Neste tipo de aplicações, toda a interação é acompanhada por um tutor eletrónico, sendo que o utilizador:
1. Assiste a uma demonstração dos passos para a realização da tarefa; 2. Executa a tarefa num simulador do ambiente real, conduzido pelo assistente eletrónico; 3. Recebe feedback do desempenho.
Vantagens do Método Demonstrativo Permite a transmissão de conhecimentos teóricos e a sua aplicação prática; Possibilita a participação dos formandos, dialogando, observando e realizando; É bastante motivador e adaptável a diferentes realidades;
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Permite a correção imediata dos erros, facilitando o processo de avaliação.
Desvantagens do Método Demonstrativo Exige grande disponibilidade de tempo e materiais que podem impor um investimento considerável; Exige do formador um bom domínio do tema e uma preparação exaustiva; Requer um acompanhamento individualizado; Apela pouco à criatividade dos formandos, dado que estes apenas reproduzem os passos realizados pelo formador/assistente eletrónico.
Para sintetizar deixamos-lhe um filme com método demonstrativo.
Método Ativo
A utilização do Método Ativo pressupõe que se encare o formando como um agente voluntário e ativo no processo de aprendizagem, o que lhe permite desenvolver uma maior autonomia e responsabilização.
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O Método Ativo é aquele que está mais vocacionado para mudar ou desenvolver as atitudes e competências sociais e relacionais, como sejam a capacidade de trabalhar em grupo, saber tomar decisões, capacidade de liderança, iniciativa, capacidade de argumentação, competências comunicacionais, de escuta, desenvolvimento da criatividade, etc.
Está cada vez mais generalizada a ideia da importância da utilização dos métodos ativos na formação. Num curso a distância, aspetos como a motivação, a interatividade e a participação
dos
formandos
particularmente
relevantes,
pelo
são que
a
aplicação de técnicas que favoreçam um papel ativo garantirá uma maior eficácia da formação.
Vantagens do Método Ativo É o mais eficaz na promoção da autonomia dos formandos; Prepara os formandos para uma participação mais ativa na sociedade e no local de trabalho; Proporciona a oportunidade de todos participarem ativamente no processo de ensino-aprendizagem; Considera a pessoa na sua globalidade, mobilizando no ato do saber a personalidade do formando; Ao implicar o formando no processo, aumenta a sua motivação e interesse na formação.
Desvantagens do Método Ativo É mais dispendioso em termos de tempo e custos com a produção dos materiais; Exige flexibilidade e adaptabilidade por parte do formador; 43 www.nova-etapa.pt
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A obtenção dos resultados pode ser morosa; Grande variação de resultados em função das características dos grupos; Dado que a construção do conhecimento assenta no formando, pode ser de mais difícil avaliação.
Técnicas Pedagógicas
As Técnicas Pedagógicas, definidas a partir do método escolhido, traduzem-se num conjunto de atitudes, procedimentos e atuações, adotadas com o objetivo de promover a aquisição de conhecimentos ou o desenvolvimento de competências por parte dos formandos.
Técnica das Perguntas
Como referimos anteriormente, em cursos totalmente realizados a distância, a adequabilidade da utilização desta técnica relaciona-se sobretudo com os momentos de interação síncrona por meio de chat.
Nestas circunstâncias, pode ser ponderada a utilização da técnica das perguntas no sentido de:
Fazer arrancar a discussão (perguntas abertas, iniciadas por "Como", "Porquê", "Quando", etc.); Controlar os pré-requisitos; Solicitar a intervenção de elementos do grupo menos participativos; Estimular a confiança de alguns participantes mais inibidos, permitindo-lhes acertar na resposta; Moderar e orientar a discussão (perguntas de escolha orientada como “então não acha que...”; “acha que é branco ou preto?”);
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Avaliar a assimilação de conhecimentos transmitidos anteriormente; Determinar a razão de certas opiniões.
Eis algumas regras da sua utilização: Perguntas curtas e claras, que permitam a compreensão rápida por parte do grupo; De modo natural, com tato, sem hostilidade e sem colocar os participantes em “cheque”; Adaptadas aos conhecimentos do grupo; Se uma pergunta geral fica sem resposta terá de ser formulada de forma diferente ou dirigida diretamente a um participante; Deve ser feita uma lista de perguntas previamente, de forma a dar uma linha condutora à sessão; Desenvolver os conteúdos em pequenas sequências (“step by step”); Utilizar continuamente o reforço positivo (na ausência da linguagem não verbal, através de palavras encorajadoras).
Técnica "Trabalho de Grupo" A técnica “Trabalho de Grupo” consiste em dividir o grupo em subgrupos, com o objetivo de cada um produzir o seu próprio trabalho.
Em eLearning, a criação de Trabalhos Colaborativos é bastante útil no sentido de incentivar a interação social entre os participantes e colmatar as lacunas causadas pela ausência de contacto direto entre os mesmos.
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Gera-se
um
Trabalho
Colaborativo
quando existe uma reciprocidade entre um
conjunto
de
indivíduos
que
contrapõem os seus pontos de vista de forma a originar um
processo de
construção do conhecimento.
Neste processo, o trabalho realizado por um determinado grupo terá um resultado mais enriquecedor do que teria a soma do trabalho individual de cada membro.
O Trabalho Colaborativo em eLearning permite: Fomentar as relações interpessoais; Promover a motivação; Permitir o intercâmbio de ideias, experiências e conhecimentos; Gerar decisões mais criativas e inovadoras,
pela
variedade
e
diversidade de opiniões; Criar um sentimento de pertença ao grupo; Aumentar a rapidez na concretização dos objetivos, pela possibilidade de diferenciação de papéis; Aproveitar os esforços individuais, transformados em sinergias (o todo é mais que a soma das partes).
Como aplicar esta técnica? Dividir o grupo em subgrupos de 2 a 8 pessoas, de acordo com o objetivo definido (2 a 4, número ideal para realizar tarefas concretas; 4 a 8, grupos orientados para a discussão de ideias): 46 www.nova-etapa.pt
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Geralmente obtêm-se bons resultados com grupos heterogéneos, que permitem assegurar a riqueza de experiências e pontos de vista; É importante o conhecimento prévio dos membros de cada grupo, no sentido de definir aspetos como a disponibilidade horária, a identificação de interesses comuns, as formas de funcionamento habitual no trabalho, etc.; Escolher a atividade a propor em função do objetivo, bem como inventariação dos materiais necessários à sua execução e de um sistema de comunicação que permita um contacto rápido e frequente entre os membros do grupo; Coordenar a atividade dos grupos, controlar a progressão do trabalho e auxiliar nas dificuldades; Organizar e coordenar as apresentações dos trabalhos; Proceder à síntese e avaliação das atividades; Fornecer feedback sobre os resultados.
Técnica "Brainstorming" (Tempestade Mental) O “Brainstorming” é uma técnica cuja finalidade é estimular a criatividade e levar o grupo a produzir ideias originais sobre um determinado tema ou problema. Ao aplicar esta técnica, o formador funciona como orientador. Este não deve fazer qualquer avaliação positiva ou negativa sobre as ideias proferidas e deve garantir de igual forma que não sejam emitidos quaisquer juízos de valor por parte dos restantes elementos do grupo. Em eLearning, os formandos dispersos podem trabalhar em conjunto de forma a gerar soluções criativas para um problema ou alcançar qualquer outro objetivo, podendo enquadrar-se, por exemplo, num curso envolvendo resolução de problemas, pensamento criativo ou trabalho de equipa. 47 www.nova-etapa.pt
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A utilização desta técnica permite: Estimular a relação espontânea e livre no grupo e produzir uma certa alegria e bemestar na sessão e depois dela; Desenvolver a capacidade para produzir ideias originais e soluções diferentes das habituais; Ajudar a superar o conformismo, a estereotipia, a rotina e a indiferença; Mostrar que a maioria das pessoas tem soluções múltiplas e que sempre é possível encontrar uma melhor. Preparação do grupo: A imaginação livre é bem recebida ainda que as ideias pareçam absurdas e, por isso, a crítica de uma ideia está rigorosamente proibida; Esta é uma das condições para que surjam muitas ideias, um conjunto de soluções por vezes inesperadas e a descoberta de caminhos por onde nunca se tinha transitado; Quanto maior for o número de ideias maior é a probabilidade de encontrar uma nova e que esta seja a solução mais adequada. É importante assinalar as ideias já produzidas, na medida em que esse procedimento serve de estímulo constante. O formador pode dizer, por exemplo, já temos 90 ideias, vamos ver se conseguimos chegar às 100. Isto impulsiona o grupo para uma maior produtividade; É importante que se tente fazer associações livremente: “isto faz-me pensar em”.
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Apesar de constituir uma boa solução, por exemplo, para dar início a uma sessão síncrona, originando ideias que posteriormente serão sintetizadas e expostas pelo formador, o "brainstorming" não pode ser aplicado em grupos muito grandes e pode dar origem a algumas dificuldades no que diz respeito ao controlo sobre o grupo.
Técnica "Estudo de Casos"
Esta técnica foi criada na Universidade de Harvard e após a segunda Guerra Mundial foi muito difundida na Europa com a finalidade de: Criticar dados, opiniões e hipóteses; Provocar o contacto com o real e a consciencialização exata e ajustada de uma situação; Descobrir novas perspetivas na apreciação dos problemas e na tomada de decisões.
Um caso é uma situação concreta da vida real, que reclama uma resolução ou decisão.
Este deve ser da área de competências dos participantes, que o estudarão depois de previamente lhes serem proporcionados os dados necessários.
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Trata-se de uma técnica eficaz para o desenvolvimento de aptidões de: Análise de situações; Seleção de dados importantes; Conceção de várias hipóteses de solução; Comunicação de ideias; Diagnóstico de problemas; Tomada de decisões.
Antes de apresentar o caso, o formador deve previamente prepará-lo em função das características do grupo, para que o mesmo seja o mais próximo da realidade dos formandos. Posteriormente, o formador deve:
Garantir a distribuição do caso a cada formando; Comunicar a metodologia a seguir; Não interferir nas opiniões dos participantes; Proceder à síntese.
Vantagens do Estudo de Caso É pessoal, dando ao formando a responsabilidade da reflexão e da solução; É realista, trabalhando-se sobre um caso que aconteceu; Permite trabalhar em grupo; Permite que cada formando capte a opinião e o ponto de vista dos outros; Permite comparar as várias soluções encontradas; Melhora o comportamento e a relação interpessoal.
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Desvantagens do Estudo de Caso Não é uma verdadeira experiência; Pode causar frustração quando o formando se apercebe de que não há uma única resposta; Não é possível obter informação complementar; Pode ser gerador de confiança excessiva e causador de problemas em grupos heterogéneos.
Técnica "Jogos Pedagógicos"
Os jogos pedagógicos podem ser entendidos como um conjunto de atividades que visam treinar e desenvolver comportamentos relacionais e sociais, por meio de situações lúdicas.
O jogo a ser implementado deve estar de acordo com o objetivo pedagógico previamente definido. Normalmente o grupo adere bem e os formandos envolvem-se cognitiva e afetivamente.
Uma vez que a situação tem caráter lúdico, os participantes entregam-se sem resistências e menor autocensura, permitindo a exteriorização de facetas da sua personalidade que normalmente não são percebidas.
Isto permite que, após o jogo e a sua respetiva análise e síntese, os formandos tomem consciência da sua vivência e da de outros, possibilitando transformações nos comportamentos e atitudes face a si próprio e ao outro. 51 www.nova-etapa.pt
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Os jogos pedagógicos constituem uma das técnicas mais interativas em eLearning. Caracterizando-se pela utilização de mecanismos de interação mais sofisticados, com recurso a elementos gráficos, os jogos podem ser utilizados nas mais diferentes áreas e introduzem uma componente lúdica no processo de aprendizagem que é geralmente muito bem aceite pelos formandos. Para atingir o objetivo, os formandos têm de reagir aos estímulos que o sistema vai lançando e ultrapassar as situações mais difíceis ou complexas. No início de cada jogo pedagógico é importante que seja definido o objetivo, as regras, bem como os conceitos e as técnicas necessárias à sua concretização. Geralmente utilizam-se metáforas de alguns jogos tradicionais de tabuleiro, como é o caso do Jogo da Glória ou do Monopólio, que recorrem à criação de ambientes reais, a duas e três dimensões, para criar um contexto de aprendizagem mais envolvente. Por exemplo, imagine-se um jogo em que o formando tem de percorrer um caminho com casas temáticas, de sorte e azar. Cada vez que o pião eletrónico cai numa casa temática, o formando tem de responder a uma questão lançada pelo sistema. Em caso de responder corretamente, o pião avança, caso contrário fica onde está. Nas casas de sorte pode avançar mais rapidamente e nas casas de azar terá de recuar um determinado número de casas. Em síntese, os jogos são opções pedagógicas bastante úteis, na medida em que permitem oferecer aos formandos exercícios essencialmente interativos, obtendo experiências na realização de uma tarefa sem o risco ou o custo da atividade real.
Técnica Role-Playing O Role-Playing é uma técnica do método ativo que permite a aquisição, desenvolvimento e treino de capacidades e atitudes, em diversas áreas do conhecimento. Com as necessárias adaptações, pode ser levado à prática em 52 www.nova-etapa.pt
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Submódulo 1.2: A Formação em Ambiente de eLearning
formações em eLearning e aplicado em aulas virtuais, idealmente em grupos de dimensão relativamente reduzida. Em anexo, junta-se ficha com algumas regras de aplicação da técnica.
Esta técnica pedagógica consiste numa representação feita por participantes que assumem o desempenho de um determinado papel para tratarem de um caso real ou fictício.
Outras Técnicas Pedagógicas Discussão de Grupo
Esta técnica tem como objetivo principal ensinar os formandos a utilizar comentários críticos de terceiros na melhoria do seu próprio trabalho e a fazer críticas úteis ao trabalho dos outros. Assim, os formandos reúnem-se virtualmente
e,
submetem
um
por
exemplo,
trabalho
à
apreciação do grupo, recebendo e reagindo às críticas dos seus colegas.
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Submódulo 1.2: A Formação em Ambiente de eLearning
Para além de ser eficaz na assimilação de conhecimentos, a discussão de grupo permite oferecer aos participantes a possibilidade de exporem os seus receios, as suas tentações e objeções permitindo, ainda, discutir o bom funcionamento entre grupos.
Atividades de experimentação (hands-on) Os formandos realizam uma tarefa fora da sessão de aprendizagem para aplicar os conhecimentos abstratos adquiridos em outras atividades.
Pesquisa na Web Através da Internet, os formandos procuram fontes de informação fidedignas sobre o tema em estudo, o que lhes confere uma maior autonomia e um acréscimo de autoconfiança.
Laboratórios Virtuais Os formandos realizam experiências com equipamento de laboratório simulado. Esta técnica tem como objetivo preparar os formandos para operar equipamento laboratorial real ou orientá-los para a descoberta autónoma de princípios e fenómenos.
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Análise Orientada Através desta técnica, os formandos analisam a informação selecionada para fazer a sua validação e definir princípios autonomamente. Pode ser utilizada para ensinar uma técnica de análise formal ou levar os formandos a descobrir tendências de forma autónoma.
Avaliação da Formação
O desenvolvimento de dispositivos de avaliação para ambientes de ensino e formação a distância é um instrumento essencial para a melhoria contínua das intervenções formativas, trazendo valor acrescentado para o formando, para a entidade formadora e para a organização.
A emergência de soluções formativas não convencionais faz surgir a necessidade de adaptar os instrumentos de avaliação às características dos ambientes de aprendizagem a distância.
Avaliação da Aprendizagem
A
avaliação
da
aprendizagem
consiste
num
processo de recolha sistemática de informação que permite: Medir o progresso dos formandos; Fazer alterações à estratégica pedagógica; Fazer
ajustamentos
necessários
ao
programa.
Quais os momentos de avaliação que podemos ter? Antes da formação - perfil de entrada dos formandos (avaliação diagnóstica) 55 www.nova-etapa.pt
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Submódulo 1.2: A Formação em Ambiente de eLearning
Durante a ação - desenvolvimento da formação (avaliação formativa) Depois da formação - perfil de saída dos formandos (avaliação sumativa ou somativa)
A Avaliação Diagnóstica realiza-se antes de se iniciar uma sessão de formação, e tem como principal objetivo caracterizar os formandos relativamente às suas capacidades, interesses e motivações.
É essencial quando não existiu, à priori, uma análise de necessidades para detetar o perfil de entrada dos formandos. Assim, este tipo de avaliação permite dar resposta à seguinte questão: Como se situam os formandos, a nível cognitivo e afetivo, perante o tema (conteúdos) a desenvolver?
O que é avaliado: realizações prévias relevantes (experiências, capacidade,...) conhecimentos e habilidade (pré-requisitos) aptidões relevantes que permitam ao formador escolher alternativas de aprendizagem
O que permite: selecionar para a aprendizagem decidir o ponto de entrada na aprendizagem (colocação) orientar o formando para uma aprendizagem (orientação)
Quais os intervenientes: formador formandos 56 www.nova-etapa.pt
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A
Avaliação
Formativa
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realiza-se
durante o desenvolvimento da ação de formação, e implica um feedback constante
entre
formando,
o
assim
formador como
e
o
uma
participação constante deste último. Através
deste
tipo
de
avaliação
poderemos procurar dar resposta à seguinte pergunta: Os formandos estão efetivamente a aprender?
O que é avaliado: a estrutura de cada unidade de aprendizagem (o programa) o formando no seu grau de domínio dos objetivos o
formador,
na
sua
função
técnico-pedagógica o
processo
de
ensino-
aprendizagem as causas dos (in)sucessos na aprendizagem
O que permite: melhorar a organização do programa alterar a sequência de aprendizagem prescrever alternativas de aprendizagem prescrever materiais necessários ao domínio dos objetivos
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Submódulo 1.2: A Formação em Ambiente de eLearning
Quais os intervenientes: formandos formador gestor e/ou coordenador técnico-pedagógico
A Avaliação Sumativa ocorre no final da atividade formativa. Este tipo de avaliação contém duas vertentes distintas:
Uma que procura apurar em que medida o tema foi aprendido, isto é, quais as mudanças verificadas a nível do saber (conhecimentos), do saber-fazer (aptidões) e do saber-ser (comportamentos e atitudes). Para tal o formador procede à recolha e análise das respostas dos formandos, através de questionários e/ou testes.
Esta vertente permite responder à questão: O que é que os formandos aprenderam durante a atividade formativa?
Outra vertente, que visa demonstrar e medir o grau de envolvimento e de interesse dos formandos pela atividade formativa. De acordo com este objetivo, o formador procede à recolha e análise das reações dos formandos aos objetivos, métodos, atuação do formador e reflete sobre o comportamento do grupo.
Nesta linha, obtém resposta à seguinte questão: Os formandos gostaram da atividade formativa?
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Cruzando agora as duas vertentes, podemos destacar alguns aspetos que conferem particularidade à avaliação sumativa.
O que é avaliado: grau de satisfação em que ocorreu a aprendizagem efetivação
do
processo
de
aprendizagem controlo das competências adquiridas
O que permite: (à posteriori) concluir se os objetivos gerais foram alcançados verificar em que extensão o formando poderá aplicar as aprendizagens e competências adquiridas concluir das mudanças necessárias classificar e certificar os formandos
Quais os intervenientes: formandos formador
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6. SÍNTESE CONCLUSIVA
Com este submódulo pretendemos, em primeiro lugar, introduzir o conceito de eLearning e chamar a atenção para o potencial acrescido que advém da utilização das novas tecnologias de informação
e
comunicação
na
formação profissional, não esquecendo os desafios que devem ser tidos em consideração aquando da implementação de uma estratégia formativa deste género.
Numa segunda fase, apresentámos uma proposta de arquitetura de um projeto de eLearning, tendo em mente que não existem receitas adequadas para todas as situações. Na verdade, cabe-lhe a si a tarefa de ponderar e ajuizar acerca da adequação dos diversos procedimentos, em função do tipo de curso a implementar, do objetivo final da formação e dos recursos humanos e materiais disponíveis.
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7. BIBLIOGRAFIA
Duggleby, J (2002), Como ser um tutor online, Monitor, Lisboa Ferra, A. (1982), Pedagogia centrada na pessoa, Ed. Ulmeiro, Lisboa Instituto para a Inovação na Formação (2003), Guia para a Conceção de Conteúdos de eLearning, Lisboa Lesne, M. (1977), Trabalho Pedagógico e Formação de Adultos, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa Mão de Ferro, A . (1999), Na Rota da Pedagogia, Ed. Colibri, Lisboa Santos, A. (2000), Ensino a distância & Tecnologias de Informação, FCA, Lisboa Sprinthall, N. & Sprinthall, R. (1990), Psicologia Educacional, MacgrawHill, Lisboa
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