Gestão Finanças Pessoais_ModI_Interacção Sociedade e Custo de Oportunidade

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GESTÃO DE FINANÇAS PESSOAIS MÓDULO I

Gestão das Finanças Pessoais

INTERAÇÃO EM SOCIEDADE E CUSTO DE OPORTUNIDADE www.nova-etapa.pt


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Mód. I: Interação em Sociedade e Custo de Oportunidade

ÍNDICE Módulo I – Interação em Sociedade e Custo de Oportunidade

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Objetivos Pedagógicos

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Conteúdos Programáticos

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10 Princípios Base da Economia

4

1. Todos enfrentamos escolhas

5

2. O custo de uma coisa é o que prescindimos para a obter

7

3. Pessoas racionais pensam sempre em termos “marginais”

8

4. Reação a incentivos

9

5. Papel das trocas comerciais

9

6. O mercado é geralmente uma boa forma de organizar a economia

10

7. A intervenção do estudo pode, por vezes, melhorar o que o mercado conseguiu fazer

11

8. A qualidade de vida de um país e das pessoas que nele vivem depende da sua capacidade de produzir e obter bens e serviços

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9. Os preços na economia aumentam quando há demasiada emissão de dinheiro

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10. Todas as sociedades enfrentam um trade-off de curto prazo entre desemprego e inflação

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Módulo I – Interação em Sociedade e Custo de Oportunidade OBJETIVOS PEDAGÓGICOS No final deste módulo deverá ser capaz de:

Perceber o processo de decisão na economia e o papel que desempenha; Utilizar e compreender a noção de custo de oportunidade; Compreender a interação dos agentes económicos na economia; Saber os princípios básicos de funcionamento da economia.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS 

10 Princípios Base da Economia

Todos enfrentamos escolhas;

O custo de uma coisa é o que prescindimos para a obter;

Pessoas racionais pensam em termos marginais;

Reação a incentivos;

O comércio melhora a vida dos intervenientes na economia;

Os mercados são, geralmente, uma boa forma de organizar a economia;

A intervenção do estado pode, por vezes, melhorar o que o mercado não conseguiu fazer;

A qualidade de vida de um país e das pessoas que nele vivem depende da sua capacidade de produzir e obter bens e serviços;

Os preços na economia aumentam quando há demasiada emissão de dinheiro;

Trade-off de curto prazo entre inflação e desemprego.

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10 PRINCÍPIOS BASE DA ECONOMIA Antes de explorarmos o custo de oportunidade e a forma como este custo faz parte do nosso dia a dia, é importante ver como o nosso processo de decisão é influenciado por vários fatores. É usual não dedicar um pensamento a estes fatores porque o fazemos inconscientemente, não obstante a plena consciência deste processo é o primeiro passo para melhorar o mesmo.

Os 10 princípios base da economia englobam este processo de decisão, a forma como interagimos na economia e o funcionamento da mesma. Sumariamente, os 10 princípios base são os que se seguem:

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1. Todos enfrentamos escolhas

Vivemos pelas escolhas que fazemos. Desde que nascemos, começando pelos amigos que escolhemos, o liceu para onde vamos, o curso que tiramos, o emprego que temos. Se até uma determinada idade estas escolhas são feitas pelos nossos pais, a partir de um dado momento somos nós que as fazemos.

Somos confrontados diariamente com um conjunto de opções e acabamos por fazer escolhas, muitas delas, invariavelmente, de forma inconsciente. A título de exemplo, logo de manhã enquanto piscamos os olhos e miramos o despertador sucedem-se as questões.

Levanto-me agora ou daqui a 5 minutos? Levo uma camisa ou camisola?

Sapatos ou botas? Chá ou café? Bolos ou torradas?

Ao longo do dia mais questões se colocam, muitas das quais respondemos de imediato sem hesitação. O mesmo princípio se aplica aos gastos que fazemos. Tomo o pequeno5 www.nova-etapa.pt


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almoço em casa ou no café em frente? Compro este livro ou uma camisola? Vou ao cinema ou alugo um filme? Estas escolhas são tão mais importantes quando consideramos que o dinheiro que temos para gastar é finito, ou seja, não podemos ter tudo o que queremos.

Tomamos estas decisões e enfrentamos estas escolhas não só como indivíduos mas em sociedade. O governo de um país, por exemplo, tem decisões difíceis a tomar. Investir mais em equipamentos de defesa significa investir menos em saúde, por exemplo. Alocar mais dinheiro para a educação implica alocar menos a outras áreas.

Perante o exposto podemos definir a opção que preterimos como o custo da escolha que fizemos. Ou seja, o custo do livro é a camisola, dado que prescindimos da camisola para adquirir o livro.

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2. O custo de uma coisa é o que prescindimos para a obter

Esta noção parece fácil de apreender, no entanto nem sempre é assim tão linear. Todas as nossas escolhas têm um conjunto de custos que nem sempre são tão rapidamente identificáveis. Por exemplo, tirar ou não um curso superior. Podemos ser tentados a somar todos os custos que teríamos associados se optássemos por essa via, como propinas, livros, alojamento… mas existem outros custos, nomeadamente o custo do tempo que passamos a estudar, ou seja, a impossibilidade de ter um emprego durante essas horas.

Além disso, estaríamos a incluir um custo que teríamos sempre, o alojamento, dado que precisamos de um sítio para morar.

Os economistas chamam a este conjunto de custos, ou seja, da soma dos custos totais incluindo do tempo que temos para estudar, o custo de oportunidade. Um exemplo usado com frequência é o dos atletas de alta competição, que se veem confrontados com a escolha entre prosseguir os estudos ou desenvolver carreira no desporto. Perante os contratos milionários que alguns assinam, uma larga maioria opta por desenvolver a carreira como atleta.

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3. Pessoas racionais pensam sempre em termos “marginais” Quando estamos a comer bolachas as nossas opções não são comer o pacote todo ou não comer nada, mas antes comer ou não mais uma bolacha. Tal como quando estamos a ver televisão a escolha não é entre ver televisão a noite toda ou ir dormir, será entre uma hora adicional de televisão e uma de sono.

Implicitamente, quando estamos a gerir estas opções, quase sem nos darmos conta, o que estamos a fazer é

pensar

em

termos marginais, ou seja, qual o custo/benefício

de

mais

uma

bolacha, mais uma hora.

O mesmo se aplica à gestão que temos de fazer do nosso orçamento familiar e dos nossos gastos, qual o benefício e o custo de mais uma ida ao cinema, mais um jantar fora? Estas decisões vão depender da valorização que fazemos de todos os aspetos da nossa vida. Pensar em termos marginais permite-nos tomar decisões mais fundamentadas, como por exemplo o custo / benefício de mais um ano a estudar.

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4. Reação a incentivos Todos os intervenientes na economia respondem a incentivos, ou seja, a tomada de decisões vai depender de uma análise dos custos face aos benefícios.

Um

exemplo clássico em economia passa pelas peras e maçãs. Se o preço das peras

subir e o das maçãs se mantiver igual, assumindo que a minha preferência pelas duas é semelhante, passo a comprar mais maçãs e menos peras.

5. Papel das trocas comerciais Conforme vimos no módulo anterior, as trocas comerciais melhoram a vida de todos os intervenientes na economia, tendo em linha de conta que permite o acesso a produtos que de outra forma seria impossível obter.

Traduzindo do contexto de agrupamentos para países, o princípio que se aplica é o mesmo, se o país A é melhor no fabrico de têxteis e o país B produz carros mais eficientemente, então uma troca entre os dois beneficia os habitantes dos dois países. 9 www.nova-etapa.pt


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A vida em sociedade é sempre melhor que o isolamento porque é uma via de acesso a coisas as quais não seria possível obter de outra forma. Assim, mesmo que as famílias compitam umas com as outras tentando obter outros empregos ou procurando os melhores preços, estão melhor do que se vivessem sozinhas.

6. O mercado é geralmente uma boa forma de organizar a economia

É uma realidade que numa economia de mercado os empresários tomam decisões baseadas em preços e interesses próprios. Não obstante, isto não quer dizer que não se promova o bem-estar, porque todos acabam por interagir.

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7. A intervenção do estado pode, por vezes, melhorar o que o mercado conseguiu fazer

A regulação ambiental, por exemplo. As fábricas mais poluentes não se preocupariam muito com a quantidade de poluição emitida se não existissem leis que as obrigassem a controlar o que emitem para a atmosfera.

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8. A qualidade de vida de um país e das pessoas que nele vivem depende da sua capacidade de produzir e obter bens e serviços

Este princípio é uma consequência óbvia de tudo o que dissemos até agora. A produtividade de um país vai condicionar o seu padrão de vida, dado que afeta a forma como se efetuam trocas comerciais, como se vive nessa economia, etc.

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9. Os preços na economia aumentam quando há demasiada emissão de dinheiro

Já abordámos um pouco este tema no módulo anterior. Como as emissões monetárias são uma necessidade recorrente, um dos grandes objetivos dos Bancos Centrais acaba por ser a estabilidade de preços.

10. Todas as sociedades enfrentam um trade-off de curto prazo entre desemprego e inflação

Quando o desemprego diminui, aumenta o rendimento disponível dos agentes económicos, ou seja, aumenta a procura de bens e por conseguinte o seu preço. O inverso também é verdade. Este trade-off é traduzido na economia no que chamamos a curva de Philips.

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Mód. I: Interação em Sociedade e Custo de Oportunidade

Como exemplo veja-se o que aconteceu em Portugal entre 2008 e 2010, em simultâneo com a descida de preços (chegámos a ter uma inflação negativa), aumentou o desemprego.

Em resumo:

Todos nós vivemos em sociedade e a forma como interagirmos influencia não só a nossa vida mas a vida de todos os que nos rodeiam.

A forma como escolhemos, como dialogamos, como negociamos, como reagimos a um aumento de preço… tudo isso é levado em conta pelos intervenientes na economia com poder de decisão.

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