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Métodos e Técnicas Pedagógicos
www.nova-etapa.pt
FICHA TÉCNICA Título Métodos e Técnicas Pedagógicos Autor António Mão de Ferro Coordenação Técnica Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos Coordenação Pedagógica António Mão de Ferro Direcção Editorial Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos
Adaptação e Actualização (Junho de 2010) Leonor Rocha Susana Martins Maria Helena Mão de Ferro Filmes Re-edição e Grafismos - Bruno Lajoso
Nova Etapa Rua da Tóbis Portuguesa n.º 8 – 1º Andar, Escritórios 4 e 5 – 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 – Fax: 21 754 11 89 Rua Agostinho Neto, n.º 21 A – 1750-002 Lisboa Telefone: 21 752 09 80 – Fax: 21 752 09 89 e-mail: info@nova-etapa.pt www.novaetapaworld.com
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Índice
Nota Prévia
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Objectivos
5
Introdução
6
1. O Que é um Método Pedagógico
6
2. Classificação dos Métodos e Técnicas Pedagógicos
8
2.1. Método Expositivo
8
2.2. Método Interrogativo
11
2.3. Método Demonstrativo
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2.4. Método Activo
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3. Critérios de Selecção dos Métodos e Técnicas
29
4. Síntese Conclusiva
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Nota Prévia
As definições sobre o que são Métodos e Técnicas Pedagógicos não são consensuais. Dificilmente encontramos dois autores que dêem definições semelhantes.
Esse facto não é grave. Chamar, Técnica da autoscopia quando outros chamam Método da autoscopia não nos parece de grande importância, desde que o modo como se desenvolveu tenha conduzido a bons resultados.
Entendemos que os resultados da formação não passam pela necessidade de se encontrar um consenso sobre as definições utilizadas, mas sim em alcançar resultados.
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Objectivos Pretende-se que no final deste módulo seja capaz de:
Identificar os principais métodos e técnicas pedagógicos;
Reconhecer as regras de utilização dos métodos;
Seleccionar os métodos mais adequados de acordo com os objectivos visados e os meios disponíveis;
Identificar os critérios de selecção de métodos e técnicas pedagógicos.
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Introdução Os métodos utilizados na Formação Profissional assumem uma importância tão grande que os conteúdos dos programas têm reflexos diferentes nos formandos, consoante se utilizam métodos passivos ou activos.
Sejam quais forem as finalidades da formação, o método é sempre um elemento fundamental na determinação dos caminhos a percorrer por formandos e formadores, e na orientação do trabalho pedagógico que é desenvolvido por uns e por outros.
Neste ebook ser-lhe-á apresentada uma síntese dos principais métodos e técnicas que terá ao dispor para a dinamização de acções de formação, bem como as suas vantagens e desvantagens.
1. O que é um Método Pedagógico Pode definir-se método como o
modo
consciente
de
proceder para alcançar um fim definido.
Um
método
define
um
pedagógico conjunto
coerente de acções do formador, destinadas a fazer desenvolver nas pessoas a capacidade de aprender novas habilidades, obter novos conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos. Implica ordenação de meios e direcção a um fim, e consiste na aplicação coordenada de um conjunto de técnicas e procedimentos.
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Método significa caminho, percurso. O célebre dito “caminhante não há caminho, o caminho faz-se ao andar”
tem
suscitado
uma
série
de
comentários e de interpretações, e se o quisermos ligar
aos
Métodos
Pedagógicos
teremos
necessariamente de ponderar a hipótese de que o mesmo se deverá ir concretizando à medida que a formação decorre.
Os métodos pedagógicos são vulgarmente classificados como Expositivos, Interrogativos, Demonstrativos e Activos, representando cada um deles, um papel essencial no evoluir das situações de formação.
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2. Classificação dos Métodos e Técnicas Pedagógicos 2.1 Método Expositivo O método expositivo está habitualmente relacionado com o ensino tradicional, também designado por educação vertical, dado que a comunicação se processa unilateralmente e verticalmente do formador para os formandos. O Método Expositivo pode ser definido como aquele
em
oralmente
que o um
formador
assunto.
desenvolve
Visto
que
a
comunicação é descendente (de formador para o formando), na maior parte dos casos o formando é agente passivo. Este método pode ainda ser designado por “sessão do curso”, “método tradicional”, etc. É, sem dúvida, o método mais utilizado e também o mais contestado.
Regras de Utilização do Método Expositivo
Preparar o plano de acordo com os formandos a que se destina;
Motivar os participantes para o tema que vai apresentar;
Desenvolver os conteúdos em pequenas sequências, fazendo sínteses parcelares;
Expor os conteúdos partindo do mais simples para o mais complexo;
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Explicar os conceitos fundamentais;
Insistir nos aspectos-chave;
Utilizar linguagem adaptada ao público-alvo;
Dar exemplos/fazer analogias;
Fazer síntese conclusiva da apresentação (com auxílio da técnica das perguntas);
Exercício: Reflicta sobre as principais vantagens da utilização do Método Expositivo. Confira as suas ideias com as nossas sugestões.
Vantagens do Método Expositivo Pode ser uma boa opção para transmitir um saber que posteriormente pode ser objecto de um outro tipo de tratamento. De um modo geral o formador domina completamente o tema e isso é, sem dúvida, uma das razões porque é tão utilizado, não obstante as críticas.
Apesar de não ser dos mais propícios ao desenvolvimento de atitudes, tem as suas vantagens: Aplica-se a um leque amplo de conteúdos (do domínio cognitivo); Permite o ensino de uma grande variedade de raciocínios, de conceitos e de técnicas; É económico, pode ser utilizado com um grande número de formandos e aplicável com poucos recursos;
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Permite uma estruturação rigorosa da aprendizagem, o controlo global dos pré-requisitos e a avaliação dos conhecimentos adquiridos; É adaptável a vários destinatários e contextos.
Desvantagens do Método Expositivo Eis as principais críticas apontadas ao Método Expositivo: Probabilidade de se perder grande parte do conteúdo (só retemos cerca de 20% daquilo que ouvimos); Não respeita o ritmo individual dos formandos; Pode transformar-se numa sessão magistral do formador e depende da sua capacidade de empatia e de comunicação; Pode ser desmotivante para os formandos (tem fraca participação); Pode correr o risco da aprendizagem ficar aquém do que é transmitido; Mesmo quando solicitado feedback, nunca é feito de forma contínua e global. Deixamos-lhe um filme sobre o método expositivo.
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2.2. Método Interrogativo Este método desenvolve-se como uma espécie de “pingue-pongue” jogado entre o formador e cada um dos formandos, dado que a comunicação se processa em dois sentidos: formador/formando, formando/formador, sendo que a sessão é totalmente conduzida pelo formador.
Com este método pretende-se dar mais importância ao processo de pensamento independente e activo de quem aprende, assumindo especial importância as aptidões e técnicas de formulação de perguntas.
Trata-se de um método que pode ser utilizado quando se pretende controlar um conhecimento adquirido, ou quando se pretende promover a descoberta de uma realidade mais confusa, ou mesmo quando se pretende levar os formandos a desenvolver atitudes mais autónomas.
Regras de Utilização do Método Interrogativo Raras são as sessões em que o formador utiliza apenas o método Interrogativo. Na maior parte das vezes, este funciona como técnica auxiliar de outros métodos, nomeadamente do Método Expositivo e Demonstrativo. A sua estrutura baseia-se em sequências de perguntas e respostas, começando
nos
conceitos
mais
simples 11
evoluindo
para
os
mais
complexos. Pode também ser utilizado para avaliar
conhecimentos,
supostamente já adquiridos. Na sua aplicação devem ser feitas perguntas curtas e claras, para uma melhor compreensão.
Na aplicação da técnica das perguntas, poderá fazer perguntas:
Perguntas Abertas: (iniciadas por Como, Porque, Quando? etc.)
Perguntas Fechadas (com resposta “sim”, ou “não”)
Perguntas de Escolha Orientada (“então não acha que...”; “acha que é zbranco ou preto?”
Damos-lhe agora um exemplo de sessão aprendizagem utilizando o Método Interrogativo (extracto de uma sessão de Ciências)
Formador: (pergunta aberta) - Como podemos obter um cubo de gelo? Formando: Pondo água dentro de um congelador. Formador: (reforço positivo + pergunta aberta) - Exactamente. Então e qual a razão porque a água se transforma em gelo? Formando: Porque dentro do congelador está muito frio. Formador: - Evidentemente. Mas, pode dizer-me exactamente a que temperatura tem de estar para a água ficar em gelo? Formando: - Pelo menos a 0 graus. Formador: (pergunta orientada) - Muito bem. É isso mesmo. Então, e nesta situação qual o estado em que se encontra a água, ainda no estado líquido ou no estado sólido? Formando: No estado sólido. Formador: Evidentemente. Agora diga-me: se colocar esse cubo de gelo dentro de um copo de água, à temperatura ambiente, o que irá acontecer ao cubo de gelo?
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Formando: Derrete-se. Formador: (pergunta fechada) - Claro que sim. Desta forma vai perder a forma sólida que tinha anteriormente, não é verdade? Formando: Sim. Vai passar ao estado líquido. Formador: - Muito bem. Então, e a água que estava dentro do copo fica mais quente, à mesma temperatura, ou fica mais fria? Formando: Fica mais fria. Formador: É isso mesmo, fica mais fria. Então, nesse caso, qual a relação entre o calor e a passagem da água em estado sólido, a que nós chamamos gelo, para a água no estado líquido? Formando: Passa para o estado líquido porque aumenta a temperatura. Formador: Muito bem. Se nós continuássemos a aquecer a água progressivamente, o que ia acontecer? Formando: - Ficava tão quente que até podia começar a ferver. Formador: Isso mesmo, quando atingisse os 100 graus, começaria a ferver. E se deixássemos a água a ferver durante muito tempo o que lhe acontecia? Formando: Acabava por se transformar em vapor. Formador: Muito bem. Como vê, acabámos de identificar os vários estados em que podemos encontrar a água: sólida, líquida e gasosa, bem como a forma como decorre essa passagem de estados. Esse era o objectivo da nossa sessão de hoje.
Exercício: Aponte as vantagens e desvantagens que encontra na utilização no Método Interrogativo. Confira com as nossas sugestões.
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Vantagens do Método Interrogativo Algumas vantagens apontadas ao método interrogativo: Pode ser utilizado em qualquer momento da sessão, para promover a participação ou controlar aprendizagens; Maior participação do que no método expositivo; Permite, com uma pergunta directa, trazer de volta à sessão um participante distraído; Permite obter feedback contínuo; Possibilita a participação de formandos mais inibidos; Permite,
com
questões
difíceis,
controlar
participantes que fazem demasiadas intervenções e prejudicam o grupo.
Desvantagens do Método Interrogativo
Toda a iniciativa é do formador;
O grupo pode acomodar-se;
Não permite dinâmica de grupo;
Requer mais tempo do que o método expositivo;
Pode ser cansativo se utilizado exclusivamente.
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Sugerimos que veja o filme sobre o método interrogativo.
2.3. Método Demonstrativo Trata-se, de um método pedagógico utilizado para a aprendizagem de tarefas manuais ou psicomotoras. Todas as operações têm de ser feitas segundo uma determinada fase, só depois de estar concluída a primeira fase é que se pode passar à fase seguinte. Este é usado pelo formador para a demonstração da correcta execução de uma determinada operação ou utilização de um equipamento.
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Regras de Utilização do Método Demonstrativo Antes do início da sessão deve o formador decompor a tarefa a executar em todas as suas etapas, fazer a listagem do material e equipamentos a utilizar, e dos critérios de avaliação. Finalmente, deverá cumprir rigorosamente as etapas de execução da tarefa, garantindo que os formandos a realizem etapa por etapa. O formador passa então à fase da demonstração da realização da tarefa, com a aplicação do método demonstrativo. A aplicação deste método compreende 4 fases de execução: 1ª Fase Execução em tempo real pelo formador, sem grandes explicações.
2ª Fase Execução por fases, pelo formador, explicando etapa por etapa e mostrando como fazer.
3ª Fase
Distribuição do material, seguindo-se a execução da tarefa pelos formandos, auxiliados pelo formador.
Execução pelos formandos, sem ajuda do formador, que 4ª Fase realizam a tarefa, etapa por etapa. O formador corrige erros e verifica se o formando compreendeu a tarefa (avaliação da aprendizagem). O Formador faz em seguida uma síntese, onde esclarece possíveis questões, entrega eventual da lista dos materiais e troca de impressões acerca dos critérios de avaliação.
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Exemplo: Exemplo
de
uma
tarefa
do
dia-a-dia
decomposta
em
pequenos
gestos/etapas que poderia ser demonstrada numa sessão de formação (pagamento de um serviço por Multibanco):
Tirar o cartão da carteira e a factura;
Inserir correctamente o cartão multibanco;
Aguardar o pedido de introdução do código pessoal;
Digitar o código;
Carregar na tecla “OK”;
Seleccionar a opção “pagamentos”;
Seleccionar a opção “pagamento de serviços”;
Digitar o código da Entidade;
Digitar o código da referência;
Digitar o montante constante na factura;
Conferir todos os dados introduzidos;
Carregar na tecla “OK”;
Aguardar pela devolução do cartão;
Retirar o cartão;
Retirar o talão.
Exercício: Refira as principais vantagens e desvantagens que encontra na utilização do Método Demonstrativo.
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Vantagens do Método Demonstrativo Eis algumas das vantagens apontadas ao método demonstrativo: Permite a transmissão de conhecimentos teóricos e práticos; Possibilita a participação dos formandos, dialogando, observando e realizando; Desenvolve conhecimentos do “como fazer”; Adequa-se aos ritmos individuais de aprendizagem. Desvantagens do Método Demonstrativo Exige grande disponibilidade de tempo; Só pode ser utilizado com grupos reduzidos; Necessita de material específico (equipamentos); Requer um acompanhamento individualizado ao formando.
Dentro do Método Demonstrativo destacamos a técnica do T.W.I.
Técnica “T.W.I.” – Training Within Industry Identificação e Caracterização da Técnica “ T.W.I” O sistema de formação profissional TWI foi criado nos Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial. Utilizando o processo de “aprender a fazer, fazendo”, este sistema teve grande impacto face ao incremento da indústria bélica e à necessidade de reposição de mão-de-obra. Com a debandada dos técnicos, havia que preparar rapidamente pessoas que os pudessem substituir. 18
Terminada a Guerra e atendendo aos resultados obtidos, o “TWI” passou a ser apoiado por grandes empresas por permitir uma formação rápida ao pessoal não especializado. Em Portugal surgiu no início da década de 60.
Esta técnica consiste em: Mostrar o modo como deve ser apresentado o trabalho – explicar e ilustrar uma fase de cada vez, insistir nos pontos-chave; Demonstrar o modo como o trabalho deve ser executado e a maneira de obter “feedback” – colocar o formando a executar a tarefa e corrigir-lhe os erros no momento em que são feitos; Acompanhar e reforçar o formando – verificar o trabalho e deixar que ele trabalhe sem interferências.
Para sintetizar demonstrativo.
deixamos-lhe
19
um
filme
com
método
2.4. Métodos Activos Está generalizada a ideia da importância da utilização do método activo na formação. Este método permite trazer para a formação a experiência pessoal de cada formando. O formando aprende melhor se se sentir implicado na acção porque, segundo alguns estudos, retemos:
20%
Do que ouvimos.
20%
Do que vemos.
50%
Do que vemos e ouvimos simultaneamente.
80%
Do que dizemos.
90%
Do que dizemos enquanto fazemos algo em que reflectimos e participamos pessoalmente.
A utilização da experiência pessoal aumenta a motivação das pessoas que, ao sentirem que estão implicadas pessoalmente na sessão, sentem-se mais animadas a participar e a fazer parte do grupo.
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Regras de Utilização dos Métodos Activos O Método Activo é aquele que está mais vocacionado para mudar ou desenvolver atitudes
e
competências
sociais e relacionais, como sejam:
capacidade
de
trabalhar em grupo, tomar decisões, de liderança, de iniciativa, de comunicação, de escuta, de criatividade etc., mas também permite ensinar conhecimentos teóricos. Numa sessão onde se pretende utilizar o Método Activo, não se pode esquecer os seguintes princípios: O formando tem um papel activo na sua aprendizagem; A aprendizagem realiza-se através da partilha de experiências, da reflexão pessoal e da descoberta; A atmosfera emocional deve ser positiva e empática; A actividade tem de ser motivante, e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos formandos; O formador detém apenas a autoridade funcional. A parte final dos exercícios é a mais importante, pois é nessa que se irá reflectir sobre os resultados obtidos. Ao formador compete levar os formandos a pensar sobre o que se passou, chamando a atenção para os pontos-chave e, obviamente, fazer a ligação com o objectivo da sessão. Nas actividades lúdicas, como Jogos pedagógicos, é essencial que os formandos percebam quais os objectivos alcançados com aquele exercício. Uma
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charada ou brincadeira que não seja devidamente explicada pode causar uma sensação de frustração/inutilidade junto dos participantes. O Formador deve apresentar conclusões/conceitos com a ajuda do grupo ou através da projecção de dados.
Vantagens dos Métodos Activos Algumas vantagens apontadas aos métodos activos: -
Desenvolvimento harmonioso entre os
participantes e o formador;
- Preparação dos formandos para uma participação mais activa na sociedade e no local de trabalho;
- Oportunidade de todos intervirem.
Desvantagens dos Métodos Activos Só pode ser usado com um número limitado de formandos; Obtenção dos resultados pode ser morosa; Grande variação de resultados em função das características dos grupos; Necessidade de mais tempo para apresentação dos conteúdos. Integrado no método activo existe uma panóplia de técnicas que pode utilizar para colocar em prática este método. Apresentamos-lhe de seguida uma síntese das principais técnicas utilizadas: 22
Técnica
“TRABALHO
DE
GRUPO” Consiste em dividir o grupo em subgrupos, com o objectivo de cada subgrupo produzir o seu próprio trabalho. O formador pode dividir o grupo em subgrupos
para
a
realização
de
tarefas.
Técnica “BRAINSTORMING” Esta
técnica
designada
por
é
também
Tempestade
Mental. O “Brainstorming” é uma técnica
cuja
finalidade
é
estimular a criatividade e levar o grupo a produzir ideias originais sobre um determinado tema ou problema. Osborn, a quem se atribui a ideia do “Brainstorming”, era publicitário, e devido à necessidade de inventar novos anúncios ocorreu-lhe esta técnica que é excelente para inventar nomes de marcas, slogans, novos produtos, etc. Rapidamente esta técnica foi estendida a outras áreas como a educação.
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Técnica “ESTUDO DE CASOS” “Um caso” é uma situação concreta da vida real, que reclama uma resolução ou decisão. “O caso” deve ser da área de competências dos participantes, que o analisarão depois de previamente lhes terem sido proporcionados os dados necessários. Trata-se de uma técnica eficaz para: Análise de situações; Selecção de dados importantes; Concepção de várias hipóteses de solução; Comunicação de ideias; Diagnóstico de problemas; Tomada de decisões.
Técnica “JOGOS PEDAGÓGICOS” Os
jogos
pedagógicos
entendidos
como
actividades
que
desenvolver
um visam
podem
ser
conjunto
de
treinar
e
comportamentos
relacionais e sociais, por meio de situações lúdicas. O jogo a ser implementado deve estar de acordo com o objectivo pedagógico definido. Normalmente, o grupo adere bem, e os formandos envolvem-se cognitiva e afectivamente, bem como através da linguagem oral, gestual e corporal.
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Âmbitos de Utilização Enquanto Formador poderá recorrer a um Jogo Pedagógico para: Proceder à apresentação dos membros do grupo e do formador (inicio da sessão); Criar a dinâmica de grupo (Jogos de aquecimento); Perceber os fenómenos de relacionamento interpessoal no grupo; Desinibir, motivar ou estimular a participação; Favorecer um clima de empatia e criatividade.
Técnica “AUTOSCOPIA” É a reconstituição/simulação de uma situação concreta segundo um modelo. Os indivíduos em situação de simulação desempenham papéis muito próximos dos que normalmente assumem ou vêm a assumir no quotidiano. A simulação deverá ser filmada,
para
posteriormente
ser
visionada
e
analisada pelo grupo, pelo próprio formando e pelo formador. A autoscopia é uma técnica muito utilizada no contexto da formação de formadores, baseando-se na simulação de sessões. É um processo que permite à pessoa rever-se e tomar consciência dos seus aspectos positivos e dos que tem a melhorar. Esta técnica desenvolve a capacidade de autoavaliação e de identificação de comportamentos pedagógicos. Permite ao próprio conhecer-se melhor, não só através do que observa, como também pela opinião dos colegas de grupo e do formador.
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Assim, quando for fazer a sua autoscopia ou dar formação, não fique angustiado. Veja agora este filme.
Técnica “JOGOS DE PAPEIS” - ROLE PLAYING O Role Playing consiste numa representação feita pelos participantes que assumem o desempenho de um determinado papel para tratarem de um caso real ou fictício. Tem sido utilizado por empresas para o treino de comportamentos e recrutamento e selecção de colaboradores. É também utilizado na área da saúde para fins terapêuticos, e em instituições militares, para a selecção de oficiais.
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Deixamos-lhe um filme onde se ilustra a técnica “Role Playing”.
Técnicas de Apresentação “QUEBRA-GELO” As técnicas de apresentação são também chamadas de técnicas de “quebra-gelo” (ice breakers), uma vez que o principal objectivo é promover o conhecimento
entre
todos
os
participantes, incluindo o formador, e criar
um
ambiente
favorável
e
empático. São várias as actividades que se podem desenvolver. Exemplos:
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Apresentação directa: Cada formando, um, de cada vez, partilha com o grupo informações sobre si próprio.
Entrevista recíproca: O formador define algumas questões para fazerem parte da entrevista e os formandos, dois a dois, entrevistam-se entre si, e no final, cada um individualmente partilha com o grupo o que sabe da pessoa que acabou de entrevistar.
Imagens/Fotografias: Através de um conjunto de fotografias cada formando selecciona a fotografia com que mais se identifica e através dela descreve-se (apresenta-se) ao grupo.
Nome Adjectivado: Através das letras que compõem o seu nome cada formando escolhe os adjectivos que melhor o caracterizem e apresenta-se ao grupo. Ex., Sérgio: Simpático; Exigente; Realista: Genial; Impiedoso; Optimista).
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Articulação dos Métodos, Técnicas e Saberes
Expositivo
Demonstrativo
Colóquio Conferência Lição Estudo de Casos
x
Demonstração T.W.I.
x x
Interrogativo
Activo
Ser
Técnicas
Fazer
Métodos
Saber
Saber Evoluir
x
Técnica das Perguntas Brainstorming Role Playing Autoscopia Estudo de Caso Trabalho de Grupo Jogo Pedagógico
x
x
x
Apenas lhe deixámos uma síntese das técnicas mais utilizadas para aplicação do método activo. No entanto, a panóplia de técnicas é muito mais vasta. Poderá aprofundar estas técnicas entre outras na versão integral do manual “Métodos e Técnicas Pedagógicos” (disponível em versão PDF).
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3. Critérios de Selecção dos Métodos e Técnicas
Exercício:
Na sua opinião, quais os critérios que determinam a escolha dos métodos pedagógicos?
«Para que a aprendizagem aconteça é necessária a existência de um método». Mas, a escolha de um método implica uma estratégia, funcionando como elemento de ligação entre três realidades fundamentais na relação pedagógica (formador, formando e saber).
Na escolha e utilização do método pedagógico devem ser tidos em consideração, os seguintes aspectos: Objectivos da formação; Conteúdos da acção de formação; Personalidade do formador; População a que se destina; Necessidades do formador e dos formandos; Tempo disponível; Recursos materiais.
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Para uma escolha criteriosa dos métodos e técnicas, é necessário que o formador saiba qual a finalidade da formação, isto é, qual a natureza do comportamento que quer comunicar à pessoa que o recebe. Se isto não acontecer, dificilmente será feita uma escolha acertada dos métodos pedagógicos.
Aprende-se tanto mais quanto maior for a oportunidade para aplicar os conhecimentos adquiridos. Quando só o formador tem um papel activo e os formandos um papel passivo, o ensino normalmente não é tão eficaz. Assim, um método pedagógico será tanto mais eficaz, quanto mais suscitar a actividade dos formandos e quanto mais essa actividade estiver integrada na própria formação.
O adulto em formação tem necessidades/motivações próprias que importa que o formador seja capaz de realçar, porque a formação só tem probabilidade de atingir o seu objectivo se quem a recebe tiver desejo de aprender.
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4. Síntese Conclusiva Ao longo deste ebook demos-lhe a conhecer os principais métodos e técnicas pedagógicos de que pode dispor, mas sobretudo alertámos para a complexidade da tarefa que irá desempenhar, pois não existem receitas.
Em jeito de conclusão, sugerimos que veja o filme que lhe deixamos de seguida.
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Por fim, deixamos-lhe a síntese com as ideias chave deste tema. Não esqueça que poderá reforçar os seus conhecimentos consultando o manual “PNL – Programação Neurolinguística” que também lhe é disponibilizado na plataforma.
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