Jornal Papiro - Fortaleza nas Redes Sociais

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*COTIDIANO INFINITO Papiro se debruça sobre acontecimentos de Fortaleza cidade desvendando o vivido a partir do espaço virtual que constrói a cidade

Fortaleza nas

*VERSÃO VIRTUAL Confira e comente versões ampliadas no Blog Fato: www.agenciafatofa7.wordpress.com

redes sociais


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papi papiro ro *EDITORIAL

Papiro especial apresenta redes sociais Por: Aline Nogueira

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ais um semestre na Faculdade 7 de Setembro e uma nova turma recebe, já na primeira aula, o desafio de dar vida a próxima edição do Papiro, o Jornal Laboratório do curso de Jornalismo. Desafio instigante, que coloca os futuros jornalistas diante de situações bem próximas do que vai ser vivido na profissão que escolheram. É sentir na ponta dos dedos e no coração a sensação de escrever algo que vai ser lido por muitas pessoas. Supervisionados pelo professor Danilo Patrício, os alunos cumpriram cada etapa da construção de suas matérias: produção, elaboração da pauta, apuração, entrevistas, redação, revisão, produção de imagens, edição e diagramação. Durante o processo, como acontece na “vida real” das redações, não faltaram sugestões e ajustes que vieram do professor e também dos colegas de turma. Outro aprendizado importante foi o de conciliar interesses, prazos e a agenda dos entrevistados. Para essa edição foi escolhido um tema central que perpassa todas as matérias. Se já era consenso que a Internet chamou atenção nas últimas décadas, nos últimos

anos as Redes Sociais ganharam destaque nesse cenário e isso não passou batido pelos alunos da disciplina. Em um curso que prepara profissionais para acompanhar as tendências da sociedade contemporânea, nada mais natural do que abordar um tema ligado à comunicação (eletrônica), que cada vez mais ganha espaço e invade o mundo “não virtual”. Cada aluno mostra em seu texto como as redes sociais mudaram o cotidiano das pessoas. Os limites das relações virtuais se alargaram

e agora Twitter, Orkut, Facebook e outros sites do gênero colocam em contato empresas com seus clientes, políticos com seus simpatizantes e críticos, artistas com seus fãs, até um número vasto de outras relações. Gabriel Mota mostra que, na onda desse fenômeno, algumas empresas passaram a utilizar o Twitter como vitrine para seus produtos e tornar o site parte estratégica de seus negócios. E isso não ocorre por acaso, além do baixo custo, o Brasil é o terceiro país onde o microblog tem

mais alcance. Na América Latina, é o primeiríssimo. A atuação dessas empresas na rede trouxe para a web as tradicionais promoções e é Fábio de Oliveira que nos apresenta os “promonautas”, os internautas ligados em sorteios que usam muita criatividade e persistência para ganhar produtos e prêmios. A matéria conta como a Internet mudou os concursos e mostra histórias curiosas de gente que mudou hábitos por conta desta mania. As redes sociais também configuram-se como um espaço para compartilhar saberes e ajudar desconhecidos. Aflaudísio Dantas pesquisou como surgiu o @LeiSecaFortal. O perfil no Twitter ajuda a enfrentar o trânsito de Fortaleza através do compartilhamento de informações. É o que fazem também os usuários do site WikiCrimes, assunto escolhido por Aline Nogueira. Ao registrar locais e possíveis causas de ocorrências de crimes, os internautas conseguem montar um mapa de lugares perigosos e, ao mesmo tempo, mostrar a insatisfação com a segurança pública. Finalizado o trabalho, fica o desejo de uma boa leitura a todos e o desejo de mais encontros dessa natureza. Até a próxima!

*EXPEDIENTE Pauta, apuração, redação e edição: Aflaudísio Dantas, Aline Nogueira, Fábio de Oliveira e Gabriel Mota / Apresentação: Aline Nogueira / Supervisão: prof. Danilo Patrício / Coordenação: Dilson Alexandre


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Empresas investem na divulgação através do Twitter em Fortaleza AS EMPRESAS CEARENSES TRABALHAM CADA VEZ MAIS SUAS MARCAS, UTILIZANDO AS REDES SOCIAIS QUE ATUALMENTE ESTÃO EM EVIDÊNCIA NA INTERNET

Por Gabriel Mota

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oje em dia é comum ouvir a frase: Ele está me seguindo no Twitter, ou, eu “retweetei” a frase dele. Tudo isso se dá por conta da imersão dessa rede social no cenário brasileiro e mundial. Em Fortaleza, as grandes empresas começam a acreditar nesse mercado que se expande, encontrando uma nova forma para trabalhar a divulgação da marca em âmbito regional e nacional. Agora, essa ferramenta deixa de ser apenas uma forma de comunicação e entretenimento pela internet, e passa a ser negócio de grandes proporções. O Brasil se comporta nesse aspecto, como um dos países onde mais se utiliza a ferramenta Twitter, independentemente de quais serão os fins a ela destinados.

Um processo de adaptação Com o advento da tecnologia e suas ferramentas na internet, novas formas de publicidade foram criadas com o objetivo de uma divulgação mais pesada e intensa de uma marca. O Twitter, microblog criado em 2006, é uma das formas de viabilizar esse tipo de comunicação, permitindo aos usuários enviar e receber atualizações pessoais ou profissionais de outros contatos. Essa rede social vem se propagando não apenas entre os usuários domésticos, mas também entre as empresas que projetam as marcas através desse espaço. Adaptando-se às novas tendências e visando lucros em uma nova forma de divulgação de baixo custo, essas corporações buscam encontrar no Twitter um novo

modelo de negócio publicitário que faça a ligação entre elas e os seus clientes. Porém, para algumas empresas, a ferramenta surge apenas como uma forma de comunicação rápida com os clientes. Nem todas precisam ficar anunciando, já que não são instituições ligadas à venda direta de produtos, como é o caso da Companhia Energética do Ceará (Coelce). Essas empresas, que não procuram apenas uma forma de publicidade no Twitter, observam que, a partir disso, passa a existir uma nova ferramenta para o relacionamento entre cliente e a empresa, através dessa troca de informações.

Perfil dos Usuários Empresas As postagens das grandes empresas no Twitter diferem muito das publicadas pelos usuários comuns. Essas grandes corporações traçam um planejamento estratégico em suas atualizações, trazendo uma sequência de informações que possibilitam ao usuário entender como funciona e o que oferece uma determinada empresa. Esse processo facilita a fixação de uma marca empresarial. Outro quesito bastante analisado é a concorrência nas redes. A partir de agora, não é mais suficiente ultrapassar a empresa concorrente apenas no mercado convencional. As apostas agora são investir e conseguir alavancar a marca também no mercado digital. Em um perfil pessoal você encontra frases como: “Acordei cedo pra atualizar meu blog. Quem diria Sra. Natanna... – postado por @natannar”. Nos perfis empresariais, observa-se que o teor das informações é completamente diferente: “#RT @forro_no_sitio #ARRASA dia 07/05 lançamento do DVD do @Avioes-

doForro_ - postado por @forro_no_sitio”, como é o caso do perfil da casa de shows Forró no Sitio, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza. O que acaba acontecendo é que grande parte dessas empresas usam o Twit-

ter apenas como uma forma de alavancar suas metas e objetivos, procurando todas as maneiras possíveis para que isso aconteça. A força da internet, aliada ao impacto que o Twitter causa nos seus usuários, auxilia nessa corrida desenfre-


papi ro ada em busca da expansão comercial da marca. As empresas enxergam que o Twitter aproxima as pessoas de forma voluntária, e isso acaba gerando experiências positivas com essa rede de seguidores. Em entrevista, a assessora de comunicação da Companhia Energética do Ceará (Coelce), Mariana Ruggeri, 27, revela qual é a linha de trabalho da empresa no Twitter, já que por si só, segundo ela, a Coelce não possui interesses comerciais diretos com o microblog: “O Twitter representa mais uma ferramenta para relacionamento com as pessoas, através da troca de informações. É uma possibilidade de atentar para a opinião dos clientes, de estar próximos deles. O objetivo é divulgar informações sobre a Coelce, o fornecimento de energia, projetos sociais, incentivar o uso eficiente e seguro de energia elétrica, responder as dúvidas, orientar sobre os procedimentos de solicitação de serviço, entre outras ações realizadas pela empresa”, diz a jornalista. A gerente de Marketing da empresa Odonto System, Fernanda Rocha, 29, conta que o Twitter é mais um canal de comunicação e interatividade que se abre entre a empresa e seus clientes: “A Odonto System sempre buscou a inovação dos seus serviços e não podia ficar de fora dessa inovação tecnológica que tanto afeta o mundo dos negócios. O Twitter representa, dessa forma, um canal de comunicação com seus clientes e com a sociedade, visto que os temas saúde, estética e bem-estar são cada vez mais de interesse da população”, avalia.

Twitter rápido e respeitoso: A opinião de quem entende O blogueiro e jornalista Emílio Moreno, 35, que participa ativamente do Twitter, revela que esse tipo de publicidade não pode ser invasiva, e alerta que as empresas devem tomar cuidado ao iniciar uma conversa através dessas redes: “As empresas devem ter cuidado ao iniciar uma conversa, pois nesses canais, essa é a melhor forma de “vender” suas marcas e produtos. Hoje temos consumidores mais exigentes e nos sites de relacionamento isso é ainda mais evidente. Aquelas marcas que tentam invadir a privacidade das pessoas correm maiores riscos de errar”. Emílio fala ainda de um aspecto importante para essas empresas: “Nas redes sociais, as empresas devem estar preparadas

Foto: Gabriel Mota

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Fernanda Rocha – Gerente de Marketing da Odonto System

para dar respostas rápidas aos clientes. Isso pode ser a maior e melhor publicidade que elas podem fazer”, observa. Também a estudante de publicidade Marise Cartaxo, 23, afirma que as grandes empresas usam dessa publicidade para atingir seu público-alvo, mas alerta que é necessário saber como atingir o desejado: “Muitas empresas pecam ao fazer algo que nem sempre é visto com bons olhos pelos clientes. O Twitter como ferramenta rápida é capaz de elevar ou acabar com uma empresa ou um produto. Acho uma excelente forma de promover uma marca, tendo, é lógico, cautela no que se posta”, diz. Surge então uma dúvida: Será que essas empresas estarão prontas para dar respostas rápidas aos seus clientes através dessas redes sociais? O papel do Twitter, Facebook e tam-

“HOJE TEMOS CONSUMIDORES mais exigentes e nos sites de relacionamento isso vem sendo ainda mais evidente, Emílio Moreno, dono do blog Liberdade Digital”

bém das outras redes sociais, não é apenas informar ou aproximar esse cliente à empresa, mas é também um canal de monitoramento das reclamações e queixas. O que acontece é que a partir do momento em que se cria um perfil empresarial, o cliente não reclamará mais em sua página pessoal e sim no perfil da empresa da qual deseja atendimento. É necessário que as empresas estejam prontas para responder a esses questionamentos solucionando o problema proposto e mostrando aos outros usuários que a rede social também é um canal eficiente de comunicação.

Estatísticas Desde a sua criação e por conta das especulações que giram em torno do assunto na rede, o Twitter vem sendo


papi ro monitorado e avaliado por alguns sites (Twitter Analizer, Twitalyzer) que fazem a contabilidade de seus dados (Postagens, usuários, quantidade de acessos), transformando-os em gráficos. O site ComScore, empresa líder em estatísticas no mercado digital, realizou uma pesquisa que mede o nível de penetração do Twitter em cada país. O estudo apontou os 10 primeiros países em que o Twitter tem o maior alcance entre os usuários:

1. Holanda: 26,8% 2. Japão: 26,6% 3. Brasil: 23,7% 4. Indonésia: 22,0% 5. Venezuela: 21,0% 6. Canadá: 18,0% 7. Argentina: 18,0% 8. Turquia: 16,6% 9. Filipinas: 16,1% 10. Singapura: 16,0%

Segundo um relatório do site Benchmark Twitalyzer, que faz a contagem de frequência no Twitter, publicado em agosto de 2010, revelou que no cenário cearense, o Mucuripe Club lidera a permanência e as postagens. Também se destaca entre as primeiras posições são o Forró no Sítio (3º Lugar) e a D&E Produtora (4º Lugar). Em abril deste ano, o site Culturizando.com publicou um infográfico mostrando que o Brasil é o país da América Latina que mais utiliza o Twitter como ferramenta de comunicação, seja para uso comercial ou pessoal.

Perfis especializados em divulgar Além dos perfis criados pelas empresas, existem outras maneiras para divulgar ainda mais no Twitter. Trata-se dos perfis especializados em repassar as postagens das empresas. Geralmente esses perfis possuem mais usuários nas páginas do que as empresas que os contratam. Isso gera uma eficiência na divulgação da postagem. Esse processo se dá como uma terceirização. O perfil de divulgação é contratado pela empresa, passam a capturar as informações do perfil oficial da instituição, repassando as mensagens para um público maior. Um exemplo disso é o perfil Divulguem.me (@divulguem), que faz divulgações das empresas Beach Park, Banco do Nordeste e jornal O povo. Nesses perfis especializados, são divulgadas ações, promoções, concursos, dicas e ofertas das corporações que o contratam.

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Internet e trânsito @LeiSecaFortal:O trânsito rende-se à velocidade da internet COMO UM ESTUDO DE MESTRADO SOBRE REDES SOCIAIS SE TORNOU UM SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA NO TRÂNSITO CAÓTICO DE FORTALEZA

Por: Aflaudisio Dantas

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ortaleza. 14 de abril de 2011. Avenida Engenheiro Santana Junior, 19 h. Em meio a um mar de automóveis está o ônibus da linha Parangaba-Papicu-Aeroporto. Dentro dele, estou espremido entre os passageiros todos de pé. Do meu lado, alguém com um ipad na mão informa para o perfil @LeiSecaFortal como está o trânsito. O administrador do perfil repassa a mensagem, ou melhor, retweeta para todos os seus seguidores no Twitter.

Foto: Lucas Moura

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Nos últimos dois anos isso já virou rotina entre os usuários do Twitter em Fortaleza. O que antes era apenas uma rede social para veiculação de conteúdo foi transformado num serviço de utilidade pública. Lenine Nóbrega, empresário do ramo de softwares, olha com orgulho para a sua ideia. Não imaginava que fosse chegar tão longe, mas sabia que seria de utilidade bastante prática num trânsito cada vez mais selvagem como o nosso. Por falar em trânsito caótico, não é de hoje que os fortalezenses têm dor de cabeça com esse assunto. Pelo menos é o que diz a pesquisa divulgada em maio de 2008 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), em parceria com os Ministérios da Saúde e da Justiça. Segundo o estudo, Fortaleza ocupa o terceiro lugar entre as capitais brasileiras em número de acidentes de trânsito. Segundo dados da pesquisa citada, Fortaleza tem uma frota de 520 mil veículos. A malha viária da cidade não suporta toda essa demanda, que só tende a cres-

Trânsito parado na Washington Soares cer. Dados da Federação Nacional de Veículos Automotores no Ceará (Fenabrave-CE) mostram que até dezembro de 2011 devem ser vendidos 54 mil carros novos somente na capital. E mesmo com as constantes revitalizações na infraestrutura da cidade em pontos mais sensíveis, como a Avenida Domingos

Olímpio, por exemplo, as melhorias no trânsito são imperceptíveis. É o que diz o motorista de ônibus Alex Moreno. “Sinceramente, nos seis anos que trabalho como motorista, não vi melhora não”, afirma. Ele passa por pontos críticos todos os dias, inclusive essa avenida. “Com essas obras aí tivemos um transtorno grande que não compensou, pois os engarra-

famentos continuam imensos”, diz. Enquanto o poder público não encontra uma solução definitiva, iniciativas como o @LeiSecaFortal tentam contornar o problema.

O início Tudo começou num estudo de mestra-


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do em 2008. Inicialmente, o objetivo era fazer um estudo aprofundado sobre redes sociais. Inspirado no @Leisecarj, que informa essencialmente sobre pontos de blitz de Lei Seca no estado do Rio de Janeiro, Lenine criou assim o @LeiSecaFortal.A ideia inicial era tornar público acidentes de trânsito, engarrafamentos ou qualquer incidente que causasse impacto ao fluxo de veículos em Fortaleza. Numa cidade onde a infraestrutura não acompanha o crescimento elevado do número de automóveis nas ruas, qualquer ideia para diminuir o impacto negativo seria bem vinda. Para Lenine, além de prazer, o @LeiSecaFortal dá muito trabalho. Ele tem muita cautela antes de veicular as informações que chegam até ele. No início do projeto, ia até os locais fazer a averiguação das informações. Hoje, devido à grande demanda, ele pede somente que junto com o informe venha uma foto. Essa foto é postada no Twitpic, aplicativo que permite interação ao Twitter através de imagens.

O Reconhecimento

“HOJE JÁ SÃO MAIS DE 20 MIL seguidores que enviam e recebem mensagens sobre o trânsito na capital”

tos de engarrafamento na cidade. Lenine acredita que as informações propagadas via Twitter e agora internet podem ajudar para trazer melhorias para Fortaleza. Porém, não tem ilusões: “Espero que essas informações interesse e de forma positiva às autoridades, mas enquanto isso vou fazendo minha parte.” @CaronaFortal por uma Fortaleza com menos veículos circulando

Surpreende como os fortalezenses aderiram à ideia de Lenine. Hoje já são em torno de 20 mil seguidores que enviam e recebem mensagens sobre o trânsito na capital. Até órgãos públicos que usam o e têm perfil no Twitter, como por exemplo o Ronda de Ações Intensivo e Extensivo (Grupo RAIO) e a Cagece, acompanham o @LeiSecaFortal.

Outra projeto de Lenine que partiu do mesmo estudo de mestrado e que vem dando o que falar é o @CaronaFortal. O serviço prestado via Twitter é bem semelhante ao @LeiSecaFortal. Alguém que deseja carona para algum lugar dentro de Fortaleza envia uma mensagem para o perfil no microblog e essa mensagem é repassada para aqueles que acompanham @CaronaFortal.

O projeto deu tão certo que Lenine já criou um site para o @LeiSecaFortal. Um dos objetivos é mapear os principais pon-

O idealizador do projeto orgulha-se pelo fato de ter inserido em Fortaleza uma prática que não fazia parte dos hábitos dos

cearenses, que é o de dar carona. O perfil @caronafortal já conta mais de dois mil seguidores.Seu principal objetivo é reduzir ao máximo possível a quantidade de veículos circulando na capital. Uma questão que pode ser levantada é a da segurança. Como oferecer carona a alguém que não conhecemos e como aceitar carona de um desconhecido? Para a operadora de caixa Karina, é preciso ter cuidado na hora de aceitar ou oferecer carona. “Os homens, por exemplo, não tem a mesma maldade que existia há algum tempo, mas se eu fosse pedir carona tomaria cuidado antes e não confiaria muito”, conclui.

Ressalvas por parte de autoridades Entretanto a iniciativa é vista com reservas por parte de algumas autoridades. O agente da Polícia Rodoviária Federal, A P B, que não quis se identificar, disse que acompanha o perfil. “É salutar essa iniciativa, entretanto, é preciso tomar cuidado com a maneira que se pretende usar esse serviço.” Ele admite dizendo que o @ LeiSecaFortal mapeia em tempo real os maiores focos de congestionamento, mas afirma que alguns usuários o utilizam para alertar motoristas sobre pontos onde estão ocorrendo blitz. Questionamos se não está previsto em lei que o cidadão deve ser avisado com antecedência sobre qualquer ação dessa natureza e que, portanto, o @LeiSecaFortal estaria dentro da legalidade. A P B res-

pondeu que em nenhum momento colocou em cheque a legalidade do serviço. “Minha ressalva é no sentido de que tweets que informem onde está havendo blitz não devem ser divulgados”, explica. Ele se justifica dizendo que, assim, possíveis infratores no trânsito, ao saber pelo Twitter onde está ocorrendo blitz, podem desviar sua rota. Ele afirma ainda que por mais de uma vez leu tweets informando locais onde agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) estavam aplicando multas. Conversamos com A P B sobre o @ CaronaFortal. Ele nos disse que conhece o perfil, mas que não utiliza o serviço. “Eu não dou e nem aceito carona de pessoas desconhecidas. Mesmo que eu ligue antes pra pessoa e cheque informações, não tem como eu saber se a pessoa é de boa índole”. Ele finaliza dizendo que apóia as duas iniciativas e que elas podem servir tanto para o bem como para o mal. “Assim como na internet como um todo cada pessoa é que decide o uso que faz dessas ferramentas”, conclui.

SERVIÇO Segue abaixo links do perfil do @ LeiSecaFortal no twitter bem como o site. Twitter: @LeiSecaFortal/@ CaronaFortal Site: www.leisecafortal.com.br/

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A Web que colabora com a

segurança SEGUINDO A TENDÊNCIA DA WEB 2.0, O SITE WIKICRIMES AJUDA INTERNAUTAS A DESCOBRIR OS LUGARES ONDE É POSSÍVEL ANDAR COM SEGURANÇA. A IDEIA NASCEU EM FORTALEZA E JÁ CHEGOU À INGLATERRA E AOS ESTADOS UNIDOS.

Por: Aline Nogueira

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ma tendência que vem crescendo na Web é de sites que geram mapas colaborativos. A partir das informações inseridas por usuários, os dados são organizados e viram fontes de consulta. Um desses mapas é gerado pelo site Wikicrimes. O mapa reúne ocorrências de crimes que vão dos mais simples, um furto, por exemplo, até homicídios de grande repercussão. A ideia é de Vasco Furtado, professor e coordenador do Laboratório de Engenharia do Conhecimento da Universidade de Fortaleza (Unifor), e já faz sucesso em outros países. Para o professor, muitas pessoas normalmente compartilham informações sobre crimes dos quais tiveram conhecimento ou mesmo de que foram vítimas. “É muito natural. Se você foi vítima, você contou pra alguém, pros seus familiares, pros seus amigos. Você conta nem que seja com o intuito de desabafar”, avalia. Ao “contar” utilizando o site, o usuário consegue alcançar um público maior e assim alertar mais pessoas sobre os perigos de um determinado lugar. Todos esses dados juntos geram informação e trazem uma ideia do grau de criminalidade de cidades do mundo todo.

Uma causa social Para Fernanda Crisóstomo, pesquisadora do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC), o uso da ferramenta realmente se dá pela vontade de contar o fato, afinal

somos seres sociais, mas um outro sentimento também pode ser destacado: esta também é uma forma de expor a indignação pelo atual quadro de violência presenciado pela nossa sociedade. “A população sente a necessidade de expor o seu clamor por paz. E como é que ela faz isso, lutar por justiça, por tranquilidade, por paz? Falando de suas fragilidades, seja por assalto, por briga, ou por qualquer incidente que aconteça na sociedade”, explica a mestranda, que pesquisa Sociologia do Conflito e da Emoção. Fazendo isso, é possível alertar mais pessoas sobre a gravidade do assunto e convidá-las a se mobilizar para promover alguma mudança ou pressionar com mais força o poder público. Para a socióloga, o Wikicrimes não foi o primeiro site a oficializar o crime como assunto a ser compartilhado. O tema da violência já estava presente em outras redes sociais. É comum que as pessoas coloquem na página pessoal de redes como Orkut, Facebook, MSN e Twitter status de que foram assaltadas mas estão bem, ou que trocaram o número do celular porque tiveram o aparelho roubado.

Credibilidade Para garantir a confiabilidade dos dados do Wikicrimes e evitar que informações falsas causem distorção, quem registra um crime deve indicar e-mails de pessoas que possam confirmar a ocorrência, seja por ter testemunhado, por ter ficado sabendo, ou apenas por confiar em quem fez o registro. “A ideia é de que, se você vai mentir, vai ter que mentir em conjunto. Você não vai poder mentir só”,

“A IDEIA É DE QUE, se você vai mentir, vai ter que mentir em conjunto¨, explica Vasco Furtado.” “A CREDIBILIDADE DA FONTE é um dado crucial.”

explica Furtado. Mas nem só dos relatos das vítimas de furtos e roubos, vive o Wikicrimes. Muitos colaboradores informam no site crimes dos quais ficaram sabendo pela imprensa ou por conhecidos, sem que tenham relação direta com o que ocorreu. Em outros lugares, como na cidade de Blumenau (SC), o próprio Departamento de Segurança Pública informa os dados recebidos nas delegacias e amplia as informações sobre as ocorrências. Esse também é um indicativo de que a informação é segura. Para a equipe que mantém o projeto, a credibilidade da fonte é um dado crucial. Quando a informação vem de um jornal, por exemplo, já se sabe que aquele informante tem uma reputação a zelar. “Ao contrário dos usuários comuns, esses colaboradores não ficam anônimos. É possível saber com facilidade quem registrou aquele crime”, diferencia o professor. O site chama essas fontes de entidades certificadoras. Além da polícia, a imprensa também leva informações para o site. Os jornais O Povo e Diário do Nordeste e o programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro, são alguns desses exemplos no Ceará. Além disso, o site tem programas de mineração de dados, que servem para identificar usuários com comportamentos suspeitos. Relatar muitos crimes na mesma área é um desses atos. Essa pode ser uma tentativa de criar uma tendência que não existe. Nesses casos, a equipe que cuida do site monitora com mais cuidado esse usuário. “Se for o caso, a gente até retira as informações”, explica Vasco.


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O usuรกrio pode configurar uma รกrea de interesse e receber alertas via e-mail sempre que ocorrer um crime no local.

Ao registrar um crime, o usuรกrio pode opinar sobre quais fatores colaboraram para que o fato acontecesse.

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Promonautas Os caçadores de promoções à procura de um prêmio online

Por: Fábio Oliveira

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riativos, esperançosos, ousados e, por vezes, sortudos. Essas são as principais qualidades encontradas entre internautas que descobriram nas redes sociais um meio de ganhar promoções realizadas na internet. Empresas dos mais variados tipos de segmentos promovem sorteios e concursos culturais através, principalmente, de suas páginas no Facebook, Twitter, Youtube e WebSites oficiais. Muitos usuários, ao descobrir que podem tirar boas vantagens com isso, passaram a participar ativamente dessas promoções, diariamente. As premiações oferecidas por essas empresas são diversas: desde os de maiores valores financeiros, como viagens e produtos eletroeletrônicos, aos mais simples, como ingressos para cinema e cosméticos. Consolida-se, assim, um novo grupo de internautas no mundo virtual: os “Promonautas”.

arquivo pessoal

PROMOÇÕES NAS REDES SOCIAIS VIRAM FEBRE ENTRE GRUPO DE INTERNAUTAS. ALGUNS DELES PASSAM HORAS E HORAS DIÁRIAS EM BUSCA DE PREMIAÇÕES DE TODOS OS TIPOS

“UM NOVO GRUPO de internautas no mundo virtual: os promonautas” Vanesca Magalhães (à direita) recebendo o seu primeiro prêmio online, em 2008


papi ro 11 print screen da página pessoal do youtube de evelene

Vício? “Você usa camisinha?”, questionou ao repórter, a Auxiliar de Serviços Gerais, Evelene Sousa, em encontro para entrevista. A pergunta da senhora de 48 anos não se tratava de uma curiosidade íntima com relação ao entrevistador. O interesse se dava diante de mais uma promoção, entre as milhares das quais já participou. O que Evelene queria, de fato, era a embalagem. “Na hora H, lembre de mim!”, é o que diz em uma mensagem na sua página do Facebook.

Formada pela “Universidade da Vida”, conforme descreve também em sua página pessoal, o “vício” pelas promoções vem do fim dos anos de 1970. A mania da época era mandar cartas para as rádios para concorrer a, normalmente, quites de cozinha. Hoje, Evelene tem que se adaptar à nova era digital. Das cartas para a rádio aos vídeos no Youtube. São oito horas diárias conectada para estar atenta às melhores promoções da internet.

Assim como os tipos de prêmios ofertados pelas empresas, são muito variados os perfis dos internautas ativos na prática. A supervisora administrativa Neyania Veras, por exemplo, tem em sua página de twitter várias mensagens em que ela se mostra uma usuária bem antenada às promoções. Entretanto, só se deu conta disso quando foi procurada pela reportagem. “Sabe que eu não

tinha percebido isso?”, atenta, após dizer que passa, em média, 12 horas por dia na internet. Mas ela garante que não é viciada: “Não participo de promoções todos os dias. No entanto, uso a internet diariamente para fins comerciais e pessoais”. A rede social preferida por Neyania é o Twitter. Ela se intitula tímida e diz que tenta interagir com perfis com os quais mais se identifica.

Print Screen da tela do perfil do twitter de Neyania

“Cearense fanática por promoção”, Evelene de Sousa tem página personalizada no Youtube

Já a enfermeira Vanesca Magalhães mostra preferência por outra rede social: “Amo Facebook e não sei como vivi todo esse tempo sem ele”. Uma característica que a faz uma promonauta assumida é a sua competitividade. Porém, ela, assim como todas as entrevistadas, condena uma prática que vem se tornando comum no Facebook: a criação de falsos perfis que auxiliam internautas mal-intencionados sedentos por promoções.

“VANESCA ACREDITA que deve haver “profissionalismo” entre os promonautas.”

A explicação é de que uma das formas mais usadas pelas empresas para presentear os participantes é a qual os vencedores são os mais votados, ou que possuem mais amigos para “curtir” - meio de fazer comentários positivos ou de conectar-se com coisas importantes para os usuários no Facebook. Vanesca acredita, inclusive, que deve haver “profissionalismo” entre os promonautas. Durante a semana, a estudante Ana Cecilia divide o tempo entre a faculdade de engenharia de alimentos e o trabalho que realiza com a mãe. Assim, sobram apenas, em média, duas horas para estar em frente ao computador ou notebook. Ela não se considera uma promonauta, apesar de já ter ganho muitos prêmios com isso – mais de 150 -, desde 2008, ano em que teve o seu primeiro êxito online. Segundo ela, a criatividade é o seu ponto forte, juntamente com o seu bom grau de instrução e alto conhecimento da língua portuguesa.

arquivo pessoal

Página do Twitter de Neyania Veras mostra que ela é uma usuária bem antenadas nas promoções

Vanesca já ganhou até uma viagem com todas as despesas pagas para assistir a uma corrida da Fórmula 1, em São Paulo. Nesta promoção, teve que ganhar duas vezes: uma para ela e uma para o marido


papi ro Do outro lado

Sono acumulado e reprovação da família são algumas das consequências negativas expostas por Evelene Sousa e Vanesca Magalhães. As duas afirmam que só conseguem dormir depois das duas horas da manhã, horário em que se desconectam. Ambas levantam às 6h30. De acordo com especialistas, a média que a população adulta necessita é de 7 a 8 horas de sono diárias. Ou seja, duas horas e meia a menos do que o recomendado. Já Neyania e Ana Cecilia garantem que as promoções não interferem em seus sonos. “Às vezes penso se vale a pena pagar esse preço alto, sabe?”, lamenta Vanesca, acreditando que o vício está prejudicando o relacionamento com o seu marido e a sua filha de três anos. “A minha obsessão em ganhar promoções alterou profundamente a minha rotina de horário livre”, acrescenta. Evelene também se considera uma viciada. A mãe dela, que sofre com problemas de saúde, também não aprova o hábito da filha. A promonauta, então, explica a técnica usada para despistá-la: “Quando chego do trabalho, às 7 horas (da noite), espero ela ir dormir, assistindo um pouco de televisão, para ir ao computador umas 9 horas”.

Segundo Magna Medeiros, gerente de marketing do Shopping Aldeota, em Fortaleza, as promoções realizadas pela empresa na internet têm um grupo de internautas que está em todas. “Eles não só participam com o nome deles, como também com os dados de parentes”. Isso ocorre, segundo Magna, nas promoções em que as premiações são em maior quantidade, por forma de concurso: “Têm vezes em que quase uma família toda ganha as premiações, tamanha é a criatividade e vontade do promonauta”. A gerente de marketing explica porque não tem como dificultar esse tipo de situação: “Em concurso cultural, temos que premiar os mais criativos. Eles normalmente são os melhores, e não temos como controlar o nome de todos os seus amigos e parentes”. Ana Cecilia confirma e diz que a maioria dos promonautas são pessoas instruídas: “a maioria escreve bem, fala bem e teve uma boa educação. Mesmo quando não ganhamos, ficamos felizes e satisfeitos com as empresas que valorizam as boas ideias e escolhem realmente os melhores”

Por Fábio Oliveira A personagem com a estória mais curiosa entre as entrevistadas é Evelene de Sousa. Há 34 anos, ela participou da primeira promoção. Nunca mais parou. Os quites de cozinha conquistados através das cartas que enviava às rádios da época mexeram com a história de sua vida. Em promoção, já ganhou até uma viagem com tudo pago para a última Copa do Mundo, em 2010, na África do Sul. Moradora do bairro do Pirambu, Evelene tem o segundo grau completo. Apesar das muitas dificuldades e adversidades apresentadas ao longo do seu quase meio século de vida, ela vem tendo que se adaptar a essa era digital para não ficar pra trás no campo das promoções. Foi apresentada ao computador há uma década. Auxiliar de serviços gerais em uma empresa de tecnologia, ela é considerada a coringa no trabalho por exercer diversas funções. A fissurada em promoções era – e ainda é – escalada para cobrir o horário de almoço da recepcionista. “Eu ficava lá e o pessoal insistia para eu ligar o computador pra passar tempo. Como eu não sabia

“Solteira e encalhada”, Evelene levou o seu sobrinho como acompanhante para a Copa do Mundo, na África, em 2010 crédito: Fábio Oliveira

Adaptação ao virtual

Magna Medeiros, gerente de Marketing do Shopping Aldeota

crédito: Fábio Oliveira

Vida real

Fábio de Oliveira

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nem pra onde ir, não tinha muita vontade não”, confessa. Essa desmotivação durou até o dia em que ela percebeu, através das propagandas na televisão, que as promoções estavam migrando para outro universo: o virtual. Foi aí que Evelene decidiu se conectar. Antes de obter o próprio computador, as “lan houses” eram os seus lugares preferidos. Saía do trabalho correndo para uma delas. Até o momento em que contou com a ajuda de um colega de trabalho: “cheguei para um dos meninos que trabalhava lá e pedi um computador de presente. Ele me deu!”. Hoje, a promonauta do Pirambu já possui, além do computador em sua casa, um netbook. Mostrando-se autodidata, Evelene orgulha-se em dizer que nunca fez sequer um curso de informática. Aprendeu tudo “na marra”.

SERVIÇO Sites especializados em divulgar promoções: www.baudapromocao.com.br www.acheipromocao.com.br A auxiliar de serviços gerais, em torcida pela Seleção Brasileira

www.promocoesnarede.com.br


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