COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA MÓDULO V
LIDERAR EQUIPAS
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Mód. V – Liderar Equipas
ÍNDICE Módulo V – Liderar Equipas
3
Objetivos Pedagógicos
3
Conteúdos Programáticos
3
1. Equipa de Trabalho
4
1.1. Características de Uma Equipa Eficaz
5
1.2. Benefícios de Uma Equipa Eficaz
5
1.3. Obstáculos ao Trabalho em Equipa
7
2. Motivação de Uma Equipa
8
2.1. Automotivação – Segredo Para o Sucesso
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V. SÍNTESE CONCLUSIVA
13
VI. BIBLIOGRAFIA
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MÓDULO V – LIDERAR EQUIPAS
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de: • Caracterizar uma Equipa Eficaz; • Identificar os Benefícios e Obstáculos do Trabalho em Equipa.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS • Benefícios e Obstáculos do Trabalho em Equipa; • Motivação de uma Equipa.
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1.
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EQUIPA DE TRABALHO
Antes de entrarmos propriamente na definição e estruturação das equipas de trabalho, talvez seja útil procurarmos uma definição de grupo. O que é um grupo, afinal?
Vejamos então uma definição de grupo: duas ou mais pessoas interagindo, partilhando um propósito comum, que se reconhecem a elas próprias como tendo uma relação singular, distinta das interações que têm com os outros. Uma equipa de trabalho é um tipo específico de grupo, que designámos de grupo formal, dada a sua formação não ser apenas espontânea, mas também dependente da intervenção de terceiros. A palavra “Equipa” ou “Equipe” deriva da palavra “esquif”, segundo Robert Lafon, e designava uma fila de barcos amarrados uns aos outros e puxados por homens. Seria à imagem dos barqueiros, puxando a mesma corda, que se atribuiria o nome de Equipe.
Podemos, então, dizer que a Equipa é “uma cooperação entre um número limitado de profissionais diferentes, dentro do mesmo campo de ação, que se consideram coletivamente responsáveis por uma realização, tendo portanto uma intenção comum e agindo no interior de uma estrutura definida, dentro de um quadro estável e organizado.”
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1.1
CARACTERÍSTICAS DE UMA EQUIPA EFICAZ
1.2
BENEFÍCIOS DE UMA EQUIPA EFICAZ
Eis alguns dos principais benefícios resultantes da estrutura das equipas de trabalho:
Melhor tomada de decisão – As decisões tomadas em grupo tendem a ser muito
mais ricas e criativas do que as tomadas individualmente. Por outro lado, tem-se verificado que, em grupo, tomam-se decisões mais arriscadas que individualmente.
Maior rapidez e eficácia na concretização de objetivos – Cada equipa de
trabalho tem objetivos a atingir. Através do grupo, cada elemento atinge muito mais rapidamente o seu objetivo porque os esforços de muitos e a diferenciação de papéis facilitam o desempenho e aumentam a produtividade, reduzindo significativamente o tempo da sua realização.
Divisão de tarefas – Uma das vantagens do trabalho em equipa é o facto de
vários sujeitos poderem intervir numa tarefa comum, cada um contribuindo com as suas habilidades, capacidades e aptidões. A divisão de tarefas exige a diferenciação de papéis, o que consequentemente cria expectativas mútuas e condiciona a comunicação no seu interior, permitindo o aumento da cooperação entre os membros e o respeito de cada um pelo trabalho do outro. 5 www.nova-etapa.pt
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Criação de laços de amizade – O grupo é tanto mais coeso e produtivo quanto
maior for o grau de confiança entre os seus membros.
Segurança – Quando integrado no grupo, o sujeito conhece o pensamento do
mesmo e, quase sempre, assume esse pensamento como seu. O facto de saber que mais alguém comunga das mesmas ideias e valores, dá segurança e força para o indivíduo se manifestar. Defender algo que se assume individualmente é muito mais difícil e perigoso.
Poder de influência face ao exterior – O poder da equipa é medido em função
da sua capacidade para influenciar a organização ou o meio onde está inserida. À medida que o poder do grupo se faz notar, a sua influência aumenta significativamente. Em algumas organizações, equipas inovadoras intervêm como agentes de mudança. Dada a sua força e influência, é possível alterar atitudes no seio da empresa e criar uma dinâmica de inovação e empenhamento do pessoal.
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1.3
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OBSTÁCULOS AO TRABALHO EM EQUIPA EFICAZ
Tal como diz o ditado, “não há bela sem senão” e também no caso do trabalho em equipa, por muitas que sejam as vantagens, existem alguns inconvenientes que, por si só, podem condicionar a progressão e a produtividade da equipa de trabalho. Vejamos, então, alguns: 1.
Pensamento grupal (resistência à mudança) – Equipas resistentes atuam como
verdadeiros centros de contrapoder, resistindo à mudança e a toda e qualquer inovação. 2.
Transformação do Eu em Nós (pressão social) – À medida que o grupo se
desenvolve e estrutura, em favor à coesão, pode gerar-se algum conformismo e perda de liberdade de ação dos seus membros. Verifica-se que quanto mais coeso for o grupo, maior será a sua tendência para o conformismo.
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2. MOTIVAÇÃO DE UMA EQUIPA A Motivação humana é um tema que tem vindo a concentrar as atenções dos cientistas e estudiosos desde o início do século XX. Ter indivíduos sempre motivados talvez seja o maior desafio de um líder de equipa.
Muitas teorias contribuíram para uma melhor compreensão do indivíduo no ambiente de trabalho. Abraham Maslow talvez seja o mais conhecido pesquisador. Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um estímulo seja implementado, seja decorrente de uma situação externa ou proveniente do próprio organismo. Esta teoria dá-nos a ideia de um ciclo, o Ciclo Motivacional. Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo que poderá assumir várias atitudes:
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Comportamento ilógico ou sem normalidade;
Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;
Nervosismo, insónias, distúrbios circulatórios/digestivos;
Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;
Passividade, moral baixa, má vontade, pessimismo, resistência às mudanças,
insegurança, não colaboração, etc. Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo permaneça eternamente frustrado. De alguma maneira a necessidade será transferida ou compensada. Daí percebe-se que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.
A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Poucas pessoas procurarão reconhecimento pessoal e status se suas necessidades básicas estiverem insatisfeitas.
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A PIRÂMIDE DE MASLOW E A SUA RELAÇÃO COM A MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES
Autorrealização
Necessidades de Estima Necessidades Sociais
Necessidades de Segurança
Necessidades Fisiológicas
Necessidades Fisiológicas: Aparecem na base da pirâmide e são básicas para
a sobrevivência (alimento, repouso, reprodução). As empresas procuram satisfazer essas necessidades oferecendo refeições, horários adequados, intervalos de descanso, transporte, etc.
Necessidades de Segurança: Constituem o segundo nível da pirâmide. Trata-se
da autopreservação, ou seja, de evitar o perigo físico, evitar a privação das necessidades fisiológicas, buscar a estabilidade. Algumas empresas oferecem seguro de vida e de acidentes, planos de saúde, etc., visando minimizar a insegurança dos seus empregados.
Necessidades Sociais: As pessoas sentem necessidade de serem aceites e de
pertencerem a grupos, estabelecendo assim relações de amizade, afeto e amor. Quando não satisfeitas, tornam-se hostis, solitárias e deprimidas. O papel da empresa é de despertar no colaborador a importância do trabalho em equipa e aprimorar as relações humanas. 10 www.nova-etapa.pt
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Necessidades de Estima: Nesta fase as pessoas passam a sentir necessidade
de estima, ou seja, tanto de autoestima quanto de reconhecimento por parte dos outros. Querem prestígio, status e consideração. À empresa cabe reconhecer os esforços do trabalhador através de elogios, promoções, prémios (não necessariamente em dinheiro).
Necessidades de Autorrealização: Aqui começa a predominar a necessidade de
realizar aquilo de que se é capaz e de que realmente se gosta de fazer. São as necessidades mais elevadas e estão no alto da pirâmide de Maslow. As empresas podem atender a satisfação desta necessidade possibilitando ao trabalhador o uso da sua criatividade, da liberdade de expressão, de trabalhar naquilo que gosta, de maior autonomia na tomada de decisão, etc.
2.1
AUTOMOTIVAÇÃO – SEGREDO PARA O SUCESSO
Hoje em dia nada funciona sem envolvimento e motivação. Envolvimento é tomar toda e qualquer atividade como se fosse sua. Se você é vendedor, a empresa que representa é a sua empresa, a sua missão, os seus objetivos, são os mesmos que os seus. Você, em qualquer lugar que estiver, é a imagem da "sua empresa", seja perante um cliente ou junto a seu grupo de amigos. Você orgulha-se do que faz e da empresa que representa. Motivação, ou melhor, automotivação, é a vivência diária desse envolvimento. Esperar da empresa o reconhecimento do que se faz é realmente lógico, mas vem em segundo lugar. Ter grau máximo de satisfação e orgulho do que se faz, buscar a realização do "sempre pode se fazer mais", nunca se acomodar com o que está realizado, e acima de tudo transmitir esse sentimento, essa sensação, a toda a sua equipa, vai-lhe garantir motivação incondicional. Esperar sempre de si a busca da autossuperação, em qualquer tarefa, isso sim, garante motivação constante, independentemente das condições externas. Não se esqueça de que tudo começa de dentro para fora, incluindo o otimismo, a alegria, a satisfação e a motivação.
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Nos dias de hoje a motivação vem sendo um fator de extrema delicadeza a ser gerido pela administração. Cada indivíduo tem o seu valor, a sua contribuição para o desenvolvimento da organização. Sendo assim, o desenvolvimento da organização está intimamente relacionado com a motivação da equipa de trabalho. E lembre-se:
Não são só as ações empresariais que tornam as pessoas felizes; são, principalmente, elas próprias.
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V. SÍNTESE No decorrer deste curso apresentámos-lhe algumas ideias e teorias sobre Comunicação e Liderança. Vimos que a Comunicação é o processo através da qual compartilhamos o mundo e os seus significados, através da transmissão de mensagens simbólicas. Comunicar, como vimos, faz parte integrante das nossas vidas pessoais e profissionais. Assim, as técnicas de comunicação constituem competências fundamentais para uma comunicação correta e eficaz. Todos temos consciência de que a componente não verbal influencia o processo de comunicação. Por vezes, basta um pequeno alterar do nosso tom de voz, ou um gesto mais brusco associado à mensagem, e as palavras que proferimos passam a ter um significado completamente diferente. Conhece aquela frase que diz, Não podemos não comunicar não verbalmente? Isto é, quer queiramos quer não, mesmo quando estamos em silêncio, estamos a comunicar. A nossa postura, a nossa forma de vestir, os nossos gestos e até a distância a que nos encontramos dos outros, são formas de comunicar sem palavras. Sabia que foram feitos alguns estudos pela Kodak, de forma a perceber a importância atribuída a cada uma das componentes da comunicação? E os resultados são surpreendentes: quando alguém é colocado numa situação de face a face pela primeira vez com uma pessoa, para a formação da imagem dessa pessoa, a componente física, ou seja, a postura, a forma de vestir, o aspeto físico em geral, são determinantes, cerca de 55%, seguindo-se 38% para a componente vocal e, finalmente, apenas 7% para as palavras proferidas. Tem que se lhe diga, não é verdade? Lembre-se destes números ao comunicar e dê, por isso, uma particular atenção à sua
aparência física, aos gestos e à voz. A forma de transmitir uma mensagem é tão importante como a própria mensagem. Estamos certos de que todas estas ideias irão contribuir para um maior rendimento da sua empresa e da sua equipa de trabalho em particular. Não se esqueça que para ser um bom líder deverá conjugar todos estes fatores, pois só desta forma terá uma liderança eficaz. 13 www.nova-etapa.pt
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Não se esqueça de que não há teorias certas ou erradas, mas que se adaptam melhor ou pior a determinadas situações. Contamos com o seu bom senso para, em cada situação, ser capaz de optar pela que melhor levar os seus colaboradores a atingir os objetivos propostos. O comportamento social, tal como o trabalho em equipa, depende, em grande parte, da maneira como as pessoas interpretam as situações em que se encontram. Olhamos o mundo, não apenas através dos nossos próprios olhos, mas também através dos olhos dos outros. Dependendo da maturidade do grupo, as tarefas e os processos vão ser diferentemente encarados e desenvolvidos, conduzindo à maior ou
menor
eficácia
das
equipas
e
à
motivação/frustração dos seus membros. Como fazer para que uma equipa funcione? Embora essa seja uma tarefa difícil de uniformizar, já que cada equipa e cada contexto geram situações únicas, é importante ter em conta:
Começar com uma missão clara e bem definida no tempo
Selecionar os membros de acordo com as suas competências
Tornar claras as regras de funcionamento da equipa
Reunir com regularidade em períodos determinados
Encarar e recompensar as realizações individuais e de equipa
Expressar gratidão à equipa e aos seus membros
Desenvolver programas de motivação da equipa
Implementar/desenvolver mecanismos regulares de avaliação
Pois só assim as organizações terão profissionais motivados, que contribuirão inequivocamente para o seu SUCESSO! 14 www.nova-etapa.pt
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VI. BIBLIOGRAFIA •ALVEY, John (1995), Formas de Comunicação, Lisboa, Teorema; •ASCH, Salomon, Psicologia Social, S. Paulo, Comp. Nacional, 1977; •BERLO, David (1979), O Processo de Comunicação, São Paulo, Martins Fontes Editora; •BITTI, Pio et al. (1993), A Comunicação como Processo Social, Lisboa, Editorial Estampa; •BIRKENBIHL,Vera, A Arte da Comunicação, Lisboa, Pergaminho, 2000; •CÂMARA, P., GUERRA, P., RODRIGUES, J., Humanator – Recursos Humanos e Sucesso Empresarial, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1998, 2ª edição; •CARDIM, Carlos P. (1999). A Comunicação. Coleção Aprender, IEFP; •CASTANYER, Olga (2002). A Assertividade – Expressão de uma autoestima saudável. Coimbra: Edições Tenacitas;
•CHIAVENATO, Idalberto, Administração de Recursos Humanos, Ed. Atlas, S. Paulo, 1981; •COSTA, M. Rosa (1994). A Pontuação. Porto: Porto – Editora; •CUSHWAY, B, Lodge, D., Organizações e Comportamento, Lisboa, Clássica Editora, 1999; •DIAS, Fernando Nogueira (2001), Sistemas de Comunicação, de Cultura e de Conhecimento, um Olhar Sociológico, Lisboa, Instituto Piaget; •ESPERANÇA, Eduardo Jorge (1998). A Comunicação Não Verbal. Lisboa: Instituto do Emprego e Formação Profissional;
•ESTRELA, Edite e Soares, M. Almira (2004). Saber Escrever, Saber Falar. Lisboa: D. Quixote;
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•EVANS, Christopher (dir.), Conheça-se a si Próprio, Mem Martins, Europa-América, 1997; •FACHADA, M. Odete, Psicologia das Relações Interpessoais, Lisboa, Afrontamento, 1999; •GAHAGEN, Judy, Comportamento Interpessoal e de Grupo, Rio de Janeiro, Zahar, 1988; • Kindler, Herbert, A Gestão Construtiva dos Desacordos, Ed. Monitor, Lisboa, 1992; • LIOYD, Sam, Desenvolvimento em Assertividade, Ed. Monitor, Lisboa, 1993; • MARKHAM, Ursula, Como Lidar com Pessoas Difíceis, Ed. Gradiva, Lisboa, 1997; • MUCCHIELLI, Roger, Psicologia da Relação de Autoridade, Martins Fontes, S. Paulo, 1979; •SEQUEIRA, J. (1998). Desenvolvimento Pessoal. Edições Monitor, Lisboa .
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