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Hipovitaminose D em Gestantes: uma Análise em Estudos de Coorte

Hypovitaminosis D in Pregnant Women: an Analysis in Cohort Studies

Hipovitaminose D em Gestantes: uma Análise em Estudos de Coorte

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RESUMO: A nutrição adequada é de extrema importância durante a gestação, afetando tanto a saúde materna, como a fetal; neste contexto, constitui-se como um dos problemas durante a gravidez a hipovitaminose D. Esta revisão bibliográfica inclui estudos dos últimos dez anos, encontrados nas bases de dados PubMed, ScienceDirect, Google Acadêmico, Scielo, LILACS e MEDLINE, com o objetivo de examinar evidências científicas sobre as repercussões da deficiência de vitamina D em gestantes e sua qualidade metodológica com aplicação da Escala Newcastle-Ottawa para estudos de coorte; foram encontrados 111.991 artigos e seis foram selecionados para os resultados. Confirmou-se a relação entre a hipovitaminose D em gestantes e desfechos negativos, dentre eles estão, baixo peso ao nascer e bebês pequenos para a idade gestacional, crianças com traços de autismo, depressão pós-parto, entre outros. Faz-se necessário um diagnóstico precoce de hipovitaminose D, uma vez que pode acarretar prejuízos na saúde materno fetal.

ABSTRACT: Adequate nutrition is extremely important during pregnancy, affecting both maternal and fetal health; in this context, hypovitaminosis D is one of the problems during pregnancy. This literature review includes studies from the last ten years, found in the databases PubMed, ScienceDirect, Academic Google, Scielo, LILACS and MEDLINE, in order to examine scientific evidence on the repercussions of vitamin D deficiency in pregnant women and its methodological quality with the application of the Newcastle-Ottawa Scale for cohort studies; 111,991 articles were found and six were selected for the results. The relationship between hypovitaminosis D in pregnant women and negative outcomes was confirmed, including low birth weight and small for gestational age babies, children with autism traits, postpartum depression, among others. An early diagnosis of hypovitaminosis D is necessary, as it can harm maternal and fetal health.

................. Introdução ..................

Uma nutrição adequada é de extrema importância em todas as fases da vida, e durante o período gestacional ela ganha um destaque especial; uma vez que a gestação impõe necessidades nutricionais aumentadas com o objetivo de permitir os ajustes fisiológicos no organismo materno. O estado nutricional equilibrado da mãe tanto antes como durante a gravidez influencia no prognóstico da gestação, com grandes impactos sobre a saúde materna e o crescimento e desenvolvimento fetal e do recém-nascido, podendo assim persistir na infância e ao largo da vida adulta (MOURA et al, 2013; BUENO; BESERRA; WEBER, 2016; VINKHUYZEN et al, 2016; GOULART;

Hipovitaminose D em Gestantes: uma Análise em Estudos de Coorte funcionais

GOULART, 2017). Durante a gestação ocorrem profundas transformações no organismo feminino as quais tornam a gestante suscetível a mudanças fisiológicas e patológicas; a deficiência de vitamina D (25OHD) é uma dessas transformações (GOULART; GOULART, 2017). Estudos recentes sugerem que o baixo consumo de vitamina D pode ser um fator de risco para resultados negativos tanto na gravidez, quanto no pós fetal, como por exemplo, pré eclâmpsia, diabetes gestacional, depressão pós parto, bebês pequenos para a idade gestacional, baixo peso e altura ao nascer, abortos espontâneos, infecções respiratórias como asma e distúrbios neurológicos tais como transtorno do espectro autista; algumas dessas consequências patológicas perpetuam na infância e até na vida adulta (BASILE, 2014; KARRAS et al, 2016; VINKHUYZEN et al, 2016; HEYDEN; WIMALAWANSA, 2018; PLIGT et al, 2018; NANDI et al, 2020). O objetivo geral do trabalho foi examinar as evidências científicas sobre as repercussões da hipovitaminose D em gestantes. Os objetivos específicos foram: identificar as alterações metabólicas e nutricionais do baixo consumo de vitamina D durante a gestação; identificar as alterações neurológicas e comportamentais do baixo consumo de vitamina D durante a gestação; identificar quaisquer outros tipos de alterações devido ao baixo consumo de vitamina D durante a gestação e avaliar baseando-se na Escala Newcastle-Ottawa a qualidade metodológica de estudos de coorte que analisaram a relação da hipovitaminose D em gestantes e suas repercussões materno e fetal.

............... Metodologia ....................

Quanto ao procedimento técnico ela é classificada como pesquisa bibliográfica sistemática, no que diz respeito à abordagem, ela é do tipo qualitativa e em relação à temporalidade da pesquisa, ela é do tipo transversal. Procedeu-se uma pesquisa bibliográfica de artigos publicados no período de 2011 a 2021; utilizando as bases de dados eletrônicas: PubMed, ScienceDirect, Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Os idiomas selecionados foram: português, inglês e espanhol. Os descritores usados foram: Status de vitamina D na gestação e repercussões; Status de vitamina D materna e desfechos negativos; Deficiência de vitamina D na gestação e repercussões; Vitamina D em gestantes e repercussões; Deficiência de vitamina D em gestantes e alterações nutricionais; Deficiência de vitamina D em gestantes e alterações metabólicas; Deficiência de vitamina D em gestantes e alterações neurológicas e Repercussões da deficiência de vitamina D em gestantes. Foram selecionados artigos de acordo com os seguintes itens: primeiro: população de mulheres gestantes, sem comorbidades precedentes, em qualquer idade gestacional; segundo: intervenção da deficiência de vitamina D durante a gestação, e terceiro: desfechos negativos para o binômio mãe e/ou bebê, tanto na gravidez, quanto no pós-fetal. Para realizar a análise metodológica, os artigos finais selecionados foram submetidos à Escala Newcastle-Ottawa, para avaliação de qualidade em estudos de coorte. A escala de Newcastle-Ottawa utiliza um sistema estelar (0 a 9) para avaliar os estudos selecionados em três domínios: seleção, comparabilidade e desfecho.

.......... Resultados e Discussão .........

No decorrer da pesquisa foram encontrados um total de 111.991 artigos nos sites de busca a partir da aplicabilidade dos descritores. Todos os resumos dos artigos encontrados nas bases de dados foram lidos na íntegra, e as pesquisas consideradas com maior potencial de relevância, ou seja, aquelas que compreendiam estudos de coorte e que tinham relação com os critérios de inclusão, foram armazenadas para posteriormente serem submetidas a uma avaliação mais criteriosa, um total de 17 artigos foram selecionados. Após minuciosa avaliação dos artigos armazenados, foram incluídos 6 artigos científicos para composição dos resultados; sucessivamente, os selecionados foram submetidos a escala Newcastle-Ottawa para qualificação metodológica dos estudos. Os autores, o ano, o país de origem, bem como todo o delineamento metodológico, número de sujeitos (N) e critérios de inclusão, juntamente com o desfecho de cada estudo estão sendo apresentados no Quadro 1. Para a identificação da qualidade metodológica destes artigos, os mesmos foram submetidos à Escala Newcastle-Ottawa e seus resultados mostrados na Tabela 1. Os estudos 4 e 6 alcançaram 7 e 8 estrelas respectivamente, recebendo pontuação média, sendo então classificados como de qualidade moderada. Os estudos 1, 2, 3

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e 5 receberam 9 estrelas, alcançando a pontuação máxima da escala, o que evidencia alta qualidade metodológica. A qualidade moderada (7 estrelas) foi atribuída ao estudo 4 por este não apresentar os elementos de comparabilidade da coorte, nos quais são ajustados os fatores de confusão. O estudo 6 também obteve uma qualidade moderada (8 estrelas), devido ao modo que foi determinado o desfecho da coorte, sendo caracterizados como autorrelato. Os estudos 1, 2, 3 e 5 atenderam a todos os critérios da Escala, indicando assim a mais alta qualidade metodológica de estudos de coorte.

............... Conclusão .......................

Conclui-se que, os níveis adequados de vitamina D durante a gravidez são importantes não apenas para a saúde nutricional e metabólica materna e fetal, mas também para a saúde mental, neurológica e funcional da mãe e da criança; uma vez que sua deficiência traz efeitos deletérios para ambos, tanto a curta como a longa duração.

........................................................ Sobre os autores

Vitória Luísa dos Santos Nascimento- graduanda de Nutrição pelo Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA). Monitora em tecnologia de alimentos do CESUPA. Estagiária do Centro de Especialidades Médicas do CESUPA (CEMEC). Dra. Viviane dos Santos Viana de Almeida- Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Nutricionista na Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA). Professora no Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA).

PALAVRAS-CHAVE: Nutrição. Gravidez. Vitamina D. Doenças Fetais. KEYWORDS: Nutrition. Pregnancy. Vitamin D. Fetal Diseases

RECEBIDO: 10/8/21 – APROVADO: 20/9/21 ....................................................... REFERÊNCIAS

BASILE, L. H. Gestante e necessidade da vitamina D. International Journal of Nutrology, v.7, n.1, p. 05-13, jan./abr. 2014. BUENO, A. A.; BESERRA, J. A. S.; WEBER, M. L. Características da Alimentação no Período Gestacional. LifeStyle Journal, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 29-42, 2016. CHEN, Y. H. et al. Maternal Vitamin D Deficiency During Pregnancy Elevates the Risks of Small for Gestational Age and Low Birth Weight Infants in Chinese Population. The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. Oxford, v. 100, n. 5, p. 19121919, mai. 2015. CHENG, T. S. et al. Plasma Vitamin D Deficiency Is Associated with Poor Sleep Quality and Night-Time Eating at Mid-Pregnancy in Singapore. Nutrients. Austrália Meridional, v. 9, n. 4, p. 1-12, mar. 2017. GUR, E. B. et al. Mid-pregnancy vitamin D levels and postpartum depression. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology. Birmingham, v. 179, p. 110-116, 2014. HEYDEN, E. L.; WIMALAWANSA, S. J. Vitamin D: Effects on human reproduction, pregnancy, and fetal well-being. Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology, v. 180, p. 41-50, jun. 2018. KARRAS, S. N. et al. Maternal vitamin D levels during pregnancy and neonatal health: evidence to date and clinical implications. Therapeutic Advances in Musculoskeletal Disease, v. 8, n. 4, p. 124–135, jul. 2016. LACROIX, M. et al. Lower vitamin D levels at first trimester are associated with higher risk of developing gestational diabetes mellitus. Acta Diabetol. Basingstoke, v. 51, n. 4, p. 609-616, ago. 2014.

MOURA, E. R. F. et al. Alimentação de gestantes. Nutrição em Pauta. Disponível em: < https://www.nutricaoempauta.com. br/lista_artigo.php?cod=2251>. Acesso em: 31 ago. 2021. NANDI. A. et al. Association of vitamin D with fatty acids in pregnancy. Prostaglandins, Leukotrienes and Essential Fatty Acids, v. 157, p. 1-8, jun. 2020. PLIGT. P. et al. Associations of Maternal Vitamin D Deficiency with Pregnancy and Neonatal Complications in Developing Countries: A Systematic Review. Nutrients, v. 10, n. 10050649, p. 1-22, mai. 2018. VINKHUYZEN, A. A. E. et al. Gestational vitamin D deficiency and autism-related traits: the Generation R Study. Molecular Psychiatry, p. 1-7, abr. 2016. GOULART, P. A. M.; GOULART, R. N. Gestação e Deficiência de Vitamina D: Artigo de Revisão. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 46, n. 1, p. 173-181, jan./mar. 2017. ZHU, K. et al. Maternal Vitamin D Status During Pregnancy and Bone Mass in Offspring at 20 Years of Age: A Prospective Cohort Study. Journal of Bone and Mineral Research. Washington, v. 29, n. 5, p. 1088-1095, mai. 2014.

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