Leia também: Nove companhias de Hadoop que sua empresa precisa conhecer | Como recrutar um cientista de dados
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www.computerworld.com.br | maio/junho DE 2014 | ANO XX | no 561 | R$ 14,95
o porta-voz do mercado de tecnologia da informação e comunicação
inclui
negócios • tecnologia • liderança
Gestão
Agilidade exige repensar todos os processos para que a TI faça parte da estratégia de negócios Liderança
Três passos para você ganhar velocidade e ser inovador
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BIG DATA
Empresas querem ter dados preciosos para ganhar mais competitividade, mas enfrentam o desafio de encontrar a estratégia certa para analisar informações de negócios 21/06/2014 11:01:04
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MAIO/JUNHO de 2014
Índice 10 | CAPA
OEmpresas SONHO DO BIG DATA querem ter a preciosidade dos
dados analíticos para melhorar atendimento ao cliente, ser mais inovadoras e tomar decisões com maior velocidade, mas muitas ainda enfrentam o desafio de encontrar a estratégia certa para mensurar o valor das informações para seus negócios.
8 MARCO CIVIL DA INTERNET Nova lei exige que redes sociais simplifiquem termos de uso de contratos e esclareçam sobre proteção de informações dos internautas, muitas delas usadas para Big Data. Advogados recomendam que empresas coletem dados pessoais com cautela para evitar problemas na Justiça
GESTÃO
15 DECISÕES ANALÍTICAS Pesquisa da Forrester revela que a intuição é importante e precisa ser cultivada como qualidade e habilidade corporativa. Os executivos de negócios devem exercitar mais esse dom na hora de identificar qual informação é verdadeira para sua estratégia
TECNOLOGIA 18 ERA HADOOP
Antes reservado apenas aos grandes impérios da internet, como Google e Yahoo, o Hadoop começa agora a ser o queridinho das corporações. Veja nove empresas que fornecem essa tecnologia e que sua companhia precisa ficar de olho
CARREIRA
24 CIENTISTA DE DADOS
Os CIOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data. Especialistas dão cinco dicas para vencer esse desafio
AGILIDADE EXIGE REPENSAR TODOS OS PROCESSOS
Entregas não realizadas, prazos não cumpridos, usuários insatisfeitos, oportunidades de mercado perdidas, executivos pressionando, cobrança e equipe desmotivada. A culpa é da TI?
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negócios • tecnologia • liderança
MERCADO
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editorial | silvia bassi
PRESIDENTE Silvia Bassi VICE-PRESIDENTE-EXECUTIVO Ademar de Abreu
www.computerworld.com.br REDAÇÃO DIREÇÃO EDITORIAL Silvia Bassi silviabassi@nowdigital.com.br editora Edileuza Soares edileuza.soares@nowdigital.com.br EDITOR AT LARGE Cristina De Luca cristina.deluca@nowdigital.com.br direção de ARTE Ricardo Alves de Souza ricardo.souza@nowdigital.com.br COMERCIAL impressos HEAD DE NEGÓCIOS Wilson Trindade wa@nowdigital.com.br ONLINE EXECUTIVA DE NEGÓCIOS Nathalie Vaz nathalie.vaz@nowdigital.com.br EVENTOS HEAD DE NEGÓCIOS Ricardo Mangueira ricardo.mangueira@nowdigital.com.br MARKETING & AUDIÊNCIA Gerente Paula Campelo paula.campelo@nowdigital.com.br Central de Atendimento
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INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO
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Converse que o Big Data acontece
S ilvia Bassi, publisher da COMPUTERWORLD silviabassi@nowdigital.com.br
Q
uando o assunto é Big Data, há um certo cenário de “ovo e galinha” nas corporações: por um lado, o excesso de termos técnicos em torno do assunto o torna mais complicado do que realmente é; de outro lado, é preciso dominar o assunto e criar um road map corporativo, sob pena de, em pouco tempo, deixar a companhia comendo poeira da concorrência. Os executivos de TI sabem disso, mas também não sabem como sair desse loop.
A prova está num estudo sobre a agenda dos CIOs, produzido pelo Gartner, que aponta o tema BI/Analytics como prioridade número um na agenda 2014 dos brasileiros, passando à frente de mobilidade e cloud computing. No entanto, o mesmo relatório aponta que os projetos estão mais para sonho do que para realidade no Brasil, por conta das dificuldade em mensurar valor para os negócios, falta de estratégia e falta de talentos especializados. A sopa de letras envolvendo Big Data (BI, Business Analytics, data discovery, smart machine etc) é, segundo João Tapadinhas, diretor de pesquisas do Gartner, a principal responsável pela confusão. Na reportagem de capa desta edição, Donald Feinberg, analista e vice-presidente do Gartner, que sempre afirmou que Big Data não existe, diz que o tema não é um hype, é uma tendência e que o termo desaparecerá em aproximadamente dois anos, dando lugar para soluções de business analytics. Feinberg estima que em cinco anos haverá uma maior diversidade de soluções de gestão de informações para análises de dados para tratamento em tempo real. Os bancos de dados com processamento em memória devem sofrer queda de preços e aumentar a oferta no mercado, só para citar alguns fatores. O que fazer então para arregaçar as mangas e começar a praticar o Big Data? Para o líder da área de Big Data da HP no Brasil, Rom Linhares, as empresas precisam definir um “mapa do desejo” da análise de dados na corporação. O que, segundo ele, nada mais é do que juntar equipe de TI e executivos de negócios (Line of Business, o popular LOB) para pensar juntos para onde o analytics pode levar os negócios da companhia. Ricardo Chisman, líder da Accenture Digital, divisão da Accenture Brasil, agrega mais um tijolinho na base: Big Data tem de fazer parte da agenda digital da organização. Os executivos apontam para um elemento importante, que em última instância supera, na minha opinião, a busca por profissionais especializados ou mesmo a validação da tecnologia. Eles sugerem que TI abra o diálogo com negócios. Big Data é a melhor representação da convergência entre tecnologia e negócios; entre a empresa e seus consumidores; entre o marketing e a TI. Toda empresa hoje é digital e toda empresa hoje precisa pensar como uma empresa de marketing. Num cenário com consumidores altamente conectados 24x7, abrir mão do uso de tecnologias preditivas e de análise é um risco que nenhuma empresa deve correr. Montar uma agenda digital que seja desejada por toda a corporação é o grande exercício de negócios que um profissional de TI pode desejar. E, se você der o primeiro passo na direção de simplificar a sopa de letrinhas e apresentar as vantagens de entender o consumidor, tanto melhor para sua carreira executiva.
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fale com
FEEDBACK O ponto de encontro dos leitores da Computerworld
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Segurança dos dados corporativos
Mas não é só através da internet que os funcionários podem passar informações. O uso de celulares também deve ser considerado. Se a empresa fornece os celulares a seus funcionários o melhor mesmo é adotar um rastreador que vai permitir conhecer todas as comunicações efetuadas. Leitor: Ednilson Souza Reportagem: Nova missão da TI: rastrear funcionários na internet
Especialistas em Big Data
Achei bem interessante a temática desse artigo com uma pequena ressalva quanto ao desconhecimento do curso de Gestão da Informação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Apesar do nome igual a outros cursos com focos diferentes, é o primeiro e talvez único curso de graduação no Brasil com foco em Big Data. A grade curricular é bem
pautada e forte em estatística, matemática, computação e negócios. Pra quem não conhece, recomendo dar uma pesquisada. Vale ressaltar que o curso foi avaliado com nota máxima pelo MEC (nota 5). www.portal.fagen.ufu.br. Leitor: Humberto Henrique N. Monteiro Reportagem: Cientista de dados é profissão do futuro
Importância da certificação
Existe muita diferença em “dar carteirada”, dizendo que é certificado em “X”, o que sabe fazer e explicar que a certificação confirma a informação. Ao invés de escrever no currículo que “conhece ITIL”, pode-se listar alguns conhecimentos em SGS, etapas e ciclos de vida e ROI (...). São esses conhecimentos que fazem com que o currículo seja mais visto. Leitor: J. Prim Reportagem: Pesquisa mostra como estão salários de TI
Escassez de mão de obra
Creio que parte deste problema está ligado diretamente a falta de fiscalização nas contratações que deixam de oferecer salários dentro da legislação. Hoje, com as novas modalidades de CLT, um profissional, quando em fim de projeto, é mandando embora recebe somente 20% dos seus direitos, já que tudo que recebia era pago fora da carteira brasileira de trabalho. Outra situação que vem ocorrendo são as ofertas salariais que regrediram ao teto oferecido no ano de 2008. (...). Veja só, tenho certificação atualizada e inglês fluente e mais de 22 anos de experiência e estou fora da área de TI. Recebo propostas de trabalho que me oferecem salário do tempo da onça. Atualmente sou professor, com menos stress e não preciso fazer hora extra para ficar em banco de horas. Leitor: Luis W. Reportagem: Déficit de talentos de TI no Brasil pode chegar a 408 mil em 2020
O que você só encontra no site dA Computerworld
Pesquisa de salários de TI no Brasil mostra vantagem das certificações
A
CloudCampus, centro de treinamento em nuvem com 4,5 mil alunos conectados em cursos sobre redes e data centers concluiu uma pesquisa salarial envolvendo alguns dos principais cargos nessa área. O levantamento analisou cerca de 300 questionários, respondidos por empresas clientes e profissionais que fazem cursos de especialização ou Remuneração Cargo certificação da organização. Mínima Segundo o estudo, a remuneração CIO/Diretores R$ 10.000,00 de um Diretor de Informática (ou CIO) de TI apresenta grandes variações de acordo Gerentes de TI R$ 6.000,00 com o porte ou complexidade da empresa, Analista de podendo atingir os R$ 55 mil em caso de R$ 1.000,00 Suporte grandes ambientes de operações, como Analista de é o caso de um data center financeiro ou Redes (dados) R$ 1.600,00 de telecomunicações. Pode também ficar Analista de abaixo dos R$ 10 mil, em empresas de redes (telecom) R$ 1.800,00 médio porte nas quais a TI não está no Administrador R$ 2.500,00 centro do negócio. de Redes “Este levantamento mostrou também Programador R$ 1.700,00 que um profissional com certificação de Gerente de líderes de mercado como Cisco ou Oracle R$ 4.000,00 conseguem, em média, uma remuneração Projetos Webmaster R$ 1.800,00 30% maior que a dos demais”, afirma
José Carlos Vitorino, diretor da CloudCampus. A variação também acontece de acordo com a região ou o porte do município, não sendo esta, no entanto, a variável mais impactante. Médias regionais – Em São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba, Salvador, Maceió, Recife e o Interior de São Paulo, a remuneração média, excluindo-se os Remuneração Média Júnior Média valores extremos para cima ou para Máxima Pleno baixo do CIO, está em R$ 17,5 mil, R$ 55.000,00 R$14.000,00 R$17.500,00 para profissionais com mais de cinco anos de mercado, e R$ 14 mil para R$ 17.500,00 R$ 8.000,00 R$11.500,00 diretores com menor experiência. No Brasil, a remuneração dos R$ 4.500,00 R$ 1.800,00 R$ 2.500,00 gerentes de TI varia de um mínimo de R$ 6 mil até o máximo de R$ 17, 5 mil, R$ 5.500,00 R$ 2.500,00 R$ 3.500,00 sendo de R$ 8 mil o salário regular dos gerentes juniores e R$ 6.800,00 R$ 3.200,00 R$ 4.500,00 R$ 11,5 mil para os seniores. O objetivo da pesquisa é levar aos R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 R$ 5.400,00 alunos do centro de treinamento, R$ 6.100,00 R$ 2.300,00 R$ 3.800,00 informações de interesse de suas carreiras e avaliar o impacto das R$ 13.000,00 R$ 6.500,00 R$ 8.500,00 certificações técnicas na expectativa R$ 7.500,00 R$ 3.000,00 R$ 4.500,00 salarial dos profissionais de TI. Fonte: CloudCampus
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mercado
Maior cautela na coleta de dados pessoais Marco Civil da Internet exige que redes sociais simplifiquem termos de uso de seus contratos e esclareçam sobre a proteção de informações dos internautas, muitas usadas para estratégias de Big Data
fotos: Agência TUTU/ Emiliano Hagge
Edileuza Soares
Renato Opice Blum, “Hoje o ativo informação pode definir o fracasso ou o sucesso de uma empresa”
C
om ferramentas analíticas as organizações podem conhecer mais seus consumidores, melhorar o atendimento, aprimorar produtos e oferecer serviços personalizados. Entretanto, advogados alertam para a necessidade de as iniciativas passarem por questões legais. O tema foi debatido em o evento “Big Data – Uma questão urgente a ser enfrentada pelas empresas”, realizado em maio, pelo Conselho de Tecnologia da Informação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A entrada em vigor do Marco Civil brasileiro da Internet determina que redes sociais e organizações devem conhecer as novas regras que protegem informações dos usuários para não incorrer em erros na coleta de informações pessoais, sem consentimento deles. A manipulação indevida pode trazer problemas na Justiça. O advogado Renato Opice Blum, presidente do Conselho de Tecnologia da Informação da FecomercioSP, observa que o volume de dados no mundo e Brasil cresce exponencialmente e quando minerado pode ter um grande valor para os negócios. “Hoje o ativo informação pode definir o fracasso ou o sucesso de uma
empresa”, diz o advogado. Em breve, com a evolução das redes 4G, Internet das Coisas e novas tecnologias como as de banco de dados em memória, as companhias vão poder capturar qualquer tipo de informação em tempo real, colocando o Big Data em total plenitude. Mas é claro que até lá, as organizações ainda terão de derrubar muitas barreiras.
Usina de dados As redes sociais são uma grande usina para produção de dados. Esse fenômeno ocorre com mais intensidade no Brasil do que em outros mercados. Opice Blum menciona pesquisas da PwC que revelam que os brasileiros acessam hoje esse serviço três vezes mais que os Estados Unidos, mesmo com as deficiências atuais da banda larga. Como resultado disso, os dados que circulam nessas redes passam a ser analisados por muitas companhias, que com base em ferramentas analíticas, podem saber tudo sobre os internautas como hábitos de consumo, quanto ganham, onde moram, locais por onde transitam, se têm filhos etc. “Muitos serviços vivem da coleta desses dados”, observa o advogado, lembrando
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9 que muitas informações pessoais são obtidas com consentimento dos próprios internautas, que deram permissão quando acessaram o contrato dos termos de uso de empresas, como Google, Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram etc. “Será que as pessoas avaliam os contratos de uso desses serviços?”, questiona. “Todo mundo baixa o aplicativo e dá ‘Ok’ rápido para não ler os termos”. Agora com o Marco Civil da internet, todas essas empresas que estão no Brasil terão de informar corretamente sobre essa questão da coleta dos dados, afirma o advogado. Opice Blum explica que o Marco Civil da internet estabeleceu direitos e garantias dos usuários. De acordo com o Art.7o, “O acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania e ao usuário são assegurados os seguintes direitos: à inviolabilidade e o sigilo de suas comunicações pela Internet, salvo por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.” As empresas também precisam informar onde os dados estão sendo armazenados. Outro advogado especializado em direito digital, Rony Vainzof, vice-presidente do Conselho de Tecnologia da Informação da FecomercioSP, acrescenta que todas as redes sociais internacionais que estão operando no País e coletam dados de brasileiros no mercado local terão de respeitar a nova regulamentação. Vainzof cita como exemplo o caso polêmico envolvendo o Facebook e a empresa desenvolvedora do aplicativo Lulu, disponível apenas para mulheres, que permite avaliações de forma anônima do perfil de homens pela rede social. Ação na Justiça de um usuário brasileiro do Facebook considerou o uso indevido dos dados pela mídia social. Com esse caso, o advogado adverte que as
Companhias que compram dados pessoais, que não sejam públicos, devem ficar atentas companhias que compram dados pessoais, que não sejam públicos, devem ficar atentas, pois podem ser consideradas corresponsáveis em processos como o do app Lulu. Para o professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas digitais da Escola Politécnica (USP), Edison Gomi, Big Data traz oportunidades de negócios, desde que seja implementado corretamente. Ele acha que os internautas autorizam o uso de seus dados pessoais, sem ler os termos de uso dos serviços porque têm a ilusão de que nada vai acontecer. É como se eles estivessem comprando em lojas de e-commerce ou marcando uma consulta com médicos de sua preferência em que as relações são na base da confiança. “Proibir uso de dados não é bom. Por outro lado, tem que ter limites éticos e legais”, opina o professor. Já o CIO da Universidade Metodista de São Paulo, Daví Betts, acha que os internautas precisam passar por um processo de educação e entenderem que tudo na web tem seu preço. Assim, os dados deles têm valor e não devem ser fornecidos de graça. A recomendação de advogados e de especialistas é que os projetos de Big Data passem não apenas pelas questões de estratégias de negócios, tecnologia e mão de obra capacitada. As empresas devem também avaliar como as questões legais podem impactar as iniciativas.
Rony Vainzof, vice-presidente do Conselho de Tecnologia da Informação da FecomercioSP
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10 CAPA
O sonho do
O sonho do
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Empresas brasileiras querem ter dados analíticos para tomar decisão de negócios, mas esbarram na falta de estratégia, apontam estudos do Gartner edileuza soares www.computerworld.com.br
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O
tema BI/Analytics aparece como prioridade número na agenda de 2014 dos CIOs brasileiros, passando na frente até mesmo de assuntos como mobilidade e cloud computing, segundo estudos do Gartner. A posição de destaque sinaliza o interesse das companhias em investir em estratégias de Big Data para ter informações preciosas, que ajudem a incrementar negócios. Ao mesmo tempo, o relatório revela que esses projetos são um sonho e que o processo de adoção no mercado local anda lentamente. A maturidade de Big Data ainda é baixa no País. As iniciativas esbarram na dificuldade dos executivos de medirem o real valor que os projetos trazem para os negócios, na falta de estratégia e talentos especializados. Esses três itens são os maiores desafios das empresas para as implementações, revela estudos apresentados durante a Conferência Business Intelligence e Gestão da Informação 2014, realizada em maio pelo Gartner, em São Paulo. O tema Big Data é bastante nebuloso não apenas no Brasil, informa Ian Bertram, vice-presidente de pesquisas do Gartner. Ele constata que o assunto gera entusiasmo. Os olhos de muitos executivos brilham, principalmente de negócios, quando eles ouvem falar sobre a possibilidade de dar inteligência aos dados. Porém, os projetos são carregados de emoções. Eles geram conflito, excitação e medo, fazendo com que as adoções sejam mais lentas. “A estratégia para Big Data ainda está muito ausente nas empresas porque elas não sabem onde aplicar o Big Data”, acredita Rom Linhares, que lidera esse assunto na HP Brasil. As organizações têm interesse pelo tema, mas falta definir o mapa de desejo para análise de dados, segundo o executivo. Sua recomendação é que as companhias gastem tempo, reunindo os times de TI e negócios para traçarem de oito a seis projetos para teste da prova de valor.
Para Ricardo Chisman, que lidera a Accenture Digital, na consultoria Accenture Brasil, confirma que Big Data tem sido demandado pelas áreas de negócios, que precisam criar uma simbiose com a TI. Juntos os dois times conseguirão decidir como a organização pode se beneficiar do uso de dados analíticos. Na visão do executivo, Big Data tem que fazer parte da agenda digital da empresa e integrar-se à estratégia de negócios, envolvendo atendimento ao cliente, fornecedores e outras áreas. Caso contrário, Big Data corre o risco de ser mais uma solução. Chisman acredita esse tema será mais discutido no País em 2014, quando deverá ganhar mais maturidade, já que se trata de um caminho sem volta. Pesquisas globais do Gartner, realizadas em 2012, revelam que 58% das organizações entrevistas disseram que investiram em algum tipo de solução para análise de dados. Em 2013, esse número subiu para 64%, ou seja, 2/3 das companhias abordadas compraram alguma ferramenta para tratar dados. Entre as razões para adoção de Big Data, 55% apontaram o interesse em melhorar a experiência com o usuário; 49% mencionaram a busca por ganhos de eficiência em seus processos; e 42%
Big Data tem que fazer parte da agenda digital da organização Ricardo Chisman, da Accenture
Aumento dos investimentos em Big Data 5%
11% 31%
2012 16
%
27% 15%
Aplicou em tecnologia de Big Data Planeja investir no próximo ano Planeja investir em dois anos
30% 31%
2013 15
%
19%
Não há planos neste momento Não sabe Fonte: Gartner
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12 CAPA destacaram a necessidade de desenvolver produtos inovadores e criar novos modelos de negócios.
Desafios a serem vencidos Ao serem questionados sobre os desafios para implementação de Big Data, 56% dos entrevistados pelo Gartner revelaram não saber como determinar o valor dessa iniciativa para os negócios. Outros 41% admitiram falta de uma estratégia bem definida para esse tipo de projeto e outros 34% apontam a escassez de talentos especializados como uma das principais barreiras. Na avaliação dos analistas do Gartner, a sopa de letras envolvendo Big Data (BI, Business Analytics, data discovery, smart machine etc) gerou um pouco de confusão no mercado. João Tapadinhas, diretor de pesquisas da consultoria, considera que a indústria tem um pouco de culpa, mas acha que esse processo é natural por se tratar de um movimento novo. Ele avalia que o Brasil está andando mais lento nessa estrada, mas afirma que as iniciativas estão começando a surgir. São os setores financeiro e de telecom, que vêm se destacando mais no terreno de dados analíticos pela
Falta um mapa de desejo de Big Data nas empresas Rom Linhares, da HP
natureza dos seus negócios, que geram grande volumes de informações. O tema não é mais um hype, mas uma tendência avisa Donald Feinberg, analista distinto e vice-presidente do Gartner, que sempre afirmou que Big Data não existe. Sua previsão é de que esse termo desaparecerá em aproximadamente dois anos, dando lugar para soluções de business analytics. Feinberg estima que em cinco anos haverá uma maior diversidade de soluções de gestão de informações para análises de dados para tratamento em tempo real. Os bancos de dados com processamento em memória devem sofrer queda de preços e aumentar a competitividade no mercado. Haverá outras opções para concorrer com Hana da SAP. O analista do Gartner assinala que um dos fatores que deverão contribuir para uma adesão maior das tecnologias de análise de dados no País é a chegada de novos players, como fornecedores Hadoop, plataforma de código aberto, criada para analisar grandes volumes de dados estruturados e não estruturados. Até o final de 2014, essas empresas devem começar a desembarcar no Brasil.
Busca por especialistas
Motivos para implementação de projetos Melhorar experiência dos clientes
55%
Aprimorar eficiência dos processos Desenvolver novos produtos e modelos de negócios Fazer campanhas de marketing mais assertivas Reduzir custos
49%
Gerenciar riscos
32%
Monetizar informações
23%
Compliance com regulamentações Reforçar segurança Outros
9% 15%
42%
17%
41%
12%
37%
13% 9% 9%
17
10
16%3%
13%
%
5% 3%
%
Q uestões já endereçadas aos negócios Provável endereçamento (12-14 meses) Fonte: Gartner
O analista do Gartner menciona também o aumento do esforço das companhias para formação de cientistas de dados ou profissionais com habilidade para lidar com grandes volumes de dados. Ele confirma que esse problema não é só do Brasil. Outros mercados estão buscando alternativas para formar mão de obra especializada. A saída que Bertram sugere para eliminar essa barreira é que as empresas tentem capacitar profissionais de sua equipe que tenham visão de negócios. Esses especialistas podem ser lapidados para lidar com Big Data. Ele cita exemplo de companhias que buscaram esse tipo de mão de obra no mercado, mas que não acertaram porque trouxeram executivos com boa
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14 CAPA formação acadêmica, mas que não tinham conhecimento da operação. Começam a surgir algumas iniciativas no Brasil para preencher essa lacuna. A Ícaro Technologies, por exemplo, investiu em um Centro de Excelência (ACE) em Analytics, localizado em Campinas, interior de São Paulo, para estudar e desenvolver novas soluções que auxiliem as empresas na análise de Big Data. Kleber Stroeh, diretor executivo da Ícaro Technologies, explica que a proposta do ACE é ajudar clientes a aumentar a maturidade sobre Big Data e apoiá-los em projetos, principalmente operadoras de telecom e setor de energia. O local vai operar com uma equipe multidisciplinar para permitir que as companhias possam desenvolver seus projetos e também estimular a formação de mão de obra especializada. A Ícaro negocia parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) para estimular pesquisa e capacitação de jovens em Big Data. As companhias têm a opção também de alocar um time on demand de cientistas de dados e pagar por hora, como no modelo de consultoria. A HP é uma das empresas que estão prestando esse serviço. No mundo, a companhia conta com 1,2 mil especialistas em Big Data, sendo que 40 atuam no Brasil.
Iniciativas estão começando no Brasil pelos setores de telecom e finanças João Tapadinhas, do Gartner
Principais desafios Dificuldade para determinar o valor de Big Data Definir estratégia
26%
18%
12%
15%
14%
Ter mão de obra capacitada
7%
12%
14%
33%
Integrar múltiplos bancos de dados
8%
12%
13%
33%
Infraestrutura/arquitetura
7%
11%
11%
29%
Risco/governança (segurança, privacidade e informação com qualidade) Recursos para iniciativas de Big Data
8%
10%
10%
28%
8%
10%
9%
27%
Entender o que é Big Data
15%
Liderança e questões organizacionais 5%7%3% Outros
6%
1 2 4% 7%
4% 4% 23% 8%
21%
13%
57%
41%
Principal desafio Segundo Terceiro Fonte: Gartner
Rom Linhares, practise principal da HP, informa que o modelo de alocação de talentos em Big Data tem sido requisitado por organizações que querem fazer provas de conceito, sem correr o risco de contratação de um cientista de dados. Depois, um grupo pode treinar o time interno para dar continuidade ao projeto.
Segurança na era do Big Data Uma das áreas em que Big Data deverá se destacar é nos projetos de segurança. Estudos do Gartner estimam que em 2016 cerca de 25% das grandes organizações ao redor do mundo terão adotado soluções analíticas para detecção de fraude. Atualmente, esse índice é de 8%. O retorno do investimento, segundo a consultoria, deverá vir em até seis meses após a implantação. João Tapadinhas, diretor de pesquisas do Gartner, avalia que as empresas podem obter economias significativas em tempo e dinheiro ao usarem sistemas de análise de dados para evitar crimes e infrações de segurança ao prevenirem perdas e aumentarem sua produtividade. “Os analíticos de Big Data oferecem às empresas um acesso mais rápido a suas próprias informações. Permitem às empresas combinarem e correlacionarem informações externas e internas para visualizarem um cenário mais amplo de ameaças contra as organizações. Isto se aplica em muitos casos de uso de segurança e fraude, tais como, detecção de ameaças avançadas, ameaças internas e controle de contas”, afirma Tapadinhas. As informações necessárias para descobrir os eventos de segurança perdem valor ao longo do tempo. A análise de dados inteligente, feita a tempo, é essencial, na medida em que os criminosos e malfeitores são mais rápidos ao cometerem os crimes. No passado, as empresas confiavam em diversos sistemas de monitoramento e detecção em silos. Agora, elas podem utilizar os analíticos de Big Data. n
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maio/junho 2014 cio.com.br
OPINIÃO [Craig Le Clair]
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Para ser ágil, desenvolva-se em dez dimensões
OPINIÃO [Mike Hugos]
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Três passos para ser rápido e inovador
negócios • tecnologia • liderança
Agilidade exige repensar todos os processos
Apesar de simples, as práticas ágeis requerem mudanças culturais, processuais e foco que vão além do departamento de TI
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opinião
Cr a i g L e Cl a i r*
Descubra o real significado de
agilidade
Para ser realmente ágeis, as empresas devem desenvolver-se em 10 dimensões, em três áreas: mercado, organização e processo
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mpresas e executivos de TI pensam sobre a agilidade de forma diferente. Para entender agilidade, precisamos primeiro definir o que isso significa. Agilidade nos negócios é a qualidade que permite a uma empresa abraçar as mudanças operacionais e de mercado, como uma questão de rotina. Uma empresa ágil torna proficiente a condução das mudanças, se essas mudanças forem impulsionadas por tendências de mercado ou processos operacionais. Ela responde rapidamente às ameaças e oportunidades, e executa as mudanças de uma forma sustentável. Mas poucas empresas estão neste nível. Então, por onde começar? Para ser realmente ágil, as empresas devem desenvolver-se em 10 dimensões, em três áreas: mercado, organização e processo. Agilidade de mercado exige conhecimento e execução em duas áreas: a receptividade do mercado e a integração do canal.
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apontassem as dimensões mais críticas para a manutenção da agilidade. Eles elegeram inteligência de negócios, gestão de mudança e receptividade do mercado como as mais importantes. Psicologia digital, disseminação do conhecimento e sourcing como importantes. E elasticidade da infraestrutura, arquitetura de processos, integração de canais e inovação de software como as menos importantes. Para ajudar a moldar a capacidade da empresa para responder ao risco estratégico, as habilidades, perspectivas e estratégias do CIO precisam se alinhar com esta definição mais ampla de agilidade nos negócios. Isso permitirá uma conversa mais substancial com o negócio e que os CIOs possam mapear competências específicas para o desempenho dos negócios. CIO * Craig Le Clair é vicepresidente e principal analista da Forrester Research
Agilidade organizacional requer excelência na disseminação do conhecimento, na gestão de mudança e na psicologia digital. Agilidade de processo permite a execução bem sucedida. Empresas ágeis investem na implantação de inteligência de negócios, têm elasticidade, alavancam metodologias de processos, infraestruturas e plataformas modernas, oferecem inovação em software mais rápido e são mais adaptáveis ao sourcing. Porém, nem todas as dimensões são iguais. Por isso, pedimos a executivos em muitas funções de negócios que www.cio.com.br
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gestão
A Culpa é da TI? Cl áu d i o Ba r i zo n*
Para obter resultados diferentes é preciso fazer diferente
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*Cláudio Barizon é diretor de Negócios Digitais da TeamWare
ntregas não realizadas, prazos não cumpridos, usuários insatisfeitos, oportunidades de mercado perdidas, executivos pressionando, cobrança, equipe desmotivada. Normalmente, sempre por “culpa da TI”. Este cenário é muito comum e a “necessidade” de se encontrar um culpado faz a corda arrebentar para o lado mais fraco. Este lado quase sempre é a equipe de Tecnologia, que muitas vezes, não é vista ou tida como estratégica e funciona como uma anotadora de pedidos, que precisa fazer as entregas a qualquer custo. Nem sempre prazos apertados ou impossíveis, falta de definição dos requisitos, mudanças de escopo constantes e falta de comprometimento de outras áreas envolvidas são levados em consideração para se avaliar o melhor direcionamento para o projeto. Nada! O importante é encontrar logo o culpado e “passar o mico”. A bomba vai estourar na ponta e a ponta é exatamente quem vai fazer a entrega final, a TI. Estas equipes, muitas vezes, atuam com seus “heróis”, tentando recuperar o tempo perdido. Fazem de tudo, viram a noite, perdem os finais de semana e feriados. Mas, no final, não entregam, perdem o prazo ou geram produtos sem qualidade. O maior problema, porém, é a insistência em repetir esta sistemática. E isso se repete e se repete e se repete... Não vai dar certo! Vai dar problema de novo e mais cobranças e desconfianças sobre a área de Tecnologia. É isso que temos visto nas empresas por onde passamos. É um padrão. Obviamente, os CIOs se preocupam com esta situação,
pois é sempre a sua área que está em xeque. Mas, como dizia o poeta: “os heróis morreram de overdose”. A solução não está por aí. Por mais preparados que sejam os profissionais de tecnologia, é melhor deixar as missões impossíveis para os Vingadores nas salas de cinema. Para obtermos resultados diferentes, precisamos fazer diferente! É importante olhar todo o processo e comprometer todos os envolvidos (e não apenas a TI), fazendo com que as áreas trabalhem e funcionem de forma colaborativa. Não é fácil na cultura de empresas que ainda insistem em encontrar culpados e, por isso, o trabalho precisa ser mais profundo. Ele passa por uma transformação e mexe na cultura, nas pessoas, e nos processos, para que todos entendam seu papel e se comprometam com a entrega final como uma equipe, independentemente da área em que atuam. Parece simples, mas sabemos que não é tão fácil assim. Existem muitas questões envolvidas no ambiente corporativo: política, vaidade, metas dos executivos (normalmente, não convergentes), orçamento e etc., que acabam inibindo o comportamento desejado de colaboração e comprometimento com o mesmo fim. Muitas vezes, as equipes recebem a solução pronta a ser implementada. E este é o pior dos mundos. É muito importante que o time conheça a direção, a estratégia e tenha um propósito. Reunindo as competências corretas e, com o direcionamento adequado, a equipe vai encontrar as melhoras soluções. Ao fazer isso, conquista-se um dos maiores
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ingredientes do sucesso: engajamento. O caminho para esta mudança passa por quebras de paradigmas e uso de práticas menos intuitivas, que compõem o arsenal existente de práticas ágeis. Desde que passamos a usá-las ou introduzi-las nas empresas, a realidade mudou para estas equipes. Mas, ainda assim, existe certa desconfiança sobre a utilização destas práticas: parecem frágeis, feitas “nas coxas” e soam como brincadeira – é “aquela turma dos post-its”. Afinal, as metodologias tradicionais de gestão de projetos ou de desenvolvimento de software estão aí há décadas, geram uma incrível quantidade de documentação e não deve haver nada mais robusto que isso, não é mesmo? Bem, não é bem assim. Apesar de simples (muitos simples!), as práticas ágeis requerem muita disciplina e processos estruturados para garantir as entregas periódicas. Requerem ainda transparência e muita interação com o cliente, que acaba se envolvendo de tal forma com o método de trabalho e com o produto a ser entregue, que passa a ser o primeiro a defender a equipe de Tecnologia. Ele não é mais aquele “inimigo”, que fica mudando o escopo a cada instante e culpa o desenvolvimento pelo não cumprimento de prazo. A entrega é tão dele quanto de qualquer outro no time e a colaboração flui. Além disso, as mudanças, antes tão indesejadas pela TI e sempre motivo de conflitos, passam a fazer parte do processo de trabalho, direcionando as entregas para o maior valor agregado ao produto final. Estas mudanças culturais, processuais e de foco não estão limitadas ao ambiente de Tecnologia, ali na ponta, onde o produto ou sistema será desenvolvido. Ao contrário, precisa ocorrer em todo o “value stream”, desde
seu início nas definições estratégicas e a escolha correta do portfólio (“o que fazer”). O foco é no valor a ser gerado pelo que se está entregando. Então, entender como captar este valor e medi-lo passa a ser de grande relevância e chave em todo o processo. A entrega (o desenvolvimento) também precisa ser bem feita, é claro!, e é importante ter este fluxo estruturado (o “como fazer”). Mas, a esta altura, o trabalho colaborativo já está estabelecido: uma transformação em todos os níveis, através da criação de uma cultura de participação, autonomia, engajamento, responsabilidade, transparência com muito trabalho em equipe para entrega de valor para o negócio. Simples assim. CIO
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M i k e H u gos*
opinião
Três passos para ganhar agilidade e ser inovador Um dos aspectos mais importantes da liderança é garantir o uso inovador e ágil da tecnologia da informação. E não há mágica nisso
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íderes de TI podem criar processos rápidos e flexíveis para desenvolver e implementar novas aplicações de negócios. Esse processo tem de ser ágil, com a visão clara dos profissionais de TI sobre como agir em passos rápidos e focados. Da mesma forma, executivos de TI podem usar o processo para impulsionar a inovação. Agilidade e inovação são pensamentos que têm de começar no CIO. É seu trabalho colocar os processos corretos em andamento e se certificar de que as pessoas estão usando corretamente. Criei meu próprio processo de três passos chamado “defina-desenhe-construa”. É um guia simples e fácil de entender, por meio do qual é possível desenvolver qualquer novo sistema ou processo de negócio em três passos. O passo “defina” leva de duas a seis semanas e custa de 5% a 10% do orçamento total do projeto. O “desenhe” pode durar de um a três meses e custar de 15% a 30% do orçamento. A fase final, “construa”, toma de dois a seus meses e consome entre 60% e 80% do orçamento. Você pode se perguntar como sei o cronograma sem conhecer cada projeto. A resposta é: esse é o tempo disponível se você realmente pretende ser ágil. Da mesma forma, sei que o desenho do projeto vai custar de 15% a 30% do budget porque, se for gasto mais que isso, algo muito complexo está sendo desenvolvido. Projetos mais caros vão levar mais tempo que três meses para serem desenhados e, assim, tempo demais para serem concluídos. Em suma, se o trabalho não puder atender a esses requisitos, pare o projeto. Seja lá o que for que está sendo feito, não é nem inovador e nem ágil.
Outras coisas destacáveis do processo
Em primeiro lugar, todo projeto necessita de uma pessoa dedicada a ele em tempo integral. Esta pessoa tem de ter as habilidades e a autoridade necessárias para fazer as coisas acontecerem e estar totalmente comprometida com o
sucesso da iniciativa. Eu chamo esta pessoa de “construtora do sistema”. Certifique-se de ter um bom construtor para cada projeto que você iniciar. Em seguida, construa uma solução “80%” em vez de ficar buscando a perfeição. Evite a tentação de querer criar um sistema capaz de lidar com qualquer imprevisto. Fazer isto eleva o custo e a complexidade exponencialmente. Prefira ter um sistema capaz de lidar com as transações cotidianas e ter pessoas – não computadores – preparadas para lidar com as exceções. Assim se faz um sistema 10 vezes mais barato que o da concorrência. Lembre-se de que grandes sistemas sempre são constituídos por uma coleção de subsistemas menores. Então, assim que o passo “Defina” estiver concluído, projetos enormes e multimilionários podem ser divididos em iniciativas menores para construir cada subsistema. Em vez de ter uma equipe para o grande projeto, este modelo permite que diversos pequenos grupos de profissionais desenvolvam cada parte, em paralelo. É assim que se faz um projeto em quatro vezes menos tempo que seus competidores. A princípio, as pessoas podem acusar os CIOs que adotam um processo como o “Defina-Desenhe-Construa” de estarem pedindo demais e de não serem razoáveis. Admito que esses meus três passos têm sido chamados de “faça, faça, faça!”. Mas não desanime. O que você está pedindo é possível – equipes de TI podem alcançar altos níveis de performance. Dê às pessoas o treinamento que elas precisam e as oportunidades de aprender fazendo, mas não baixe seus padrões ou amplie prazos. Quando seus empregados aprenderem o processo e se tornarem adeptos a ele, você vai ver a diferença. As pessoas irão criar um ar de autoconfiança e uma atitude positiva. * Mike Hugos é getor da SCM Globe e CIO-at-large no Center for Systems Innovation [c4si]
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GESTÃO 15
Fatos ou intuição? Como tomar decisões em tempos de Big Data
Num mundo cada vez mais direcionado por dados, pesquisa mostra que a intuição precisa ser cultivada como qualidade e habilidade corporativa
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desejo de tomar decisões melhores e mais rápidas é um dos principais motores das novas tecnologias de analytics e Big Data e dos principais responsáveis por acelerar as empresas na direção de um cenário de tomada de decisão totalmente fundamentado por fatos. Mas a relação entre dados e intuição – o velho e bom “gut feeling” – é uma coisa complicada, diz Peter Swabey, editor sênior de tecnologia da Economist Intelligence Unit (EIU), divisão de pesquisa e análise do The Economist Group. “Ambos têm um papel no contexto”, diz Swabey. “Juntar dados é o processo de tentar identificar qual é a informação verdadeira. E nessa etapa de identificação, sua intuição é um guia muito útil”. Num esforço de entender melhor como decisões de negócios são tomadas, a empresa de análise preditiva Applied Predictive Technologies (APT) pediu à EIU que realizasse um estudo, que resultou num relatório lançado recentemente, chamado “Decisive action: How businesses make decisions and how they could do it better”. Em tradução livre: “Ações Decisivas: Como as empresas tomam decisões e como elas poderiam melhorar isso”. Em fevereiro de 2014, a EIU entrevistou 174
gestores sênior e executivos do mundo todo dentro de um grande espectro de indústrias, sendo que 49% deles representavam organizações com receita anual superior a 500 milhões de dólares. O trabalho da EIU também envolveu entrevistas aprofundadas com especialistas e profissionais do segmento. O estudo descobriu que 42% dos entrevistados têm como prática coletar e analisar o máximo de dados possíveis antes de tomar uma decisão. Ao mesmo tempo, 17% dos entrevistados explicaram que preferem tomar decisões empiricamente, desenvolvendo hipóteses e realizando testes para provar o refutar uma teoria. Em resumo, 59% dos executivos se apoiam em dados para a tomada de decisão. Dos 41% restantes, 31% disseram que procuram tomar decisões em colaboração com outros sempre que possível e só 10% dos entrevistados disseram que se baseiam primariamente na intuição para tomar sua decisão. “Mas apesar da aparente popularidade do processo de decisão baseado em fatos, a intuição mostrou-se um bem valioso para a grande maioria”, diz Jane Bird, autora do relatório da EIU. “Praticamente três quartos dos respondentes (73%) disseram que confiam
Thor Olavsrud, CIO/EUA
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16 GESTÃO em sua própria intuição quando se trata de tomar decisões. E mesmo entre os tomadores de decisão puramente factual, a intuição exerce papel importante para mais de dois terços (68%) deles”. Birds destaca que 68% dos respondentes disseram que teriam a confiança dos seus pares e superiores se tomassem uma decisão que não fosse suportada por fatos.
A intuição e a análise de dados
Corporações devem olhar o processo de tomada de decisão como uma habilidade que precisa ser melhorada
Talvez nada ilustre melhor importância da conexão entre as decisões baseadas em dados e a intuição humana, do que perguntar como as pessoas reagem se o que os dados apontam vai contra o que diz sua intuição. Mais da metade dos entrevistados, 57%, disse que se enfrentasse essa situação a primeira coisa que fariam seria olhar de novo os dados! Outra parte grande deles, 30%, disse que sairia coletando mais dados e só 10% dos executivos disseram que obedeceriam os dados se fossem contrários à sua intuição. Rupert Naylor, vice-presidente da APT, conta que recentemente um cliente da empresa realizou um teste de efetividade colocando anúncios em jornais para ver se eles aumentariam as vendas. Depois de feito o teste, “eles analisaram os resultados entre o grupo de teste e o grupo de controle e viram que não havia diferença entre a performance das vendas nos dois grupos”, diz Naylor. Surpreso com os resultados, o cliente pediu à APT para conferir se alguma coisa estava errada com o analytics. A APT identificou que todo o processo de analytics tinha funcionado da forma correta. Incrédulo, o cliente procurou a agência de publicidade responsável pelo teste dos anúncios e aí descobriu que ela tinha cometido erros ao fazê-lo. “Foi uma grande vitória para os dados”, diz Naylor, “porque eles provaram que nada tinha acontecido”. E também foi a redenção da intuição, acrescenta Swabey. “Foi o fato de o
resultado do analytic contradizia a intuição do cliente que o ajudou a descobrir que um erro humano tinha sido cometido”. Bird argumenta que as constatações da pesquisa da Economist apontam que a intuição precisa ser valorizada e cultivada no ambiente corporativo. “Evidentemente, tanto a intuição quando o analytic contribuem para um processo efetivo de tomada de decisão, tanto nos negócios quando na vida”, diz ela. “Ao invés de ser encarada como uma fraqueza que precisa ser evitada, a intuição deveria ser vista como uma habilidade apropriada nos momentos certos”. Ela sugere que as corporações olhem o processo de tomada de decisão como uma habilidade que precisa ser melhorada assim como outras. E, diz a pesquisadora, deveriam avaliar seus executivos pela qualidade das suas decisões. No relatório, 19% dos entrevistados disseram que os tomadores de decisão em suas companhias não são responsabilizados por elas no final. E 59% dos respondentes declararam que tomadores de decisão ruins ainda permanecem na organização. O mais preocupante é a falta de transparência no processo decisório. Dois terços (64%) dos entrevistados disseram que a informação sobre quem tomou determinadas decisões e por que fica restrita a um grupo pequeno de funcionários. “Isso quer dizer que em várias empresas gestores tomam decisões a portas fechadas por razões desconhecidas e se essas decisões forem erradas eles não serão responsabilizados por isso”, diz Bird. Gerry Grimstone, chairman da empresa de seguros Standard Life, diz que é essencial cultivar o comprometimento. “Eu fico feliz em dizer que meus companheiros de diretoria têm algum grau de responsabilização pelo que acontece”, diz ele. “Eles tomam decisões melhores se souberem que haverá consequências na sua reputação.”
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Nove companhias de Hadoop que você deveria conhecer Estudo da Forrester oferece uma visão panorâmica do mercado. Se sua empresa lida com muitos dados, a tecnologia está ou estará em breve no seu radar Brandon Butler, Network World
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ntes reservado apenas aos grandes impérios da internet, como Google e Yahoo, o Hadoop, o mais conhecido e popular sistema para gestão de Big Data, começa agora a ser o queridinho das corporações. Há duas grandes razões para isso: as empresas têm muito mais dados para gerenciar e Hadoop é uma grande plataforma, especialmente por permitir combinar dados antigos do legado com novos dados não estruturados; um grande número de empresas do mercado estão entrando no jogo oferecendo serviços e suporte em torno do Hadoop, tornando-o portanto mais palatável para as corporações. Acrescente a isso o fato de que muitas empresas estimam que estão analisando no máximo 12% de todos os dados que possuem, deixando os outros 88% na mesa sem aproveitamento, segundo o estudo “The Forrester Wave™: Big Data Hadoop Solutions, Q1 2014.” “A Forrester acredita que o Hadoop é uma plataforma que precisa ser usada em grandes empresas, formando a pedra angular de qualquer plataforma futura de gestão flexível de dados. Se você tem dados estruturados, não estruturados e binários, há espaço relevante para o Hadoop na sua empresa”, escrevem os analistas Mike Gualtieri e Noel Yuhanna,
autores do estudo Wave Report. O Hadoop é um projeto de open source Apache cujos principais componentes podem ser baixados gratuitamente por qualquer pessoa. Várias empresas, da IBM à Amazon Web Services, passando por Microsoft e Teradata, trataram de empacotar o Hadoop em serviços ou pacotes de consumo mais simples. Cada companhia assumiu uma estratégia ligeiramente diferente, mas o elemento comum é que o Hadoop tem a habilidade de distribuir carga de trabalho potencialmente para centenas de servidores, fazendo do Big Data uma coisa gerenciável. O estudo realizado no primeiro trimestre de 2014 olhou nove empresas. A Forrester concluiu que não há ainda um líder claro de mercado nesse momento, que mistura empresas novas oferecendo serviços atraentes, com os grandes da TI. A lista de empresas que você vai ver a seguir foi elaborada pela Forrester Wave e, portanto, não representa a totalidade das plataformas e do mercado de gestão de Big Data. E, para evitar conflitos, alinhamos as empresas em ordem alfabética.
Amazon Web Services – Clientes procurando por plataforma Hadoop em nuvem pública podem recorrer à empresa que a Forrester chama
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19 de “King of the cloud” - Amazon Web Services (AWS). O produto de Hadoop da AWS chamase Elastic Map Reduce (EMR), e oferece serviços de gestão de Big Data. Ele não é um Hadoop open source puro, já que foi ajustado para rodar unicamente na nuvem da AWS. A Forrester diz que o EMR tem hoje a maior adoção entre as plataformas Hadoop no mercado. A AWS vai lançar um suporte mais robusto para o EMR com outros produtos e serviços, incluindo o RedShift, para data warehouse; e o recém-lançado motor de processamento em tempo real Kenesis; e deverá incluir suporte adicional para bases de dados NoSQL e ferramentas de BI. Mas o Hadoop da AWS é exclusivo da nuvem.
ecossistema Hadoop, e evoluir o código open source. Ela diz que isso beneficia os usuários porque evita que fiquem presos a um fornecedor (se um clientes da Hortonworks quiser deixar sua plataforma ele poderá facilmente portar as aplicações para o código open source). A empresa devolve seu trabalho de desenvolvimento para a comunidade open source. A postura da Hortonworks acabou lhe garantindo parcerias fortes com fornecedores de peso como Teradata, Microsoft, Red Hat e SAP.
Cloudera – A Cloudera tem uma distribuição Hadoop open source que usa muitos aspectos do projeto original do Apache mas que agrega um grande número de melhorias, entre elas uma ferramenta de gestão e monitoramento chamada Cloudera Manager; e um motor SQL para rodar dados relacionais no Hadoop, batizado de Impala. A empresa usa o Hadoop como a base da sua distribuição, mas não é um produto open source puro. “A estratégia da Cloudera é manter a lealdade ao núcleo do Hadoop mas inovar com agressividade e velocidade para atender as demandas dos consumidores e diferenciar sua solução dos seus concorrentes”, diz a Forrester. O resultado, segundo o relatório, é uma adoção firme da plataforma da Cloudera, que inclui uma lista de 200 clientes, alguns dos quais gerenciando mais de 1 petabyte de dados.
Hortonworks – Como a Cloudera, a Hortonworks é uma empresa pure-play de Hadoop. E diferente da Cloudera, a Hortonworks tem a distribuição de Hadoop mais próxima do código open source original, talvez mais do que qualquer outro concorrente. A meta da Hortonworks é construir um
IBM – Quando as corporações pensam em grandes projetos de TI, muitas pensam na IBM, e com razão. Por causa disso, a IBM tornou-se um grande player no mundo Hadoop. Segundo a Forrester, a IBM tem atualmente mais de 100 instalações de Hadoop e muitos de seus clientes gerindo petabytes de dados. A companhia tira vantagem da sua vasta experiência em computação, data center global e implementação de projetos de Big Data. “O road map da IBM inclui continuar a integrar a solução BigInsights Hadoop em produtos IBM como o analytics; gestão de carga de trabalho em computação de alta performance; ferramentas de BI e ferramentas de modelagem e gestão de dados”, escreve a Forrester. www.computerworld.com.br
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20 TECNOLOGIA Intel – Como a Amazon Web Services, a Intel está tirando vantagem e otimizando sua versão do Hadoop para rodar no seu hardware, especificamente nos processadores Xeon. Para clientes que procuram melhor afinidade entre o software e hardware, a distribuição de Hadoop da Intel é potencialmente a solução ideal. A Forrester ressalta que a Intel liberou recentemente seu produto, portanto é esperado que a companhia inove um pouco mais sobre a versão atual.
IBM, Amazon Web Services, Microsoft e Teradata empacotaram Hadoop em serviços de consumo mais simples
MapR Technologies – MapR Technologies é talvez a companhia com a melhor distribuição de Hadoop da qual muitas pessoas nunca ouviram falar. Na pesquisa da Forrester com usuários de Hadoop, a MapR recebeu a maior nota por sua oferta atual, com notas altas por conta da arquitetura e dos recursos de processamento de dados. O tempero secreto da empresa é um conjunto de recursos únicos. O Hadoop da MapR suporta Network File Systems (NFS) e a MapR incluiu na sua plataforma recursos de alto nível para recuperação de desastres e alta disponibilidade de dados. A Forrester diz que a MapR deve investir em marketing e mais parcerias para ter o reconhecimento de marca que empresas como Cloudera e Hortonworks já possuem no mercado de Hadoop.
Microsoft – A Microsoft está avançando não só em habilitar o Hadoop para rodar em Windows, mas tem colocado esforços sobre o projeto open source para entrar mais largamente no ecossistema Hadoop. Os resultados do trabalho podem ser vistos no produto HDInsight, da nuvem pública Windows Azure. Trata-se de uma oferta de Hadoop como serviço baseada na distribuição da Hortonworks feita especificamente para rodar no Azure.
Microsoft tem outros produtos na lista, incluindo o recurso Polybase que permite que informações no SQLServer também possam ser buscados em queries Hadoop. “A presença significativa da Microsoft nos mercados de banco de dados, data warehouse, cloud, OLAP, BI, planilhas, colaboração e ferramentas de desenvolvimento, oferece uma vantagem”, diz a Forrester.
Pivotal Software – No ano passado, a EMC e a VMware combinaram um punhado de produtos de cada uma das empresas para criar a Pivotal, que basicamente é um filhote das companhias. Um dos grandes aspectos da Pivotal é trabalhar em sua distribuição do Hadoop junto com a Cloud Foundry PaaS. Ao fazer isso, a Pivotal agregou algum ferramental sobre o código aberto, especificamente um motor SQL chamado HAWQ e um appliance Hadoop feito especificamente para rodar na plataforma Big Data. Até agora, a empresa tem menos de 100 instalações ativas, a maioria entre pequenas e médias empresas, diz a Forrester.
Teradata – Uma empresa como a Teradata poderia ver o Hadoop como uma ameaça ou uma oportunidade. A empresa especializada em gestão de dados, particularmente no segmento de bancos de dados SQL e relacional. Portanto o crescimento de uma plataforma NoSQL como o Hadoop poderia ameaçar a companhia. Ao invés disso, a Teradata abraçou o Hadoop. Ao fazer uma parceria com a Hortonworks, a Teradata agora oferece aos seus clientes a habilidade de usar a plataforma que está integrada com suas ofertas SQL, dando aos clientes atuais Teradata uma plataforma Hadoop pronta para rodar que vai trabalhar sem empecilhos com dados já armazenados em warehouses Teradata.
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22 TECNOLOGIA
Raphael D’Avila*
Maior desafio é encontrar recursos financeiros para lidar com a cibersegurança e evoluir os projetos de forma eficaz
*Raphael D’Avila é diretor de vendas para Sourcefire no Brasil, empresa comprada recentemente pela Cisco
dicas para aumentar o foco em segurança digital
A
falta de experiência em segurança digital, aliada à crescente complexidade das ameaças, ambiente regulatório elevado e ritmo intenso de inovação, força as empresas a olhar para fora dos seus “muros de proteção digital”, buscando respostas em outsourcing. Para entender melhor as táticas cada vez mais eficazes dos hackers e se proteger, as organizações precisam mobilizar todos os aspectos de sua defesa – antes da invasão acontecer, durante uma eventual invasão e após o acontecimento. É importante avaliar se o ataque foi destrutivo e se as informações foram roubadas ou sistemas danificados. Esse novo modelo de segurança está impulsionando mudanças nas tecnologias de segurança digital, produtos e serviços. E isso exige logicamente encontrar recursos financeiros no orçamento para se manter a altura dos riscos. Atualmente, os serviços de segurança digital precisam ser baseados em uma evolução constante e profunda das ameaças. Alguns analistas do setor estão começando a chamar essa nova ordem de serviços de proteção digital de MSSP 2.0. Com base nas tarefas internas de segurança, orçamentos e prioridades dos negócios, as organizações podem optar por terceirizar mais ou menos as suas necessidades de segurança digital. Veja a seguir cinco dicas que podem ajudar
a garantir que sua empresa mantenha o foco em proteção:
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Mantenha a capacidade plena de incorporar metadados HTTP em um modelo de telemetria que forneça a profundidade de informações necessárias para ajudar na detecção de ameaças baseadas na web. As técnicas de análise de Big Data são essenciais para alavancar a grande quantidade de dados obtidos. Ao aplicar análises de dados robustas, ao invés, de realizar correlações simples, tem-se a certeza de que as detecções serão de alta fidelidade; Conforme o tipo de dados na rede da empresa, os requisitos de segurança podem variar, dentro das garantias do MSSP. A equipe de TI precisa determinar a abordagem para enfrentar os invasores e se serão necessárias ações alternativas; Os dados são muito úteis para as organizações e, por isso, devem existir e garantir que eles serão correlacionados para fornecer o contexto certo, com informações priorizadas. Assim, os profissionais poderão se concentrar nas ameaças realmente relevantes. Para detectar e se proteger contra “ameaças de dia zero”, as empresas devem ir além do tradicional point-intime, visualização limitada dos sistemas, e monitorar e aplicar a proteção em uma base contínua em toda a sua rede estendida.
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Como recrutar um cientista de dados Cada vez mais os CIOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data Lauren Brousell, CIO/EUA
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om as oportunidades de explorar o Big Data aumentando, executivos voltam-se para um desafio igualmente crescente: achar profissionais especializados e cientistas de dados capazes de capturar, armazenar, gerenciar e analisar grandes volumes de dados não estruturados em tempo real e fazer deles combustível para aumentar os negócios. O cientista de dados tem de saber programação, ser capaz de criar modelos estatísticos e ter o conhecimento e domínio apropriado de negócios. Precisa também compreender as diferentes plataformas de Big Data e como elas funcionam. Usualmente esse profissional é formado em estatística, matemática ou ciências da computação. Mas um estatístico não necessariamente é um cientista de dados. Um estatístico não manipula dados. Ele os recebe em um arquivo e não participa do caminho anterior. O cientista de dados tem capacidade analítica para identificar informações de valor e fazer previsões de situações com base na tecnologia de Big Data. Precisa transformar tabelas de números em palavras e ser bom em comunicação para traduzir dados na linguagem dos negócios.
De fato, encontrar um profissional que reúna características tão particulares não é tarefa fácil. Você provavelmente não vai encontrar candidatos com a frase “cientista de dados” em seus currículos. Cada vez mais os CIOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data. Veja cinco dicas para recrutar ou contratar esses profissionais.
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Busque um time em vez de uma pessoa
É possível encontrar candidatos com algumas habilidades, mas não todas. Então, é preciso esquecer a ideia de identificar todas as características em uma pessoa. Isso gera a contratação de dois ou mais profissionais para atender as necessidades da organização. Tom Soderstrom, Chief Technology Officer (CTO) do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa, diz que, embora ele possa definir claramente o papel de um cientista dados em sua empresa, ele sabe que pode ser impossível de encontra-lo. “É um tipo especial de pessoa”, afirma. “Para eliminar esse problema, podemos contratar diversos cientistas de dados internamente ou que tenham contato
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25 com uma comunidade externa.” Soderstrom vê potencial para cientistas de dados manipularem dados de satélite sobre oceanos, ou tempo ou ainda para desenvolver novos tipos de experiências científicas. Ele diz que está à procura de alguém que possa falar a linguagem dos negócios e trabalhar com tecnologias de Big Data, como o Hadoop. “É alguém que possa entender os dados para contar uma história interessante”, diz.
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Procure internamente
Soderstrom está realizando uma busca minuciosa de candidatos externos, mas também está ciente da possibilidade de localizar candidatos internos - uma opção que normalmente é mais barata e tem vantagem de a pessoa estar familiarizada com o ambiente da companhia. O executivo está de olho em engenheiros e programadores. Ele planeja contratar um cientista de dados ainda neste mês e cercar essa pessoa com estagiários para ajudá-lo com parte do trabalho braçal. Também pretende criar um plano de carreira para os trainees se tornarem cientistas de dados. A recomendação do CTO é que o CIO tente identificar se há funcionários que têm as habilidades analíticas na empresa e investir em treinamento para aprimorar as habilidades. Ele considera que a única desvantagem é que os candidatos internos ainda têm de aprender como podem ser tão proficientes em determinadas tarefas.
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Promova o papel do cientista de dados
mas e se você não tiver?”, questiona. “Você tem de deixa-los animados para trabalhar na empresa. É preciso vender a organização. Ao menos que você tenha uma remuneração e benefícios para oferecer, ou uma grande história para contar, essas pessoas somente vão querer trabalhar em projetos fora da empresa”, comenta.
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Olhe para as competências
Soderstrom diz que uma das qualidades que ele procura em candidatos é a atitude de consultor. “Um bom consultor fala com um cliente sobre um problema”, afirma “Ele entende o problema e sugere uma solução criativa”, completa. Se a companhia não consegue encontrar uma pessoa com essa mentalidade, um consultor externo pode ser a melhor aposta. Soderstrom adverte, no entanto, que a contratação de alguém que “pode ter o lado acadêmico bastante aguçado, pode não ter a experiência prática corporativa”.
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Junte-se a grupos de usuários e estabeleça uma rede de contatos
Para encontrar candidatos a uma vaga de cientista de dados, é preciso descobrir onde eles estão. O CTO recomenda que o CIO e a empresa mostrem as caras. Soderstrom sugere a participação em grupos do LinkedIn, outras mídias sociais e grupos de usuários técnicos. “Faça uma campanha de conscientização”, exemplifica.
Se a sua empresa decide buscar candidatos externos, Soderstrom diz que é importante ter uma história forte e interessante para contar, porque startups, por exemplo, serão concorrentes difíceis de vencer na caça de talentos. “Você tem uma história legal para contar se trabalha para a Google ou o Facebook, www.computerworld.com.br
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26 OPINIÃO | Ankur Prakash
Como usar o Big Data para alavancar negócios S Principal característica que dificulta a aplicação desses projetos é cultural, seguida por tecnológica e por último como interpretar os dados e aplicar os resultados nas decisões estratégicas
e questionarmos executivos e profissionais de tecnologia, marketing e de gestão podemos afirmar com toda certeza que todos eles possuem muitas expectativas em relação ao Big Data. Diversas organizações ao redor do mundo começam a criar estruturas e maneiras de aplicar esse conceito inovador e, como consequência, obter retornos significativos para seus negócios. Segundo o estudo de tendências globais de Big Data, publicado pela Tata Consultancy Services (TCS) em 2013, a busca por esse termo no Google passou de praticamente zero e explodiu nos últimos quatro anos. Os países mais interessados nessa busca são Estados Unidos, Canadá, Índia, Coreia do Sul, Austrália e Brasil, assim como boa parte da Europa Ocidental. Apesar disso o estudo apontou que os investimentos em Big Data ainda estão abaixo do necessário, já que o valor médio por empresa não ultrapassou US$ 10 milhões. Para os executivos, a principal característica que dificulta a aplicação de Big Data é cultural, seguida por tecnológica e por último como interpretar os dados e aplicar os resultados nas decisões de negócios. Então qual o segredo para utilizar o Big Data para produzir grandes negócios? A tecnologia é um desafio, mas esse setor tem crescido muito nas últimas décadas, o que possibilita maior volume, velocidade e variedade para aplicação de Big Data. Hoje temos know how tecnológico suficiente para desenvolver com satisfação esse conceito nas empresas. Mas, para gerar grandes resultados precisamos transpor as barreiras culturais e, principalmente, saber como gerar negócios com tantas informações coletadas. As empresas norte-americanas são as que registram as maiores iniciativas do segmento,
n Ankur Prakash é vice-presidente
para a América Latina da Tata Consultancy Services (TCS)
sendo que 68% das pesquisadas haviam aplicado Big Data já em 2012. No Brasil esse número chegou a 46%, um pouco abaixo da média mundial, que atingiu 53%. Porém, se levarmos em consideração a verba investida, percebemos que esse crescimento ainda está muito aquém do necessário. Naquela época o Brasil investiu somente US$ 3,8 milhões, quase três vezes menos que as potências mundiais. Temos alguns desafios pela frente para conquistar grandes resultados, mas as perspectivas são boas, afinal, segundo esses mesmos executivos, já em 2015 a média de dólares aplicados em Big Data será US$ 17,5 milhões por empresa, um crescimento de 75% se comparado com 2012. A utilização do Big Data possibilita o crescimento de tal forma que mesmo com poucos investimentos, 80% das empresas que aplicaram essa técnica conseguiram utilizar as informações para melhorar seus negócios e obter maior lucratividade. Além disso, Big Data não é só para os países mais ricos, tampouco para setores específicos. O segmento de energia e recursos é um dos exemplos a serem seguidos. As empresas desse segmento são as que menos investiram nos últimos anos, mas as que mais obtiveram retorno. Conseguiram criar um modelo que apresentasse resultados significativos. Os números da pesquisa mostra um futuro promissor para o Big Data e os retornos em volume de negócios podem ser imensos. O que é preciso é enxergar o real potencial do conceito e unir os profissionais de tecnologia, os executivos e todos os demais profissionais das organizações, propiciando assim que a grande quantidade de informações coletadas agregue valor à companhia e norteie o rumo dos negócios. Dessa forma entramos na geração do Big Data e do Big Business. n
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