CONSTRUIR O ELEARNING MÓDULO I OS PRESSUPOSTOS DO ELEARNING
1.3. O PAPEL DO EFORMADOR NO ACOMPANHAMENTO DO ELEARNING
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Submódulo 1.3: O Papel do eFormador no Acompanhamento do eLearning
www.nova-etapa.pt ÍNDICE
1. COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR
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2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
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3. INTRODUÇÃO
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4. COMPETÊNCIAS DO E-FORMADOR
6
4.1. Competências Nucleares do e-Formador
6
4.2. Competências Profissionais do Formador: Novos Focos de Intervenção
8
5. O PAPEL DO EFORMADOR NO ACOMPANHAMENTO DO ELEARNING 5.1. A Figura do Tutor
9 9
5.2. As Tarefas do Tutor online (e-Tutor)
13
6. ACOMPANHAMENTO E ANÁLISE DE DADOS EM ELEARNING
18
7. SÍNTESE CONCLUSIVA
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8. BIBLIOGRAFIA
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1. COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR
No final deste submódulo deverá estará estar apto a:
Identificar as competências nucleares exigíveis ao eformador no âmbito da sua intervenção em ambientes virtuais; Descrever os atuais focos de intervenção do formador; Enumerar as principais funções do etutor; Reconhecer as tarefas a desempenhar pelo tutor online e as formas de comunicação que tem à sua disposição; Identificar o tipo de dados podem ser analisados a partir de uma plataforma de eLearning com vista ao acompanhamento da formação e das aprendizagens.
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2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Competências do eFormador Competências Nucleares do eFormador Competências Profissionais do Formador: Novos Focos de Intervenção
O Papel do eFormador no Acompanhamento do eLearning A Figura do Tutor As Tarefas do Tutor online (e-Tutor)
Acompanhamento e Análise de Dados em eLearning
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3. INTRODUÇÃO Face ao aumento exponencial de projetos de eLearning no nosso país, os profissionais de educação e formação confrontam-se com a necessidade de se adaptarem a novas metodologias formativas, e de repensarem sobre as novas competências para ensinar. Atualmente vivemos numa sociedade conhecida como a Sociedade da Informação que permite aceder, em qualquer lugar do mundo e a qualquer hora, à informação mais atual. Desta forma, o formador não pode ser apenas um agente motivador e capaz de mobilizar o grupo, tem também que ser capaz de transpor os paradigmas tradicionais e assumir-se como um agente de mudança, capaz de se adaptar às realidades formativas e usufruindo das novas tecnologias para chegar mais além na transmissão dos saberes. Terá que se assumir como um agente inspirador e criador. A propósito de inspiração, descubra no filme abaixo o que têm os educadores e formadores em comum com o artista.
Assim, ao longo deste submódulo, iremos debruçar-nos sobre a multiplicidade de competências exigidas ao eformador, bem como os seus novos focos de intervenção. Iremos ainda incidir sobre o papel do eformador no acompanhamento da formação, e sobre as tarefas que este deve levar a cabo enquanto tutor de formação em elearning. 5 www.nova-etapa.pt
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4. COMPETÊNCIAS DO E-FORMADOR 4.1. Competências Nucleares do e-Formador De acordo com o referencial de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, o formador é: O técnico que atua em diversos contextos, modalidades, níveis e situações de aprendizagem, com recurso a diferentes estratégias, métodos, técnicas e instrumentos de formação e avaliação, estabelecendo uma relação pedagógica diferenciada, dinâmica e eficaz com múltiplos grupos ou indivíduos, de forma a favorecer a aquisição de conhecimentos e competências, bem como o desenvolvimento de atitudes e comportamentos adequados ao desempenho profissional, tendo em atenção as exigências atuais e prospetivas do mercado de emprego. (IEFP, 2012)
O formador é acima de tudo um profissional que estabelece uma relação pedagógica adequada e eficaz, e que promove e facilita a aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento de competências dos seus formandos. Para tal, terá que mobilizar os saberes e as competências necessárias em função das situações e de grupos concretos.
Embora interagindo em contextos de formação-aprendizagem diferenciados, tem que possuir, independentemente do contexto onde intervém e dos destinatários com que interage, um conjunto de competências nucleares, que são consagradas como sendo a base para o desempenho da função.
Apresentamos-lhe de seguida uma matriz onde estão identificados os três eixos fundamentais que consubstanciam as competências associadas ao perfil do eformador. Na matriz podemos identificar como comuns ao formador convencional e ao eformador, a Área de Intervenção e as Macro Competências, sendo ao nível das Unidades de Competências que estes se demarcam.
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ÁREA DE INTERVENÇÃO
PREPARAÇÃO E PLANEAMENTO DA FORMAÇÃO
CONCEÇÃO DA FORMAÇÃO
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MACRO COMPETÊNCIA
UNIDADE DE COMPETÊNCIA
Preparar e planear o processo de aprendizagem
Analisar o contexto de intervenção da formação Dominar o uso das tecnologias de informação e comunicação Planear sessões de ensino- aprendizagem para ambientes virtuais: - Elaborar planos de sessão - Definir objetivos - Selecionar conteúdos, métodos e instrumentos de avaliação para ambiente virtual
Conceber os produtos de formação
Facilitar o processo de aprendizagem
DESENVOLVIMENTO DA FORMAÇÃO
Gerir Redes
Gerir a diversidade
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Acompanhar e avaliar as aprendizagens
Desenhar programas de formação adequados a ambientes virtuais Conceber recursos pedagógicos para ambientes virtuais Criar atividades (síncronas e/ou assíncronas) para ambientes virtuais Desenvolver ou adaptar conteúdos curriculares para eLearning Respeitar as normas internacionais na conceção dos recursos (ex. normas scorm) Respeitar os princípios éticos e as normas de utilização de conteúdos Utilizar o sistema de comunicação da plataforma colaborativa em processo de tutoria Efetuar o acompanhamento pedagógico, que inclui dar resposta a questões e a manutenção da motivação dos formandos. Relacionar os conteúdos com as vivências e realidade sócio-profissional dos formandos Desenvolver atividades (fóruns, chat, jogos, trabalhos colaborativos, etc.), que favoreçam a participação/interação dos formandos Propor atividades que estimulem a aprendizagem colaborativa e cooperativa entre os participantes Monitorizar o ritmo de trabalho dos formandos e fornecer feedback Reforçar o comportamento e desempenhos bem sucedidos
Atualizar os conteúdos Incentivar a interação com o sistema Dinamizar comunidades práticas de aprendizagem (COP) Utilizar e gerir Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem
Aplicar metodologias de gestão da diversidade no contexto da formação Identificar os diferentes estilos de aprendizagem Adaptar métodos e técnicas em função dos estilos e do ambiente virtual Adaptar o ritmo das atividades às necessidades do grupo e diferentes ritmos de aprendizagem dos formandos.
Utilizar diferentes tipos de avaliação (inicial, formativa e sumativa) Conceber instrumentos de acompanhamento e de avaliação das aprendizagens e da formação em ambientes virtuais Acompanhamento e controlo dos progressos individuais dos formandos Atribuir e reportar resultados da formação e das aprendizagens
Embora o eixo principal das competências nucleares seja comum ao formador tradicional e ao formador de elearning, o que é certo é que estas se diferenciam ao nível das unidades de competência, sendo que o eformador enfrenta o desafio das novas tecnologias e de ter que fazer com que o formando adquira competências, a distância. 7 www.nova-etapa.pt
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4.2. Competências Profissionais do Formador: Novos Focos de Intervenção Diante de um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo, o formador atual depara-se cada vez mais com novos desafios, aos quais terá que responder e gerir de forma adequada. Assim, para além de ter que mobilizar as suas competências nucleares de base, terá também que assumir atitudes e comportamentos que o demarquem da elevada oferta que existe dos demais formadores no mercado. A diferenciação comporta a necessidade de ser empreendedor, ter criatividade, autonomia e espírito de iniciativa, capacidade de adaptação a qualquer público, ser capaz de sair “do âmbito da sala” e ir para além do convencional, apostando nas novas tecnologias enquanto ferramenta de transmissão e desenvolvimento de saberes.
A necessidade de formar os indivíduos para corresponderem a um mercado de trabalho cada vez mais impetuoso e exigente, obriga a uma reorganização dos modelos e processos de ensino-aprendizagem. Estas dimensões exigem ao formador a mobilização de competências (cognitivas, afetivas e psicomotoras) nos seguintes núcleos temáticos:
Tecnologias de informação e comunicação
Trabalho em equipa e parceria
Novos contextos de formação Criatividade pedagógica
Formador
Marketing e consultoria
Cidadania e igualdade de género
Diversidade social e ética Gestão de projetos Fonte: IEFP, 2012
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5. O Papel do e-Formador no Acompanhamento do eLearning
Contrariamente ao modelo tradicional da formação ainda muito centrado na figura do formador, enquanto transmissor do conhecimento, um formador de um curso em eLearning deverá ter uma atuação de organizador e facilitador da participação dos formandos, usando o conjunto de estratégias pedagógicas necessárias para lhes assegurar uma experiência de aprendizagem enriquecedora. (Rodrigues, 2004)
Contudo, novos desafios se colocam ao formador, por um lado resultantes da separação física e temporal existente entre formador e formando, e ainda pela necessidade de adoção de um modelo assente na aprendizagem autodirigida e na aprendizagem colaborativa.
Assim, o e-formador tem que promover, estimular, orientar e apoiar as interações que ocorrem no processo de formação nas seguintes dimensões: 1. Interação entre formando e formador; 2. Interação entre formandos e conteúdos; 3. Interação entre formandos; 4. Interação entre o formando e a interface ou plataforma.
5.1. A figura do tutor À primeira vista estará a questionar quem é o tutor, e quantas figuras estão associadas ao elearning.
Certamente que já se deu conta que na formação em elearning, a designação de “formador” surge associada a uma multiplicidade de termos como: formador virtual, e-formado,r e-tutor, tutor online, e-moderador, etc., que são geralmente utilizados de forma imprecisa.
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Também já vimos que um projeto de elearning abarca várias áreas, desde o planeamento à conceção, passando pelo seu desenvolvimento e implementação, até à sua avaliação.
Estas áreas podem ser asseguradas por vários elementos de uma equipa, ou assumidas por uma única pessoa. Ao centrarmos estas áreas num único responsável, indubitavelmente verificamos que o e-formador acaba por desempenhar essa multiplicidade de papéis, assumindo muitas vezes as designações de e-tutor, e-moderador, entre outras.
Associado a todos esses papéis, vimos que o tutor terá que fornecer apoio ao formando nas várias vertentes do processo de ensino-aprendizagem. Fazer tutoria online não implica apenas o uso da tecnologia para transmitir informação. No desempenhar do processo de tutoria, o eformador deve acompanhar os formandos ao longo de todo o seu percurso formativo, não sendo um mero explicador teórico, mas sim um orientador, mediador e facilitador da aprendizagem.
Mais do que transmitir conteúdos, o tutor deve ser um facilitador da aprendizagem, o que neste caso implica que assuma um papel ativo na dinamização da comunidade virtual.
Para conceber o ambiente de aprendizagem necessita, mais do que de dominar o saber científico, ter a capacidade de dinamizar a comunicação e as interações online.
Assim, para além de promover o desenvolvimento das competências de análise dos conteúdos, o tutor deve criar um ambiente favorável à partilha num contexto colaborativo e ter em conta a motivação interna dos formandos, reforçando-a e revitalizando-a através de uma pedagogia ativa e adaptada à tecnologia e ao perfil dos participantes.
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O conceito de tutor no processo de aprendizagem a distância abrange um leque muito variado de funções e atividades, que vão sendo desempenhadas de acordo com as características e necessidades dos formandos, e da própria natureza das tarefas/atividades que tem que realizar. Assim, podemos falar em dois tipos de tutoria: ativa e passiva.
O tutor ativo é aquele que, normalmente, assume um comportamento mais proativo, sendo que:
Antecipa-se
às
situações
e
presta
atempadamente os devidos esclarecimentos;
Acompanha o processo de aprendizagem;
É
dinamizador,
interventivo,
provocador
e
cooperante no processo de aprendizagem do formando;
Motiva constantemente os formandos e procura saber se necessitam de auxílio;
Lança debates, desafios e atividades relacionadas com conteúdos, comenta os trabalhos e dá respostas individuais.
O tutor passivo é aquele que normalmente age apenas quando a sua intervenção é solicitada pelos formandos, sendo que:
Acompanha, mas deixa que seja o formando a gerir o seu percurso formativo;
Esclarece as dúvidas e responde às questões que lhe são colocadas pelos formandos;
Dá resposta às necessidades de cada formando e do grupo quando questionado;
É mais reativo, ou seja, não provoca situações, apenas lhes reage.
No eLearning, o formando exerce o controlo da sua própria aprendizagem. Ao tutor, cabe auxiliá-lo na tarefa de aprender a aprender, criando situações de aprendizagem, estimulando a participação e partilha de informação, e ajustando o tipo de tutoria às diferentes circunstância e necessidades visadas pelos formandos.
Waterhouse propõe as quatro seguintes funções para o tutor a distância: 11 www.nova-etapa.pt
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1. Ensino: facilitar a aprendizagem o que significa, por um lado, transmitir conteúdos e, por outro, orientar com vista ao desenvolvimento de estratégias individuais de aprendizagem, suscitando a atividade do formando.
2. Aconselhamento: guiar o formando no que diz respeito a fontes de informação, ao uso de metodologias de aprendizagem, formas de apresentação de trabalhos, etc. Este aconselhamento visa criar laços numa atitude positiva e construtiva.
3. Negociação: estabelecer um contrato de aprendizagem entre tutor e formando, que inclua metas e objetivos individuais a cumprir por ambas as partes.
4. Avaliação: monitorizar as aprendizagens realizadas pelo formando, avaliando as atividades e exercícios e fornecendo feedback sobre os critérios em que se fundamentou a avaliação e sobre as estratégias de recuperação. Através do controlo efetuado desta forma, o tutor pode identificar as necessidades, localizar dificuldades e redefinir o modelo de ensino-aprendizagem.
Enquanto dinamizador da criatividade e das estratégias para o eLearning, o tutor deve deter um conjunto de aptidões e de características individuais específicas, quer ao nível técnico, quer ao nível relacional, das quais se destacam: 12 www.nova-etapa.pt
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Empatia; Compreensão dos problemas postos pelos participantes; Capacidade de comunicação; Domínio das tecnologias, das linguagens e dos conteúdos; Tolerância; Flexibilidade.
5.2. As tarefas do tutor online (e-tutor) Acolhimento e acompanhamento técnico e pedagógico
Na fase inicial do curso, ou mesmo antes do seu início, é importante assegurar que as formas de comunicação entre o tutor e os formandos existem e estão a funcionar eficazmente. Neste momento, os participantes devem receber alguma informação para enquadramento no curso de formação, nomeadamente:
Forma de funcionamento da plataforma de formação online;
Contactos do formador/tutor, nomeadamente email e contacto telefónico;
Guia ou itinerário pedagógico, com os objetivos, conteúdos programáticos, orientações para os períodos de autoestudo, etc.
Tal como sucede com a formação presencial, é importante conhecer as expectativas iniciais dos formandos e assegurar que estes têm uma perceção clara acerca do que podem esperar da formação. O email pode ser um meio eficaz para este efeito e o processo pode
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simultaneamente ser útil para a apresentação de todos os intervenientes e para a criação de um sentimento de grupo.
Inicialmente, é natural que os formandos sintam algum desconforto e relutância em participar, interagir e dar o seu contributo para a formação, até porque poderá ser a sua primeira experiência de formação a distância. Por este motivo, é fundamental transmitir segurança e proporcionar o espaço necessário para que estes participem ativamente.
Ao longo de todo o percurso formativo, o tutor será o principal elo de ligação entre o formando e os conteúdos pedagógicos, devendo assegurar:
Atualização dos conteúdos;
Incentivo à interação com o sistema;
Acompanhamento pedagógico, o que inclui a
moderação de debates, a resposta a questões e a manutenção da motivação dos participantes;
Monitorização do ritmo de trabalho dos formandos;
Realização e correção dos testes de avaliação,
intermédios e finais;
Controlo dos progressos individuais dos formandos;
Reforço do comportamento e desempenho bem sucedidos;
Identificação dos diferentes estilos preferenciais de aprendizagem e implementação das adaptações necessárias nos métodos e técnicas utilizados;
Adaptação do ritmo das atividades às condições do grupo, demonstrando recetividade face às necessidades e expectativas dos formandos.
Sistemas de Comunicação
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Apesar dos materiais pedagógicos já conterem algumas formas de aconselhamento acerca do modo de utilização dos manuais, métodos de autoestudo e orientações para o desenvolvimento de metodologias pessoais de aprendizagem, no decurso da formação é essencial que o tutor se mostre disponível para resolver eventuais questões que surjam através dos meios de comunicação, como o email, as sessões síncronas online ou até os fóruns de discussão.
Para isso, é importante que conheça e domine as principais ferramentas de comunicação online que tem à sua disposição.
No que diz respeito às sessões de chat, é fundamental assegurar que todos os formandos
possuem
a
informação
necessária para ter acesso à sessão e participar. No sentido de evitar imprevistos e problemas técnicos, é conveniente solicitar a presença dos formandos 5/10 minutos antes da sessão ter início.
Previamente a cada sessão, deve ser definido o tema associado, a agenda e a respetiva ordem de trabalhos, sendo que esta informação deve também ser comunicada aos participantes.
No início de cada sessão, é importante certificar-se de que a comunicação com todos os formandos está a funcionar de forma eficaz. A utilização de questões específicas e dirigidas proporciona um maior envolvimento por parte dos participantes e facilita a participação de todos na discussão. A gestão do tempo é também um elemento muito importante, devendo ser reservados alguns minutos finais para os formandos colocarem questões e para fazer uma pequena conclusão antes de encerrar a sessão.
Uma das grandes vantagens do eLearning, quando comparado com a formação convencional, é a rapidez na resposta às dúvidas e no feedback sobre o trabalho realizado. 15 www.nova-etapa.pt
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É conveniente preparar uma estrutura de email para este efeito, o que permitirá também agilizar ainda mais o processo. Neste caso, a correção deve ser sempre acompanhada de notas explicativas sobre os aspetos menos conseguidos e indicações para que o formando conduza o seu estudo no sentido de os melhorar.
Para otimizar a gestão do tempo e dos recursos é importante encontrar o equilíbrio adequado entre o envio de emails pessoais e a discussão pública, e preparar sempre soluções alternativas para que a comunicação não pare. Em eLearning, deve ser privilegiada a Internet como meio para o fazer. Eventualmente poderá ser ponderada a hipótese de esclarecimentos presenciais.
Em qualquer tipo de comunicação com os formandos, deve ser-se positivo e entusiástico, mantendo o realismo no que respeita às possibilidades que a formação lhes oferece em termos pedagógicos e às limitações técnicas que poderão eventualmente surgir. Em qualquer contacto que se estabeleça, o tutor deve ter o cuidado de analisar o discurso produzido por cada um dos participantes, no sentido de diagnosticar o seu estado de motivação, autoestima e confiança.
Uma fraca autoestima pode desencadear um processo de desmotivação com graves consequências na aprendizagem. Por este motivo, o tutor deverá aproveitar os sucessos de cada formando para dar reforço positivo e aumentar a sua confiança pessoal. Os insucessos não devem ser ignorados mas devem ser vistos como uma oportunidade para ajudar o formando a encontrar estratégias de superação.
Num curso a distância, é necessária uma atenção especial ao lidar com tópicos sensíveis, para assegurar que o formando mantém a motivação e a segurança necessárias para alcançar os objetivos propostos. Quando for necessário apontar uma crítica a algum 16 www.nova-etapa.pt
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trabalho, reforce antecipadamente o formando e termine explicitando aquilo que deve ser feito para melhorar o desempenho. Certifique-se de que o formando sabe que o tutor estará disponível para discutir o problema e encontrar soluções em que ambos estejam de acordo.
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ACOMPANHAMENTO E ANÁLISE DE DADOS EM ELEARNING
Para além da informação recolhida através do acompanhamento técnico e pedagógico que é feito ao longo da formação, os responsáveis pela formação podem ainda obter outros dados também importantes para aferir o modo como a formação está a decorrer, imprimir qualidade em todo o sistema, promover um processo de melhoria contínua e aferir as aprendizagens.
Assim,
independentemente
interface
físico
que
for
do
tipo
de
utilizado,
as
plataformas de formação online permitem a produção e o registo de alguns dados, cuja análise poderá ser útil, tanto a eformadores como a coordenadores de formação.
Analisando os indicadores gerais, a entidade formadora
poderá
importantes
para
retirar o
conclusões
planeamento
e
a
condução de futuras ações de formação. Os índices de utilização produzidos pela plataforma podem permitir, por exemplo, a identificação dos meses em que se registou um período mais intenso de atividade formativa ou, ainda, a caracterização dos participantes por área formativa, nomeadamente no que diz respeito ao género, faixa etária, habilitações literárias, etc.
Através do número de acessos à plataforma, das mensagens lidas e enviadas e do grau de participação de cada formando, o eformador poderá avaliar o grau de interesse dos participantes, mas também os temas, recursos e atividades que reúnem as suas preferências, podendo implementar processos de melhoria à medida que vai analisando esses dados.
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O quadro seguinte apresenta alguns exemplos de estatísticas geradas automaticamente por uma plataforma e respetivos indicadores. Estatística
Indicador
Número de acessos ao “Bar Virtual”, “Avisos”, “Biblioteca”, etc.
Áreas da plataforma com maior interatividade e, portanto, maior adesão por parte de formadores e formandos. Preocupação com a resolução dos exercícios,
Número de acessos à área dos Exercícios
o que pode indicar a sua importância para
Pedagógicos.
complementar e consolidar a aprendizagem individual de cada formando.
Número de mensagens enviadas no fórum “Desafios
Pedagógicos”,
leitura
das Interesse pelos conteúdos e dedicação à
mensagens enviadas pela tutoria, número de
formação.
mensagens enviadas como resposta.
Mensagens enviadas para o fórum “Bar Adesão ao convívio virtual e interesse pela Virtual”.
interação com os restantes participantes.
Mensagens enviadas para o fórum “Questões Técnicas”.
Dúvidas sobre o funcionamento da plataforma, dificuldades de navegação e de acesso aos conteúdos.
Número de mensagens enviadas e lidas pelo formador. Data da última entrada na plataforma por parte de cada um dos formados.
Dinamismo e entrega por parte do formador.
Ritmos individuais de aprendizagem.
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7. SÍNTESE CONCLUSIVA
Ao longo deste submódulo procurámos dar-lhe conta do desafio que é o elearning, e das competências que são exigidas aos educadores (professores e formadores) que atuam nesta modalidade, bem como os seus novos focos de intervenção.
Para que a formação em eLearning seja eficaz, é necessário previamente definir onde se pretende chegar e que competências se pretendem desenvolver nos participantes. Com base neste pressuposto, é necessária toda uma fase de planeamento, de produção de conteúdos interativos e motivadores, bem como a definição da estratégia pedagógica e dos mecanismos que vão assegurar a tutoria e o acompanhamento do processo formativo. Cada vez mais o papel do eformador e o acompanhamento prestado ao longo da formação é decisivo para o sucesso dos cursos online. Os cursos que oferecem um melhor suporte ao nível de acompanhamento e tutoria, têm menores taxas de desistência e participantes mais satisfeitos.
É preciso não esquecer que vivemos na sociedade da informação e do conhecimento, e que o recurso às novas tecnologias para ensinar é já usual, exigindo que os profissionais desta área sejam capazes de aliar o domínio das novas tecnologias ao seu poder criativo a fim de garantir a qualidade e o sucesso do ensino/aprendizagem.
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8. BIBLIOGRAFIA
Keller, J.M. (1987), Strategies for stimulating the motivation to learn. Performance and Instruction Lewis, R. (1984). How to tutor and support learners, Council for Educational Technology, London Salmon, Gilly (2000). E-moderating. The Key to Teaching and Learning Online. London: Kogan Page Thiagarajan, S., (1993), Rapid instructional design. In G. M. Piskurich, (Ed.) – ASTD handbook of instructional technology, McGraw-Hill, Inc, New York Waterhouse, P. (1983), Supported self-study: a handbook for teachers, CET
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