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COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA MÓDULO IV

O PAPEL DO LÍDER

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Mód. IV – O Papel do Líder

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ÍNDICE Módulo IV – O Papel do Líder

3

Objetivos Pedagógicos

3

Conteúdos Programáticos

3

1. Liderança – Fontes de Poder

4

1.1. Estilos de Liderança

6

2. Perfil e Competências do Líder de Sucesso

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MÓDULO IV – O PAPEL DO LÍDER OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de:

• Distinguir tipos e fontes de poder; • Identificar e caracterizar estilos de liderança; • Identificar as principais características do líder de sucesso.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

• Liderança e Fontes de Poder; • Estilos de Liderança.

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1.

LIDERANÇA – FONTES DE PODER

É melhor ser amado ou temido, ou o inverso?” Príncipe, de Maquiavel O papel de liderança está sempre associado ao exercício da influência, ou seja, ao modo como o líder influência e os seguidores são influenciados. Existe então aqui um tipo particular de relação de poder, em que os seguidores reconhecem no líder o direito de dirigir o grupo. O poder é, por isso, a capacidade potencial para exercer influência sobre os outros, ou seja, a forma de levar as pessoas a fazer aquilo que se pretende. Esta capacidade de exercer influência sobre os outros advém de várias fontes de poder e que se agrupam em dois tipos distintos (quadro n.º 1):

Quadro n.º 1 – Tipos e Fontes de poder Tipo de poder Poder de posição

Poder pessoal

Fontes de poder 

Poder legítimo ou decorrente da posição hierárquica

Poder coercivo ou poder da recompensa e da punição

Poder

da

competência

técnica

decorrente

conhecimentos especializados 

Poder de referência (amizade/lealdade)

Carisma

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dos


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O tipo de poder que cada líder exerce em cada uma das situações, dependerá das suas características de personalidade, da sua autopercepção, da perceção dos outros com quem se relaciona (seus liderados e líderes) e ainda da atitude que assume perante os objetivos da própria organização onde está inserido. Em relação aos dois tipos de poderes mencionados Henri Fayol1, em 1956, afirmou que: “Podemos distinguir num chefe a sua autoridade estatutária, que diz respeito à empresa, e a sua autoridade pessoal, que consiste na inteligência, nos seus conhecimentos, na sua experiência, nos seus valores morais. Para um bom chefe, a autoridade pessoal é o complemento indispensável da autoridade estatutária.” Estamos por isso perante uma realidade complexa e multifacetada que terá de ser analisada sob diversas dimensões, que não se limitam ao tipo de colaboradores e situações de trabalho, mas que também devem incluir variáveis como: a)

Configurações organizacionais diferentes;

b)

Ciclo de vida das organizações;

c)

Culturas organizacionais e nacionais diferenciadas;

d)

Vários níveis a que a liderança é exercida.

Fonte primária Hersey,P. & Blanchard, K. – Psicologia para administradores. EPU: S. Paulo, 1986, cit por Correia, Jesuíno. Processos de Liderança. Livros Horizonte: Lisboa, 1987 1

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ESTILOS DE LIDERANÇA A abordagem situacional (Hersey e Blanchard) consiste no desenvolvimento de um modelo de análise do comportamento dos líderes de acordo com o nível de maturidade dos colaboradores. De acordo com esta perspetiva, a eficácia da liderança depende da adequação do estilo de liderança ao grau de maturidade dos subordinados. Antes de analisarmos com mais pormenor as implicações deste estilo de liderança, convém previamente definirmos o que se entende por maturidade.

Maturidade é a capacidade e a vontade das pessoas assumirem a responsabilidade pela orientação do seu próprio comportamento, e pode subdividir-se ainda em duas componentes: a maturidade no trabalho e a maturidade psicológica.

Maturidade no trabalho refere-se à capacidade em termos de conhecimento e treino necessário para desempenhar o trabalho, e é avaliada numa escala de quatro pontos: 1. pouca maturidade; 2. alguma maturidade; 3. bastante maturidade; 4. muita maturidade.

Maturidade psicológica refere-se ao querer ou à vontade, o que pressupõe autoconfiança e dedicação, e é também avaliada numa escala de quatro pontos: 1. raramente; 2. às vezes; 3. frequentemente; 4. geralmente.

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Ainda de acordo com os mesmos autores, o nível de maturidade (no trabalho + psicológica) dos indivíduos pode assim assumir quatro estádios: 

M1 - pessoas que demonstram incapacidade para realizar as tarefas e ao mesmo

tempo falta de vontade para assumir responsabilidades; 

M2 – indivíduos ainda com insuficiente capacidade de realização, mas que

algumas vezes demonstram vontade; têm alguma motivação mas carecem de competências necessárias para a realização das tarefas e assunção de um nível maior de responsabilidade; 

M3 - pessoas com bastante capacidade de realização mas com níveis de

motivação por vezes instáveis, nem sempre respondendo favoravelmente às solicitações do líder; 

M4 - pessoas com um elevado grau de capacidade de realização e de

competências e com muita vontade de fazer o que lhes é solicitado. Tomando agora os vários estágios de maturidade dos colaboradores, é possível definir quatro estilos de liderança específicos e adequados a cada situação: 

S1 - Dirigir (alta orientação para a tarefa e baixo relacionamento) - O líder define

os papéis e informa os subordinados sobre as tarefas, quando e como executá-las. Há, por isso, uma grande ênfase no comportamento diretivo; 

S2 - Persuadir/vender (alta orientação para as tarefas e alto relacionamento com

as pessoas) - O líder fornece comportamento diretivo e de apoio aos subordinados para que as tarefas possam ser executadas conforme ele as definiu e estruturou; 

S3 - Participar (baixa ênfase na estruturação das tarefas e alto nível de

relacionamento com as pessoas) - O processo de decisão é partilhado, sendo o papel principal do líder o de facilitador e comunicador; 

S4 - Delegar (baixa ênfase na estruturação das tarefas e baixo nível de

relacionamento com as pessoas) - O líder dá escassa direção aos colaboradores. Este estilo só é adequado quando os colaboradores são realmente capazes de desenvolver o trabalho e têm elevados níveis de motivação para fazer o que lhes é solicitado.

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Na figura seguinte apresentam-se os vários estilos de liderança combinados com os níveis de maturidade dos colaboradores. Nela se pode verificar que, sempre que os colaboradores atingem elevados graus de maturidade, o líder diminui o controlo sobre as atividades, diminuindo também o comportamento de relacionamento. Neste pressuposto, qualquer estilo é eficaz, desde que adequado à maturidade dos subordinados. Por mera curiosidade e através de estudos levados a cabo pelo Prof. Correia Jesuíno sobre a realidade empresarial portuguesa, verificaram-se como mais frequentes os estilos S1, seguidos pelos S2 e S3, e muito raramente o S4, o que poderá ser indicador de uma significativa falta de capacidade para delegar por parte dos gestores portugueses. Modelo situacional de Hersey e Blanchard Elevado Elevado

comportamento

comportamento de

de

relacionamento e

relacionamento e

baixo comportamento de tarefa

elevado

S2

S3

comportamento

Relacionamento

orientado para a tarefa

S4

Baixo

Baixo

comportamento

comportamento

orientado para o

de

relacionamento e

relacionamento e

baixo

elevado

comportamento

comportamento

orientado para a

orientado para a

tarefa

tarefa

Elevado M4

Moderado M3

M2

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Baixo M1

Maturidade dos colaboradores

Comportamento de tarefa

S1


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Dessa forma, a liderança situacional possui a dinâmica que lhe faculta o ajuste do estilo à necessidade do grupo. No quadro nº. 2 apresentam-se as opções apropriadas levando-se em consideração o nível de maturidade do colaborador (ou do grupo). Quadro n.º 2 - Estilos de liderança a assumir de acordo com a maturidade dos colaboradores Maturidade Quadrante do colaborador

Estilo de liderança

M1

Dirigir

Centrada no Líder

Baixo/alta

Persuadir

Centrada no líder com diálogo e/ou explicação ao colaborador

Alto/alta

Alto/baixa

Baixo/baixa

M2

Baixa Baixamoderada

Tomada de decisão

M3

Moderada-alta Participar

Partilhada entre líder e colaborador ou colaborador incentivado pelo líder

M4

Alta

Centrada no colaborador

Delegar

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Relacionamento/ tarefa


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2. PERFIL E COMPETÊNCIAS DO LÍDER DE SUCESSO Uma das questões mais debatidas, tanto no mundo da psicologia das organizações como no dos recursos humanos, é saber quem tem perfil de líder. Será que se nasce com as competências necessárias à liderança

ou,

pelo

contrário,

essas

características podem ser aprendidas? A ideia de que as características de liderança eram algo com que se nascia, tem vindo a ser posta de parte. Hoje em dia, as competências exigidas por um mundo em rapidíssima mutação fazem com que as principais características do líder sejam a capacidade de adaptação à mudança e a capacidade de aprendizagem. Todas as restantes competências, sejam elas teóricas, técnicas ou relacionais, podem ser aprendidas e desenvolvidas.

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Quadro n.º 3 - Características do líder para alcançar a eficiência

CARACTERÍSTICAS

Energia, Resistência ao Stress

ATINGIR A EFICÁCIA/SUCESSO

“sobreviver” às adversidades, à competição, a longas horas de trabalho

estar disponível para lidar com confrontos e conflitos

Tenacidade/ /Persistência

Iniciativa Autoconfiança Atitude positiva

mudanças são efetuadas 

agir em vez de reagir

fazer escolhas, tomar decisões que conduzam à mudança

enfrentar situações e momentos de crise, atuando decididamente

acreditar que se pode influenciar o próprio destino de forma positiva;

(proactivo) Honestidade/

lutar por metas distantes, ultrapassar obstáculos, assegurar que as

acreditar que as mudanças são possíveis 

/Integridade

fazer com que as outras pessoas confiem, lhe sejam leais, aceitem negociar

Competências relacionais e sociais (empatia, capacidade de escutar e comunicar) Competências cognitivas

criar, manter e desenvolver relações de cooperação com os subordinados, pares e superiores

ser persuasivo e capaz de se adaptar às estratégias de influência mais eficazes

resolver construtivamente os conflitos

obter, integrar e interpretar grandes quantidades de dados, de informação, mesmo em tempo de rápidas mudanças tecnológicas

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