Revista Computerworld - edição 564

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Tendências: Cinco considerações sobre o futuro dos data centers​– PÁG. 26 www.computerworld.com.br | NOVEMBRO/DEZEMBRO de 2014 | ANO XIX | no 564 | R$ 14,95

O PORTA-VOZ DA TECNOLOGIA CORPORATIVA

AGENDA

2015

3 Carreira: os cargos de TI em alta 3 Inovação: as grandes tendências 3 Dinheiro: as novas faixas salariais 3 Negócios: o mapa da tecnologia

inclui

Nuvem é caminho sem volta, mas é preciso ajustar processos

Na medida em que as primeiras experimentações migram para o uso amplificado na corporação, fica evidente que alguns processos precisarão passar por ajustes para o conceito decolar com mais força. negócios • tecnologia • liderança



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novembro / dezembro de 2014

Índice

20 | CAPA

Mapa da mina: para onde vão os investimentos em 2015?

AGENDA

A combinação da pesquisa feita pela Computerworld dos EUA e a pesquisa IT Leaders feita no Brasil apontam as áreas que serão privilegiadas pelos CIOs e também as que devem ter impacto sobre contratações de profissionais de TI

10 OS MAIS PROCURADOS Na lista dos 10 profissionais de TI mais buscados pelas empresas, o primeiro lugar está reservado a programadores e desenvolvedores de aplicativos. Especialistas em segurança e três funções ligadas a big data também se destacam.

TENDÊNCIAS

14 AS TECNOLOGIAS Que tecnologias você precisa acompanhar - e adotar – em 2015? Segundo o IDC, a força motriz do ano continuará sendo a transição acelerada da indústria para a Terceira Plataforma, que abrange mobilidade, serviços em nuvem, redes sociais, Big Data e Analytics.

INOVAÇÃO

24 BOLA DE CRISTAL O Gartner alerta: para se dar bem em 2015 é preciso ajustar seu perfil de liderança para explorar as oportunidades de negócios. Internet das Coisas, impressão 3D, máquinas inteligentes, app economy, nuvem e client computing estão na lista.

CIOS AVISAM: A NUVEM É CAMINHO SEM VOLTA

Na medida em que cloud migra para o uso ampliado na corporação, fica claro que alguns processos precisarão passar por ajustes para o conceito decolar com força.

MERCADO

26 OS DATA CENTERS A adoção de ferramentas focadas em big data e análise transforma processos, rotinas de Trabalho, estratégias e modelos de negócios das empresas. Essa é uma das cinco tendências que impactarão os centros de processamento de dados em 2015

negócios • tecnologia • liderança

CARREIRA

2015




editorial | silvia bassi

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2015

S ilvia Bassi, diretora editorial da COMPUTERWORLD silviabassi@idg.com.br

015 está logo ali, virando a esquina, deixando 2014 para trás. Faça o mesmo, acelere para 2015 e só leve de 2014 o aprendizado, os sucessos – pequenos e grandes, e a energia para fazer acontecer um grande ano. A Cabala diz que é preciso primeiro crer para ver as coisas se materializarem. O que quer dizer que você precisa materializar na sua mente aquilo que quer que aconteça e manter a visão acesa enquanto trabalha muito para que ela se materialize fisicamente. Milagres existem, e cada um de nós pode faze-los, só é preciso trabalhar para que eles. Seguindo os preceitos da Cabala, preparamos uma edição repleta de previsões e de sinalizações do que é preciso fazer para que o ano seja um sucesso. Da carreira ao salário, das tendências à inovação. Item número 1 a visualizar: crescimento dos investimentos e consequentemente dos negócios. As previsões ajudam. O ano começa com a expectativa do IDC de que os países emergentes crescerão 7,8% os investimentos em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), enquanto os países desenvolvidos crescerão 1,4% apenas. Uma pesquisa da Computerworld norte-americana com executivos de TI demonstra recuperação nos orçamentos destinados à tecnologia. Quase metade (43%) em um total de 194 respondentes afirmou que seus orçamentos crescerão. O dado revela uma elevação de 7 pontos percentuais sobre a projeção verificado para 2014. A média de crescimento nos investimentos gira na casa dos 4,3%. O cenário brasileiro é ainda mais otimista. Dos quase 400 CIOs entrevistados para a pesquisa IT Leaders 2014, 84% terão, em 2015, orçamentos iguais ou maiores que os deste ano, sendo que 61% deles afirmaram que seus budgets crescerão no novo ano. Item número 2 a visualizar: empregos em alta, carreiras evoluindo. O ritmo de criação de novos empregos em tecnologia pode não crescer de forma tão acelerada por conta do ano que não vai ser fácil. Mas a previsão geral é de evolução. Uma pesquisa da Computerworld indica que, de maneira geral, há uma busca por profissionais com conhecimento técnico, capazes de suportar um contínuo crescimento em estruturas computacionais próprias, e profissionais capazes de visualizar esse crescimento nos negócios da companhia. O ranking reflete isso: 48% dos CIOs entrevistados disseram que vão contratar programadores e desenvolvedores de aplicativos. Os executivos de TI procuram desenvolvedores capazes de fazer a empresa avançar, que possuam experiência para lidar com a escala e complexidade das operações da companhia. O segundo grupo é formado por gerentes de projeto, com 35% dos CIOs programando contratações nesse segmento nos próximos 12 meses. As companhias procuram por profissionais capazes de olhar sistemicamente para iniciativas de grande porte e que toquem diversas áreas das organizações. A busca é por pessoas que consigam misturar visão de negócios e tecnologias. O que resume bem nossos votos para 2015: que você possa olhar de forma abrangente para as oportunidades de negócio, que continue a ser resiliente e enxergue o sucesso mesmo nos momentos complicados e que tenha velocidade para chegar lá. Visualize. Vai acontecer. Feliz Ano Novo.

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Tributação de Data Centers

Esta tributação, que alguns obviamente já disseram que vai “alavancar e estimular” o mercado local, é na verdade uma proteção vergonhosa. Isto não é competitividade. É terrorismo fiscal e uma nova forma de oficializar a volta da “reserva de mercado”. Isto não vai estimular em nada a melhoria dos datacenter locais nem qualquer outra área. Todas áreas serão afetadas com esta tributação. Todas grandes empresas serão afetadas com isso. Leitor: Gilberto Strapazon Reportagem: Governo crava 50% de imposto em serviços de DC prestados do exterior

Crise de Talentos

Há anos observo essa tendência no mercado de TI. Não há investimento em educação no Brasil, como vamos formar profissionais competentes? A força de trabalho envelhece, se aposenta, mas não consegue

parar de trabalhar, porque não há quem a substitua. E as empresas agem como se nada estivesse acontecendo. Estamos caminhando para uma grande crise de talentos, não só na TI. Leitor: Marcelo Souza Reportagem: Brasil enfrenta crise de talento que ameaça seu crescimento, pontua SAP

Big Data

Big data é tratado com glamour mas deve ser encarado como o reflexo de um problema em TI. A informação sempre foi apoiada em caracteres, o advento de outros tipos de arquivos sem texto expôs esta deficiência da TI. Fazer máquina e aplicativos compreenderem dados binários ‘não-texto’ será um desafio e tanto para os velhos conceitos sobre o que é e qual a natureza da informação. E para piorar, o volume desse novo tipo de binário vai

aumentar de forma geométrica. Sem uma resposta adequada no horizonte, a TI está entrando em perigosa crise fundamental. Leitor: Lord Romulus Reportagem: Big data não deve ser um projeto de TI

TI em todo lugar

O que vejo no mercado é o fato do desenvolvimento não seguir processos ou normas, além de estar alheio a road maps dos fornecedores. Vi sim muitos sistemas quebrarem por pequenas atualizações do SO ou de algum driver, mas ao olhar o histórico, fazia anos que o fornecedor já havia informado sobre o direcionamento estratégico da alteração. Um exemplo clássico foi o service pack de ruptura do Windows XP que deixou muitos sistemas inoperantes. Entretanto os itens bloqueados pela Microsoft já eram itens desaconselhados a serem usados. Leitor: Fernando Angelieri Reportagem: TI pervasiva desafia plataformas de desenvolvimento

O que você só encontra no site dA Computerworld

8 características de um gestor de sucesso

N

ão existe uma fórmula pronta para se tornar um bom gestor, cada situação pede características diferentes e próprias do negócio que dificilmente poderão ser utilizadas em outros ramos. Mas, existem dois pontos imprescindíveis para uma gestão adequada: paixão pelo que faz e resiliência. Uma pessoa que não acredita e não defende o projeto no qual faz parte não consegue enfrentar todas as barreiras, o que reflete diretamente na produtividade. Outro ponto importante, a resiliência, é a capacidade de se adaptar a diversas situações mesmo que adversas. Em cada situação e até mesmo nas mudanças de equipe, deverá ocorrer adaptação na postura do profissional, de forma que não haja prejuízo nos processos de trabalho. Outras características que devem ser priorizadas pelos bons gestores são:

Capacidade de mediar e resolver conflitos – é saber ouvir e mediar os conflitos logo que surgem, mas não se deve tomar partido e buscar que as respostas para os conflitos ocorram naturalmente, trazendo ganhos para corporação. Tenha uma postura racional evitando reações que prejudiquem o clima. Discussões ríspidas e muito emocionais devem ser controladas. Iniciativa e pró-atividade – Em qualquer empresa, ter iniciativa e próatividade proporciona destaque, mostra o quanto você é engajado e quer crescer. O gestor, por sua vez, não se preocupará apenas com os demais www.computerworld.com.br

funcionários, mas com todos os concorrentes que existem no setor de atuação. Agir é imprescindível para fazer os resultados aparecerem. Autoconfiança – O profissional que quer tomar a frente de uma equipe precisa confiar em si mesmo para tomar decisões, arriscar e buscar novas formas de solucionar um problema que envolve vários setores. Capacidade de reter talentos – Mais do que se esforçar para manter talentos na sua empresa, é imprescindível cativá-los e dar aos mesmos segurança para que eles queiram continuar no projeto e, principalmente, almejem crescer. Saber delegar o operacional – Um gestor tem como função gerenciar as ações. Delegue tarefas operacionais. Conexões e criatividade – O gestor deve estar atento às inovações e mudanças do mundo, e saber aplicar essas inovações ao cotidiano da empresa e ao seu campo de atuação levando a um retorno imediato. Controle – O gestor não pode esquecer que ele está no comando, e que é possível e aceitável delegar as funções, mas não é adequado entregar todo o processo nas mãos da equipe, por mais competente e confiável que ela seja. Portanto, esteja na frente, crie métodos que possibilite a visibilidade de todos os projetos em andamento, com o bom e velho relatório. Aprendizado contínuo – O bom profissional busca se capacitar, mas se não possuir algumas das características citadas, aprenda e se especialize para então desenvolvê-las e aprimorá-las com o conhecimento adquirido.



10 CARREIRA

profissionais 10 de TI mais procurados Os

para

2015

Três funções relacionam-se a big data. Mas tratar grandes volumes de dados não está no topo da lista. O primeiro lugar está ocupado por programadores e desenvolvedores de aplicativos

O

ritmo de criação de novos empregos em tecnologia pode não crescer de forma tão acelerada quanto nos últimos anos. Contudo, a previsão geral é de evolução. Uma pesquisa da Computerworld indica que, de maneira geral, há uma busca por profissionais com conhecimento técnico, capazes de suportar um continuo crescimento em estruturas computacionais próprias. A seguir, listamos os dez perfis profissionais que serão mais procurados em 2015, segundo os 200 executivos de TI que participaram da pesquisa. www.computerworld.com.br

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Programadores/desenvolvedores de aplicativos

48% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 1o lugar Como nos dois anos anteriores, os departamentos de TI parecem mais propensos a abrir vagas para programadores e desenvolvedores do que qualquer outra posição. Trata-se de uma habilidade procurada inúmeras empresas. Os executivos de TI procuram desenvolvedores capazes de fazer a empresa avançar. Devido à demanda, enfrentam certa dificuldade para encontrar talentos n


11 linha, pois é preciso suportar tanto o volume quanto a variedade de hardware e software que prolifera nas corporações.

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requeridos, principalmente que possuam experiência para lidar com a escala e complexidade das operações da companhia.

2

Gerente de projetos

35% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 5o lugar A demanda por gestores de projeto subiu quarto posições em um ano. Devido a um investimento mais baixo nos anos recentes, as companhias procuram por profissionais capazes de olhar sistemicamente para iniciativas de grande porte e que toquem diversas áreas das organizações. A busca é por pessoas que consigam misturar visão de negócios e tecnologias e por profissionais que lideram times em metodologias especificas como ágil, por exemplo. n

3

Help desk/suporte

30% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 2o lugar Líderes de TI afirmam que ainda procuram profissionais de help desk e suporte devido a expansão dos projetos em andamento, bem como a ampliação na lista de dispositivos e aplicações que precisam ser suportados. Iniciativas de consumerização (BYOD), por exemplo, puxam as contratações nessa n

Segurança/governança

28% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 7o lugar As empresas indicam que gastarão mais dinheiro em segurança nos próximos anos. Os departamentos de TI tentam fortalecer suas barreiras, o que justifica a categoria passar da sétima para quarta posição em 12 meses. A expansão no número de ameaças diárias faz multiplicar os times de segurança. A procura é por mais especialização, como profissionais focados em gestão de incidentes e prevenção de vulnerabilidades. n

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Desenvolvedores web

28% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: não existia Segundo os head hunters, o cargo para profissionais com experiência em desenvolvimento web é a posição mais difícil de ser preenchida. O fluxo entre a demanda e a disponibilidade não bate. Existe uma grande lacuna entre o que as companhias querem fazer e o que a mão de obra pode executar. n

6

Administrador de banco de dados

26% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 6o lugar Aqui está uma especialização sempre necessária (e buscada) pelas empresas. As empresas ganharam a capacidade de trabalhar com quantidades massivas de informações, mas ainda não compreendem ao certo como os bancos de dados devem funcionar nesse contexto. A consultoria Robert Half aponta n

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12 CARREIRA que 52% das empresas nos EUA veem grande demanda por administradores de BD.

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Business intelligence/analytics

24% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 8o lugar O interesse latente por transformar grandes volumes de dados em informações úteis ao negócio coloca ferramentas analíticas e de inteligência entre as dez mais. Esses profissionais vêm sendo mais requisitados para projetos. A expectativa é que isso se mantenha ao longo dos próximos anos. n

8

Aplicações e gerenciamento de dispositivos móveis

24% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 4o lugar A grande maioria dos executivos de TI tenta atender a demanda de aplicativos móveis trazidos por funcionários para o ambiente de trabalho. Para tanto, os requisitos de contratação incluem habilidades de desenvolvimento de apps e gestão de dispositivos móveis. n

9

Redes

22% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 3o lugar Segundo pesquisa da Robert Half, 57% dos executivos de TI nos EUA acreditam que administração de redes estará entre as habilidades prioritárias em seus times. As empresas procuram profissionais com experiência em roteamento IP, switch, filtros e firewalls, debugging, redes ópticas, gestão de infraestrutura e integração de ambientes virtuais. n

10

Big data

20% planejam contratar profissionais nessa área nos próximos 12 meses. n Posição no ano passado: 11o lugar Em setembro de 2014, o relatório “FastGrowing Tech Skill” apontou que o número de posições de trabalho direcionadas a grandes volumes de dados cresce acima de 50% ao ano. Tais demandas avançam sobre diferentes indústrias e especialidades. A expectativa é que profissionais com essas habilidades subam alguns degraus nas listas de mais procurados no futuro. n

E como fica a média salarial dos profissionais de TI para 2015? Guia Salarial da Robert Half mostra profissionalização no modelo de contratação do setor de tecnologia da informação O mercado de tecnologia está em expansão e deve manter aquecida a demanda por profissionais em 2015. De acordo com Guia Salarial da consultoria Robert Half, a maior procura é em empresas de médio porte, que estruturam seus quadros de TI, em startups e em grandes companhias que lançam novos projetos na área. As indústrias mais aquecidas são a eletrônica, serviços financeiros e internet. O Guia Salarial aponta ainda outras duas importantes transformações no setor: a ampliação das contratações no modelo formal, substituindo gradativamente o modelo “pessoa jurídica” por contratos CLT; e a redução da rotatividade dos executivos de TI nos últimos semestres. As habilidades comportamentais mais valorizadas pelas empresas nos profissionais de TI são visão de negócio, jogo de cintura, adaptabilidade e comunicação, aponta o estudo. As posições mais demandadas do segmento de tecnologia são gerente de TI, desenvolvedor e analista de negócios. O coordenador de sistemas e desenvolvimento é o profissional que deve ter a maior alta salarial em 2015, com previsão de 10% de aumento. Já o gerente de TI, desejado principalmente por pequenas e médias empresas, tem faixa salarial a partir de R$ 12,5 mil e até R$ 25 mil, para companhias deste porte.

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14 tendências

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10

tendências

de TI para 2015 A Terceira Plataforma continuará promovendo crescimento, inovação e ruptura em todos os setores em 2015


15

Q

ue tecnologias você precisa acompanhar - e eventualmente adotar – em 2015? Segundo as previsões da International Data Corporation (IDC) a força motriz do ano continuará sendo a transição acelerada da indústria para a Terceira Plataforma, que abrange computação móvel, serviços em nuvem, redes sociais, Big Data e Analytics. “Em 2015, a Terceira Plataforma será responsável por um terço das despesas globais de TIC”, prevê Frank Gens , vicepresidente sênior da IDC. “A indústria está entrando na Etapa da Inovação. Ao longo dos próximos anos, esperamos ver uma explosão de inovação e de criação de valor que estenderá radicalmente as capacidades e aplicações da Terceira Plataforma a todos os setores.” Segundo Gens, essas são as dez tendências para o ano:

1

Os gastos globais com TIC crescerão 3,8% em 2015, movimentando mais de 3,8 trilhões dólares. Quase todo crescimento será focado em tecnologias da Terceira Plataforma. Os investimentos em TIC nos mercados emergentes deverão crescer 7,1% sobre 2014, enquanto mercados maduros deverão crescer apenas 1,4%.

2

Entre os gastos com serviços de telecomunicações, os serviços de comunicação de dados sem fio serão a área de maior crescimento (13%), respondendo por 536 bilhões de dólares. Para evitarem ser vistas como meras fornecedoras de infraestrutura, as operadoras lutarão para desenvolver serviços de PaaS, atraindo os desenvolvedores para suas redes. Também buscarão maior aproximação com os prestadores de serviços over-the-top (OTT), através de acordos inovadores de desempenho e qualidade de serviço (QoS) e de compartilhamento de receitas. www.computerworld.com.br


16 tendências

3

Os dispositivos móveis e os aplicativos continuarão crescendo em 2015, mas não no ritmo frenético registrado nos últimos anos. As vendas de smartphones e tablets atingirão 484 bilhões de dólares, respondendo por 40% de todo investimento em TI (excluindo os serviços de telecomunicações), com os fornecedores chineses capturando uma parcela significativa do mercado mundial. Os dispositivos vestíveis experimentarão uma

explosão de inovação, embora com vendas ainda pouco significativas. Os downloads de aplicativos móveis de consumo começarão a desacelerar em 2015, enquanto que os aplicativos móveis corporativos vão dobrar.

4

Investimentos em serviços de nuvem continuarão a ser foco de atividade em 2015, respondendo por 118 bilhões de dólares. A adoção de Infraestrutura como Serviço (IaaS) crescerá rapidamente (36%), com a líder Amazon sofrendo ataques de todos os lados. Da mesma forma, haverá maior competição no segmento de Plataforma como Serviço (PaaS), com concorrentes se envolvendo em batalhas mortais para atrair

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desenvolvedores e seus aplicativos. Players de Software como Serviço (SaaS) devem acelerar a adoção de PaaS e marketplaces na nuvem. “Esperamos ver novas e estranhas parcerias, tais como Facebook com Microsoft e/ou IBM e Amazon com HP, para expandir as oportunidades de mercado”, acrescenta Gens.

5

Gastos com soluções de Big Data e Analytics crescerão muito em 2015, envolvendo software, hardware e serviços, respondendo por um mercado de 125 bilhões de dólares. Soluções de Analytics rich-media (vídeo, áudio e imagem) vão emergir como importantes impulsionadoras de projetos de Big Data. E as cadeias de fornecimento de soluções de Dados como Serviço crescerão em importância, com fornecedores de plataformas de análise na nuvem oferecendo aos clientes informações de valor agregado a partir de conjuntos de dados comerciais e/ou abertos. Também veremos novas e importantes ofertas nas áreas de computação cognitiva, aprendizado de máquina e análise para Internet das Coisas (IoT).

6

A Internet das Coisas é um dos aceleradores de inovação mais importantes para o crescimento e a expansão de valor baseado na Terceira Plataforma de TI. A invenção de mais e mais “coisas” inteligentes e conectadas levará ao desenvolvimento de milhares de novas soluções. Um terço dos gastos com IoT em 2015 será focado em dispositivos inteligentes embarcados. A indústria de telecomunicações ajudará, estabelecendo parcerias com as principais empresas de TI interessadas em alavancar o mercado de soluções para IoT. A manutenção preditiva emergirá como uma importante categoria de soluções para IoT.


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7

Data centers estão passando por uma transformação fundamental na era da Terceira Plataforma, com as capacidades de computação e armazenamento movendo-se para a nuvem. Essa mudança vai desencadear uma explosão de inovações de hardware “cloud-first” e maior consolidação entre os fornecedores de servidores, armazenamento, software e redes. Haverá duas ou três grandes fusões, aquisições ou reestruturações entre fornecedores de alto nível em 2015.

8

A Terceira Plataforma está transformando não apenas a indústria de tecnologia, mas todos os setores da economia. Um número considerável de negócios disruptivos surgirá em 2015. Os exemplos incluem redes alternativas de pagamento, entre os serviços financeiros, a expansão das tecnologias da Internet das Coisas para segurança e obras públicas e sistemas de transporte, e a expansão dos serviços baseados em localização no setor de varejo. As plataformas digitais irão expandir-se rapidamente, podendo facilmente dobrar em 2015.

9

Além da Internet das Coisas, sistemas de aprendizado de máquina e de computação cognitiva serão outros dois aceleradores de inovação que se tornarão drivers de crescimento importantes em 2015. Soluções de segurança vão ajudar a garantir a borda (segurança biométrica em dispositivos móveis, por exemplo) e o núcleo da nuvem (criptografia como prática padrão). A inteligência de ameaças emergirá como uma categoria essencial de Dados como Serviço (DaaS), fornecendo informações sobre ameaças específicas para as empresas. E a impressão 3D crescerá, expandindo o mercado das empresas de impressão de documentos convencionais, estabelecendo as

bases para uma batalha iminente por clientes comerciais e industriais em 2016.

10

A China será mais influente no mercado global de TIC em 2015, com gastos que serão responsáveis por 43% de todo o crescimento da indústria, um terço de todas as compras de smartphones, e cerca de um terço de todas as compras online. Com um enorme mercado interno, a nuvem da China e seus líderes de comércio eletrônico (Alibaba), de social mídia (Tencent) e de busca (Baidu) ganharão maior destaque

Além da Internet das Coisas, aprendizado de máquina e computação cognitiva serão outros dois aceleradores de inovação​ no mercado global. Da mesma forma, fabricantes chineses de smartphones com marca (Lenovo, Xiaomi e ZTE, por exemplo) deverão capturar mais de um terço do mercado de smartphones em todo o mundo. “Dizer que 2015 será um ano decisivo para a indústria de TIC é subestimar o mercado”, disse Gens. “Vamos ver, finalmente, a massificação da Terceira Plataforma, junto com a consolidação de fornecedores e altas taxas de abandono, parcerias estranhas, batalhas mortais entre desenvolvedores (e seus aplicativos), ampliação das soluções de aprendizado de máquina e computação cognitiva e das ofertas da Internet das Coisas, um crescente foco em cadeias de fornecimento de dados e o rápido aumento de influência dos chineses.” n www.computerworld.com.br


18 PUBLIEDITORIAL

A revolução digital e as nuvens Modelo híbrido é hoje considerado o mais eficiente para os negócios

D

Plataformas de computação em nuvem irão desempenhar um grande papel na conexão de coisas, pessoas e máquinas Fábio Costa, presidente da WMware no Brasil www.vmware.com

e um lado a cobrança por respostas rápidas a flutuações de tráfego diárias e sazonais. De outro, os regulamentos legais que regem de forma rigorosa o tratamento de informações pessoais e de pagamento. Para lidar com esse quadro, as empresas têm a disposição soluções de nuvem híbrida, modelo considerado pelo mercado o mais eficaz não só pela escalabilidade, mas pela ampla possibilidade que se abre para acompanhar a chamada era da revolução digital, que surge com a Internet das Coisas, a grande novidade que transformará toda a estrutura da sociedade nesse século. “Soluções combinando máquinas inteligentes, grandes análises de dados e aplicações de usuários finais já se destacam em grandes indústrias e, as plataformas de computação em nuvem irão desempenhar um grande papel na conexão de coisas, pessoas e máquinas”, diz o presidente da WMware no Brasil, Fábio Costa, um dos palestrantes do debate realizado pelo Business Leaders, empresa de comunicação e de estratégia de negócios focada na inovação e no desenvolvimento dos principais cargos C-level das companhias e com o apoio do COMPUTERWORLD. E como se preparar para essa mudança? Um dos principais desafios é a administração da escalabilidade da infraestrutura e de operações de data centers. Um posicionamento que requer soluções mais modulares, virtualizadas, capazes de acompanharem a expansão dos negócios de maneira gradativa.

Entre as principais tendências está o avanço das infraestruturas definidas por software, principalmente no setor de redes, destacou Costa, durante sua palestra, realizada no Grand Hyatt, em São Paulo, para um público de mais de 50 executivos. Tecnologias disruptivas como virtualização e cloud devem começar a ganhar mais espaço no mercado, conforme os cases se mostrem efetivos e as necessidades cresçam. Atenta a essa movimentação, a VMware mantém uma parceria com o UOL DIVEO para cobrir todo tipo de necessidade do ambiente corporativo, ao prestar análise de dados, conforme a capacidade de hardware, armazenamento, servidores e redes se estendem.


19

Adoção de nuvem muda comportamento Cloud computing é definitiva e transforma a maneira de fazer negócios

A

computação em nuvem está no centro das atenções dos empresários e líderes de Tecnologia da Informação e Comunicação. Não será diferente em 2015. Nos próximos anos, indicam pesquisas de diferentes institutos, como Gartner, IDC e Capgemini, para citar alguns nomes, a adoção de clouds deve ultrapassar 70% das empresas instaladas no Brasil. Num futuro próximo, haverá, para as aplicações focadas na nuvem e em mobilidade, uma grande demanda por armazenamento e análise de dados, o que, sem dúvida, fará dos data centers uma estratégia-chave. Combinando a excelência técnica do UOL DIVEO com a confiabilidade e robustez dos produtos da VMware, constitui-se uma solução altamente escalável e segura. Esta foi a receita da parceria de sucesso anunciada com exclusividade durante o painel: UOL DIVEO e VMware trazendo uma cloud híbrida, hoje, ao alcance de empresas de diversos segmentos, realizado durante evento do Business Leaders, empresa de comunicação e de estratégia de negócios focada na inovação e no desenvolvimento dos principais cargos C-level das companhias. “As clouds são definitivas e já mudaram o comportamento da sociedade. Basta observar a maneira como as pessoas se relacionam, ouvem música e chamam um táxi, entre tantas outras coisas”, disse o presidente do UOL DIVEO, Gil Torquato. Ele foi um dos palestrantes do debate sobre cloud híbrida.

Embora as clouds sejam relativamente novas, no UOL DIVEO esse movimento teve início em 2003, o que garante um background para acompanhar o crescimento da tecnologia para todas as frentes. Outras tendências são a redução de custos com TIC, acessibilidade de tecnologias avançadas a todos os colaboradores de uma empresa e utilização da nuvem como uma ferramenta de mídia para fortalecer a relação com clientes e usuários. No final das contas, nuvens híbridas abrem um leque de soluções personalizadas para os tomadores de decisão de TIC, mantendo satisfeitos os responsáveis pela segurança dos dados.

Atuamos em nuvem há mais de uma década, o que nos dá total segurança nas decisões Gil Torquato, presidente do UOL DIVEO www.vmware.com


20 investimento

Mapa da mina: para onde vão os

investimentos em TI em 2015 A combinação da pesquisa feita pela Computerworld dos EUA e a pesquisa IT Leaders feita no Brasil apontam as áreas que serão privilegiadas pelos CIOs e também as que devem ter redução em projetos no próximo ano www.computerworld.com.br


21

72

%

dos CIOs entrevistados planejam continuar investindo médio/ muito em sistemas de gestão (ERP) nos próximos 12 meses

E

xecutivos de tecnologia começam a fazer suas listas de projetos (e desejos) para o próximo ano. Há uma expectativa grande de que iniciativas envolvendo mobilidade se intensifiquem ainda mais no futuro breve. Isso, por si só, deve puxar uma série de iniciativas paralelas e complementares envolvendo temas como segurança, nuvem, analytics e desenvolvimento de sistemas. Percebe-se um otimismo no mercado. Mesmo com uma economia praticamente estagnada, os líderes de TI mostram-se animados. Uma pesquisa da Computerworld norte-americana demonstra recuperação nos orçamentos destinados à tecnologia. Quase metade (43%) em um total de 194 respondentes afirmou que seus orçamentos crescerão. O dado revela uma elevação de 7 pontos percentuais sobre a projeção verificado para 2014. A média de crescimento nos investimentos gira na casa dos 4,3%. O cenário brasileiro é ainda mais otimista. Dos quase 400 CIOs entrevistados para a pesquisa IT Leaders 2014, 84% terão, em

2015, orçamentos iguais ou maiores que os deste ano, sendo que 61% deles afirmaram que seus budgets crescerão no novo ano. Eis alguns tópicos que estão na mesa de trabalho dos CIOs mundo a fora.

1

Segurança

– Está aí uma das prioridades das organizações para o futuro próximo. Vimos uma série de notícias ruins sobre roubo de dados chegando à mídia em 2014. Justamente por isso, recursos de segurança figuram no radar de 46% dos líderes de tecnologia que participaram do estudo nos EUA. Dos CIOs brasileiros que participaram do estudo IT Leaders 2014, 65% investirão em projetos de segurança nos próximos meses. A lista contempla projetos envolvendo desde ferramentas de controle de acesso, prevenção contra invasões, gestão de identidade e proteção contra vírus e malwares. Aliás, trata-se de uma área que segue um ritmo constante e intenso em termos de investimento ao longo da última década. O desafio agora visa balancear os níveis de proteção com a www.computerworld.com.br


22 investimento

65

73%

%

dos IT Leaders investirão em serviços de TI no modelo Cloud Computing

farão investimentos em soluções de segurança em geral

agilidade de negócios. Logo, entende-se uma busca por abordagens cada vez mais proativas nessa seara.

Digitalização corporativa será tema para as empresas, por causa de fatores como a explosão das redes sociais até a internet das coisas.

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Nuvem – As empresas seguem

um movimento de canalização de investimentos para cloud computing, em detrimento de grandes somas alocadas na construção de suas próprias infraestruturas. Mais de 40% dos respondentes do estudo da Computerworld revelaram que suas organizações investirão mais em software como serviço (SaaS) e um mix de nuvens públicas, privadas e híbridas ao longo de 2015. No Brasil, 73% dos CIOs investirão em TI no modelo Cloud e 54% deles vão migrar para algum modelo de Software como Serviço (SaaS). O principal motivo é simplificar a gestão da TI. 74% dos executivos vão investir em infraestrutura de TI no modelo de cloud computing, Para muitas companhias, a migração para esse novo ambiente não requer investimentos diferentes dos já previstos. Trata-se de uma mudança de bolso. Ao invés de comprarem seus próprios servidores, storages e sistemas, comprarão

infraestrutura e softwares pagando as a Service. Mas, obviamente, há algumas exceções, especialmente junto a pequenas e médias organizações, que pulam etapas e, em muitos casos, já vão direto para essa nova arquitetura computacional.

3

Business Analytics – Big

data aparece de forma cada vez mais nítida no horizonte das organizações: 38% dos executivos de TI entrevistados disseram que dedicarão mais recursos de tecnologia em ferramentas de análise, mineração de dados e business intelligence no próximo ano. No Brasil o percentual é bem maior, 70%. Digitalização das organizações vem como um tema forte para as companhias a partir de agora. Isso se deve a fatores que vão desde a explosão das redes sociais até elementos da internet das coisas (IoT).

4

Desenvolvimento de aplicações – Mais de um

terço (38%) dos respondentes indicou que gastará mais dinheiro atualizando ou substituindo aplicações, incluindo app móveis.


23

83% dos CIOs investirão em soluções de consumerização, incluindo a compra de tablets e smartphones para acessar aplicações corporativas

5

Conexão sem fio/mobilidade

– Os recursos destinados a iniciativas de mobilidade traduzem, até certo ponto, o momento pelo qual passa a indústria. A pesquisa identificou que 35% dos respondentes planejam algum tipo de projeto nesse sentido. Mobilidade é caminho sem volta no Brasil: 83% dos executivos informam que vão investir em soluções de consumerização incluindo a compra de tablets e smartphones para acessar aplicações corporativas. Mas, engana-se quem pensa que isso tem relação exclusiva com dispositivos. Os esforços tocarão tecnologias de RFID, ferramentas de acesso remoto, gestão de aplicações à distância e, também, em aplicações mais tradicionais de cobertura de ambientes com redes sem fio e aquisição de aparelhos. Outro fato relaciona-se ainda a estratégias para suportar o movimento de consumerização (BYOD) por parte dos departamentos de TI.

Sem cortes Os investimentos tendem a declinar em algumas áreas. Hardware, que vive um

70

%

dos CIOs vão investir em Business Intelligence

momento difícil, deve amargar mais um ano complicado. Pela pesquisa, 24% dos respondentes sinalizaram redução nos gastos com servidores, PCs e outros equipamentos. Com uma inclinação maior para terceirização das operações de TI, 19% dos entrevistados afirmaram que projetos de modernização ou substituição de sistemas legados ficará em segundo plano e 16% apontaram que pretendem gastar menos com consolidação de data center. A pesquisa revela que 15% das empresas esperam cortar os gastos com sistemas de ERP e CRM, ferramentas open source, de SOA, sistemas operacionais entre outros. No Brasil o ERP não saiu da pauta: 72% dos líderes de TI vão continuar investindo nessa área. Mesmo com mais dinheiro para investir no próximo ano, 53% dos executivos de TI entrevistados colocaram o fator ‘contenção de despesas’ com uma de suas principais prioridades., seguido de automatização de processos de negócio (47%) e otimização dos investimentos já realizados (44%). No Brasil, 65% dos executivos temem que os orçamentos de TI não sejam suficientes para as ações planejadas. n

No Brasil, 65% dos executivos temem que seus orçamentos de TI não sejam suficientes para as ações planejadas de inovação

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24 INOVAÇÃO

10

tendências tecnológicas para 2015

Consultoria Gartner liberou a sua lista de previsões das tecnologias que devem acelerar como tendências no mercado de TI ao longo do próximo ano

C

hegamos aquele momento em que consultorias começam a liberar as previsões para o próximo ano. O Gartner revelou sua lista com as 10 tendências tecnológicas para 2015. A consultoria colocou grande parte de suas fichas no conceito de Internet das Coisas (IoT), que traz a reboque um universo de componentes complementares como máquinas inteligentes, análises pervasivas e impressão 3D. Grande parte dos pontos que compõem a lista apontam para a fusão entre o mundo real e virtual, e a forma como isso impacta as rotinas das empresas, que se transformam em organismos cada vez mais digitais. Com base nesse cenário, o Gartner vem alertando executivos de TI para a necessidade de que ajustem seus perfis de liderança a fim de explorarem as oportunidades de negócio. A visão é que digitalização das organizações permite às empresas adotarem uma postura tecnológica menos amarrada à eficiência operacional de processos internos e mais como uma habilitadora para o desenvolvimento de modelos de negócios, serviços e produtos disruptivos. Confira as apostas do Gartner:

1 Computação em toda parte –

Para a consultoria, o mundo caminha para um acesso total e ubíquo a toda capacidade tecnologia. Telas inteligentes e dispositivos conectados se proliferarão em diversas formas, tamanhos e tipos de interação.

preferências, conexões sociais e outros atributos fornecerá inputs para as aplicações.

2 Internet das coisas –

6 Máquinas inteligentes – 7 Nuvem e client computing –

3 Impressão 3D –

8 Aplicações e infraestruturas definidas por software –

A consultoria manda um recado para os CIOs: experimentem, avaliem e incentivem projetos para desenvolver utilizações de sensores e dispositivos conectados em suas empresas. Ok, não se trata de uma tecnologia nova. Aliás, vamos fazer justiça que o conceito ronda por aí desde 1984. Contudo, agora é que atinge níveis importantes de maturidade. Enquanto o tema ganha atenção no campo de consumo, a verdadeira revolução tende a vir de sua aplicação nas corporações.

4 5

A nálises avançadas, pervasivas e invisíveis – Toda aplicação é um app de análises nos dias de hoje.

S istemas contextuais ricos – Conhecer o usuário, sua localização, tudo que ele fez no passado, suas

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A capacidade de executar tarefas com precisão e aprenderem com rotinas dará nova dimensão aos mais diversos equipamentos.

Esse é tópico central para evolução da nuvem. Isso significa que uma aplicação estará baseada em nuvem e será capaz de se estender a múltiplos clients. Tecnologia precisa misturar estruturas de maneira dinâmica, com elementos pré-definidos e bem menos complexidade.

9 Web-scale IT –

Tópico que se assemelha ao modelo já usado por grandes provedores de soluções em nuvem, incluindo sua cultura abrangente de riscos e alinhamentos de colaboração.

10Segurança –

Em particular, a tendência é de mais atenção para aplicações com autoproteção.


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26 MERCADO

Cinco considerações sobre o futuro dos data centers Indústria de TI passará por um período de transição sem precedentes, e a velocidade desta mudança aumentará bastante durante 2015

A

adoção de ferramentas focadas em big data e análise transforma processos, rotinas de trabalho, estratégias e modelos de negócios das empresas. Na visão da Dimension Data, essa é uma das cinco principais tendências que deve influenciar o cenário de tecnologia em 2015. A integradora de TI delineou cenários que impactarão os centros de processamento de dados ao longo do próximo ano. Veja a lista:

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G randes data centers ficam maiores enquanto os pequenos “encolhem” ainda mais As vantagens trazidas por cloud e análise de grandes volumes de dados potencializarão o crescimento do mercado de data centers. A tendência aponta para uma diminuição dos centros de dados proprietários e para um consequente aumento das grandes infraestruturas de espaço compartilhado que servem milhares de clientes e obtém ganhos de escala consideráveis. Por uma questão de custos e de otimização do negócio, as empresas começam a reavaliar o espaço que realmente necessitam dentro dos centros de dados. Na maior parte dos casos, as empresas concluem que superestimam suas reais necessidades e que, se aproveitarem as vantagens oferecidas pela cloud, conseguem reduzir em até 50% a dimensão do seu espaço dentro do centro de dados.

pelas novas arquiteturas e sistemas que lhes permitem otimizar o negócio em termos de tempos de resposta e de custo/benefício. As organizações de TI necessitam aproveitar todos os avanços tecnológicos, como a cloud e as novas metodologias de desenvolvimento, para explorar todas as possibilidades através da criação de ideias inovadoras e de novas abordagens ao mercado. O investimento em tecnologia de desenvolvimento de software ágil (Agile) é o primeiro passo para capitalizar todas essas oportunidades.

4

O valor do software para o negócio grande desafio para muitas empresas, em 2015, passa por O garantir que os seus esforços na implementação de metodologias de desenvolvimento de aplicações resultem em valor tangível ao negócio. Esta é uma abordagem crítica porque o processo envolve um vasto conjunto de variáveis e interações. As tecnologias open source podem também oferecer um valor significativo ao promover e otimizar todo o processo de desenvolvimento de sistemas.

2

Potencialização do valor da automatização Os CIOs já não querem ajuda apenas para questões de teor tecnológico, e pedem cada vez mais apoio na otimização de processos operacionais para extrair o máximo valor possível dos investimentos feitos em tecnologia. A automatização é um elemento chave para extrair o máximo valor da tecnologia. A tendência é procurar diferentes tipos de competências em TI. Já não existe a necessidade de especialistas numa área específica, mas sim de pessoas que se concentrem em soluções de automatização e na integração das diferentes interfaces de programação de aplicações com as tecnologias existentes.

3

TI mais ágil maior parte das organizações de TI ainda administra os seus centros A de dados num modelo de gestão antigo, utilizando processos em cascata e sistemas direcionados pela ociosidade. Com isto, muitas vezes, perdem a oportunidade de aproveitar vantagens oferecidas

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5

Extrair valor da informação s empresas ainda procuram entender a melhor forma de obter A mais valor a partir dos dados que recebem e como essa informação pode se traduzir em vantagem competitiva. Muitas organizações já apostam e exploram benefícios da nuvem, mas poucas aceitaram o desafio do tratamento e da análise dos dados, principalmente porque isso requer um compromisso com as unidades de negócio. As equipes de TI e dos comitês executivos não estão habituados a trabalhar juntos e o futuro passa por um trabalho mais direto e próximo entre as duas partes. As equipes de TI devem considerar entregar algumas tarefas básicas de gestão de redes e de proteção de dados a um fornecedor de serviços que garanta a constante disponibilidade dos dados.


novembro/dezembro 2014 cio.com.br

OPINIÃO [Hu Yos h ida]

Pág.

A força motriz das tendências em TI para 2015

OPINIÃO [Celso S ouza]

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Pág.

A proteção da informação é um desafio diário

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negócios • tecnologia • liderança

Nuvem é caminho sem volta

Para CIOs brasileiros, na medida em que as primeiras experiências de cloud migram para o uso ampliado, novas prát icas devem ser criadas

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Porto Alegre • Curitiba • Belo Horizonte Recife • Rio de Janeiro • Campinas

17 a 21 de maio ENJOY | Conrad Punta Del Este

CONDUZINDO A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DAS EMPRESAS

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H u Yosh i da*

opinião

Business Defined IT:

a força motriz das tendências em TI para 2015 Para focar mais nos resultados, os executivos vão precisar adotar tecnologias que orquestrem, automatizem e integrem suas plataformas

P

ara quem ainda não me conhece, sou um veterano da indústria e baseio as previsões sobre o próximo ano em minhas observações, conversas, palestras, encontros, etc. Em 2015, as tendências serão uma extensão das tecnologias que se destacaram em 2014, porém com maior clareza e urgência. Ainda que possa parecer óbvio, nem sempre as tendências são contínuas de um ano para o outro. E nesse sentido, pelo menos, 2015 sai na frente. Essas tendências terão como força motriz a necessidade da TI adotar a terceira plataforma identificada pela IDC, que é construída sobre mobilidade, nuvem, redes sociais e big data. Esses quatro pilares vão impulsionar o crescimento sustentável dos negócios e que exigir a colaboração mais forte entre a TI e o negócio. As empresas precisam de mobilidade para que suas equipes sejam mais produtivas em um mundo competitivo; necessitam da agilidade e da elasticidade da nuvem para serviços on demand; dependem das redes sociais para entender os sentimentos de sua base de clientes e conectar-se com eles de um modo mais direto e devem, se ainda não o fizeram, dar mais atenção ao big data para obter a análise prospectiva que guiará as suas decisões e validará suas ações. A TI deve responder a essas exigências e tornar-se arquiteta e intermediária de serviços de negócios. Em 2015, vocês não apenas verão os CIOs tornarem-se mais astutos com relação aos principais motores por trás dessas tendências; eles também investirão uma porção maior dos seus orçamentos em iniciativas voltadas para os resultados do negócio, e o negócio irá controlar uma parte maior do gasto em TI. Para focar mais nos resultados dos negócios do que na infraestrutura, os executivos de TI vão precisar adotar tecnologias que convirjam, orquestrem, automatizem e integrem as suas plataformas. Em vez de adotar um enfoque “Faça Você Mesmo” para construir

uma plataforma de aplicativos, conectando servidor, armazenamento e rede, vão orquestrar todos os elementos gerenciadores, integrando-os com o sistema operacional e a pilha de aplicativos. Eles deverão ser capazes de consumir infraestrutura da mesma forma que compram um carro, ou seja, escolhendo o modelo e a versão que mais lhes convém, personalizando apenas os itens opcionais. Os fornecedores e o seus canais de distribuição também estão sofrendo perturbações, e estão se esforçando para realinhar os seus portfólios. A receita dos serviços de cloud da Amazon foi de US$ 2,6 bilhões em 2013, e deslocou mais de US$ 13 bilhões de gastos em TI que teriam sido destinados a fornecedores de infraestrutura tradicional e os seus canais. A Business Defined IT vai precisar que os fornecedores de infraestrutura ofereçam mais do que apenas a infraestrutura. Eles vão precisar fornecer orquestração, automação e integração em todos os seus produtos, de modo que os CIOs possam se concentrar sobre os resultados dos negócios. Não basta que os fornecedores possam construir uma arquitetura maior, mais rápida e mais barata. Eles também precisam proporcionar os softwares de gerenciamento e de relatório, bem como os serviços que dão suporte à Business Defined IT. Já que a maioria das organizações de TI não contrata desde 2008, essas equipes estão sobrecarregadas de trabalho e não possuem elasticidade para implementar novos softwares e processos. Os fornecedores e seus parceiros de distribuição vão precisar suprir os serviços para aliviar parte desse trabalho e tornar a TI capaz de fazer a transição para o novo paradigma. Ambos precisam estar dispostos a compartilhar o risco e trabalhar como parceiros da TI ao longo dessa transformação. CIO *Hu Yoshida é CTO Global da Hitachi Data Systems www.cio.com.br

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capa

4

Nuvem é caminho sem volta, mas é preciso ajustar processos Para CIOs brasileiros, na medida em que as primeiras experiências de cloud migram para o uso ampliado, novas práticas devem ser criadas

A

previsão de Nicholas Carr começa a virar realidade. A cloud computing avança e transforma a tecnologia em uma utility, permitindo a compra de recursos computacionais em um modelo muito similar ao consumo de energia elétrica. O caminho em direção à nuvem parece uma viagem inevitável, mas na medida em que as primeiras experimentações migram para o uso amplificado na corporação, fica evidente que alguns processos precisarão passar por ajustes para o conceito decolar com mais força. Para os CIOs brasileiros, cloud computing também já é parte da revisitação pragmática das atividades

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CIO da Penske para América do Sul. Os executivos participaram de uma conversa na redação da COMPUTERWORLD para debater modelos de compra de Cloud Computing e os desafios para gerenciar e orquestrar o número de fornecedores que inevitavelmente se alinham quando a nuvem entra na ordem do dia corporativa. Também participaram da conversa Paulo Sgarbi, superintendente de sistemas da HDI Seguros; Jayro Caner de Souza, gerente de tecnologia da Coelho da Fonseca; Osvaldo Rodrigues, CIO da Tecnisa; e Fernando Donizeti, da Tibério.

Restrições de mercado

da TI, necessária para abrir caminho - e tempo - para a inovação estratégica. 73% deles, segundo a pesquisa IT Leaders 2014, estarão, nos próximos 12 meses, ampliando ou ativando modelo de aquisição e implementação de TI em nuvem nas suas empresas. Mas ainda há trechos da estrada a serem pavimentados. “Os modelos ainda não estão totalmente prontos”, diz Alexandre Dias, gestor de TI do Hospital Santa Paula. Nesse contexto entram questões relativas à infraestrutura, precificação, amarração de contratos e alinhamento junto a fornecedores. “Vejo esse novo caminho sendo construído a partir do momento que a demanda vem”, adiciona Fabio Mazelli,

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Em alguns casos, não basta o CIO estar convencido que o caminho é para a nuvem. Há toda uma questão de cultura e regras que acometem algumas verticais e travam o conceito. A HDI Seguros vive esse contexto. A empresa não utiliza cloud especialmente por conta das regras que regulamentam o setor onde atua. “Ainda não temos nada em nuvem”, revela Paulo Sgarbi, superintendente de sistemas da companhia. O executivo estuda provas de conceito, sendo que o primeiro projeto pode vir a partir da adoção de ferramentas de correio eletrônico na nuvem. Ele vê, ainda, a oportunidade de cloud viabilizar o trabalho com grandes volumes de informações. Nesse sentido, tecnologias como big data são quase que inviáveis de serem operacionalizadas apenas com recursos locais.

Cultura corporativa

Um fator adicional a se considerar quando o tema é cloud – pelo menos na percepção de alguns líderes de TI interessados no conceito – é o fato de que executivos no comando de algumas empresas não estão ainda totalmente convencidos dos benefícios trazidos pela nuvem. Esse cenário tende se transformar na medida em que casos relevantes de uso se massificam e as novas gerações assumem o alto comando das operações. “Com a chegada de líderes mais jovens no comando das operações de empresas www.cio.com.br

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capa

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Os maiores desafios aparecem depois da primeira fase de adoção da nuvem e se amplificam na medida em que as companhias se aprofundam na implantação

mais tradicionais, a transformação será de uma hora para outra”, acredita Jayro Caner de Souza, gerente de tecnologia da Coelho da Fonseca, acrescentando que “precisamos considerar que o mundo se adapta ao que existe”.

O caminho é a nuvem

Foi mais ou menos essa necessidade de adaptação que impulsionou a Tecnisa a adotar ferramentas em nuvem. “Tínhamos um provedor que dava muito problema e fizemos disso uma oportunidade, nos preparando para ir para outro patamar”, lembra Osvaldo Rodrigues, CIO da construtora. Há dois anos a empresa migrou seu correio eletrônico para a nuvem e, em pesquisa recente, a ferramenta foi “o produto melhor avaliado internamente”, revela Rodrigues. Na mesma época, o executivo definiu um plano diretor no qual

a premissa para futuros investimentos em tecnologia é ter a cloud computing seria como primeira opção. Atualmente a empresa também já utiliza um sistema de gestão de carteira de clientes (CRM) rodando em nuvem e sustenta planos de levar o data center que mantém na Avenida Faria Lima, em São Paulo, também para a cloud. O processo encontra-se em avaliação, com definição prevista para o primeiro semestre de 2015. “Mas ainda tem algumas perguntas que precisam ser respondidas”, diz Rodrigues, citando temas relativos a precificação no modelo que ainda são um tanto nebulosos.

Desafios pós-nuvem

Uma pesquisa divulgada pela CompTIA, associação da indústria da tecnologia da informação, revela que mais de 90% das empresas dos Estados Unidos usam algum

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Da esq. para a dir. no sentido horário: Alexandre Dias, do Hospital Santa Paula; Fabio Mazelli, da Penske; Jayro Caner de Souza, da Coelho da Fonseca; Felipe Dreher, editor executivo da Computerworld; Renato Galisteu, da T-Systems; Osvaldo Rodrigues, da Tecnisa; Paulo Sgarbi, da HDI Seguros​; e Fernando Donizeti, da Tibério

recurso em nuvem. O estudo, no entanto, revelou que o caminho de adoção do conceito não é fácil. De acordo com o levantamento, 24% das empresas que adotaram cloud computing acabaram voltando para os sistemas locais após um período. E mesmo os usuários que evoluíram da fase de “experimentação” para adotar aplicativos mais avançados, também enfrentam desafios posteriores. A pesquisa indica que os desafios maiores aparecem depois dos primeiros estágios da adoção e se amplificam radicalmente na medida em que as companhias se aprofundam nas etapas do projeto.

Complexidade só aumenta

Enquanto 28% das empresas disseram que a transição da fase experimental para um primeiro estágio de uso exigiu esforço

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significativo, 63% das companhias que completaram a transformação total da TI garantem que a transição final é a que apresenta o esforço mais significativo. É fundamental considerar também que ainda estamos no início da evolução do mercado de cloud computing. A tendência aponta para uma evolução gradativa do conceito dentro das organizações. Inclusive, com diferentes unidades de negócios dentro de uma mesma empresa migrando para o modelo a velocidades distintas. De acordo com um relatório de 2013 da Forrester, 58% das empresas utilizam mais de um fornecedor. A realidade é que as companhias acreditam que precisarão adotar plataformas multi-nuvem formando uma teia complexa de provedores. Pelo visto, novos desafios se desenham no horizonte dos CIOs e só o tempo ajudará a responder as questões que surgirem durante a jornada. CIO www.cio.com.br

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opinião

Cel s o S o u z a*

Quanto vale a sua informação Garantir a proteção da informação é um desafio diário, mas não impossível

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*Celso Souza é COO da Dinamo Networks

ivemos em um mundo competitivo, marcado por constantes mudanças e inovações. Hoje em dia, basta apenas um segundo para uma empresa perder a liderança de mercado por uma falha em seu sistema de segurança. Nunca foi tão verdadeira a premissa de que uma informação estratégica, dentro da corporação, é mais valiosa do que todos os seus bens materiais somados. Realizar uma gestão de riscos corporativos e incorporar soluções de segurança em todos os processos são, portanto, ações essenciais para proteger a imagem de uma companhia e garantir o seu crescimento. Um estudo da consultoria IDC estima que o custo das empresas brasileiras para diminuir os estragos causados pelo roubo de dados será de US$ 5,6 bilhões em 2014. Já um levantamento da Symantec apontou o Brasil como o país da América Latina que mais sofreu ataques cibernéticos em 2013. Os números assustam e revelam que, apesar de há muito debatida, a segurança da informação ainda é vista como uma despesa e não como um componente essencial na estratégia de negócios de uma companhia. Um dos métodos que pode auxiliar os empresários a reverter esse cenário, e que tem sido cada vez mais adotado no mercado, é a criptografia. Utilizada desde a antiguidade para garantir a privacidade das comunicações militares, a técnica protege as informações transmitidas e armazenadas por meio da codificação, ou seja, ela “embaralha” o conteúdo da mensagem, de modo que ele só possa ser lido por quem

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tem a chave correta para “desembaralhá-lo”. A cobertura da proteção é extensa: senhas, dados financeiros, backup, devices, e-mails, transações bancárias, entre outros. Além disso, a criptografia pode ser usada tanto para proteger dados armazenados (no computador, celular ou na nuvem) como informações transmitidas pela rede, com ou sem fio. Outro ponto a ressaltar quando discutimos proteção de dados é a importância do estabelecimento de uma política interna de segurança voltada a funcionários e parceiros. Pesquisa realizada pela PwC Brasil com 9.600 companhias, 700 delas brasileiras, revelou que a maioria dos entrevistados atribui incidentes de segurança a “inimigos” internos conhecidos, como funcionários ativos (31%) ou ex-funcionários (27%). Além disso, os registros de funcionários (35%) e de clientes (31%) lideram a lista de categorias de dados comprometidos no levantamento. É necessário que a empresa invista em treinamentos educacionais, visando mostrar ao usuário como utilizar os recursos tecnológicos de forma segura e eficaz. Vale ainda implementar medidas que controlem atividades que possam expor dados confidenciais a pessoas não autorizadas. Regras para armazenamento, impressão e encaminhamento de documentos digitalmente são alguns exemplos. Garantir a proteção da informação é um desafio diário, mas não impossível. O segredo é estar atento às mudanças que ocorrem no mercado e à chegada de novas tecnologias. CIO

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