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ERGONOMIA MÓDULO II

ERGONOMIA FÍSICA SESSÃO 1 www.nova-etapa.pt


Mód. II – Sessão 1: Ergonomia Física

Ergonomia eLearning

ÍNDICE

Módulo II – Sessão 1 - Ergonomia Física

3

Objetivos Pedagógicos

3

Conteúdos Programáticos

3

1. Ergonomia Física

4

1.1 Conceito de Ergonomia

4

1.2 Caracterização

4

1.3 Utilidade da Ergonomia Física

6

1.4 Operacionalização

6

1.5 Aplicação da Ergonomia Física

8

2. Postura de Trabalho

9

2.1. Método de Avaliação de Postura (OWAS)

11

2.2 Classificação de Postura

11

2.3 Recomendação no Método OWAS

16

2.4. Conclusão

17

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MÓDULO II: SESSÃO 1 – ERGONOMIA FÍSICA

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final desta sessão deverá ser capaz de: • Identificar o conceito de Ergonomia Física; • Distinguir as posturas de trabalho corretas;

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS • Conceito de Ergonomia Física; • Posturas de trabalho;

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1.

A ERGONOMIA FÍSICA

A Ergonomia Física estuda a relação entre as características anatómicas humanas, bem como as antropométricas, fisiológicas e biomecânicas e as atividades físicas. Os tópicos pertinentes incluem as posturas, os manuseamentos dos materiais,

os

movimentos

repetitivos,

as

desordens músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho, o layout dos postos de trabalho, a segurança e saúde.

1.1

CONCEITO DE ERGONOMIA FÍSICA

Por Ergonomia Física entendemos o foco da ergonomia sobre os aspetos físicos de uma situação de trabalho. E eles são inegavelmente reais, dado que trabalhar implica a utilização do nosso corpo de várias formas ao longo do período de trabalho.

1.2

CARACTERIZAÇÃO

Numa primeira explicação simples, consideremos que o corpo tem um sistema músculoesquelético movimentado por uma central energética. O sistema esquelético confere ao corpo as suas dimensões antropométricas: estatura, comprimento dos membros, capacidades de movimentação limitadas, alcances mínimos e máximos. Um dos aspetos mais importantes da Ergonomia é que o posto de trabalho, os seus utensílios e elementos estejam de acordo com as dimensões de quem ocupa o posto de trabalho. Nisto consiste o capítulo da antropometria como disciplina fundamental da Ergonomia. A inadequação antropométrica produz o desequilíbrio postural estático, fator causal das LER/DORT, mas igualmente de lombalgias, ciáticas e outros problemas fisiátricos. Para que o sistema esquelético se movimente e se mantenha em determinadas posições, tem acoplado o sistema muscular que pode ser primariamente comparado a um conjunto de cabos extensores em oposição. O sistema muscular tem a propriedade de se poder contrair e inversamente distender e essa propriedade requer o consumo de 4 www.nova-etapa.pt


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energia, fornecida ao corpo pelo metabolismo dos alimentos em conjunto com o ar. A atividade de trabalho deve estar adequada às possibilidades musculares e do metabolismo humano e nisto consiste o segundo capítulo da ergonomia física, a fisiologia do trabalho. Retomando um exemplo já citado, o desconhecimento da fisiologia provocou problemas para os aviadores, mas o mesmo se deu com mineiros, empregados de linhas de montagem e mais recentemente no pessoal de escritório. As inadequações fisiológicas agravam e ampliam os problemas de inadequação antropométrica já referidos. Finalmente este organismo músculo-esquelético é dotado de um sistema de transformação de energia (um metabolismo) que interage com o ambiente em que se encontra, realizando uma homeostasia, isto é, adaptando-se às condições existente, por exemplo, transpirando no caso de temperaturas elevadas, sentindo odores e sabores, sem esquecer que as qualidades acústicas e de luminosidade deste ambiente facilitam ou dificultam a integração no locus da atividade. Trata-se de um grande capítulo da ergonomia e que responde pela maior parte dos trabalhos e livros até hoje publicados. Exatamente por isso é quase impossível sintetizar este campo. Os temas mais frequentemente estudados pela ergonomia física têm sido: 

Posturas desfavoráveis;

Solicitação muito frequente de força excessiva;

Movimentos repetitivos;

Transporte manual de cargas.

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1.3

UTILIDADE DA ERGONOMIA FÍSICA

A ergonomia física é muito útil devido à sua contribuição decisiva na solução de muitos problemas ocorridos nos sistemas de trabalho. No campo dos postos de trabalho, os problemas antropométricos e posturais verificam-se em grande quantidade sejam eles industriais, agrícolas ou de serviços. Nos dois primeiros a atividade é, em geral, agravada pelo facto das tarefas comportarem igualmente uma importante parcela de manuseamento de materiais.

1.4

OPERACIONALIZAÇÃO

No campo dos postos de trabalho, as especificações da Ergonomia Física orientam-se

para

modificações

do

contexto físico do trabalho que evitem a produção de esforços excessivos ou inadequados como, por exemplo, os movimentos especificações

repetitivos.

Essas

colocam

como

exigência, em geral, reconfigurações do posto de trabalho que irão implicar mudanças na tecnologia física que muitas vezes podem tornar-se inviáveis do ponto de vista financeiro, como, por exemplo, elevar ou baixar uma plataforma, ou ainda modificar toda uma instalação. Algumas vezes isso é feito pois a previsão positiva de resultados assim o permite. Por exemplo, em algumas fábricas da Renault os automóveis na linha de montagem são rebatidos sobre o plano vertical de forma a facilitar o acesso do operário para tarefas na parte inferior do mesmo. No campo dos ambientes as especificações da ergonomia física desaguam em recomendações relativas à higiene (manter o ambiente num estado que não agrida a integridade do organismo) e conforto ambiental, desenvolvendo as melhores condições possíveis para o desempenho da atividade. Em certos casos o aspeto de eficiência ambiental torna-se crucial. 6 www.nova-etapa.pt


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Normativamente esse tema tem sido tratado através da construção de padrões ambientais que estabelecem níveis de ruído, temperatura, iluminação, qualidade do ar e outros aspetos aparentemente de fácil normalização. No entanto, é enorme a dificuldade de se trabalhar, sob o prisma da adequação com

limites

de

tolerância

a

agentes

agressores, já que entre as faixas de conforto e as faixas de tolerância de um parâmetro ambiental existe uma região de nebulosidade: os limites superiores de conforto jamais coincidem com os limites de tolerância. Tomemos o exemplo acústico: um limite de tolerância estabelecerá um patamar abaixo do qual não existiriam danos à pessoa. Como justificar que um local de trabalho com nível de ruído próximo a este limite permita o bom desempenho da atividade? Uma

especificação

adequada

de

ambientes físicos,

naturalmente

terá

como

balizamentos os padrões ambientais normalizados - que é para que servem as normas mas procurará enriquecê-las com considerações ergonómicas relativas à atividade. Na prática a cooperação entre ergonomistas e higienistas do trabalho é de inegável interesse para ambas as partes, ganhando com isso tanto a empresa como os seus trabalhadores. Assim sendo, a operacionalização das especificações da Ergonomia Física, sempre necessária, nem sempre é trivial e automática. Ela vai requerer uma boa combinação de criatividade, argumentação e pertinência por parte do Ergonomista. Pertinência para tratar problemas existentes e inequívocos; argumentação para convencer, sensibilizar e demonstrar as vantagens da proposta; e criatividade para encontrar boas soluções, propostas que resolvam um problema sem criar outros, desconhecidos ou inesperados.

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1.5

APLICAÇÕES DA ERGONOMIA FÍSICA

O campo da Ergonomia Física, do ponto de vista da sua aplicabilidade, vai consubstanciar-se na realização de especificações relativas ao posto e ao método de trabalho, bem como sobre o ambiente. Essas aplicações destinam-se primariamente ao projeto de novos postos de trabalho e especificações ambientais. Uma segunda ordem de aplicações tem-se situado no campo normativo, com vários trabalhos de ergonomistas a serem utilizados pelos comités e comissões de normalização. Numa terceira linha de aplicações, estudos e propostas da ergonomia têm sido mobilizados para sensibilização das esferas dirigentes, consciencialização e envolvimento dos funcionários e mesmo orientações específicas sobre a caracterização do posto pelos próprios operadores, tal e qual como um operário mais qualificado regula o seu equipamento e instrumentos de trabalho. Num último campo de aplicações, as análises ergonómicas têm conduzido à elaboração de programas de atividades compensatórias como o escalonamento de pausas para repouso, exercícios e alternâncias de várias ordens - lazer, yoga, etc.

Ideia Chave A Ergonomia Física é aquela que incide sobre os aspetos físicos de uma situação de trabalho. Ela contribui para a construção de padrões ambientais e para a especificação adequada dos ambientes físicos. A Antropometria é um capítulo fundamental da Ergonomia, relacionando as dimensões do corpo com o dimensionamento do posto de trabalho. A Fisiologia é outro capítulo que estuda a adequação da atividade do trabalho às características musculares e metabólicas do indivíduo. Finalmente a Ergonomia Ambiental estuda a capacidade do organismo se manter em Homeostasia face às características do ambiente.

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2

POSTURA DE TRABALHO

A postura pode definir-se como a posição e a orientação espacial global do corpo e dos seus membros relativamente uns aos outros, sendo essencial para que um determinado movimento seja bem executado. Qualquer desvio na forma da coluna vertebral pode gerar solicitações funcionais prejudiciais que provocam um aumento de fadiga no trabalhador e lesões graves a longo prazo. A boa postura é a atitude que uma pessoa assume “utilizando a menor quantidade de esforço muscular e, ao mesmo tempo, protegendo as estruturas de suporte contra traumas”. Fazendo a Análise Ergonómica do Trabalho é possível não só categorizar as atividades dos trabalhadores, mas também descrevê-las, permitindo modificar o trabalho ao modificar a tarefa com o objetivo da sua adaptação ao Homem. Como sabemos, a mesma tarefa executada por diferentes trabalhadores nem sempre é realizada de uma única forma. Alguns indivíduos desenvolvem problemas de saúde, sobretudo no sistema músculo-esquelético, que se podem manifestar de diferentes formas consoante a natureza da tarefa.

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As principais consequências de determinadas posturas habituais são:

Quadro I - Consequências para a saúde de posturas habituais

Postura

Problema de saúde Congestão das pernas;

De pé prolongada

Formação de edemas ou varizes; Deformação dos pés.

Sentado inclinado

Compressão dos órgãos internos; Prováveis distúrbios digestivos.

Postura inclinado (de pé,

Desvios das vértebras da coluna;

sentado, ajoelhado)

Afeções e lesões dos discos intervertebrais. Deterioração dos meniscos e irritação das bolsas sinuviais das articulações; A contração de determinados grupos

Ajoelhado

musculares podem provocar endurecimento dos músculos e dos pontos de fixação dos tendões, principalmente na região da nuca e omoplatas.

A “dor nas costas”, decorrente de posturas inadequadas no local de trabalho, é uma das desordens ocupacionais mais encontradas pelos pesquisadores. Em associação com outros fatores de risco existentes no posto de trabalho, as más posturas, são “uma das maiores causas de sofrimento humano e de afastamento do trabalho”. Existem vários métodos diretos para avaliação postural. O OWAS (Ovako Working Posture Analising System), foi criado pela OVAKO OY em conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, na Finlândia, com o objetivo de analisar as posturas de trabalho na indústria do aço. Começaram por fazer análises fotográficas das principais posturas encontradas, típicas da indústria pesada. Encontraram 72 posturas mais comuns, que resultaram de diferentes combinações das posições da coluna (4 posições típicas), braços (3 posições típicas) e pernas (7 posições típicas). De seguida fizeram mais 36240 observações em 52 tarefas habituais na indústria, para testar o método. O mesmo trabalhador, quando observado de manhã e à tarde, conservava 86% 10 www.nova-etapa.pt


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das posturas registadas e, diferentes trabalhadores, executando a mesma tarefa, usavam em média, 69% de posturas semelhantes. O método tem demonstrado benefícios na monitorização de atividades que impõem constrangimentos. Este possibilita a identificação das mais prejudiciais através da indicação das regiões anatómicas mais atingidas.

2.1

MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE POSTURA (OWAS)

No método OWAS a atividade pode ser subdividida em várias fases e posteriormente categorizada para a análise das posturas no trabalho. Na análise das atividades, as que exigem levantamento manual de cargas são identificadas e classificadas de acordo com o sacrifício imposto ao trabalhador, embora não seja este o foco principal do método. Não são considerados aspetos como a vibração e o consumo energético. Estas posturas são depois analisadas e mapeadas.

2.2

CLASSIFICAÇÃO DA POSTURA

O sistema baseia-se na análise de determinadas atividades em intervalos variáveis ou constantes, registando-se a frequência e o tempo despendido em cada postura. O registo pode ser realizado através de vídeo acompanhado por observações diretas. Nas atividades cíclicas deverá ser observado todo o ciclo e nas atividades não cíclicas deverá considerar-se um período mínimo de 30 segundos. Para registar as posturas, deverá observar-se o trabalho de forma geral verificando-se a postura, a força e a fase do trabalho. Durante a observação são consideradas as posturas dependentes das costas, braços, pernas e da utilização de força. Considera-se ainda a fase da atividade que está a ser observada, sendo atribuídos valores e um 11 www.nova-etapa.pt


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código de seis dígitos. O primeiro dígito do código indica a posição das costas, o segundo, a posição dos braços, o terceiro, das pernas, o quarto indica levantamento de carga ou uso de força e o quinto e sexto, a fase do trabalho. 1º Dígito – Costas 

Ereta

Inclinada para frente ou para trás

Torcida ou inclinada para os lados

Inclinada e torcida ou inclinada para frente e para os lados

2º Dígito – Braços 

Ambos os braços abaixo do nível dos ombros

Um braço ao nível dos ombros ou acima

Ambos os braços ao nível dos ombros ou acima

3º Dígito – Pernas 

Sentado

De pé com ambas as pernas esticadas

De pé com o peso numa das pernas esticadas

De pé ou com ambos os joelhos dobrados

De pé ou com um dos joelhos dobrados

Ajoelhado sobre um ou sobre ambos os joelhos

A andar ou em movimento

4º Dígito – Levantamento de carga ou uso de força 

Peso ou força necessária igual ou inferior a 10 Kg

Peso ou força necessária entre 10 Kg e 20 Kg

Peso ou força necessário superior a 20 Kg

5º e 6º Dígito - Fase do trabalho Dois dígitos são reservados para fase da atividade entre 00 e 99, selecionados a partir da subdivisão de tarefas.

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A combinação das posições das costas, braços e pernas determinam níveis de ação para as medidas corretivas (quadro II). Quando a atividade é frequente, mesmo com uma carga leve, o procedimento de amostragem permite estimar a proporção do tempo que o tronco e os membros permanecem nas várias posturas durante o período de trabalho.

Quadro II - Categorias de ação segundo a posição das costas, braços, pernas e uso de força no método OWAS

Costas

1

Braços

2

3

4

5

6

7

Pernas

1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1

2

3

4

1

1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1

2

1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1

3

1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3 2 2 3 1 1 1 1 2

1

2 2 3 2 2 3 2 2 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 3 3

2

2 2 3 2 2 3 2 3 3 3 4 4 3 4 4 3 3 4 2 3 4

3

3 3 4 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

1

1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 3 3 4 4 4 1 1 1 1 1 1

2

2 2 3 1 1 1 1 1 2 4 4 4 4 4 4 3 3 3 1 1 1

3

2 2 3 1 1 1 2 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 1 1 1

1

2 3 3 2 2 3 2 2 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

2

3 3 4 2 3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

3

4 4 4 2 3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

Força

CATEGORIAS DE AÇÃO 1 – Não são necessárias medidas corretivas 2 - São necessárias medidas corretivas num futuro próximo 3 - São necessárias correções a curto prazo 4 - São necessárias correções imediatas Fonte: Wilson e Corlett, 1995

Quando a atividade é frequente, embora com uma carga leve, o procedimento de amostragem permite a estimativa da proporção do tempo que o tronco e membros ficam nas várias posturas durante o período de trabalho (quadro III).

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Quadro III – Categorias de ação do método OWAS para as posturas de trabalho de acordo com a percentagem de permanência na mesma postura durante o período de trabalho. COSTAS

1 – Ereta

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

2 – Inclinada

1

1

1

2

2

2

2

2

3

3

3 – Torcida

1

1

2

2

2

3

3

3

3

3

4 – Inclinada e torcida

1 2

2

2

3

3

3

3

4

4

4

BRAÇOS 1 – Ambos os braços abaixo do nível dos ombros

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

2 – Um braço ao nível dos ombros ou acima

1

1

1

2

2

2

2

2

3

3

3 – Ambos os braços ao nível dos ombros ou acima

1

1

2

2

2

2

2

3

3

3

PERNAS 1 – Sentado

1

1

1

1

1

1

1

1

1

2

2 - De pé com ambas as pernas esticadas

1

1

1

1

1

1

1

1

2

2

3 - De pé com uma das pernas esticadas

1

1

1

2

2

2

2

2

3

3

4 – Dois joelhos dobrados

1 2

2

2

3

3

3

3

4

4

4

5 – Um joelho dobrado

1 2

2

2

3

3

3

3

4

4

4

6 – Ajoelhado

1

1

2

2

2

3

3

3

3

3

7 – A andar

1

1

1

1

1

1

1

1

2

2

0

20

% de tempo de trabalho

40

60

80

100

As fases selecionadas para serem analisadas são aquelas que o observador considera de maior constrangimento para o operador. Para análise da postura, força e fase do trabalho é necessário observar as amostras das atividades registadas fazendo, de seguida, estimativas do tempo durante o qual são exercidas forças e assumidas as posturas.

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Figura 1 – Posições das costas, braços e pernas Fonte: Wilson e Corlett (1995)

A combinação das posições das costas, braços, pernas e uso de força no método OWAS recebe uma pontuação que poderá ser incluída no sistema de análise WinOWAS, ou seja num software utilizando o Windows como sistema operativo, o qual permite categorizar níveis de ação para promover a Saúde Ocupacional, com a implementação de medidas corretivas. Serão apresentados nas figuras 1 e 2 as posições das costas, braços e pernas, bem como o sistema de análise Win-OWAS.

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Figura 2 - Sistema de análise Win-OWAS Fonte: Wilson e Corlett (1995)

2.3

RECOMENDAÇÕES NO MÉTODO OWAS

O método avalia as posturas considerando a perceção dos trabalhadores e a análise dos ergonomistas, no que respeita às consequências. Classifica em quatro grupos de recomendações para ações corretivas com diferentes escalas de tempo:

Categorias de recomendações para ações corretivas • Categoria 1: postura normal que dispensa cuidados (exceto em casos excecionais); • Categoria 2: a postura deverá ser verificada durante a próxima revisão de rotina de trabalho; • Categoria 3: postura que deve merecer atenção a curto prazo; • Categoria 4: postura que deve merecer atenção imediata.

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2.4

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CONCLUSÃO

Embora o método tenha limitações, tem demonstrado benefícios na monitorização das tarefas, identificando as atividades mais prejudiciais e em simultâneo as regiões anatómicas mais atingidas. Desta forma, possibilita a construção de recomendações ergonómicas que eliminem ou minimizem essas atividades. Uma vez que a preocupação pela localização das dores é um facto, surgiu a proposta de um diagrama para facilitar a indicação das áreas onde os trabalhadores sentem dores, fazendo para este efeito a divisão do corpo humano em diversos segmentos: 1 – Pescoço 2 – Costas – superior 3 - Costas – médio 4 – Costas – inferior 5 – Bacia 6, 11 – Ombros 7, 12 – Braços 8, 13 – Antebraços 9, 14 – Punhos 10, 15 – Mãos 16, 19 – Coxas Imagem 1 – Divisão do corpo Humano

17, 20 – Pernas 18, 21 – Tornozelo e pés

Munido com este diagrama o analista entrevista os trabalhadores no final de um período de trabalho e pede que apontem as regiões onde sentem dores. De seguida pede-se que avaliem o grau de desconforto que sentem em cada um dos segmentos indicados. Este índice é classificado em oito níveis, que variam de zero (extremamente confortável) até ao nível sete (extremamente desconfortável).

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Este método permite-nos referir um exemplo da sua aplicação no caso de uma máquina de soldar por ponto (exemplo 4 em anexos). Podemos ainda referir outros métodos também bastante importantes: o PASEA Posture Analysis System for Ergonomic Aplication desenvolvido na Faculdade de Motricidade Humana pelo Prof. Dr. Francisco Rebelo para a avaliação e quantificação das posturas dos trabalhadores e o Spinal Dynamics desenvolvido pelo Laboratório de Biomecânica do Instituto Gulbenkian/Ciências e Laboratório de Ergonomia da F.M.H. U.T.L, destinado à quantificação do stress postural na coluna vertebral. Não menos importante é o facto da análise da atividade permitir ao investigador identificar qualitativamente e em alguns casos quantitativamente os fatores de risco ergonómicos. A avaliação da quantidade de exposição a partir do qual é lesiva para as estruturas músculo-esqueléticas, é contudo muito mais complicada. Daí que esta avaliação ergonómica não seja estática no tempo. Deverá ser acompanhada e articulada com os outros departamentos da organização.

Ideia Chave As posturas de trabalho são um dos objetos de estudo da Ergonomia Física, sendo que uma boa postura se evidencia pela utilização de menor esforço muscular e é mensurável através da utilização de vários métodos de avaliação postural. Temos como exemplo o OWAS, PASEA e SPINAL DYNAMICS.

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