Computerworld 541 - INTELIGÊNCIA EM MOVIMENTO

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TABLETS: NACIONAIS CHEGAM AO MERCADO MAIS BARATOS E DESAFIAM IMPORTADOS

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WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR | OUTUBRO DE 2011 | ANO XVIII | NO 541 | R$ 14,95

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OUTUBRO | 2011

Índice

CAPA

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INTELIGÊNCIA EM MOVIMENTO

Dispositivos recebem Business Intelligence e colocam na palma da mão informações estratégicas que impulsionam negócios e ampliam a competitividade

TELECOMUNICAÇÕES 27 REDE 4G

Brasil precisa preparar rede de telefonia para suprir demanda da Copa do Mundo e Olimpíadas. A 4G tem sido a aposta do mercado. Operadoras questionam condições para compra de frequências

REDES SOCIAIS

32 SOCIAL BUSINESS EM ALTA Passada a euforia da adoção de redes sociais no ambiente corporativo, empresas começam a resolver impasse de quem cuidará do gerenciamento desses poderosos canais

TABLETS

40 MADE IN BRASIL Chegam ao mercado as primeiras linhas de tablets produzidas em solo nacional. Fabricação local beneficia-se de incentivos fiscais que poderão reduzir em mais de 30% preço final do produto

GESTÃO

49 TRABALHO REMOTO Profissionais em home office podem ser mais produtivos e felizes do que os que desempenham funções dentro da empresa. Saiba como o modelo pode ajudar os negócios

APLICATIVOS MÓVEIS Desafios e oportunidades para as empresas

Como elaborar uma estratégia de TI que atenda às dificuldades imediatas e aos benefícios no longo prazo

Página

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NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA

4G




EDITORIAL | SOLANGE CALVO

PRESIDENTE Silvia Bassi VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO Ademar de Abreu

WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR REDAÇÃO PUBLISHER Silvia Bassi silviabassi@nowdigital.com.br DIRETORA DE REDAÇÃO Cristina De Luca cristina.deluca@nowdigital.com.br EDITORA-EXECUTIVA Solange Calvo solange.calvo@nowdigital.com.br EDITORA-ASSISTENTE Edileuza Soares edileuza.soares@nowdigital.com.br REPÓRTERES Déborah Oliveira deborah.oliveira@nowdigital.com.br, Lucas Callegari lucas.callegari@nowdigital.com.br ARTE Gerson Martins, Ricardo Alves de Souza (designers) e Juliano Chaves (produção gráfica) EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS IMPRESSOS Luiz C. Faloppa lfaloppa@nowdigital.com.br George Padilha george.padilha@nowdigital.com.br ON-LINE Wagner Kojo wagner.kojo@nowdigital.com.br Alessandra Dias Martins alessandra.martins@nowdigital.com.br Marcelo Gonçalves marcelo@nowdigital.com.br Rodrigo Rocha rodrigo.rocha @nowdigital.com.br EVENTOS Ellen Rotstein ellen.rotstein@nowdigital.com.br REPRESENTAÇÃO NÃO TI WA Representações wa@nowdigital.com.br MARKETING E AUDIÊNCIA SUPERVISORA DE MARKETING E AUDIÊNCIA Carolina Carvalho carolcarvalho@nowdigital.com.br CENTRAL DE ATENDIMENTO

Para assinar ou resolver dúvidas sobre assinaturas, entrega de exemplares ou compras avulsas: 11 – 3049-2039 - Grande São Paulo - 0800-7710 029 demais regiões, e-mail: falaassinante@nowdigital.com.br O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00 Publicidade Para anunciar na Computerworld impressa, nos nossos sites e discutir a criação de uma estratégia de marketing para seu produto ou serviço, ligue para (11) 3049-2079 ou envie um e-mail: comercial@nowdigital.com.br Redação Computerworld: Tel.: (11) 3049-2000 Na internet Acesse o site Computerworld: www.computerworld.com.br

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DISTRIBUIÇÃO Door To Door

B

Nas pontas dos dedos

Solange Calvo é editora-executiva solangecalvo@nowdigital.com.br

ill Gates, fundador da Microsoft, faz tempo disse que o futuro da informática era colocar a informação nas pontas dos dedos. E o futuro é agora. E não se trata mais de acesso instantâneo a dados dos mais variados tipos e formatos. É, de fato, pura informação. Mais do que isso, informação estratégica. Aquela que faz toda a diferença para dinamizar a competitividade. Decidir qual caminho tomar, esteja onde estiver, a qualquer momento, era o sonho de muitos executivos em um passado não muito distante. Hoje, a avaliação rápida para tomar a decisão e agilizar processos está nas pontas de seus dedos, por meio do Business Intelligence (BI) móvel. O BI tradicional, velho conhecido, no ano passado cresceu em solo nacional acima de 30% em relação a 2009, movimentando mais de 300 milhões de dólares, de acordo com a IDC. Ou seja, representamos mais de 50% do mercado de BI na América Latina. Mas o BI móvel, segundo estimativas da consultoria, deve registrar incremento acima da marca do BI, que deve apresentar crescimento composto anual entre 18% e 20% até 2015. Na reportagem de capa deste mês, A vez da inteligência móvel, você ficará sabendo como a tecnologia saltou para smartphones e tablets, impactando negócios de variados setores. Um avanço que já começa a viciar gestores que não mais conseguem se imaginar sem o recurso. Ainda nesta edição, na qual a mobilidade permeia todo o conteúdo, impulsionando aplicações críticas para os negócios, você terá um panorama nacional sobre os protagonistas da era móvel do momento, os tablets. O Brasil quer ser um grande

centro produtor desses objetos do desejo e as primeiras linhas made in Brasil já estão nas prateleiras, com estimativa de preços reduzidos em mais de 30% em razão dos incentivos do governo. A indústria nacional desafia a concorrência e afirma que está em pé de igualdade com a qualidade dos importados. Vale a pena conferir. Outra leitura interessante é sobre o desafio de estar tecnologicamente pronto para a Copa do Mundo de 2014 que o País sediará. Especialmente em relação à tecnologia 4G. Nos bastidores, o juiz já deu o apito inicial e o cronômetro caminha a passos largos, sinalizando que faltam apenas três anos para rolar a bola. A reportagem O jogo da 4G no Brasil discute questões sobre a infraestrutura necessária, entre outras demandas, para suportar o grande volume de tráfego de dados durante o mundial de futebol. E como não poderia faltar, as mídias sociais, como se sabe, estão cada vez mais integradas às estratégias das empresas. A questão atual é quem irá gerenciar o social business nas corporações. Algumas companhias já encontraram caminhos que se dividem entre criar um departamento voltado para esse fim ou compartilhar a responsabilidade com TI, Marketing e Comunicação. Cada qual com o seu modelo, o importante é entender que é um caminho sem volta e que vale a pena sair à frente para extrair o máximo desse canal de alto alcance para a marca. Boa leitura!


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Redes sociais em linha com estratégias corporativas O mix de tecnologia e marketing do social business é uma combinação explosiva, que vem despertando a atenção de companhias dos mais variados setores. No IT Board, os tweets revelam que é preciso saber interagir com eficiência e cautela nesse universo. Siga-nos e entre no debate!

gimussalem Social Business: potencializar e socializar redes de pessoas que aplicam conteúdo para aprimorar execução de tarefas e produtividade. bmmoraes “Estar on-line não significa ser presente”, diz executivo da IBM sobre as redes sociais. @fr_ob: “Social Business é capitalizar redes de pessoas para ter vantagem competitiva no mercado”, Mario Costa. @marigastaldello: Não basta usar tecnologia para ter sucesso com a rede social, é preciso saber interagir com ela, saber ouvi-la.

soudW “70% dos executivos assumem ter ganhos em redes sociais e 52% querem investir mais”, André Figueiredo.

@itboardbr Os melhores tweets de tecnologia da informação e comunicação

@allanvides IBM promove colaboração intercorporações via cloud #SocialBusiness

As redes sociais avançaram em atividades como colaboração, troca de informações e fonte de pesquisas. Assim, não demorou para que se esgueirassem pelo universo corporativo. Elas estão ganhando cada vez mais características profissionais, fortalecendo a estratégia das empresas. As discussões no IT Board mostraram essa movimentação.

ofertasibm Ferramentas de relacionamento e colaboração on-line integradas ajudam você a trabalhar de forma mais inteligente antes, durante e após a reunião.

IBMTivoliBrasil Preocupado com Segurança e Privacidade nas Mídias Sociais?

fabio_andrade_ como convencer o alto escalão disso ? RT @itboardbr #socialbusiness Analistas afirmam que funcionários plugados em #mídias sociais são mais informados, ágeis e sociáveis. randalpb @itboardbr o cyberespaço e as mídias sociais são grandes armas de CRM a meu ver, pena que ainda muitas empresas ignoram. wrf_romero @itboardbr A política do bloquear tudo funciona? Isso depende da cultura dos funcionários da empresa. #gestão

ibmbrasil RT @allanvides: IBM provove colaboração intercorporações via cloud! #SocialBusiness


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OPINIÃO | Carlos Maffei

Cloud e negócios...

n Carlos Maffei é diretor de Mercados

e Negócios da Benner Sistemas

P

ara muitas pessoas, falar sobre cloud computing é modismo, enquanto para outras não há significado algum. O grupo técnico, por exemplo, conhece o conceito, mas não o associa aos negócios. São poucos os que enxergam oportunidades para empresas comuns e não para as de TI, que já lançaram muitos produtos para a nuvem.

Hoje, pensar em produtos e serviços é necessariamente pensar em nuvem, primeiramente como estratégia de redução de custos internos www.computerworld.com.br

Ainda não existe uma visão clara do que a nuvem pode trazer de riscos e oportunidades. Hoje, pensar em produtos e serviços é necessariamente pensar em nuvem, primeiramente como estratégia de redução de custos internos, sabendo que manter estrutura tecnológica em casa custa caro. Segundo, porque ambiente interno toma tempo e a frase mais comum que escutamos é que “tempo é dinheiro”, então, se nos toma tempo, nos toma dinheiro. Esse é o principal discurso utilizado pelos fornecedores, mas é a ponta do iceberg. O que é mais visível, porém, é que existem diversos riscos e oportunidades “escondidas”. Pensemos, por exemplo, em uma comunidade de associações de classe, sendo que cada uma delas pensa e age individualmente. No máximo trocam experiências em encontros. Em uma nuvem, todas as associações podem compartilhar custos de TI, comprar em um portal único para reduzir custos, utilizar o mesmo software, o mesmo portal, a mesma estrutura de e-mails, o mesmo site de vendas e o mesmo controle de associados. Enfim, se você fornece para uma associação pense nisso! É claro que temos de levar em consideração o risco de deixar de ser fornecedor, mas há também a possibilidade de prover a todos, daí surge uma pergunta: estou preparado? Para

essa pergunta, não há resposta padrão, mas resposta única. Descobri-la significa entender o momento e decidir o que se quer e como se pretende atingir. Primeiro, respondo, depois, e finalmente, coloco em prática a estratégia (execução). Muitas empresas e negócios vão desaparecer, outros vão-se adaptar e outros ainda surgirão. É o conceito de Darwin, em que vence o que se adapta melhor. É exatamente o que está ocorrendo com as livrarias que estão desaparecendo e dando espaço para o livro virtual. Caso minha empresa fosse uma editora ou gráfica, o que eu deveria fazer? Os jornais e as revistas já reestruturam seus negócios, alguns sucumbiram, como é o caso do Jornal do Brasil. Outros estão na internet e ainda vendendo revistas no iPad à preço de banca, sem ter de imprimir, distribuir e recolher sobras. Isso sim é se adaptar a esse novo mundo. Se sua empresa presta serviços de rede e infraestrutura, o que vai fazer? Talvez possa ser uma consultoria de portais, uma companhia para treinar as pessoas. Também poder criar uma nuvem de apoio aos usuários remotos. O fato é que a nuvem chegou. Para alguns é chuva, para outros vida. Esperamos que você desfrute do conteúdo e possa descobrir sua oportunidade. n


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Identidade nas redes sociais

Parabéns pela matéria, acredito que muitos profissionais de marketing digital trabalham de forma errada, vendendo para o cliente a inclusão da marca em diversos meios de divulgação sem realizar um estudo aprofundado ou criar uma estratégia de divulgação. Leitor: Ricardo Sierban Reportagem: Empresas devem criar identidade para entrar em redes sociais

Desafios do ERP

Muitos projetos fracassaram já na criação da equipe, geralmente composta por profissionais inexperientes que acham que sabem o que fazer, visto que possuem curso superior. Quando o projeto começa, surgem as críticas à infraestrutura, que podem funcionar em uma aula de universidade, mas que em uma empresa tudo é

diferente. No final, saem todos de cabeça quente, sem ganhar experiência alguma! Leitor: Paulo Estevão Pauli Reportagem: ERP: por que os projetos fracassam

TI invisível

Muitas vezes, a TI sofre pressões e questionamentos que não ocorrem em outras áreas da empresa. É claro que a TI está sempre em evidência pela importância estratégica e pelo tamanho do orçamento. Vamos imaginar duas situações. Na primeira, um departamento que queira adquirir um produto ou serviço diretamente, sem passar pelo departamento de compras. Na segunda, outro departamento que deseja contratar um serviço de um escritório de advocacia, desprezando o departamento jurídico da companhia. Essas situações seriam aceitas pela direção geral da corporação? Provavelmente não. Todos

devem prestar o melhor serviço possível e atender ao usuário da melhor forma e se não estão fazendo isso, que a empresa tome as devidas providências. Nós já vimos esse filme na época do client/ server, todos os departamentos tinham sua própria TI, mas quando as coisas começaram a complicar, quiseram que a TI assumisse tudo e ela não tinha condições de fazê-lo. Com isso, muitos investimentos e sistemas corporativos se perderam. Leitor: Daniel Raisch Reportagem: O papel da TI na era da TI invisível

Esquecemos

A foto publicada na página 56 da matéria de título Colaboração no comando, veiculada na edição 540 da COMPUTERWORLD edição especial IT Leaders, é de autoria do fotógrafo Anderson Barreto.

O QUE VOCÊ SÓ ENCONTRA NO SITE DA COMPUTERWORLD

Cinco razões para adotar comunicação unificada Há muitas maneiras de comunicar-se com parceiros, clientes e colegas de trabalho – por telefone, email, mensagens instantâneas, fax, videoconferência e mídias sociais. Segundo especialistas, gerenciar separadamente cada uma delas não só é ineficiente, como pode provocar conflitos, uma vez que todos usam Internet. Um único sistema para gerenciar todos os meios digitais de comunicação permite uma só interface de gerenciamento, com arquivamento e backup integrados. A comunicação unificada, que vem do termo em inglês Unified Communicationns (UC), possibilita oferecer aos usuários uma única plataforma para acessar as ferramentas de quaisquer dispositivos. Com essa tecnologia, os funcionários podem ouvir mensagens de voz, responder e-mails, ler posts no Twitter ou no Facebook, enviar e receber fax, e participar de conferências de vídeo a partir de uma única aplicação, seja no escritório ou na estrada. A

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seguir, cinco razões para sua empresa investir em UC, segundo os especialistas. Redução de custos no longo prazo Implementar estratégia de UC requer planejamento, investimentos em novos equipamentos e uma configuração considerável, mas o resultado final será a redução de custos de gestão, bem como dos serviços de telefone, fax, videoconferência, mensagens instantâneas e assim por diante. É mais fácil para a equipe de TI manter funcionando um único sistema – É possível gerenciar sistemas por meio de uma única interface. Em vez de monitoramento de sistemas múltiplos, há apenas uma para controlar. Da mesma forma, uma vez que todas as comunicações estarão executando por meio da Internet, você não terá de diagnosticar e distinguir entre problemas de uma rede de dados ou telefone – ou ainda se preocupar com obscuros equipamentos de telefonia. Usuários gastam menos tempo lidando com programas separados - Acessar toda a

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correspondência em uma caixa de entrada irá tornar sua vida mais fácil. Em vez de abrir um e-mail, imprimir os resultados e enviar fax de pedido de compras para um fornecedor, ele pode imprimir a mensagem diretamente pelo servidor de fax. Eles ainda serão capazes de ouvir mensagens de voz em qualquer computador e transmiti-los. Facilidade para fazer backups e arquivar Diante das várias exigências para assegurar que e-mails, mensagens instantâneas e faxes sejam armazenados de forma segura, um sistema de backup e arquivamento é essencial. O sistema de comunicações unificadas permite configurar uma única solução para fazer a cópia de todos os arquivos. Usuários ganham agilidade - Como eles podem acessar um sistema de comunicação unificada via web, podem trabalhar a partir de sua mesa, do smartphone, de um dispositivo sem fio e, praticamente, de qualquer computador. A implementação de UC exige pesquisa, planejamento, esforço e treinamento.

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Primeira pagina O ESSENCIAL & MAIS

O que vem por aí

Gartner ITxpo – 26 a 28 de outubro, em São Paulo. Voltado para executivos C-levels, terá como tema TI na gestão de custos, excelência operacional, crescimento empresarial e vantagem competitiva. Mais de cem sessões, workshops, mesas redondas e outras atividades mostram as tendências do mercado e de que forma o profissional pode estar em linha. Smart Grid Fórum 2011 – 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro, em São Paulo. Sob o tema Crescer ou Modernizar a Infraestrutura: Os Desafios das Tarifas e do Meio Ambiente, o evento vai monitorar o progresso tecnológico mundial na área de smart grid, sintetizar resultados obtidos e articular ações para criar condições de implementação de tecnologias.

estratégia

Lodestone desembarca no Brasil para explorar mercado de serviço ntusiasmada com a situação favorável da economia brasileira e o crescimento do mercado de serviços de TI, a consultoria suíça Lodestone Management Consultants chega ao País. A empresa investiu 10 milhões de reais na abertura de uma subsidiária em São Paulo, que começa com 30 profissionais e espera encerrar 2012 com um time de 200 pessoas. O Brasil é a porta de entrada da Lodestone na América do Sul. A região será atendida pela filial brasileira, mas já está no planejamento a abertura de um escritório na Argentina em 2013. A entrada no Chile e na Colômbia está prevista para 2014. Essas unidades vão-se reportar à subsidiária brasileira, que responderá à matriz, em Zurique. A Lodestone é uma companhia global com presença em 16 países e faturamento de 158 milhões de euros (2010).

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A empresa traz na bagagem experiência em consultoria de projetos SAP. “Nosso alvo são grandes multinacionais e empresas brasileiras que se estão internacionalizando. Elas têm processos complexos e precisam transformá-los para que fiquem mais competitivas”, diz Frank Dorr executivo que vai conduzir divulgação

E

a operação da Lodestone Brasil em sociedade com o brasileiro Claudio Elsas. Ambos passaram pela CPM Braxis, antes da aquisição pela Capgemini. A Lodestone vai explorar o mercado de serviços e outsourcing de TI com estratégia diferenciada. O objetivo não é fazer implementação de sistemas

de gestão empresarial (ERP) nem integração de outras tecnologias. “Somos consultoria de negócios com conhecimento em SAP e vamos apoiar nossos clientes, orientando sobre os melhores processos que podem ser adotados”, explica Elsas. Dorr diz que um dos fatores que atraíram a Lodestone a vir para Brasil são as taxas de crescimento do mercado de serviços de TI de 10% ao ano e receita estimada em 30 bilhões de dólares até 2015. Já consultoria, segundo ele, deverá crescer entre 7% e 8% ao ano. Porém, ele constata que falta competição de empresas sofisticadas para atuar nessa área e que a companhia suíça chega com o desafio de ganhar larga fatia dessa pizza. Projeções de negócios para o País não foram reveladas.

Elsas e Door: Alvo no Brasil são os grandes clientes



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CURT AS

■ No Brasil, o mercado

de Business Process Outsourcing (BPO) deverá movimentar cerca de 57,4 bilhões de reais em 2011, crescimento de 9% em relação ao ano anterior. Dados são de estudo da E-Consulting, consultoria de TI, que aponta que os setores de manufatura & recursos naturais, governo, financeiro e comunicação/ mídia/serviços são os maiores compradores de soluções BPO. Um dos principais motivadores é a redução de custos.

■ A consultoria mostra ainda

que cerca de 35% das mil maiores empresas do Brasil têm planos para contratar algum tipo de serviço de BPO ainda neste ano. Para Daniel Domeneghetti, sócio fundador da E-Consulting e coordenador do estudo, as companhias nacionais ainda demonstram temor e imaturidade em relação ao BPO e dificuldades em perceber seus benefícios.

■ As projeções da

E-Consulting para 2015 apontam que BPO no Brasil deverá movimentar cerca de 81 bilhões de reais, com destaques para o volume das verticais de TI e relacionamento. As maiores taxas de crescimento serão observadas nas áreas de compras e Knowledge Process Outsourcing (KPO).

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NEGÓCIOS

Conceito de inovação aberta acelera projetos D

iferente do modelo que reúne pesquisa, desenvolvimento e comercialização de produtos por conta própria, assumindo os riscos de uma iniciativa inovadora, indústria, universidade e governo unem-se para colocar os projetos em prática. Esse é o princípio da inovação aberta, que enfatiza a importância do uso de conhecimento externo para melhorar o desempenho do processo, capaz ainda de acelerar e reduzir o custo do desenvolvimento. Essa é a bandeira do Centro de Open Innovation – Brasil. Criado em 2009, a instituição atua com inovação aberta e surgiu da iniciativa de Henry Chesbrough, autor do livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology. Ele é o criador de um conceito chamado Hélice Tríplice, que prega que para estabelecer inovação é preciso integrar ações do governo, indústria e universidade. Desde que surgiu, entre os objetivos do centro estão disseminação de boas práticas de inovação aberta no País, incentivo à pesquisa acadêmica e colaboração com outros centros do mundo. “Quem aposta em um ecossistema propício às relações e à cooperação tem mais chances de ser bem-sucedido no processo”, afirma o diretor do centro, Bruno Rondani.

Bruno Roldani, do Centro de Open Innovation: ecossistema propício à cooperação tem mais chances de ser bem-sucedido

De acordo com Rondani, esse modelo deve ser baseado em redes que podem incluir centros de pesquisa, clientes, fornecedores, startups e até mesmo concorrentes. “As companhias têm-se movimentado nesse sentido. O próprio Open Innovation já conta com a participação de cerca de 130 entidades, entre elas, aproximadamente 50% de empresas, 30% de governo e 20% de universidades”, diz. O executivo afirma que

esse é um modelo que tem crescido. “Muitas empresas já perceberam que o pulo do gato é a colaboração”, pontua. Os investimentos em recursos humanos que antes se restringiam ao quadro de funcionários ganham reforços com a colaboração de talentos de fora da organização. Roldani explica que o papel do Open Innovation não é só o de fomentar a união dos setores, mas também de promover a capacitação. “No ano passado, formamos 77 gestores de inovação, que passaram a conhecer modelos de negócios, questões financeiras etc. Fazemos com que eles entendam qual é o papel do gestor para que ele esteja preparado para atuar na área e viabilizar novidades ao mercado”, diz.



16 primeira página gestão

Reforço no

CRM A

o conquistar a marca de oito anos no mercado, a BExpert, empresa brasileira de tecnologia e consultoria em gestão empresarial com foco em CRM, projeta forte expansão dos negócios nos próximos meses. A companhia encerrou 2010 com faturamento de 7 milhões de reais e a expectativa para este ano é finalizar com 15 milhões de reais. “A ideia é, nos próximos anos, manter crescimento de 50% que registramos desde 2006”, pontua Daniel Huallem, CEO da companhia. A BExpert que começou pequena com cinco sócios alocados em uma sala de 20 metros quadrados, conta hoje com mais de cem funcionários. Evoluiu, de acordo com Huallem, de um perfil de apagar incêndios e ganhou peso estratégico nos negócios. Em agosto, abriu uma filial no Rio de Janeiro, que, segundo o executivo, deverá corresponder a 40% do faturamento da companhia já neste ano. Huallem diz que os números se justificam, visto que há no País terreno fértil para o desenvolvimento de projetos de CRM, especialmente relacionados às mídias sociais. “A sofisticação do mercado vai além de centralizar dados”, avalia. “Redes sociais e e-commerce rompem com a fronteira do CRM operacional”, completa. O executivo diz ainda que haverá demanda cada vez maior por solução de gestão de relacionamento com o cliente que identifique comportamentos relacionados ao lado psicológico. “O comportamento humano frente ao consumo influencia na hora da compra e mapear essa atividade já está na agenda das empresas”, afirma.

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tecnologia

Barreiras para adoção de cloud computing permanecem Antony Savvas, Computerworld (UK)

A

complexidade da área de computação em nuvem é um grande obstáculo para a adoção do modelo, apontam especialistas de TI. Segundo Peter Hall, analista da Ovum, o mercado global de cloud computing vai movimentar 66 bilhões de dólares em 2016. Suas estimativas apontam que em 2010 a nuvem registrou receita de 14 bilhões de dólares. “Há uma infinidade de fornecedores de cloud, mas no momento em que os vários segmentos são dominados por empresas-chave como Salesforce.com, Amazon, Rackspace, Verizon e outros, as receitas de serviços de cloud ainda são relativamente pequenas”, avalia Hall. Ele estima, por exemplo, que a Amazon represente cerca de metade do mercado de Infraestrutura como Serviço (IaaS), o que significa cerca de 400 milhões de dólares em um total de 800 milhões de dólares. A Rackspace, diz, tem participação de 10% do total. Hall aponta ainda que a Salesforce.com detém 30% do mercado de plataforma como serviço (PaaS). Na opinião de Kevin Vachon, diretor

de operações do Metro Ethernet Forum (MEF), evento que discute tecnologias na cloud pública, se as empresas estão planejando entrar na era na nuvem têm de ficar de olho em uma série de questões, como os padrões. “Quando se trata de APIs, normas, modelos de negócios, prestação de serviços e arquiteturas em nuvem criada, a indústria de cloud ainda tem dificuldades.” Steve Garrison, vice-presidente de Marketing da empresa de rede Infoblox, acredita que o termo nuvem carrega diferentes sentidos. “A nuvem nada mais é do que uma plataforma de mainframe grande que a companhia usa para obter os dados. E algumas das empresas fornecedoras estão complicando essa terminologia”, aponta. Quando o assunto é segurança, muitas vezes, ainda há o debate sobre a migração para a modalidade pública ou privada. Sean Larner, vice-presidente de Xirrus, provedor de rede sem fio, opina sobre o tema. “As nuvens privadas e públicas são convergentes e você não pode cancelar os riscos de segurança de qualquer uma das clouds que vai escolher”, finaliza.


17 mercado

SAP não quer ingressar em hardware e serviços C

loud computing, mobilidade e tecnologia in-memory. Essas são as bandeiras que a SAP tem empunhado nos últimos meses e deverá ser mantida nos próximos anos. “Temos uma estratégia muito clara. Estamos focados em aplicativos, on premise ou sob demanda e no mundo móvel. Não temos razões para ingressar em outras áreas da TI, seja hardware ou serviços”, diz Werner Brandt (foto), CFO da SAP. “Estou convencido de que nosso foco está correto”, completa. A declaração acontece dias depois de o vice-presidente

de análises de infraestrutura do instituto de pesquisas Gartner, Donald Feinberg, ter comentado sobre uma provável união entre a produtora alemã de software de a HP. Sobre uma possível compra da SAP pela IBM, como têm especulado alguns especialistas do mercado, Brandt rebate. “Nos últimos anos, temos fortalecido nossa imagem de companhia independente e rumores de compras da SAP surgem todos os dias. Para ser honesto, não há motivo para comentar sobre esse tema”, diz.

De acordo com o executivo, agora, a organização está empenhada em impulsionar a tecnologia Hight-Performance Analytics Appliance (Hana), baseada em nuvem que combina hardware, storage, sistema operacional, software de gerenciamento e recurso de busca de dados in-memory. A solução foi disponibilizada em junho deste ano em todo o mundo. “Nossa estratégia de crescimento está apoiada em inovação e é dessa forma que esperamos em 2015 ser uma companhia de 20 bilhões de euros”, afirma.

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18 capa

a vez da

inteligência

móvel

Business Intelligence salta para dispositivos móveis e coloca na palma da mão informações estratégicas que aceleram negócios e potencializam a competitividade DÉBORaH OLIVEIRa E SOLaNGE caLVO


19

A

tecnologia Business Intelligence (BI), velha conhecida do ambiente corporativo, há muito está presente na criação de cenários e campanhas de marketing assertivos, por meio da mineração de dados que constroem informações-chave, capazes de fortalecer estratégias, impulsionar negócios e tornar a empresa mais competitiva. Um aditivo de resultados. Imagine tudo isso na palma da mão, qualquer hora e lugar? Aconteceu. BI esgueirou-se por meio de dispositivos móveis como smartphones, tablets e coletores de dados e atingiu em cheio o coração de executivos e profissionais que precisam tomar rápidas decisões e agilizar processos em empresas dos mais diferentes setores da economia. Depois de desfrutar dessa facilidade, é praticamente impossível imaginar-se sem ela. É o que afirma Alexandre de Castro Naves, diretor-executivo da Castro Naves, distribuidora de produtos de consumo corporativo [copinhos de plástico, materiais de informática, papelaria etc]. Há seis meses, a empresa implementou a solução de BI móvel da Shankya, que possibilita o recebimento em dispositivos móveis de informações gerenciais e estratégicas. “A informação em tempo real é tudo. Sem ela, fica muito mais difícil: negociações, propostas, projetos, tudo.” São 58 profissionais de níveis, incluindo gestores, operadores de call center e motoristas, que recebem diariamente relatórios de BI em seus smartphones, tablets e coletores inteligentes de dados. Essas informações chegam por e-mail ou SMS. Com a inteligência de bolso, os profissionais revolucionaram processos, agilizaram as tomadas de decisão e ampliaram oportunidades de negócios, segundo Naves. “Acompanho pelo meu iPhone faturamento, dados financeiros, entre outras informações. Dessa forma, acelero ações e amplio minha produtividade”, diz o executivo que destaca que como recebe relatórios à noite, antecipa medidas e as coloca em prática logo assim que chega ao escritório no dia seguinte.

BI à mão, independentemente de hora ou lugar, vicia e contamina e se estende por toda a infraestrutura da empresa Carlos Eduardo Calegari, analista sênior de Software da consultoria IDC Brasil

De acordo com Carlos Eduardo Calegari, analista sênior de Software da consultoria IDC Brasil, a inteligência à mão, independentemente de hora ou lugar, vicia e contamina. “Ela se estende para toda a infraestrutura da empresa quando está integrada a sistemas de gestão empresarial (ERP) e Costumer Relationship Management (CRM)”, explica. Na verdade, prossegue, essas ferramentas passam a agregar capacidades analíticas, visto que compartilham uma base única de dados. Essa vantagem foi percebida por Naves. “Observamos que a aplicação buscava os dados e os transformava em informação,

que era entregue em variados destinos estratégicos. Por que não estendermos essa vantagem aos nossos clientes e fornecedores? Era o CRM analítico ganhando forma.” A Castro Naves hoje alimenta com relatórios mais de 4,8 mil clientes e 75 fornecedores. “É uma ação altamente estratégica, porque nossos fornecedores, por exemplo, cruzam nossas informações com as deles e assim identificam oportunidades de negócios”, diz. “Passamos a ser acompanhados muito mais de perto, recebemos mais atenção, o que facilita negociações, descontos, entre outros benefícios.”

Há seis meses, ampliamos oportunidades de negócios, revolucionamos processos e agilizamos tomadas de decisão Alexandre de Castro Naves, diretor-executivo da Castro Naves www.computerworld.com.br


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Bill Gates falava que o futuro da informática era colocar a informação na ponta dos dedos e hoje isso já é possível Flavio Bolieiro, vice-presidente da MicroStrategy

Outro grande ganho proporcionado pelo BI móvel na avaliação de Naves é que antes perdia-se muito tempo garimpando dados para gerar informação. Agora, essa vantagem é usada para criar soluções. “Impossível ficar sem.”

Posicionamento estratégico Mas BI sozinho não é nada, desafia Calegari. Ele será mais ou menos eficiente, dependendo do desempenho de profissionais nesse processo, garante. “A mesma informação gerada pelo BI passada a dois gestores pode implicar em resultados completamente diferentes. A forma como cada um irá trabalhá-la é que fará toda a diferença.” Segundo o analista, o mesmo acontece com quem vende BI. Para ser bem-sucedido, terá de entender sobre o mercado de atuação do cliente, para que ele possa extrair o máximo da tecnologia. “Terá de maximizar o valor da solução”, ensina. Na opinião de Flavio Bolieiro, vice-presidente da MicroStrategy para a América Latina, o setor de tecnologia da informação sempre viveu ondas: o boom da internet, a adoção de CRM, de Enterprise Resource Planning (ERP) etc. “BI sempre esteve entre www.computerworld.com.br

as intenções de adoção, entretanto, nunca registrou explosão. Agora, a tecnologia ganha espaço e isso se deve ao grau de maturidade das empresas. O Brasil está bem posicionado no uso, mas pode melhorar”, pontua. Bolieiro diz que as organizações estão enxergando o valor de analisar indicadores de performance, mas que há dois desafios em torno desse cenário. O primeiro deles está relacionado à definição dos conceitos BI e Business Analytics (BA). “Para nós, no fundo, tudo é BI. Mas

para o mercado, os termos podem parecer confusos, já que muitas terminologias surgiram”, analisa. Ele explica que para a MicroStrategy BI é a plataforma que acessa os dados e ajuda usuários a navegar por eles e BA é a aplicação desenvolvida em cima do banco de dados, usando BI. “Um não é a evolução do outro”, acredita. Para a IDC, diz Calegari, BI e BA têm o mesmo significado, portanto são avaliados sem segmentação e essa categorização é fruto de diferentes posicionamentos da indústria. “Alguns fornecedores não fazem distinção entre eles e outros sim.” Bolieiro ressalta mais um fato relevante. Ele afirma ainda haver companhias que utilizam soluções de análise de forma departamental e não desfrutam, assim, de todos os benefícios que a tecnologia pode viabilizar. Uma visão integrada e holística, diz, é o recomendado. Concorda com ele José Caodaglio, diretor sênior de vendas de BI e EPM da Oracle do Brasil. “Das pequenas às grandes empresas, esse quadro é realidade. Há uma falsa ilusão de que ao gerenciar partes, é possível gerenciar o todo.” O papel da Oracle, aponta, é ajudar as companhias a entender que a implementação de BI não é tão simples quanto parece. O executivo diz que a fornecedora equilibra essa equação com a

Companhias ainda implementam BI de forma departamental. Das pequenas às grandes, esse quadro é realidade José Caodaglio, diretor sênior de vendas de BI e EPM da Oracle do Brasil


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Não foi só mobilidade que aditivou adoção de BI móvel. O surgimento de dados não estruturados também

Kátia Vaskys, diretora de Business Analytics da IBM

filosofia de viabilizar integração entre BI e outras soluções, minimizando o esforço do usuário na realização da tarefa. Por outro lado, Kátia Vaskys, diretora de Business Analytics da IBM, identifica que há uma demanda por soluções de BI para conhecer melhor o cliente. “Entender o comportamento, perfil e tendência dele tem sido mandatório. Por volta de 2001, o CRM foi implementado nas companhias de forma operacional e agora o BI chega para mudar esse quadro”, aposta. A executiva acredita que os setores financeiro, de telecomunicação e varejo saíram na frente na adoção de soluções de inteligência, mas outros estão se rendendo à era da análise preditiva. Na área de logística, a MRS é um bom exemplo. A empresa, uma ferrovia que trabalha com transporte de carga no eixo Rio de Janeiro-Minas Gerais-São Paulo, já havia ingressado na mobilidade com o uso de BlackBerries desde 2006, e no ano passado adotou BI nos smartphones para aprimorar o gerenciamento de cargas e descargas do minério de ferro em terminais. Assim, a aplicação já chegou em um ambiente amadurecido, o que facilitou a adesão. O desafio, segundo Márcio Claudio da Gloria Maciel, analista de negócios da MRS Logística, é não deixar que os terminais fiquem ociosos, ao mesmo

tempo em que não podem apresentar gargalos. “E a aplicação reduziu sensivelmente o tempo das tomadas de decisão para a resolução de problemas.” A solução de BI móvel, desenvolvida pela Navita no modelo customizado, está disponível para 150 usuários, de variados níveis de atuação, em especial os de coordenação e diretoria. “A informação chega nas mãos de responsáveis pelo acompanhamento da carga e descarga e até do presidente da empresa, que pode monitorar o status, mesmo no aeroporto,

e tomar decisões”, relata José Nelson Figueiredo, especialista em Planejamento e Controle de TI da MRS. Aumento da produtividade, mais agilidade nos processos, redução de gargalos e também da ociosidade nos terminais são alguns dos ganhos listados por Figueiredo. “A situação ideal é a malha não parar. E o que hoje contribui muito para isso é a aplicação, que possibilita que a informação seja unificada, circule rapidamente e acelere as tomadas de decisão.” A comunicação se propaga via

A SABB usa BI móvel para acesso contínuo, de qualquer lugar, eliminando o risco de falta de conexão à internet

Paolo Chiarlone, gerente Corporativo de TI da SABB www.computerworld.com.br


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Aumento da produtividade, agilidade nos processos e redução de gargalos foram benefícios conquistados com inteligência móvel José Nelson Figueiredo, especialista em Planejamento e Controle de TI da MRS

BlackBerries ao longo dos 1,6 mil quilômetros da ferrovia. Segundo ele, é possível reprogramar trens destinados a um determinado terminal para outro, evitando paradas ou gargalos. “Tudo isso de maneira ágil, porque contamos com rápidas tomadas de decisão”, diz o especialista. A MRS trabalha com um indicador próprio chamado Trem Hora Parado [THP], bastante crítico para o negócio. “Nos empenhamos para ter o mínimo de THP, que tem reduzido bastante nos últimos anos e estimamos que com o BI móvel o resultado positivo seja ainda mais acentuado”, acredita Figueiredo. Ele acrescenta que a manutenção de locomotivas e vagões é outro ponto nevrálgico da operação e será o próximo foco do BI móvel para agilizar processos e decisões. “Pretendemos ainda aumentar o número de usuários de smartphones e também de aplicações. Se há um caminho que pretendemos crescer, é o de BI móvel”, garante.

soluções analíticas e a empresa está em linha com essa demanda. Além disso, o rápido acesso às informações de negócios possibilitou a integração com a tecnologia de BI da SAP com o ERP da companhia. “Mesmo que um usuário não tenha a nossa solução, prestamos consultoria para organizar a plataforma de informações transacional para que seja possível extrair dados de forma organizada”, observa Carlos Guimarães, diretor de Soluções Analíticas e Tecnologia da SAP. Bolieiro, da MicroStrategy, acredita

que mobilidade comandará a onda de crescimento da adoção de soluções preditivas nos próximos meses. “Há um tempo, Bill Gates, fundador da Microsoft, falava que o futuro da informática era colocar a informação nas pontas dos dedos e hoje já podemos fazer isso”, diz. Mas não somente a mobilidade aditivou a adoção de BI móvel. Kátia, da IBM, diz que as organizações estão acostumadas a lidar com a análise de dados estruturados, mas o surgimento de vídeos, informações de GPS e redes sociais, que compõem dados não estruturados, tornou-se um desafio. “Os projetos de BI nos anos 90 foram realizados olhando para dentro. Hoje, isso não funciona mais. Mídias sociais têm sido o motor de transformação da cultura analítica”, indica. O assunto vem ganhando destaque na IBM e as apostas são altas. Em 2010, a fornecedora definiu quatro metas estratégicas para os próximos cinco anos que norteiam os investimentos e Business Analytics and Optimization (BAO) – como batizou a oferta de BI +hardware+consultoria+pesquisa – faz parte dessa lista. A empresa quer registrar faturamento anual de 16 bilhões de dólares com BAO até 2015. A MicroStrategy, assinala Bolieiro, está evoluindo sua linha de produtos nessa direção. A companhia está 100% focada

A febre da mobilidade

Mobilidade e processamento em memória estão puxando desenvolvimento de soluções analíticas

Algumas tecnologias e conceitos estão impulsionando a adoção das plataformas de inteligência, como mobilidade, redes sociais e cloud computing. Para a SAP, mobilidade e processamento em memória estão puxando o desenvolvimento de

Carlos Guimarães, diretor de Soluções Analíticas e Tecnologia da SAP

www.computerworld.com.br


23 em soluções de BI, toda a sua receita mundial [que em 2010 contabilizou 454 milhões de dólares] é relacionada à oferta de plataformas analíticas. Além disso, conta com 3 mil funcionários em todo mundo, sendo 80 no Brasil, focados em buscar constantes melhorias e inovações nas plataformas de análise e um Centro de Desenvolvimento Offshore na Polônia com essa finalidade. Fruto desse esforço foi a ampliação do posicionamento na área ao disponibilizar no ano passado solução móvel. “Mobilidade chega para agregar valor e democratizar o BI”, avalia. Foi assim com a operadora de telecomunicações TIM. Desenvolvida pela MicroStrategy, a solução de BI móvel, para iPad, foi apresentada pela desenvolvedora para ampliar a qualidade de serviços prestados pela operadora [voz, dados, 2G, 3G, SMS, MMS, entre outros]. Os executivos da alta direção precisavam visualizar indicadores estratégicos no mapa do Brasil, de maneira dinâmica e a aplicação tornou possível, segundo o especialista da área de Services Quality Assurance da TIM, Cesar Mansur Souza. A comunicação é visual e, portanto, imediata, diz Souza. Ao aparecer uma bola vermelha em algum ponto do mapa, indica que aquela região está com algum problema na rede. Ao passar o cursor sobre ela, é possível obter mais dados. No iPad, as informações aparecem integradas e são carregadas instantaneamente. Antes, entrar na ferramenta, executar relatórios, abrir planilhas e analisar um dado eram tarefas demoradas. “Mas para isso tivemos de mexer em nosso banco de dados, tornando-o adequado para o uso da aplicação. Do contrário, consumiria alguns segundos para carregar a informação, o que depreciaria o resultado”, diz. “O objetivo é agilizar processos e proporcionar uma visão gerencial a qualquer momento de qualquer lugar”, afirma. O projeto está bem no início, segundo Souza. Foi implementado em setembro deste ano e o retorno tem sido positivo, garante. “É possível visualizar desde o

Totvs aposta na oferta de BA em parceria com a IBM. A proliferação de dados impulsiona a demanda

Rodrigo Caserta, vice-presidente de atendimento e relacionamento da Totvs

nível regional até o de site, que envolve as antenas. E podemos estratificar por cidades, bairros, ou seja, por área de cobertura”, relata. Até o final do ano, com base na avaliação do desempenho da aplicação, a TIM pretende ampliar o número de licenças, que hoje totalizam oito, para rodar a solução em oito iPads. “A iniciativa era um sonho antigo dos executivos e que agora se tornou realidade, ampliando a qualidade dos nossos serviços, e garantindo a estabilidade da rede, que é um ponto altamente crítico no nosso mercado de atuação”, diz.

Decisões rápidas O sucesso do BI móvel também aconteceu na SABB, empresa do grupo Coca-Cola, que atua no segmento de bebidas nãogaseificadas [responsável pelas marcas Del Valle, Matte Leão, Suco Mais e Burn]. No início deste ano, migrou para os BlackBerries, já inseridos há quatro anos na estratégia de comunicação da companhia, o BI móvel, desenvolvido pela Navita. São 180 colaboradores em cargos de supervisão, gerência e diretoria que desfrutam da inteligência em seus dispositivos móveis. De acordo com Paolo Chiavone, gerente Corporativo de TI da SABB, o objetivo foi garantir o acesso

contínuo, de qualquer lugar, a qualquer hora aos servidores, eliminando os riscos de falta de conexão à internet, à rede virtual da empresa e ao ERP. Hoje, a solução possibilita o monitoramento pró-ativo e em tempo real de cada um dos smartphones e agiliza a identificação e a resolução de problemas de conectividade de maneira transparente para o usuário. Chiavone relata que a gestão corporativa dos dispositivos reduziu em 70% a abertura de chamados ao service desk relacionados à mobilidade. Agora, decisões são tomadas de maneira mais ágil, sem os gargalos operacionais que atrasavam procedimentos importantes como autorizações para concretização de vendas e o envio de cargas de bebidas para a rede de distribuição. A companhia estuda a ampliação do número de smartphones, incluindo também a adoção de tablets para executivos de nível sênior. “Tudo que gera facilidade e eficiência vira hábito. Agora, o uso de BI móvel não tem mais volta”, garante Chiavone.

Mercado em movimento As análises e previsões da IDC Brasil e do instituto de pesquisas Gartner são positivas para o mercado de BI no Brasil. Neste ano, o Gartner estima para o País www.computerworld.com.br


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Na Teradata, foco é também em BI pervasivo, visto que tomadas de decisão precisam ser realizadas em tempo real Américo de Paula, diretor de consultoria de Indústria para a América Latina da Teradata

movimentação de mais de 150 milhões de dólares e para 2013 a previsão é que totalize mais de 190 milhões de dólares. Em 2010, esse segmento cresceu em solo nacional acima de 30% em relação a 2009, contabilizando mais de 300 milhões de dólares, de acordo com a IDC. Com essa marca, o Brasil representa mais de 50% do mercado de BI na América Latina. Segundo a IDC Brasil, BI deve apresentar crescimento composto anual entre 18% e 20% até 2015 e a previsão para BI móvel é registrar incremento acima dessa marca. Na SAP, do volume total de vendas de licenças no Brasil 40% vêm do BI. “O número mostra a necessidade de os clientes, não só da base instalada, pela adoção desse tipo de solução no âmbito corporativo. A companhia precisa ter uma visão única do dado e tomar decisões em todas as camadas dos negócios”, afirma Guimarães, da SAP. A aposta da fornecedora para conquistar fatia expressiva desse mercado, aponta Guimarães, é investir em parcerias que possam agregar conteúdo ao BI, inserindo visões específicas de negócios para alguns setores da economia. “Entendemos que o caminho para facilitar projetos é esse, já que deverá realizar a integração entre os mundos transacional e analítico”, afirma. “Quando a companhia se depara com www.computerworld.com.br

um tsunami de dados, trabalhar de forma comprimida garante maior performance, velocidade e melhor custo benefício”, comenta Marcela Vairo, gerente de Software Information Management da IBM, sobre o valor que a compra da Netezza [por 1,7 bilhão de dólares]. As parcerias vão ao encontro dessa meta. No mês passado, a IBM estabeleceu aliança com a Totvs para comercialização de BA. “A solução une a experiência da Totvs na gestão de negócios com a tecnologia de soluções analíticas Cognos da IBM. É disponibilizada on premise ou na nuvem”, explica Rodrigo Caserta, vice-presidente de Atendimento e Relacionamento da Totvs. “A IBM espera registrar expansão geográfica e oferecer solução de inteligência para companhias de pequeno e médio portes, nas quais a Totvs possuí ampla presença”, diz Kátia. A expectativa da Totvs é semelhante. “Queremos ser ‘multinacional brasileira’ e para sustentar esse desejo precisamos ampliar nossa atuação no mercado internacional e a IBM se posicionou como aliada nessa estratégia”, completa Caserta. A Totvs possui hoje uma base de mais de 26 mil clientes e o potencial é enorme, aposta Caserta, sem, no entanto, revelar números. Inicialmente, a companhia vai

atacar o mercado latino-americano, mas vai ampliar as fronteiras no próximo ano e navegar pelos mercados norte-americano, asiático e europeu. “A proliferação de dados, o cuidado com a qualidade das informações, a necessidade de estar à frente da concorrência, além das redes sociais estão impulsionando a atenção para o BA”, aposta. A Navita ingressou no universo de BI móvel em 2010, mas já está colhendo os resultados da nova estratégia. “Cerca de 20% do nosso faturamento vem da oferta”, contabiliza Fábio Nunes, sócio e diretor de operações da companhia. De acordo com ele, no ano passado, a Navita tinha uma percepção de que a adoção partia de empresas mais inovadoras, mas hoje o quadro mudou. “É uma necessidade de um mercado cada vez mais dinâmico. Todos querem fazer parte dessa era para tomar ações mais rapidamente”, diz. Quem também investe em parcerias é a Teradata. “Temos cerca de 450 parceiros de software, que se integram de maneira nativa à nossa base de dados”, diz Américo de Paula, diretor de consultoria de Indústria para a América Latina da Teradata. “Como não temos solução de exploração de dados, desde o princípio nos esmeramos em criar alianças para ter compatibilidade com o mercado e proporcionar o melhor dos mundos seja na carga de informações quanto na exploração”, completa. Na Teradata, o foco, diz Américo, estão em duas linhas. O BI pervasivo, que visa levar inteligência de ponta a ponta, não só para executivos do alto escalão. “BI já não é somente ferramenta de apoio, deve estar na linha de frente também”, aposta. Mobilidade é outra área de atenção que o BI terá daqui para frente. “As tomadas de decisão precisam ser realizadas em tempo real.” Outra forte aposta da companhia é a Big Data [gestão de grandes volumes de dados] que tem desafiado a indústria de software de Business Intelligence. A Teradata tem investido em aquisições para superá-lo, foram quatro em pouco mais de um ano. A mais recente foi a Aster Data, que auxilia na gestão de dados não estruturados. n



26 OPINIÃO | Susane Garrido

Qual é o sentido da

tecnologia? A

Instituições de ensino que usam tablets estão um passo à frente na aproximação mais rápida com as percepções dos alunos

www.computerworld.com.br

onda da virtualização e da mobilidade via tecnologias digitais não é novidade. Mas sim a possibilidade da materialização de algo que a humanidade faz há milhares de anos, desde que precisou sobreviver e viver melhor em ambientes diversos e com condições nem sempre favoráveis. Virtualizar-se é expandir-se, é promover um movimento de autocriação e de brincar com dimensões de tempo e espaço de forma mais “palpável” (embora com outros sentidos). É proporcionar a ampliação de conhecimentos e de relações de todos os tipos, como vivemos no momento. Estamos imersos em um contexto em que viver é estar virtualmente presente, o que produz os multicenários e as sincronias midiáticas de criação e de exposição que observamos diariamente. A era virtual é caminho para essa perspectiva múltipla, e a mobilidade é meio para o alcance da liberdade de expressão, que pode ocorrer a qualquer tempo, lugar e pessoa. As crianças estão passando mais tempo online: em média, mais de 1,6 hora por dia. Isso nos traz um total de 11,4 horas por semana, um aumento de 10% quando comparado aos dados de 2009. Talvez, surpreendentemente, quase metade (48%) delas em todo o mundo considera que passa tempo demais on-line. As crianças brasileiras são as que mais ficam online, passando em média 18,3 horas conectadas por semana. No entanto, oito em dez admitem que esse número é exagerado. No Japão, onde os jovens gastam somente 5,6 horas na internet, menos de dois em dez entrevistados considera esse número excessivo. (Relatório do Norton On-line: junho/2010) As nossas crianças bateram o próprio recorde em 2010 com 73,2 horas por mês, o que representa, em média, uma hora a mais por semana, enquanto despendiam 70 horas por mês navegando em 2009. Esses dados alarmam que há uma nova cultura em

n Susane Garrido é reitora da

Estácio São Paulo

todos os âmbitos, que vai desde o simples brincar ao crescer, estudar, trabalhar e se relacionar. Tal comportamento independe do que pensamos estar certo ou errado. As plataformas móveis, sejam elas notes, celulares 3G (e em breve o 4G) ou tablets, são as possibilidades para executar esse momento “livre” do ser humano na realização de tarefas e na demonstração de ideias e desejos. As instituições de ensino que ingressaram no uso de tablets estão um passo à frente na possibilidade tanto de aproximação mais rápida com as linguagens/percepções dos alunos, quanto em realizar o seu papel de formação na educação, ampliando o espectro de conhecimentos – uma vez que as instituições físicas, não serão mais capazes de fazer. E não se coloca aqui que está simplesmente nos tablets, internet ou celulares, o segredo para uma educação eficaz. No sentido de alargamento do contingente cognitivo, ele está em permitir que as pessoas, sejam elas estudantes ou não, possam extrair e ao mesmo tempo “gerar” conteúdo nesse novo contexto. Vivenciamos um momento no qual todos somos criadores e consumidores críticos de informações diversas. Isso significa compilar aquilo que desejamos e transformar em novas informações. Assim, potencializarmos entendimentos muito mais simples (porque nós mesmos fizemos) e apropriados ao contexto que quisermos. A geração de novos conhecimentos já está acontecendo dessa forma. Nesse novo modelo, os conteúdos não são mais empacotados do professor para o aluno; mas permitem a produção de uma parcela de contribuições pelo estudante. Se os tablets são os recursos mais apropriados para produção desse salto de conhecimento e de virtualização dos estudantes, feliz aqueles que os utilizam e utilizarão, até que outro, mais eficiente, chegue ao mercado. n


CURTAS

Pág.

OPINIÃO

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Você já contratou um BSD? Deveria

A consumerização e os dados sensíveis

EXECUTIVE COACH

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10 Pág.

Arquiteto corporativo: indispensável

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NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA OUTUBRO 2011 | NO 35 CIO.COM.BR

Defina já uma estratégia para

MOBILIDADE

Desafio de implementar um ambiente móvel confiável e duradouro mobiliza CIOs que já se aventuraram no desenvolvimento de aplicações para aumentar a produtividade dos funcionários e levar as marcas da empresa aos consumidores


INFORMAÇÕES PRECIOSAS SÃO O TESOURO DA SUA EMPRESA

Para identificar e determinar suas decisões gerenciais, sua experiência é importante, mas o conhecimento é tudo! encontre o tesouro que há em sua empresa e transforme-o em conhecimento gerencial. compuminer, não é grife em softwares, não tem perfumaria. é especialista em mineração de dados e business intelligence palavras de ordem em ti. conheça sua empresa e o que ela de fato necessita para potencializar seus negócios.

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05.10.11 18:05:14


curtas Procura-se Nova geração de profissionais que entendam de pessoas, processos e tecnologia

Rick Swanborg*

O

s CIOs de hoje estão sendo desafiados por executivos de negócios a fornecer tecnologias inovadoras mais rápido e ainda garantir o baixo custo dos serviços de TI. Como resultado, algumas empresas estão criando cargos para profissionais de TI com perfil híbrido, capazes de assumir posições de liderança, conceber e executar projetos empresariais. O mercado começa a chamar esses profissionais de Designers Business Solution (BSD). Essa próxima geração de líderes de TI têm, necessariamente, as seguintes habilidades:

Eles são focados em desenvolvimento de negócios.

E não estão presos a requisitos funcionais. “A liderança de TI do futuro será igualmente preocupada com pessoas, processos e tecnologia, não somente a tecnologia, como tem sido a nossa tendência até aqui”, diz Alistair Jacques, CIO do grupo Medicare United. Os BSDs devem facilitar as conversas sobre o que a empresa precisa, em vez de tentarem adivinhar o que os líderes de negócios pensam que querem.

Eles sabem os limites da tecnologia.

A crença de que a TI pode fazer milagres matou a reengenharia de negócios há 15 anos. BSDs devem ter uma sólida compreensão de como os sistemas legados da companhia, a arquitetura das aplicações e os ambientes web limitam ou permitem que o negócio prospere.

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Eles são grandes negociadores.

Os BSDs devem ser capazes de ajudar os líderes empresariais a tomarem decisões realistas sobre quais projetos investir e os recursos necessários para executá-los. Além disso, como muitos serviços básicos de TI são terceirizados, cabe aos BSDs negociar soluções vencedoras com fornecedores de TI.

Eles são curiosos.

CIOs precisam de líderes de TI que vejam além da implementação do sistema atual, diz George Ball, CIO da Raytheon. A paixão por aprender e a curiosidade sobre o futuro são essenciais. Ter mentalidade inovadora não dói. “Pense em pessoas como Thomas Edison e Steve Jobs”, diz Ball. A demanda por profissionais com essas habilidades está muito acima da oferta, por isso os CIOs devem ser criativos. Uma opção é oferecer treinamento para profissionais de negócios qualificados. Um caminho é identificar gestores com paixão por tecnologia e propor a eles a formação em TI. Isso pode ser mais fácil do que convencer os profissionais de tecnologia a expandirem suas habilidades, porque eles podem achar difícil adquirir a experiência de negociação. Outra opção é contratar estudantes que tenham frequentado escolas onde os cursos de negócios tenham forte formação tecnológica e/ou os de tecnologia, forte formação empreendedora. CIO (*) Rick Swanborg é presidente do ICEX e professor da Universidade de Boston.

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gestão

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aplicativos móveis

Fazer o primeiro é fácil. Mas qual a melhor estratégia para desenvolvimento e gerenciamento no longo prazo?

Elisabeth Horwitt, CIO (EUA)

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T

empo é essencial para o sucesso de um aplicativo móvel. Pergunte a Richard Peltz, CIO da empresa americana de investimentos imobiliários, Marcus & Millichap, que fatura 13,5 bilhões de dólares. Em janeiro de 2010, quando o mercado de imóveis comerciais estava começando a sair de uma recessão de dois anos nos Estados Unidos, a companhia começou a procurar formas de aumentar o reconhecimento da sua marca e a visibilidade dos seus 1,2 mil agentes imobiliários em todo o país. Peltz teve a ideia de criar perfis de seus agentes e gestores de empréstimos que pudessem ser colocados no site e


facilmente localizáveis por clientes que fizessem buscas utilizando equipamentos móveis como iPhones ou smartphones Android. Quando Peltz descobriu que um concorrente estava desenvolvendo um aplicativo similar, acelerar a velocidade de entrega ao mercado do seu aplicativo tornou-se alta prioridade. Mesmo dependendo da aprovação final do grupo de Marketing da empresa e do vicepresidente de Desenvolvimento de Aplicativos, “eu praticamente levei o app para minha mesa, porque não queria perder tempo com a gestão dos comitês”, diz Peltz. O CIO também decidiu terceirizar o desenvolvimento para a AT&T, em vez de tentar fazer sua equipe acelerar a velocidade de aprendizado das linguagens de programação móvel, especialmente aquelas para o iPhone. Lançado em dezembro de 2010, o aplicativo é usado por um número crescente de investidores do mercado imobiliário e gera grande volume de potenciais clientes, segundo Peltz. Agora, vem a parte difícil: conceber e criar uma estratégia corporativa e uma infraestrutura para desenvolvimento e gerenciamento de aplicativos móveis no longo prazo.

A estratégia

O primeiro aplicativo móvel é sempre um desafio para os líderes de TI. Por um lado, os CIOs ficam entusiasmados com o potencial dos aplicativos móveis, mas na maioria das vezes trabalham pressionados a entregar novos apps, cada vez mais atraentes para usuários móveis, executivos e clientes. Criar uma aplicação desde o início para um dispositivo móvel, em vez de adaptar aplicativos de desktop para um smartphone, “é chegar a um novo paradigma que faz todo sentido”, diz William Clark, vice-presidente de Pesquisas do instituto de pesquisas Gartner. De acordo com dados do Gartner, publicados em junho de 2011 como parte do seu relatório “Quadrante Mágico para Plataformas Móveis de Aplicativos para Consumidores”, 5 bilhões de smartphones estavam em atividade em 2010 e esse número deverá exceder 6,7 bilhões até 2015, criando enormes oportunidades para empresas de consumo. Segundo o estudo do Gartner, o desenvolvimento de aplicativos móveis voltados para o consumidor continuará a ultrapassar a criação de aplicativos para web e outras

modalidades até 2014. Trata-se de movimento comprovado por pesquisa recente da revista CIO, que ouviu 261 líderes de TI sobre suas prioridades. Desse total, mais da metade, 54%, declarou planejar gastar mais com aplicações móveis. Por outro lado, Clark, do Gartner, preocupase com a “fragmentação e o caos” do mercado móvel, no qual atualizações e novas versões dos sistemas operacionais móveis pipocam o tempo todo, tornando extremamente difícil para uma empresa desenvolver e executar estratégia coerente. E ter uma estratégia é fundamental para as companhias, com o qual analistas e CIOs concordam. Nas próximas páginas, vamos abordar o estado da arte dos aplicativos feitos diretamente para dispositivos móveis: como está evoluindo esse mercado, que desafios e oportunidades apresenta e como elaborar uma estratégia de TI que atenda, ao mesmo tempo, às dificuldades imediatas do cenário e à exploração de suas oportunidades no longo prazo.

De acordo com a Gartner, em 2010 havia 5 bilhões de smartphones ativos e mais de 6 bilhões até 2015

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Por que fazer móvel primeiro?

Os líderes de TI já entenderam que para serem realmente úteis, os aplicativos móveis têm de nascer como móveis e não meras adaptações de aplicativos prévios feitos para o Windows ou o Mac OS. Eles precisam ser desenvolvidos a partir do zero, não só para funcionar bem dentro dos limites das telas de dispositivos móveis, memória e poder de computação limitados, mas também para tirar proveito de recursos que tradicionalmente não estão disponíveis em desktops, como múltiplas câmeras, telas sensíveis ao toque, animação e comunicação multimídia. Por hora, os aplicativos móveis para o público interno da empresa estão ficando atrás dos aplicativos voltados para o consumidor, segundo o Gartner, mas os CIOs já começam a explorar novos meios de utilizar tais aplicativos para aumentar a produtividade dos funcionários e seu tempo de resposta, como demonstra a matéria de capa da COMPUTERWORLD/EUA de outubro. Na empresa de seguros Erie Insurance, a TI desenvolveu um aplicativo para iPhone que permite aos clientes informar sobre danos ou acidentes em sua propriedade antes de preencher um relatório de danos mais completo, segundo Eric Miller, vice-presidente sênior de TI. www.cio.com.br


Aplicativos móveis também foram uma escolha óbvia na hora de criar um sistema para que os agentes de seguro possam avaliar no local do acidente os danos em um veículo. “Não seria viável para os nossos agentes tirar fotos de um eixo de carro usando um notebook, mas com um iPhone é só piscar os olhos”, diz Rich Warnaka, diretor de Experiência do Usuário da Erie Insurance, que fatura 4 bilhões de dólares ao ano.

gestão

Estratégia de longo prazo

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A Matson desenvolveu aplicativo para rastrear horários de navios cargueiros e seus carregamentos, que permite uso de iPhones e smartphones Android para gerenciar logística www.cio.com.br

Muitas empresas têm implementado um aplicativo ou dois para experimentar, enquanto trabalham na estratégia e implementação de uma infraestrutura interna de desenvolvimento móvel de TI que atenda a projetos maiores e funcione no longo prazo. “Esse é o rumo que a Matson Navigation, empresa de remessa de containers gigantes, tomou, com um roteiro de múltiplas fases e vários anos”, diz Srini Cherukuri, diretor sênior das operações de TI da companhia. O objetivo geral é “proporcionar benefícios sustentáveis para uma ampla comunidade de usuários externos e internos, a fim de obter o melhor ROI”, relata. A Matson desenvolveu recentemente um aplicativo para rastrear horários de navios cargueiros e seus carregamentos, que permite aos clientes utilizar seus iPhones e smartphones Android para gerenciar logística e transporte e receber alertas de texto quando um container específico está em movimento. Nesse meio tempo, outros aplicativos mais complexos vão ter de esperar até que a TI “assimile conhecimentos e ferramentas e construa processos internos para desenvolver, apoiar e gerenciar aplicativos e dispositivos móveis de forma completa”, diz Cherukuri. O executivo também prefere esperar mais alguns meses até que a volátil indústria móvel se estabilize e aí então escolher quais equipamentos móveis e arquiteturas vai suportar e que tipo de produtos de segurança e gestão de aplicativos móveis vai comprar. A decisão de correr ou ser mais lento e cauteloso no desenvolvimento de aplicativos móveis deve ser baseada em uma análise cuidadosa do mercado e suas tendências, aconselha Clark, do Gartner. A AARP, por exemplo, está agressivamente redefinindo sua imagem como organização

voltada para qualquer pessoa que tenha até 50 anos e não necessariamente apenas os mais velhos. É por isso que Sami Hassanyeh, diretor do Grupo de Estratégia Digital da companhia, tem tentado adotar uma visão de desenvolvimento móvel em primeiro lugar. Por trás dessa iniciativa está a constatação, por meio de uma pesquisa independente conduzida por Hassanyeh, que boa parte dos participantes da AARP pertencentes ao grupo dos “Baby Boomers” usa equipamentos móveis para acessar web e redes sociais. Além disso, só em agosto de 2011 o site AARP.org gerou 11 vezes mais pageviews vindos de equipamentos móveis do que em todo o ano de 2009. “Temos de ir onde os números estão indo”, diz Hassanyeh.

Quem está no time?

Migrar para o conceito de “móvel primeiro” exige que os gestores de TI repensem a mistura de talentos e especialização que eles possuem nos times de design de aplicações, desenvolvimento, gerenciamento e manutenção. Como parte de sua estratégia de múltiplas fases de mobile, a Matson distribuiu as responsabilidades entre dois grupos na TI, explica Cherukuri. O grupo global de gestão de equipamentos está encarregado de escolher que plataformas móveis suportar e as ferramentas e tecnologias para gerenciá-las. O grupo de aplicativos realiza pesquisas e conversa com usuários para determinar quais aplicativos vão oferecer benefícios abrangentes para funcionários e consumidores, explica Cherukuri. Embora geralmente o CIO e o time de TI sejam os encarregados de definir a estratégia de aplicações móveis, essa nem sempre é a regra. A participação ativa de outros grupos de negócios da empresa é fator crítico apontado por todas as fontes do mercado. A Marcus & Millichap recentemente criou um comitê de gestão para desenvolver um processo formal de escolha de ideias para apps móveis internos e criar uma estrutura para “construir, testar e implementar soluções inovadoras” diz Peltz. O comitê inclui gerentes regionais, usuários de negócios e vários diretores, que vão prover os recursos e os critérios de urgência por trás dos projetos, explica o CIO. Na AARP, o Grupo de Estratégia Digital está separado de TI. Hassanyeh reporta-se ao vicepresidente-executivo e diretor de comunicações


e não ao CIO. Seu grupo é responsável por encarar os aspectos ligados aos consumidores de aplicações móveis, pelo desenvolvimento, gestão e suporte. TI é responsável pelo banco de dados, as aplicações de desktop internas e serviços de backup, internet e segurança. A AARP não está desenvolvendo apps móveis para uso interno atualmente, diz Hassanyeh. O Grupo de Estratégia Digital agrupa desenvolvedores, administradores de sistemas, times que cuidam do marketing on-line, equipe de conteúdo on-line e social media e time de produção que mapeia a estratégia de desenvolvimento de novos aplicativos móveis e para a web baseados no que os usuários estão pedindo, explica Hassanyeh.

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Móvel primeiro ou só móvel?

Outra questão-chave para os estrategistas de mobilidade é definir se uma aplicação específica ou se todas as aplicações da empresa serão móveis primeiro ou unicamente móveis. Embora alguns CIOs e desenvolvedores tratem os sistemas móveis e desktop como elementos diferentes, muitos apostam nos benefícios de desenvolver um aplicativo móvel primeiro e depois migrá-lo para os desktops ou para a web. Forçar os desenvolvedores a trabalhar com telas pequenas dos equipamentos móveis e recursos de processamento limitados aumenta a eficiência e a efetividade, diz Miller, da Erie Insurance. “Eles precisam manter-se focados nas atividades dos usuários porque não temos espaço vago para jogar tudo na tela como você faria numa tela de desktop ou na web convencional.” O grupo de Miller agora está entrevistando clientes potenciais de apps, sejam eles empregados ou consumidores, para “identificar suas necessidades e desejos” antes de ir para frente com uma aplicação. “Você acaba desenvolvendo muito menos, reduzindo seu tempo de entrega final e agradando mais os consumidores”, garante Miller. “Por isso, decidimos por “móvel primeiro” para todos os nossos aplicativos”, diz ele. “O desktop é como uma carpa nadando numa banheira de bebê; ela cresce até tomar todo o espaço disponível”, diz Luke Wroblewski, que trabalhou como diretor de produtos e cofundador da Bagcheck.com. [A companhia foi comprada pelo Twitter em agosto de 2011]. A mesma imagem vale para

páginas web, diz Luke, e por conta disso a tela fica lotada de dados irrelevantes que podem distrair ou frustrar os usuários. Wroblewski adotou o “móvel primeiro” no Bagcheck.com, um serviço que permite compartilhar informação e fotos de objetos relacionados a interesses, experiências ou hobbies. Ainda que a empresa fosse formada por apenas três pessoas, ela enfrentou as mesmas questões ligadas ao desenvolvimento móvel que afetam as grandes companhias, diz Wroblewski, ex-chefe de Arquitetura de Design do Yahoo. “O uso móvel está crescendo tão rápido que vai ultrapassar os desktops e os PCs em um ou dois anos. Temos de nos preparar para uma virada inevitável.”

Richard Peltz, CIO da Marcus & Millichap: companhia usa aplicativo para facilitar relacionamento entre agentes e clientes

Escolhendo um ambiente de desenvolvimento

Até pouco tempo, os CIOs tinham basicamente duas opções para desenvolver um aplicativo móvel, nenhuma delas considerada ideal. Eles podiam produzir um aplicativo leve, baseado na web que daria aos usuários acesso básico a mensagens, agendas e dados corporativos a partir da nuvem ou do acesso remoto ao servidor da empresa. A principal vantagem desse modelo é que ele é do tipo “escreva uma vez, transporte para qualquer lugar” ou perto disso. Adaptar para diferentes tipos de equipamentos www.cio.com.br


gestão

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Se os equipamentos móveis representam duplamente uma onda do futuro e um dreno crescente dos recursos de TI, por que não dispensar os desktops de uma vez?

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móveis é fácil. E os programadores podem usar linguagens familiares de web, como o HTML. O problema: tais aplicativos não conseguem tirar vantagem dos recursos dos smartphones e tablets, como GPS e múltiplas câmeras. Para isso, é preciso escrever diferentes versões de cada aplicação usando linguagens de programação, plug-ins e APIs específicas para equipamentos móveis, seja um iPhone ou uma versão específica de Android. Empresas que lidam diretamente com consumidores não têm muitas alternativas a não ser dar suporte a múltiplas plataformas. Mesmo quando se trata de usuários internos, executivos de TI reportam diferentes graus de sucesso no controle ou limitação dos aparelhos móveis que os empregados, particularmente os executivos, vão carregar. Numa pesquisa recente, patrocinada pela Sybase e realizada pela empresa independente Kelton Research, 58% dos 500 trabalhadores dos Estados Unidos e do Reino Unido ouvidos disseram que eles abririam mão do café gratuito no escritório em troca de ter o direito de usar seus próprios equipamentos móveis no trabalho em vez de ter de usar aqueles indicados por TI. Por sorte, os gestores de TI agora têm uma terceira opção híbrida que usa código baseado em web para o corpo do aplicativo e adicionar código nativo e plug-ins para tirar proveito dos recursos proprietários de cada sistema operacional móvel. O facilitador disso é o protocolo HTML5, do Worldwide Web Consortium’s (W3C), com recursos poderosos de animação e interação em web e pode rodar em múltiplas plataformas. O W3C ainda precisa ratificar completamente certos elementos do protocolo, como o cachê, que permite aos usuários móveis trabalharem off-line. Mas isso não impede muitos gestores de TI de usar ou ter planos de uso para ele. “O HTML5 parece ser uma boa solução para vários problemas de interatividade”, diz Hassanyeh da AARP. Por exemplo, “a organização está trabalhando num serviço de localização pelo qual se você entrar numa loja será informado do desconto ou serviço específico que temos. Ou podemos ajudá-lo a encontrar uma enfermeira para sua mãe em outro estado”, diz Hassanyeh. A boa notícia é que há uma avalanche de plataformas de desenvolvimento de aplicativos

móveis vinda de empresas como Sybase, Appcelerator, IBM, Sencha, Syclo e Antenna Software, que pode assumir boa parte do trabalho bruto de programar apps móveis que podem rodar em modo nativo em várias plataformas. Desenvolver apps é só um pedaço de uma estratégia bem-sucedida. Uma vez que você se comprometa com o desenvolvimento de aplicativos móveis, especialmente para consumidores, terá de atualizá-las frequentemente – mais do que em um website tradicional. Isso não é fácil ou barato, mas é necessário, diz Hassanyeh.

Como fica a segurança?

Aplicativos móveis também podem levantar questões de segurança, particularmente, como é o caso crescente, quando os funcionários utilizam seus equipamentos móveis pessoais no trabalho. Mais de um terço (36%) dos que responderam à pesquisa da CIO disseram que estão deixando os empregados usarem equipamentos pessoais para e-mail, e 23% disseram estar liberando tais equipamentos para acessar aplicações corporativas. Líderes de TI precisam ter certeza de que o servidor e os sistemas de rede têm capacidade para atender à demanda crescente por aplicativos móveis. A pesquisa da CIO identificou que 52% dos participantes têm upgrades de infraestrutura programados para smartphones e 25% para tablets. Se os equipamentos móveis representam duplamente uma onda do futuro e um dreno crescente dos recursos de TI, por que não dispensar os desktops de uma vez? Embora nenhum dos líderes de TI entrevistados para este artigo tenham dito já estarem prontos para jogar os desktops pela janela, alguns já veem a troca como um cenário de longo prazo, se não para todos, para uma boa parte dos usuários corporativos. “Estamos nos pautando para criar apps que tiram proveito de dados dinâmicos e da possibilidade de guardar informação na nuvem”, diz Petz. No entanto, sua empresa não tem uma “agenda para eliminar os aplicativos do desktop ainda”, diz ele, porque usuários em contabilidade e finanças, que precisam processar grandes quantidades de dados, continuarão a precisar deles. “Ainda não vejo um tablet sendo capaz de suportar esse tipo de tarefa.” n



R en ato O p i ce B lu m * e Pau lo S á El i a s **

opinião

Os gadgets, as empresas e os dados sensíveis O

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O conteúdo que circula nos dispositivos fica fora do alcance do gerenciamento de dados corporativos e dos mecanismos de proteção existentes www.cio.com.br

s tablets são a grande sensação do momento em todo o mundo, nos mercados corporativo e pessoal. São dispositivos portáteis, leves, pequenos, inteligentes, elegantes e conectados. O mais famoso é o iPad, da Apple, cuja variedade de aplicativos cresce a cada dia, oferecendo a oportunidade de os usuários utilizá-los em diversas tarefas profissionais e pessoais. No Brasil, no âmbito corporativo, já é possível notar a onipresença do iPad. Praticamente em todas as reuniões e encontros de negócios há alguém com um dispositivo da Apple, muitas vezes fazendo par com o iPhone. Executivos de negócios fazem apresentações impressionantes com a possibilidade de interatividade e acesso on-line aos dados corporativos, atualização de valores, números, mercadorias, geolocalização etc. Médicos conseguem acesso rápido aos registros dos pacientes em hospitais e clínicas. Advogados consultam cópias digitalizadas de todas as páginas de um processo judicial, inteiro teor de decisões judiciais, legislação e ainda conseguem realizar videoconferências em VoIP. Tudo nas pontas dos dedos. Uma característica interessante dessas inovações tecnológicas é que elas costumam chegar primeiro às mãos dos empregados individualmente – ou seja, não são adotadas desde o início pelas empresas como ferramentas de trabalho. Logo, temos observado inevitavelmente o surgimento dos seguintes problemas:

1. Há departamentos de TI que simplesmente entendem que esses dispositivos não são indispensáveis à atividade profissional do colaborador, razão pela qual não autorizam o acesso às redes – deixando os funcionários descontentes; 2. Em outras empresas, com políticas mais inovadoras, há um esforço para admitilos como ferramenta de trabalho, já que os aplicativos disponíveis estão ficando cada vez mais avançados e interessantes para a atividade profissional. Em todos os casos, uma questão é inegável: a inovação tecnológica não espera a burocracia e a indecisão. Caminha em alta velocidade e as empresas precisam atualizar frequentemente suas políticas de gerenciamento de dados e compliance para que fiquem em harmonia com os avanços tecnológicos e a inevitável inserção desses novos gadgets em seus ambientes corporativos. No entanto, com a utilização cada vez mais frequente desses dispositivos e a dispersão das fontes de ESI (Electronically Stored Information) nas empresas, é necessária a adoção de uma série de cautelas e providências legais para regular a utilização e a preservação dos dados sensíveis. O iPad, como exemplo, por sua própria característica e facilidade, acaba permitindo ao usuário que edite, importe, modifique e armazene cada vez mais documentos corporativos e dados sensíveis em comparação com os demais dispositivos móveis populares nas empresas como


** Renato Opice Blum é advogado e economista. Sócio/CEO da Opice Blum Advogados Associados; Coordenador do Curso de Direito Digital/Eletrônico da GVLaw; presidente do Conselho de Tecnologia da Informação e Comunicação da Federação do Comércio/SP.

é o caso do BlackBerry. Além do que, a sincronização nem sempre é possível e realizada adequadamente entre os iPads e a rede corporativa, aumentando o risco de que dados únicos e importantes para as empresas residam exclusivamente nesses dispositivos. Para muitas empresas, o conteúdo que atualmente circula nos dispositivos acaba ficando fora do alcance do gerenciamento de dados corporativos e dos mecanismos de proteção existentes, inclusive no que diz respeito aos acordos de confidencialidade assinados pelos colaboradores e funcionários, gerando questionamentos jurídicos e preocupações. Diferentemente do que ocorre com os laptops, os iPads normalmente armazenam arquivos criados ou recebidos pelo usuário dentro de Apps (aplicativos) não padronizados. Uma das principais características do iPad é justamente a variedade impressionante de Apps (aplicativos) disponível para download na AppStore/iTunes, facilmente acessíveis (gratuitamente ou por pequenos valores). Exatamente nesse ponto, surge uma das principais dúvidas: como administrar os dados corporativos armazenados nessa variedade de aplicativos não padronizados? Um funcionário, por exemplo, quando não mais se interessar por um determinado aplicativo, ao apagá-lo de seu dispositivo, pode acidentalmente também eliminar informações corporativas relevantes para a empresa. E o problema não é apenas em relação à preservação dos dados nos iPads – mas

também em relação à dificuldade de auditoria ou perícia forense nesses dispositivos, por conta de uma série de características técnicas dos sistemas operacionais da Apple que envolvem até mesmo o armazenamento “on the cloud” e a possibilidade de o usuário utilizar criptografia independente dos protocolos de criptografia utilizados pela empresa em que trabalha. Os protocolos corporativos podem adotar características como ADKs (Additional Decryption Keys) devidamente informadas aos funcionários na assinatura dos termos de utilização, oferecendo garantia de acesso às informações criptografadas para as empresas caso o na ausência do funcionário, por exemplo. Como fazer isso em um iPad fora dos padrões? Como sabemos, os empregados não devem ter expectativa de privacidade no uso dos recursos eletrônicos da empresa, o que pode incluir até mesmo hardware de propriedade pessoal, na medida em que armazenarem ESI associados com os negócios da companhia. Por isso, é fundamental a implementação de políticas de segurança e uma série de medidas legais para a proteção da empresa e dos funcionários, incluindo a obrigatoriedade da comunicação imediata sobre a perda, furto ou roubo de um iPad ou dispositivo semelhante com informações corporativas, atualização da política de gerenciamento de registros e dados, limitações aos aplicativos que podem ser instalados e utilizados, critérios de utilização desses gadgets e responsabilidades. CIO

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** Paulo Sá Elias é advogado. Sócio da Opice Blum Advogados em Ribeirão Preto/SP. Professor Universitário. Mestre em Direito Empresarial pela Unesp.

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vida de CIO

Sete dicas para lidar com

funcionários brilhantes

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Mary Brandel, CIO/EUA

Todo executivo quer contar com uma equipe ultrainteligente. Em TI, a boa – e a má – notícia é que você provavelmente conseguirá tê-la, mas precisará saber gerenciá-la

U

ma premissa básica da gerência em relação aos funcionários é: quanto mais inteligentes eles são, maior a dificuldade de gerenciá-los. Funcionários com alto grau de inteligência do lado esquerdo do cérebro, fato comum entre os profissionais de TI, às vezes são exigentes e avessos a opiniões alheias. Ficam entediados com facilidade e empenham em ser “corretos”, de acordo com quem os gerencia. Pessoas extremamente inteligentes e muito técnicas, habitam uma subcultura em que conhecimento significa status social e poder. E correção é fundamental. Isso pode gerar descontentamento quando discordâncias inevitáveis ocorrem, principalmente entre o funcionário e o chefe. Talvez você sonhe em supervisionar uma equipe brilhante, mas tome cuidado com o que você deseja – ou, pelo menos, aprenda a melhor maneira de gerenciar pessoas ultrainteligentes. Veja sete dicas de quem está por dentro do assunto. www.cio.com.br

1 - Gerencie resultados, não o processo

É perfeitamente cabível o chefe dizer ao funcionário o que fazer, mas, quando se trata de como fazer, um ambiente controlador pode ser frustrante. Você não pode pegar pessoas que têm paixão por algo e começar a criar muros ao redor delas. Uma equipe composta desses tipos de pessoas precisa de estrutura, mas essa estrutura deve ser voltada mais para resultados do que para processo. O melhor a fazer é formatar tudo em prol de resultados que você está buscando, em vez de condenar o modo como as coisas precisam ser feitas para se alcançar esses resultados.

2 - Adote uma abordagem socrática

Raramente pessoas muito inteligentes gostam de se sentir comandadas. Isso não significa, contudo, que elas não precisem ser controladas.


Para conseguir esse truque, faça perguntas que levem esses funcionários a perceber seu ponto de vista, de maneira próxima ao método filosófico proposto por Sócrates. Se eles não querem que as coisas sejam ditadas, você tem de gerenciá-los de uma forma mais socrática. Isso demanda tempo e paciência, principalmente quando você acha que já sabe a decisão que, no fim das contas, precisa ser tomada. Você tem de examinar as ideias deles e deixar que saiam com a recomendação de que você as rejeita ou concorda com elas. Mesmo que você só queira tomar a decisão, tem de oferecer uma oportunidade de tomar parte nela.

3 - Seja aberto a aprender coisas novas

Seria um desperdício não permitir que algumas das ideias de uma equipe extremamente inteligente se concretizassem. Esteja aberto a explorar aonde a experimentação pode levar. Se você for aberto às ideias que emanam de profissionais brilhantes, pode e deve aprender muito com eles. Para isso, você tem de estar disposto a ser testado. Mas precisa fazer seus profissionais brilhantes justificarem as respectivas posições de modo equilibrado e convincente. Isso não significa que você possa abdicar de suas responsabilidades gerenciais.

4 - Não finja saber mais do que sabe

A pior reação é se sentir inseguro e ameaçado ao reconhecer que um subordinado direto é mais brilhante do que você. Alguns chefes deparam-se com decisões sobre assuntos, os quais são totalmente incompetentes para decidir, o que acaba por afligir todo mundo. É melhor aceitar que seu papel não é ter as melhores ideias, mas ser capaz de determinar quais são. Na realidade, você ganha o respeito das pessoas extremamente inteligentes quando permite a concretização das ideias. Mesmo que elas não estejam felizes, vão respeitar que você sustente sua decisão. As pessoas realmente inteligentes querem ver ação e resultados, não

importa como. É muito importante que cada gerente técnico se conscientize de que é um guia, não um chefe. Pode conduzir a expedição e sabe onde quer chegar, mas tem de confiar em seu caçador para caçar e no seu cocheiro para tomar conta dos cavalos.

5 - Encontre maneiras de extrair mais deles

Sofisticação intelectual é a perdição dos profissionais extremamente inteligentes, que gostam de ser desafiados – às vezes até demais. A tendência é ir atrás de algo mais novo e atrativo e priorizá-lo em relação ao trabalho passível de cobrança. Para contrabalançar, os funcionários podem se oferecer para participar de uma equipe de ideias especiais, que se reúne a cada dois meses para explorar preocupações ou oportunidades importantes. Isso ajuda a manter o pique durante períodos mais lentos. Ajuda muito o moral. E cuidado para não subutilizar pessoas brilhantes, alertam os especialistas.

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6 - Não se deixe cegar pelo brilho

Só porque alguém é brilhante não significa que deva dirigir o espetáculo. Ficar fora do caminho dos indivíduos brilhantes não é abdicar da autoridade gerencial. Em vez disso, equilibre quando deve dar espaço para conduzir suas próprias ideias, quando monitorá-los e quando intervir. Afinal, existem muitos tipos de inteligência. Um codificador brilhante, por exemplo, nem sempre é capaz de ver a estratégia geral. Outro erro comum é delegar todas as decisões à pessoa ultrabrilhante do grupo. Presumir que a pessoa é brilhante em todos os aspectos da vida é condená-la ao fracasso.

7 - Mantenha a humildade

Na função de CIO, inevitavelmente você trabalhará com pessoas mais brilhantes do que você. Se não for assim, é porque você está contratando muito mal. Dito isso, experimente começar cada novo dia com humildade. Você tem a sorte de contar com sua equipe e ela o levará ao seu destino. Procure não se sentir ameaçado por não ser o mais brilhante da sala. CIO

A pior reação é sentir-se inseguro ou ameaçado www.cio.com.br


M a rt h a H el l er*

executive coach

Arquiteto corporativo: ave rara, que exige atenção

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e todos os cargos de TI, o líder de arquitetura corporativa é de longe o mais difícil de recrutar. O candidato certo precisa ter algum conhecimento em todas as camadas da pilha de tecnologia, profundo conhecimento do negócio, e capacidade de gerenciar grupo de tecnólogos e de vender conceitos como Arquitetura Orientada a Serviço (SOA) para os executivos de negócios, muito desinteressados no assunto. Se há uma posição que realmente encarna o paradoxo do CIO, é ela. “O arquiteto-chefe precisa ser a pessoa mais inteligente da sala e a menos arrogante”, diz Lynden Tennison, CIO da Union Pacific Railroad. E se você quiser ter um ambiente flexível, rápido e eficiente do ponto de vista de custo, vai precisar contratar uma dessas aves raras e guiá-la rumo ao sucesso. Como? 1. Promova alguém da própria equipe. Os arquitetos corporativos precisam ser estratégicos, mas não esotéricos e ter grandes habilidades interpessoais. Você pode olhar para a própria equipe e identificar alguém que possa ser preparado para desempenhar o papel .

Peter Breunig, gerente-geral de Gestão de Tecnologia e Arquitetura da Chevron, concorda. “No início, você precisa parar de exibir desenhos arquitetônicos e começar a compartilhar os casos de uso bem-sucedido dos conceitos arquitetônicos definidos. A preocupação deve tornar-se o trabalho do arquiteto corporativo tangível para seus parceiros de negócios, o mais rápido possível. “ 3. Use a arquitetura como um campo de treinamento. “Ao pedir que seus desenvolvedores passem algum tempo no grupo de arquitetura, você está criando um ambiente de aprendizagem e construindo o seu banco de talentos”, diz David Harkness, CIO da Xcel Energy.

Ao pedir que seus desenvolvedores passem algum tempo no grupo de arquitetura, você está criando um ambiente de aprendizagem e construindo o seu banco de talentos

2. Forneça valor rapidamente. A empresa tem tolerância limitada para altos executivos que parecem fazer pouco mais do que produzir um tratado sobre padrões de desenvolvimento. Quando os tempos estão difíceis, o arquiteto corporativo é muitas vezes o primeiro a ser dispensado. “Pode ficar difícil para você, como CIO, defender a necessidade de um arquiteto corporativo se a geração de valor for um processo de longo prazo”, diz Scott Blanchette, CIO da Healthways. “Bons arquitetos percebem que eles precisam fornecer valor incremental ao negócio”, completa. “Você precisa identificar suas vacas sagradas”, diz Tennison. Isso vai ajudar a identificar as batalhas que você pode se dar ao luxo de perder. www.cio.com.br

4. Tome a frente dos projetos. Muitas vezes, a equipe do projeto seleciona um fornecedor, e só depois o grupo de arquitetura pronuncia-se. Não raro, acontece do pessoal de arquitetura vetar o produto escolhido por não estar alinhado com a arquitetura de referência. Isso atrasa o projeto que desvaloriza toda a equipe. É melhor envolver o pessoal de arquitetura corporativa desde o início do processo de especificação do projeto. “Em vez de esperar até que tenha as soluções que precisam de aprovação dos arquitetos, faça-os participar de todo o processo. Dessa forma, os arquitetos deixam de ser os vilões, que vão atrasar ou até matar o projeto em andamento. O paradoxo final é este: arquitetos são tão necessários quanto raros. “Eu não invejo as pessoas que terão de recrutálos”, diz Blanchette. CIO

* Martha Heller é presidente da Heller Search Associates, empresa de recrutamento de executivos e cofundadora do CIO Executive Council


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4G

telecomunicações 27

O jogo da

no Brasil

País precisa das novas redes para sediar a Copa do Mundo. Teles questionam as condições para compra das frequências

A

menos de três anos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, um grande jogo vem sendo disputado nos bastidores sobre a infraestrutura de telecomunicações necessária para a transmissão das competições. De um lado está a presidente Dilma Rousseff, que garante que o País terá 4G para suportar o grande volume de tráfego de dados durante o mundial de futebol e já definiu a data do leilão. Do outro, o time das teles, protestando contra as condições impostas para a construção das novas redes e pedindo adiamento da licitação. Elas querem mais tempo para avaliação dos padrões para entrar no campo do Long Term Evolution (LTE), tecnologia que é a evolução do 3G. O leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para venda das licenças de 4G será no próximo ano. O edital estabelece que a faixa a ser adotada para o LTE no Brasil será a de 2,5 GHz e determina um prazo de 12 meses, a partir da assinatura dos contratos, para que o serviço entre em operação nas 12 cidades que irão sediar a Copa do Mundo. Como a previsão é que a licitação seja em abril de 2012, o serviço deverá estar disponível a partir de 2013.

edileuza soares As teles reagiram contra o cronograma e sobre o uso da faixa destinada. Elas querem trocar a frequência de 2,5 GHz por 700 MHz, que atualmente é utilizada pelas empresas de radiodifusão, e poderá ser alocada para prestação de serviços de banda larga móvel, quando a TV analógica migrar para a tecnologia de alta definição. Esse espectro estará livre em 2016, gerando o chamado dividendo digital para

as operadoras de telecomunicações. Durante o Futurecom 2011, o presidente da TIM, Luca Luciani, argumentou que um dos motivos de a faixa de 700 MHz ser a mais adequada é porque o volume de investimentos é cinco vezes menor do que o necessário para projetos 2,5 GHz. Segundo ele, o valor cai por causa do número de antenas 4,5 vezes inferior. Oi e Vivo também defendem a adoção da

A Anatel tem de descobrir já o que fazer com a faixa de 700 MHz. A maior preocupação é o problema de interferência com o sinal de TV Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas para América Latina e Caribe www.computerworld.com.br


28 telecomunicações faixa de 700 MHz para 4G. Representantes das teles dizem que o certo seria o adiamento do leilão ou a sua realização sem vincular o uso da tecnologia, deixando que cada empresa decida que frequência adotar. Em alguns países, as redes de LTE estão sendo construídas com projetos híbridos. A AT&T, por exemplo, lançou serviços com espectro de 1,7 GHz e 700 MHz. A TIM, na Itália, fez um mix de 2,5 GHz e 700 MHz. Entre os quatro grupos que operam telefonia móvel no Brasil, a Claro, do grupo mexicano América Móvil, é a única favorável à realização do leilão em abril de 2012. O presidente da companhia informou que a empresa tem 10 bilhões de reais para investir no País até o final do próximo ano e que uma eventual mudança das datas da licitação traria prejuízos ao País na realização dos megaeventos esportivos: Copa do Mundo e Olimpíadas. “Estamos nos preparando para ter uma rede de acesso totalmente IP, com mais de 8,5 mil roteadores instalados, utilizando prioritariamente a fibra óptica como meio

de transporte, totalizando mais de 89 mil quilômetros de fibra construídos. Isso possibilitará à Claro criar uma plataforma robusta para o lançamento da futura rede 4G”, afirma Márcio Nunes, diretor de Plataformas e Redes da Claro. A Anatel não se posicionou sobre a reivindicação das teles. Mas durante o Futurecom, o conselheiro da agência, João Batista Rezende, disse que o Brasil tem de decidir antes sobre o uso da frequência 2,5 GHz, já que a de 700 MHz ficará ociosa só em 2016. Como o Brasil tem data para ter 4G por causa da Copa do Mundo, o mercado vive um impasse. Para o diretor da 4G Americas para América Latina e Caribe, Erasmo Rojas, esse conflito é mais político. Ele analisa que as duas faixas podem ser usadas nos serviços 4G, como outros mercados estão fazendo. “A Anatel tem de descobrir já o que fazer com a faixa de 700 MHz. A maior preocupação é o problema de interferência com o sinal de TV, mas é importante saber onde elas estão

Redes 4G em teste na América Latina País

Operadora

Argentina Telecom Personal Telefônica Bolivia Entel Movil, Brasil Oi Chile Entel Colômbia UNE República Dominicana Wind Telecom México América Móvil/Telcel Nicaragua América Móvil Porto Rico América Móvil Perú Telefônica Uruguai ANCEL Fonte: 4G Américas www.computerworld.com.br

Início

Frequência

06/2010 12/2010 01/2011 06/2011 12/2009 12/2011 09/2011 08/2011 final/2011 08/2011 06/2010 06/2011

2.6 GHz 1.7/2.1 GHz 700 MHz 2.6 GHz 2.6 GHz 2.6 GHz 2.6 GHz 1.7/ 2.1 GHz 700 MHz 700 MHz 700 MHz 1.7 / 2.1 GHz

disponíveis”, diz o executivo. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, garantiu que o leilão de 4G seguirá o cronograma, como está previsto no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU 3). Segundo ele, quem não participar da disputa vai perder espaço no mercado porque haverá novos investidores interessados em entrar no Brasil. “Embora elas estejam queixosas e reclamonas, acho que as operadoras vão se preparar e entrar no leilão”, disse. Nessa briga, o governo anunciou que a rede da Telebras vai operar com 4G durante a Copa do Mundo para atender serviços públicos e também vender capacidade às teles.

Impacto nos investimentos “Queremos que o Brasil tenha tecnologia móvel de ponta para trafegar dados com mais velocidade que as redes atuais, mas achamos prematuro pensar agora em 4G”, diz Mario Girasole, diretor de Assuntos Regulatórios da TIM. Ele avalia que a implementação de LTE nas condições que o governo está querendo pode não ser efetiva. Seu argumento é que a frequência de 2,5 GHz é boa para regiões urbanas, mas ineficiente para áreas mais distantes. Girasole aponta que outro problema para a adoção de 4G no Brasil é carência de fibra óptica, com cobertura que não alcança nem 15% do País. “Vamos ter gargalo e problema na última milha. Tem de haver coerência entre capacidade eletrônica e antenas. Temos um grande desafio para ter LTE”, diz o diretor da TIM, que sugere que o leilão seja postergado. Ele observa ainda a falta de terminais para essa tecnologia não só no Brasil como no mundo. A solução que ele aponta para a Copa do Mundo são redes HSPA+, ou seja, 3,5G, combinadas com Wi-Fi controlada. O governo federal promete resolver a falta de fibra óptica com a criação de um Regime Especial de Tributação com desoneração de IPI, PIS e Cofins para novos projetos de rede de banda larga no Brasil. Com a medida, haverá renúncia fiscal de 6 bilhões de reais. O ministro



30 telecomunicações Paulo Bernardo espera que a proposta estimule as operadoras a adiantar 20 bilhões de reais dos cerca de 70 bilhões de reais que o setor estima investir em infraestrutura entre 2012 e 2016. Especialistas concordam com essas diferenças, embora afirmem que a performance e a velocidade dos dados independem do uso dessas duas faixas. Segundo o diretor de Marketing e Soluções da Huawei do Brasil, Marcelo Motta, a frequência de 2,5 GHz é alta e o seu raio de cobertura é menor. Já a de 700 MHz é um espectro baixo com área de cobertura cinco vezes maior. “Do ponto de vista econômico, faz mais sentido ter LTE em 700 MHz”, opina Motta. Para o presidente da Alcatel Lucent, Jônio Foigel, a frequência de 2,5 GHz é

muito boa para levar serviços 4G para cidades, mas para grandes coberturas o mais indicado é 700 MHz, que é o caso do Brasil, um país continental. O diretor de tecnologia para a América Latina da Nokia Siemens Networks, Wilson Cardoso, acha que para os estádios onde serão disputados os jogos da Copa, o ideal seria a faixa mais alta de 2,5 GHz. Cardoso diz que o leilão precisa ser favorável com preços que não atrapalhem os planos de investimentos das teles, que ainda estão envolvidas com as obrigações de 3G. Porém, ele acha que com a expansão rápida por dados, de crescimento médio de 6o% ao ano, vai esgotar a capacidade das redes atuais em 2012. “A Copa de 2014 precisa de 4G ao menos nas 12 cidades que sediarão os jogos.

Glossário das redes móveis 3G – Terceira Geração – Tecnologia de banda larga móvel mais avançada que o 2G 3GPP – 3rd Generation Partnership Project – Protocolo que representa tecnologias como HSPA, HSPA+ e LTE 4G – Quarta Geração - Tecnologia de banda larga móvel mais avançada que o 3G EV-DO – One Carrier Evolved, Data Optimized – Evolução da Tecnologia CDMA Gbps – Gigabits por Segundo – Unidade de medida da velocidade da conexão GSM – Global System for Mobile Communications – Tecnologia móvel HSPA – High Speed Packet Access (HSDPA com HSUPA) – Tecnologia que melhora o desempenho do WCDMA HSPA+ – HSPA Evolution – Evolução da tecnologia HSPA IMT – International Mobile Telecommunications – Requisitos para a tecnologia 3G ITU – International Telecommunications Union – Organização Internacional de regulamentação das telecomunicações e ondas de rádio LTE – Long Term Evolution – Sistema da tecnologia 4G OFDMA – Orthogonal Frequency Division Multiple Access – Padronização da rede Wireless UMTS – Universal Mobile Telecommunications System – Padrão do sistema da terceira geração WiMAX – Worldwide Interoperability for Microwave Access – Sistema da tecnologia 4G Fonte: 4G Américas Org. www.computerworld.com.br

Teremos muita gente de fora e as redes 3G ficarão esgotadas”, reforça o executivo da Nokia Siemens. A gerente de soluções para desenvolvimento de mercado da Ericsson Brasil, Amanda Lopes, que estudou a transmissão de dados da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul, lembra que as conexões pelos celulares geraram grande impacto na rede. Segundo ela, as conexões pelos smartphones aumentaram dez vezes, comparadas às registradas no mundial de futebol da China em 2006. “Na Copa do Brasil, todos vão querer baixar vídeo”, diz Amanda, que acredita que no País o tráfego também registrará crescimento de dez vezes e que as redes precisam estar dimensionadas. Para Rojas, o melhor caminho que o Brasil deverá seguir para atender ao compromisso de transmitir bem a Copa do Mundo é se preparar para o leilão de LTE para suprir as grandes cidades com 2,5 GHz e chegar a um entendimento sobre a faixa de 700 MHz para as outras regiões. Em paralelo, ele recomenda investimentos agressivos nas redes HSPA+. Na avaliação de Motta, o Brasil vai abraçar rapidamente o HSPA+ para aumentar a capacidade das redes de dados. Ele aponta pesquisas que mostram que a cobertura de 3G hoje no País é 75% nas grandes cidades, mas com presença de apenas 25% em 4,1 mil municípios brasileiros, o que demonstra que ainda há muito espaço para expansão dos serviços de 3,5G. Nesse caso, os gastos com atualização são em cima da infraestrutura existente e para ampliação do backbone. Até abril do ano que vem, o Brasil terá de encontrar soluções para todas essas questões. Diferentemente de 3G, dessa vez o País deverá entrar na nova tecnologia juntamente com os demais mercados. As primeiras redes 4G começaram a ser implementadas em 2009 e hoje existem apenas 27 em operação, distribuídas por 19 países. Os serviços de LTE ainda estão em teste na América Latina, com pilotos inclusive no Brasil. n


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32 redes sociais

O inevitável

social business Empresas começam a resolver o impasse de quem cuidará do gerenciamento das mídias sociais no universo corporativo Lucas Callegari


33

“M

udou o jogo na comunicação entre empresas, clientes e governo”, afirmou o diretor-geral da comScore Brasil, Alex Banks, durante o Digital AGE 2.0 2011. As empresas já descobriram que as mídias sociais permitem maior interatividade e comunicação direta com o consumidor. Ao mesmo tempo é um instrumento importante no relacionamento com fornecedores e públlico. Segundo estudo recentemente divulgado pela empresa de pesquisa GfK, 43% dos brasileiros costumam usar mídias sociais como Orkut, Facebook, Twitter e YouTube. Revelou ainda que 27% dos usuários de redes sociais costumam usá-las para pesquisar uma marca e 17% para recomendá-la. O resultado mostra que, independentemente das políticas das empresas em relação ao meio digital, suas marcas já estão na rede, sendo avaliadas, criticadas ou elogiadas pelo consumidor que tem conta no Facebook ou no Twitter. A maioria das corporações brasileiras que adota estratégias para o fenômeno das mídias sociais, segue um movimento já em curso no mundo, em que, “cada vez mais as empresas, com a assessoria das agências de marketing, estão trabalhando nas redes sociais para se relacionar com o consumidor”, segundo Alexandre Campos, consultor da consultoria IDC. Para grande parte das companhias, o que prevalece é a gestão das redes sociais ficar a cargo das áreas de Marketing e Comunicação. E o papel do CIO? Para o diretor de Sistemas de Informação para América Latina da Rhodia, Fernando Birman, a TI oferece condições para que as áreas interessadas desenvolvam projetos relacionados às mídias sociais. “Isso vale para rede social e qualquer outra iniciativa das unidades de negócios. Na Rhodia, é o negócio que ‘puxa’ os projetos. Eu entro como facilitador e incentivador da inovação”, diz Birman. Outro papel importante do CIO, segundo o executivo, é o de prospectar tendências.

Além disso, segundo a opinião de Birman, o setor de TI tem também a vantagem de orientar as outras que estão na linha de frente de relacionamento com as mídias sociais. “Uma empresa como a Rhodia, por exemplo, tem um conjunto de regras. Há políticas de comunicação, comportamento e informática. E mídia social uniu várias disciplinas. Na nossa área, a orientação em relação às boas práticas de informática ajuda”, diz. O executivo esteve envolvido no projeto da empresa para redes sociais, cujo objetivo foi melhorar a aproximação com o consumidor final e dar mais visibilidade à Global Business Units Fibras (GBU), unidade produtora de fibras à base de poliamida usadas na confecção de roupas. Embora a GBU não se relacione diretamente com o consumidor final, a unidade colocou a marca Rhodia nas mídias sociais para falar com comunidades que, de alguma forma, estão ligadas ao mundo da moda. “A relação B2B pressupõe um número muito menor de interlocutores em comparação com uma companhia de B2C, que pode ter milhares, centenas de milhares de clientes. Isso leva às empresas que estão em determinada posição na cadeia produtiva a serem mais conservadoras em relação à comunicação

e acabam não percebendo valor nas mídias sociais”, explica a gerente de Marketing da Rhodia Fibras, Elizabeth Haidar. Segundo ela, na Rhodia em determinados setores a aposta em redes sociais pode não ter sentido, não agregando valor. Porém, o setor de fibras é diferente, em que a questão da mídia social passou a ser uma aposta do marketing, e foi uma extensão de uma política de comunicação que já se preocupava em fortalecer a marca antes do advento da era digital. “Temos uma tradição histórica de querer trabalhar a marca junto ao consumidor final. Com o aparecimento das mídias sociais, as observamos como algo importante estrategicamente”, afirma. Segundo a gerente de Marketing, a mídia social colabora para que o cliente direto da Rhodia, em grande parte fabricante de vestuários, reforce junto ao consumidor final a qualidade da matériaprima que seu produto emprega. A ideia foi trabalhar com toda a cadeia produtiva do setor têxtil. A divisão de fibras da Rhodia começou a ser implementada utilizando o Twitter no final de 2009 – atualmente a empresa tem cerca de 12 mil seguidores. “No Twitter, chamávamos a atenção dos consumidores para buscar nos nossos portais para entender a tecnologia dos

Companhia tem uma tradição histórica de querer trabalhar a marca junto ao consumidor. Com o aparecimento das mídias sociais, essa estratégia se fortaleceu Elisabeth Haidar, gerente de Marketing da Rhodia Fibras www.computerworld.com.br


34 redes sociais nossos produtos. O resultado foi muito bom em um intervalo de seis meses, o que nos levou a criar um blog, em 2010. Afinal, precisávamos de dar informações mais aprofundadas, já que o Twitter tem limitações de espaço.” A empresa acabou entrando também no Facebook, em abril de 2011. Segundo Elizabeth, o trabalho é feito por jornalistas que postam conteúdo que vão além de informações sobre a marca. “Um exemplo é o segmento esportivo. Postamos assuntos relacionados ao campo esportivo, para que o meu consumidor receba material útil para o dia a dia dele. Falamos de eventos, dicas para práticas esportivas e sobre hábitos alimentares. Ele nos segue não por causa da marca, mas porque recebe informações úteis.” “Eu acho que a Rhodia, assim como outras empresas, ainda está aprendendo sobre o papel das redes sociais. Isso tornou-se uma prática”, afirma Birman. O executivo deve apostar agora na disseminação do sucesso da unidade de fibras para outras áreas da Rhodia. “O desafio será convencer outras pessoas do grupo a se aproximar das redes sociais.” Segundo ele, outro projeto da empresa é permitir o uso interno desses canais.

“O caminho já foi delineado. Se você quiser, pode aumentar a colaboração na própria organização, trazendo a mídia social para melhorar a comunicação com funcionários. Queremos fazer algo inovador com eles. Afinal, temos 1,5 mil usuários em potencial”, afirma, sem revelar detalhes de como será. Maior empresa de cosméticos do Brasil, a Natura apostou numa estratégia diferente da grande maioria. Criou a diretoria de Internet e Mídia Digital que, atualmente, é liderada por Fábio Boucinhas. Segundo o executivo, com a iniciativa, a corporação prepara-se para o futuro, quando as mídias sociais terão papel fundamental nos negócios. “A criação dessa diretoria mostra a importância que a empresa dá aos meios digitais e às redes sociais. A Natura criou essa área com objetivo não só de pensar de forma mais holística sobre tudo o que é feito nos meios digitais, como também preparar a empresa para seu futuro e o de suas consultoras.” Atuando no mercado de cosméticos por meio da venda direta, a Natura tem, segundo Boucinhas, presença multicanal para extrair o máximo dos meios

Pirelli busca com as redes sociais um relacionamento mais estreito com o consumidor para conhecê-lo melhor e ainda para o desenvolvimento da marca Jan Telecki, gerente de Marketing para América Latina da Pirelli

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digitais. Possui portais próprios voltados para diversas categorias de produtos, além de perfis no Facebook e Twitter e mantém canais no YouTube. Na relação com as consultoras, que vendem seus produtos, possui canais exclusivos de relacionamento. “Penso que esses diferentes pontos de presença no meio digital tenham papel definido. Alguns precisam ser monitorados com o objetivo de medir o tempo em que as pessoas permanecem neles. No Facebook, por exemplo, a cada dia as empresas gastam mais tempo nele”, diz Boucinhas. Ele acredita que, por essa razão, trata-se de uma das ferramentas mais importantes do ponto de vista de relacionamentos e utiliza outros canais, como o YouTube, como uma ferramenta dentro do Facebook. Já os portais próprios, segundo o executivo, têm importância para o relacionamento do consumidor com os produtos e acabam utilizando tanto o Facebook quanto o Twitter para gerar tráfego. Para Boucinhas, o uso das mídias sociais como ferramentas cria uma “relação simbiótica” entre empresa e consumidor. Trabalhar com as mídias sociais, prossegue, é uma ciência nova, sob o ponto de vista de acompanhar o que ocorre na internet. “Você cria um relacionamento. Há um conjunto de métricas diferente do que estava acosutumado. É preciso ter uma equipe para acompanhar o que tem mais retorno, o que gera mais cliques, os assuntos mais comentados e potenciais crises.” Boucinhas informa que a empresa tem uma célula de atendimento dedicada aos assuntos de redes sociais e que o retorno desse monitoramento acaba refletindo em várias áreas da Natura. “Eu sou par de várias outras diretorias, inclusive TI. Minha área tem função horizontal na empresa, tratando de assuntos que podem remeter à área de atendimento ou à produção.” Em relação à área de TI, a parceria é importante na opinião do diretor. “Qualquer iniciativa nossa acaba na



36 REDES SOCIAIS maioria das vezes envolvendo alguns sistemas legados. Há uma relação de interdependência com a TI.” Um dos maiores fabricantes de pneus do mundo, a Pirelli estreou nas redes sociais em 2006, quando produziu um curta-metragem para ser veiculado no YouTube, a maior novidade da rede naquele ano. “A Pirelli está, há algum tempo, buscando com as mídias digitais um relacionamento com o consumidor, para conhecê-lo melhor. E para o desenvolvimento da marca”, afirma o gerente de Marketing para América Latina da Pirelli, Jan Telecki. A partir do primeiro sucesso no YouTube, a empresa tem inovado e diversificado a atuação nas mídias sociais. Para fazer a varredura do que estão falando sobre automóveis, corridas e, obviamente, pneus, a Pirelli contratou a Media Contacts. Telecki destaca a forte interação entre as equipes das duas companhias. “Temos profissionais da Pirelli dentro da Media Contacts. São pessoas experientes no âmbito digital, dedicadas à comunicação e que vivem voltadas exclusivamente à rede social. Outra empresa que tem nas mídias sociais um recurso importante para suas estratégias é a fabricante de caminhões Iveco, braço da italiana Fiat. O meio digital passou a ser protagonista justamente quando a empresa decidiu ser mais agressiva no mercado brasileiro. No Brasil desde 1997, a organização concorre com marcas tradicionais que está há décadas no Brasil, como Ford, Mercedes Benz e Volkswagen. A partir de 2007, a Iveco investiu em uma total renovação da estratégia de marketing, na qual a inovação digital tem papel fundamental. O objetivo era simplesmente melhorar a exposição da marca, tornando-a mais conhecida e aumentar o seu valor. Uma pesquisa, encomendada pela própria empresa, apontou que sua marca ainda estava em desenvolvimento no País. Na estratégia de comunicação, a Iveco inovou em 2009, ao fazer o primeiro lançamento de caminhão via blog no Brasil, tendo como públicos jornalistas, www.computerworld.com.br

clientes, potenciais compradores, concessionários e colaboradores da empresa. A iniciativa foi tão bem avaliada na companhia, que a página passou a ser o blog oficial da Iveco. A montadora também saiu à frente ao lançar o caminhão Tector Stradale exclusivamente pela internet, em agosto de 2009.

Informações das redes favorecem a empresa ao se tornar mais uma fonte de melhoria constante de produtos, serviços e processos Hellen Santos, analista de Comunicação da Iveco

O uso das mídias sociais levou a Iveco a acompanhar as mudanças de tendências no mercado. Os consumidores de caminhões estão mais bem informados do que antes e houve ainda profissionalização do setor de transporte. “Atualmente, as empresas estão mais preparadas, por exemplo, para discutir custos operacionais, características técnicas de produtos, e melhor aplicação para os tipos de carreta”, informa o diretor de Comunicação da Iveco Latin America, Marco Piquini. Para ele, esse movimento tornou mais sofisticado o relacionamento com o consumidor, daí estar antenado com a mídia digital. “Pretendemos cada vez mais fortalecer esse relacionamento por meio de pesquisa e atuação segmentada. Sabemos que o Orkut possui mais de mil comunidades referentes a caminhões. Qual tipo de discussão é abordado em torno da marca Iveco e de seus concorrentes?”, diz Hellen Santos, analista de Comunicação responsável pela Plataforma de Comunicação Digital Iveco. Ela afirma que essas informações podem favorecer a empresa em mais uma fonte de melhoria constante de produtos, serviços e processos. “E, ainda, seguramente, trazer cada vez mais inovação e diferenciação para os produtos Iveco.” Em outubro, será lançada uma nova FanPage da Iveco no Facebook, para que o conteúdo da montadora seja melhor agregado à rede social. Na Iveco, as análises das informações colhidas junto às mídias sociais são realizadas pelo departamento de Comunicação, no entanto, Piquini destaca a importância da Tecnologia da Informação para as áreas de negócios. “A área de TI é fundamental porque a tecnologia nesse campo muda a cada dia, evolui com rapidez impressionante e devem ter o suporte técnico para viabilizar as ideias e as necessidades”, relata Piquini, reforçando que a TI é vital também para contribuir com propostas e soluçõs técnicas que criem situações favoráveis para novos projetos. ■


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38 MOBILIDADE

Electrolux amplia exposição de produtos para

impulsionar vendas Solução móvel permite verificar, em tempo real, a disponibilidade de eletrodomésticos e aparelhos e agiliza demonstração na rede varejista

A

DÉBORAH OLIVEIRA

Electrolux usava planilhas para gerenciar a demonstração de produtos nas centenas de lojas que comercializam as mais de 300 marcas da fabricante. Cada um dos cerca de 500 promotores de vendas em todo o Brasil controlavam manualmente a exposição dos eletrodomésticos em suas lojas. Hoje, eles estão equipados com dispositivos móveis, que garantem a integridade de dados, agiliza processos e possibilita à rede varejista alinhar todas as informações sobre disponibilidade. www.computerworld.com. computerworld.com. .com.br


39 “Temos uma pesquisa interna que mostra que quanto mais produtos estiverem no mostruário, maior a possibilidade de influenciar as tomadas de decisão do consumidor, já que ele poderá ver de perto o que quer comprar. A ausência deles pode resultar na perda de vendas”, explica André Doro, CIO da Electrolux para a América Latina. Nesse cenário, a organização [que fabrica 55 milhões de produtos por ano] concluiu, em uma decisão conjunta entre TI e negócios, que precisaria de uma tecnologia para melhorar a velocidade e a performance de identificação dessas informações em campo e tomar ações rapidamente. A solução chegou por meio da mobilidade. A Electrolux, que fabrica eletrodomésticos e aparelhos profissionais, equipou os funcionários que ficam em campo com PDAs da HTC. Todos eles contam com uma solução da fornecedora MC1, que é responsável pela captura de dados. O dispositivo móvel envia dados para o Business Intelligence (BI) [desenvolvida internamente], que está integrado ao ERP Oracle JD Edwards da empresa. Segundo Doro, os promotores visitam as lojas e coletam dados sobre a disponibilidade dos produtos. Depois, passam para a equipe de marketing da Electrolux. “Hoje, conseguimos entender diariamente como está a presença dos produtos na rede varejista e em caso de falta de algum deles, tomar ações para reverter o quadro”, diz. O executivo diz que quando não há disponibilidade, existem pelo menos quatro motivos. O produto está em falta; a Electrolux tem o produto no estoque, o varejista também, mas ele está no centro de distribuição do lojista; o produto existe em estoque, mas o varejista não tem, então há uma pendência comercial. E, por fim, o produto está em trânsito e não chegou à loja. “Ao identificar uma das causas, acionamos a área responsável para eliminar o gargalo rapidamente”, afirma. O CIO lista outras mudanças

Hoje, a empresa pode acompanhar diariamente como está a presença dos produtos na rede varejista e em caso de falta de algum deles, tomar ações rapidamente para reverter o quadro André Doro, CIO da Electrolux para a América Latina

significativas para os negócios após a chegada da solução, em meados do ano passado. “Antes, olhávamos pelo retrovisor. As informações eram enviadas mensalmente para a equipe da retaguarda e avaliávamos os dados

Electrolux

www.electrolux.com.br Desafios: melhorar a velocidade e a performance de identificação da falta de produtos no mostruário em campo e tomar ações rapidamente.

n

Solução: PDAs da HTC, solução móvel da fornecedora MC1 e BI desenvolvido internamente.

n

Resultados: integridade de dados, agilidade de processos e visibilidade da disponibilidade de produtos no mostruário das lojas.

n

Expectativas: ampliar as vendas e conquistar novos clientes.

n

do mês anterior”, lembra. Agora, diz, como o acesso é diário, toda a cadeia é gerenciada de forma mais ágil e as tomadas de decisão sofreram um salto de 150% em velocidade. “A visibilidade em campo foi consideravelmente aprimorada”, diz. Com um olhar de 360 graus da loja, ele diz ainda que as informações ajudam a companhia a ter melhor posicionamento sobre a concorrência. “Se outras fabricantes estiverem com promoções, podemos entender se é uma ação coordenada de lojas, ou uma atividade isolada. De posse dessas informações, conseguiremos adotar estratégias”, diz. Doro afirma que é difícil quantificar o aumento de comercializações. Mas que foi possível observar diminuição na perda de vendas. “O consumidor precisa tocar no produto, visualizar como ele vai ficar na casa dele. Isso influencia diretamente nosso market share”, assinala. Na opinião do executivo, o principal desafio do projeto está relacionado à questão cultural e ainda à correta inserção dos dados no sistema. “A veracidade dos dados é vital para nós. Por isso, consumimos bastante tempo, orientando sobre a importância da coleta”, observa. Para ele, o fator-chave de sucesso da iniciativa foi o casamento com a área de negócios. “Eles foram nosso braço direito e se envolveram em todo o processo”, aponta. Na TI, ele diz que como resultado foi possível mostrar que a cada dia a tecnologia da informação deixa de ser uma área operacional e contribui para o aumento das oportunidades. “Essa configuração nos ajuda a pavimentar uma estrada que mostra para os negócios que podemos ser mais estratégicos”, avalia. Para suportar o novo desenho, o projeto, diz Doro, demandou investimento em infraestrutura [não revelado]. Foram adicionados storage, servidores e links. “Estudamos enviar esse ambiente para a nuvem”, finaliza sem, no entanto, revelar detalhes dessa movimentação. n www.computerworld.com.br


40 tecnologia

Tablets

made in

Brasil

Chegam ao mercado as primeiras linhas produzidas no País. Incentivos poderão reduzir preços em mais de 30% edileuza soares

Ypy, da Positivo, roda Android, totalmente tropicalizado

www.computerworld.com.br

O

Brasil quer se tornar um grande centro produtor de tablets, com capacidade para abastecer o mercado doméstico e exportar para a América Latina. Esse é o plano do governo federal com a criação de lei que estimula essa indústria e já atraiu mais de 25 companhias, entre nacionais e internacionais, interessadas na fabricação local. Seis delas já estão produzindo com incentivos fiscais e prometem aparelhos mais acessíveis aos brasileiros. As que deram o pontapé inicial são: AIOX, Motorola, MXT, Positivo, Samsung e Semp Toshiba. As demais estão na fila de espera, aguardando sinal verde do governo federal para enquadrar seus produtos à nova regulamentação, ou concluindo planos de investimentos para industrialização no Brasil. As que saíram na frente foram as primeiras a atender aos requisitos da Medida Provisória (MP) 534, criada pela equipe da presidente Dilma Rousseff estabelecendo o Processo Produtivo Básico (PPB) para fabricação local de Tablet PC. A proposta aprovada pelo Congresso Nacional inclui os dispositivos na chamada “Lei do Bem”, que isentou as alíquotas do PIS/Cofins, que incidem sobre a receita bruta da venda no varejo desses produtos. A expectativa do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, é que a nova lei popularize o uso de tablets no Brasil da mesma forma que aconteceu com os PCs, quando a indústria se beneficiou da isenção de impostos. Pelos seus cálculos, a medida que acaba de ser aprovada reduz em mais de 30% o preço final desses produtos. Essa estimativa leva em consideração a desoneração não apenas do PIS/Cofins, mas também de outros impostos taxados [como IPI e ICMS] pelos municípios e estados. “Com os incentivos, vamos estimular a concorrência e ter mais ofertas para os consumidores a preços competitivos”, promete Mercadante. Em contrapartida, a nova regulamentação determina que os tablets


41 produzidos no Brasil sem impostos contenham 25% de componentes nacionais no primeiro ano. Após três anos, essa exigência sobe para 80%. A medida tem o objetivo de obrigar as empresas, principalmente as multinacionais, a investirem aqui em centros de pesquisas e inovação. O plano do governo é tornar o Brasil um centro de desenvolvimento desses dispositivos, criando um ecossistema com atores de toda a cadeia produtiva. Entretanto, o País tem o grande desafio de estabelecer duas fábricas essenciais para esse processo que são a de chip e a de telas de LCD para equipar os dispositivos móveis. “É importante que o governo tenha visão e lucidez para trabalhar junto com essas empresas que estão interessadas em fabricação local. Elas têm de instalar laboratórios aqui para evitar que o Brasil não se torne apenas um montador de tablets”, adverte a presidente da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucape) de Manaus, Isa Assef. Em sua opinião, um modelo ideal para isso seria envolver os institutos brasileiros de pesquisas nessa operação para cooperação e transferência de conhecimento.

Espera pelo iPad Antes da aprovação da MP pelo Congresso Nacional, apreciada pelo Senado em setembro, 26 indústrias entraram com pedido para enquadramento ao PPB dos tablets junto aos ministérios da Fazenda; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). Entre essas, oito foram habilitadas a iniciar a produção dos equipamentos com incentivos, sendo que seis (AIOX, Motorola, MXT, Positivo, Samsung e Semp Toshiba) já começaram a fabricação. A coreana LG e a espanhola Envision já obtiveram o PPB para produção de tablets, mas não estabeleceram ainda plantas para a fabricação dos

produtos. Ambas informaram que a manufatura dos dispositivos no Brasil está prevista para o ano que vem. No caso da Envision, a montagem será em parceria com a brasileira AOC, com planta industrial, instalada na cidade de Jundiaí (SP), a mesma região onde está

Bronx, da AOIX, traz linha colorida para público jovem estabelecida a Foxconn, a fabricante da Apple na China. O iPad da Apple com selo nacional, tão aguardado pelos brasileiros, ainda está na fila de espera. A fabricante chinesa Foxconn, responsável pela produção da marca, não definiu ainda seu plano de produção local. Mercadante espera que os dispositivos da companhia consigam chegar ao varejo até dezembro, antes do Natal. Analistas do mercado demonstram

menos otimismo com esse cronograma em razão das várias mudanças das datas prometidas para início de fabricação pela montadora chinesa. Quando a Foxconn anunciou o interesse em produzir iPad no Brasil, em abril deste ano, foi sinalizado que a operação começaria em julho na cidade de Jundiaí (SP), onde a empresa está sediada. Na época, representantes do governo e da Foxconn apresentaram um ambicioso plano de investimentos no País, envolvendo aporte de 12 bilhões de dólares em uma fábrica para produção de dispositivos da Apple e geração de 100 mil empregos no prazo de cinco anos. Mercadante justifica que o atraso em fechar um acordo com a fabricante chinesa é pela dificuldade em encontrar um sócio brasileiro disposto a entrar no negócio. Ele disse que o governo está buscando apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Corrida pelo mercado Enquanto o iPad brasileiro não chega, fabricantes de tablets que abraçaram o sistema operacional Android do Google, correm para fixar a marca no

Temos de evitar que o Brasil não se torne apenas um montador de tablets. As empresas têm de instalar laboratórios aqui Isa Asseff, presidente da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica www.computerworld.com.br


42 tecnologia

Nosso tablet foi desenvolvido por brasileiros para brasileiros e não perde em nada para o da concorrente Apple Hélio Rotenberg, presidente da Positivo

mercado nacional, considerado bastante promissor para venda desse tipo de produto. Projeções da IDC estimam que serão comercializados 300 mil unidades dessa categoria de portáteis no País em 2011, três vezes mais que os 100 mil equipamentos vendidos em 2010. Entretanto, o boom desse setor está sendo esperado para 2012, quando as novas fábricas estarão a todo vapor e com produção em grande escala. “Os tablets tornaram-se objetos de desejo e deverão ser um dos produtos mais vendidos no Natal deste ano”, aposta o presidente da Positivo, Hélio Rotenberg, que enxerga como grandes compradores o mercado corporativo, setor de educação e consumidor final. A empresa acaba de entrar na disputa por esses clientes com o lançamento da linha “Ypy”, que em tupiguarani, quer dizer “o primeiro”. O produto da Positivo foi projetado para competir com o iPad da Apple. Segundo Rotenberg, os tablets da marca exigiram dois anos de pesquisas e chegam ao mercado com novidades. Os aparelhos rodam o sistema operacional Android, totalmente localizado para os consumidores locais, têm telas de sete ou dez polegadas e vêm nas versões Wi-Fi e 3G. O modelo mais simples, com tela de sete polegadas e Wi-Fi, estará disponível para venda no varejo por 999 reais. www.computerworld.com.br

“Nosso tablet foi desenvolvido por brasileiros para brasileiros e não perde em nada para o líder desse mercado”, garante Rotenberg. Ele menciona inovações em hardware, sistema operacional e ecossistema de aplicativos. O produto será fabricado nas plantas da empresa de Curitiba e Manaus para se beneficiar dos incentivos oferecidos pelas duas cidades. Outra brasileira que está pronta para brigar nessa arena é a fabricante de

Tablets no Brasil

Empresa

Cidade

AIOX do Brasil Caçador – SC Envision /AOC* Jundiaí -SP LG Electronics* Taubaté - SP Motorola Industrial Jaguariúna – SP MXT Industrial Belo Horizonte - MG Positivo Informática Curitiba/Manaus Samsung Eletrônica Campinas- SP Semp Toshiba Informática Salvador-BA *Obteve o PPB, mas não começou ainda a produzir no Brasil Fonte: Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

computadores AOIX do Brasil, que opera com planta industrial na cidade de Caçador (SC). A empresa fabrica dois modelos da linha BRAOX de sete e dez polegadas com incentivo fiscal. O mais simples, sem acesso 3G, custa 799 reais. A expectativa da companhia é produzir mensalmente 100 mil unidades, somando as duas versões. Em 2012, a empresa espera, sozinha, comercializar 1 milhão desses equipamentos. O diretor comercial da AOIX, Jacson Oliveira, acredita que os tablets vão desbancar os notebooks e também os celulares. Os principais comparadores segundo ele são os mercados corporativo e educacional, além de adolescentes. “Somente o Ministério de Educação (MEC) deverá lançar em outubro deste ano um edital para compra de 600 mil dispositivos dessa categoria.” A AIOX vai participar da licitação e também aposta no público jovem, com a produção de tablets coloridos. Na MXT, com planta industrial em Betin (MG), onde são produzidos os tablets da marca com o PPB, o plano é atacar o mercado corporativo, com fornecimento de dispositivos para o setor industrial e serviços públicos como para carros de polícia e ambulâncias. Tanto, que a companhia ganhou uma licitação para a venda de 11 mil unidades para a Polícia Militar de São Paulo, sendo que 7 mil já estão em uso. A empresa também conta com dois modelos, sendo que o mais básico sai por 850 reais. “Nossa linha destaca-se por permitir acesso à Ethernet, ou seja, vem com cabo que possibilita o uso de equipamento em rede fixa, que é um diferencial”, informa Fernando Greco, gerente de Expansão da área Comercial. Para explorar esse mercado, a MXT investiu 25 milhões de reais em uma planta industrial com capacidade para produzir 5 mil tablets por mês. “Nossos planos são de produzir oito modelos até o final de 2011”, conta Greco, informando que diferente de outras empresas, seu maior concorrente não é a Apple, mas sim as companhias que fabricam dispositivos para indústria e serviços públicos. n



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A onda agora são as nuvens setoriais FINANÇAS

SAÚDE Contratar uma cloud customizada para cada tipo de vertical é a tendência que começa a ser desenhada. A ideia é tornar a nuvem cada vez mais alinhada às estratégias de negócios Esther Shein, da Computerworld (EUA)

www.computerworld.com.br

MANUFATURA

J

á ouvimos falar de nuvens privadas, híbridas e turnkey. Agora, prepare-se para as voltadas a setores específicos. A ideia é fornecer tecnologia, processos de negócios e serviços exclusivamente adaptados às necessidades de uma vertical em particular. Já existem ofertas de nuvem para companhias aéreas e instituições financeiras. Analistas esperam o surgimento de outras opções no cardápio do mercado. Enquanto a nuvem pode ser atraente por algumas razões, entre as quais redução de custos e maior agilidade, o valor desse serviço torna-se ainda mais atraente quando os provedores envolvem a expertise vertical e a propriedade intelectual em torno das ofertas, dizem especialistas. O momento é de crescimento para a implementação de nuvens verticais específicas porque seus recursos são projetados para comunidades que partilham interesses especiais. Uma nuvem para uma indústria específica pode ser avaliada como uma cloud privada e híbrida. É privada “porque você tem de ser autorizado pela comunidade, mas é também híbrida, pois cada um dos membros pode usar a nuvem para acessar recursos públicos, com segurança adequada”, diz o CEO da consultoria AgilePath, Eric Marks. “Tudo o que eu estou vendo sugere que são tendências e há alguma lógica por trás disso.” “Há uma série de soluções e plataformas que estão surgindo no nível específico de setores”, concorda o vice-presidente da empresa de pesquisa Saugatuck Technology, Charlie Burns. “O que vocês verão é uma gama de empresas tradicionais alavancando infraestuturas de cloud desenvolvidas para mercados específicos.” Essas empresas vão-se


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GOVERNO tornar usuárias e provedoras de nuvens específicas da indústria, ele sugere. A Saugatuck antecipa uma explosão de ofertas de negócios para a vertical, orientadas para nuvem, não só de fornecedores tradicionais, como Accenture, IBM e provedores indianos “mas também de empresas tradicionais que estão chegando ao mercado com o processo de negócios como serviço (BPaaS) com soluções próprias”, acrescenta Bill McNee, fundador e CEO da Saugatuck. As nuvens específicas para a indústria, ele afirma, são “o futuro. É a nova maneira de fazer as coisas”. A Saugatuck projeta que, até o final deste ano, pelo menos 75% das organizações usarão uma ou mais funções em nuvem – SaaS, infraestrutura de cloud e serviços de negócios, entre outros – para apoiar as operações diárias de seus negócios. Mas a Saugatuck ainda não tem uma projeção do percentual de clientes que usarão nuvens específicas para a indústria.

Voando para a nuvem Como uma das indústrias mais focadas na logística, o setor de transporte aéreo tem apostado em processos e modelos que podem ser compartilhados na nuvem. Afinal, as principais companhias aéreas voam para os mesmos aeroportos em todo o mundo. A Sita, o braço de TI da indústria de transporte aéreo, uniu forças com a empresa de telecomunicações Orange Business Services. Recentemente, os

dois anunciaram planos para construir uma infraestrutura em nuvem global, de alto desempenho para atender às necessidades de seu respectivo mercado. Em outras palavras, eles são parceiros na construção da infraestrutura, mas cada um vai vender o produto em seus respectivos mercados. A Orange Business Services é uma empresa do ramo de serviços da France Telecom, e vai oferecer nuvem para empresas globais. No caso da Sita, significa acabar com uma gama de redundâncias em TI no transporte aéreo. Cada companhia aérea tem sua própria rede e, provavelmente, cem ou 200 servidores que “fazem praticamente as mesmas coisas”, observa o vicepresidente da Sita, em Genebra, na Suíça, Greg Ouillon. Algumas das funções que todas as companhias aéreas oferecem incluem centros de atendimento para reservas, asssim como check-in, embarque, segurança e agendamento de aeronaves. “Nós sentimos que era um movimento natural adicionar capacidade de computação que permitirá que nossos clientes compartilhem ainda mais a infraestrutura de TI, reduzindo os custos e ganhando benefícios nos níveis de serviços.” A infraestrutura de cloud computing da Sita será baseada em seis data centers

TRANSPORTE interligados em Atlanta, Frankfurt, Joanesburgo, Singapura, Hong Kong e Sydney. Cada um deles irá cobrir uma região própria, e todos serão conectados à rede da Orange MPLS de alta velocidade. A infraestrutura global permitirá à Orange e à Sita oferecer carteiras individuais de serviços de cloud computing: infraestrutura como serviço, plataforma de serviços, desktop como serviço e software como serviço. Ambas, Orange e Sita, continuarão com seus próprios serviços voltados para clientes finais. As conexões de rede entre os data centers são protegidas com “níveis de proteção contra ameaças maliciosas”, segundo a Sita. A nuvem Sita/Orange vai oferecer um serviço altamente resiliente por meio de conexões redundantes, sites failovers e de rede inteligente, baseados em roteamento redirecionado para transferir o tráfego se houver interrupções, diz um funcionário da Sita. Um objetivo essencial é o desempenho consistente entre todos os data centers – as duas empresas www.computerworld.com.br


46 tecnologia têm o objetivo de atingir mais de 100 milissegundos de latência quando seus clientes operarem aplicativos na nuvem. A Malaysia Airlines foi um usuário piloto da iniciativa da Sita para “todas as etapas da viagem de passageiros – desde a reserva até o check-in”, explica, por e-mail, o vice-presidente executivo de Estratégia Comercial para a companhia aérea, Dr. Amin Khan. Ele disse que sua empresa não experimentou nenhuma latência e o tempo de resposta “foi aceitável”. A companhia ainda está avaliando se os serviços de nuvem da Sita levaram à redução de custos e ao aumento da agilidade. Segundo Ouillon, a Sita promete que as aplicações de desktop da Malaysia Airlines carregeum [abram] em até dez segundos. O tempo que leva para baixar os dados do data center para a área de trabalho é de alguns segundos, afirma ele. Um exemplo da funcionalidade é que a imagem de um ambiente de trabalho é publicada em site remoto para que o agente de companhia aérea possa ver na tela o que está acontecendo na nuvem. “De repente, imagine executar seus servidores em uma infraestrutura compartilhada, e que você só paga o que utilizar, assim não é preciso gastar dólares com novos equipamentos”, diz Ouillon – porque, como com qualquer tipo de nuvem, ela é compartilhada e otimizada”. Companhias aéreas poderão vender ou reciclar seus servidores existentes, informa ele. Todas as mais de 30 companhias aéreas da Sita declararam que estão interessadas nesse modelo de nuvem, não só para redução de custos, diz Ouillon, mas também por causa da flexibilidade e da maior agilidade para os negócios. “Se você pode ter os funcionários trabalhando em casa ou na Starbucks, se houver uma nuvem www.computerworld.com.br

de cinzas sobre a Europa ou a gripe aviária, você pode, rapidamente, configurar desktops e servidores na nuvem e continuar a acessar a sua aplicação a partir de um iPad.” O setor de transporte aéreo não está sozinho no reconhecimento dos benefícios de uma mudança para nuvens voltadas para indústrias específicas. O conceito também está levantando voo em indústrias fortemente regulamentadas como finanças e saúde.

Investindo em uma nuvem financeira A New York Stock Exchange (NYSE), bolsa de valores de Nova York, também está apostando em uma nuvem exclusiva para o setor. O ambiente regulatório nos mercados de serviços financeiros mudou nos últimos anos. Empresas, especialmente as menores, têm procurado novas maneiras de cumprir com os regulamentos, enquanto continuam fornecendo valor aos seus clientes. “Há um movimento em direção à maior supervisão dos mercados financeiros, por isso as empresas têm de ser capazes de reagir a isso”, explica o vice-presidente de Desenvolvimento de Plataforma da NYSE Technologies, divisão da NYSE, Feargal O’Sullivan. “Há um movimento geral em direção à maior eficiência e ao comércio eletrônico, os dias em que havia um homem passando bilhetes durante o pregão de Wall Street se foram.” Além disso, diz ele, tem havido mudança nos tipos de instrumentos negociados, e uma necessidade geral de reduzir custos. Durante o verão, a NYSE Technologies formou parcerias com EMC Corp e VMware. A negociação permitiu às instituições financeiras o acesso direto a serviços de tecnologia da

NYSE por meio da recém-desenvolvida plataforma comunitária de Mercado de Capitais (PMCC). Empresas de Wall Street que se inscreverem na plataforma podem usar os servidores para ter acesso à pesquisa, incluindo dados analíticos e históricos de mercado que, anteriormente, eram armazenados em empresas individuais. A plataforma está disponível atualmente nos Estados Unidos e o plano é expandir para todo o mundo, começando, neste ano, em Toronto e em Tóquio. Até o momento, existem quatro clientes, informam funcionários da NYSE Technologies. “A infraestrutura como serviço chamou a atenção das pessoas para o âmbito dos serviços financeiros”, diz O’Sullivan. Nos últimos anos, as companhias que foram capazes de adquirir a mais recente tecnologia e implementá-la à frente de todo mundo desfrutou de “grande vantagem”. Mas agora muitas das empresas do setor tiveram de se atualizar, investindo muito na modernização da infraestrutura de tecnologia, perdendo assim a diferença de competitividade, diz ele. Enquanto algumas organizações ainda estão focadas em ter essa tecnologia de ponta, diz O’Sullivan, “não há tanta vantagem competitiva como era há cinco anos. As margens de lucro foram espremidas e o mercado não é tão ativo como costumava ser, então, obviamente, as empresas estão procurando reduzir custos e alavancar... uma plataforma compartilhada.” A plataforma também reduz o custo de entrada para as empresas menores, porque dispensa a compra e a instalação de servidores, acrescenta O’Sullivan. “Nós fornecemos servidores físicos e se eles pedirem servidores virtuais, usam o Portal Director vCloud, o que dá aos clientes o acesso a um catálogo de serviços virtuais. Estamos construindo uma comunidade com empresas conectadas que querem negociar uns


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com os outros’’, diz O’Sullivan, ressaltando que a NYSE já tem uma conexão com “quase todas as empresas de serviços financeiros do mundo.” A NYSE Technologies também está construindo um ecossistema de conteúdos e aplicações, diz ele, para que as organizações que se juntam à sua nuvem possam acessar um número crescente de recursos que não possuem para se desenvolverem. Entre os serviços oferecidos pela NYSE está um portal de gestão de risco, que valida as transações. A empresa também está trazendo outras companhias para a nuvem e que poderá oferecer grande variedade de produtos financeiros da NYSE, e também de seus concorrentes, como software de gestão de risco. Companhias de serviços financeiros interessadas em participar são obrigadas a assinar um acordo com os termos e condições e são submetidas a uma verificação de antecedentes, como medida de segurança e como parte das exigências regulamentares, diz O’Sullivan. A segurança está sendo tratada no nível de “aplicar o mesmo conjunto de políticas de segurança que usamos para proteger o mercado NYSE’’, diz O’Sullivan, que não forneceu detalhes específicos, citando a natureza desse setor. Há dois preços para PMCC: o de locação mensal para acesso aos servidores físicos e o mensal para o NYSE Technologies, chamado de “Virtual Cloud Pack”, que incluiria, por exemplo, 96 GB de RAM e meio terabyte de armazenamento, diz O’Sullivan. Ele www.computerworld.com.br

não revelou preços específicos. “Estamos confiantes de que somos muito competitivos em relação à qualquer provedor de nuvem em preços.” Na proposta da NYSE Technologies, com conexão WAN, os clientes vão obter dados de mercado e negociação sem quaisquer taxas de largura de banda adicional. Além da NYSE, o provedor de serviços financeiros State Bank Street, com sede em Boston, recentemente também anunciou planos para construir uma nuvem financeira privada, oferecendo aos clientes aplicações em tempo real e serviços executados em vários data centers.

Compartilhamento pode ser bom Os funcionários das indústrias dizem que muitas vezes as empresas percebem que há processos de negócios nos quais é vantajoso compartilhar com outros. “Eu poderia investir em [criar] meu próprio banco de dados de atividades fraudulentas, em que mitigação de risco de fraude é muito importante para mim”, diz o diretor de Soluções de Cloud Computing e Automação de Serviços da IBM, Moe Abdula. “Também posso adquirir essas informações com meus próprios meios a um custo maior, ou obtê-lo com um [parceiro] particular em um consórcio de nuvem ou ainda com uma comunidade que tem interesses mútuos em torno de processos específicos, presumivelmente a um custo menor.” Ao avaliar se outras indústrias estão prontas para suas próprias nuvens, é

importante notar que tanto a Sita como a NYSE têm o marketing da segurança e da confiabilidade de suas marcas junto às suas respectivas comunidades. “Desenvolvemos a confiança ao longo dos anos, e a ideia é aumentar essa confiança”, explica Ouillon. “A indústria se sente confortável com a infraestrutura de compartilhamento da Sita, e nos sentimos confortáveis em compartilhar a infraestrutura de TI entre eles.” No nível da rede, a Sita tem uma série de mecanismos para compartilhar infraestrutura, diz ele, e os recursos podem ser estritamente privados, como se fossem em seu data center. Os clientes terão acesso direto à infraestrutura por meio da rede privada virtual, contando com a tecnologia MPLS ou acessando a internet por meio do protocolo de segurança IPSec, ou o que considerarem mais adequado, diz Ouillon. A infraestrutura é protegida por vários níveis de firewalls e aproveita a tecnologia VMware Hypervisor, implementando as melhores práticas de segurança para a separação adequada dos clientes. Mas se um cliente solicitar, a Sita avisa que disponibiliza alguns de seus servidores para que outras partes possam acessar os aplicativos, diz ele. “Então, se você é um fabricante de aeronaves e enviar um aplicativo na nuvem e deseja anunciar para a comunidade, é possível.” A Sita e a Orange Business Services estão agora totalmente empenhadas na execução e todos os contatos com os clientes, analistas e parceiros de tecnologia, confirmam a relevância e o valor da nuvem para comunidade, diz Ouillon. “Estamos confiantes de que a comunidade em nuvem é o caminho a seguir para alcançar agilidade nos negócios tão exigida pela indústria de transporte aéreo.” n


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o que o trabalho remoto pode fazer pelo seu negócio Profissionais em home o∞ce podem ser mais felizes e produtivos do que os que desempenham as funções na sede da empresa logan g. HaRBaUgH, Da Pc WoRlD (eUa)

O

telecomuting, ou trabalho remoto, que permite às pessoas trabalharem em diferentes locais, oferece inúmeras oportunidades para as pequenas empresas, incluindo a redução de custos e a capacidade de contratar rapidamente trabalhadores temporários. Ferramentas de telepresença, como videoconferência, tornam o trabalho remoto possível. O governo dos Estados Unidos adotou o trabalho remoto antes de muitas companhias do setor privado. Um número crescente de empresas tem prosperado com trabalhadores remotos, fornecendo serviços por meio da web. A seguir, alguns argumentos que servirão para considerar a ideia de que oferecer trabalho remoto para os membros da equipe pode ser uma excelente alternativa. www.computerworld.com.br


50 tecnologia 1 - Funcionários mais produtivos Quando podem trabalhar em casa, eles não têm as distrações do escritório, e não gastam tempo com locomoção. Vários estudos acadêmicos e pesquisas corporativas mostram que os trabalhadores remotos são muitas vezes mais felizes e mais produtivos do que aqueles que ficam na sede da empresa. Alguns trabalhadores podem precisar de supervisão, mas você pode fazer isso por meio de metas de produção em vez de monitorar horas trabalhadas por dia.

2 - Alcançar os profissionais da equipe onde quer que estejam, independentemente da localização Geralmente, a adoção do trabalho remoto implica na construção de infraestrutura mínima adequada: software e conexão à internet apropriados. As ferramentas incluem aplicações de controle remoto, software de colaboração e software de videoconferência. Pode ser mais fácil alcançar os membros da equipe por meio da web do que caminhar pelo escritório. Os aplicativos de controle remoto como LogMeIn, GoToMyPC ou Splashtop Remote Desktop registram o usuário em casa e controlam o computador usado para o trabalho. Os software de colaboração como o Google Apps e o Office 365 permitem que os usuários compartilhem documentos, arquivos, apresentações, e outros dados em diferentes locais, simultaneamente. E software de videoconferência – como o Cisco WebEx Meeting Center, Citrix GoToMeeting, ou o Google+ Hangouts, que é de graça – facilitam reuniões de grupo.

3 - Economia de espaço e corte de custos O trabalhador remoto não apenas suprime a própria

Trabalho móvel No ano passado, estudo realizado pela Cisco aponta que três em cada cinco profissionais acham que não é necessário se locomover ao trabalho para serem mais produtivos. Entre os 2,6 mil profissionais de TI entrevistados em 13 países [entre eles o Brasil], 46% deles dizem que rendem mais na empresa, enquanto 38% deles preferem atuar em casa. O levantamento aponta ainda que metade dos colaboradores que têm à rede corporativa, aplicações e informação fora do escritório, trabalham mais duas ou três horas por dia, e um quarto, cerca de quatro horas ou mais. Contudo, as horas extra não se traduzem em empregados ligados permanentemente, releva. Os funcionários, buscam ter maior flexibilidade na gestão da vida empresarial e pessoal. Os colaboradores sentem que a flexibilidade de trabalhar em qualquer lugar pode ditar a lealdade à empresa, apontado por 13%, escolha de trabalho (12%), e a motivação (9%).

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mesa e o PC, como também energia elétrica, lanches, água, banda larga, serviço de telefonia e muito mais. Isso permite reduzir despesas para o escritório. Mesmo se você reembolsar alguns custos, como conectividade com a internet ou o uso do telefone, ainda irá economizar na metragem quadrada do espaço da empresa.

4 - Gestão aprimorada de TI e redução de custos de manutenção Em geral, os trabalhadores remotos fornecem sua própria conectividade e PCs. Se for necessário instalar antivírus, acesso remoto, e outros software, os custos totais devem ser muito menores em comparação com a gestão in-house. Você vai querer definir normas e talvez implementar o cumprimento delas, como a verificação de software para garantir que ninguém que se conecte à rede esteja infectado com vírus ou que tenha software desatualizados.

5- Desfrutar de serviços baseados em nuvem Em vez de hospedagem de servidores em seus escritórios, você pode tirar vantagem de aplicações na nuvem que permitem a telepresença. As aplicações cloud podem fornecer serviço mais confiável do que seus próprios servidores. Fornecedores de cloud têm vários data centers redundantes para garantir a conectividade confiável. Obviamente, você vai precisar investigar minuciosamente a segurança disponível e as opções de backup de cada serviço.

6 - Negócio mais ágil Se as ferramentas estão configuradas corretamente, o trabalho remoto pode tornar a empresa mais ágil, dando maior flexibilidade aos profissionais para atender às exigências do projeto. Você pode, rapidamente, encontrar e recrutar trabalhadores para projetos específicos.

7 - Mão de obra mais barata Se você está localizado em uma área cara, pode economizar quantidades substanciais de dinheiro. Os profissionais podem viver em regiões com boa e mais barata conectividade de internet – e estarão satisfeitos com salários mais baixos do que nas grandes cidades. Além disso, muitos funcionários aceitam um salário menor em troca do trabalho remoto. Finalmente, se você contratar profissionais por meio de contratos independentes, irá economizar ainda nos custos de folha de pagamento. O trabalho remoto pode salvar a companhia com somas substanciais com poucas desvantagens reais se você gerenciar a segurança com cuidado. A percepção de dificuldade na supervisão de trabalhadores remotos, muitas vezes parece ser a maior barreira para implementar o trabalho remoto, mas é possível superar isso olhando para o lucro. n


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