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SOCIAL BUSINESS
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Chegou a hora dos data centers Aplicações críticas migram para o ambiente na medida em que empresas aumentam confiança no compartilhamento da infraestrutura
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Índice
CAPA 12 A REPÚBLICA DOS DATA CENTERS Especialistas defendem programa nacional para atrair investimentos internacionais e tornar Brasil um hub de computação em nuvem na América Latina. Dados críticos já estão sendo migrados, provando que as empresas vencem a insegurança do compartilhamento de infraestrutura
Alexandre Kazuki
CARREIRA
20 A LL TERCERIZA PROCESSAMENTO Empresa transfere área operacional para a Ativas e permite à TI se concentrar em soluções focadas ao negócio
24 C OMO OBTER SEU PRIMEIRO EMPREGO EM CLOUD COMPUTING A expansão da computação em nuvem cria cada vez mais demanda por especialistas na área, oferecendo muitos postos de trabalho para poucos candidatos qualificados
GESTÃO
28 AS 10 MELHORES FERRAMENTAS PARA GESTÃO DA NUVEM Uma nova geração de ferramentas para sua empresa construir, comprar, gerenciar, ajustar e monitorar serviços em nuvem está chegando. Confira a seleção das dez melhores
Social Business
Colaboração interdepartamental é o caminho para extrair os melhores benefícios para o negócio
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TECNOLOGIA
31 A NOVA GERAÇÃO DOS CENTROS DE DADOS Miniaturização e aumento na eficiência energética são as principais tendências para os próximos anos
negócios • tecnologia • liderança
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editorial | silvia bassi
Liderança não se ganha, se conquista
PRESIDENTE Silvia Bassi VICE-PRESIDENTE-EXECUTIVO Ademar de Abreu
www.computerworld.com.br REDAÇÃO DIREÇÃO EDITORIAL Silvia Bassi silviabassi@nowdigital.com.br
N
EDITORA ESPECIAL – IMPRESSOS Jackeline Carvalho jackeline@nowdigital.com.br
a edição deste mês, trazemos de volta a discussão sobre data centers, sua importância vital para a nova economia digital e como as empresas instaladas no Brasil – usuárias e fornecedoras – estão lidando com esse contexto.
editora-assistente Edileuza Soares edileuza.soares@nowdigital.com.br COLABORADORES Luciana Robles e Marcelo Vieira (textos) EDITOR AT LARGE Cristina De Luca cristina.deluca@nowdigital.com.br EDITOR ESPECIAL – IT LEADERS Murilo Martino mmartino@nowdigital.com.br direção de ARTE Ricardo Alves de Souza ricardo.souza@nowdigital.com.br COMERCIAL GESTOR Wagner Kojo wagner.kojo@nowdigital.com.br impressos EXECUTIVO DE NEGÓCIOS Wilson Trindade wa@nowdigital.com.br ONLINE EXECUTIVOs DE NEGÓCIOS Gustavo Bittencourt gustavo.bittencourt@nowdigital.com.br Nathalie Vaz nathalie.vaz@nowdigital.com.br Tiago do Prado Pimentel tiago.pimentel@nowdigital.com.br EVENTOS EXECUTIVA DE NEGÓCIOS Sara Noronha sara.noronha@nowdigital.com.br audiência SUPERVISORA Paula Campelo paula.campelo@nowdigital.com.br Central de Atendimento
Para assinar ou resolver dúvidas sobre assinaturas, entrega de exemplares ou compras avulsas: 11 – 3049-2039 - Grande São Paulo 0800-7710 029 demais regiões, e-mail: falaassinante@nowdigital.com.br O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00 Publicidade Para anunciar na Computerworld impressa, nos nossos sites e discutir a criação de uma estratégia de marketing para seu produto ou serviço, ligue para (11) 3049-2079 ou envie um e-mail: comercial@nowdigital.com.br Redação Computerworld: Tel.: (11) 3049-2000 Na internet Acesse o site Computerworld: www.computerworld.com.br
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S ilvia Bassi, publisher da COMPUTERWORLD silviabassi@nowdigital.com.br
Olhando pelo aspecto econômico, trata-se de um mercado global de US$ 84 bilhões, segundo a Frost & Sullivan, do qual o Brasil pode abocanhar 10% se souber jogar as fichas certas no que diz respeito aos data centers. Veja bem, estamos falando de, num momento de incertezas sobre a economia mundial, o país apostar em tecnologia digital, um segmento que é hoje parte visceral de qualquer empresa ou atividade global e que, portanto, tem investimentos mandatórios faça chuva ou faça sol. “A relação de empresas que terceirizam serviços de data center nos EUA é de 50%. Aqui ainda temos 10% no data center e 90% em casa”, cita Eduardo Carvalho, presidente da Alog, ao comentar o potencial de crescimento desses serviços no país. “Porém, é preciso resolver problemas de infraestrutura e vencer barreiras culturais”, garante Nelson Wortsman, diretor de Convergência Digital da Brasscom. A entidade está liderando as iniciativas de fazer do país um hub de data centers para a América Latina e quer ajudar a atrair investimentos nessa área para o país. “Ficamos preocupados porque as nuvens serão formadas, e o Brasil corre o risco de se perder no caminho, caso nossos data centers não sejam competitivos em relação, por exemplo,
àqueles instalados em Miami (EUA)”, diz Wortsman. A pesquisa feita pela Frost & Sullivan a pedido da Brasscom mostra que grandes países do mundo estão criando políticas específicas para desenvolvimento desse setor, caso dos Estados Unidos que criou o projeto Cloud First e pretende consolidar 1500 data centers em 800 instalações. Temos potencial para ficar com 58% do mercado latinoamericano desse segmento, garantem as empresas. Mas para fazer isso é preciso investir, resolver de vez os velhos e já conhecidos problemas de infraestrutura do país, atrair grandes empresas e apostar no novo. Ou vamos ficar como o pescador de uma história que eu ouvi em uma aula de kabbalah há um tempo atrás: Observado por um homem na margem do rio, o tal pescador no barco pegava cada peixe que fisgava, media seu comprimento e, aleatoriamente, ficava com peixes de tamanhos menores e devolvia outros bem maiores para o rio. Intrigado, o observador esperou o barco encostar na margem e correu para perguntar ao pescador que métrica era aquela. “Simples, eu tenho uma única frigideira e só fico com os peixes que cabem inteiros no fundo dela”, explicou o moço. Brasil, que tal comprar mais frigideiras, hein?
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FEEDBACK O ponto de encontro dos leitores da Computerworld
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A ti e os outros
É uma visão ideal. Porém, o que vejo no mercado é exatamente o contrário: vários CIOs abertos às mudanças e dispostos a abraçar as novas tecnologias, mas clientes e pessoas envolvidas no negócio resistentes a investir em algo novo ou ainda não consolidado. É claro, ninguém quer investir dinheiro em algo que não garanta o máximo possível de retorno, ou que até traga prejuízos. Mesmo que o CIO tenha poder de decisão, muitas vezes não lhe é dado espaço para erros. Qual CIO se sente confortável em arriscar numa situação dessas? Quando, em nossa área, mesmo projetos que utilizam tecnologias consolidadas têm uma grande chance de dar errado? Quando é necessário que o planejamento de custos seja exato, assim como as estimativas de tempo? É mais do que normal encarar as mudanças como algo perigoso em um cenário desses. A mudança de mindset para
com TI é mais necessária nas outras esferas, dando suporte e mais liberdade para que CIOs e profissionais possam se sentir menos inseguros a arriscar. Leitor: Gustavo Oliveira Reportagem: É hora de vivenciar a disrupção tecnológica
A ti e os outros (2)
TI está muito acostumada a ser coadjuvante, aquele que prepara o terreno para que outros brilhem. Muitos gestores com quem encontram não enxergam sua posição estratégica ou têm medo dela, vide essa matéria da CIO: “Apenas 1 em cada 4 CIOs se vê como estrategista de negócios”. Então, a barreira é principalmente cultural, de áreas na empresa que não entendem o papel de TI (considerando-a meramente um help desk) e TI resistente ao protagonismo. No meu trabalho com gestão de telecom, já encontrei muito gestor (empresa grande inclusive) que me disse “vamos fazer as ações que envolvem a área
de TI, porque saindo daqui a coisa complica”. Infelizmente, a evolução do papel na área parece que será mais a fórceps que natural. Leitor: Rodrigo Leme Reportagem: É hora de vivenciar a disrupção tecnológica
Pragmatismo
Na minha opinião, os grandes players do mercado ainda estão muito, mas muito longe das PMEs. São soluções “engessadas” demais, ou que demandam grande conhecimento técnico dos profissionais das empresas, e não digo nem conhecimento tecnológico, e sim conhecimento gerencial, tributário, financeiro... Assim, precisamos de soluções que sejam mais didáticas e simplificadas para os projetos das PMEs. Isso dá uma grande margem aos ERPs locais, de custo baixo, para que as PMEs possam apenas cumprir suas obrigações legais, como o SPED, nota fiscal eletrônica, PAF-ECF. Leitor: Felipe Diego Oliveira Reportagem: ERP: a robustez da cadeia dessa indústria no Brasil
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9 fatores a analisar antes de aceitar um novo emprego Prever o futuro em um novo emprego nem sempre é tarefa fácil. Mas especialistas dão algumas pistas
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udar de emprego é uma das experiências mais traumáticas da vida profissional. Durante o processo de recrutamento você é avaliado o tempo todo. Para ser o melhor no que faz e ter sucesso, é importante fazer uma avaliação detalhada antes de assinar o contrato de um novo emprego. “É preciso entrevistar a empresa e saber como é seu novo empregador”, recomenda Chad Lilly, diretor da Lextech Global Services. Também controlar o futuro dentro da nova empresa é igualmente complexo. Roy West, CEO da Roy West e da Roy West Companies, recomenda alguns indicadores-chaves que dão pistas. Procure fazer perguntas como:
1- O que lhe traz motivação? Isso parece simples, mas muitas pessoas não sabem a resposta para essa pergunta. Muitos dizem que sua grande motivação é o dinheiro e que não há mais vida além dos aspectos econômicos. Porém, os especialistas dizem que muitas vezes esse não é o principal fator que move as pessoas a mudar de emprego.
1- Será que os altos executivos da organização me fazem sentir otimista em relação ao futuro?
4- Faça um contrato bem amarrado
2- Você acha que pode atingir seus objetivos de desempenho individual?
2- Conheça os antecedentes sobre o posto que vai ocupar 3- Pesquise sobre seu futuro empregador
5- Conheça a cultura da empresa
3- Você acha que a empresa é financeiramente estável?
6- Procure se informar sobre seu futuro chefe
Embora nem sempre seja possível responder a essas perguntas, o profissional deve consultar vários especialistas do setor para ajudá-lo a obter informações que podem evitar o transtorno de começar em um novo emprego e sair logo depois. Veja a seguir nove dicas para definir com mais clareza se esse novo emprego ou empresa é ideal para você.
7- Conversse com seus colegas potenciais 8. Conheça os prós e contras do novo trabalho 9- Saiba que tecnologias as empresa está adotando
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mercado
Brasil,
uma nova potência em tic Mercado fechou 2012 movimentando quase US$ 170 bi e reúne chances de se tornar um hub regional de data center JACKELINE CARVALHO
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pesar do baixo desempenho econômico – em 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechou com crescimento menor que 1% e as expectativas para este ano caminham para algo não muito diferente disso – os analistas de mercado especializados em TIC estão otimistas em relação ao Brasil. É claro que parte dessa análise positiva advém das dificuldades de recuperação econômica na Europa e nos Estados Unidos, mas o país também tem dado sinais de robustez perante
outros ilustres investidores, como o são demais membros do BRICs (Brasil, Russia, India e China). Em 18 meses, saltamos da 7a posição para o 4o lugar na movimentação de produtos e serviços de TI e telecom no mundo, somando US$ 169 bilhões, segundo a IDC. O mercado global somou US$ 3,6 trilhões. “Nas primeiras colocações no consumo de TI e telecom estão Estados Unidos, China e Japão”, afirma Anderson Figueiredo, analista da IDC. “Somamos 5% do mercado mundial de TI e telecom”, acrescenta o analista. No cálculo geral sobre o mercado brasileiro em 2012, TI movimentou US$ 60 bilhões e telecomunicações US$ 109 bilhões. Os Estados
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9 Unidos movimentaram US$ 949 bilhões; China US$ 334 bilhões; e Japão US$ 315 bilhões. O Brasil, segundo Figueiredo, representa 50% do mercado latino americano, região que, no composto de hardware, software e serviços, vai crescer 7% ao ano até 2014, de acordo com análises da Frost & Sullivan. Sem fechar os olhos à realidade econômica da região, a consultoria credita que, com a maioria dos países apresentando crescimento inferior a 3%, os investimentos em TIC podem impulsionar o PIB da região.
Google mania Outra vantagem: os países vivem um momento positivo, impulsionado por grandes investimentos em data centers feitos diretamente por empresas internacionais ou a partir de aquisições de organizações locais para entrar no mercado. A Google, por exemplo, já oficializou a decisão de construir seu primeiro data center latino americano na cidade de Quilicura, perto de Santiago, no Chile, para atender a toda a região. O empreendimento deve ser
inaugurado ainda este ano, com uma previsão de investimentos que deve chegar a 150 milhões de dólares, no longo prazo. A empresa afirma que como o uso da internet na América Latina cresce, as pessoas estão procurando por informação e entretenimento, novas oportunidades de negócios e melhores formas de conectar-se com amigos e família. “Estamos construindo esse centro de dados para nos certificar de que nossos usuários na América Latina e no mundo têm o acesso mais rápido e mais confiável possível a todos os serviços da Google”, disse.
Autoestima À época do anúncio de construção do data center da Google, em setembro de 2012, Carlos Eduardo Calegari, analista sênior do Mercado de Software da IDC Brasil, afirmou que a chegada de um data center de uma empresa mundial em solo nacional, a exemplo da Amazon Web Services (AWS), seria fundamental para a economia. “Temos condições de ter outros centros de dados
Os quatro maiores em TIC (em US$)
949 bilhões
334 bilhões
315 bilhões
169 bilhões
Estados Unidos
China
Japão
Brasil Fonte: IDC
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10 mercado por aqui, e nosso mercado é maior do que o chileno”, argumentou. Apesar da decisão da Google, as expectativas de tornar o Brasil um hub de data center para a América Latina seguem com euforia, já que a expectativa é que o mercado de serviços de data centers na região continue crescendo, mesmo se a economia não seguir o mesmo ritmo.
A Frost & Sullivan estima que o mercado de serviços de data center deve crescer 9,6% por ano até 2017 e alcançar US$ 3,6 bilhões
Big data e Cia A Frost & Sullivan estima que o mercado de serviços de data center – que atingiu um total de US$ 2,3 bilhões em 2012 – cresça 9,6% por ano até 2017 e alcance US$ 3,6 bilhões, na América Latina. E como líder regional em TIC, com 58,5% de participação em serviços de data center em 2012, podendo chegar a 59% até 2017, o Brasil se tornou a “bola da vez”, segundo os analistas. Isso porque lidera demandas altamente dependentes de infraestrutura de processamento e armazenamento, como big data, cloud e mobilidade, que exigem alto desempenho para administrar grandes volumes de informação. “Os investimentos em TI não só estão aumentando, como ajudando as empresas a se posicionar no mercado como provedores de serviços de valor agregado”, diz Mauricio Chede, analista de tecnologia da Frost & Sullivan.
Terceirização, uma tendência Outra alavanca para os data centers no Brasil é o fato de que os CIOs, segundo a pesquisa, devem terceirizar processos de tecnologia, aplicações e infraestrutura, o que pode resultar em redução de custos, algo que, segundo a instituição, demonstra um caminho sobre o novo papel do executivo de TI, mais estratégico e alinhado com negócios da empresa. Entre as vantagens financeiras dessa terceirização a pesquisa destaca as chances de transformar CAPEX em OPEX, uma vez que os custos internos de manutenção da infraestrutura de TI estão aumentando
devido à complexidade; concentração no core business da empresa, alavancando receitas e novas oportunidades de negócios, agregando valor para os clientes. Mas o otimismo em relação a possibilidade de o Brasil se tornar um hub regional de data center enfrenta dois grandes problemas: o custo Brasil e a disponibilidade das redes de telecomunicações e de energia elétrica. Essa foi uma das constatações das empresas que participaram do painel “A desintegração do hardware – virtualização e cloud computing”, durante o evento TIC Floripa, patrocinado pela Dígitro, em Florianópolis, no início de maio. Estiveram no debate Luiz Gustavo Schedel, da Websolute; Alex Gilkas, da Locaweb; e Nelson Wortsman, da Brasscom. No centro da discussão, o empenho do Brasil em discutir oportunidades e o projeto de se tornar um hub de data center na América Latina, proposta reforçada, inclusive, pela presidência da república. Esse novo perfil permitirá ao país, segundo dados da Frost & Sullivan, participar de um mercado global de US$ 84 bilhões, obtendo aproximadamente 10% deste montante. “Porém, é preciso resolver problemas de infraestrutura e vencer barreiras culturais”, disse Wortsman. Outras questões como o medo do CIO de transferir dados e processamento para um terceiro; dificuldade de contratação de serviço de energia elétrica para o data center; custo da conectividade e disponibilidade dos serviços também foram debatidas. “A Eletropaulo, por exemplo, já nos avisou que não terá condições de atender ao nosso crescimento da demanda, no local onde estamos instalados, nos próximo três anos”, disse Alex Gilkas, da Locaweb. A conclusão do debate foi que o País precisa se mobilizar para participar do mercado de data center global como um hub regional, sob o risco de perder, inclusive, o mercado local, mas ainda necessita resolver questões de infraestrutura e vencer receios culturais.
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A REPÚBLICA DOS DATA CENTERS Especialistas defendem criação de um programa nacional para atrair investimentos internacionais e fazer do Brasil um hub de computação em nuvem na América Latina; aplicações críticas começam a ser migradas para novo ambiente, provando que empresas já vencem insegurança do compartilhamento de infraestrutura
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ecém-chegada ao mercado brasileiro, a Credz, bandeira de cartão de crédito que iniciou suas operações no País em outubro de 2012, contratou a TIVIT como parceira para o ambiente de administração de cartões de crédito, BI e integração dos parceiros de TI. A companhia começou a se estruturar em 2011 e tem focado na emissão de cartões a partir de parcerias com redes varejistas de médio porte, na área de confecção e moda, com sede no estado de São Paulo. O contrato de Gestão de Infraestrutura de TI contempla o armazenamento em nuvem da plataforma de análise de crédito e prevenção à fraude. Um serviço crítico para a Credz, pois o cartão de crédito é emitido diretamente nas lojas para ser usado no momento da compra. Por se tratar de um projeto em ambiente crítico, a TIVIT fornece alta disponibilidade e disaster recovery em seus dois data centers,
em São Paulo e no Rio de Janeiro, ambos com 99,999% de disponibilidade. A empresa também fornece toda a infraestrutura de TI, bem como a gestão e a governança que garantem o fluxo da análise de crédito. “Com nossa solução, a Credz tem a flexibilidade da nuvem sem que, para isso, seja preciso abrir mão da camada de gestão”, afirma Armando Lins Netto, vice-presidente de Gestão de TI (ITM) da TIVIT. Segundo José Renato Borges, presidente da Credz, o contrato foi fechado com a TIVIT devido, principalmente, à sua forte atuação na área financeira, expertise em missões críticas e também por hospedar soluções de negócios de parceiros importantes como a Cielo. “Nos dias de hoje, uma administradora de cartões tem que ter a tecnologia da informação como a espinha dorsal de sua estratégia de negócio”, declara Borges. Projetos como os da Credz têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil por força da
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José Renato Simão Borges, presidente da Credz www.computerworld.com.br
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O total de empresas que terceirizam serviços de data center nos EUA é de 50%. Aqui ainda temos 10% no data center e 90% em casa Eduardo Carvalho, presidente da Alog
alta oferta de serviço de cloud computing e, também, porque, aos poucos, vem se vencendo o medo da terceirização de processos críticos e da compra de serviços baseados em nuvem.
Etapas Segundo Bruno Tasco, analista sênior da Frost & Sullivan, a terceirização permite ao executivo de TI se dedicar à atividade fim da empresa e, consequentemente, aplicar esforços em inovação. “Os provedores de serviços defendem a visão de que as empresas ganham produtividade e eficiência ao terceirizar a infraestrutura, mas ressaltam que é preciso haver maturidade da demanda. Ou
BROKER Para se diferenciar no mercado, na oferta de serviços de data center, a Ativas, provedora de serviços instalada em Minas Gerais, vem selando parcerias com alguns fornecedores de software e desenhando uma oferta de software como serviço. Um dos exemplos é a parceria com a Symantec para a terceirização de um dispositivo de segurança que gerencia remotamente o histórico de dados do cliente. A empresa também criou o Security Operation Center e monitora instalações corporativas, gerando um conjunto de log que são remetidos aos centros de inteligências da Symantec espalhados pelo mundo para o desenvolvimento de soluções de defesa dos clientes.
seja, as empresas transferem aplicações menos críticas, como email, para depois evoluir para aplicações mais complexas”, diz Tasco. Nesse processo, as pequenas e médias empresas foram as primeiras a vencer a barreira do receio de terceirizar aplicativos, e, mais recentemente, estão sendo seguidas pelas grandes corporações. Mas, neste novo universo, os motivos para esse acontecimento dizem mais respeito à migração da produtividade e à liberdade do CIO para a criação de novas oportunidades de negócio do que à redução de custos e ganho de infraestrutura que orienta as decisões das PMEs. Dona de vários hospitais no País, a Unimed, por exemplo, tem o serviço de diagnóstico por imagem como um caso de referência da Ativas – provedor de data center. “Ligamos a infraestrutura ao serviço de diagnóstico do cliente e conseguimos apresentar relatórios qualitativos, apontando a indisponibilidade do serviço e a causa. Isso permite ao diretor de TI falar com o diretor financeiro sobre negócio e alertar para os riscos de ficar com o sistema inativo diminuem”, resume Alexandre Sifert, presidente da Ativas.
Papel do consumidor Tasco, da Frost & Sullivan, destaca que o Brasil está em processo de migração das compras compostas essencialmente por hardware para um ambiente mais orientado a software e serviço, e acredita que as compras de máquinas ficarão concentradas nos provedores de serviços. Para ele, tanto o consumidor quanto o modo como as empresas estão tratando o novo relacionamento com o mercado sofrem forte influência neste novo cenário, pois causa uma explosão de dados – big data, altamente estimulada pela mobilidade e pelo aumento da geração de vídeos. “Esses movimentos fazem dos data centers uma oferta pujante”, comenta.
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15 Algo com o que Sifert, da Ativas, concorda: “mais do que nunca, o cliente quer serviço. Hoje, há quatro grandes forças ditando o ritmo do mercado de TI – cloud, big data, mídias sociais e mobilidade”, descreve. Uma tendência que leva as principais economias globais, inclusive o Brasil, a avaliarem grandes projetos de instalação de data centers. “O mercado está demandando muito, até porque a maioria das empresas no Brasil tem data centers com mais de sete anos, enfrenta problemas com o fornecimento de energia e tem dificuldade de fazer virtualização”, emenda Flavio Duarte, gerente de data center da IBM Brasil.
Política pública Mesmo fora deste perfil de grande economia e voraz consumidor de serviços, o Chile
conquistou o direito de ter instalado um data center do Google. O que motivou, inclusive, o Brasil a pensar em um projeto nacional para atrair investimentos nesta área. A Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) tem encabeçado a iniciativa e encomendou, junto à Frost & Sullivan, um estudo sobre como o Brasil deve atuar na questão dos data centers. “Ficamos preocupados porque as nuvens serão formadas e o Brasil corre o risco de se perder no caminho, caso nossos data centers não sejam competitivos em relação, por exemplo, àqueles instalados em Miami (EUA)”, diz Nelson Wortsman, diretor de Convergência Digital da entidade. A pesquisa mostra que grandes países do mundo estão criando políticas específicas para
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Bruno Tasco, analista sênior da Frost & Sullivan
desenvolvimento desse setor, caso dos Estados Unidos, que criou o projeto Cloud First e pretende consolidar 1500 data centers em 800 instalações. E, como potencial, indica que o Brasil representa 58% do mercado de serviços de data centers da América Latina, com fortes chances de se tornar o centro regional de computação em nuvem. “O total de empresas que terceirizam serviços de data center nos EUA é de 50%. Aqui ainda temos 10% no data center e 90% em casa”, cita Eduardo Carvalho, presidente da Alog, ao comentar o potencial de crescimento desses serviços no país. A perspectiva de ser um hub latinoamericano injetaria na economia brasileira algo como 8,4 bilhões de dólares adicionais ou 10% dos 84 bilhões de dólares gerados em nível global pelo ecossistema criado em torno dos data center até 2017, segundo o gestor da Brasscom. De acordo com ele, o País registrou, no ano passado, crescimento médio ponderado de
As a Service A Soft Expert criou uma segunda oferta do seu ERP focado em gestão de processos, ao contratar os serviços da Amazon e hospedar, no ambiente remoto, os aplicativos oferecidos ao mercado no modelo de software as a service. Ricardo Lepper, fundador e presidente da empresa, declara que não descontinuou o licenciamento convencional. “Nosso objetivo é oferecer uma nova opção aos clientes, aqueles que não têm disponibilidade de infraestrutura de TI (servidores, etc.) ou não querem licenciar o software”, declara. Questionado sobre os riscos de prestar um serviço baseado na nuvem de um provedor global, Lepper responde: “o risco é menor do que ficar em uma infraestrutura interna”. Segundo ele, o contrato com a Amazon é global e permite hospedar os aplicativos independente do país. “Escolhemos sempre a localidade mais adequada ao cliente”, indica. Sobre as vantagens da oferta de software como serviço (Saas), o executivo diz que “primeiro o modelo é um grande facilitador para os processos de venda, por não exigir significativo investimento inicial; e segundo porque simplifica o uso desse tipo de tecnologia, pois também dispensa qualquer ambiente de informática”. Com 2 mil clientes, a Soft Expert contabiliza 20% da base em cloud computing. “A tendência é que ocorra uma inversão num prazo de cinco anos. A grande maioria das aquisições deve ser feita apenas em cloud nessa janela de tempo”, conclui o executivo.
9,3% nessa área – 10,7% em armazenamento; e 9,9% em contingência de negócios. “A Frost & Sullivan estima que até 2017 serão investidos 47 bilhões de reais em espaço físico, hardware, software, energia e sistemas de telecomunicações”, relata o diretor de convergência digital da Brasscom. Parte desse valor está sendo operacionalizado pela Alog Data Center, que anunciou um aporte de 24 milhões de reais na modernização de dois dos seus sites, finalizada em março. Os maiores investimentos foram na construção de um segundo ramo de alimentação de carga elétrica, em novas instalações de ar condicionado e na duplicação de infraestrutura de energia elétrica por meio de novas entradas. A modernização teve como objetivo oferecer aos dois primeiros data centers da Alog a mesma experiência de confiabilidade e disponibilidade que, hoje, os clientes já recebem por meio do site localizado em Tamboré, SP – e que irão receber também com a nova unidade que está sendo construída em Del Castilho, RJ”, diz Carvalho, da Alog. Também preocupada com o fornecimento de energia, a Level 3 está aproveitando o projeto de expansão de um dos seus três data centers no Brasil, o de Cotia, na Grande São Paulo, para rever a rede de fornecimento. “Há uma grande dificuldade de distribuição de energia no país”, comenta Marcos Malfatti, vice-presidente sênior de Vendas da Level 3. A companhia está instalando a sua própria subestação de energia e linhas de transmissão para se integrar à rede da AES Eletropaulo. Uma rede de cerca de um quilômetro que custa, segundo Malfatti, alguns milhões de dólares. “A Eletropaulo nos atende, leva energia até a susbtação mais próxima ao data center, mas tem os prazos de investimentos dela”, afirma o executivo. Para a empresa, foi mais viável fazer esse investimento do que construir um outro data center em local com maior quantidade de energia disponível.
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Telecom avança na oferta de serviços integrados Domínio da infraestrutura de telecomunicações, virtualização e aumento de demanda fortalece operadoras como players importantes na oferta de serviços de data center
A
s operadoras de telecomunicação são vistas como as empresas detentoras das maiores vantagens na corrida pela oferta de data centers virtualizados. Isto porque essas empresas possuem, no portfólio, uma oferta mais ampla, incluindo infraestrutura, links de acesso e, principalmente, a capacidade de cobrar conforme a demanda de uso, algo que já fazem na área de comunicação fixa e móvel. “Há algum tempo a GVT se especializa na oferta de serviços de TI para o mercado empresarial, visando acelerar e garantir os processos das companhias”, conta Marco Lopes, vice presidente de marketing da GVT. Atualmente, a empresa possui quatro data centers, um apenas para uso interno e três comerciais localizados em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. A fala de Lopes simboliza a força com que as operadoras decidiram aproveitar a vantagem das redes de telecom para embarcar no mercado de data centers, dispostas a disputar o espaço com empresas mais tradicionais no ramo. Uma oferta muito longe de ser brincadeira. Para Paulo Tonding, diretor de infraestrutura e operações da Telefônica|Vivo, não há www.computerworld.com.br
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Cada vez mais as grandes empresas necessitam de parceiros com visão integrada de TIC para seus negócios, e não de simples fornecedores Ronaldo Motta, diretor de Marketing do Corporativo da Oi
mistérios: os data centers envelheceram e o ‘timing’ de lançamento dos produtos das empresas, associado ao aumento da demanda e ao novo perfil do consumidor – mais crítico e exigente – obriga a entrega de uma solução mais moderna e qualificada. “Eu vejo que há um movimento de procura por espaços mais qualificados e a oferta ainda é baixa”, explica Tonding. Para o executivo, ou os data centers necessários para suprir a demanda ainda não começaram a ser construídos ou, caso tenham sido iniciados, levará ainda um bom tempo até ficarem prontos. O resultado é o aumento da demanda por serviços de centros de dados apontado por pesquisas feitas pelas consultorias especializadas no segmento de TIC. A Frost & Sullivan, por exemplo, destaca que o mercado de data center na América Latina crescerá a uma taxa de 9,6% por ano até 2017. Para Marco Lopes, da GVT, não há justificativas para as empresas desenvolverem ou mesmo armazenarem dados em outro lugar que não em um ambiente virtualizado. “Os valores são muito mais competitivos e o custo-benefício para a empresa é significativamente melhor”, afirma.
Certificados Percebendo essa ausência de data centers modernos, apontada por Tonding, da
Telefônica|Vivo, e as demandas cada vez maiores apontadas por Lopes, a Oi é outro player que decidiu entrar no mercado. Ronaldo Motta, diretor de marketing do corporativo da operadora, destaca os cinco data centers da companhia, descritos como “robustos, flexíveis e com a rede de dados com maior capilaridade do país”. Com perfil semelhante, a Telefônica|Vivo recém inaugurou, em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, um data center com certificado Tier III, pelo Uptime Insitute. “Ele hoje é o único Tier III na parte de construção no Brasil. Existem algumas empresas que têm certificado Uptime, mas na questão de design”, explica Tonding. “Nós temos dois certificados, o de design e o de construção”, completa. Além de enfatizar a questão de disponibilidade, escalabilidade e redundância, o executivo da Telefônica|Vivo destaca a certificação Leed Gold, cujo foco é o consumo reduzido de recursos naturais. “Por ser um grande consumidor de energia, esta certificação para data center é de certa forma inusitada, mas conseguimos um projeto que alcançasse essa diferenciação”, comemora. Para a Oi, os serviços de data center para o mercado corporativo são estratégicos. O objetivo é auxiliar os clientes a aumentar suas receitas e/ou reduzir os custos, utilizando, para isso, as tecnologias disponíveis. Segundo Motta, a operadora foi a primeira telecom a lançar uma solução de IaaS – Infrastructure as a service voltada para o setor empresarial, o Oi Smart Cloud. Motta destaca como diferenciação o fato de que os projetos são desenhados em conjunto com os seus clientes, “levando em conta a melhor relação custo x benefício e necessidade das empresas, para que a redundância e tolerância a falhas sejam adequadas”. O executivo conclui dizendo que “cada vez mais as grandes empresas necessitam de parceiros com visão integrada de TIC para seus negócios e não de simples fornecedores”.
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APIs: Oportunidade para o CIO inovar
Cresce oferta de certificação em mídia digital
Visão meramente orçamentária asfixia a TI
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negócios • tecnologia • liderança maio 2013 cio.com.br
Social Business
Colaboração interdepartamental é o caminho para extrair os melhores benefícios para o negócio
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opinião
K l eb er Baci l i*
APIs: oportunidade para TI inovar em negócios
É
fato! O relacionamento dos fornecedores de TI com seus clientes tem, atualmente, outra “porta de entrada”. Nossas agendas de reuniões vêm, cada vez mais, sendo fechadas com diretores de marketing, vendas e produtos. E o CIO, que tem o desafio constante de conseguir projetar sua área como desenvolvedora de inovação e projetos que tragam grandes oportunidades para a organização, está novamente correndo o risco de ser acionado somente para ajudar a viabilizar operacionalmente o projeto. Nesse cenário, as APIs surgem como uma oportunidade para a área de TI contribuir de forma mais estratégica para os negócios, melhorando sua imagem dentro da companhia. Resumidamente, APIs (Application Programming Interfaces) são dados, ou funções de negócios, expostos via web para outras aplicações consumirem. É uma, porém a mais popular, das abordagens usadas para a troca de dados entre as “coisas” conectadas (dispositivos inteligentes, smartphones, tablets, sensores, equipamentos eletrônicos de consumo, automóveis, etc) e seus aplicativos. E as milhares de APIs desenvolvidas até o momento já recebem bilhões de chamadas por dia. Imagine só o que vai acontecer à medida em que cresce a quantidade desses dispositivos inteligentes. Aliás, segundo o Gartner, 75% das empresas listadas na Fortune 500 abrirão suas APIs em 2014. Apesar de ser uma tecnologia nova, o mercado já coleciona cases de sucesso em APIs e alguns motivos para encorajar outras empresas a caminharem no mesmo sentido:
• Quer ampliar o alcance dos seus negócios com parcerias? Hoje 60% dos produtos ofertados no sistema de comércio eletrônico eBay são adicionados via APIs;
• Tem interesse em suportar estratégias mobile? Com serviços disponíveis em mais de
800 dispositivos diferentes e todos eles acessando o mesmo conjunto de APIs, a Netflix é a referência mais emblemática de uma estratégia multi-dispositivos;
• O objetivo da sua empresa é o fortalecimento da marca? A utilização
de mapas do GoogleMaps cresceu 300% após expor suas funcionalidades via API pública. Já o Twitter transformou-se numa plataforma de comunicação e, atualmente, é base para um ecossistema de centenas de aplicativos conectados via API;
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• Inovação? Disponibilizar dados ou funções de
negócios que podem ser combinadas e enriquecidas por parceiros com aplicativos inovadores desenvolvidos durante maratonas de programação, trazem um sopro de ar fresco no dia-a-dia operacional das grandes empresas.
• Além de tudo isso, pode ter um impacto positivo na sociedade. Afinal, dados e funções relacionados a serviços públicos podem transformar a relação do cidadão com os governos.
Promissor! Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o CIO se torne o “dono” deste projeto. Hoje, se a empresa pretende ampliar a rede de parcerias ou desenvolver soluções móveis, quem encabeça esses projetos são as áreas de marketing ou vendas. Quando o objetivo é posicionar a empresa como uma plataforma para fomentar um ecossistema de apps integradas, quem lidera o projeto de APIs são as áreas de produtos. E se o foco é trazer inovação, são os gerentes de inovação e os diretores de produtos quem determinam a agenda. É claro que desenvolver um projeto inovador requer mais do que o entendimento da tecnologia. É importante mostrar seu potencial e comprovar os resultados para as áreas de negócios. Hoje o CIO começa a participar do projeto de APIs somente depois que os executivos de negócio se convencem de que se trata de uma oportunidade muito interessante, uma vez que as funções ou dados de negócio, sendo expostos, dependem dos sistemas legados da empresa. Mas eu, sinceramente, acredito ser possível o caminho inverso, com o CIO coadjuvante nesse processo. CIO *Kleber Bacili, CEO da Sensedia www.cio.com.br
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gestão
Certificação em
Mídia Social Prepare você e sua equipe para a era da economia digital
4 Kristin Burnham
A
s mídia sociais e suas aplicações invadiram o mundo corporativo, mas a maioria das empresas ainda não sabe o que fazer com as novas ferramentas. De acordo com um relatório da Harvard Business Review, intitulado “The New Conversation: Taking Social Media from Talk to Action”, 79% das empresas estão usando ou planejando usar canais de mídia social, mas apenas 12% acreditam que estão usando-os de forma eficaz. Um dos motivos é a falta de compreensão e educação dos executivos C-level. Algo que um número crescente de faculdades, universidades e empresas estão trabalhando para corrigir.
Universitários precisam de formação em Negócios Sociais
“Você conversa com os alunos, e muitos deles pensam que sabem tudo sobre mídias sociais”, diz William Ward, professor de mídia social da S.I. Newhouse School of Public Communications, na Universidade de Syracuse. “Mas tente fazer outras perguntas, como: ‘Você promove integração de conteúdo em múltiplas plataformas? Você faz análise eficazes para conhecer melhor a sua comunidade, saber como ela é? Você está usando listas no Twitter ou círculos no Google+ para organizar seus grupos?’ A resposta, na maioria dos casos, será não”, diz Ward. “A mídia social é mais do que apenas ter uma conta do Facebook ou Twitter, e é isso que estamos tentando ensiná-los.”
No ano passado, a Newhouse tornou-se a primeira instituição a cooperar com a empresa de gestão de mídia social HootSuite, em um piloto de um curso de formação e certificação em mídia social chamado University HootSuite . O programa do curso, disponível para empresas e indivíduos, dá aos participantes acesso a ferramentas e instrumentos da HootSuite, aulas em vídeo, e 20 webinars de 30 minutos que abordam as melhores práticas e dicas de marcas que já estão presentes nas mídias sociais e, por fim, uma certificação, depois de uma série de exames. Os alunos certificados são adicionados ao diretório de consultores de mídia social da HootSuite. Emparelhado com o currículo da Newhouse, o curso tem como objetivo preparar os alunos para ingressar em corporações onde poderão promover o uso de mídias sociais para os negócios. “A mídia social chegou e progrediu tão rapidamente que é difícil para qualquer um ser um especialista em tudo”, diz Kirsten Bailey, diretora da Universidade HootSuite, ressaltando que a parceria com a empresa ajudou a instituição de ensino a superar uma das principais dificuldades para a criação de um curso sobre Social Business: a falta de professores confortáveis em ensinar a material. “A equipe da HootSuite está sempre em dia com APIs e upgrades, o que nos ajuda a estarmos sempre informados”, diz Ward.
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Outras faculdades e empresas investem na oferta de cursos
O programa piloto foi tão bem sucedido – com 80% dos estudantes o avaliando como “extremamente útil” – que incentivou mais de 80 faculdades e universidades em todo o mundo, incluindo a Columbia Journalism School, a Universidade de Washington e a Universidade de Tecnologia de Sydney, a incluírem o ensino de técnicas, fundamentos e conceitos atualizados em gestão de negócios e Internet para capacitar seus alunos no uso das redes sociais como ferramenta de negócios. “Falamos como o digital e social estão integrados na estratégia global das empresas, e em como analisar e medir os nossos esforços na mídia digital,” diz Ward. “Discutimos também como usar as mídias sociais dentro de uma organização para melhorar a comunicação e como tudo isso é parte de um conjunto de habilidades que as empresas precisam hoje”. Entre outras empresas que oferecem treinamentos e certificações estão a HubSpot o National Institute for Social Media e o Mediabistro. Já entre as faculdades e universidades que já estão capitalizando a tendência estão a UCLA Extension School e a Harvard Extension School, que oferecem um Certificado de Marketing com ênfase em mídias sociais e web analytics. Dezenas de outras faculdades e universidades também estão seguindo o exemplo. Essas certificações, no entanto, não saem
barato: variam de 31 dólares por mês a cerca de 5 mil dólares por mês, segundo Steven Levy, diretor-gerente da BluewaterLabs, uma agência de recrutamento e consultoria, cético sobre o aumento das certificações de mídia social. “Eu comparo as certificações de mídia social com as carteiras de motorista. Você pode ter uma, mas isso não significa que eu queira entrar em um carro com você”, diz. “A certificação pode torná-lo apto para a tarefa, mas não significa que você possa fazer o trabalho bem.” Ward Newhouse, no entanto, diz que qualquer um pode se beneficiar da educação formal para uso da mídia social. No Brasil, não faltam cursos de pósgraduação em mídias sociais e Social Business, ofertados por instituições de renome como a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e muitas universidades públicas e privadas. As empresas já descobriram que as mídias sociais permitem maior interatividade e comunicação direta com o consumidor. Ao mesmo tempo é um instrumento importante no relacionamento com fornecedores e público. Mas a mídia social é uma ótima ferramenta de comunicação para os negócios até que a comunicação falhe e erro esteja lá para todo mundo ver. E o maior erro que uma empresa pode cometer é entregar a gestão das mídias sociais nas mãos de alguém que não está pronto para a tarefa. Você não quer ser esta pessoa, certo? Então, o que está esperando? CIO
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Cursos citados HootSuite University http://learnwith.hootsuite.com
UCLA Extension School https://www.uclaextension.edu/Pages/default.aspx
HubSpoot http://www.hubspot.com/inbound-marketing-university/ certifications
Harvard Extension School http://www.extension.harvard.edu/courses/digitalmarketing-social-media-online-strategies
National Institute for Social Media (NISM) http://nismonline.org/get-certified/ Mediabistro http://www.mediabistro.com/
FAAP http://www.faap.br/pos/ ESPM http://www2.espm.br/cursos/educacao-distancia/redessociais-como-canal-de-negocios www.cio.com.br
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Na era do Social Business, a TI faz a liga com os negócios
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Ao combinar uso de analytics com estratégias de marketing social, empresas de diferentes áreas da economia celebram bons resultados Sandra Gittlen*
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ark Fidelman, autor do livro “Socialized! How the Most Powerful Business Harness the Power of Social” (Socializado! Como as empresas mais poderosas tiram proveito do poder do social), tem testemunhado uma grande confusão na arena do marketing social nas corporações, decorrente principalmente da idéia de considerar as redes sociais um apêndice das estratégias tradicionais de marketing. O marketing fica preso ao mero conceito da geração de leads de negócios, diz ele, ao invés de usar as mídias sociais pelo seu valor real e único. “O marketing social é menos sobre a conversão de cliques em negócios e mais sobre a criação de relacionamentos. Eventualmente, a confiança construída leva as pessoas a comprar e é assim que você rentabiliza o marketing social”, diz Fidelman, embora não existam números que comprovem de fato essa afirmação . Segundo Fidelman, as empresas devem livrar-se dos obstáculos internos, como a tendência de acumular informações e manter silos departamentais. O marketing social se baseia na colaboração interdepartamental para extrair o máximo de valor a partir do feedback e análise. Para o marketing social atingir a
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maturidade máxima, a TI deve ser envolvida na estratégia, o que não é uma prática comum nas organizações de hoje. Equipes de marketing querem ir sozinhas ou contratar terceirizados para atender necessidades de TI. O primeiro e mais importante ponto para manter a TI a bordo é que os dados colhidos a partir das plataformas de mídia social devem ser alimentados em sistemas de back-end para análise que podem ser distribuídos por toda a organização para garantir tomada de decisão mais informada. Manter os dados fora do alcance de todos destrói sua finalidade e diminui o seu poder, garante Fidelman. Ao fazer a parceria com a TI desde o início, diz ele, as empresas podem alcançar o Santo Graal do marketing social: proporcionar aos clientes a mensagem certa no momento certo na plataforma certa e no contexto certo. Confira a seguir a história de quatro empresas que descobriram como aliar TI a marketing para alavancar o social business.
O homem do analytics
Com dezenas de pontos de contato e iniciativas diferentes de marketing social para suas divisões e subdivisões, a General Electric consegue manter uma visão geral e centralizada dos resultados, em grande parte por meio do uso de analytics. Na medida que novas plataformas sociais sobem e descem na preferência dos usuários, Paul Marcum, diretor de marketing digital global e programação da GE, consegue manter uma estreita vigilância sobre o cenário geral e, com isso, testar livremente diferentes alternativas e sua eficácia para seus objetivos de negócio. Por exemplo, a empresa deixou de participar da rede social Foursquare quando percebeu que a plataforma não era páreo para as necessidades de marketing da GE. Ele distribui as divisões e subdivisões da marca com presenças diferentes em mídias sociais como Facebook, Twitter, LinkedIn, YouTube, Pinterest, Google+ e outras, terceirizando a produção do conteúdo. Isso permitiu à empresa focar-se no desenvolvimento de uma estratégia global de mídia social que tira proveito correto da
força específica de cada plataforma. Marcum considera o Facebook como “a GE mais acessível”, porque a plataforma oferece os tempos de resposta mais rápidos para os conteúdos ali oferecidos. Já, segundo ele, o YouTube é uma avenida para celebrar com vídeos envolventes o impacto que a tecnologia e a fabricação da GE oferecem. Em conjunto, diz Marcum, esses canais “humanizam a organização como nunca tinha sido possível fazer antes”.
Terceirização de conteúdo
O executivo seleciona agências de publicidade com base em sua experiência com formatos específicos de mídia social. Por exemplo, a uma agência especializada na apresentação visual e ofertas de vídeo ele delega conteúdo para o Instagram, enquanto que para uma outra que é conhecida por sua capacidade de gerar micro-conteúdo fica trabalho para Facebook e Twitter. Marcum reconhece que essa mistura complexa requer mais cabeças em termos de gestão de tudo mas, em última análise, garante que o tempo é bem gasto. Ele continua a aperfeiçoar a abordagem de marketing social da GE principalmente através da melhoria dos resultados de analytics. No início da estratégia, Marcum recebia um PDF a cada semana, com resultados básicos, como quantidade de “likes”, número de fãs e seguidores. Mas isso era inadequado, porque “não refletia o tempo real, portanto não tirava proveito do real valor das mídias sociais”, diz ele. Hoje em dia, a GE utiliza analytics caseiros e software de visualização que rastreia todas as APIs de mídia social coletoras de dados, incluindo o Google Analytics, Facebook e Twitter. Os gestores podem acessar painéis personalizados em tempo real que ilustram a performance em cada rede com base em dados do dia. Marcum diz que este modelo é muito melhor para a determinação das plataformas de mídia social ideais para segmentos específicos de clientes. Seu objetivo final: conseguir enxergar o custo por engajamento em cada uma delas.
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* Sandra Gittlen é jornalista de tecnologia da área de Boston e escreve para as publicações da IDG Enterprise www.cio.com.br
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CALENDÁRIO Eventos Now!Digital 2013 Encontros decisivos para quem investe em networking, inovação, liderança e tecnologia P Conteúdo de alto nível e atualizado P Crescimento contínuo da participação dos líderes em função de investimento pesado em P&D P Incontáveis oportunidades de negócios P Expertise comprovada e marca líder mundialmente reconhecida entre a audiência
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Calendário de Eventos - 2013 Mes
Dia Evento
Marco
14 CIO Global Summit RECIFE-pe
Abril
25
Maio
22 a 26 IT LEADERS Conference Arraial D Ajuda-BA IT LEADERS CONFERENCE
Junho
11
CIO Global Summit CURITIBA-pr
Junho
13
CIO Global Summit PORTO ALEGRE-rs
junho
25 e 26
DEMO Conference SaO PAULO-sp
CIO Global Summit
Local BELO HORIZONTE-mg
Julho 31
Premio GPTW – Melhores Empresas SaO PAULO-sp para Trabalhar – TI & Telecom
Agosto
28 e 29
Digital Age 2.0 SaO PAULO-sp
Agosto
28
CIO Global Summit RIO DE JANEIRO-rj
Setembro 26
IT LEADERS 2012
Novembro 06
Premio IT Leaders SaO PAULO-sp CIO Global Summit CAMPINAS-sp
Você já pode fazer sua pré reserva de participação: Acesse o site www.eventosnowdigital.com.br, clique no evento de seu interesse e faça seu cadastro. Para informações sobre patrocínio, ligue para 3049-2072 ou envie um e-mail para comercial@nowdigital.com.br Media Sponsors:
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Os dados afetam o conteúdo
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A empresa Publishers Clearing House (PCH), especializada em loterias e jogos online, acredita que o conteúdo certo, no lugar certo, no momento certo virá do conhecimento gerado pelos dados colhidos nas plataformas sociais, por isso dá ao marketing social o mesmo peso e visibilidade que dá à publicidade online, à televisão, aos eventos e ao marketing direto. A PCH envolve seu público por meio do Facebook, Twitter, Pinterest, YouTube, Google+ e outras plataformas populares. A empresa já acumulou mais de 1 milhão de fãs em suas várias páginas no Facebook. “A tecnologia continua a ser estratégica na captação de mais e mais dados a serem alimentados em nosso armazém de dados para melhor identificar os segmentos de clientes e construir melhores experiências de envolvimento dos usuários que atravessam todas as nossas propriedades e programas”, diz Deborah Holland, vice-presidente executiva da Publishers Clearing House. “Nosso objetivo é ter um público em grande escala, altamente engajado”, diz a executiva. Holland e sua equipe avaliam o sucesso do marketing social com o software de analytics Salesforce Marketing Cloud (conhecido como Buddy Media, antes da compra da empresa pela Salesforce). Os usuários podem analisar os comentários, tweets e outros tipos de mensagens com base em filtros e tags pré-determinadas, juntamente com métricas populares, como os “likes”do Facebook e fãs e seguidores do Twitter. Embora as ferramentas de relatórios em mídia social da PCH não tenham interface com os outros sistemas da empresa, se um usuário de uma plataforma social se registra em alguma página da empresa ou se cadastra para receber algum tipo de e-mail da PCH, ele consegue ser identificado para o sistema como tendo vindo de algum canal social. Todas as despesas do orçamento de mídia social estão integradas manualmente com sistema de gestão de orçamento geral da empresa. Os dados de engajamento em mídias sociais fornecidos pelo analytics são reunidos usando software específico para isso, como Facebook Insights, Salesforce. com e WordPress. Os gerentes recebem
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um relatório completo semanal sobre engajamento da audiência, enquanto que os executivos recebem um relatório mensal elaborado manualmente, que inclui volumes de mídia social e níveis de engajamento. Holland credita à estrutura corporativa o fato da empresa ter se voltado tão amplamente para as mídias sociais. Como responsável pela promoção de todos os departamentos da PCH, Holland conseguiu combinar perfeitamente as estratégias de marketing social em todos os tipos de operações. “Temos quatro pessoas em nossa equipe de mídia social e que estão em rede com outras pessoas chave de toda a organização, incluindo designers e escritores que desenvolvem conteúdo para todos os canais”, diz ela. A PCH, acrescenta ela, criou uma rede fluida de empregados que colaboram e sabem que a mídia social é parte de seu trabalho. Este trabalho em equipe é testado frequentemente, já que a PCH distribui prêmios a cada 10 minutos. Em média, o percentual de engajamento de fãs no Facebook comentando sobre os prêmios varia de 10% a 15%, mas pode chegar a até 80% antes da divulgação de grandes prêmios, como os que são concedidos pelo jogo Prize Patrol. Esses acontecimentos têm de ser coordenados em todos os canais de marketing com as mídias sociais prontas para reagir em tempo real.
Dividir para conquistar
A necessidade de interação do ser humano é uma das lições mais difíceis que a mídia social está dando para as empresas. Quatro anos atrás, quando a rede de hotéis Best Western International estabeleceu pela primeira vez sua presença no Facebook, ela incentivou os operadores de cada uma de suas 2.200 propriedades nos Estados Unidos a também criar uma página no Facebook. Mas a empresa rapidamente aprendeu que nem todos os gerentes de hotel têm tempo ou experiência em relações públicas para lidar com as nuances dos meios de comunicação social, como, por exemplo, o post de um cliente insatisfeito. “Se a página não é gerida, então você poderá potencialmente transformar uma boa experiência em uma
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experiência muito ruim e prejudicar a marca “, diz Michael Morton, vice-presidente de serviços aos clientes da Best Western. A Best Western “ouve” o que acontece dentro das mídias sociais, utilizando o software de customer experience da Medallia. O programa analisa no texto o que está sendo dito sobre a marca em geral e sobre a experiência específica em um determinado hotel. A Best Western usa esta inteligência, organizada através de painéis e relatórios personalizados, para entender seus sucessos e falhas, assim como os de seus concorrentes. “Controlar a mídia social é uma ótima maneira para entendermos o que está impactando positivamente um hóspede e quais são suas maiores preocupações com os nossos hotéis”, diz Morton. “Essa informação, combinada com o feedback que os hóspedes deixam no hotel, ajuda-nos a definir a direção para a marca.” O grupo de Morton iniciou a implantação do Medallia “sem depender de TI”, explica ele. “Mais tarde, quisemos envolver a TI na medida em que precisávamos implantar o sistema em mais e mais propriedades.” A TI também teve papel importante em agregar dados de outros sistemas. Por exemplo, ela ajudou a equipe de negócios a incluir dados comportamentais ligados à decisão de compra, como de onde vinham as reservas dos clientes - diretamente com o hotel, agente de viagens, sites de terceiros e assim por diante. Essas informações ajudam a identificar, por exemplo, porque hotéis com pontuações mais altas têm mais reservas. A Best Western acredita tanto na sabedoria das redes sociais que elevou seu peso mesmo com relação às pesquisas diretas que também são feitas via Medallia, e outros tipos de coleta de dados. Morton acredita que a influência dos meios de comunicação social só vai ficar mais forte. “Nós ainda não conseguimos tirar dólares de outros investimentos de marketing em favor das mídias sociais, mas estamos investindo nisso”, diz ele. Embora a Best Western atualmente deixe os gestores de hotel livres para definir como gerir suas estratégias de mídia social, a maioria dos hotéis optou por engajar-se em
mídias sociais através do Medallia. O software envia alertas para o funcionário do hotel responsável por mídias sociais sempre que um comentário, tweet ou outro post requer sua atenção imediata, por exemplo. Se os clientes reclamam no Facebook sobre a falta de toalhas de piscina em uma propriedade, o gerente do hotel é alertado para que ele rapidamente possa resolver o problema. Os hoteleiros também pode acessar as estatísticas e insights sobre o seu desempenho em relação aos concorrentes locais.
Quando centralizar é bom
A gigante de tecnologia de defesa e aeroespacial Raytheon, com presença principalmente no Twitter, Facebook e YouTube, está começando a medir o interesse dos clientes no Google+, Pinterest e outras plataformas emergentes. Como a Best Western, a Raytheon fez alguns ajustes estratégicos desde sua estreia na mídia social e o mais fundamental foi centralizar todas as propriedades de mídia social. “Tudo era montado e operado de um jeito diferente em cada área da empresa”, diz Pam Wickham, vice-presidente de assuntos corporativos e comunicação. “A área de recursos humanos era dona da página no Facebook e seu foco estava em recrutar estudantes universitários e outros potenciais funcionários”. Enquanto isso, a equipe de comunicação estava operando o Twitter como um canal de difusão de notícias corporativas. E o canal do YouTube da companhia não tinha um coordenador central, portanto o upload dos vídeos corporativos era feito de forma aleatória, sem estratégia. Nos últimos 18 meses, a fiscalização da mídia social foi passada para o grupo de Wickham, permitindo o alinhamento do conteúdo distribuído na mídia social e um trabalho cuidadoso aliando a interação do usuário com a empresa com o trabalho de marca e reputação da companhia. “Nós sempre consideramos TI o nosso parceiro mais forte – mesmo bem antes das mídias sociais se tornarem uma parte tão importante da nossa estratégia”, diz Pam Wickham.
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O objetivo é ter um público em grande escala e altamente engajado
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12 Há muito trabalho a ser feito em marketing social, é uma área de excitação e antecipação
Wickham diz que o ponto de inflexão para a verdadeira transformação está em compreender a diferença entre simplesmente ter uma presença nas mídias sociais e ter uma prática de marketing social. “Marketing social é o uso estratégico de canais de mídia social para entregar e ampliar mensagens de marca específica para um público-alvo”, diz ela. “É muito mais deliberado. Uma é alvo, o outro é simplesmente a transmissão da sua mensagem.” Raytheon utiliza uma combinação de ferramentas caseiras de análise de mídia social com as ferramentas usualmente disponíveis nas plataformas de mídia social para manter o controle sobre as mensagens e o seu sentimento com relação à empresa. Como a presença na mídia social da Raytheon cresce, também cresce seu risco de exposição a um evento negativo de relações públicas. Portanto, Wickham inclui gerentes de mídia social em todo o planejamento e treinamento de estratégia de crise corporativa. Um caso recente envolvendo uma questão de responsabilidade corporativa colocou à prova a resposta social da Raytheon. A empresa tinha uma parceria com um grande time de futebol americano para oferecer entradas gratuitas de jogos para um grupo de veteranos de guerra. Um dos veteranos convidados publicou em sua página do Facebook que ele só recebeu um dos dois ingressos prometidos, agregando a isso um comentário negativo. A equipe de Raytheon entrou imediatamente em contato com ele e descobriu que o distribuidor, ao invés de pedir mais ingressos para a empresa, apenas entregou um bilhete para cada pessoa. A Raytheon foi capaz de regularizar a situação a tempo para o jogo – algo que Wickham diz que não teria acontecido se a página do Facebook não estivesse tão bem monitorada.
Hora de melhorar
Para realizar plenamente sua visão, Marcum da GE, diz que as plataformas de mídias sociais precisam adicionar atribuição, assim as marcas podem ligar o conteúdo aos indivíduos rastreando retweets e compartilhamentos. “Uma vez que tivermos o quadro total, poderemos calcular melhor os custos de conversão – ou o que precisa ser gasto de fato
para adquirir um cliente – diz ele. Morton, da Best Western, afirma que a melhor atribuição ajudará a rentabilizar os esforços de marketing social mostrando a origem das vendas – por exemplo, um blogueiro influente compartilhando um post de um hotel oferecendo desconto. O grupo quer ver “quando e onde o cliente converte a compra”, diz ele. Um dos grandes complicadores para ter essa visão é “ter certeza de que conseguiremos obter os dados operacionais gerados”, diz Morton. “A TI desempenha um papel crucial aqui porque o Medallia reúne uma grande quantidade de dados de feedback do cliente, mas quanto mais pudermos juntar o feedback dos clientes com as métricas operacionais, mais potencial haverá para idéias de impacto nos negócios. Esperamos que, com o crescimento dos sistemas mais integrados, poderemos automatizar melhor alguns desses processos, permitindo-nos tirar mais valor da informação”. De sua parte, a PCH planeja usar atribuição não apenas para avaliar o ROI de publicidade, mas para identificar influenciadores no universo da mídia social da PCH, bem como identificar membros do público que são mais ativos. Também por causa do grande número de seguidores móveis da empresa, a PCH pretende melhorar a qualidade de suas aplicações móveis. “Um terço do nosso público é móvel e esse número está crescendo rapidamente”, diz Holland. Morton da Best Western, por sua vez, está estudando formas de integrar a análise de mídias sociais no sistema de gestão de propriedades da empresa. Sua esperança é que um dia, se um cliente escrever um tweet dizendo que ele gostaria de ter um quarto no primeiro andar do hotel, essa informação de alguma forma seja agregada automaticamente como uma preferência ao perfil desse cliente. Wickham, Holland, Morton e Marcum todos são otimistas sobre o futuro do marketing social e têm certeza de que ele vai gerar muito valor para suas marcas. “Há muito trabalho a ser feito, mas não é uma área de frustração – é uma área de excitação e antecipação”, diz Marcum. CIO
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Serg i o H a r t en b erg*
TI e Finanças: Casamento Perfeito?
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“Ah, como poderei sâ navegar se sou a um só tempo barco e mar?“ Rita Moutinho
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eunião de orçamento – o momento da verdade para todo executivo de TI. Você correu todas as divisões de negócio, identificou as estratégias, desafiou seus clientes no uso de novas tecnologias, desenvolveu um plano de investimentos alinhado, incluindo os efeitos sobre a infraestrutura e os serviços. Você está absolutamente seguro que investirá no que importa. No entanto, antes mesmo de conseguir falar sobre os novos investimentos, o CFO lhe questiona por que a depreciação dos investimentos aumentou tanto. E apesar de lhe explicar que isso é consequência do aumento nos investimentos passados, estratégicos para a empresa, você recebe uma “recomendação” para manter o orçamento igual ao ano passado. Mas e as novas necessidades de investimento?!? “Desde que não estourem o orçamento”... A maioria das empresas brasileiras ainda subordina a TI à diretoria administrativo/financeira. As razões apresentadas são a necessidade de se controlar os custos de TI, cada vez maiores, assim como priorizar objetivamente os investimentos ligados à tecnologia. Nesse contexto, entretanto, exigir que a TI seja também uma área “inovadora” e “desafiadora do modus operandi” é, no mínimo, um paradoxo. O CIO precisa ter um canal direto com o board, de modo que os investimentos e projetos sejam discutidos de forma corporativa e estratégica – não apenas orçamentária. É fundamental que ele tenha a possibilidade de comunicar sua visão, suas preocupações e sobretudo que possa www.cio.com.br
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opinião
sentir estas mesmas questões, direto dos executivos. Obviamente orçamentos são feitos para serem respeitados, mas nem por isso o CIO precisa se reportar ao CFO. O risco é de se comprometer o aspecto mais estratégico de sua missão: propor soluções tecnológicas que viabilizem novos negócios, novos canais e, acima de tudo, garantam a continuidade das operações. Esta mudança não é simples. Representa uma mudança de valores e de cultura da empresa. E para obter-se sucesso, algumas condições precisam ser satisfeitas:
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1. Garantir que o CIO fale business – como já escrito num artigo anterior, é ponto passivo que o CIO, para fazer jus ao “C” de sua sigla, precisa dominar a linguagem empresarial. Há diversas alternativas de MBA’s no mercado, nacionais e internacionais, para desenvolver os executivos nesta direção. O mais importante, entretanto, é que esse profissional tenha um perfil voltado para negócios, clientes e tecnologia.
2. Incluir TI no DNA da empresa – é necessária uma mudança cultural, onde a tecnologia seja vista como valor corporativo. Não apenas disseminar o uso de dispositivos considerados hoje “modernos” (tablets e smartphones), mas enfatizar que os executivos assumam responsabilidades claras: conhecer as principais tecnologias e seu uso estratégico, a arquitetura de sistemas básica da empresa (quais os sistemas que garantem as vendas, o faturamento, o controle de produção, as análises de mercado?), e defender os investimentos de TI em sua área. O ponto é que a maioria dos executivos defende, exige e reclama de TI sem ter o conhecimento mínimo básico – a não ser o custo.
3. Adaptar o orçamento – na medida que os gastos e investimentos
de TI forem alocados diretamente às áreas de negócio, e não aos “custos corporativos”, seu valor agregado ficará mais evidente. A visão dos gastos de TI estará contextualizada em projetos de negócio, previamente defendidos pelas próprias áreas. Os gastos comuns poderão ser realocados mediante critérios/pesos consensados com todas as áreas (volume de estações de trabalho, quantidade de usuários...).
4. E xercer a governança –
processos, metodologias e áreas de governança de TI abundam, mas não possuem representatividade. É necessário que a priorização dos investimentos e custos de TI seja discutida no mesmo nível que as demais iniciativas de marketing, comerciais ou logísticas. Escolhas errôneas de investimentos é que resultam em insatisfação e numa visão da TI como “serviço público”.
5. P atrocinar a mudança – esse
programa de mudanças deve ser patrocinado pelo CEO e, com a ajuda do RH e da própria TI, disseminado e implementado na empresa. Tratase de uma mudança de paradigmas demorada, mas que precisa ser iniciada e mantida, com metas claras a serem atingidas a cada ano.
Mesmo para as empresas que não usam a tecnologia de forma intensiva, a TI precisa ser considerada um valor corporativo. Uma visão meramente orçamentária da tecnologia pode resultar na banalização de aspectos estratégicos, comprometendo assim a competitividade futura da empresa. Esta nova visão requer um conjunto de atividades complexas e integradas, com o devido patrocínio do CEO e participação constante do RH e da própria TI. Afinal, seria sensato asfixiar o futuro? *Sergio Hartenberg é CIO da L’Oréal
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Appi duplica capacidade de transações mensais
Consolidada no setor de pagamentos com cartões, empresa aposta na flexibilidade da plataforma tecnológica para avançar em serviços de valor agregado nas áreas de saúde, transporte, logística e distribuição, correspondente bancário e CRM
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APPI Tecnologia acaba de iniciar a operação de seus serviços por meio de um novo data center da TIVIT, a partir da unidade da empresa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e até o final de junho iniciará uma segunda operação na base do provedor em São Paulo. Com a nova estrutura, a APPI mais que duplicará sua capacidade atual de processamento com redundância de todos os serviços. A APPI é uma empresa de tecnologia e serviços que oferece soluções completas para transações eletrônicas nos segmentos de cartões de crédito, débito e prépagos, transportes, saúde, private label, correspondente bancário, recarga de celular, entre outros. Murillo Restier, CIO da empresa, informa que a implantação dos dois novos data centers está sendo feita sem a desmobilização dos equipamentos que, atualmente, atendem a demanda. Segundo ele, a implantação da operação com a TIVIT proporciona total controle de todos os ambientes da empresa, independente da localização física da companhia. O CEO da APPI, Luis Filipe Cavalcanti, comenta que o investimento nos novos data centers é uma das etapas do projeto
de diversificação dos serviços e produtos oferecidos pela empresa como forma de alavancar o crescimento nos próximos anos. Ele explica que a APPI consolidou uma imagem de eficiência vinculada ao mercado de cartões em função dos benefícios trazidos pela tecnologia POSWEB, uma plataforma de transações eletrônicas para dispositivos POS, PCs e smartphones. “A APPI é capaz de prover uma solução completa de plataforma para captura e autorização eletrônica de dados. Fornecemos as tecnologias para captura e autorização de transações eletrônicas, data center de alta disponibilidade, liquidação bancária, monitoramento, rede de dados, dispositivos e serviços de campo. Além disso, fornecemos total apoio aos clientes na concepção e projeto do negócio e da operação”, comenta Luis Filipe. Este ano, a empresa levará adiante projetos importantes, um deles é vinculado à área de pré-pagos, o vale abastecimento, ligado aos novos procedimentos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O outro é voltado para o setor de logística e distribuição em pontos de venda. “Além desses, outras inovações virão nos próximos meses”, completa o CEO da companhia. www.computerworld.com.br
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migra dados para data center da Ativas Terceirização libera equipe de TI para desenvolvimento de soluções de negócio
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América Latina Logística (ALL), uma das maiores empresas de transporte e logística multimodal da América do Sul, está migrando todos os seus dados para o data center da Ativas, empresa dos grupos Asamar e Cemig. Dividido em fases, o projeto está na segunda etapa e, segundo as estimativas da companhia, será concluído até o fim de 2013. “Serão cinco ondas de migração e nosso objetivo é ter toda a infraestrutura funcionando até o fim do ano”, destaca Diego Neufert, CIO da América Latina Logística. Em sistema de nuvem privada, a infraestrutura de data center da ALL guardará todos os dados da empresa no Brasil e também das subsidiárias, incluindo informações sobre a malha ferroviária, gestão e mesmo da UniALL (Universidade da América Latina Logística, voltada ao treinamento, reciclagem e formação de mão de obra qualificada para os serviços da empresa).
“Vamos migrar todo o nosso data center. Hoje são cerca de 400 servidores, sendo 80% deles já no processo de virtualização e migração para computação em nuvem”, explica Neufert. Os 20% restantes, segundo ele, são hardware dedicados. A plataforma de sistema operacional da empresa e demais aplicações continuam as mesmas, apesar de não haver qualquer reaproveitamento de hardware.
Origem do projeto Apesar do crescente volume de dados da empresa, que está presente em seis estados brasileiros (RS, SC, PR, SP, MT e MS), além de outros países na América do Sul, a decisão de terceirizar a gestão das informações da ALL não surgiu a partir de um problema ou de dificuldades operacionais, mas da percepção da área de TI como estratégica e alinhada ao negócio. “Nosso grande motivador foi conseguir
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21 estrutura estado da arte para direcionar mais recursos à parte de logística da companhia”, afirma o gestor. “A TI, hoje, aqui na ALL, é reconhecidamente estratégica”, resume Neufert. Ele conta que a empresa possui equipes focadas em inteligência artificial, grupos de matemáticos e pessoas especializadas em algoritmos, pensando em como melhorar os processos de transporte da ALL. Todos os sistemas embarcados em uma locomotiva, sejam computador de bordo, sistema de controle operacional, processos, tecnologias ou algoritmos de otimização, são desenvolvidos pela própria equipe de TI da companhia. Esse é o modo de considerar TI como um ponto estratégico da empresa, e não apenas um prestador de serviços. O executivo completa o raciocínio ao dizer que a equipe de TI dedicava tempo a processos de manutenção, infraestrutura e redes de telecom. “Muita mão de obra voltada para esse tipo de processo, em vez de estar gerando valor para a companhia”, comenta. O novo data center, em sua visão, traz uma vantagem direta, porque transfere a área operacional para a Ativas. “Dessa forma conseguimos nos concentrar mais no que realmente dá retorno para a companhia.”
Dilema Também pesou na decisão de terceirizar o data center o aumento do volume de dados da companhia e a discussão, hoje cada vez menos necessária, sobre qual seria a melhor alternativa para a ALL: terceirizar e virtualizar ou construir um novo data center físico. “Estávamos com a densidade do nosso data center toda tomada. Então, tínhamos que decidir entre fazer um novo data center ou um projeto no qual conseguíssemos condensar tudo o que tínhamos internamente, ou seja, aumentar a virtualização”, lembra. O resultado da discussão, baseada em
1) Ao posicionar TI como área
estratégica, ALL percebe que seu data center dá sinais de exaustão
2) ALL decide virtualizar seus dados no data center da Ativas
3) Outsourcing resolve problema de espaço e libera equipe de TI para ações voltadas ao negócio
dados e estudos, foi a decisão de migrar para o sistema em nuvem, que evitaria o gasto com a construção de um data center físico. A transferência, segundo Neufert, vai permitir equilibrar as despesas com infraestrutura, o principal ganho do projeto de virtualização, já que os custos se manterão sob controle. “Também conseguimos de fato direcionar melhor os serviços internos da ALL para trabalhar em projetos voltados à ferrovia em si”, reforça Neufert. Questionado sobre como a empresa chegou à conclusão de contratar a Ativas, que possui data center em Belo Horizonte (MG), enquanto a sede da ALL é em Curitiba (PR), o executivo lembra a frequência com que o assunto vem à tona. “Temos alguns data center excelentes em Curitiba e muita gente pergunta porque deixamos nossos dados com a Ativas, que fica em outro estado. Sempre respondo o seguinte: ‘é www.computerworld.com.br
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Tínhamos que decidir entre fazer um novo data center físico ou virtualizar, e optamos pela virtualização em um ambiente terceirizado Diego Neufert, CIO da América Latina Logística
muito mais importante a confiança que você tem no fornecedor do que o fato de ele estar próximo fisicamente’”, explica. Para ele, as tecnologias de virtualização e de computação em nuvem fazem com que a questão geográfica não seja mais uma barreira. “A adoção de um serviço passa por outros valores e quesitos que se tornam mais determinantes. A Ativas tem um perfil muito parecido com o nosso, algo que pesou na decisão”, diz.
Diferenciais Obviamente, estrutura física também pesou na escolha do data center. A Ativas teve suas operações iniciadas no fim de 2010, conta com as certificações Tier III e TÜV Rheiland, tem cerca de 1500 metros quadrados de área de servidores e infraestrutura virtualizada em firewall, rede, servidores, aplicações e storage. “Eles têm um data center novíssimo. Visitei muitos data centers pelo Brasil e realmente não vi nenhum com a estrutura do deles”, lembra Neufert. A questão de TI verde e eficiência energética também chamam a atenção,
como aponta o executivo: “até por serem novos, eles tomam cuidado com questões de energia. Toda a maneira com que eles estruturam o data center, os corredores frio-quente, o resfriamento líquido em alguns racks, tudo isso gera uma eficiência energética muito grande.” O contrato com a Ativas também faz parte dos planos futuros da ALL, que necessita de agilidade e eficiência. Segundo Neufert, a equipe de TI trabalha com duas grandes frentes, atualmente: o sistema logístico, focado no desenvolvimento de novas soluções; e a parte administrativa, que envolve a migração do sistema de gestão SAP 4.7 para a versão 6. A ALL ainda não migrou todo o conteúdo para o data center de Belo Horizonte, mas o CIO da ALL já registra ganhos de desempenho. “O que temos percebido nos servidores que já migraram é um efetivo ganho de performance por estarem rodando em equipamentos mais modernos do que os que temos na ALL. Estão montando esse parque para nos atender e o ganho é evidente”, conclui.
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24 CARREIRA
Como obter seu primeiro emprego em
cloud computing Com a explosão do mercado, chegou a hora de mapear a carreira David Linthicum, InfoWorld
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computação em nuvem está se expandindo rapidamente, o que cria a demanda por “especialistas” nesta nova atividade, e se traduz na oferta de muitos novos postos de trabalho para poucos candidatos qualificados. Ao mesmo tempo, muitos profissionais de TI estão tentando descobrir como lucrar com a nuvem. A maioria dos postos de trabalho hoje requer profundo conhecimento em uma determinada tecnologia, como a Amazon Web Services, OpenStack, Salesforce.com ou Azure. O que normalmente ocorre pelo fato de a empresa possuir uma tecnologia padronizada de nuvem. Chamo essa ocupação de especialista em tecnologia de nuvem, porque se concentra em uma atividade específica: desenvolvimento, implementação, gestão, e assim por diante. Outra oportunidade seria planejamento ou arquitetura de cloud computing, muitas vezes em torno da configuração de novos sistemas na nuvem ou a migração dos sistemas existentes para cloud computing. Chamo esta atividade de “planejadores de nuvem”. Enquanto você acha que essa seria uma nova carreira, na maioria dos casos as vagas são preenchidas por funcionários de TI de vanguarda, aqueles que compreenderam rapidamente que ter experiência de computação em nuvem em seus CVs se traduz em salários
maiores no futuro. Você não pode culpá-los. Quem acredita que computação em nuvem será a tendência do futuro, terá melhor sorte se aprender uma tecnologia específica e, em seguida, tornar-se um especialista em nuvem. O truque é fazer a experiência inicial. Os candidatos mais ambiciosos começarão seus próprios projetos de carreira, utilizando a tecnologia de computação em nuvem mais quente e, logo em seguida, encontrando um caminho que o leve a remunerações mais elevadas. A computação em nuvem está repleta de histórias de sucesso de autodidatas, devido à falta de treinamento formal oferecido. Aqueles que procuram empregos de nível superior, tais como planejadores e arquitetos de nuvem não encontrarão muitas opções, apesar delas existirem. A melhor maneira de se preparar para estes trabalhos é compreender tudo o que puder sobre a tecnologia, incluindo casos de uso e as melhores práticas arquitetônicas existentes, além de abordagens mais comuns. Se há um lado positivo para o surgimento da computação em nuvem, é o número de oportunidades de trabalho criadas. Mas cloud computing é uma mudança mais ampla, mais sistêmica na forma de consumir tecnologia. Assim, o crescimento do emprego em torno desta mudança vai durar por muitos anos. Por isso, talvez seja a hora de aproveitar.
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Bolsa de empregos Apesar de causar algumas dores do crescimento, cloud computing amplia oportunidades de trabalho
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computação em nuvem é uma das tendências mais quentes em TI, atualmente, porque está relacionada a redução de custos e simplificação da vida dos usuários. E, segundo o Gartner, as empresas ainda estão muito interessadas em aprender mais sobre como consumir serviços de TI de forma mais rentável. Uma das soluções em observação é a aquisição de serviços, como capacidade computacional, de armazenamento e aplicações de negócios, por meio da nuvem ao invés de manter equipamentos internamente. Embora todos os tipos de fornecedores, da Microsoft ao Google ou Salesforce.com, venham dedicando grande esforço para explicar a sua própria visão sobre a computação em nuvem e as suas estratégias para avançar nessa área, o Gartner entende que computação em nuvem é um conceito em evolução que, provavelmente, levará vários anos para amadurecer. Como todo processo evolutivo, o conceito já muda o cenário de TI e, segundo o Gartner, deve ampliar o mercado de trabalho para especialistas, apesar de gerar algumas dores do crescimento. A capacidade de simplificar e reduzir os custos através da virtualização, automação e simplificação da configuração de software, geralmente significa que os
departamentos de TI podem fazer mais com menos, em certas áreas. Mas isso também significa que uma parte da receita pode ser alocada em outras áreas da TI, demandantes de mais pessoal. Além disso, se mais empresas estão tirando vantagem da computação em nuvem, os fornecedores de serviços e de infraestruturas terão que crescer para acompanhar a demanda. Uma busca rápida no website de empregos Indeed.com montra que vários fornecedores de TI estão interessados em aumentar esforços de computação em nuvem, e estão ampliando suas forças de trabalho. Mas se você é um administrador de sistemas veterano, interessado em mudar de carreira, não espere para entrar no mercado de cloud computing e mantenha suas habilidades atualizadas. Você terá um monte de novos e graduados concorrentes, muito bem versados em internet e no modelo on-demand.
Competências necessárias Alguns empregadores vão exigir experiência o domínio de tecnologias de uma das quatro grandes empresas de computação em nuvem: Amazon, Google, Microsoft e Salesforce. com, e / ou experiência com as tecnologias de virtualização, como o de VMWare.
Outros requisitos • BA / BS licenciatura em engenharia, ciência da computação ou áreas afins; • Rede e experiência arquitetura de segurança; • Experiência com a migração para a nuvem, a migração de data center, ou um projeto de consolidação de servidores; • Conhecimento e experiência com tecnologias como Java, Web Services, SOAP e Ajax; • Comunicação, trabalho em equipe e habilidades de resolução de problemas
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28 gestão
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melhores As ferramentas para gestão da nuvem Pesquisamos vários fornecedores e selecionamos as 10 melhores escolhas
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ornecedores estão entregando uma nova geração de ferramentas focadas em ajudar as empresas a construir, comprar, gerenciar, monitorar, ajustar e monitorar os serviços em nuvem. Estas ferramentas são projetadas para auxiliar os executivos de TI a liberar seus orçamentos e funcionários para áreas mais estratégicas e em linha com os projetos empresariais.
Empresa: Cloudability Produto: Cloudability Categoria: Cloud cost analytics Cloudability é uma ferramenta de gestão financeira para o monitoramento e análise de despesas com nuvem. Ela agrega os gastos em relatórios, ajuda a identificar oportunidades de redução de custos, oferece alertas de orçamento e recomendações via SMS e e-mail, além de fornecer APIs para conectar faturamento de nuvem e dados de uso para qualquer negócio ou sistema financeiro. A empresa anunciou, em fevereiro, que atualmente monitora mais de 250 milhões de dólares em custos de nuvem, o dobro do que era monitorado menos de seis meses atrás.
Empresa: Cloudyn Produto: S3 Life-Cycle Tracker, EC2 Reservation Detector, RDS Reservation Detector Categoria: Cloud Optimization Estas ferramentas são projetadas para ajudar a TI corporativa a controlar os gastos com recursos da Amazon. O conjunto de serviços
Cloudyn dá aos usuários um painel mostrando informações detalhadas sobre todas as suas instâncias de máquina virtual, bancos de dados e de armazenamento. Também fornece insights sobre as ineficiências e sugestões sobre como se livrar delas. Atualmente focada em nuvem da Amazon, a empresa declarou que vai trabalhar em ferramentas para monitorar Rackspace, Microsoft Azure, e GoGrid no futuro.
Empresa: Dell Boomi Produto: AtomSphere Categoria: Cloud Integration AtomSphere é uma plataforma baseada em software como serviço utilizada por clientes que desejam integrar aplicativos em nuvem com aplicativos on-premise. Permite o uso de múltiplas fontes de dados e de reserva de recursos de nuvem para transferência de dados em tempo real nos processos de integração. A empresa anunciou, em fevereiro, que a plataforma passou a suportar mais de um milhão de processos de integração por dia. Esse número é 250% maior do que era há um ano.
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29 Empresa: Enstratius Produto: Enstratius Categoria: Cloud infrastructure management A Enstratius fornece uma plataforma de gerenciamento de infraestrutura de nuvens públicas, privadas e híbridas, que podem ser alinhadas com as políticas de governança e de segurança de uma empresa. Os recursos incluem o provisionamento self-service / de-provisionamento de recursos de nuvem; rastreamento de custos / chargeback em várias moedas, controles de acesso baseados em funções personalizáveis; login único para gerenciar todos os recursos de nuvem, e suporte para sistemas de autenticação, incluindo SAML 2.0 e OpenID. O Enstratius também suporta a integração com ferramentas de gerenciamento, e orquestração de ferramentas de gerenciamento de configuração, como Chef e Puppet, através de nuvens, e criptografia automática dos dados na nuvem, em trânsito e em repouso, com todas as chaves armazenadas fora da nuvem e automação plena da aplicação, incluindo auto-scaling e auto-recuperação. A lista de nuvens suportadas pela Enstratius está crescendo consideravelmente e, atualmente, inclui a maioria dos grandes nomes, como Amazon Web Services, nuvens basadas em OpenStack, Google, HP Cloud Services, Rackspace, Microsoft Windows Azure e IBM SmartCloud Enterprise.
Empresa: Informatica Produto: Informatica Cloud Spring 2013 Categoria: Cloud data integration Fornecedor de integração de dados, a Informatica lançou uma nova geração da sua suíte de ferramentas de integração em nuvem (entregues como serviço), que inclui melhorias para tratar questões de segurança de dados na nuvem e ajudar as empresas a gerirem problemas de integração de dados em implementações de nuvem híbrida.
O novo serviço de nuvem Informatica Data Masking reduz o risco de violações de dados durante o desenvolvimento e teste de aplicativos; e o Informatica Cloud Extend auxilia a criação de processos de negócios e gerenciamento na nuvem. A nova versão também oferece recursos de segurança e administração, que suportam implementações mais amplas de integração em nuvem e fortalecem a governança e o controle de TI. Os recursos incluem opções híbridas de segurança para armazenamento de credenciais de acesso (nome de usuário, senha, token de segurança, e assim por diante) no local, por trás do firewall ou na nuvem, e oferecem aos administradores a capacidade de definir períodos de blackout, de forma a não interromper a integração, replicação de dados ou a execução de processos, fortalecendo, assim, o controle e simplificando o gerenciamento de atualizações.
Empresa: MuleSoft Produto: CloudHub Categoria: Cloud integration service Entregue como uma experiência de integração embalada, as soluções CloudHub e Mule ESB são construídas em tecnologia de código aberto para fornecer rápida integração de aplicações de confiança, porém sem marca. O CloudHub é uma plataforma de integração baseada em nuvem como um serviço (iPaaS) para conexão de SaaS, cloud e aplicações on-premise e APIs. Já o Mule ESB é uma fonte aberta de Enterprise Service Bus para conectar aplicações corporativas on-premise e a nuvem. A empresa afirma que atualmente suporta bilhões de transações por dia, utilizadas na produção de milhares de empresas, incluindo a Wal-Mart, MasterCard, Nokia, Nestle, e Honeywell. O MuleSoft também permite integrações com os principais fornecedores de SaaS, como Salesforce.com, NetSuite, Workday, Intuit, and Metanga.. www.computerworld.com.br
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30 gestão Empresa: Opscode Produto: Chef Categoria: Cloud Configuration Management
Empresa: RightScale [19] Produto: RightScale Nuvem de Gestão Categoria: Cloud Management
A Chef é uma fonte aberta de produtos de gerenciamento de configuração. O Hosted Chef (e seu irmão de nuvem privada, Private Chef) permite que os administradores de sistema em nuvem configurem sistemas virtuais, reduzindo repetidas operações manuais. O Chef usa termos culinários como metáforas para organizar seus processos – principalmente nas tarefas de provisionamento, configuração e integração de recursos de nuvem. A Opscode lançou uma versão completamente reescrita do Chef, que, segundo a empresa, oferece escalabilidade incomparável.
Fundada em 2006, a RightScale foi uma das primeiras empresas a abordar gerenciamento de nuvem multi-plataforma. Sua plataforma permite que as organizações facilmente implantem e gerenciem aplicações críticas de negócios em nuvens públicas, privadas e híbridas. A RightScale fornece configuração, monitoramento, automação e gestão de infraestrutura computacional e aplicações em nuvem. A empresa anunciou recentemente adições à sua lista de clientes, que inclui Caltech, Care Innovations (an Intel-GE company), Citrix Online, Conde Nast, Coty, Equinix, Fox Digital Media, Inmobi, JWT, Leo Burnett, Softbank Technology, Telepictures Productions (a Warner Bros. Entertainment Company), Tibco e Zurich Seguros.
Empresa: Puppet Labs Produto: Puppet Categoria: Cloud Configuration Management O Puppet é um software de automação de TI que dá aos administradores de sistema a capacidade de automatizar facilmente tarefas repetitivas, rapidamente implantar aplicações críticas e gerenciar proativamente mudanças de infraestrutura no local ou na nuvem. O produto pode automatizar tarefas em qualquer fase do ciclo de vida da infraestrutura de TI, incluindo provisionamento, sistema operacional e gerenciamento de configuração do aplicativo, construção e release, gerenciamento de patches, e infraestrutura de auditoria e compliance. Algumas das novas funcionalidades do Puppet incluem a permissão para administradores do sistema visualizarem e responderem às solicitações graficamente, o apoio para o uso de serviços de autenticação de terceiros, tais como LDAP, Active Directory, ou Diretório Google Apps, e suporte para Microsoft Windows. Clientes PuppetLabs incluem 24/7 Real Media, Harvard e do Google. A VMware fez um investimento de US $ 30 milhões na empresa, no início deste ano.
Empresa: ServiceMesh [21] Produto: Agility Platform Categoria: Enterprise cloud managemen A plataforma de Agility fornece um ponto único e integrado de controle de governança, conformidade e segurança em aplicações na nuvem. Inclui um mecanismo de política extensível permitindo a criação e execução de políticas de governança, compliance e segurança. Ela fornece um modelo de segurança end-to-end que abrange rede, instâncias, dados e níveis de acesso, incluindo o gerenciamento de identidades federadas. A ferramenta oferece um modelo de segurança em rede end-to-end, instância, dados e níveis de acesso incluindo a gestão de identidades federadas. Possui uma ferramenta de orquestração para implementação de complexos aplicativos de negócios multicamada em nuvens heterogêneas, públicas e privadas. E também um integrador de eventos, o adaptador cloud SDK e capacidade de automação de fluxos de trabalho para o modelo de operação da cloud para ecossistemas de TI já existentes.
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tecnologia 31
A nova geração dos
centros de dados
Consolidação de cloud e redesign da infraestrutura; a tendência é miniaturização e aumento na eficiência energética
O
novo perfil econômico da sociedade brasileira e a sua relação com a tecnologia – com destaque para o aumento do consumo de dispositivos móveis – estimulam, na outra ponta, um novo modelo de data center, melhor preparado para atender à tendência de crescimento do fluxo de informações. Com a popularização dos smartphones, tablets e, mais recentemente, com a chegada do conceito BYOD (Bring Your Own Device), a mobilidade se consolida como um dos pilares fundamentais sobre os quais essa reestruturação deve estar baseada. “Num primeiro momento, a mobilidade foi com desktops. Depois, com laptop, a mobilidade restrita dentro de casa. Veio se expandindo e, agora, tenho milhões de aparelhos cada vez mais presentes, gerando um tráfego não só de dados, mas de grande demanda de armazenamento”, elenca Carlos Werner, gerente de desenvolvimento de negócios para data center da Cisco. Alexandre Kazuki, diretor de marketing e vendas da HP no Brasil, concorda com o papel de destaque da mobilidade nas discussões: “mobilidade é uma das grandes forças de mercado e está mudando a cara dos novos
data centers”. E completa: “no Brasil, há mais celular do que gente. E, mesmo os celulares que não são smartphones, precisam ter locais de armazenamento de dados”. Para atender ao aumento de demanda, gerada, em grande parte, por esse aumento de mobilidade, as tecnologias para data center já delineiam o caminho para os próximos tempos, buscando eficiência, dinamismo, alta disponibilidade e baixos custos.
Henri Chevalier
Mobilidade é uma das grandes forças de mercado e está mudando a cara dos novos data centers Alexandre Kazuki, diretor de marketing e vendas da HP no Brasil www.computerworld.com.br
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32 tecnologia O principal tema trabalhado, e que já foi alvo de preocupação dos centros de dados, é o espaço, ou a falta dele. Os avanços tecnológicos se encarregam de, a cada versão, reduzir os espaços ocupados, permitindo a mudança de foco dos gestores para outras áreas estratégicas. O mais consolidado desses avanços tecnológicos é a adoção do modelo em nuvem, quase um consenso quando se fala em tendência no mercado. Para Rodrigo Gazzaneo, gerente de soluções de virtualização da EMC para América Latina, os data centers precisam garantir o aumento de elasticidade e escalabilidade. Isso se deve, principalmente, por não haver mais a possibilidade de previsão do dimensionamento de uma eventual estrutura, tamanha a variação do fluxo de informação. “Os data centers têm que se desenhar para o novo cenário, para ter mais escalabilidade e lidar com a imprevisibilidade. Antes, quando se
desenhava uma infraestrutura, podíamos determinar para quantos usuários eu estava desenhando”, lembra Gazzaneo, completando com a ideia de que, hoje, essa previsão se torna difícil. Para o gerente de soluções de virtualização da EMC, o modelo que permitiria a solução desse problema é a computação em nuvem, por ser baseada em “infraestrutura compartilhada, com virtualização e muita automação na configuração e liberação de serviços”. Mas o executivo aponta para o fato de que, pelo menos por enquanto, “não é o crescimento da nuvem que vai eliminar o data center próprio”. Isto porque empresas ainda tendem a segurar os dados estratégicos e a pensar no aumento de custos que pode acontecer a partir de certo volume de dados. A tendência de virtualização também é clara para Carlos Werner, mas há certas complementações que se apresentam como
As apostas de cada fornecedor para diferenciar Desafio Espaço/ energia
Empresa Todas A virtualização diminui o uso de energia e de espaço, possibilitando maior eficiência com menor custo Espaço/energia HP O POD possibilita melhor deslocamento de data center, menor uso de energia, menor ocupação de espaço e facilita atendimento à demanda das empresas Espaço/energia Oracle M5 e T5 possibilitam o uso de menos máquinas para um serviço, reduzindo uso de espaço e aumentando eficiência do processo Aumento de eficiência Panduit 6Zone permite a análise unificada de sistemas que tradicionalmente são vistos em separado, possibilitando visão do todo e tomada de ações estratégicas e/ou preventivas Aumento de eficiência EMC ViPR é uma metodologia que possibilita a análise unificada dos processos de gerenciamento com os sistemas de armazenamento das empresas Aumento de eficiência IO Data Centers Software de acompanhamento simula ambiente de data center em realidade virtual, facilitando a detecção de problemas e a adoção de medidas estratégicas ou emergentes Convergência de infraestrutura Cisco POD, virtualização e sistema integrado de análises possibilita a convergência de infraestrutura, gerando maior eficiência e possibilidade de análise em conjunto
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33 desafios a serem pensados. Entre eles a integração e a interoperabilidade das diversas nuvens, por exemplo. Segundo Werner, é preciso pensar em como ter um ambiente em nuvem, de data center, tendo um provedor de CRM, de bilhetagem, de Human Resources na rede. “Como integrar isso na minha rede privada?”, questiona. E enfatiza: “acho que esse é o desafio das nuvens abertas. Como integrar para usar de maneira transparente serviços internos e externos”. Fabiano Matos, vice-presidente de Vendas de Sistemas da Oracle do Brasil, acredita que a adoção do modelo em nuvem “é uma questão de tempo”, e que será necessário, primeiro, o amadurecimento do conceito no País, nas pessoas e nas estruturas organizacionais. Outra questão que considera importante para a adoção é a criticidade de TI na indústria. “Existe, em minha opinião, questão de manutenção de sigilo da informação e, do outro lado, a questão da disponibilidade do TI”, opina. Cristiano Silvério, gerente de soluções da Panduit, levanta dados que demonstram a crescente adoção do modelo em nuvem e a diminuição do investimento em data centers convencionais. “Os investimentos em data centers tradicionais caíram 12%, mas a soma total ainda é de 35%. Já o investimento em data center de cloud privada subiu 8%”, afirma, completando que também os data centers próprios, dentro das empresas, estão migrando para o modelo de processamento em nuvem.
Eficiência energética Considerado ponto pacífico, a adoção do sistema em nuvem não é a única tendência tecnológica para data center, que se foca cada vez mais em eficiência energética, sustentabilidade e redução de espaço. “Falam de Data Center Green, mas a maneira mais green de ter um data center é ter um cloud-data center. Porque data center para
Os data centers têm que se desenhar para o novo cenário, para ter mais escalabilidade e lidar com a imprevisibilidade Rodrigo Gazzaneo, gerente de soluções de virtualização da EMC para América Latina
cloud já nasceu tão virtualizado e consolidado que provavelmente vai gastar muito menos energia”, opina Rodrigo Gazzaneo. A maneira com que se mede o quão efetivo é o uso de energia em data centers é chamada de PUE – Power Usage Effectiveness. Os data centers mais antigos tinham o número de PUE acima de 2, significando que, a cada kW consumido, o data center gastava outro kW em ar-condicionado e áreas adjacentes ao servidor, para possibilitar seu funcionamento. “Os data Center mais modernos, no Brasil, já estão na faixa de 1.5, 1.6. Ou seja, para cada kW de TI gasta-se 0,5 ou 0,6 para a infraestrutura se manter funcionando. A HP, por exemplo, tem um data center em contêiner que também é muito eficiente em energia”, afirma Pedro Schmitt, diretor de Critical Facilities da HP TS no Brasil. O contêiner a que Schmitt se refere é o POD (Performance Optimized Datacenter), que tem a relação de PUE em 1,3, segundo a empresa. Fisicamente, o POD tem as dimensões de um contêiner, o que facilita seu transporte e alocação. “Vendemos toda a infraestrutura, a sala, com servidor, storage, rede. Basicamente, www.computerworld.com.br
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Existe, em minha opinião, questão de manutenção de sigilo da informação e, do outro lado, a questão da disponibilidade do TI Fabiano Matos, vice-presidente de Vendas de Sistemas da Oracle do Brasil
ele chega, é energizado e já está instalado. Tem a mesma dimensão de contêiner porque queremos utilizar meios de transportes como navios e caminhões”, afirma Alexandre Kazuki, diretor de marketing e vendas da HP no Brasil. Quando se constrói um data center de alvenaria, é preciso dimensionar a capacidade futura. Com este tipo de tecnologia, o data center pode funcionar sob demanda. “Se a demanda aumentar, não é preciso aumentar a sala. E só comprar outro data center modular, colocar ao lado e você consegue crescer”, afirma o diretor de marketing. Cada contêiner deste pode ter entre 4000 e 8000 servidores. Carlos Werner, gerente de desenvolvimento de negócios para data center da Cisco, afirma que a agregação de serviços computacionais em células menores, em blades de computação, consolidando determinados espaços físicos, é uma tendência. “E, mais que isso, integrar diferentes infraestruturas dentro de um conceito fechado”, complementa.
Processamento A Oracle lançou, em abril, dois novos servidores: T5 e M5. A máquina T5 é
considerada média, mas, como é escalável, pode se tornar imensa. A M5 é para missão muito crítica, que não possa parar. “Com menos máquinas, tenho menos ocupação de espaço. Ou seja, o meu data center tem maior capacidade de crescimento. Ali eu estou otimizando funcionamento e diminuindo espaço”, afirma Fabiano Matos. Metodologias também ajudam a atingir o melhor aproveitamento de um data center. A Panduit desenvolveu o 6Zone, uma forma de desfragmentar o gerenciamento de infraestrutura física para data center e empresas de maneira geral. A intenção é analisar de forma única todos os sistemas que, geralmente, são analisados separadamente. “Essa visão fragmentada, esses pequenos problemas não detectados no sistema, acabam evitando que os data Centers consigam a melhor eficiência possível em suas operações.”, conclui Cristiano Silvério, gerente de soluções da Panduit. Com a visão do todo, a adoção de medidas estratégicas e manutenção preventiva e corretiva se tornam mais fáceis de serem implementadas. Outra solução para alcançar a eficiência é a plataforma ViPR, da EMC, especializada em storage. “O ViPR é uma plataforma que consegue colocar os processos de gerenciamento e os sistemas de armazenamento das empresas nessa nova velocidade”, explica Gazzaneo, se referindo à rapidez com que as aplicações funcionam hoje, enquanto o storage ainda é mecânico. Em maio, durante simpósio realizado pelo Uptime Institute, nos Estados Unidos, a IO Data Centers demonstrou um software que pode ajudar ainda mais na eficiência das operações. Trata-se de um software que simula o ambiente do centro de dados e permite se locomover no local, em uma realidade virtual, possibilitando o acompanhamento das métricas e indicadores. A solução, que facilitaria a vida de muitos CIOs, ainda não chegou ao Brasil.
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