Módulo IV - As Emoções na Relação com os Outros

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MÓDULO IV

AS EMOÇÕES NAS RELAÇÕES COM OS OUTROS www.nova-etapa.pt


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Mód.IV: As Emoções na Relação com os Outros

ÍNDICE

Módulo IV – As Emoções na Relação com os Outros

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Objetivos Pedagógicos

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Conteúdos Programáticos

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1. A Empatia

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2. Escuta Ativa

8

3. Afiliação

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4. A Inteligência Emocional e as Motivações

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V. SÍNTESE CONCLUSIVA

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VI. BIBLIOGRAFIA

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OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de: Avaliar o impacto das emoções no relacionamento interpessoal; Identificar técnicas de facilitação emocional dos outros; Ter consciência das fases de concretização dos projetos; Utilizar a inteligência emocional como a capacidade de se automotivar e gerir as emoções ao nível inter e intrapessoal; Reconhecer que as vitórias e derrotas são relativas e que o sucesso está na combinação da complexidade das emoções com a razão.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS Impacto das emoções no relacionamento interpessoal; Técnicas de facilitação emocional: 

Afiliação

Empatia

Escuta Ativa

A Inteligência Emocional e as motivações.

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As Emoções na Relação com os Outros

Como vimos nos módulos anteriores, conseguir um correto controlo emocional permite-nos identificar e gerir os nossos estados emocionais, mas também lidar com as emoções das outras pessoas, reagindo com sensibilidade. O ponto de partida deverá ser sempre o autoconhecimento e autoconsciência, acrescido de algumas técnicas para levar à prática a gestão eficaz das nossas emoções.

Ajudar os outros a empreender essa mudança e a aprender a gerir as suas emoções não é de todo um ato altruísta. Pensemos nas vantagens que pode ter para as nossas relações pessoais, profissionais e até sociais... E se, de repente, toda a gente passasse a gerir melhor as suas emoções?

“É da interação entre o sentimento e a razão que determinamos o nosso pensar e agir, influenciando todas as nossas ações em sociedade. A base do nosso sucesso na vida reside cada vez mais na combinação conveniente da complexidade da nossa vida emocional com a nossa razão “1.

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Stern, op.cit

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1. A EMPATIA

Gerir as emoções nas relações do quotidiano é utilizar a capacidade de empatia face ao outro, funcionando para este duma forma securizante, permitindo-lhe sentir-se melhor, o que dará mais cor não só à sua vida, mas também à nossa.

Para nos relacionarmos com os outros de modo eficaz, é necessário mais do que a consciência dos próprios sentimentos e pensamentos, é necessária a disponibilidade para nos colocarmos “na pele” do outro, para procurarmos sentir o que ele está sentido, para entrar no seu mundo.

Mas afinal de contas, o que tem de tão especial compreender os outros? Será uma tarefa tão difícil de conseguir? Em primeiro lugar, será conveniente, clarificar ideias. Compreender os outros passa por ter uma perceção correta dos sentimentos e perspetivas daqueles com quem nos relacionamos, sejam familiares, amigos, colegas de trabalho ou os clientes com quem lidamos diariamente, isto é, demonstrar verdadeiro interesse pelas preocupações manifestadas, sem as desvalorizar. A chave para levar a por em prática esta capacidade é a empatia. A empatia é essencial como sistema de orientação emocional, quando a natureza do trabalho se centra nas pessoas.

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Sempre que é importante uma leitura eficaz dos sentimentos do indivíduo, desde a liderança de equipas, ao atendimento de clientes, passando pelo relacionamento com crianças, ou doentes, a empatia torna-se um ingrediente fundamental para a excelência. Sabemos por experiência própria que raramente dizemos por palavras aquilo que verdadeiramente sentimos; porém, expressamos os nossos sentimos através do tom de voz, da expressão facial ou por meios verbais. A capacidade de sentir estas comunicações subtis baseia-se em competências mais fundamentais, como a auto consciência e o autodomínio. Como poderemos compreender o que os outros estão sentindo, as emoções porque estão passando, se não temos consciência e domínio sobre as nossas próprias emoções? Dificilmente o conseguiremos. Ter a perceção daquilo que os outros sentem sem que o digam é a essência da empatia.

De todas as profissões que lidam diariamente

com

pessoas,

estamos certos que concorda connosco,

destacamos

os

profissionais da saúde. A sua relação extravasa largamente o caráter informal do atendimento ao público num restaurante, ou numa agência de viagens, dado que lidam com pessoas que, como é óbvio, estão emocionalmente alteradas, dada a sua situação de doença.

Estudos recentes feitos na área da saúde, demonstram que, numa situação de atendimento de doentes, os profissionais que utilizam a empatia para compreender os sentimentos dos outros, são muito mais bem sucedidos, não só em termos de eficácia do trabalho efetuado, mas em termos de tempo despendido. Isto porque, ao conseguir estabelecer uma relação de empatia com o utente, este estará muito mais colaborante no diagnóstico a efetuar e disponível para o tratamento a seguir. “Perder tempo a ser atencioso e a mostrar empatia” é uma forma de ganhar tempo. Este silogismo pode ser aplicado em qualquer área de atividade. 6 www.nova-etapa.pt


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Quando uma pessoa está emocionalmente alterada não ouve com atenção. Diz-me que está sob “nevoeiro psicológico”. É por isso que saber ouvir está no cerne da empatia. Saber escutar é essencial para estabelecer empatia com os outros, fundamental para trabalhar em equipa e essencial para ser bem sucedido em qualquer profissão. O primeiro passo é transmitir a ideia de que estamos dispostos a ouvir, demonstrando claramente essa disponibilidade. Por outro lado, escutar não significa estar sempre em silêncio a olhar para o interlocutor. Ouvir bem e em profundidade significa ir para além daquilo que é dito, fazendo perguntas, repetindo por palavras nossas o que ouvimos para nos assegurarmos de que efetivamente entendemos bem. Isto é escutar ativamente.

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2. ESCUTA ATIVA

Conforme dizíamos no módulo II, uma das formas de libertação emocional, “é deitar tudo cá para fora”. Todos sabemos da importância que uma conversa com um colega, um amigo ou um familiar podem ter num daqueles dias em que tudo corre mal. E quem não se sente especialmente motivado para trabalhar, quando o chefe lhe demonstra verdadeira atenção, ouvindo-o? Não é em vão que o número de idas ao psicólogo tem vindo a aumentar exponencialmente. Se calhar, porque cada vez mais temos necessidade de que alguém nos oiça, mas poucos de nós desenvolvemos essa capacidade.

Eis então algumas sugestões de como demonstrar verdadeiro interesse quando escutamos.

Em primeiro lugar, preocupe-se em centra-se na pessoa que tem à sua frente, desenvolvendo por ela uma empatia que advém de perceber os seus sinais não verbais (gestos, expressões, silêncios, etc.) e ainda a sua respiração. Depois centre-se na mensagem que está a ouvir, evitando fazer juízos de valor acerca das suas atitudes, nem tenha a tendência para começar desde logo a dar conselhos ou opiniões. Siga o conselho do meu avô que dizia: “Conselhos e opiniões só se dão a pedido”. 8 www.nova-etapa.pt


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Mas sobretudo evite expressões como estas:

-“ Anima-te. Vais ver que isso passa!” “- Para que te estás a aborrecer com essas coisas... A vida são dois dias e o Carnaval são três!” “- Isso são coisas da tua cabeça!” “- Se continuas a pensar assim ainda vais parar ao hospital!” “- Não penses mais nisso! A vida é assim mesmo!”

Mas pior ainda do que desvalorizar a emoção que o outro está a sentir é aproveitar a ocasião para “descarregar” o nosso próprio descontentamento e deixarmos o papel de confessor para assumir o de confessado.

“- Isso não é nada! E o que se passou comigo?” “- Se soubesses o que me está a acontecer na minha secção...” “- Já que falas nisso, vou contar-te o que me disse o meu chefe...” “- Nem me digas nada, comigo foi muito pior...”

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Por vezes, conseguimos ouvir até ao fim, mas não sem antes deixar de dar a nossa opinião ou conselhos, que consideramos até ser um dever de bom amigo.

“- Se fosse comigo, ia lá e ....” “- Porque é que não vais lá falar com ele...” “- O pá, dizes-lhe que ele não manda em ti ...” “- Eu já tive um problema desses e não me fiquei, fiz isto, aquilo, .....” “- Isso, o melhor que tens a fazer é ...”

Ainda bem que os amigos são para as ocasiões... Porque há ocasiões em que nem sequer temos capacidade de escuta. Ao invés de ouvir o outro e dar-lhe algum conforto e serenidade, pura e simplesmente refugiamo-nos nos nossos pensamentos e deixamos de ouvir. E mesmo que continuemos a dizer “sim, sim”, “pois, pois” de forma mecânica, o olhar vazio e distante, os gestos distraídos e descoordenados e a expressão facial impávida, acabam por nos trair, dando indicações da nossa falta de interesse e atenção.

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É costume dizer-se que “os olhos são o espelho da alma”, e esta frase comporta em si mesmo uma verdade insofismável. Através dos olhos conseguimos perceber a emoção do nosso interlocutor, como podemos também dar-lhe a conhecer a nossa. Numa situação de ajuda emocional, o olhar tem uma importância determinante, funcionando mesmo como elo de ligação (ou separação) entre as pessoas. Em resumo, eis as principais regras para escutar ativamente:

Sustentar normalmente o olhar;

Procurar estabelecer empatia com o interlocutor;

Procurar sincronizar-se em termos emocionais;

Estar atento aos sinais não verbais e à respiração;

Dar feedback através de expressões de incentivo;

Deixar falar até à conclusão da ideia;

Não se deixar influenciar por juízos de valor;

Reformular, para ter a certeza que compreendeu a mensagem.

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3. AFILIAÇÃO

Outro aspeto é a capacidade de afiliação, isto é, a capacidade para desenvolver relações com os outros, por mero e simples prazer. Será que você tem desenvolvido esta capacidade? Verifique, respondendo à seguinte questão: Imagine que vai ao cinema com uns amigos.

O ambiente é de grande animação e você

sente-se

bastante

bem.

De

repente, repara num outro grupo de pessoas onde está alguém que lhe parece mesmo ser um antigo colega de liceu que você não vê há imenso tempo. Aproxima-se mais e confirma que é ele. O que faz?

Olha para o lado e tenta passar despercebido? Aproxima-se mais na esperança que seja ele a vê-lo e a tomar a iniciativa de lhe falar? Dirige-se a ele sem qualquer hesitação?

Qual foi a sua resposta? Qual a sua conclusão?

Desenvolver a capacidade ou o espírito de afiliação é, no fundo, incentivar em nós o gosto pelo contacto com os outros, pelo prazer de estar com outras pessoas, ainda que (e de preferência) diferentes de nós, dos nossos gostos, das nossas perceções, das nossas formas de estar na vida. 12 www.nova-etapa.pt


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Não nos esqueçamos do impacto que as emoções têm em nós e nos outros. Na verdade, todos nós temos um pouco de camaleões, isto tem a ver com a capacidade de nos adaptarmos às diferentes situações e aos ambientes emocionais onde atuamos, pelo que, ao não sermos indiferentes na comunicação com o outro, utilizamos as emoções como um líquido colorido no qual nos banhamos., o que nos permite adquirir a cor do outro, e permite a este o mesmo. Não podemos ignorar o efeito que as emoções têm em nós e nos outros.

As

emoções

são

contagiantes, isto é, propagam-se como se de uma bactéria se tratasse.

Se

for

uma

emoção

positiva como a alegria, poderá gerar à sua volta uma onde de bem-estar e descontração. Se a emoção estiver descontrolada e for negativa, como a raiva ou tristeza, pior para nós, o efeito poderá ser o de uma bactéria patogénica: ficamos emocionalmente doentes.

Este efeito camaleão demonstra-nos então até que ponto somos permeáveis ao ambiente e a quem nos rodeia, pelo que a sua utilização nas relações humanas permitirá influenciar as emoções dos outros e coexistir em harmonia relacional.

“Gerir as emoções nas relações do quotidiano é utilizar a capacidade de empatia face ao outro, funcionando para este como reforço da sua segurança, permitindolhe sentir-se melhor, o que dará mais cor não só à sua vida, mas também à nossa. Para aplicar com êxito a inteligência emocional no relacionamento com os outros, é necessário mais do que a consciência dos próprios sentimentos e pensamentos, é necessária a disponibilidade para visitar o «palácio» do outro”2.

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Stern, op. Cit.

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4. A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E AS MOTIVAÇÕES Por norma o ser humano é motivado para a procura do prazer e para evitar o que considera desagradável. A procura do prazer encontra-se intimamente ligada a cada um dos nossos atos, numa oscilação constante entre o prazer e o desprazer ao longo da nossa vida. A grande maioria dos projetos que se realizam durante a vida funciona de forma semelhante ao gráfico da figura 1. No início está presente o entusiasmo e tudo o que se possa antecipar de prazer e alegria quando da sua concretização. Seguidamente o entusiasmo vai tomar a forma do prazer de empenhamento no projeto. Começa agora a sentir-se o esforço da realização do projeto conjuntamente com problemas que vão marcando presença. O entusiasmo inicial é substituído pela desilusão que os esforços necessários originam. É durante os desânimos que vão surgindo ao longo do projeto que muitos desistem, não tolerando o desprazer do esforço de realização. Os mais persistentes vão começando a sentir o prazer de ver o projeto caminhar na direção do objetivo, sentindo por fim a grande alegria da concretização do projeto. Ou seja, o sucesso na concretização de um projeto reside na capacidade de cada um em resistir às pressões, ao desânimo, ao esforço exigido e ao modo como soluciona os problemas previstos e imprevistos.

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Figura 1 – As quatro fases da concretização

ADIAR A GRATIFICAÇÃO Um estudo com crianças de quatro anos veio revelar que as crianças que têm capacidade de adiar a recompensa, com que são colocadas em contacto direto (doces),

são

detentoras

de

traços de

personalidade significativamente diferentes daquelas que não conseguem adiar essa recompensa. O estudo revelou ainda que quando as mesmas crianças foram sujeitas a testes perto do fim do curso secundário, as que tinham esperado pacientemente aos quatro

anos

personalidade

revelaram mais

traços

de

favorecedores

do

sucesso e das competências sociais.

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V. SÍNTESE CONCLUSIVA “E agora que as conhecemos temos muito menos razão para as recear do que anteriormente; porque vemos que todas são boas por natureza e que tínhamos só de evitar o seu mau uso ou os seus excessos.” René Descartes, Paixões da Alma

Com este curso, procurámos encontrar algumas respostas para um problema cada vez mais na ordem do dia – o descontrolo emocional. Vimos como as emoções condicionam a nossa vida: se mal geridas, podem tornar a vida relacional num verdadeiro inferno. Por outro lado, percebemos que as pessoas que melhor controlo emocional têm, são também aquelas que melhor sabem gerir e desfrutar a sua vida. A ordem deve ser invertida. Utilizar as emoções em nosso favor, tirando delas todo o seu potencial para nos tornarmos pessoas melhores, mais motivadas e com mais prazer em viver. Desenvolver o prazer da relação com os outros, sabendo como promover e desenvolver nos outros a competência emocional.

A verdade é que, muitas vezes ainda, não conseguimos balancear a existência de emoções com a coexistência em sociedade, escondendo muitas vezes o desejo secreto de nos libertarmos dessas mesmas emoções (ou pelo menos de as mantermos a alguma distância), com medo que estas assumam um papel desorganizador na nossa vida3 .

3

Filliozat, op. cit

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Após estas linhas, somos então levados a dizer que o importante não é esconder essas mesmas emoções, mas realizar a sua gestão, pois da mesma forma que têm um papel de escape de tensão interior, também servem para restabelecer o nosso equilíbrio quando as nossas estruturas internas são colocadas à prova perante novas situações ao nível pessoal ou profissional. Reafirmando o que dissemos na introdução, da mesma forma que as emoções desorganizam muitas vezes a nossa forma de agir, estagnam as relações pessoais e profissionais e impedem-nos de evoluir, a sua correta gestão permitirá produzir novas estruturas, formas de nos relacionarmos com os outros e de abordarmos os problemas e situações do quotidiano, mesmo que isso requeira uma aprendizagem com a qual nunca lidámos. Assim sendo, a gestão emocional e relacional procura combater uma ilusão alimentada há várias gerações – a ligação que se faz entre viver as emoções e perder o controlo de si mesmo. Desde a Antiguidade que razão e emoção se encontram de costas voltadas, o que nos levou a aprender a reprimir as emoções violentas, sempre que consideramos não terem um sentido aparente. Habituámo-nos a considerar as emoções como irracionais e por isso devem ser varridas para debaixo do tapete. “Este não pensar sobre as emoções e não aprender a geri-las acaba por enfraquecer a relação de conhecimento que temos connosco próprios e com o meio envolvente, e deixamos de considerar as emoções como sentinelas internas para as catalogarmos como grandes perturbadoras, o que nos faz recear o pior quando voltamos a vivenciar uma qualquer emoção” (Pierson, 2002; Steiner, 2000).

Vimos também que nem todas as emoções são fáceis de gerir ou compreender, que muitas vezes elas surgem como numa amálgama difícil de identificar e discernir, o que exige por vezes um esforço da nossa parte no sentido de encontrar respostas.

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Contudo, se realizarmos com empenho esta nova aprendizagem, certamente obteremos resultados surpreendentes, tornando-nos melhores pessoas aos nossos olhos e dos outros. Em jeito de despedida, deixamo-vos com um poema de Pablo Neruda 4. Recorda que qualquer momento é bom para começar. Não culpes ninguém. Nunca te queixes de ninguém, nem de nada, porque Fundamentalmente Tu fizeste o que querias da Tua vida. Aceita a dificuldade de edificares-te a ti mesmo e o valor de começares corrigindo-te. O triunfo do verdadeiro homem surge das cinzas do seu erro. Nunca te queixes da Tua solidão ou da tua sorte. Enfrenta-a com valor e aceita-a. De uma maneira ou de outra é o resultado dos teus atos e prova que Tu sempre hás de ganhar. Não te amargures com o teu próprio fracasso nem carregues o fardo a outro, aceita-te agora ou continuarás justificando-te como uma criança. Recorda que qualquer momento é bom para começar e que nenhum é tão terrível para claudicar. Não esqueças que a causa do Teu presente é o Teu passado assim como a causa do Teu futuro será o Teu presente. Aprende com os audazes, com os fortes, com quem não aceita situações, com quem viverás apesar de tudo, pensa menos nos teus problemas e mais no Teu trabalho e os teus problemas sem os alimentares morrerão. Aprende a nascer da dor e a ser maior que o maior dos obstáculos, Olha-te no espelho de ti mesmo e serás livre e forte e deixarás de ser um fruto das circunstâncias porque Tu mesmo és o Teu destino. Levanta-te e olha o sol cada manhã e respira a luz do amanhecer.

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Pablo Neruda, Confesso que Vivi, citado por Ricardo Faustino, “Literacia Emocional”, in revista Formação & Inovação, Nov. 2002

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VI. BIBLIOGRAFIA •

Antunes, Celso (2000), Alfabetização Emocional, Brasília, Ed. Vozes

Damásio, António (2001), O Sentimento de Si, Lisboa, Ed. Europa América

Damásio, António, (1999), O Erro de Descartes, Lisboa, Ed. Europa América

Ekman, Paul (2000), Emoções Fundamentais, Lisboa, Ed. MacGrawHill

Filliozat, Isabelle, (1997), A Inteligência do Coração, Lisboa, Ed. Pergaminho

Goleman, Daniel (1997), A Inteligência Emocional, Lisboa, Ed. Temas e Debates

Goleman, Daniel (1999), Trabalhar com Inteligência Emocional, Lisboa, Ed. Temas e

Debates •

Hopkins, Cathy (1999), 101 Truques para relaxar, Lisboa, Europa América

Ledoux, Joseph (2002), O Cérebro Emocional, Lisboa, Pergaminho

Lelord, François e André, Christophe (2002), A Força das Emoções, Lisboa, Ed.

Pergaminho •

Marujo, H., Neto, L., Perloiro, (2000), Educar para o Otimismo, Lisboa, Presença

Steiner, Claude e Perry, Paul (2000), Educação Emocional, Lisboa, Ed. Pergaminho. Antunes, Celso (1999), Manual de técnicas de dinâmica de grupos e de sensibilização ludopedagógica, S. Paulo, Ed. Vozes Béville, Gilbert (1997), 60 fiches de jeux de communication, Paris, Editions d’Organisation Béville, Gilbert (1998), De l’écoute à l’action, Paris, Editions d’Organisation Brandes, Donna e Phillips, Howard, (1977), Manual de Jogos Educativos, Lisboa, Moraes Editores Fritzen, Silvino José (1981), Exercícios práticos de dinâmica de grupos, S. Paulo, Ed. Vozes Gardner, Howard (1996), Estruturas da Mente – A teoria das inteligências múltiplas, Petropolis, Artes Médicas Unesco (1990), Les techniques de groupe dans la formation, Lisboa, Unesco Portal da Associação Internacional para o Desenvolvimento da Inteligência Emocional Foi ainda consultada documentação dispersa recolhida em bibliotecas, portais e sites na Internet. 19 www.nova-etapa.pt


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