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GESTÃO DAS FINANÇAS PESSOAIS MÓDULO V

Gestão das Finanças Pessoais

SOBREVIVER, VIVER, USUFRUIR www.nova-etapa.pt


Gestão das Finanças Pessoais – eLearning

Mód. V: Sobreviver, viver, usufruir

ÍNDICE Módulo V – Sobreviver, viver, usufruir

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Objetivos Pedagógicos

3

Conteúdos Programáticos

3

1. Fazer Orçamento

4

2. Planear a divida e o desendividamento

5

3. Técnicas de Poupança

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4. Envolver a família

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5. A corrida dos ratos

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CONCLUSÃO

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BIBLIOGRAFIA

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Módulo V – Sobreviver, viver, usufruir

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de:

Gerir a sua dívida; Manter um padrão de endividamento saudável. Diminuir a vulnerabilidade do agregado familiar através da poupança e investimento;

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS Fazer Orçamento Planear a divida e o desendividamento Técnicas de Poupança Envolver a família A corrida dos ratos

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1. Fazer o orçamento O orçamento, por mais aborrecido que pareça ao início vai-lhe permitir orientar muito melhor as suas despesas. Muitas pessoas chegam a conclusões interessantes depois de fazerem o orçamento e vêm algo nas suas tendências que pode ser alterado. Por exemplo, uma pessoa habituada a comprar um pacote de pastilhas e uma revista três vezes por semana no café não tem noção do custo mensal que esse comportamento tem. Se comprar as pastilhas no supermercado e se habituar a trocar revistas vai ter uma poupança significativa.

Outro exemplo é o choque que algumas pessoas têm quando confrontam as suas despesas mensais e vêm que afinal o dinheiro não foge da carteira”, está bem à vista para onde vai. Este sintoma é bem notório no fator “café da manhã”, ou seja, entre pequenoalmoço e lanche a generalidade das pessoas gasta algo como EUR 5 a EUR 10 por dia, o que dá uma média de EUR 150 a EUR 300 por mês. A poupança de comer em casa ou passar a tomar só mesmo o café fora é significativa.

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2. Planear a divida e o desendividamento Olhar para a divida e colocar a situação num papel nem sempre é agradável. Mais do que isso, é doloroso. Mas é um mal necessário, porque aqui só existem duas opções para reduzir o endividamento: sozinhos com um grande esforço ou em situações dramáticas recorrendo à consolidação de créditos.

O primeiro passo passa por colocar num papel todos os créditos com a seguinte estrutura:  Prestação  Taxa de juro  Montante em divida  Prazo  Instituição financeira em que está

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Depois de os escrever, ordene começando por aquele que tem a taxa de juro mais alta. Agrupe por conjuntos de bancos ordenando sempre por aquele que tem a taxa de juro mais alta.

Os empréstimos com a taxa de juro mais altas são mais corrosivos para o orçamento e os menos geradores de bem-estar. Utilize as suas poupanças para pagar estes créditos, começado sempre pelos que tem a taxa de juro mais alta. Em situações extremas em que não existe poupança, deverá fazer duas coisas em simultâneo – alterar o seu padrão de consumo (ver os pontos seguintes) e tentar renegociar as taxas junto dos seus bancos.

Como pode negociar as suas taxas?

Utilizando os conhecimentos do Módulo sobre o processo de concessão de crédito exija uma taxa mais baixa de acordo com os fatores comportamentais que possui. Faça uma análise da sua história enquanto cliente do banco e um pedido por escrito para que a sua taxa seja reanalisada. Além disso, se tiver muitos créditos num só banco, tente renegociar com esse banco em primeiro lugar.

A primeira coisa de que se deve livrar são os cartões de crédito. Pesquise entre os bancos e opte por um sem anuidade e sem custos para que possa ter um para uma emergência mas só com esse objetivo.

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Use este conselho sabiamente. Há medida que estes ensinamentos forem surtindo efeito e começar a ver resultados, poderá cair na tentação de se endividar de novo. Por isso tenha sempre bem presente os conselhos, regras e sugestões do curso para melhorar a sua vida.

Regra de ouro das finanças pessoais no que toca ao crédito pessoal e ao consumo – se não puder comprar sem recorrer ao crédito NÃO COMPRE. O custo de oportunidade destes empréstimos traduz-se no pagamento futuro de juros e divida, diminuindo consideravelmente o seu rendimento disponível. Quer mesmo pagar aquelas mobílias durante 10 anos? E vale a pena ir de viagem duas semanas para estar o ano todo a pagar por isso?

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Em relação às empresas profissionalizadas na consolidação de créditos tem as suas vantagens e desvantagens. Recorrer a estas empresas têm custos associados por isso investigue bem antes de optar por alguma. Pergunte se tem de efetuar algum pagamento à partida ou se só pagam se conseguirem efetivamente consolidar os seus créditos. Pesquise na internet e faça alguns telefonemas antes de se decidir a ir a uma reunião com estas empresas. A vantagem das empresas é que em geral conseguem taxas interessantes. Mas é necessário fazer uma análise custo / beneficio e o melhor é ver o que consegue com os seus bancos.

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3. Técnicas de Poupança Existem várias técnicas de poupança que ajudam na alteração dos padrões de consumo. Antes de as ler mentalize-se que recorrer a estas técnicas não deve ser doloroso mas uma aventura. Faça da alteração da sua vida um desafio e encare os nossos conselhos como o primeiro passo para readquirir o controlo da sua vida.

(i)

Tome o pequeno-almoço com mais frequência (ou passe a tomar sempre) em casa. Beba só o café fora ou beba no escritório, uma vez que a generalidade das empresas o disponibiliza a custo zero para os empregados. Além de poupar dinheiro, socializa com os seus colegas de trabalho.

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(ii)

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Se estiver a jantar muitas vezes fora, passe a jantar mais vezes em casa. Em vez de ir a um restaurante com os seus amigos, convide-os a irem a sua casa e dividam as despesas. O mais comum é cada um levar alguma coisa. Outra opção, muito mais na moda e socialmente apelativa é encontrarem-se para beber café e um digestivo. Escolha um sítio agradável e comam lá a sobremesa. Poupa dinheiro e socializa na mesma.

(iii)

Em vez de jantar fora com os seus filhos, passe a jantar em casa. Faça jantares temáticos e junte a família toda. Por exemplo, eleja a sexta-feira mexicana e faça um prato diferente ou o sábado da pizza e faça pizzas caseiras com eles.

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(iv)

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Em situações em que a poupança é indispensável e não consegue acomodar a despesa de ir ao cinema ou ao teatro, sugira uma sessão de cinema em casa de um amigo. O aluguer é mais barato e pode ser dividido por todos. Ou escolham um filme que alguém tenha.

(v)

Precisa mesmo de ter todos aqueles canais? E de um número fixo e outro móvel?

(vi)

Seja mais exigente com os seus gastos de água e luz, ou

seja,

seja

mais

responsável. Comece a desligar

as fichas dos

aparelhos (com exceção do frigorifico) para que não fiquem em standby.

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(vii)

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Também consegue poupar nas compras no supermercado. E isto não quer apenas dizer para consumir as chamadas “marcas próprias”, mas também para aprender a ser um consumidor racional.

Primeiro que tudo evite fazer compras muito longe de casa. Quando tiver de o fazer opte por ir com uma amigo ou alguém que more perto de si e divida as despesas

de

gasolina.

Compre

apenas

o

estritamente necessário. Uma das regras da gestão financeira é o planeamento. O que inclui o planeamento das refeições. Faça um planeamento semanal do que pensa fazer e faça as compras uma vez por semana. Além disso:

a. Evite ir com os seus filhos muito pequenos às compras, as crianças são tendencialmente emocionais no consumo que fazem e reagem mais à publicidade, vou tentar persuadi-lo a comprar algo que realmente não precisa.

b. Em relação aos perecíveis (fruta e vegetais), procure comprá-los perto do trabalho ou de casa e não fazer viagens desnecessárias todos os dias.

c. Estude a sua família. Não compre iogurtes às dúzias quando só se comem metade. Substitua os produtos de uma marca mais cara por produtos de marca branca aos poucos e faça disso uma experiência.

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(viii)

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Utilize os transportes públicos. Existem pessoas que fazem o orçamento e quando chegam às despesas com gasolina, portagens e estacionamento ficam estupefactos.

(ix)

Outra coisa a ter em atenção é a real necessidade do carro. Se puder ir de transportes para o trabalho e está numa situação complicada, venda o carro. O que poupa em despesas com gasolina, estacionamento e seguro do carro é expressivo. Além disso faz um encaixe com a venda que lhe permite alguma poupança.

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4. Envolver a família Similarmente do que falámos em relação às técnicas de poupança, envolver a família passa sempre por haver transparência sem dramatizar a situação. Faça da poupança um hábito desde o inicio ou se só agora decidiu altera a sua vida, faça desta alteração um desafio, uma aventura.

Envolva toda a família e lance a cada elemento um desafio, dando um prémio em caso de sucesso. Coloque os seus filhos responsáveis por fazer uma refeição com um orçamento limitado, por exemplo. Ou distribua as faturas da água, luz, etc., por eles e quem conseguir poupar mais leva um aumento na mesada.

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Se os seus filhos forem muito pequenos evite ir com eles ao supermercado. Se já tiverem idade para compreender a necessidade de poupar, incuta-lhes essa responsabilidade e envolva-os no processo de decisão. Esta atitude vai aumentar a noção de responsabilidade pessoal pelo orçamento familiar.

Incentive o empreendedorismo nas crianças, seja a participarem em concursos, a pensar em formas inovadoras de poupança, a venderem colares de missangas na escola, no que quer que eles se sintam confortáveis e os torne seres mais plenos de consciência.

As crianças hoje em dia tem imensas atividades. Caso tenha filhos adolescentes ou a entrar na adolescência já pensou em fazer voluntariado com eles? Não tem custos, ajuda quem precisa e cria um vínculo emocional forte com os seus filhos, criando em simultâneo uma forte responsabilidade social da parte deles. Além disso, menos uma catividade com os amigos e mais uma com os pais ou irmãos ajuda a criar um relacionamento saudável com todos.

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Em vez de ir tantas vezes ao cinema ou ao centro comercial, procure fazer mais atividades em casa ou escolha atividades sem grandes custos. Ao domingo numa grande parte dos museus não se paga, por exemplo. Faça piqueniques ao ar livre no verão e jogue com eles em casa no inverno. Incuta-lhes o prazer da leitura. Organize jogos ao ar livre com os amigos deles e incentive-os a fazer o mesmo, para que quando crescerem se tornem adultos sociáveis e responsáveis.

Com certeza já percebeu que estes conselhos assumem uma dupla função, assumir mais responsabilidade na educação financeira dos seus filhos, por um lado, e tornar a poupança em tudo menos num sacrifício.

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5. A corrida dos ratos Existem muitos autores de finanças pessoais que falam da corrida dos ratos. Mas o que é esta corrida dos ratos? Todos nós andamos a trabalhar, a correr de um lado para o outro para pagar prestações, impostos, juros… e quando chega a altura de pagarmos a nós próprios?

O problema da sociedade atual é justamente esse, estamos assoberbados com pagamentos a todos e estamos a trabalhar para eles e não para nós. Assim que entrar para a vida ativa e começar a trabalhar, defina quais os seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Mesmo que esta definição ainda seja muito vaga é um ponto de partida para não tomar decisões precipitadas.

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Atente também na divisão do orçamento, que no caso de um jovem ou de um jovem casal deve ser a seguinte:

50% Despesas mensais (no máximo) 10% Poupança para a reforma 30% Outras poupanças 10% Pagar a si próprio

É com estes 10% que pode fazer o que quiser, ir de férias, tirar um curso de línguas, jantar fora e ir ao cinema de vez em quando, fazer uma massagem, fazer um tratamento, inscrever-se no ginásio, etc.

A poupança para a reforma por motivos que já explicámos deve ser efetuada nos primeiros anos em que se começa a trabalhar. Em produtos específicos para isso (como os PPR’s que têm benefícios fiscais) ou pesquisando e informando-se sobre outros que lhe pareçam mais interessantes.

A partir do momento em que as outras poupanças atinjam um ano liquido de rendimentos (ou no caso do casal um ano de despesas totais cada um), tem duas hipóteses, começa a poupar para diminuir a divida ou aumenta a poupança para a reforma e o montante para si. Porquê poupar até ter o equivalente a um ano de vencimentos? Para se precaver contra uma situação de desemprego inesperada ou uma situação de emergência.

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No caso do casal a poupança é superior para permitir a poupança continua mesmo numa das situações descritas ou em casos extremos evitar estrangulamentos derivados de desemprego cumulativo. Nesta situação as duas hipóteses assumiriam a divisão seguinte:

50% despesas mensais 15% poupança para a reforma 10% outras poupanças 10% poupança para o desendividamento 15% pagar a si próprio

Ou

50% Despesas mensais 10% Poupança para a reforma 10% Outras poupanças 20% Poupança para o desendividamento 10% Pagar a si próprio

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CONCLUSÃO É comum ouvir dizer “Somos o que …”. Somos o que comemos, o que fazemos, o que dizemos. No fundo, o que todas estas frases e clichés querem dizer é que a imagem que projetamos e a maneira como estamos em sociedade é reflexo das nossas atitudes e escolhas. A estes clichés em breve vão surgir outros, nomeadamente o “somos o que gastamos”. O objetivo deste curso não se pauta somente por o ajudar a ter um estilo de vida mais saudável mas para conseguir usufruir de facto da vida e não se limitar a sobreviver e a viver de ordenado em ordenado. No entanto, para usufruir a vida há que ter bases sólidas no comportamento financeiro. Poupar e gastar são hábitos que não nascem com as pessoas mas que se aprendem, sozinhos ou com os outros, em sociedade. Aprenda com o ontem para mudar o hoje e desfrutar do amanhã. A vida é para ser vivida, não sofrida, aprenda a ver o dinheiro como um veículo para atingir determinados fins e não um fim em si mesmo. Espero que os conhecimentos adquiridos ao longo do curso o tornem financeiramente responsável e o ajudem a construir hábitos de poupança e gastos saudáveis. Sobretudo, espero que o inspirem a ver a sua vida de uma forma diferente e que isso inspire aqueles que o rodeiem. Transmita o que aprendeu, e viva de acordo com estes princípios. Sem se dar conta, será muito mais feliz e aquelas algemas invisíveis que sentia vão desaparecer.

“Viver é a coisa mais rara do mundo - a maioria das pessoas apenas existe” Óscar Wilde

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BIBLIOGRAFIA MANKIW, N. Gregory, “Principles of Economics”, Thomson Learning; 2nd Revised edition (9 Jun 2000) MANKIW, N. Gregory, “Macroeconomics”, Worth Publishers Inc.,U.S.; 5th Revised edition (29 May 2002) FRANK, Robert H., “Microeconomics and Behavior”, McGraw-Hill Higher Education; 8 edition (1 Nov 2009) TYSON, Erik, “Personal Finance for Dummies”, John Wiley & Sons; 6th Revised edition (6 Nov 2009)

Fontes imprensa utilizadas:

http://www.publico.pt http://aeiou.expresso.pt/ http://www.jornaldenegocios.pt

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