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Revista laboratรณrio dos alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitรกrio 7 de Setembro

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O portal QUINTO ANDAR é voltado para o corpo discente do Centro Universitário 7 de Setembro e aos membros externos, interessados nos projetos publicados. O nome faz referência ao andar dos alunos criativos da instituição, dos cursos de Publicidade e Jornalismo.

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Caro leitor, REITOR Ednilton Soárez VICE-REITOR Ednilo Soárez PRÓ-REITOR ACADÊMICO Adelmir Jucá PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Henrique Soárez COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Magela Lima COORDENADORA DO CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA Nila Bandeira

p issuu.com/npjor/docs

EDITORES CHEFES Ana Márcia Diógenes & Miguel Macedo PROJETO GRÁFICO Humberto de Araújo DIREÇÃO DE ARTE Diego Henrique ESTAGIÁRIO DA BRADO Aldemir Neto EDITORIAL Magela Lima COLABORARAM NESTA EDIÇÃO texto  Anderson Souza, Cleisla Falcão, Fábio Pinheiro, Igor Tawen, Stefane Castro, Vitória Barbosa, Victoria Nogueira, Vitória Yngrid diagramação  Aldemir Neto, Ana Timbó, Igor Thawen, Isabela Gomes, Júnior Santiago, Vinícius Braga ilustração  Neyliana Maia

Numa época em que o elogio ao novo é imperativo, encontrar beleza no correr do tempo é virtude para poucos. Tudo fica obsoleto rápido demais. Temos vivido sob o ritmo das atualizações. A escola, uma boa escola, aliás, não seque essa cartilha. Educar passa pela construção de laços que não se dão no imediato. Ao completar seus primeiros 15 anos, o curso de Comunicação Social do Centro Universitário 7 de Setembro é bom exemplo dessa construção processual. Hoje, os profissionais egressos da UNI7 já se demarcam no mercado, nos mais variados campos de atuação, como referência de boa formação, de bom desempenho técnico e compromisso ético. Esses resultados cruzam uma infinidade de histórias. É um tanto de esforço, um tanto de sonho, um tanto de ousadia, um tanto de apoio. Essa caminhada de 15 anos, ainda curta, é repleta de conquistas individuais e coletivas que apontam para um horizonte distante e desafiador. Há muito a ser feito e isso só será possível na medida em que o vivido for reconhecido e festejado. É esse, pois, o desafio assumido pelo grupo de alunos e professores que assinam esta edição da revista Matéria Prima. Em 10 diferentes textos, o curso de Jornalismo e o próprio fazer jornalístico são revisitados e provocados. Em foco, o registro de uma história em pleno processo de invenção. A turma fez um rigoroso e delicado trabalho de garimpo, resgatando causos e personagens que ajudaram a UNI7 a ser o que é, e, de quebra, lança perspectivas que nos convidam a sonhar com o futuro. Boa leitura!

NOSSA C APA Concepção  Neyliana Maia Montagem  Aldemir Neto Publicidade e Propaganda

Ilustração  Neyliana Maia

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6 Caminhada do aprender 0 12 Artistas utilizam espaços

públicos como palco para apresentações

16 Mercado de trabalho

começa na faculdade

20 Os caminhos de quem já passou por aqui

26 As portas que se abrem para quem tem interesse

0 Agregar valor ao currículo 3 34 Sindijorce amplia número de associados

40Notícia não é qualquer história

46O dilema do Jornalismo nas redes

50 Do folhear o papel ao rolar a página

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CAMINHADA DO aprender De um início com uma turma fechada, por falta de participantes, a um Centro Universitário reconhecido como referência de bons profissionais: a estrada trilhada de forma árdua para dar continuidade à formação Texto Cleisla Falcão e Stefane Castro diagramação Aldemir Neto

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↔ A FA7 tornou-se Centro Universitário 7 de Setembro [FOTO: Banco de Dados]

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Quando o sonho de educar passou a ir além do ensino básico, a Educadora 7 de Setembro percebeu a necessidade de oferecer formação superior. Após quatro anos de existência da então FA7, foi criada a graduação de Comunicação Social, com habilitações em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Nasceu junto com o desafio de disponibilizar boa estrutura, especialistas renomados e um ambiente de segurança. O Pró-Reitor da UNI7, Adelmir Jucá, doutor em educação, relembra com detalhes o desafio de buscar professores com mestrado e doutorado e atuantes no mercado: “Como eram profissões relativamente recentes no Ceará, o corpo docente especializado era muito difícil de ser encontrado. E prezamos por qualificação.”. Jucá ressalta a estrutura do Centro Universitário 7 de Setembro, que possui 16 laboratórios de informática que ficam à disposição para todos os alunos. Para as atividades práticas da Comunicação Social, a UNI7 conta com sala de agência de notícia, estúdio de rádio, de televisão, de fotografia (e um laboratório também). A conquista deste ano para a biblioteca foi a doação de mais de 12 mil exemplares, que estão para consumo dos estudantes até mesmo no período das férias. O primeiro coordenador do curso de Comunicação Social, Ismael Furtado, foi essencial no objetivo de fazer da faculdade um local confortável para os discentes. Ele é lembrado pela maneira

como tratava cada pessoa que fazia parte do curso. Tinha interesse em saber e, eventualmente, ajudar com relação às indicações de estágios e do rendimento em sala de aula. Assim, dava base para criação do elo afetivo entre professores e alunos, para que todos entendessem que não há distanciamento, e que ao ensinar se aprende tanto quanto os pupilos. Ele recorda, com carinho, das ações que foram realizadas com o propósito de tornar-se um Centro Universitário: “Foi muito trabalho, luta e dedicação das pessoas para passar a ser a UNI7”. Com o objetivo de fazer uma educação integrada logo nos primeiros semestres, Ismael diz que o elo entre o curso de Jornalismo e Publicidade & Propaganda tinha que ser firmado.

“Foi “ muito trabalho, luta e dedicação das pessoas para tornar aqui a UNI7” Ismael Furtado “A UNI7 é de uma família de educadores, eles não arriscariam o nome Soárez em uma aposta malfeita”, conta, feliz, sobre o Centro Universitário ser referência no mercado, com jornalistas integrando os principais veículos de comunicação do estado.


↔ No cargo de Pró-Reitor, Adelmir Jucá dedica-se a UNI7 desde a criação [Foto: Matheus Barbosa]

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Novas pessoas por aqui

↔ Ismael deixou a coordenação para assumir o concurso da Universidade Federal do Ceará [FOTO: Cadu Franco]

Para compor o time de educadores da Comunicação Social, foi feito convite a Juliana Lotif. Formada em Publicidade, mestre em Design, criou e assumiu a coordenação da pós-graduação em Design Gráfico. Ela tem como marco o início do seu caminhar na então FA7. De 2009 a 2013, dedicou-se à instituição, destacando como ponto crucial a valorização do profissional, de forma acolhedora e respeitosa. Era isto que impulsionava a sua dedicação ao âmbito acadêmico. Na atualização dinâmica que os meios de comunicação estão passando, ela enxerga uma redefinição da área: “as coordenadas gráficas para construção jornalística: aliar habilidade técnica em uma narrativa para além do texto verbal”. E acrescenta que vê na comunicação visual uma nova possibilidade de mercado Convidada pelo Pró-Reitor em 2011 para assumir a coordenação dos cursos, optou por se concentrar em Publicidade e Propaganda e Design Gráfico, abrindo mão do Jornalismo, para focar o trabalho. Em contrapartida, há seis anos trabalha exclusivamente com o Jornalismo, depois de ter sido aprovada no concurso para ensinar na Universidade Federal do Cariri (UFCA).

“Aliar “ habilidade técnica em uma narrativa para além do texto verbal” Juliana Lotif Gestão de hoje

Com experiência no ensino superior há 11 anos, Magela Lima, graduado em

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Jornalismo, mestre em Teatro e doutor em Artes Cênicas, é integrante da UNI7 desde fevereiro de 2017. Em agosto de 2018 assumiu a coordenação de Jornalismo, mas continua professor de várias disciplinas e vive em busca de balancear a gestão e a sala aula. Ele sucedeu Dilson Alexandre que foi coordenador por mais de sete anos. Magela diz que tenta manter o equilíbrio na organização de montagem de

quadro horários, para não ficar inviável para os dois lados: docentes e discentes. E que procura entender que gestão de pessoas é missão cautelosa de lidar com gente, emoções e potencialidades. Ao mesmo tempo, considera tranquilo lidar com o ser humano, a proximidade com o outro, dar auxílio e mostrar interesse por cada um. Ele destaca que a experiência na coordenação pode ser temporária, e o que


ele é mesmo é professor. “O coordenador que não dá aula, fica como a figura de quem só resolve problema e assina documento. A sala de aula, por mais desafiadora que seja, é espaço para produzir conhecimento e construir relacionamento”, afirma, observando ter sido uma condição, quando o convite foi feito, não parar de dar aula no período de gestão.

“A “ sala de aula, por mais desafiadora que seja, é espaço para produzir conhecimento e construir relacionamento” Magela Lima As disciplinas que ele ministra são de início de curso, até mesmo por gostar de ter o primeiro contato com os novos aprendizes. Para o educador, os que estão chegando ainda são desarmados e têm muita curiosidade, o que facilita na hora de repassar as coordenadas. Quanto às disciplinas de produto, fala sobre a possibilidade de mudanças, para que possam ser desenvolvidas de uma maneira menos engessada. “Trabalhar com outra perspectiva em cada cadeira”, pontua Magela..

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SERVIÇO

Centro Universitário 7 de Setembro Av. Almirante Maximiniano da Fonseca, 1395 Eng. Luciano Cavalcante, Fortaleza

Seg. a sex.; 8h as 12h e 13h30 as 17h UU https://www.uni7.edu.br tt Telefone: (85) 4006-7600 FF facebook.com/UNI7setembro/ II @uni7oficial

↑ Magela está há três anos na UNI7 e é o quinto coordenador do Jornalismo [Banco de Dados]

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↔ Estar no estúdio de rádio é uma paixão para a professora Kátia

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Lecionar através do tempo O amor pela profissão e a arte de ensinar construíram um corpo docente de excelência, que faz o melhor para entregar um conteúdo de qualidade aos estudantes TEXTO Victoria Nogueira Diagramação Ana Timbó

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dúvida com o professor e até mesmo fazer uma pergunta sobre o conteúdo. Já o professor Miguel Macedo relata que os alunos de antigamente buscavam ter participação na sala e estavam mais inseridos, o que hoje não acontece tanto, pois muitos estudantes usam o horário de aula no laboratório para navegar pelo facebook e outras redes. O professor sente falta do que chama de “sangue nos olhos” por parte dos alunos, aquele sentimento de correr atrás e batalhar pela informação.

↑ É através da fotografia que o professor Jari eterniza momentos [Foto Victoria Nogueira]

O curso de Jornalismo do Centro Universitário 7 de Setembro recebeu autorização de funcionamento do MEC em 2003. No entanto, foi somente em 2004 que teve início a primeira turma. Ao longo desses 15 anos, o curso e a sua estrutura foram passando por mudanças. As primeiras aulas de Jornalismo eram ministradas no terceiro andar da universidade pois, no quinto, onde se localiza atualmente, ainda não havia salas em uso. Na trajetória percorrida durante esta década e meia, alguns professores como Katia Patrocínio e Jari Vieira, estão desde o início do curso e acompanharam esse processo de nascimento. Outros, como Miguel Macedo, entraram logo em seguida, no segundo ano. Esses professores fazem parte de toda essa história. A professora Katia, de Radiojornalismo, diz que ao longo de seu percurso acadêmico viu a instituição crescer e cresceu junto com ela, pois acompanhou o nome da universidade tornar-se referência, como é atualmente. Katia salienta também que sua dedicação e vontade de lecionar aumentaram ainda mais ao longo de seus anos na academia. Ela destaca que aprecia muito

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essa troca e que o contato diário com os alunos faz com que se sinta renovada. Além disso, Katia enfatiza o fato de lecionar aquilo que ama, que é radio e comunicação comunitária. A professora observa que hoje não consegue se imaginar em outro local que não seja a sala de aula. O professor Jari, de Fotografia, fala com carinho da experiência gratificante de poder ver um projeto de curso saindo do papel. Ele lembra como se fosse hoje a primeira reunião que participou na então FA7, hoje UNI7, em dezembro de 2003, para autorização de funcionamento do curso pelo MEC. E rememora também quando chegou para ajudar a criar o estúdio de fotografia, em que ministra aulas até hoje. Jari, ao analisar seus 15 anos lecionando, salienta que a principal diferença que percebe dessa passagem de tempo é que “antes a aula limitava-se apenas ao momento em sala”. O contato dele com os estudantes era restrito a esse momento. Já atualmente, com o surgimento das redes sociais, o contato com o aluno pode acontecer a qualquer momento, fazendo com que se sinta mais livre para tirar alguma

“Antes “ a aula limitava-se apenas ao momento em sala” Jari Vieira Em contrapartida, Miguel percebe que o aluno está indo cada vez mais cedo para o mercado de trabalho. Ele ressalta que qualquer estudante de segundo e até terceiro semestre já está estagiando em empresas de comunicação; não só atuando em mídias sociais, mas também fazendo textos e produção para determinados segmentos do Jornalismo. O professor enfatiza que sente falta de um pouco de ideologia por parte dos alunos. Ele percebe que o aluno precisa buscar a essência peculiar do Jornalismo, que é de procurar entender a contradição, de cobrar mais, para evitar que se aceite as coisas facilmente. Observa ainda que os estudantes deveriam valorizar mais a estrutura proporcionada pela UNI7, como os estúdios de rádio e tv e até mesmo o portal de notícias Quinto Andar. O docente diz que nenhum aluno deveria passar os quatro anos no curso sem escrever nem que fosse uma matéria no portal. Por se preocupar tanto com o aprendizado, ele diz que gostaria de ver os alunos vibrando e dando valor à estrutura que têm.


Como será o jornalismo daqui a 5 anos... O professor Miguel Macedo acredita que a profissão deverá continuar em lugar de destaque, mais do que tem hoje. Afirma também que a tendência natural das mídias tradicionais, como o jornal impresso, é perder um pouco da sua influência, pois “o modelo de negócio atual é o digital, e não tem como fugir disso”. Mas, reforça que guarda a boa expectativa e esperança de que as mídias tradicionais ainda sobrevivam, com um bom jornalismo, bom conteúdo e com as narrativas humanizadas, como as reportagens que ainda têm o seu valor. Outra projeção que o

professor faz é a tendência do futuro pela busca de um jornalismo mais ético e humanizado. Já o professor Jari Vieira aposta no crescimento e importância do Fotojornalismo pois, para ele, a foto “é aquilo que confirma pra gente aquilo que aconteceu, independente do tempo, da internet e das redes sociais”. E destaca que isso acontece principalmwente com as fakenews e a questão das fotos inventadas, e que o Fotojornalismo ético vem para mostrar o compromisso do fotojornalista com a informação verdadeira e de qualidade.

“O “ modelo de negócio atual é o digital, e não tem como fugir disso” Miguel Macedo

↔ Miguel diz que o Jornalismo humanizado é uma tendência do futuro. [Foto Marcelo Arruda]

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Mercado de trabalho

começa na faculdade Os produtos desenvolvidos pelos alunos e professores do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7) passam por importantes vertentes do jornalismo: impresso, web, tv e rádio Texto: Igor Thawen diagramação: Isabela Gomes

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↑ Vânia (de branco) lembra que alunos que passaram pela TV7 já atuam no mercado de trabalho [Foto: Acervo UNI7]

O que caracteriza um bom comunicador? São 4 anos, 8 semestres, 45 disciplinas e mais de 1.000 dias em sala para um universitário “aprender” a ser um jornalista. Entra e sai dia e noite e a preocupação é a mesma: a informação. Por isso, se aprende a escrever um bom lead, a ter um bom texto para a tv, uma boa dicção para o rádio, e uma linguagem mais leve para a internet. Tudo para que a notícia, com qualidade, chegue a todos. A teoria e a prática são boas aliadas em qualquer curso superior. Com o jornalismo não seria diferente. Na UNI7 são desenvolvidos vários projetos que visam aproximar a sala de aula do mercado de trabalho. Com uma década e meia de comunicação social na insti-

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tuição, milhares de alunos já passaram e colaboraram em produtos jornalísticos. TV7, Portal Quinto Andar, Projeto Roteiros, Matéria Prima, Memória em Pauta, Papiro e Uni7 no Centro agregam na vida e no portfólio dos estudantes. Para ser mais exato, os olhos criteriosos do professor Miguel Macedo, 62, em 8 anos já avaliaram mais de 1.170 matérias para o portal Quinto Andar, enquanto o professor Nilton Junior, 44, e a professora Vânia Tajra, 54, em 10 anos, já dirigiram mais de 220 programas para o Informa7. Esses trabalhos de produção de alunos são desenvolvidos há anos no centro acadêmico e despertam aptidão dos estudantes nas mais diversas áreas do jornalismo.

Além do tradicional

Em meio a novas tecnologias e descobertas, professores instigam alunos para encabeçar projetos com criatividade e desenvoltura. A professora Ana Márcia Diógenes, 56, desde sua entrada no curso, no primeiro semestre de 2015, motiva alunos a criarem produtos que vão além do tradicional. O InstaPapiro e Pod Papiro são projetos que buscam ir além do Jornal Papiro, que integra a disciplina de Projeto Integrado de Jornalismo Impresso. As duas novas propostas visam a incentivar os alunos a criarem vídeos e podcasts, saindo do tradicional texto para o jornal impresso. Ana Márcia diz que ambos fazem parte das novas linguagens. Uma nova forma


de pensar a matéria impressa com outros enfoques, pois “todos surgem como ideia de ter atividades práticas”, conclui. Assim como outras iniciativas, o UNI7 no Centro surgiu ainda quando a UNI7 era FA7. A atividade, ainda em suas primeiras edições, reuniu alunos do curso de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Design Gráfico para produções em áreas do Centro. Já o Projeto Roteiros, idealizado pelo professor Miguel Macedo, além da vivência na cidade, leva os alunos para fora dos “muros” de Fortaleza, como Canindé, Maranguape, Redenção e Guaramiranga, locais de edições anteriores. “O Projeto Roteiros tem essa visão de um recorte na cidade em que você vai fazer pautas tanto no jornalismo, quanto produtos para a publicidade”, segundo Miguel. A influência dos projetos na vida dos acadêmicos

Soriel Leiros, 34, entrou na UNI7 no segundo semestre de 2010 e lembra que foi integrante da primeira equipe do Portal Quinto Andar. “Os esforços para o Quinto Andar ter início e também seguir até hoje devem ser reverenciados”, acrescenta. Soriel produziu ainda para a

revista Matéria Prima e o jornal Papiro, antes da sua formatura, em 2014. Para Matheus Castro, 21, que atualmente cursa o sétimo semestre de Jornalismo, há várias vantagens em ser monitor. Atualmente ele está na TV7. “Temos a chance de ampliar nossos olhares sobre o fazer jornalismo, pensando em como torná-lo dinâmico e atraente. Aliado a isso, podemos ampliar nossa rede de contatos com alunos dos outros núcleos e profissionais, tanto da instituição, como convidados”. A instituição oferece atividades dentro e fora do campus para que o aluno vivencie a realidade de um jornalista em todas as áreas da profissão. Essas atividades agregam na vida acadêmica e no portfólio, sendo uma porta de entrada para futuros trabalhos. Para quem está entrando no curso de jornalismo, a professora Ana Márcia tem um recado: “Um bom jornalista é um bom leitor e ouvinte!”. Matheus, atual monitor da TV7, ao ser questionado sobre dicas para os futuros monitores, não hesita ao falar que é necessário ter dedicação e paciência em tudo que se propõe a fazer, além de humildade.

“O “ Projeto Roteiros tem essa visão de um recorte na cidade em que você vai fazer pautas” Miguel Macedo

↔ Sala de Notícias como um experimento prático da vida em uma redação [Foto: Acervo UNI7]

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Os caminhos de quem já passou por aqui O longo percurso de quem fez acontecer, crescer e mudar, tendo como base firme e impulsionadora a universidade. E a certeza de ter que evoluir e creditar à academia essa responsabilidade Texto: Stefane Castro DIAGRAMAÇÃO: Aldemir Neto

↔ Mesmo tendo passado tantos anos em sala de aula, Andrea dedica seu tempo ao trabalho no O Povo [Foto: Camila Almeida]

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↔ Indyra teve seu sonhos impulsionados pela academia para tornå-los real [Foto: Cadu Franco]

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Decidir o lugar onde você vai apostar todas as suas fichas para que consiga realizar o seu sonho é delicado quando se é muito jovem. As incertezas dominam e as decisões precipitadas são recorrentes. Quando a decisão envolve a formação, complica um pouquinho mais. Na tentativa de poder ser um dia jornalista de fato e de direito, Indyra Tomaz, 32, escolheu a então Faculdade 7 de Setembro para dar suporte à sua caminhada acadêmica. Só depois, em 2016, a Fa7 se transformou em Centro Universitário, a UNI7. Cheia de aspirações, vinda de Iguatu, ela não imaginava como sua vida iria mudar desde o momento da escolha da sua graduação. Aos 17 anos, começou os primeiros passos para conseguir ser a profissional da área que tanto queria. Lembra, feliz, de quando a perguntavam sobre a carreira que seguiria, e tinha sempre a Comunicação Social como resposta. Hoje, após 15 anos, recorda do desejo que ainda não tornou realidade: escrever um livro-reportagem de viagens, especificamente sobre o continente africano. Comemorando neste ano sua primeira década com o diploma, destaca o que mais ama fazer como comunicóloga: “A entrevista é a parte mais incrível e encantadora que se pode fazer. É um contato que você tem com as outras pessoas. No curso você tem a técnica e, de todas as cadeiras que cursei, as que tinham práticas de entrevista eram as melhores”. Transformações e retomada

Dessa trajetória, a parte mais emocionante foi a primeira vez que seu nome saiu na capa do jornal, por ter escrito

uma matéria. Comemoração, emoção e orgulho por parte da família fez com que seu pai comprasse todos os exemplares da banca. Ligada ao impresso, mesmo não trabalhando mais como repórter, sente saudade de Redação, que ocupou a maior parte do seu currículo, tendo atuado em todos os jornais de Fortaleza. Faz questão de pontuar as lembranças de toda sua caminhada marcada pelo corpo docente. O elo entre aluno e professor que transcendeu, mantendo uma relação de extremo respeito e admiração. O jornalista Demitri Túlio foi o educador que mais a marcou, possibilitando ter a visão de profissional completo, sendo sua referência em todos os sentidos. Participante do corpo discente da primeira turma, viu todo processo da construção de estúdios de tevê, de rádio, de agência de notícia e enfatiza a boa estrutura a que teve acesso. Com base nesta infraestrutura e na vontade extrema de voltar a estudar, faltando cinco dias para o começo do semestre de 2019.2, decidiu que a UNI7 seria o melhor local para cursar Arquitetura e Urbanismo. Sua escolha foi pautada também na credibilidade, confiança e segurança de estar novamente em um bom lugar. “Sou a filha que voltou. Aqui era a minha casa e sair foi muito doloroso”, fala, radiante, sobre seu retorno. Suas recordações são sempre cheias de carinho e elege o professor Ismael Furtado, coordenador do curso na época, como a parte que mais lhe faz falta. Agrega à faculdade o fato de lhe ter trazido os melhores amigos e de ir muito além de responsável pela formação profissional, contribuindo para sua formação como pessoa.

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De formando a futuro formador

Quando Gustavo Freitas ingressou na então FA7, hoje UNI7, parecia ser bem distante o momento em que poderia começar a trilhar o rumo para seguir carreira acadêmica. Já se passaram sete anos desde o dia em que ele começou o curso. Hoje, há quatro anos graduado, está podendo transformar tudo o que carregava no coração para virar realidade. Vivendo em Portugal há um ano, faz mestrado em Jornalismo e Comunicação, e recorda de um tempo em que foi bem feliz, quando viveu intensamente a faculdade. Lembra que sempre acreditou na visão de que o profissional da área de comunicação é o porta-voz do mundo, para conseguir despertar vontade de pensar, de investigar, de buscar mais e de ir além. E conseguiu realizar isso ainda durante a sua formação, tendo dado o máximo de esforço quando fez as cadeiras que tinham os produtos experimentais. Acredita ter aproveitado todas as oportunidades vindas por meio da faculdade e atribui, especialmente, aos professores, em quem tenta se espelhar, o fato de ter crescido tanto e ter conseguido se tornar um profissional com princípios éticos. “Miguel Macedo e Ana Marcia Diógenes são educadores exemplares. Não daqueles intocáveis: são dedicados, esforçados, me fizeram aprender com fundamentos a partir de suas vivências. Têm visão de mundo muito ampla e esse é o caminho para o Jornalismo”.

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“(...) “ Me fizeram aprender com fundamentos a partir de suas vivências. Têm visão de mundo muito ampla e esse é o caminho para o jornalismo” Gustavo Freitas

↓ Há quatro anos formado, está agora em Portugal, estudando para seguir a vida acadêmica como professor [Foto: Arquivo pessoal]


↔ Andrea Araujo é Diretora de Criação do Grupo O Povo [FOTO: Camila Andrade]

Vivência, mercado e aula

Contemplando o time de educadores que já passaram pela UNI7, Andrea Araujo, hoje diretora de Criação do Grupo O Povo, evidencia os aspectos da missão de ensinar, fundamentada em sua vivência pelo 5º andar, onde funciona o curso de Jornalismo. Durante sete anos, ela desenvolveu o percurso da carreira acadêmica, mas teve que deixar a docência, porque sua atuação no jornal exige bem mais tempo e acaba ocupando a maior parte do seu dia. “Atualmente, não ensino em universi-

dades, embora o dia a dia no mercado seja sempre uma escola”, afirma quanto à saudade de estar em sala de aula. Ao mesmo tempo, destaca que ver os estagiários evoluírem tanto quanto via os estudantes crescerem, é uma forma de continuar a ser professora. Enfatiza como parte viva da memória o encantamento dos alunos que, mesmo não sendo próximos do designer, por terem paixão mais pela escrita, acabavam ganhando admiração pelo universo visual. Acredita que era nesse momento em que acontecia o casa-

mento perfeito entre forma e conteúdo. Hoje, diante da conexão da vivência com o Jornalismo e por ser consumidora de informação, ela realça a evolução do acesso ao conhecimento, à cultura, à arte e à educação. E que, mesmo existindo essa quebra de barreiras no acesso à informação, considera que “há ainda uma linha tênue entre o bom conteúdo e as fake news e conteúdo sem qualidade. E esse é o nosso grande desafio, incentivar as pessoas a serem protagonistas, realizando a sua própria curadoria dos conteúdos disponíveis.”.

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↔ Fernando Graziani é editor-chefe de Esportes em todos as plataformas do O POVO [Foto: Divulgação/O POVO]

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As portas que se abrem para quem tem interesse Segundo o setor de Estágio e Carreiras do Centro Universitário 7 de Setembro, as empresas que mais têm estagiário de Jornalismo da UNI7 são o Sistema Jangadeiro, Grupo de Comunicação O POVO e Rádio Tempo FM. Todas elas destacaram o interesse do aluno da UNI7 como diferencial no mercado Texto Vitória Barbosa diagramação Aldemir Neto

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Dar início à carreira profissional ainda cursando a faculdade é a pretensão/aspiração de muitos estudantes de Jornalismo, principalmente se for em um dos principais sistemas de comunicação da cidade. O Sistema Jangadeiro de Comunicação, em Fortaleza, é um conglomerado de mídia que, em seus veículos de informação, recebe muitos estagiários. Estes, por sua vez, na maioria, são alunos do Centro Universitário 7 de Setembro. Dos 12 estagiários de Jornalismo que a empresa mantém, hoje, dez são da UNI7. O número deixa a Jangadeiro no topo das empresas que mais recebem estagiários da instituição, segundo a área de Estágio e Carreiras da UNI7, coordenada pela professora Rose Nunes. Para o chefe de Produção e Edição, Aloísio Coutinho - que há 24 anos trabalha na Jangadeiro -, a experiência com outros estudantes da UNI7 nos faz buscar estagiários com o mesmo perfil que, na visão dele, é composto pelo interesse em aprender, a bagagem de conhecimento e bons professores. Atualmente existem estagiários da UNI7 na rádio Tribuna BandNews FM, TV Jangadeiro, portal Tribuna do Ceará, Futebolês (plataforma multimídia de cobertura esportiva do Sistema Jangadeiro) e revista digital Vós. “Estamos vivendo um bom período de estagiários”, destaca Coutinho.

“A “ experiência com estudantes da UNI7 nos faz buscar estagiários com o mesmo perfil” Aloísio Coutinho

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Sorte no Esporte?

Entre as possíveis áreas de se trabalhar no Jornalismo, o Esporte é uma das editorias em que o estudante da UNI7 mais ganha espaço. No Grupo de Comunicação O POVO, alguns estagiários e hoje profissionais da instituição também já passaram pela editoria. Fernando Graziani, editor-chefe de Esportes do O Povo desde 2015, explica que a rotatividade é grande, não tendo assim, um número preciso. Na sua atual equipe, quatro repórteres são da UNI7 - três profissionais e uma aluna como estagiária. Sobre todos que passaram ou estão no Esporte, Graziani traça um perfil: são profissionais interessados, com boa base acadêmica e que chegam com muita vontade de trabalhar. “Para mim, todas as experiências com profissionais da UNI7 foram excelentes.

↑ Aloísio Coutinho já soma 24 anos trabalhando no Sistema Jangadeiro [Foto: Victor Mendes]


↗ Plínio Bortolotti já contabilizou 19 alunos da UNI7 que passaram pelo curso Novos Talentos, do O Povo [Foto: Divulgação/O POVO]

Talvez eu tenha dado sorte”, assegura o editor. Ele diz que, no decorrer da experiência, sempre é necessário melhorar o texto ou a forma de se comunicar, mas que, em geral, “vir da UNI7 é um perfil bastante desejado”.

“Todas “ as experiências com profissionais da UNI7 foram excelentes” Fernando Graziani Graziani ressalta que, durante estágio no O Povo, os alunos desenvolvem todas as competências que um jornalista precisa e exploram as multiplataformas. “Na editoria de Esportes estamos totalmente integrados com todas as plataformas. O repórter escreve pra impresso, digital, redes sociais. Apresenta e participa de programas de rádio, televisão e reuniões”, descreve o editor. Nas ondas da Tempo FM

Assim como Aloísio e Fernando, Lina Moura, supervisora administrativa financeira da Tempo FM há 20 anos, também considera o interesse em aprender um dos atributos principais do aluno da UNI7. Lina já conviveu com sete estudantes da instituição e, hoje, supervisiona três que fazem estágio na Rádio. Segundo ela, todos são proativos, interessados e gostam do que fazem. Se existe uma área que esses estagiários mais dominem, a supervisora admite não saber qual, pois todas as tarefas desenvolvidas são complementares e os alunos trabalham muito envolvidos.

Lina explica que, no dia a dia da redação, os estudantes cuidam das mídias sociais da rádio, das promoções, ajudam na redação jornalística e fazem o atendimento com o público externo. Diante disso, salienta que o aprendizado é diário e constante, o que faz com que esses estagiários tenham pontos a serem melhorados. Mas, pondera que “se ou quando aparece algum problema, eles sempre tentam resolver ou melhorar”. Lina acrescenta que, durante a seleção para uma vaga, o aluno da UNI7 se destaca porque “parece ser sempre mais interessado em aprender e conhecer o universo radiofônico”. Novos Talentos: indicador de sucesso do Jornalismo da UNI7

Atualmente, na 24ª turma, o curso Novos Talentos, da Fundação Demócrito

Rocha que integra o Grupo de Comunicação O Povo, foi estágio para muitos estudantes do Centro Universitário 7 de Setembro e indicador de sucesso em seleção. De acordo com Plínio Bortolotti, coordenador do Novos Talentos, até a 23ª edição, 19 alunos da UNI7 passaram pelo projeto. Em algumas edições, esses alunos eram maioria nas turmas formadas. O curso tem por objetivo proporcionar formação teórica e prática complementar a estudantes de Jornalismo, dando-lhes a oportunidade de conhecer a rotina das redações dos diversos meios de comunicação – jornal impresso, rádio, TV e portal. Dessa forma, Bortolotti considera que, após a seleção dos estudantes de diferentes faculdades, as turmas passam a ser homogêneas em termos de conhecimento e capacidade de aprendizado..

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Agregar valor ao

currículo Recém-formado ou não, o jornalista precisa se manter factual, inovado e moderno, sem parar de estudar. Assim, as pós-graduações em Jornalismo se fazem necessárias para o mercado amplo e novo que surge Texto Cleisla Falcão

DIAGRAMAÇÃO: Aldemir Neto

↔ O motivo de Rafael para especializar-se é aprender para colocar em prática [Foto: Tiago Stille]

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Buscar crescer no mercado, atualizar-se, aprofundar-se em um assunto que não foi explorado com exaustão durante a graduação. Os acadêmicos procuram, na especialização, uma forma de se manter competitivos em uma área de vagas restritas. Pesquisa da revista Quero Bolsa, feita em março de 2019, mostrou que os segmentos mais procurados para pós-graduação são as atividades práticas do Jornalismo. A pesquisa mostra também que a preferência é por cursos a distância. No Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7), segundo o professor licenciado Dílson Alexandre, ex-coordenador do curso de Jornalismo, que organizou várias pós-graduações, são oferecidas duas opções na UNI7: Comunicação e Cultura, e Linguagens e Mídias Digitais. Mas, como o Jornalismo tem se modificado e expandido, temáticas como gerenciamento de crise, jornalismo de dados e fake news estão indicando a necessidade da oferta de novas especializações. O professor, agora doutorando em Marketing e Estratégias, programa conjunto das universidades do Minho, Aveiro e da Beira Interior, em Portugal, destaca que “vai haver muito espaço para entender esses fenômenos, trabalhar e reagir a isso.” A professora Ana Paula Rabelo, ex-coordenadora do curso de Linguagens e Mídias Digitais, da UNI7, por sua vez, ressalta o que motivou a criação do curso: “À época, fiz uma avaliação de que os usos das redes sociais im-

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plicariam um novo perfil de formação de profissionais do Jornalismo e que o curso de graduação não estava contemplando. ”

“Vai “ haver muito espaço para entender esses fenômenos, trabalhar e reagir a isso” Dilson Alexandre

↔ Dilson, ex-coordenador, observa que alguns alunos da pós fazem o TCC como dissertação de mestrado, para se inserir no meio acadêmico [Foto: Arquivo UNI7]

É tendência

A motivação é compreender aquilo que não se sabe muito bem. Com a voz otimista e empolgada, Dílson Alexandre enxerga um mercado para a parte teórica. “Tem gente que acaba despertando o gosto pela academia e usa a especialização para se tornar mais forte em uma temática”. Ele comenta que alguns alunos da pós UNI7 fazem o trabalho de conclusão de curso, TCC, como uma dissertação de mestrado, para se firmar no meio acadêmico. O coordenador das especializações no Centro Universitário 7 de Setembro, professor Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, revela os números de egressos dos cursos de pós-graduação de Comunicação Social: o mais procurado é o MBA de Propaganda e Marketing, com 68 alunos inscritos. Já Linguagens

e Mídias Digitais teve 28 estudantes. A novidade deste ano, 2019, é o curso de Cinema e Artes Visuais. Marco Aurélio afirmou que em 2020 serão oferecidas novas turmas do MBA Propaganda e Marketing e Comunicação Estratégica nas Organizações. E os cursos de Linguagens e Mídias Digitais, Design Gráfico, Design Editorial, Comunicação e Cultura. Manter-se atual e no mercado

Ex-aluno da pós-graduação de Linguagens e Mídias Digitais, Rafael Ayala Rocha Perote entrou na especialização como uma forma de se manter atualizado em uma área que, na época, era uma novidade e uma ascensão. “Eu e algumas pessoas da turma trabalhávamos com isso, mas só na prática, sem ter algum tipo de embasamento teórico”.


Rafael ainda complementa, reconhecendo que o aprendizado serviu para melhorar o seu desenvolvimento no trabalho. “Tudo melhorou depois que eu me capacitei”, diz Ayala sobre como ser especialista aprimorou o seu dia a dia. Quando ainda estudante da pós da UNI7 trabalhava na Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (FUNCAP) como assessor de imprensa e precisava atualizar as redes sociais, como Facebook, Twitter, Blog, entre outros. O curso ensinou como fazer isso a partir dos estudos obtidos em sala de aula.

“Eu “ e algumas pessoas da turma trabalhávamos com isso, mas só na prática, sem ter algum tipo de embasamento teórico” Rafael Ayala Reforçando a ideia de que o mercado impõe, prioriza e destaca quem tem mais de uma graduação, o especialista pela pós na UNI7 relata a exigência por qualificações: “A titulação de especialista dá um peso no mercado e, além

de credenciar em uma área, ainda abre portas para um currículo acadêmico”. No começo de tudo: Democracia

Ana Paula Rabelo que já coordenou pós, também fez parte do corpo docente da UNI7 por 9 anos e meio. E com satisfação falou sobre a sua melhor lembrança da faculdade. Segundo ela, foi o processo seletivo para ser professora da instituição. Prometendo a si mesmo que diria aquilo que pensava e acreditando na liberdade de expressão, disse que defendia um ensino superior público e de qualidade. Para sua surpresa e felicidade, foi contratada. “Eu precisava trabalhar, mas entrar na UNI7 não foi só trabalho. Ali firmava uma relação afetiva de que a democracia

possibilitaria outros diálogos e muitas outras reflexões teóricas”. Ana Paula reforça ainda que foi um ótimo começo para uma relação tão longa e agradável.

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SERVIÇO

Coordenação de Pós-Graduação UNI7

.. Rua Av. Almirante Maximiniano da Fonseca, 1395 - Eng. Luciano Cavalcante Fortaleza – CE; .. Seg. a sex.; 8h às 12h e 13h30 às 17h UU www.uni7.edu.br/posgraduacao/ EE claudia.braga@7setembro.com.br EE debora.medeiros@7setembro.com.br EE jpycem@7setembro.com.br

tt(85) 4006-7613 tt(85) 4006-7665

↔ Turma de Pós: Rafael é o primeiro da direita para a esquerda; e Ana Paula está de camisa branca na frente [Foto: Arquivo Pessoal]

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Sindjorce amplia número de associados O crescimento do Sindicato dos Jornalistas proporciona uma maior participação dos trabalhadores nas iniciativas promovidas pela instituição

Texto Vitória Yngrid Diagramação Júnior Santiago

↔ Participação de Rafael Mesquita no 38 congresso nacional dos jornalistas 2019

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↔ Rafael Mesquita tem uma intensa vida sindical no Ceará e em nível nacional, ao interagir com dirigentes da Fenaj ↔ Encontro Estadual de jornalistas 2018 [Foto: Arquivo Pessoal] palestra de Samira de Castro

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Com 66 anos de existência, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Ceará (Sindjorce) tem a missão de defender os direitos e interesses da categoria enquanto profissionais. Para tanto, representa os associados, tendo como responsabilidades orientar e zelar pelas condições sociais do profissional diante do mercado de trabalho. Praticamente todas as categorias contam com o respaldo de uma instância profissional para buscar melhorias conjuntas que possam beneficiar a todos os associados. Diferente de algumas profissões, a não obrigatoriedade em

tornar-se associado para exercer a profissão de jornalista faz com que nem todos os trabalhadores em exercício no mercado integrem o sindicato. Sobre esta lacuna, Samira de Castro, diretora de Comunicação, Cultura e Eventos do Sindjorce relembra que “há 20 anos, quando eu estava me formando, a gente já saía da faculdade com um indicativo de emprego formal, que já mandava a gente se sindicalizar”. Com a pulverização dos trabalhares atuando em vários meios, torna-se mais incerta ainda a sindicalização dos comunicadores.


O país vive uma situação de reconstrução dos direitos trabalhistas, por meio de reformas, e, como forma de assegurar os direitos dos trabalhadores, muitos profissionais buscam o sindicato para ter garantia de conquistas já asseguradas e proteção. O presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita, afirma que “de 2015 a 2019 houve um aumento gradual no número de sindicalizados em comparação a anos anteriores. Num balanço realizado por ano, temos nos últimos três anos a média de 150 profissionais sindicalizados, o que é maior do que o número de formandos

de um curso de comunicação de todo o estado.” O trabalho do sindicato vai além das responsabilidades sindicais por direitos para a categoria. Busca também encantar no sentido de proporcionar benefícios aos membros associados. Mesquita diz que “hoje os sindicatos dos jornalistas de todo o Brasil estão lutando sobretudo para manter o jornalismo como setor”. As medidas utilizadas para garantir a organização dos profissionais são feitas por meio de iniciativas promovidas pelo Sindjorce para atrair um maior número de associados.

“Hoje “ os sindicatos dos jornalistas de todo o Brasil, estão lutando sobretudo para manter o jornalismo como setor” Rafael Mesquita

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A importância do Sindicato na vida acadêmica e profissional O Sindicato busca unir a categoria e promover a luta política por melhores condições de salário e trabalho. Desta forma, oferece iniciativas de formação, promovendo capacitação para todos os profissionais associados. Desde a formação acadêmica até a atuação profissional, o sindicato trabalha como facilitador e defensor das condições trabalhistas e que envolvem a ética profissional. Exerce o papel da porta-voz da categoria, lutando para garantir os direitos dos jornalistas com as entidades patronais. O Sindicato se faz presente nas mais diversas organizações profissionais, contribuindo para promover os direitos dos trabalhadores e assegurar que os interesses dos profissionais sejam concretizados. A diretoria do Sindjorce busca, assim, aproximar o Sindicato dos estudantes, como esclarece Samira de Castro: “a gente busca estar presente nas universidades, dialogando com os alunos sobre a importância da sindicalização”. Com o objetivo de se apresentar e se aproximar dos estudantes, o Sindjorce garante aos graduandos, sejam de qualquer semestre, a possibilidade de se pré-sindicalizar. Isso possibilita que façam parte de todas as atividades e tenham os mesmos direitos dos demais associados. O cadastro, gratuito, é realizado na própria sede do Sindjorce, no bairro Dionísio Torres.

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Samira ainda observa a necessidade dos alunos se articularem nos centros e diretórios acadêmicos, como forma de conhecerem melhor a atuação política no sentido de organização da categoria. Ela afirma ser necessário “reivindicar por melhorias e negociar por determinadas situações, fortalecendo o entendimento de que é preciso se organizar”. Os jornalistas representam uma categoria muito pulverizada, na qual os profissionais estão espalhados nos mais diferentes ambientes. Sobre essa peculiaridade, o presidente Rafael Mesquita observa que sem o sindicato a defender a existência do jornalista, enquanto categoria, os jornalistas não têm vaga, “pois é o sindicato que oferece a capacidade de existirmos enquanto grupo”.

“A “ gente busca estar presente nas universidades, dialogando com os alunos sobre a importância da sindicalização” Samira de Castro


↔ Samira de Castro, ex-presidente do Sindicato, em Encontro Estadual de Jornalistas - 2018 [Foto: Arquivo Pessoal]

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Notícia não é qualquer história Personagens e histórias fictícias são não apenas narrativas dos contos de fada, são também formas de colocar em risco a credibilidade do jornalismo comprometido com a sociedade Texto Aloísio Fábio Diagramação Vinícius Braga

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↔ Dyego aposta em uma cultura do digital que beba da fonte dos meios tradicionais [FOTO: Rayanne Aragão]

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C on ta r u m a h i s t óri a t od o mundo sabe. Para que ela seja interessante, porém, não é preciso que seja verdadeira. Uma boa história, geralmente, percorre um lugar, envolve personagens, desvenda ou incita mistérios. Quem as narra pode ser um simples contador de histórias, um escritor e, não raramente, um jornalista. Deste grupo, os jornalistas se especializam nisso: narrar histórias. Elas podem ser verdadeiras ou fictícias; é preciso diferenciá-las. Nos dias de hoje, essas histórias são chamadas de fake news ou notícias falsas. Elas sempre estiveram presentes na história da sociedade, mas a partir da corrida presidencial estadunidense de 2016, polarizada entre os candidatos Donald Trump e Hillary Clinton, o termo foi oficializado e, de lá para cá, passou a ser constante o seu uso. Na época, eleitores de Trump foram acusados de disseminar notícias falsas a respeito da opositora. As histórias carregavam dados não condizentes com os fatos, como posteriormente provado, mas garantiram seu espaço pela criatividade e qualidade. No Brasil, as fakes news chegaram com força nas eleições de 2018. Aqui, o resultado foi semelhante na dis-

puta entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad: uma enxurrada de notícias, de qualquer espécie, tornou as eleições palco de divisão e confronto popular. Mãos à obra

Há mais de uma década atuando como professor, o jornalista Miguel Macedo, 62, quando coloca os pés em sala de aula, se preocupa logo em orientar seus alunos e instruí-los com conteúdos verdadeiros e sérios. Na tentativa de qualificar e profissionalizar ainda mais o trabalho dos futuros jornalistas, sua atuação se dá por meio do ensino aos potenciais comunicadores sobre seu papel, na tentativa de convencê-los sobre a importância da apuração dos fatos, tanto dentro como fora da faculdade. Para ele ‘‘só há uma saída para combater a disseminação de notícias falsas, a educação digital’’. A questão não é paradoxal. Ainda que o jornalismo tenha evoluído para uma cultura digital e seja esse o ambiente de disseminação das notícias falsas, Macedo acredita na qualidade do conteúdo, na capacidade investigativa e criativa do jornalista, também nessas plataformas. ‘‘A premissa continua sendo a mesma: a questão da ética e o texto de qualidade, de conteúdo. A narrativa do conteúdo, investigado e apurado, ainda é a primazia para um bom jornalismo’’.

“Só “ há uma saída para combater a disseminação de notícias falsas, a educação digital” Miguel Macedo

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O professor consegue enxergar o surgimento de um jornalismo com uma nova cara, comprometido em trabalhar narrativas interessantes. Principalmente pela exclusividade da informação apurada, checada e investigada, que se sobressai em relação à beleza estética e atraente das notícias falsas. Rápido e checado

Mas, produzir diariamente conteúdo de qualidade, dentro dos deadlines de um jornal, não é tarefa fácil. Dyego Viana, 25, da coluna Tecnosfera, do jornal O Povo, que o diga. O desafio é criar conteúdo interessante, atual, aprofundado e verdadeiro. Constantemente preocupado com as fake news, o colunista aposta nas técnicas, que vem adquirindo ao longo do tempo. Elas o auxiliam no processo de checagem e agilidade para desenvolver e publicar conteúdo na web. ‘‘Acredito que o diferencial é não perder a essência do que é o jornalismo, não perder o prazer em investigar, apurar e ainda em contar a história’’. A qualidade do texto e rapidez na produção são, para Viana, características que devem acompanhar o jornalista. O que torna isso possível, segundo ele, é o que traz desde a faculdade, a consciência sobre a essência do jornalismo, que é sempre contar histórias. Recém-formado em Jornalismo na UNI7, Viana se esforça para ser ágil. Diz que ‘‘o processo de checagem caminha junto com o da apuração. O desafio e, ao mesmo tempo, o mais importante, é acompanhar o que se passa ao redor, as atualidades sobre o mundo e sobre o jornalismo’’. Ele destaca a importância de seguir as tendências e as necessidades da profissão para diferenciá-la das atividades não comprometidas com a verdade e com a sociedade.

“Acredito “ que o diferencial é não perder a essência do que é o jornalismo, não perder o prazer em investigar, apurar e ainda em contar a história” Dyego Viana

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‘‘Fake News sempre existiram’’ Inácio Aguiar, 35, editor de política do Sistema Verdes Mares, mesmo com experiência na área, tem nas fake news um desafio diário. Os dois temas, aliás, estão diretamente ligados. Ele observa que as notícias falsas não são fatos falsos em si, e sim conteúdos maliciosos criados a partir de informações legítimas, para tentar influenciar e desequilibrar a opinião pública. Qual o marco do surgimento de notícias falsas? A notícia falsa, maliciosa, sempre existiu. Dados apontam que no Império Romano já existia informação maliciosa. O objetivo e resultado da disseminação dessas notícias era iludir e ludibriar a opinião pública, na tentativa de trazer uma discussão para o patamar que um grupo ou pessoa que está espalhando deseja. Assim o é até hoje. As fake news influenciam no fazer jornalístico? Não deixam de exercer certa influência. Hoje em dia, você vê que a mídia como um todo acaba tendo que aderir a um noticiário muito baseado no desmentir boatos. A influência se dá ainda no ponto de vista da rotina produtiva, na questão da checagem de conteúdo e, por outro lado, reforça a importância do nosso trabalho jornalístico profissional e responsável. Apurar e checar ou ir ao encontro de novas fontes: o que é mais exigente? São faces de uma mesma moeda. Por um lado, toda informação que nos chega, não só das redes sociais, é a nossa obrigação, como jornalistas profissionais, checarmos. A outra face dessa mesma moeda é que o jornalismo não pode ficar dependente do que circula em rede

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social. É preciso estar em contato com as fontes primárias, os organismos governamentais, a iniciativa privada, setor filantrópico etc. Como conciliar profund i da d e d o c o n t e ú d o e agilidade? A imprensa tradicional não pode querer concorrer com as redes sociais. É por isso que existem tantos conteúdos de má qualidade. Nas redes sociais não há um compromisso com a qualidade da informação, com a sociedade; o que se tem ali é um compromisso individual, um interesse de grupos privados, grupos bem determinados de interesses nas redes. O que vai nos diferenciar dos demais é a característica da checagem, da contextualização da informação. O jornalismo tem conseguido cumprir seu papel? A imprensa tem avanços bem concretos. Os próprios jornais, os maiores, têm se disponibilizado para fazer a checagem com maior frequência. Quando se aprende com os erros torna-se possível entregar para a sociedade um trabalho maior, e eu acho que é esse o interesse de toda a imprensa. São valores, no jornalismo, que nenhum jornalista profissional deve abrir mão. Há avanços significativos, mas também um longo processo para se percorrer..

“A “ imprensa tradicional não pode querer concorrer com as redes sociais” Inácio Aguiar


Inácio compara a política a uma redação de jornal, sempre acelerada [Foto: Rayanne Aragão]

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Gle e fa [Fot


O dilema do JORNALISMO

nas redes

enna defende que fazer mídias é ter estratégia azer jornalístico ao mesmo tempo oto: Fábio Lima]

De likes a comentários ofensivos, do deadline das redes sociais à responsabilidade na devida apuração jornalística, as novas plataformas de informação lançam o Jornalismo atual em caminhos desafiadores Texto Anderson Souza Diagramação Aldemir Neto

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Em 21 de agosto de 2017, “tremendo, nervosa e gelada”, Glenna Cherice, 28, coordenadora de Mídias do Grupo de Comunicação O Povo, se preparava para dar início ao Live Notícias. O programa, veiculado no Facebook, era mais uma ideia, entre as muitas do veículo, de acompanhar a nova tendência do Jornalismo de se inserir nas redes sociais, para interagir com os mais diversos públicos. A ex-aluna do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7) afirma que o maior desafio do jornalista, com as novas plataformas, é ser editor, repórter, social mídia e publicitário ao mesmo tempo. A expansão do uso das mídias digitais atinge desde as redações ao trabalho das assessorias. Moacir Maia, 58, coordenador de Comunicação da Prefeitura de Fortaleza, vê as novas mídias com cautela. Para o jornalista, toda nova forma de comunicação deve ser testada, mas sem se sobrepor ao devido processo de apuração jornalística. “A velocidade que as redes querem resposta não deve ser nosso velocímetro”, argumenta Moacir. Diferente dos veículos de comunicação, a Prefeitura de Fortaleza tem buscado atingir públicos que não acessam os canais digitais do Paço Municipal. Para Maia, a comunicação no serviço público tem o único propósito de melhorar a vida do cidadão. Ele prevê, com entusiasmo, o lançamento da TV Terra do Sol, um novo canal aberto de televisão da Prefeitura, até o fim de 2019. A concessão de TV educativa foi conseguida na gestão Luizianne Lins, mas o projeto estava em fase de estruturação.

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Os deslikes da interação

Entre gravação de stories, publicações e lives, as novas redes modificaram completamente a rotina das redações. Glenna conta que na primeira live interna, gravada com um celular, a redação teve de ficar toda em silêncio. Hoje, O Povo já conta com estúdios e equipamentos qualificados para as transmissões. O esforço do jornal, de interagir com o público das redes, também abriu espaço para agressões verbais e até ameaças de alguns usuários. Glenna relata que já bloqueou seguidores do Instagram do O Povo Online por conta de mensagens de assédio a jornalistas, enviadas ao Direct – chat privado – do jornal. Em outra ocasião, dessa vez nos comentários de uma postagem no feed, uma seguidora instigou outros a incendiarem a sede do grupo de comunicação. O comentário foi feito em meio à onda de ataques das facções ocorridos em janeiro de 2019, no Ceará. Dessa vez o jurídico do veículo foi acionado, a seguidora pediu desculpas e excluiu o comentário. “Manter a serenidade” é o conselho de Maia para jornalistas, diante de comentários e mensagens agressivas nas redes. Para ele, as redes sociais canalizam deformações que são próprias do ser humano. Já Glenna observa que “as pessoas nos atacam pelo contexto”, e isso é fruto da polarização de opiniões que o mundo vive atualmente. Ela explica que não importa se o conteúdo é de esquerda ou direita, se é positivo para o time do Ceará ou o Fortaleza, vai haver sempre alguém atacando.

Para Moacir, o Jornalismo deve ser ma aos seus critérios éticos [Foto: Thiago

↔ Para Moacir, o Jornalismo deve ser mais obediente aos seus critérios éticos [Foto: Thiago Gaspar]

“A “ velocidade que as redes querem resposta não deve ser nosso velocímetro” Moacir Maia


“Não “ sei o que as redes vão nos oferecer amanhã, mas temos que estar preparados” Glenna Cherice

ais obediente Gaspar]

A ética jornalística, no entanto, é um princípio inegociável, para Eulália, diante da constante exigência de agilidade da informação, imposta pela internet. A jornalista reforça que “é fundamental que o profissional não perca de vista a coerência e o compromisso com o interesse público”.

O mercado e os novos jornalistas

Tanto nos meios de comunicação quanto nas assessorias, o papel dos coordenadores de comunicação e mídias é adaptar conteúdos para as mais variadas plataformas de informação. Diante desse mercado de constantes novidades tecnológicas, Glenna aconselha que os novos jornalistas saiam da faculdade com a mente aberta para encarar desafios. “Não sei o que as redes vão nos oferecer amanhã, mas

temos que estar preparados”, afirma a social mídia. Eulália Camurça, jornalista e professora da disciplina de Webjornalismo do curso de Jornalismo da UNI7, destaca como sua maior missão, a constante reinvenção nas maneiras de instigar os alunos a novos desafios. A profissional argumenta que os estudantes de Jornalismo precisam estar preparados porque há uma mudança constante dos formatos, da distribuição e do consumo de notícias. ↗ Eulália procura ensinar seus alunos a inovarem sem perder de vista a ética [Foto: Matheus Abrahão]

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Do folhear o papel ao rolar da página Representantes de veículos de comunicação cearenses apresentam perspectivas de futuro para as próximas décadas de um dos meios mais tradicionais do jornalismo: o impresso

Texto: Igor Thawen Fotos: Igor Thawen e Francisco Fontenele (O POVO)

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PC Norões é filho do jornalista Edilmar Norões, que também integrou o Sistema Verdes Mares [Foto: Igor Thawen]

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Is abel a Mart in, 48, curs ou Jornalismo entre 1989 e 1992, época em que a internet comercial ainda estava surgindo por meio de discagem eletrônica. Nas redações, reinavam as imponentes máquinas de escrever Olivetti e Remington. Hoje, 30 anos depois do percurso acadêmico de Isabela, os boatos de que o jornal em papel vai acabar estão cada vez mais fortes. Mas, ainda há quem passe por todas as editorias do jornal enquanto toma o café da manhã, mesmo diante do fato de que os meios de comunicação predominam na internet. Para o ex-diretor do Sistema Verdes Mares, Paulo César Norões, 54, mais conhecido por PC Norões, ainda é prazeroso passar uma página do jornal. Já Magno Gomes Paz, 23, recémformado em Jornalismo pelo Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7), consome mais notícias por meio do celular, embora lembre que a qualidade da informação e do texto são os principais aspectos que o atrai para a leitura, não o objeto utilizado. E este é o mesmo foco do pensamento da diretora executiva do jornal O Povo, Ana Naddaf, 44. A ascensão da web e o fácil acesso a ela via smartphones trouxeram um saldo positivo para os veículos de comunicação, pois nunca se leu tantas notícias como ultimamente. De acordo com pesquisa realizada em maio deste ano pela Opinion Box, 54% dos internautas brasileiros leem notícias diariamente. Outros 30% afirmam que hoje leem mais notícias do que há um ano, e 29% acreditam que

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nos próximos 12 meses irão consumir mais notícias do que atualmente. Você paga por um conteúdo jornalístico de qualidade?

De acordo com a pesquisa da Opinion Box, existe uma dificuldade em vender assinaturas de jornais e portais no Brasil, pois 61% dos entrevistados não gastam nada para consumir notícias e apenas 13% pagam menos de R$10,00 por mês para se manter informado. Quando vamos ao cinema, temos exclusividade e conforto na hora de assistir a um filme em cartaz. No estádio de futebol, temos a sensação de vivenciar tudo e saber o resultado da jogada em primeira mão. No jornal impresso, lemos grandes coberturas e aprofundamentos sobre um fato, assim como reportagens especiais em revistas. Mas, na internet, onde parte da informação é disponibilizada de forma gratuita, muitos se perguntam por que pagar por uma assinatura de um veículo de comunicação. O desafio, de acordo com PC Norões, é ter conteúdo relevante que faça com que o leitor pague para ler. Este é o atual obstáculo dos portais de notícias que optam por fechar seus conteúdos, exigindo uma assinatura após ultrapassar determinado número de acessos, pois o contrato com o leitor, assim como a publicidade, são fontes de renda para o veículo. Ana Naddaf, por sua vez, aponta que o sistema de assinatura sempre foi o recurso mais importante para a produção de um jornalismo de qualidade e independente.

“O “ futuro do jornalismo é precisa ser promissor” Ana Naddaf


↔ Para Naddaf, devemos estar preparados para nos adaptarmos às novas tecnologias que virão [Foto: Sara Maia/OPOVO]

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↔ PC Norões é filho do jornalista Edilmar Norões, que também integrou o Sistema Verdes Mares

Os boatos podem ser reais, mas a informação sempre será necessária

Não importa em qual meio, seja offline ou online, o fato deve chegar aos leitores. Jornais como o britânico The Guardian e o norte-americano The New York Times mostram que o periódico físico ainda existe e resiste, sempre sendo reformulado para se adaptar aos novos desafios que a modernidade traz. No Ceará, há exemplos como O Povo e Diário do Nordeste, ambos atuando tanto no impresso, como no digital. “O que estamos vivendo é uma revolução de ferramentas, tecnologia. O jornalismo sempre vai ser jornalismo!”, destaca Paulo César Norões, jornalista que atuou por 30 anos no Sistema Verdes Mares até novembro deste ano, e presenciou grandes reestruturações nos veículos de comunicação. Quando questionado sobre o futuro de uma das áreas da comunicação na internet, Magno Paz diz, com convicção, que o futuro é promissor, mas que os jornais têm que pensar onde estão trabalhando e para onde querem ir. Ana Naddaf vai além e lembra que o jornalismo de hoje se faz cada vez mais necessário. Já Isabela Martin, finaliza dizendo que o futuro é desafiador. “Parece fácil e simples. Só parece”, conclui.

“O “ que estamos vivendo é uma revolução de ferramentas, tecnologia” PC Norões

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↔ Isabela Martin diz que o futuro é desafiador e que, apesar de parecer simples, só parece [FOTO: Arquivo pessoal]


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