de o r s ro cu mb do t e os Se un e al 7 d os e l d ad ta ld en cu im Fa er a xp o d ae m s t is vi al R e o rn J
Mudanรงas
PARA SUBIR, APERTE O BOTÃO.
Trata-se de uma proposta para reunir, organizar e incentivar a produção feita pelo corpo discente. Tal como um portfólio, ele deverá ser a plataforma a facilitar a divulgação de produtos que envolvam diferentes meios e linguagens que atravessam a prática profissional. O portal é voltado tanto à comunidade acadêmica quanto para membros externos, interessados na produção dos estudantes.
O nome QUINTO ANDAR é uma referência ao quinto piso da Faculdade 7 de Setembro, pavimento que é associado aos alunos criativos da instituição, os alunos dos cursos de comunicação Social e Design. Aproveita-se, portanto, esse afeto já construído em tordo da expressão a fim de invocar esse pertencimento ao setor criativo da insttituição de ensino.
Acompanhe as produções dos alunos e passei no Portal. Participe. Deixe seu comentário com sugestões para construção do nosso espaço.
Mudar: A beleza da vida
DIRETOR GERAL Edinilton Soárez DIRETOR ACADÊMICO Ednilo Soárez VICE-DIRETOR Adelmir Jucá COORDENDOR DO CURSO DE JORNALISMO Dilson Alexandre COORDENDORA DO CURSO DE DESIGN GRÁFICO Nila Bandeira EDITOR Miguel Macedo PROJETO GRÁFICO Tarcísio Bezerra DIREÇÃO DE ARTE Diego Paiva Humberto Araújo
EDITORIAL
COORDENADOR DO NÚCLEO DE FOTOGRAFIA Jari Vieira
Nenhuma história segue uma linha reta. Sempre há desvios de rota e encruzilhadas, que permeiam nossos caminhos ao longo da vida. Esses caminhos de descobertas são trilhados por meio de escolhas diárias: você está aqui porque escolheu está aqui. Nossas escolhas, além de definir quem somos, são capazes de trazer profundas mudanças no decorrer da nossa existência. É seguindo essa linha de pensamento que esta edição da Matéria Prima caminha. Ouvindo diferentes personagens, os estudantes trazem para você, leitor, histórias de pessoas corajosas, que fazem o que amam, aceitam suas limitações e não querem desperdiçar a vida com banalidades superficiais. É preciso coragem para realizar aquela mudança física tão desejada, como fez Solange Andrade, ao realizar corridas no intuito de emagrecer saudavelmente e, também, a jornalista Larissa Viegas, ao passar por cirurgia de mamoplastia redutora. É preciso determinação e muitas doses de bravura para desistir do que não agrega mais valor e buscar ser o que se é como fez Timila Boukhtouche, executiva que hoje é professora de yoga; também Cláudia Lemos, aposentada do Banco do Nordeste, decidiu novo rumo, estudando jornalismo na FA7; Rui Kléber Martins, engenheiro químico e professor universitário, que hoje é médico; Hariana Meinke que, trabalhando em uma multinacional francesa, desistiu da carreira e hoje é social media de diversas empresas e, além do mais, Davi Lobo, que escolheu os desafios de viver apenas da música. É preciso muito destemor para encarar os desafios de viver em novos lugares, como fez Celizaria Fernandes, dona de salão de beleza, que sempre está viajando a trabalho. E, para somar, há também Bruna Kitchen, que hoje vive no país dos seus sonhos após vivenciar o intercâmbio. É preciso tranquilidade e perseverança para suportar as consequências de um acidente de trânsito que deixou sequelas, como o jornalista Augusto César Costa, hoje dependente de hemodiálises e quase totalmente surdo. É preciso consciência e esforço para seguir seus próprios ideais, como fez César Kaczam, vegano e crudivorista. Esperamos que você, leitor, ao ler a história desses personagens, assim como eles, não se esqueça de sempre está fazendo perguntas para si mesmo. A cada momento, indague-se se está feliz e gostando das suas atividades. Caso contrário, lembre-se: tudo pode mudar outra vez. Essa é a beleza da vida. Boa leitura!
BOLSISTAS DO BRADO QUE PARTICIPOU DESTA EDIÇÃO Caio Amorim EDITORIAL Paloma Magalhães REVISÃO Soriel Leiros Colaboraram nesta edição TEXTO Amanda Cavalcanti, Ana Vitória, Evaniely Christine, Wesley Macedo, Gabriela Custódio, Isabelly Lima, Joseanne Nery, Naélio Santos, Natasha Lima, Paloma Magalhães, Rafaelly Leal, Raquel Rodrigues, Vitória Queiroz DESIGN Ariadne Cruz, Aline Araujo, Ana Lia Malveira, Musquito Cipriano, Maria Izabel, Andreia Nogueira, Rebeca Nisse, Lívia Carneiro, Bianca Kethulen, Romário Farias, Kamyla Galdino, Victoria Franco de o rs ro cu b o m s d ete no e S alu 7 d os e l d ad ta ld en a c u rim a F pe d ex o ta sm vis ali R e o rn J
Mudanças
Mas eis que chega a roda viva] Nesta edição da Matéria Prima, utilizamos a árvore cortada expondo seus anéis para representar a passagem do tempo, as mudanças cada vez mais dinâmicas da contemporaneidade e como ficou quase impossível catalogá-las e destacar sua importância devido à pressa constante de nossos dias.
SUMÁRIO
16 6
28 24
44 36
10 Inspire e Exale 12 Uma corrida para a vida 20 Segundo primeiro sutiã 32 Em busca dos próprios caminhos 40 Ainda é tempo de mudar 42 Uma cidadã do mundo
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Um destino para chamar de lar
Jovem e sonhadora, sempre quis viajar para o exterior. Conseguiu como intercambista, transformando a estadia em morada, o que já era seu propósito Texto|FOTOS Amanda Cavalcanti DESIGN Ariadne Cruz
Ela tem cabelos escuros e lisos, semelhantes aos da índia Pocahontas, personagem do primeiro filme da Disney, que assistiu, ainda em fita cassete, aos oito anos de idade. O mundo de magia fascinou a menina que, desde então, despertou em si o desejo de sair do Brasil. Aspiração que anos depois se realizou. Hoje, aos 27 anos, Bruna Kitchen mora no Texas, região sul dos Estados Unidos. Mas o caminho não foi tão simples. Apesar da vontade, os pais não tinham condições de pagar a viagem. “Nunca me faltou nada, mas eles não puderam me oferecer isso, porque era bem caro viajar para o exterior, e ainda continua caro”, resume. Ao procurar opções mais baratas, decidiu ir como Au Pair, um programa de intercâmbio remunerado de dois anos,
com a possibilidade de estudar, trabalhar e ainda ter uma casa de família para morar. Até então, o Texas não era a escolha. Sonhava com as ruas de Nova York, Boston ou São Francisco. Quando apareceu uma família do Texas, Bruna pesquisou sobre o ambiente, a economia e questionou-se: “Por que não?.”
Nunca me faltou nada, mas meus pais não puderam me oferecer a viagem, porque era bem caro ir para o exterior e ainda continua caro. Bruna Kitchen
A palavra que descreve as semanas anteriores à viagem é “anestesiada”. Bruna conta que não havia caído a ficha do que estava por vir e, já dentro do avião, sofreu um ataque de pânico. “Não, eu quero voltar para casa! O que estou fazendo? Não sei nem falar inglês direito, o que vou fazer nesse país?”, recapitulou com angústia. Chegando ao destino, a tensão ficou para trás, bem como a antiga vida. Na casa onde morava, cuidava de cinco crianças, às quais se apegou bastante. Mas como moravam juntos, tanto a mãe quanto as crianças, não sabiam diferenciar o horário de trabalho e o de outras atividades, interferindo no espaço da jovem. Mais ainda porque Bruna também estuda fotografia, espanhol e pretende entrar na faculdade de enfermagem, o que requer tempo.
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Após duas semanas no novo país, ela conheceu um jovem, Sean Kitchen, que hoje é o seu marido. No primeiro encontro, ele a levou para um restaurante brasileiro. O rapaz queria fazê-la sentir-se em casa. O namoro deu lugar ao noivado, e Bruna, que antes pretendia voltar ao Brasil, viu-se casando em Las Vegas. “Nunca tinha tido um relacionamento tão bacana com alguém que não é só meu marido. Ele é meu melhor amigo, que entende todas as coisas que preciso e está do meu lado para tudo, sabe?”, revela. Como casou, Bruna deixou o programa de Au Pair, porém continua trabalhando como baby-sitter, dessa vez, para uma família de indianos. “Eu amo as bebês que cuido. São gêmeas e vão fazer dez meses. Estou com elas desde os dois meses.” Além disso, ela tem feito ensaios fotográficos, adquirindo assim mais experiência, para, em breve, trabalhar com isso. “Fotografia é uma área que dá muito dinheiro no Texas. Uma cobertura de casamento é em torno de US$ 4 a 5 mil a noite”, argumenta. Todos os dias, Bruna conversa com os pais, Michelle Alencar e Silvino Santiago, e com a irmã, Samara Almada. Também faz contato com os amigos pela internet. Mas sente uma saudade especial de sentar-se à mesa
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do bar e poder falar as gírias do Ceará: “Marminino, arriégua”, exemplifica. Bruna frisa, entretanto, que não voltaria para a cidade natal, por causa da violência. “Dói saber que a minha cidade é uma das mais violentas do mundo, enquanto no Texas o crime é praticamente ‘none’, ou seja, nenhum, como se diz aqui”, lamenta.
Nunca tinha tido um relacionamento tão bacana com alguém que não é só meu marido. Ele é meu melhor amigo, que entende todas as coisa que preciso e está do meu lado para tudo sabe? Bruna Kitchen Atualmente, se sente mais madura e responsável. Quer seguir a carreira de enfermeira e, paralelamente, a de fotógrafa. A menina que um dia sonhou em conhecer a Disney, hoje desbravou muito mais e já encontrou o lugar com o qual se identifica tanto, que até poderia ter nascido nele: o Texas.
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Em busca de um novo estilo de vida, francesa troca o ambiente agitado do escritรณrio pela serenidadeda classe de ioga e revela como essa mudanรงa alterou sua forma de ver o mundo TEXTO |FOTO Ana Vitรณria DESIGN Aline Araujo
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Em uma pequena sala de iluminação branca, com pôsteres nas paredes e um tecido com a imagem de um deus indiano, uma professora de ioga ministra suas aulas. Seria uma cena comum se a professora em questão não fosse uma ex-executiva que mudou sua vida completamente em busca de paz e felicidade. Formada em Comércio e Relações Internacionais pela Université Paris - Sorbonne, Timila Boukhtouche, 33, trabalhava com marketing on-line. “Permaneci na indústria de marketing por dez anos na Irlanda, depois na Inglaterra. Morei em Londres sete anos.” Hoje, ela reconhece como essa escolha lhe foi gratificante. Depois de tanto tempo vivendo uma rotina cansativa e repetitiva, Timila percebeu que precisava sair daquela realidade. Em setembro de 2014, porém, tudo mudou. “Decidi que não queria esperar chegar até 40 anos para mudar, porque a carreira segue, mas a vida não. Procurei por qualidade de vida e felicidade, porque, quando se tem uma qualidade de vida melhor, se vive mais feliz.” Decidiu ir para a Índia, primeiramente para praticar ioga. Já no país, descobriu um curso para formação de professora de ioga, considerado de primeiro nível. Ela resolveu participar das aulas, que tiveram benefícios imediatos para sua vida: perdeu 15 quilos e sentiu que sua saúde mental também havia melhorado. “Como gostei bastante, permaneci lá e fiz o curso avançado. Depois de alguns meses, era um curso intensivo (de quatro da manhã até nove da noite). Resolvi apenas voltar a Londres para me desfazer do apartamento e vender minhas coisas.” Depois de um ano na Índia, se formou como professora de ioga. Lembra que, ainda na Índia, recebia propostas de trabalho. Sabia, no íntimo,
que a mudança tinha sido definitiva. Já havia visitado o país quando chegou ao Brasil em setembro de 2015. Conhecia algumas cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, mas preferiu um lugar no litoral do Nordeste onde o ioga não fosse tão difundido e pudesse realizar esse trabalho. Em Fortaleza, começou dando aulas de inglês e francês para se manter. “Também dava aulas de ioga, abertas ao público, para divulgar o meu trabalho e fazer fama.”
Procurei por qualidade de vida e felicidade, porque, quando se tem uma qualidade de vida melhor, se vive mais feliz Timila Boukhtouche
de ioga, que acaba perdendo sua essência. Ela afirma que o ioga que esses estabelecimentos praticam se parece mais com uma aula de alongamento. Com segurança, Timila fala que não se arrepende de nada, exceto de não ter tomado essa decisão mais cedo. No início, a minha família achava que estava ficando louca, mas não estava. “Não me arrependo de absolutamente nada. Esse é o estilo de vida que escolhi e dá para combinar o próprio bem-estar com uma profissão.” E, para quem ainda não decidiu sobre sua própria vida, ela aconselha: “Não deixe as desculpas atrapalharem. Analise bem o que não está trazendo felicidade, porque, no fim do dia, nada é para sempre, tudo é efêmero, tudo muda.”
Serviço Atualmente, ministra aulas três vezes por semana. Além disso, também dá aulas particulares e no calçadão da praia. “É muito bonito dar aula de frente para o mar, vendo o pôr do sol, é uma atmosfera bem diferente”, ressalta. Mas a capital cearense não é seu objetivo final. A professora pretende abrir um centro de meditação e ioga fora da cidade, longe do mundo agitado. Ainda não tem um plano pronto, mas procura um lugar próximo, a mais ou menos “duas horas de distância”, de Fortaleza. Ela avalia que as pessoas estão começando a perceber os benefícios do ioga tradicional, indiano. Cada aula deve ter duração de 90 minutos, começando e terminando com meditação. Timila entende, entretanto, que os serviços ofertados em academias da Capital não condizem com a prática original
Multikasa - segundas, quartas e sextas-feiras, às 19 horas Rua das Tabajaras, 554 - Praia de Iracema Calçadão da praia (Estoril) - terças, quintas e sábados, às 6 horas. Facebook: Timila Yoga Reservas por WhatsApp: (85) 99944.9546 Valores: não há taxa de matrícula; A mensalidade varia de R$ 120 a R$ 240, dependendo do número de aulas por semana.
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Uma corrida para a vida Ter forรงa de vontade depende de cada um. Foi este o aprendizado que uma cearense adotou com autodisciplina. Para ultrapassar os preconceitos e vencer, teve de superar a si prรณpria Texto| FOTOS Evaniely Christine e Wesley Macedo DESIGN Ana Lia Malveira
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Ela se condenava ao espelho por acreditar que nunca poderia emagrecer. Via os dias passarem atrás de grades que ela mesma criou para si, limitando seus pensamentos e matando sua autoestima, sufocando a sua essência feminina e perdendo o desejo de mudar pelo comodismo da situação. Após chegar aos 97 kg, Solange Andrade, educadora social da Associação Beneficente ao Menor Carente, Organização Não Governamental (ONG) do Parque São José, viu que não apenas precisava, mas tinha a necessidade de mudar. Mulher de muita fé, pedia orientação e força do alto para que conseguisse tirar o pé do freio. E, realmente, tirou. No dia 25 de maio de 2011, começou a caminhar para que seu corpo se acostumasse com a nova rotina. Após alguns meses, aumentou o pique até começar a correr, isso sem esquecer-se de balancear sua alimentação.
“Alimentação e exercícios têm que andar juntos. Eles são como um conjunto. Você não pode sair apenas com a calça ou só com a blusa, os dois se completam”, ensina Solange. Aos poucos, as coisas aconteceram naturalmente. Apesar dos confrontos consigo mesma, foi eliminando as vozes que a colocavam para baixo. Sim, a pior inimiga de Solange era a própria: o desânimo, o desconforto de sair todos os dias, o cansaço e as atividades dedicadas à família. Os vizinhos e familiares chegaram a pensar que estava doente ou mesmo viciada. Essas seriam as únicas explicações para o resultado de seu emagrecimento. Ela, porém, não se deixou abater com isso, pelo contrário, se fortificou mais. “Todo caminho que você escolhe trilhar tem obstáculos, vem o desânimo. Mas, se você tem um objetivo, consegue
passar por cima de tudo. As pessoas que tendem a não acreditar em você são as mais próximas. Mesmo assim, a gente tem que tirar de letra. O nosso maior adversário somos nós, a maior luta é conosco. Você tem que decidir o que fazer e seguir, ao invés de colocar a culpa nos outro”, filosofa a educadora. Durante esses cinco anos, Solange eliminou 42 kg de forma saudável, criando resistência física e servindo de exemplo para sua família e seus amigos. Lembram os acusadores do início? Eles também quiseram a fórmula “mágica”, e sabe o que ela disse? “Você vai conseguir, eu acredito nisso. Não desista!”. Em casa, a família está mais habituada com a nova dieta. As crianças já trocam o açúcar pelo adoçante e aceitam que o dia da pizza é apenas uma vez por mês. Rogério Andrade, seu marido, supervisor de loja, que era
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a acompanhá-la nas corridas. Apesar de já praticar atividades físicas e balé, ela viu na corrida uma forma de ganhar resistência física, controlar a respiração e melhorar a alimentação. Além de agradecer à Solange por sua disposição em ajudar, Larissa diz ter melhorando seu bem-estar físico e mental diariamente.
o maior desafio da casa, hoje reduz a alimentação. Evita jantar diariamente e já começou a sua própria maratona, fazendo o percurso de ida e volta ao trabalho caminhando. O pequeno Ezequiel, com sete anos, já estava acima do peso, mas passou a amar a prática esportiva. Hoje, joga futebol, e Sara, de 12 anos, dança. Atualmente, Solange faz 10 km por hora. Com uma rotina agitada, no entanto, chega a caminhar e correr até mais de 20 km por dia. E ela não para por aí. “Digo para mim mesma que só devo parar o que me faz mal. O que me faz bem, de jeito nenhum. Eu não posso parar”, reconhece. A inspiração motivadora não é apenas em casa. Larissa Alves, companheira de trabalho da maratonista, passou
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Minha motivação primeiro sou eu mesma, segundo é minha família, se eu não tivesse bem, como eu iria lutar por eles? Foi assim que senti quando decidi a mudar tudo Solange Andrade Meta conc luída. E agora?
Ela venceu o peso, mas novos sonhos já chegaram à sua mente. Agora, o objetivo é superar seu desempenho e melhorar para, então, competir. A nova meta é correr mais em menos tempo, precisamente, fazer os 10 km em, no máximo, 41 minutos. “Não quero massagear meu ego. Tenho que passar da fase de treino, quero correr, competir. Meu objetivo
final é participar da Corrida de São Silvestre. Eu posso!” diz, confiante. A mulher que se redescobriu é cheia de energia e força de vontade. Ela ensina aos filhos que a humildade é a base de tudo e que você nunca deve crescer subindo nos outros. Chegou a revelar que já tentaram fazer isso com ela, mas não conseguiram. Talvez tenha corrido mais rápido. Falar de idade para algumas mulheres é um problema, mas para Solange é motivo de felicidade. Ela tem 37 anos muito bem vividos, se sente como uma jovem de 17. Se duvidar, com bem mais alegria e amor próprio. Cheia de paixão pelo que faz, a menina mulher prende os cabelos de cachos sedosos, arruma a roupa, coloca os óculos e corre para continuar sua
nova vida, agora cheia de expectativas e bom humor, espalhando alegria por onde passa e contagiando as pessoas com sua motivação diária.
Desafio Aceito
E isso chegou até mim. É, também aceitei o desafio (risos). Para compartilhar a pauta, quis viver um pouco da vida de Solange. Acredite, parece mais fácil vendo-a vivenciar isso. Mas,se ela consegue, também consigo. O importante é começar. Falar sobre mudança é o máximo. Mas viver essa mudança é desafiador. Programar o despertador para levantar às 4h30, exige, no mínimo, dois alarmes, não nego. Ainda não é um ponto superado. Minha última aula vai até tarde, mas a rotina do trabalho, às
vezes, se estende. Chegar a casa depois das 22 horas e começar um novo dia na mesma rotina, sim, é cansativo. E lá fui eu. Briguei com o despertador, me arrumei e, com o céu ainda escuro, saí. Fiz um breve alongamento para iniciar, afinal, meu corpo sedentário havia perdido o hábito da prática física. Eu que, no máximo, subia os cinco andares da faculdade, dei a largada e fui. Os 45 minutos diários de exercícios nos primeiros dias foram bem puxados e doloridos. Meu corpo porém, logo pegou gosto pela coisa, e sim, meu dia passou a começar maravilhosamente bem. Exceto, é claro, nos dias chuvosos. Minha mente, no entanto, se expandiu, e tenho força suficiente para enfrentar a rotina agitada. E você, quando vai mudar de vida?
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Pela natureza, pelos animais Você já se perguntou qual o impacto da sua alimentação para o meio ambiente? César Kaczam optou por não consumir produtos animais em respeito a todos os tipos de vida TEXTO| FOTOS Gabriela Custódio DESIGN Musquito Cipriano
Salgadinhos, chocolates e refrigerantes a uma escada de distância. Dieta baseada em alimentos processados, poucas frutas e nenhuma verdura. Quem conheceu César Kaczam na infância ou na adolescência pode estranhar que hoje, aos 24 anos, em cursos, ele ensina a fazer macarronada de abobrinha, moqueca de algas e coco e outros pratos crus. Foi uma longa e gradual caminhada até o estudante de nutrição adotar o veganismo e o crudivorismo. Filho de comerciantes da rua 103, em Caucaia (CE), César teve fácil acesso a guloseimas na infância. Um dia, procurou especialistas para tratar alguns incômodos, e apenas um deles relacionou a alimentação às dores de cabeça, ao cansaço e às demais queixas. A partir dessa relação, ele enveredou por um caminho de (auto) descobertas sobre a
influência da alimentação no bem-estar físico e mental. O primeiro contato com o vegetarianismo se deu ao assistir aos documentários “Terráqueos — Faça a conexão” (2005) e “A carne é fraca” (2005), sugeridos pelo seu irmão Júlio. As cenas sobre o tratamento recebido pelos animais o impactaram, mas não levaram à substituição dos ingredientes. Foi a preocupação com a saúde a principal responsável pela mudança que afetou todas as outras áreas da sua vida. Primeiro, ele aboliu a carne vermelha. Depois, o frango. Por fim, o peixe. Quando descobriu que o consumo de leite e derivados causa danos ao meio ambiente, por conta de pastos e monoculturas, aderiu ao veganismo. Mais do que hábito alimentar, esse estilo de vida prega a não-exploração da natureza para consumo e entretenimento
humano, cortando quaisquer produtos de origem animal — desde alimentos e cosméticos até zoológicos. Para César, essa foi uma das fases mais difíceis, pois abriu mão de prazeres simples, como o pão com queijo, que fizeram falta. O processo de ingerir apenas alimentos crus e de se tornar crudívoro foi mais fácil quando incluiu o suco verde na rotina. Cheia de proteína vegetal, vitaminas e minerais, a bebida à base de folhas verdes e frutas proporcionou-lhe energia e força de vontade para continuar. “Parece que foi limpando tanto o corpo que fui atraído para o reino vegetal, cru, e, ao mesmo tempo, fui me desviciando do reino animal, dos cozidos e dos industrializados”, conta. Hoje, com a saúde em dia, a principal motivação para manter o crudivorismo é a responsabilidade com a vida — das pessoas, dos animais e do planeta.
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Em sintonia
Estudante de Nutrição na Universidade Estadual do Ceará (Uece), César não concorda com o conceito tradicional de alimentação balanceada. Para ele, apenas a rotina baseada na desintoxicação — pela ingestão de crus, prática de jejuns, meditação e esportes — pode limpar o organismo, e o corpo continua a adoecer se, após anos ingerindo substâncias nocivas, não experimentar esses procedimentos. Uma das consequências de sua experiência foi a perda de vícios. Sem apego ou culpa, um dia come cozido; nos seguintes, volta aos alimentos crus; quando decide, faz jejum. Menos radical, segue “eternamente brincando de auto-observação”. Esse desprendimento reflete a mente mais calma e focada no hoje — em vez de presa ao passado ou ansiosa pelo futuro. Para César, as curas física, mental e espiritual são inseparáveis, e a prática de ioga se relaciona com a mudança que viveu ao adotar a “alimentação viva”. Percebendo tantos benefícios na própria vida, resolveu
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Parece que foi limpando tanto o corpo que fui atraído para o reino vegetal César Kaczam dividir o conhecimento adquirido e, por meio do projeto Nutrição Viva, presta consultorias e ministra cursos de culinária crua para pessoas em busca dos mesmos ideais.
Viva libre
Para ter liberdade na cozinha, César saiu da casa dos pais e logo começou a dividir o cotidiano com a companheira argentina, Angela Muzio, 29. Juntos, constroem um ambiente que, além de lar, é palco para prática e ensino de ioga e venda de produtos desenvolvidos pelos anfitriões. Ainda em Buenos Aires, Angela participou de retiro depurativo em busca de curas alternativas para auxiliar o
tratamento de câncer enfrentado pelo pai. Descobriu, então, a limpeza hepática e aderiu à alimentação crudívora e vegana, mesmo com o estranhamento de seus conhecidos. A pele mais limpa, os dentes mais brancos e o fim das dores de cabeça e dos problemas respiratórios animaram a companheira Angela. Mais ainda a intuição aguçada, a percepção aflorada e a melhor capacidade de auto-observação. Então, para dividir seu conhecimento, criou o Cocina Libre, projeto de workshops e assessoria em alimentação crua e desintoxicação. Chegando ao Brasil, ela trabalhou na cozinha de um retiro semelhante na praia cearense de Canoa Quebrada e teve contato com amigos de César. Logo quando se conheceu, o casal percebeu que seus ideais estavam sincronizados. “A conexão foi muito forte. À primeira vista, parecia que você já conhecia a pessoa”, relembra César. Natural, então, que projetos pessoais e profissionais se unissem e virassem o Viva Libre. O resto é história que está sendo escrita.
Corrente do bem Durante as férias de fevereiro de 2015, a espanhola Isabel Moreno, 27, estava em Fortaleza (CE) e fez uma consultoria sobre alimentação crudívora com César Kaczam. Recém-adepta do veganismo e com histórico de doenças imunológicas, a recomendação para ela foi uma lenta transição para aderir a esta nova rotina. A cura para seus problemas de saúde não chegou de imediato e foi necessário respeitar os limites do corpo. Como estava decidida, abolir os produtos animais do cardápio foi fácil. Ela explica que complicado foi reaprender tudo o que já sabia sobre alimentação. “Me informei na internet, comprei muitos livros e instrumentos essenciais para cozinhar e comecei a fazer tudo desde o começo. Então, descobri uma nova paixão: a cocina!”, comemora Isabel, que já contagiou os amigos e o marido, que está seguindo seus passos.
O QUE É DETOX? O processo detox é a limpeza profunda da célula, oxigenando-a e eliminando tóxicos acumulados que impedem seu funcionamento normal.
SAIBA MAIS Viva Libre Telefone: (85) 99981-7020 E-mail: vivalibre.br@gmail.com
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SEGUNDO PRIMEIRO SUTIÃ
Transformações podem ocorrer por meio de um planejamento e mudar diferentes fatores. Larissa Viegas optou por uma intervenção, em prol de saúde e estética, que lhe trouxe novas possibilidades Texto | FOTOS Isabelly Lima (Arquivo Pessoal) DESIGN Maria Izabel
Na infância algumas meninas sonham com o primeiro sutiã: qual será a cor, dúvidas de como usar e comentários com as coleguinhas. É um acontecimento significativo que pode ficar na memória por algumas décadas. Marca a fase de encerramento da infância para a adolescência e, ainda, pode acontecer de algumas guardarem a peça e mostrarem, no futuro, para as suas filhas e netas. Algumas mulheres, porém, desenvolvem mais seios do que outras na adolescência. Com o decorrer dos anos, podem acontecer diferentes fatores que comprometem
a saúde física, além de problemas emocionais. A cirurgia de mamoplastia redutora, também chamada de redução de mama, remove o excesso de gordura. A jornalista Larissa Viegas, 29, formada na Faculdade 7 de Setembro (FA7), nasceu em Brasília e foi uma criança magra. Na fase da puberdade, engordou, e os seus seios cresceram demasiadamente. Ficava incomodada por ter o busto maior. Usava camisetas mais largas para tentar esconder e declarou achar sua estatura baixa, o que a fazia aparentar estar mais acima do peso. A numeração na tabela
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de medidas pode mudar dependendo da marca, e as suas numerações de sutiãs variavam de 48, 50 a extra largo. Depois de um determinado tempo, perto da cirurgia, descobriu que os sutiãs que ficavam bem no corpo eram os das marcas especializadas em plus size, são maiores, com a alça mais larga nos ombros e alguns possuem revestimento com outro material macio. Marcou consulta com um cirurgião plástico para obter detalhes sobre a cirurgia bariátrica e acabou obtendo também informações sobre a mamoplastia. Passou alguns anos pensando. Em 2014, decidiu fazer a redução da mama por questão de estética e saúde. Começou uma série de exames, como hemograma, do aparelho cardiovascular, ultrassonografia etc. A cirurgia foi realizada em duas partes: na primeira, foi a retirada de nódulos com uma mastologista e, a segunda, com o cirurgião plástico para a redução. Após a cirurgia, passou 30 dias de repouso para se sentir mais confortável. Evitava locais públicos e achou tranquilo o processo da cicatrização apesar de algumas limitações. A recuperação inicial foi bastante rápida, porém ainda não está completamente finalizada. O seu médico deu prazo máximo de um ano e meio após a cirurgia para ter o resultado final. Em março de 2016, completou um ano que realizou a cirurgia. Com um grande e feliz sorriso, Larissa firma estar satisfeita com o resultado e ainda possui esperança que desinche um pouco. Depois de usar o sutiã cirúrgico, sua primeira mudança foi conseguir usar um sutiã de tamanho M. “Minha frustração era entrar em uma loja e não conseguir comprar um sutiã.” Antes, não conseguia fazer corrida, pois sentia dores na coluna e nos seios; não fazia
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natação, porque não encontrava um maiô ideal. Então, após quatro meses da cirurgia, começou a praticar muay thai. Atualmente, está no pilates e fazendo
Minha frustração era entrar em uma loja e não conseguir comprar um sutiã Larissa Viegas dieta. Mudou completamente a alimentação, pois ajuda no emagrecimento e também no processo da ci catrização. “Eu vou emagrecer!”, foi o que disse Larissa no começo de 2015. Assegura, com rigor, que pode comprar em diferentes lojas e que as peças antigas, como os sutiãs, por exemplo, que ficavam apertados, ficam com um ótimo caimento. No seu blog, Penteadeira Amarela, publicou posts com vídeos, onde fala com muita simpatia sobre todo o processo da cirurgia e resultados. O seu namorado, Igor Alencar, 27, sugeriu a série se chamar “Meu Primeiro Segundo Sutiã”. Após um ano da cirurgia, ainda recebe feedback das leitoras, com dúvidas e elogios. Agora, consegue realizar com facilidade tarefas que antes eram difíceis, como entrar em uma loja e conseguir comprar um sutiã, que, para outros, pode ter sido sempre fácil e não imaginam que, para outras, pode ser complicado. “Foi um ano que mudou a minha vida em todos os sentidos. A cirurgia deu uma puxada na mudança”, e se diz feliz em demasia e com a autoestima renovada.
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sem medo de arriscar O que você faria se estivesse estabilizado no mercado de trabalho, mas não se sentisse feliz com sua atual profissão? Você se exporia ou seria tomado pelo medo? Hariana Meinke arriscou
TEXTO Joseanne Nery FOTOS César Ovalle | Eduardo Biermann DESIGN Andreia Nogueira
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Virar a página nunca foi um problema para a gaúcha Hariana Meinke de Almeida, 28. Filha de um cearense e de uma gaúcha que iniciaram a vida a dois em Brasília, as mudanças parecem fazer parte do seu DNA. Ainda criança, percebeu que a sua vida seria de constantes mudanças. Aos 7 anos de idade, saiu de Porto Alegre e foi morar em Fortaleza, onde fez muitos amigos e estudou boa parte da sua vida. Nem tudo, porém, são flores. No último ano do colegial (ensino médio), precisou transferir-se da capital cearense para Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Relembra que, inicialmente, foi difícil aceitar essa mudança. “Tinha muitos amigos em Fortaleza e também era bastante nova. Fiquei um pouco aterrorizada ao saber que eu não conhecia ninguém em Balneário Camboriú. Isso serviu, no entanto,
para eu perceber que a gente tá aqui é pra mudar mesmo.” Longe da cidade grande e de volta ao frio do Sul, já era momento de decidir qual profissão escolher. Em princípio, gostaria de cursar Jornalismo, mas foi na Publicidade que deu os seus primeiros passos acadêmicos. O sonho de seguir pelo mundo da comunicação durou pouco tempo. Hariana decidiu se arriscar no Comércio Exterior, curso que tem um mercado de trabalho abrangente na Região Sul. O fato de a estudante falar duas línguas, inglês e francês, além de português, e a influência empresarial de seu pai também contribuíram para a decisão da gaúcha. Logo em seguida, foi estudar na Universidade de Itajaí (Univali), cidade próxima a Balneário Camboriú, e se formou em Comércio Exterior. Durante dez anos, dedicou sua vida profissional à área de compras e vendas internacionais.
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Do Comércio às redes
Aos 24 anos, Hariana fez outra mudança que deu uma reviravolta na sua vida. A gaúcha largou a tranquilidade litorânea de Balneário Camboriú para viver no caos de São Paulo. Longe da família e dos amigos, contou com a ajuda do namorado, César Ovalle, fotógrafo da banda Nx Zero. “Não tinha amigos, casa, carro, enfim, não tinha nada em São Paulo. Só namorado. Um belo dia acordei e disse que ia embora. A gente precisa arriscar, não tem que ficar com medo”, ressalta. Apaixonada pela França desde criança, a gaúcha conseguiu o emprego dos sonhos, pelo menos esse foi seu pensamento inicial quando conseguiu trabalho em uma multinacional francesa, localizada na capital paulista. Paralelamente ao escritório e à burocracia do comércio exterior, Hariana dava seus primeiros passos como blogueira. Ao retratar seu cotidiano nas redes sociais, foi conquistando milhares de seguidores. Mesmo trabalhando numa multinacional francesa e ganhando muito bem, o coração da gaúcha ainda pulsava pela comunicação. Nos horários livres, fez
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cursos de Marketing Digital e Gestão de Conteúdos para Redes Sociais no Senac de São Paulo. Em maio de 2015, decidiu que precisava renovar seus planos profissionais e se dedicar totalmente às mídias sociais. A partir daí, a blogueira conseguiu seus dois primeiros clientes, que apostaram nela para ser social media , e, logo depois, pediu demissão da multinacional francesa. Quando perguntada qual foi o momento exato que resultou nessa mudança, ela prontamente respondeu: “Não existe hora certa para mudar. Se você estiver se sentindo infeliz, isso já é motivo suficiente.” Hoje, aos 28 anos, Hariana faz o trabalho de uma profissional multifuncional. A blogueira cuida de 14 redes sociais, monitora o site “Hey Nuts”, tratando de diversos assuntos com a designer de moda Yasmim Matos, e ainda arrisca ser modelo de campanhas publicitárias. Além de todas essas funções, a empreendedora também vem constantemente a Fortaleza para administrar a Natucoco, empresa do pai que, atualmente, é comandada pela gaúcha. O que mudou na vida de Meinke? “Trabalho como home office, ou
Não existe hora certa para mudar. Se você estiver se sentindo infeliz, isso já é motivo suficiente Hariana Meinke
seja, dentro de casa. Eu precisava planejar minhas viagens um ano antes; hoje, não. Tenho horários mais flexíveis. Continuo trabalhando muito, mais até do que pensei, mas também consigo viver mais. Saí de um ambiente extremamente quadrado e burocrático, onde às vezes precisava esconder minhas tatuagens, para um mais aberto e livre”, retrata.
Inspiração para mais de 80 mil seguidores
No Instagram (@harianameinke), recebe mais de duas mil curtidas por foto. Com relatos do seu dia a dia, fotos das suas viagens e postagens motivadoras, os seguidores conhecem um pouco mais da vida dela, se sentem mais próximos, diria, até amigos da blogueira. É normal entrar nos perfis da gaúcha e se deparar com comentários do tipo “você me inspira” e “obrigada por compartilhar seu dia a dia com a gente”. Há um tempo, Hariana compartilhou nas suas redes sociais sobre sua mudança de profissão e encorajou muita gente a mudar. “Recebi muitos e-mails de pessoas me pedindo conselho, principalmente
de gente falando que queria ir embora para São Paulo. Acho que cerca de cinco pessoas me falaram que já mudaram porque se inspiraram na minha história”, comenta, com um sorriso confiante. É o caso de Júlia de Sousa, 18, estudante de Arquitetura, que não esconde sua admiração pela blogueira. “Ela me inspira para conseguir o que quero. Acho muito legal o que ela diz e pensa, adorei saber que a Hariana arrecadou água para as pessoas que sofreram com a quebra da barragem de Mariana.” Júlia trabalha numa escola de línguas e disse que conseguiu engatar no primeiro emprego graças à motivação de Hariana. “Já estava encaminhada nesse emprego, mas quando vi o post dela, dizendo que devemos nos arriscar, vi que deveria aproveitar a oportunidade.” Ao ser questionada sobre os planos para essa fase, Hariana surpreende ao responder: “Não planejo nada. Vivo um dia de cada vez. Deixo as coisas fluírem naturalmente.” Essa resposta deve servir de aprendizado para você, caro leitor, porque o medo de mudar e a preocupação com o amanhã, às vezes, nos impede de conhecer caminhos incríveis.
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DEUS
e um físico Ao vivenciar, em diferentes momentos da vida, experiências com o Divino, o físico Saulo Dantas decidiu ser padre. O amor que o movia provocou mudanças em seus planos em suas ambições
texto|FOTOS Naélio Santos DESIGN Rebeca Nisse
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Experimentação. Adquirir conhecimento por meio da experiência é uma prática constante do ser humano desde o seu nascimento. É de sua natureza sentir curiosidade e atração pelo mistério, querer compreender o mundo. Ciência e religião, por exemplo, são campos distintos do pensamento, que trazem subsídios para fundamentar os mistérios da vida. Saciar os anseios da sociedade por explicações sobre o que est á ao nosso redor. Uma é pautada pelo raciocínio lógico; a outra, tem por base a fé. Não é difícil, logo, deduzir que a relação entre as duas traz complexidades e contradições. Existem semelhanças, no entanto, e estas são facilmente compreendidas por Saulo Maia Dantas, 28, mestre em Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Deixou uma vida confortável e carreira profissional promissora para entrar na Comunidade Católica Shalom e seguir o caminho do sacerdócio. Hoje, é seminarista e estuda para se tornar padre. A existência de Saulo Dantas é pontuada por momentos de forte experiência com Deus. Na Física, se aprende a ter confiança no que é experimentado. E ele questiona: “Se a Física me fez confiar na experiência, por que negaria minhas experiências com Deus?” Ao crescer em uma família católica, recorda que a primeira vez que externou o desejo de ser padre foi aos oito anos de idade, mesmo sem ter um real entendimento de como seria isso.
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“Era vocação. Algo que já estava dentro de mim, que já se manifestava. Sem que eu soubesse o porquê.” Ainda na infância foi, por seu perfil de religioso, gordo e nerd, motivo de chacotas onde estudava. Insatisfeito com a situação, resolveu mudar seus hábitos de vida e emagrecer. Aos dez anos, quando recebeu o sacramento da Primeira Eucaristia, já havia alcançado seu objetivo. Menino, antes religioso, acabou, porém, se distanciando da Igreja.
Se a física me fez confiar na experiência, por que negaria minhas experiências com Deus? Saulo Dantas Entre os dez e os 14 anos de idade, único período em que esteve distante da prática religiosa, Saulo Dantas vivenciou com intensidade a fase da pré e início da adolescência. O seminarista confessa que, na época, chegou a se embriagar e sair às ruas para pichar. Ser popular era um desejo do jovem distanteda Igreja. Ao se tornar usuário do mIRC, rede social conhecida entre os adolescentes de seu tempo, passou a manter contato
com um rapaz que participava de um grupo de oração da Igreja Católica. Sempre convidado a frequentar o grupo, ele lembra que inventava diferentes desculpas para não comparecer aos encontros. Chamado para passar o final do ano de 2001 com integrantes do grupo de oração em um resort no Porto das Dunas, o adolescente logo aceitou o convite, sem qualquer empecilho. No local onde todos só falavam de Deus, não seria interessante para Saulo ficar de fora. O seminarista relata que acabou se envolvendo sem perceber. Mas o rapaz se sentiu envolvido também por uma das coordenadoras do grupo de oração. Ele se aproximou, e ela lhe falou sobre sua experiência com Deus. Após este encontro, ele teve um momento de reflexão. “Tive a grande alegria de perceber que tudo de bom na minha vida tinha sido um dom do amor de Deus. Aquilo me moveu de gratidão.” Como numa cena de filme, no resort praticamente vazio, ele conta que abriu os braços para o céu e, mesmo sem compreender na época sua ação, disse: “Senhor, se tu me destes tudo isso, o mínimo que eu posso te dar é a minha vida.”
Juventude e religião
A experiência vivida no resort reaproximou Saulo da prática religiosa. Passou a frequentar a Comunidade Shalom ativamente, e em seus pensamentos, pairava a intenção de ser padre. Mas logo tal desejo foi vencido pelo surgimento de
um grande amor. Aos 17 anos, o jovem se apaixonou e começou a namorar. A moça também fazia parte do grupo de oração do qual participava. Na mesma época, ele tomou a decisão sobre que carreira profissional iria seguir. O objetivo era marcar seu nome na história. Ao analisar as possibilidades, viu que na Física existiam muitos nomes que contribuíram com a sociedade em diferentes épocas. Seu desejo era ser um deles. Hoje, o seminarista conclui que a pretensão do jovem estudante nada mais era que uma sede de eternidade, comum ao ser humano. Em 2009, viajou para um intercâmbio em Portugal. Durante os seis meses que
Senhor, se tu me destes tudo isso, o mínimo que eu posso dar é a minha vida Saulo Dantas passou na Europa, permaneceu frequentando a Comunidade Shalom. Mesmo namorando, o jovem r evela que se questionava sobre a possibilidade de ser padre. “Vez ou outra, em meio a este namoro, pensava: rapaz e se eu fosse padre? Se entregasse minha vida toda por amor a Deus?” Ao visitar a cidade de Ars, na França, Saulo
rezou de joelhos diante do corpo de Santo Cura d’Ars, padroeiro dos padres. Seguir o caminho do sacerdócio era um desejo vivo em seus pensamentos. Ele pediu para que o santo o ajudasse a descobrir qual seria a vontade de Deus. No dia seguinte, o seminarista conta que acordou com a suave convicção de que, sim, ele iria ser padre. Ao retornar ao Brasil, expôs para a família e à namorada seu real desejo pelo sacerdócio. Nesta época, o jovem havia acabado de concluir o curso de Física e já tinha dado início a um curso de mestrado na mesma área pela UFC. Terminou o relacionamento que durou cinco anos. Todos sofreram com a decisão. O seminarista revela que deixar tudo foi difícil, mas o amor que o movia era maior. “Hoje, olhando para minha história, vejo como uma grande adesão de amor a Deus.” Em março de 2011, foi aceito para viver na Comunidade Católica Shalom. Antes da grande mudança, concluiu e defendeu sua tese de mestrado. Estudante da Faculdade Católica de Fortaleza (FCF), numa turma com cerca de 50 seminaristas, Saulo Dantas está no último ano do curso de Filosofia e ainda deve cursar Teologia por quatro anos até chegar ao sacerdócio. Mas pondera que a vida missionária reserva muitas surpresas. Aguarda, agora, o dia em que receberá a ordenação como padre. “Desejo muito esse dia, mas conheço a importância de viver bem cada dia.”
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Em busca dos próprios
caminhos
Funcionária concursada, com 32 anos de trabalho Banco do Nordeste, deixa o estresse bancário e traça novos desafios para realizar um sonho antigo de trabalhar fazendo o que ama: escrever Texto| FOTOS Natasha Lima DESIGN Lívia Carneiro
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E se falarem que você não é capaz de fazer o que deseja? E quando você é a própria pessoa que diz que não é capaz? Então, não lhe resta dúvida: “Agarre toda oportunidade que aparecer na sua vida. Faça sem medo, vergonha e dê seu melhor”, aconselha Cláudia Lemos, 51. Nascida em Recife, sempre mudou de cidade durante toda a vida por causa de família e de trabalho. Filha de um militar dentista, Cláudio Vieira Moura, e de uma enfermeira, Analiá Ferreira Moura, Cláudia teve uma boa infância. Naquela época, sempre que pedia dinheiro ao pai para comprar algo diferente, era questionada se havia necessidade. Assim, aos 11 anos de idade, Cláudia decidiu ganhar seu próprio dinheiro. A igreja perto de sua casa, já morando no Rio de Janeiro, ofertava cursos, e um deles era de corte e costura. Na primeira peça que costurou, foi aconselhada a desistir. “Não me lembro se era uma blusa que ficou
parecida com um short ou um short que ficou parecida com uma blusa.” Mas não desistiu de ganhar o próprio dinheiro e fez um curso de manicure. Foi o primeiro certificado profissional que recebeu. Fazia valer, então, a máxima: o caminho é feito pelos nossos próprios passos.
Ser dona de pousada na praia deve ser bacana, mas o que gosto é de escrever Cláudia Lemos Com 13 anos, o pai foi transferido de volta para Recife. Um dia, a mãe, Analiá, descobriu que o Banco do Nordeste ofertava um concurso para menores.
Mesmo não conhecendo o tipo de trabalho, inscreveu-se. O concurso coincidiu com a seleção da escola técnica de telecomunicações que desejava. Não conseguiu entrar na escola técnica, mas passou no concurso público. “Meu pai dizia que a filha havia passado no curso do Banco do Nordeste sem ter estudado, mas era mentira. Eu tinha estudado, e estudo nunca é demais.” Cláudia Lemos foi chamada para assumir um cargo no Banco do Nordeste, no dia 12 de março de 1976, seis dias depois de ter feito 15 anos. Durante três anos, estudava, pela manhã, matérias básicas e, à tarde, estagiava em diferentes áreas do Banco. Com 18 anos, assumiu o cargo de escriturária básica. Nessa brincadeira, passou 32 anos no órgão e em diferentes agências do Brasil. Durante este tempo, graduou-se em Administração e fez mestrado em Administração de Empresas e Controladoria.
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Novos planos
Mais uma vez
“Sempre era chamada para dar pales“Para querer ser jornalista e não simtras aos trainees, e havia alguém que ples uma escritora, preciso capacitarperguntava: ‘A senhora tem quanto tem- -me para isso.” Disciplinas que possuem po de banco?’. Foi quando comecei a ver conteúdos históricos e teóricos são as que tinha mais tempo de banco do que mais fáceis de lidar para Cláudia, pois eles de idade.” Foi nesse momento, então, há momentos da história que ela vivenque Cláudia resolveu mudar. Aposentou- ciou e tem maior facilidade de entense do Banco do Nordeste em 2008, abriu dimento. Mas, na categoria Geração Y, uma empresa de consultoria e, em pou- a maior dificuldade é a disciplina de co tempo, foi convidada pelo presiden- Computação Gráfica. Então, em casa, te da Câmara de Dirigentes Lojistas de acaba se empenhando mais e estudanFortaleza para estruturar a área comer- do para ter melhor resultado. cial. Passou cinco anos na CDL. O sonho de mudar veio aos poucos. Em julho de 2014, recebeu um convite da Global Payments. E, depois de seleções, assumiu o cargo na empresa pri- Ela me inspira e assusta vada. Hoje, responde pela superintendiversas vezes. Ser filho dência da Região Nordeste. “É realmente um trabalho muito inte- de Cláudia Lemos nunca é ressante, mas tenho uma visão de futu- monótono ro para minha vida.” Chega um momento Felipe Lemos na vida que a pessoa precisa desacelerar. Esse estresse para Cláudia resultou em Em relação aos colegas de sala, pernão acompanhar o crescimento do fi- cebe que possui um compromisso lho, Felipe Lemos, 26. Um dia pediu para maior com o que é proposto pelos proFelipe realizar um depósito bancário. À fessores por saber que o que está sennoite, Felipe disse que havia ido ao banco do dado irá servir para sua profissioàs 17 horas, mas estava fechado. Ela expli- nalização. Mas, para ela, essa atitude cou que os bancos fechavam às 16 horas. não é irresponsabilidade, e sim porque Felipe, então, devolveu: “Mãe, eu não sa- não viveu o suficiente para definir o bia. Passei a vida toda vendo você e o papai que realmente quer. “Penso que quando você está muito focado e sabe o que chegarem às 22 horas da noite em casa.” Ainda assim, a necessidade de mudar quer, se esforça mais.” passou novamente por sua cabeça. “Ser “Gosto do inusitado, do diferente.” dona de pousada na praia, deve ser baca- Quando fez 50 anos de idade, Cláudia na, mas o que gosto é de escrever.” Então, participou de um curso de sobresurgiu o jornalismo à sua frente. vivência na selva amazônica. Dessa
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experiência aprendeu que sempre pode mais. “Quando achar que estou no meu limite, eu não estou.” Essa experiência fez dela uma pessoa mais corajosa e com o pensamento que sempre pode se superar. Um de seus maiores medos antes de ir para a selva amazônica era de baratas. Mas, depois de tudo que passou na mata, percebeu que a barata é pequena.
Único filho
Com Felipe Lemos, Cláudia presenciou mais uma mudança na vida. O único filho mudou-se para São Paulo para viver a própria aventura, seguindo os passos da mãe. Felipe deixou para trás trabalho, família e amigos. “A minha ida a São Paulo foi bem planejada, vários meses antes do meu casamento. Certamente, foi a maior mudança de minha vida, mas está sendo maravilhosa”, esclareceu. Apesar da saudade, a distância não afetou negativamente o relacionamento entre mãe e filho. Ao contrário, fez a relação se fortalecer ao darem importância aos momentos de cumplicidade. “Ela me inspira e assusta diversas vezes. Ser filho de Cláudia Lemos nunca é monótono.” Cláudia está determinada a comandar seus passos para chegar ao futuro que deseja. Daqui a cinco anos, deseja estar viajando e escrevendo sobre o que vê no mundo, o que sente, além de não recusar nenhum trabalho por ser ariscado. “Pare de achar que você não pode, porque você sempre pode. E, quando você consegue, pode um pouco mais.”
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Ter de conviver e não desistir Quando as sequelas de um acidente obrigam um jornalista naturalmente irrequieto, profissional e culturalmente, a adaptar-se à nova condição de vida compartilhada cada vez mais com outras pessoas texto Paloma Magalhães FOTOS Yago Resende DESIGN Bianca Kethulen
“Um dia... pronto! Me acabo. Pois seja o que tem de ser. Morrer: que me importa? O diabo é deixar de viver.” É desta maneira que o poeta Mario Quintana sintetiza o significado da vida para nós, seus descendentes sentimentais. Uma vida intensa é para aqueles com coragem suficiente para não se tornarem medíocres, cheia de desafios e com atenção ao máximo para deixar as sutilezas passarem despercebidas. Mas o que acontece com um homem de vida agitada que, pego de surpresa pelos imprevistos, é atropelado por um táxi enquanto saía da ciclovia e atravessava a avenida Santos Dumont, favorável a ele,
deixando-o quase totalmente surdo, com coágulo no cérebro e dependente da hemodiálise pelo resto da vida? Um homem que colecionou durante anos discos de jazz e que, hoje, olha para sua coleção com o gosto amargo da nostalgia? O jornalista Augusto César Costa sofreu o acidente em fevereiro de 2015. Hoje, é preciso falar pausadamente e um pouco alto para que seu aparelho de ouvido, responsável por fornecer 1% de audição, consiga captar algum ruído proveniente da voz do emissor. Seus braços contêm as marcas das hemodiálises as quais é obrigado a fazer quatro vezes por semana, durante três horas, em
virtude da inexistência de seus rins. O tratamento força o coração, e é grande a probabilidade de sofrer um ataque cardíaco. Tem o lado esquerdo do corpo dormente e sente dores devido ao coágulo proveniente do Acidente Vascular Cerebral (AVC). O risco de ataques epiléticos também é uma constante. Desafiando previsões dos médicos, Augusto César revela que a vida é cheia de mudanças. Nosso “eu” de ontem não é mais o “eu” de hoje. Relembrando a vida dinâmica, o jornalista exibe sensibilidades, medos e aprendizados, além de enorme gratidão por todos aqueles que continuaram ao seu lado após o acidente.
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Juventude e ditadura
Augusto César nasceu no dia 27 de setembro de 1949. Cresceu sendo alfabetizado pela própria mãe, ampliando o autodidatismo da família. Foi nessa época que surgiu o seu amor pela música por meio da canção “I Found a Million Dollar Baby”, de Bing Crosby. Já na adolescência, encantou-se pela sensibilidade artística das palavras. Foi atrás de trabalho, aos 17 anos, e tornouse revisor de textos no jornal Gazeta de Notícias, passando, posteriormente, para repórter e também diagramador. Em viagem para o Rio de Janeiro, foi convidado por amigos a participar da manifestação contra a Ditadura Militar, a “Passeata dos 100 mil”. A cavalaria do Exército, porém, dispersa todos os manifestantes com truculência. O rapaz Augusto, de 18 anos, transformou-se, nesse momento, em oposição política.
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Voltou a Fortaleza, cursou Filosofia na Faculdade de Filosofia do Ceará, vinculada à Universidade Federal do Ceará (UFC). Na academia, representava forte liderança política e era admirado pelos demais estudantes. Por esse motivo, foi preso e torturado pela opressão da Ditadura Militar. Recordase, emocionado, dos amigos que foram mortos no período . Por esta razão, revela a motivação para deixar novamente o Ceará e ir para o Rio de Janeiro, dessa vez para morar. Lá trabalhou como assessor na Secretaria de Obras do Governo. Foi casado durante oito anos e teve um filho, que hoje mora na Holanda. O mercado de trabalho ficou difícil, e ele voltou ao Ceará. A Teleceará foi seu primeiro trabalho no cenário cultural cearense. Também trabalhou no jornal O Povo, na TV Ceará (TVC) e na TV Jangadeiro. Recorda
emocionado o final de um dos editoriais que redigiu enquanto âncora do Jornal Livre. Era o trecho da canção “Brasil”, de Cazuza: “Triste pátria distraída, eu não vou te trair.” Também foi diretor-presidente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Trabalhou em Brasília na área cultural e dirigiu o setor de recepção e análise da Lei Rouanet.
A mudança
De todas as mudanças pelas quais a vida de Augusto César passou, o atropelamento foi a mais radical. Todo o seu organismo foi afetado. “Meu corpo todo dói. Eu me adaptei ao fato de trabalhar a cabeça para desprezar a dor e a mantenho controlada.” Sente falta de seus discos, que chegam a quase 800 títulos. Sempre foi amante da música clássica, de ópera, de jazz. Hoje, escuta apenas um ruído quando ouve qualquer música.
Meu corpo todo dói. Eu me adaptei ao fato de trabalhar a cabeça para desprezar a dor e a mantenho controlada Augusto César Costa Sente uma grande admiração por Stephen Hawking, físico teórico e cosmólogo britânico, diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, doença que afeta células nervosas responsáveis pelo controle da musculatura. “Seu corpo todo pode morrer, menos os seus neurônios. Foi isso o que não me deixou morrer”, afirma, ao citar seu neurologista, que negou a sua
capacidade de sobrevivência do coma decorrente do acidente. Em seu escritório, em casa, reúne diversos livros. Também guarda vários outros livros no Kindle — dispositivo de leitura móvel —, lê jornais de diferentes estados e nacionalidades, acompanha as notícias nas redes sociais e mantém firme a posição de esquerda política, surpreendendo os jovens por suas ideias de liberdade e igualdade entre as pessoas.
Nágia, a esposa
“Nos conhecemos na Praia do Futuro. Entre nos conhecer, namorar e casar foi um processo de seis meses”, recorda, sorridente, Nágia, mulher de Augusto César, casados há 34 anos, com dois filhos e três netos, entre eles, Isabella, a mais velha, de cinco anos. Conhecer o marido independente e, algumas décadas depois, passar a dividir uma vida com todas as
dificuldades que o acidente trouxe não foi fácil. “Foi um choque ele perceber que tinha perdido praticamente toda a audição. Um dos grandes prazeres dele, a música, foi perdida. Ele não pode mais ouvir.” O companheirismo de Nágia e Augusto é encantador. “O que seria de mim sem você? (...) Amor, me dá aquele copo.” São gestos e palavras de carinho sensível entre duas pessoas que vivem dificuldades e, mesmo assim, continuam juntas, convivendo no amor da mesma casa. Augusto César acredita que a vida é a oportunidade de conviver com as pessoas, de compartilhar momentos. E lembra, reconhecendo que, para viver, é preciso não temer a morte. “Enquanto tivermos ao nosso lado pessoas queridas, que nos dão afeto, compreensão, nos ajudam a alargar nossos horizontes de conhecimento, seja servindo de espelho ou nos ajudando a não desistir”, cloncluiu Augusto.
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Ainda é tempo de mudar
A realizacão pessoal pode estar em um novo emprego. Isto aconteceu com a vida de um engenheiro químico, que largou a profissão e encarou o desafio de cursar Medicina, próximo dos 40 anos TEXTO Rafaelly Leal FOTOS Rafaelly Leal e arquivo pesosal DESIGN Romário Farias
Desanimadas com a vida profissional, algumas pessoas resolvem largar a carreira em que atuaram por anos e começar uma nova. Mudar não é fácil, principalmente quando já se tem quase 40 anos de idade. Nessa altura da vida, as responsabilidades são maiores. Quem já está no mercado há algum tempo, sabe como é complicado construir uma carreira sólida, conquistar um bom salário e adquirir estabilidade. O que acaba explicando a motivação para encarar uma transição de carreira são as maiores chances de sucesso e encontrar-se profissionalmente. Rui Kléber Martins vinha se sentindo um pouco assim, insatisfeito, sem saber ao certo o porquê. Aos 35 anos, casado, com dois filhos, tinha uma vida financeira
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estável. Formado em Engenharia Química na Universidade Federal do Ceará (UFC), era concursado e exercia a carreira de químico e de professor na instituição. Tendo em mente que deveria pensar em novos rumos, Rui Kléber continuou a exercer sua então profissão, até que a esposa engravidou pela terceira vez. Ao acompanhá-la nas consultas ao obstetra, começou a pensar no quão interessante era o papel do médico. Após algum tempo, acabou se inscrevendo novamente no vestibular da UFC. “Não estudei nada e, no dia, pensei em desistir de fazer a prova, mas acabei indo. Para minha surpresa, fui aprovado”, lembra. Mesmo após a aprovação em Medicina, não tinha como conciliar a carreira de químico, de professor e a faculdade em
Se pudesse voltar no tempo, aos 18 anos quando escolhi cursar Engenharia Química, escolheria logo de cara a Medicina Rui Kléber
tempo integral. Por isso, passou dois anos apenas fazendo matrícula institucional para não perder a vaga, até decidir pedir demissão e começar a faculdade. Logo no primeiro semestre de Medicina, percebeu que tinha tomado a decisão certa. Apesar do amor por química, sentia que seu trabalho ideal era o de cuidar de pessoas. Antes de trocar de área, é fundamental planejar bem a mudança. Torna-se necessário analisar se você está apenas cansado do trabalho ou se realmente é preciso recomeçar. É importante também equilibrar o lado profissional com o pessoal, respeitando sempre o bemestar e a qualidade de vida. No caso de Rui Kléber, o apoio da mulher, Márcia Goiana Martins, foi fundamental na decisão. “Não deve ser fácil para uma mulher ver o marido deixando para trás o
que tinha construído, para tentar um projeto que não tem garantia nenhuma que dará certo. Se não fosse o apoio dela, teria sido muito difícil”, ressalta Kléber. Quando questionado sobre as dificuldades que enfrentou, o médico lembra que ouviu muitas críticas de pessoas próximas e de alguns professores, que chegavam a incentivá-lo a desistir do curso por conta da sua idade. Revela, porém, que o maior problema foi ter deixado o emprego, passando a dar aulas somente no turno da noite, o que fez a renda familiar diminuir bastante. A solução foi reduzir os gastos, vender alguns bens e esperar colher os bons frutos que a Medicina poderia oferecer, pois, ainda hoje, é uma das profissões de mais retorno financeiro. Mudar não é fácil, destaca Rui Kléber. Acredita, porém, que quem não gosta do
que faz, vai ser eternamente insatisfeito e dificilmente um bom profissional. Para o médico, nunca é tarde para estudar e tentar de novo, respeitando sempre as suas limitações. Confessa, inclusive, que teria vontade de voltar para a faculdade novamente e cursar Letras. Hoje, Rui Kléber Martins tem 56 anos. Há 12 anos é ginecologista obstetra e fala com orgulho de como a sua história também influenciou os três filhos, também médicos. O mais velho, Rui Kléber Filho, é neurologista. A do meio, Olga Martins, é ginecologista, e a filha mais nova, Andrea Martins, recém-formada em Medicina. “Se pudesse voltar no tempo, aos 18 anos, quando escolhi cursar Engenharia Química, escolheria logo de cara a Medicina. Não tenho nem dúvidas de que essa é a minha vocação.”
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Uma cidadã do mundo Mãe e sonhadora, em busca de reconhecimento profissional, uma cearense que ama sua terra e, principalmente, a família e o que faz não se arrepende de viver se mudando Brasil afora TEXTO|FOTOS Raquel Rodrigues DESIGN Kamyla Galdino
Ela é cearense e diz amar ser cearense. Esteticista e empresária, Celizaria Fernandes trabalha no ramo de ‘salões de beleza’. Atualmente, tem um na avenida Edilson Brasil Soares, no bairro Sapiranga. Desde muito nova, em Quixadá, onde nasceu, já pensava em querer mais e ir além. Quando completou 18 anos, foi morar em Belém, no Pará, sozinha e sem ajuda de quase ninguém. Passou muitas necessidades, mas diz que foi lá onde aprendeu a “ser gente”. Depois de alguns anos, resolveu voltar para o Ceará, mais especificamente para Fortaleza, e foi aqui que tudo começou. Sempre se interessou pelo ramo da beleza e dos cuidados com a pele. Teve câncer de pele muito nova e, a partir da doença, interessou-se pelo ramo e quis se tornar esteticista. Depois de formada, morou em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná e, atualmente, está na capital cearense. Todas as mudanças foram em decorrência do trabalho. Ela lembra que não foi fácil fazer tanta mudanças. Mas, por amor ao que faz, não se arrepende de viver nessas constantes mudanças. Por muito tempo, só vivia de mudanças e gostava. Não morava mais do que um ou dois anos em um Estado, mas não porque queria viver se mudando, e sim por causa do seu trabalho. No começo,
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não havia problema com relação a viver se transferindo, mas, depois que se casou e teve filhas, foi difícil.
Família versus trabalho
Na época, não podia parar algo que mal tinha começado a dar certo e que fazia isso pelas filhas também. Hoje, diz que está tudo bem porque se fixou em Fortaleza e pretende não sair. Quando vivia se deslocando, o que mais a afetava era a saudade da família, coisa que era difícil lidar, mas era necessário. Lembrou os melhores e piores momentos que viveu durante essas mudanças constantes de lugar. O pior, com certeza, era quando tinha que ir para longe da família. E, entre os melhores, era por saber que seu trabalho estava dando certo e quando poderia voltar para casa e vê-los, ou quando eles iam visitá-la. Ao ser questionada porque a família não ia junto, qual o lugar que tinha vivido e que gostou mais ou menos, a empresária recorda que era complicado na época. O trabalho do marido era em Fortaleza, e as suas filhas tinham crescido na cidade, além de terem amigos, a relação com a escola, isso seria uma transformação muito grande para eles. Até porque os familiares também eram de Fortaleza e, por isso, tornava-se ainda
mais complicado. Celi, como ela gosta de ser chamada, diz que, a cada mudança, tinha de começar tudo de novo, e não queria fazê-los passar por isso. Belém tem lugar reservado, mas não foi o que ela foi a trabalho e, sim, onde aprendeu mais, com a vida principalmente. Se pudesse fazer tudo de novo, com certeza, iria para lá novamente. Sempre que pode viaja para a capital paraense com a família, porque gosta muito da cidade e tem um carinho especial. E o de que ela menos gostou foi São Paulo. Relaciona esta falta de empatia com o fato de ter sido a primeira cidade que foi sozinha, sem família, e que foi bastante difícil. E, agora, depois de tantas experiências e vivências Brasil afora, será que a empresária ainda pensa em transferir-se? Ela é direta na resposta: no momento, não quer. Como está há esse tempo em Fortaleza, não pretende sair. Montou seu salão de beleza e pretendia expandi-lo, e não seria bom para os negócios se saísse agora. Ela ressalta que fazia muito tempo que não parava em um lugar fixo. Agora se sentia mesmo em casa, pois estava com a família perto e não havia outro lugar para onde pretendesse ir. Em um futuro, quem sabe, se resolver se mudar, seria para fora do País. Aí, entretanto, são planos para o futuro, finalizou, aos risos.
No começo ela não tinha problema com relação a viver se mudando, mas, depois que se casou e teve filhas, foi difícil Celi Fernandes
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Desafios para viver de música Até pouco tempo, ele ganhava a vida dividido entre o emprego como subsecretário da Secretaria de Meio Ambiente de Pacajus e o de músico, mas nunca largou mão do sonho de viver somente desta profissão Texto FOtOS Vitória Queiroz e arquivo pessoal Design Victoria Franco
As fotografias ainda estão guardadas com carinho pela mãe. Nos eventos em família, ainda criança, sentado na mesa, cantava junto com ela enquanto o pai tocava violão. Naquela época, Davi Lobo Bandeira não imaginava seguir a carreira dos pais. Pretendia se formar em contabilidade. Como a música sempre esteve presente em sua vida, no entanto, desistiu da faculdade, passou por vários empregos, mas sem deixar de lado a paixão pela arte de cantar. Esta história pode despertar curiosidade, inspiração e até comentários do gênero: “Que coragem!”
Mais que coragem, porém, ele se planejou bastante até pôr em prática o “plano B” para sua vida profissional. A relação com a música sempre permeou a vida de Davi. Seus avôs não eram músicos, mas sempre gostaram de ter a música por perto. A mãe, Gláucia Lobo, cantora profissional, gostava de levá-lo ainda criança aos shows, e isso fez com que ele fosse se familiarizando com a noite. “Não lembro quando foi que realmente a noite chegou a mim. Minha mãe sempre diz que eu, na barriga dela, já ia cantar. Então, nunca me desconectei da noite. Ela sempre fez parte da minha vida.”
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As pessoas que mais me incentivaram a viver só de música foram as que disseram que não ia dar certo; tinha certeza de que podia provar para elas que daria Davi Lobo
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Mesmo com a música tão presente, não se dedicava exclusivamente a ela e, por mais de dez anos, dividiu seu tempo entre os diferentes empregos e a paixão por cantar. Durante seus 33 anos de vida, o cantor já passou por vários empregos, a maioria deles ligados à área comercial. A decisão de se dedicar somente à música veio por meio de um convite da mãe, para cantar em um show, na gravação do DVD dela. Na época, trabalhava como representante comercial e, por ter assumido a representação em seis cidades, estava muito focado no trabalho, deixando a música de lado. “Chamei os meninos que tocavam comigo antes e a gente montou um show para tocar para minha mãe. Nesse show percebi que realmente estava sendo um cara infeliz, vivendo do comércio.” O Davi comerciante, e aparentemente feliz,
deixa o emprego, coloca o violão nas costas e decide viver novamente da música. Sem cantar profissionalmente durante dois anos, decidiu dar mais uma chance ao seu sonho e, ainda assim, quando sua carreira começou a dar certo novamente, decidiu mais uma vez conciliar a música com outro emprego. A decisão de mudar completamente de vida e deixar o emprego para se dedicar exclusivamente à música ocorreu somente no início de 2015. “Foi um processo. Sempre gostei de fazer as coisas muito bem feitas. Quando tinha alguma meta muito forte de vendas, por exemplo, me concentrava nas vendas, a música caía um pouco e não tinha tanto tempo em me dedicar, fechar show. Então, não fazia como deveria fazer, e isso foi me incomodando com o passar do tempo. Percebi que poderia viver só de música.” A partir daí, Davi Lobo começou a se organizar.
Fechou mais contratos, viu o quanto estava ganhando por mês e, quando chegou a um valor que, para ele, era confortável e dava para se manter, decidiu largar o cargo de subsecretário de Meio Ambiente na Prefeitura de Pacajus e viver somente da música. O apoio da família, dos colegas de trabalho e, principalmente, daqueles que algum dia criticaram o seu trabalho foi fundamental para encorajá-lo nesta decisão. Davi fala sempre que o artista tem uma capacidade muito grande de se automotivar. “As pessoas que mais me incentivaram a viver só de música foram as que fecharam a porta para mim, as que disseram que não ia dar certo. Foram essas pessoas que me fizeram viver de música, porque tinha certeza que podia provar para elas que isso daria certo.” O início da carreira foi marcado por dificuldades. Por não conhecer bem o mercado da música e por não ter dinheiro no começo, o artista levou muita “porta na cara”. Mas, em nenhum momento, arrependeu-se de ter tomado esta decisão que mudaria o rumo da sua vida. Quando dava palestras, falava que as pessoas devem ser perseverantes nos seus objetivos e flexíveis nas suas estratégias. E tirava muito disso para a vida dele. Sempre que algo não está legal, quando algum projeto começa a
não dar certo, quando estou meio que desacreditado das coisas e estou querendo me desanimar, tento mudar de estratégica e sempre dá certo.” Hoje, Davi se sente mais feliz e realizado por poder fazer o que gosta e ainda ter uma rotina de vida mais tranquila do que tinha antes. “Sou dono do meu tempo, apesar da agenda lotada. Posso dormir até um pouco mais tarde, vou para academia... Quando chego cansado do show, posso ficar tranquilo por saber que não terei nenhum compromisso pela manhã.” Carreira profissional No início, em 2001, reuniu-se com dois amigos músicos e montou o trio Retrato Falado. Apesar da base musical da banda ser a MPB, nunca se rotularam com algum estilo musical e sempre gostaram de todos os estilos. Misturavam samba com baião, rock com uma pegada country, porque, para eles, a musicalidade brasileira tem essa pluralidade. Colocavam isso propositalmente nos shows que faziam. Retrato Falado é um projeto que está guardado. Davi passou a trabalhar seu nome e buscar um segmento musical que hoje é o sertanejo. No começo, foi complicado. Atualmente, percebe que, após essa mudança de estilo, tem um público muito mais fiel e que acompanha muito mais de perto o seu trabalho do que antes.
Com média de 20 shows por mês, o artista toca em casamentos, aniversários, eventos sociais de prefeituras, aniversários de municípios, clubes e bares. A escolha do repertório acontece muito da interação com o seu público. Este sempre manda sugestões de músicas por meio das redes sociais, que hoje têm um papel importante na disseminação do seu trabalho. Seu desejo como artista é se consolidar primeiramente no Ceará e posteriormente no Nordeste. “Estou muito feliz com o momento que estou vivendo como artista. Não tenho medo de arriscar. E esse meu último arriscar, de não só mudar de estilo, mas também de mudar a postura, não é um trabalho fácil. É, na verdade, um trabalho que estou começando a colher os frutos agora, e isso me traz uma esperança.”
Saiba mais Davi Lobo davilobooficial@gmail.com facebook.com/davilobocantor (85) 99220-5001
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