Revista OP - Edição Natal 2020

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REVISTA OLHAR POENTE

Imagem: Foto Íris

EDIÇÃO NATAL 2020

10 ANOS DE CONFIANCA 2010 - 2020


ÍNDICE

OLHAR POENTE

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Editorial História, Visão, Missão e Valores Conselho Consultivo e Pedagógico Caracterização Territorial e Social Caracterização Respostas e Serviços Caracterização das Crianças Utentes Equipa Entrevista – Carla Sousa Certificação da Qualidade ISo 9001:2015 Entrevista – Vânia Silva

Solidariedade Social

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Entrevista – Marina Machado Creche, aRTE & CaTl Covid-19 Viagem de finalistas ao Parlamento Europeu Projetos – Marcha e Bailinho Festa de Natal e Final do ano lectivo

Educamente

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Entrevista – Fabiana Silveira Descrição do EducaMente EducaMente no ambiente corporativo

ACADEMIA OLHAR POENTE

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apresentação – Raquel Mateus Estudo acompanhado Explicações Voluntariado – Catarina antunes e lénia Silva Centro de Competências Importância do ambiente e as Crianças – Sara Valadão

Formação e qualificação

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Entrevista – Francisco Melo Formação interna Certificação de Entidade Formadora

SERVIÇOS DE APOIO SOCIAL

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Entrevista – Vera Melo Área Social Área Médica Artigo – Sofia Costa aMa: a arte de amamentar – Carla Rodrigues

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EDITORIAL o território educativo e social é complexo, exigente e diferenciador. Por isso entendemos que é preciso descomplicar. Descomplicar egos, medos, falsos poderes, sobretudo de todos aqueles que, pontualmente e de curta passagem, ocupam lugares de liderança. Ter tempo e espaço para nos cingirmos, apenas e só, ao que realmente interessa. Foi assim que há 10 anos entendemos que este devia ser o caminho, e assim o trilhámos. Valorizando o respeito, a disciplina e o rigor, e sempre que possível, quando o seja, com profunda amizade. A Olhar Poente passou de uma para cinco f reguesias. De duas respostas sociais para oito. Mais os serviços de apoio social, incluindo os da área médica. De quatro para duzentas e setenta crianças utentes. De três pessoas para quarenta. Mas o desenho continua o mesmo, f iel aos seus princípios. Não admitimos, nem permitiremos, que na olhar Poente, se desenhe respostas e serviços sociais numa lógica industrial, invariável, repetitiva, como se de uma propriedade absorvente se tratasse. as crianças merecem mais e melhor. o ambiente que criamos às crianças é tendencionalmente menos competitivo e mais colaborativo, mais ligado às relações e emoções. E isso não é avaliado, mas sim vivido e partilhado. Juntamos a diversidade num só lugar. Primamos pela diferença e não pela def iciência. Crianças com necessidades específ icas, precisam de prof issionais com sensibilidade, sentido de responsabilidade, humildade, longe da perfeição, mas próximas da excelência. Pessoas altruístas, que saibam ouvir e deixar o outro respirar. Que se envolvam com transparência e seriedade. E nos momentos dif íceis e de crise, como a que atravessamos, mais necessário se torna que os objetivos das pessoas estejam alinhados com a missão institucional. E estão! É preciso derrubar barreiras que ainda hoje existem, sobretudo as invisíveis. Temos o dever de nos apaixonar pelo que fazemos e ser flexíveis nos projetos educativos, pedagógicos e currículos que estruturamos, dando oportunidade, sempre com soluções individualizadas, de resposta ao talento de cada criança. Ter uma geração futura mais humanista começa hoje, no trabalho em rede e em estreita colaboração com as famílias, parceiros sociais e restante comunidade. Temos de estar em constante desaf io de incluir e integrar. E de sonhar.

Ter uma geração futura mais humanista começa hoje Sérgio Nascimento

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ROSTO

HISTÓRIA a olhar Poente foi fundada em novembro de 2009 e iniciou a sua atividade em setembro de 2010. a olhar Poente é hoje, o resultado da conjugação de esforços, de investimentos pessoais e da experiência acumulada de todos aqueles que estiveram na sua origem e na sua consolidação, assim como, pela persistência e colaboração das famílias com crianças inscritas que lutaram por um serviço de excelência no superior interesse dos seus filhos. a Instituição começou a ser a entidade gestora da creche e centro de atividades de tempos livres da freguesia da Vila Nova, integrada na rede de creches e CaTl´s do município da Praia da Vitória, iniciando um processo de crescimento e desenvolvimento que se mantém na atualidade.

VISÃO

MISSÃO

Distinguirmo-nos com uma Instituição de referência na promoção de uma Educação de qualidade e desenvolvimento de uma pedagogia inovadora, fomentando nas crianças o desejo de saber mais e melhor utilizando as novas tecnologias para alcançar os objetivos, para uma melhor e mais completa educação. Ser uma Instituição modelo no acolhimento de crianças e jovens proporcionando uma educação de qualidade num ambiente e um espaço onde estas possam crescer de uma forma saudável.

Promover o Desenvolvimento Local, incentivando a participação ativa de todos os agentes locais empenhados na construção de uma comunidade mais ativa, tendo em vista o desenvolvimento rural e a melhoria das condições de vida das populações, através da promoção, apoio e aproveitamento mais racional das potencialidades endógenas dos concelhos que integram a sua área de atuação, por sua iniciativa ou em colaboração com organismos ou serviços oficiais ou privados, nacionais ou internacionais.

VALORES A Olhar Poente orienta a sua ação segundo os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem e da criança e os direitos e deveres consignados na Constituição da República Portuguesa assim como os valores:

SOLIDARIEDADE: Para com os que mais precisam, no combate aos fenómenos de pobreza e de todo o tipo de exclusão social.

ARTICULAÇÃO: articular com os diferentes parceiros para o maior conhecimento do território bem como para adequação dos serviços à comunidade local

PARTICIPAÇÃO: participar e promover/incentivar o envolvimento de todos nas atividades da instituição RESPEITO: Pela individualidade e pelas especificidades de cada pessoa envolvida. ORGANIZAÇÃO: De acordo com a legislação em vigor, favorecendo o desenvolvimento de serviços e respostas de qualidade.

ORGULHO: De fazer parte desta equipa e desta Instituição.

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CONSELHO CONSULTIVO E PEDAGOGICO

o Conselho Consultivo e Pedagógico criado em 30 de setembro de 2015, por proposta da Direção da Olhar Poente, constitui um espaço para reflexão, análise e projeção, pelos contributos dos colaboradores, famílias, parceiros e tutela, na construção de um olhar futuro, mais ajustado, mais equilibrado e mais sustentável, garantindo desta forma o crescimento de um território com grandes complexidades.

Fazem parte do Conselho Consultivo e Pedagógico: Governo Regional dos açores | Município da Praia da Vitória | Junta de Freguesia da Vila Nova | Junta de Freguesia das Fontinhas | Junta de Freguesia da Fonte do Bastardo | Representantes de Pais de todas as respostas sociais e freguesias | Representantes de pessoal docente e não docente | Direção da olhar Poente

Para além do olhar externo, a olhar Poente está ciente e tem como foco de reflexão e de análise do seu contexto interno, alicerçado na necessidade de reavaliar e repensar. a implementação e consolidação deste desafio exige, à Olhar Poente, uma abertura e disponibilidade para se questionar, para se por em causa e para encontrar nas dificuldades novos e renovados caminhos para o seu crescimento e desenvolvimento, que neste momento atinge 274 crianças utentes oriundas de 226 agregados familiares residentes em 21 das 30 freguesias da ilha Terceira.

No ano de 2021, será endereçado convite à Junta de Freguesia dos Biscoitos e Junta de Freguesia de Santa Cruz, freguesias onde recentemente a olhar Poente abriu novos equipamentos sociais.

a olhar Poente terá maior ou menor capacidade de resposta, quanto maior for o envolvimento da rede. Se por um lado o Governo Regional dos açores tem o dever de celebrar acordos de cooperação Valor-Cliente em número suficiente de vagas contratadas que permita garantir a sustentabilidade desta IPSS, por outro lado, o apoio de proximidade da Cooperativa Praia Cultural sobretudo a nível técnico tem sido essencial na melhoria contínua dos nossos serviços.

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CARACTERIZACAO TERRITORIAL E SOCIAL

Santa Bรกrbara


CARACTERIZACAO DAS RESPOSTAS E SERVICOS SOCIAIS a olhar Poente desenvolve um conjunto de serviços e atividades que procuram responder de uma forma integrada aos interesses e necessidades da comunidade local e regional, numa lógica de per-

manente articulação com outras entidades e organizações, do setor público e do setor privado. Importa salientar que a atividade da Instituição se centra num conjunto de domínios:

Solidariedade Social

Saúde

e CaTl Rural “olhar Infantil” • Creche aRTE • Projeto Social • Refeitório de atividades como música, • Conjunto yoga e serviços complementares

• Pedopsiquiatria • Neuropsicologia ocupacional • Terapia • Psicomotricidade da Fala • Terapia • Psicologia

Projetos e Desenvolvimento

Formação e Qualificação

Projetos e Programas Nacionais e Comunitários Considerando a formação e qualificação dos • Bolsa • Recursos de Voluntariado Humanos internos e externos, admi• Parcerias diversas entidades tindo o seu avanço significativo enquadrando • Economiacom (lavandaria Social; SoS Casa; a sua intervenção nas necessidades objetivas • Babysitting;Social animação em Eventos; Transporte da Instituição e de acordo com o Diagnóstico e acompanhamento Personalizado)

– Projeto de Meditação • EducaMente & Relaxamento

de Necessidades de Formação

academia olhar Poente – Centro de Estudo, • Formação e atividades

Uma Instituição onde o Importante são as Pessoas!

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CARACTERIZACAO DAS CRIANCAS UTENTES Apresentamos abaixo alguns gráficos que identificam, por freguesia, à data de dezembro de 2020: a) número de crianças inscritas por género; b) número de crianças inscritas por residência; c) número de crianças inscritas por faixa etária (sendo o aRTE dos 3-6 anos e CaTl dos 6-10 anos). Estes dados reportam-se apenas às respostas de creche, aRTE & CaTl, não estando representada a realidade dos serviços de apoio social e academia olhar Poente.

A realidade das famílias que confiam na Olhar Poente foise alterando ao longo dos anos. Nos primeiros anos, as inscrições derivavam em larga maioria apenas da proximidade com a residência das famílias. a partir de 2015, passou a existir uma pequena mudança de comportamento, podendo ser assumido hoje que boa parte das famílias inscrevem os seus filhos na Olhar Poente devido ao projeto desenvolvido, às pessoas de sala, às ideias e conceitos implementados.

BISCOITOS Residência

Faixa Etária Sala Bebés (3)

Género

Biscoitos

Sala 1 ano (10) Sala 2 anos (8)

26

Altares

Feminino 40,48%

14

ARTE (16) CATL (6) Total utentes (43)

Raminho

Masculino 59,52%

3

FONTE DO BASTARDO Residência

Faixa Etária

Sala Bebés (7) Sala 1 ano (15) Sala 2 anos (14) ARTE (23) CATL (24) Total utentes (83)

Género 37

Fonte do Bastardo Porto Martins Santa Cruz Cabo da praia São sebastião Santa Lúzia Casa da ribeira Feteira Ribeirinha Conceição Lajes Agualva Posto Santo Santa Bárbara

13 10 6 4 2 2 2 2

Feminino 46,75%

Masculino 53,25%

1 1 1 1 1

FONTINHAS Residência

Faixa Etária Sala Bebés (4) Sala 1 ano (8) Sala 2 anos (16) ARTE (33) CATL + 1 AE (25) Total utentes (86)

Fontinhas Lajes Santa Cruz São Brás Santa Lúzia Quatro Ribeiras Santa Luzia (AH) Cabo da praia Casa da ribeira Porto Martins Agualva Vila Nova

Género 37 23

13 3 2 2

Feminino 50%

1 1 1 1 1 1

Masculino 50%

VILA NOVA Residência

Faixa Etária Sala Bebés (3) Sala 1 ano (11) Sala 2 anos (12) ARTE (7) CATL (7) Outros serviços (16) Total utentes (56)

Vila Nova Agualva Lajes São Brás Santa Cruz Conceição São Bartolomeu Altares quatro ribeiras Porto Martins Biscoitos

Género 22

12 9 4 3 1 1 1 1 1 1

Feminino 51,06%

Masculino 48,94%

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EQUIPA

Somos Olhar Poente!

Em 2020 festejámos os primeiros 10 anos na área social e educativa, acumulando o conhecimento necessário para proporcionar às crianças, famílias, parceiros sociais e comunidade um serviço transparente, seguro e confiável. Somos uma equipa inspirada a trabalhar com paixão, em busca do seu melhor em cada dia. Vivemos com intensidade e otimismo, vemos nos obstáculos uma oportunidade de melhoria e nos desafios a razão da nossa existência. Abraçamos os nossos parceiros, respeitamos a fidelidade, e incentivamos uma relação próxima com as nossas famílias. Só seremos quem pretendemos ser se fizermos mais do que é suposto fazer e melhor do que consideramos ser os nossos limites. Temos como foco e objetivo gerar valor para todos aqueles que são o nosso presente e futuro. Somos olhar Poente!

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ENTREVISTA Carla Sousa, vilanovense de gema, 29 anos, casada e mãe de uma menina. É a Técnica administrativa da olhar Poente, desempenhando as mais variadas tarefas e funções, sempre com brio e profissionalismo. Uma das mais importantes tarefas passa pela comunicação eficaz com as Famílias. Qual o seu percurso profissional até chegar à Olhar Poente? No ano de 2008, concluí o curso técnico de contabilidade e sempre trabalhei nesta área e na administrativa, ingressando na olhar Poente em 2017.

Quais as suas principais tarefas na Olhar Poente? Inicialmente foi como ajudante de Educação, mas visto a Instituição já estar em fase de crescimento, comecei a exercer funções de Técnica administrativa. Com a mudança e atualização permanente, visto ser a única Técnica administrativa que presta serviço para todas as respostas sociais, muitas são as funções e tarefas, sobretudo de comunicação com as Famílias, parceiros e outras entidades. No âmbito do processo de certificação da qualidade que estamos a concretizar, estou também envolvida nos processos de Candidatura/Inscrição, Compras e Fornecedores, Pessoas e Competências. Sumariamente tudo o que envolva organização documental, arquivo, cálculos de mensalidade, estou sempre presente, como qualquer outra tarefa que sintam que posso ser útil à organização.

Como aprendeu a realizar essas tarefas? a base de formação em contabilidade ajudoume muito para a execução das tarefas propostas, mas realço ainda mais, o apoio que me é dado pela Direção e pelas minhas colegas. Destaco a Educadora Sandra Serpa, que além de me ter feito a proposta de transitar das salas para o escritório, foi o meu grande pilar de aprendizagem neste departamento.

Quais foram as aprendizagens mais importantes que realizou?

as principais aprendizagens estão relacionadas com as componentes social/solidária, o apoio às famílias e conhecer/ajudar nas dificuldades de

cada uma, trabalhar com várias pessoas com características diferentes e sabendo respeitar e adaptar-me a cada uma delas. aprendi que conhecer cada criança/colega/encarregado de educação é fundamental, dando um pouco de mim de modo a transmitir-lhes confiança no meu trabalho e na Instituição.

Como tem sido a experiência a trabalhar com as famílias? E com os parceiros e fornecedores? Trabalhar com mais de 220 famílias nem sempre é fácil, pois cada caso é um caso e cada pessoa é uma pessoa, com a sua personalidade e temos de dar o nosso melhor a cada uma. Na minha área de trabalho, comunico mais com as famílias via telefone ou e-mail, tentando sempre estar disponível para qualquer esclarecimento. Quanto aos fornecedores é um processo mais delicado, pois trabalhamos com vários e cada um tem a sua forma de trabalhar. Daí que a Direção tenha entendido avançar para um processo específico de Compras e Fornecedores, de forma a uniformizar procedimentos, desde o momento da encomenda à receção da mercadoria, lançamento na contabilidade e pagamento.

Quais são as suas ambições ao nível sócio/profissional? a nível pessoal, como qualquer jovem da minha idade tenho alguns sonhos, que desejo concretizar antes de envelhecer, nomeadamente viajar um pouco mais (viagens trazem conhecimento) e investir no meu desenvolvimento pessoal. Quanto à parte profissional, ter conhecimento nunca é de mais, quero continuar a investir em formação, de forma a manter-me atualizada e contribuir da melhor forma para o crescimento e consolidação da olhar Poente.

Aprendi que conhecer cada criança/colega/ encarregado de educação é fundamental, dando um pouco de mim de modo a transmitir-lhes confiança no meu trabalho e na Instituição Carla Sousa | Técnica Administrativa

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CERTIFICACAO DA QUALIDADE ISO 9001 2015 Com o aumento da gestão do número de equipamentos sociais e de respostas e serviços, a Direção da Olhar Poente assumiu a necessidade da implementação do Sistema de Gestão da Qualidade como fator preponderante no desenvolvimento da relação com todos os envolvidos, sobretudo as suas famílias e crianças, no envolvimento de todos os recursos humanos profissionais e voluntários, numa perspetiva de melhoria contínua dos seus serviços e atividades. O nosso compromisso baseia-se na prestação de serviços / acompanhamento social que permita dar uma resposta de qualidade, apoiando a integração social e comunitária dos nossos utentes e famílias.

Estratégia

a) Praticar um modelo de gestão baseado no controlo de custos, afetando os recursos financeiros, materiais e humanos adequados ao desenvolvimento das atividades; b) Envolvimento dos clientes internos e externos, fornecedores e partes interessadas, no desenvolvimento do SGQ numa perspetiva de melhoria do Sistema; c) Promover a abertura da Olhar Poente à comunidade, com vista a responder às necessidades expectativas dos clientes, potenciando os recursos existentes; d) Diversificar as respostas à comunidade, procurando responder às permanentes mudanças sociais, económicas e tecnológicas.

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ENTREVISTA Vânia Silva, educadora e diretora técnica da Olhar Poente. Depois de concluído o Mestrado em Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo de Ensino Básico, fez voluntariado na Instituição. Mas já antes tinha tido um primeiro contacto com a realidade da olhar Poente, ao ter participado nas Tertúlias que a Instituição organizava mensalmente. tivo de otimizar os vários departamentos e respostas que a olhar Poente detém. Com isto espero que tanto num futuro próximo como a longo prazo que estes objetivos se concretizem e que estejamos em evolução permanente.

Como tem sido desenvolvido o processo de qualidade?

Vânia Silva|educadora e Diretora Técnica Depois do voluntariado qual foi o passo seguinte? Mal conclui o voluntariado na Vila Nova e Fontinhas, fiz um estágio “L”, exercendo as funções de educadora auxiliar do CaTl (Centro de atividades de Tempos livres) e apoiando a creche nos períodos letivos.

Durante quanto tempo permaneceu nas Fontinhas? Pouco, porque logo depois da olhar Poente expandir os seus serviços para a Fonte do Bastardo, em 2017, fui convidada a coordenar este projeto.

E como tem sido a experiência na Fonte do Bastardo? até à data tem tido uma grande adesão das famílias e as salas estão completamente lotadas. Na minha opinião, o facto de ter conhecido a realidade das duas freguesias anteriores facilitou a minha adaptação e, sem dúvida, a minha aprendizagem com a equipa pedagógica facultou-me as ferramentas necessárias para projetar a imagem da olhar Poente neste novo desafio.

Sente-se preenchida profissionalmente? a olhar Poente é uma Instituição que valoriza as pessoas e segundo o meu ponto de vista existem competências que são fundamentais nos educadores de infância, auxiliares e famílias como: a comunicação, o trabalho cooperativo, a dedicação, o sentido de pertença, a auto-realização, a reflexão e a avaliação. Estamos constantemente envolvidos num processo de ensino e aprendizagem que nunca pode ser focado somente na criança mas em toda a comunidade educativa que existe à volta desta.

E em 2020, vem um novo convite? Sim, com o crescimento da olhar Poente recebi o convite para o cargo de Diretora Técnica com o obje-

ao longo de 2020 a equipa pedagógica começou a ter formação na área da Certificação da Qualidade ISo 9001:2015, que de momento é uma das minhas responsabilidades, pois com o crescimento do número de crianças e famílias há uma necessidade de uniformizar a informação para que todas as respostas sigam as diretrizes da Instituição. Por exemplo, referente ao processo “Plano Individual de Cuidados”, que está relacionado com o desenvolvimento das crianças, existe um sistema homogéneo onde conseguimos evidenciar as necessidades de cada criança, os cuidados pessoais, cuidados de saúde e as suas restrições. Toda esta logística será uma mais-valia para as crianças, famílias e equipa pedagógica, uma vez que individualizamos o desenvolvimento e as competências de cada uma das crianças consoante a sua idade, motivação, interesses, fatores socias e experiências.

Mas não tem sido fácil com o atual contexto epidemiológico? É verdade! Mesmo o próximo ano poderá vir a ser um dos anos mais instáveis nas nossas vidas, tanto institucionalmente como da vida pessoal de cada membro educativo. Estas oscilações, avanços e recuos devido à pandemia, poderá afetar a saúde da comunidade e até mesmo financeiramente sobretudo para os agregados familiares que possam passar por situações de desemprego ou redução nas vendas dos pequenos empresários.

Qual a mensagem final que deseja deixar? Mesmo com o atual contexto, espero que, no novo ano, todo o trabalho desenvolvido até ao momento seja implementado com sucesso e consigamos alcançar a certificação de qualidade. Acreditar, adaptar e não desistir é essencial!

Acreditar, adaptar e não desistir é essencial! 12


ENTREVISTA Marina Machado, educadora e Diretora Pedagógica. Teve o seu primeiro contacto com a Olhar Poente logo após o término no Mestrado em Educação de Infância. Inicialmente como voluntária e mais tarde através de estágio L. Durante três anos acompanhou um grupo de CATL, deu explicações e apoiou as salas de creche. Teve como referência Sandra Serpa, que na altura era a Educadora da Creche e Diretora Pedagógica, onde quase tudo o que “aprendi devo-lhe a ela”. Hoje, volvidos 5 anos, tem a responsabilidade de liderar uma vasta equipa e conduzir o domínio pedagógico da Olhar Poente.

É do nosso interesse que a geração futura cuide e preserve o meio que os envolve, sendo de uma forma lúdica, pedagógica, criativa e dinâmica.

Marina Machado|Diretora Pedagógica Primeiro voluntária, depois estagiária, educadora e agora Diretora Pedagógica. É verdade, há dois anos surgiu a oportunidade de exercer funções como Diretora Pedagógica e felizmente também educadora para poder acompanhar as crianças de creche. E aqui estou eu. Têm sido cinco anos de muita aprendizagem, de novas experiências e realidades.

E a experiência como Diretora Pedagógica, conte-nos como tem sido. Bem, não tem sido de todo fácil. Ser Educadora já não o é. Durante o curso não nos ensinam a liderar ou a ter em atenção a certos e determinados aspetos. Aprendi muito e contínuo a aprender com a anterior Diretora Pedagógica, Sandra Serpa, e com o Presidente da Associação, Sérgio Nascimento.

Sente o apoio das colegas? Neste momento quantas estão sob a sua supervisão? Neste momento são quarenta e cinco colegas, cada uma com o seu feitio e personalidade, e normalmente com mulheres não é fácil trabalhar. Mas não posso de todo queixar-me. Apesar de estarmos divididas em quatro freguesias, existe apoio, empenho, respeito e aceitação por parte de todas. Sei que o que precisar a Equipa estará lá para me ajudar.

Sabemos que, no triénio anterior, o Projeto Educativo da Instituição foi as “As Artes”. Como foi a sua implementação? O nosso principal objetivo era dar oportunidade às crianças de contactarem com diversas formas de arte, encaminhando-as na pesquisa, exploração,

experimentação e observação. No primeiro ano o tema foi o Cinema, no ano seguinte a Música e Dança e no último ano, foi implementado a Fotografia. Todos os anos a Festa de Natal foca-se no Projeto Educativo, nestes últimos três anos, realizamos visitas de estudo, nomeadamente à rádio Clube de Angra, RTP Açores, realizamos filmagens, ensaiamos uma marcha de São João, uma das respostas sociais organizou um bailinho de carnaval.

E as crianças como têm acolhido o novo Projeto Educativo? “Cuidar do Planeta Terra” foi o tema escolhido para os próximos três anos. Este é o desafio que a equipa pedagógica assumiu e lançou aos restantes agentes educativos. Este tema surgiu pelo interesse, curiosidade e respeito que temos pelo nosso Planeta Terra e que tanto as nossas crianças questionam. É do nosso interesse que a geração futura cuide e preserve o meio que os envolve, sendo de uma forma lúdica, pedagógica, criativa e dinâmica. Até à data, as crianças têm recebido, de forma bastante positiva, as propostas de trabalho. Tudo o que envolve atividades novas, dinâmicas elas adoram. Mesmo as mais simples, respeitando a individualidade de cada um.

Quais as atividades que a marcaram mais? É uma pergunta dif ícil. De uma maneira geral todas as atividades marcam. Basta presenciarmos e acompanharmos o crescimento diário de uma criança que isso já nos marca. Quando entra um bebé e apercebemo-nos que num piscar de olhos já gatinha, logo de seguida já anda é

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ENTREVISTA É importante haver tempo para brincarem, explorarem, estarem no exterior, enfrentarem os seus medos. uma sensação muito boa. Ou quando nos dizem “hoje não chorei” é gratif icante, um sentimento dif ícil de explicar. Mas em termos práticos, uma das coisas que a Direção da Olhar Poente tem e que marca a diferença é que apoia e promove as atividades e ideias que temos. Atividades concretas que até hoje não esqueço, e que só foram possíveis com a ajuda de todas as colegas e Famílias, foram os acantonamentos realizados no Dia Nacional do Pijama, o acampamento de verão na Salga, a marcha das crianças que desf ilou pelas ruas da cidade de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória.

Entre março e maio, quando o Governo dos Açores decretou o fecho das respostas sociais, o que foi feito pela Olhar Poente?

lidade, com Lília Silva. Tivemos um tema destinado ao 25 de abril, em que se abordava a Constituição e tivemos a participação do Dr. José Miguel Medeiros, ex-Secretário de Estado. Também sobre o estado de emergência, tivemos o Dr. Abel José de Andrade. Foram muitos mais os convidados e temas, de importância enormíssima, que contemplaram as nossas planificações semanais.

Se pudesse escolher, o que mudaria na vida das crianças? Uma vez vi um vídeo muito simples, chamava-se “libertem as crianças”, é engraçado que era sobre a marca “skip”, mas tinha uma mensagem que me marcou até hoje. No vídeo apareciam alguns presidiários que relatavam a importância do tempo que passavam ao ar livre, duas horas no mínimo e não se viam sem essas horas. Mas ficaram estupefactos quando disseram que as crianças nas escolas passavam apenas uma hora do seu dia no exterior. Isto faz pensar.

O que sente que falta na vida das crianças? Tempo para serem elas mesmas. Atualmente, a agitação do dia-a-dia, as exigências escolares, roubam preciosas horas na vida das nossas crianças. É importante haver tempo para brincarem, explorarem, estarem no exterior, enfrentarem os seus medos, partilharem, enfim inúmeras coisas.

Durante este período de confinamento, a Olhar Poente tentou chegar a todas as crianças e suas respetivas Famílias, optando por realizar sessões diárias por videoconferência com as Educadoras, aulas de Yoga, aulas de música e Tertúlias para Pais & Filhos.

Qual a reação das Famílias e Crianças? Para uma Equipa Pedagógica, que está preparada para realizar um trabalho de sala direto com as Crianças, inicialmente essa mudança criou dúvidas e incertezas, pois não sabíamos de que forma poderíamos continuar perto das nossas crianças. Com a ajuda do Presidente da Olhar Poente, conseguimos equilibrar esse afastamento realizando as tais sessões online, mencionadas anteriormente. A reação das Famílias e Crianças foi bastante positiva e foi possível manter o elo de ligação entre ambas as partes.

De que se tratou essas Tertúlias para Pais & Filhos? Estes longos meses de confinamento permitiram à Olhar Poente não só estar junto das suas crianças, mas também das suas Famílias, que diariamente abriram as “portas” da sua casa para nos receberem e a um conjunto de convidados. Foram trabalhados temas desde o Mundo do Futebol, com o Pedro “Pauleta”, Nutrição, com Carolina Ferreira, Contabi-

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CRECHE , ARTE & CATL Vila Nova Foi nesta freguesia que se deu início, em 2010, ao arranque da caminhada da Olhar Poente na área social e educativa, com 4 crianças inscritas. Ao longo dos anos, o conceito que se pretendia implementar foi sendo assimilado pela equipa, reconhecido pela comunidade, e as famílias foram confiando ano após ano cada vez mais na Olhar Poente. O conceito de igualdade, equidade e justiça social estiveram sempre presentes, e muitos dos projetos permitiram trabalhar estas áreas. Sempre demos valor às aprendizagens, mas de uma forma global e equilibrada, respeitando a individualidade e identidade de cada criança, mas também de cada adulto. Sendo este equipamento social localizado numa área exterior a uma escola e longe das cidades, ao contrário de outros equipamentos sociais geridos também pela Olhar Poente, existiu inicialmente uma maior di-

ficuldade no número de crianças inscritas. Mas, cada vez mais, temos famílias que se preocupam mais com os projetos e pessoas envolvidas nas Instituições, e menos com a proximidade da residência ou trabalho, o que nos permite hoje termos famílias que residem e trabalham em Angra do Heroísmo ou Praia da Vitória, mas têm os seus filhos inscritos nas respostas da Vila Nova. Esta confiança, e de todos as outras famílias que nos confiam os seus filhos, é algo que nos orgulha, mas sobretudo que nos estimula a dar sempre, todos os dias, o nosso melhor. Uma palavra final para a Junta de Freguesia da Vila Nova, que praticamente desde o início do projeto tem estado presente na vida da Instituição, e do Centro Comunitário Espírito Santo da Vila Nova, sobretudo com a nova Direção que se tem envolvido e prestado um enorme serviço à comunidade, onde nos incluímos.

Educadoras: Marina Machado e Vera Melo Ajudantes: Carla Sousa, Cláudia Vieira, Fabiana Silveira, Gabriel Silva, Luísa Lima, Marina Dinis, Marta Lima, Tatiana Sousa, Vanessa Silva, Vanessa Cunha, Vitória Paulo, Joana Vieira, Liliana Silva

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CRECHE , ARTE & CATL Fontinhas A missão de quem trabalha num contexto de Creche, ARTE & CATL é proporcionar as melhores vivências para as crianças. A nossa felicidade passa pelo sorriso, satisfação, desenvolvimento e evolução da criança.

mentos e atividades às crianças, mantendo o contacto com a cultura da qual a freguesia das Fontinhas é tão rica. Estando a Creche, ARTE & CATL inseridos nesta freguesia a cultura faz parte do desenvolvimento das crianças.

Neste ano atípico, tem sido difícil para as crianças verem os nossos sorrisos, mas aprendemos a sorrir com os olhos e a transmitir o mesmo amor, confiança e segurança que sempre foi transmitido às crianças. Nunca nos separamos delas, mesmo distantes estivemos sempre à distância de uma videochamada para que nunca fosse quebrada a ligação que temos com elas. Deste modo, a criação de novas rotinas, mesmo longe, permitiu que continuássemos a trabalhar as áreas do desenvolvimento da criança e que se mantivesse o contacto com ela. Fazendo com que o regresso à “nova normalidade” fosse mais fácil.

Começamos o ano com o Bailinho de Carnaval, embora com o envolvimento das famílias as crianças foram os protagonistas. Atualmente está a ser implementado o projeto “Mundi Folk” que tem como objetivo aproximar as crianças às raízes, história e tradições de diferentes países, fazendo-os vivenciar alguns estilos de danças folclóricas e populares, sendo esta uma forma de desenvolver a capacidade de comunicar, de os familiarizar com as origens da sua cultura e de diferentes continentes bem como desenvolver a motricidade grossa.

Contudo, estas mudanças não fizeram com que deixássemos de proporcionar os melhores mo-

A par com todos os projetos desenvolvidos também são trabalhadas as várias competências das crianças, a nível social, pessoal, cultural e cognitivas.

Educadoras: Diana Vieira, Isabel Mota e Mariana Bettencourt Ajudantes: Ana Tavares, Anabela Vieira, Cíntia Lima, Diana Garcia, Joana Pinheiro, Maria Ramirez, Maria Correia, Sara Dinis, Tânia Machado, Verónica Branco, Sara Simões

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CRECHE , ARTE & CATL Fonte do Bastardo O dia-a-dia numa resposta social não se limita à presença da criança numa das salas. O nosso trabalho começa desde o momento em que um Encarregado de Educação procura-nos, respondendo às suas questões e ajudar a esclarecer as suas dúvidas e ansiedades. A verdade é que ninguém aprende a ser pai ou mãe e é através do trabalho entre equipa e famílias que encontramos as melhores rotinas e estratégias para o(s) seu(s) educando(s). O processo de adaptação é um processo muito exigente, onde acompanhamos o desenvolvimento desta, de forma continua e pausada, numa tentativa de perceber as suas rotinas, os seus gostos e os seus interesses. A criança, a seu tempo, vai começando a aprender a viver em grupo, fazendo novos amigos e a começar a participar nas rotinas diárias. Planificar possibilita criar uma linha de trabalho com metas e objetivos próprios de cada faixa etária, não deixando de ser um instrumento orientador

que pode e deve sofrer alterações. Consoante a temática definida no Plano Anual de Atividades preparamos as atividades relacionadas com as rotinas. Atualmente, praticamente todas as crianças que transitam para a escola pública continuam connosco na sala do ARTE (crianças a frequentar o pré -escolar) ou na sala do CATL (crianças a frequentar o 1.o ciclo do Ensino Básico). Acrescentamos que o sucesso das nossas respostas também são importantes para o funcionamento da escola pública, uma vez que existiu um aumento do número de crianças a frequentar a escola. Também todo o pessoal envolvido na educação da criança é de extrema relevância, seja desde a auxiliar de serviços gerais até à diretora da Instituição. A experiência e aprendizagens são muito gratificantes. Ser educadora nestas idades tão tenras é certamente andar de mãos dadas com a criança e a sua família!

Educadoras:Vânia Silva e Vera Pinho Ajudantes: Ana Ferreira, Ana Cardoso, Ana Soares, Catarina Teixeira, Débora Leal, Isabel Pires, Juliana Branco, Kavitaben Româ, Maria Elvira Alves, Maria Rita Pereira

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CRECHE , ARTE & CATL Biscoitos “Vamos brincar na rua?” As idas ao exterior são uma prioridade pelos Biscoitos. Valorizamos o contato com a natureza e a exploração de um pátio que, poderá parecer vazio à primeira vista, mas que tem um enorme potencial para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança. E, segundo Angela Handscom, em Descalços e Felizes: “(…) brincar na natureza é fundamental para uma infância equilibrada.” É num dos cantinhos do nosso pátio que encontramos bicharocos, principalmente os nossos bichinhos de conta. Aprendemos a respeitá-los e a devolvê-los ao seu habitat. É um espaço que permite explorar a brincadeira livre, a criatividade. As ervas e folhas que, muitas vezes são oferecidas pelos “meninos da escola grande”, servem para fazer sopa ou panquecas ou, a porta da casinha é a bandeja para vender donetes. É naquele pequeno muro que eles aprendem a subir, a descer e a saltar sem a ajuda do adulto. Precisam de o fazer sozinhos. Esfolam os joelhos, as unhas ficam sujas de terra ou de tinta; aprendem a desenvolver a marcha no cimento e andam descalços. Estão a ser crianças. Sempre que o tempo o permite, realizamos as nossas atividades no exterior. Mesa, cadeiras e materiais para a rua e damos início a um dia de trabalho em contexto de Creche. É possível e importante levar a sala para a natureza e a natureza para a sala. Tal como é importante sair mesmo com frio ou chuva, como os nórdicos dizem: “não há mau tempo, mas más roupas”. Por isso, pelo norte da ilha, tentaremos manter as nossas idas ao exterior com as nossas crianças para que elas sejam ainda mais felizes.

“Ler, Contar e Mostrar...” Nos Biscoitos, faz parte da rotina diária da sala de ARTE e CATL o “Ler, Contar e Mostrar”. Este é um momento de apresentações, em que cada criança tem liberdade para se inscrever e Ler, Contar ou Mostrar alguma coisa ao grupo. Em cada sessão, as crianças inscritas apresentam o que prepararam. A maioria das apresentações têm se cingido ao Mostrar algo pessoal, como um brinquedo, ou uma peça de roupa, no entanto também temos quem se inscreva para Contar uma história, Contar umas anedotas ou Mostrar um truque de magia. No final de cada apresentação, a criança que apresentou escolhe quatro candidatos para fazerem perguntas ou comentários sobre a sua apresentação. Esta partilha proporciona-nos momentos de construção do pensamento, desenvolve a oralidade, o pensamento crítico, o enfoque dos outros e a disponibilidade para partilhar. Através destes circuitos de comunicação do modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna, permite-se estimular o desenvolvimento de variadas formas de representação e construção interativa de conhecimento. Desde que começámos com esta atividade, o entusiasmo das crianças têm se mantido muito grande, têm demonstrado interesse em participar e a partir do momento em que se inscrevem assumem a responsabilidade de saber o dia da sua apresentação e preparar o que querem apresentar.

Educadoras: Josefa Bettencourt e Mónica Sousa Ajudantes: Bianca Pereira, Carla Ourique, Carina Inácio, Érica Melo, Lina Cota, Rita Cota, Mara Ormonde

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COVID 19 Foi no mês de março de 2020, que o Governo Regional dos Açores decretou o encerramento das respostas sociais em todo o arquipélago. No Plano de Contingência da Olhar Poente, previamente ao encerramento decretado, constavam algumas medidas de apoio às famílias. Uma dessas medidas, passou pelo acompanhamento diário das crianças, com a elaboração de uma planificação específica, com atividades e projetos de acordo com o seu Projeto Educativo, através da utilização de plataformas de vídeo conferência. Também as famílias tiveram o seu espaço, de forma a manter viva as relações entre todos. Foram desenvolvidas 11 Tertúlias para Pais e Filhos, com convidados das mais variadas áreas temáticas, desde o antigo futebolista Pedro “Pauleta”, José Miguel Medeiros – ex-Secretário de Estado, o biólogo marinho Miguel Pais, entre tantos outros que participaram e estamos eternamente gratos.

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VIAGEM DE FINALISTAS AO PARLAMENTO EUROPEU

Para cada Projeto Educativo Trianual, a Olhar Poente organiza uma viagem de finalistas relacionado com a temática. No tema “A Terceira na Europa”, as crianças e famílias tiveram oportunidade de conhecer Bélgica, com o apoio e aprovação do Parlamento Europeu, que comparticipou financeiramente uma candidatura realizada por Olhar Poente.

Estiveram presentes numa sessão informativa sobre o Parlamento Europeu e visitaram a galeria do hemiciclo. A viagem compreendeu também visitas à Casa da História Europeia, ao parque Mini -Europe Planetarium, Museu de Natural Sciences, Atomium, Museu dos Quadradinhos, para além de outros passeios que lhes permitiram saber um pouco mais sobre a Europa.

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BAILINHO DE CARNAVAL

Nos anos de 2018 e 2019, pelo carnaval, as salas de ARTE & CATL da freguesia das Fontinhas participaram no Carnaval da Terceira, envolvendo a participação de crianças dos 3 aos 10 anos, bem como famílias e equipa pedagógica da Olhar Poente. A concretização deste projeto surgiu no âmbito do Projeto Educativo Trianual “As Artes”, mas também porque, existiu uma motivação intrínse-

ca, de cada criança e adultos envolvidos, por esta tradição tão característica da nossa Ilha Terceira. Este projeto teve impacto na comunidade local, pois para além das crianças terem tido o privilégio de atuar no palco da Sociedade Musical União das Fontinhas, ainda atuaram noutro palco e para um público também muito especial, a convite do Lar D. Pedro V, na Praia da Vitória.

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MARCHA CANTAR E DANCAR AO S JOAO

Em 2018, a vontade de se realizar um projeto desta natureza, marcha de S. João, já era exteriorizada por algumas famílias, sendo que 2019 foi o ano da concretização. A marcha foi um projeto de grande dimensão, sendo composta por cerca de 60 marchantes, envolvendo crianças dos 3 aos 10 anos, pais, avós e equipa pedagógica. Esta é uma particularidade que a Olhar Poente faz questão de realçar, envolver diretamente as famílias no máximo de projetos dinamizados. Esta iniciativa, sem dúvida, reforçou o vínculo entre Instituição e famílias, com impacto muito positivo em cada uma das crianças. Este projeto foi um trabalho que proporcionou ao grupo grandes momentos de camaradagem, cumplicidade, partilha, alegria e muita emoção.

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Reportagem fotográfica: Foto Íris

FESTA DE NATAL E FINAL ANO LETIVO

Desde a sua fundação que a Olhar Poente tenta aproveitar dois momentos do ano para reunir presencialmente a família Olhar Poente: uma é na época natalícia e outra no final de ano letivo. Inicialmente por freguesia, e à medida que as respostas foram aumentando, o local passou a

ser outro que consiga acolher todas as crianças, famílias e parceiros. Têm sido momentos vividos com intensidade, paixão e ternura, onde o palco principal é sempre ocupado pelo elo mais importante desta rede: as crianças!

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ENTREVISTA Fabiana Silveira, professora de Yoga, Meditação e coordenadora do projeto EducaMente, natural da ilha de São Jorge, com 32 primaveras. Identifica-se como uma pessoa motivada pelas oportunidades que o universo lhe dá, podendo contribuir para o bem comum da sociedade. “Veni, vidi, vici”. Evoca Júlio César para quando se cruzou com o caminho e comunidade da Olhar Poente, onde só pretende ser “a professora de yoga da minha aldeia”.

Fabiana Silveira|Coordenadora do Projeto EducaMente Quais os fatores que a levaram a ter a primeira experiência de Yoga? São os mesmos fatores que me levam à prática hoje em dia: a busca pelo autoconhecimento, para conectar à minha essência e para perceber quem sou e para onde quero ir – o que só acontece quando criamos espaço e condições para toda esta “verdade” emergir, e no Yoga há esse espaço para acontecer. “When the mind is absolutely free of thoughts, when the mind is completely thoughtless, that state of mind is called yoga.” Patanjali - Yoga Sutra” Sendo o Yoga – “união.”; “manter unido.”; integração entre o corpo físico, mental e espiritual do ser humano, em última instância fusão do “Ser Individual com o Ser Universal.”. O Yoga enquanto disciplina espiritual, transcendente, profundamente, o que acontece, simplesmente, no “tapete”, que para além da componente física/ respiratória, mental, acarreta uma filosofia com princípios éticos, autodisciplinas e auto-observação.

Acerca da sua trajetória profissional, como tem sido a sua experiência na Olhar Poente? Eu tenho tido a felicidade de encontrar no meu percurso, várias “famílias” na área profissional em outros

países e recantos e é com muito carinho que afirmo, que a experiência com toda comunidade Olhar Poente tem sido muito enriquecedora, contribuindo, significativamente, para o meu desenvolvimento profissional, social, pessoal e emocional. É uma “casa” onde encontro, sempre, muita humildade, criatividade, zelo, dedicação e vontade de diversificar e fazer acontecer o que, se torna para mim uma permanente inspiração, mesmo nos dias mais desafiantes.

E como coordenadora do EducaMente? A coordenação do EducaMente tem sido uma verdadeira caminhada onde, incutir, motivar, ensinar, ouvir, respeitar, procurando responder a diferentes e individuais necessidades é uma constante. Sou uma privilegiada, por ter a oportunidade assistir às metamorfoses dos vários envolvidos no projeto. Por exemplo, à autodescoberta das CRIANÇAS, a forma como são permeáveis à implementação de novos hábitos, como vibram com tarefas simples, como carregam consigo uma sabedoria inexplicável e como nos desafiam a procurar novos recursos para os acompanhar e os orientar na gestão das suas emoções. Por outro lado, com a EQUIPA que se

a busca pelo autoconhecimento, para conectar à minha essência e para perceber quem sou e para onde quero ir – o que só acontece quando criamos espaço e condições para toda esta “verdade” emergir, e no Yoga há esse espaço para acontecer.

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ENTREVISTA As experiências que fazemos ao explorar o mundo a tentar perceber como tudo se encaixa, com muitas “traquinices” à mistura, passam a ser um imprint no nosso ADN. reinventa a cada desafio, procurando elevar o EducaMente a uma ferramenta multidisciplinar, aplicável nas mais variadas situações corriqueiras do dia -a-dia. E as FAMÍLIAS, que acompanham, de forma mais próxima e atenta, a autodescoberta das suas crianças onde, surgem variados relatos de que são as crianças a ensinar a mãe, o pai, a tia, o avô a “cheirar a flor e a soprar a vela”, a parar com os “relógios tiquetaque” ou com as perninhas cruzadas e olhos fechados a fazer “aaauuumm”. Tem sido assim, uma experiência muito construtiva e desafiante a cada contato e no seu TODO.

Os objetivos têm sido atingidos? Os objetivos têm sido atingidos desde o momento em que, a Instituição bem como, a equipa, reconheceu que se torna imperativo que outros órgãos sociais, da vida das crianças, têm como missão completar o trabalho feito nas escolas dando resposta as suas necessidades emocionais, munindo-as de ferramentas, simples e eficazes, que podem recorrer ao longo do seu crescimento, crescimento esse, que se quer ver de forma integral respeitando o seu ritmo, a sua autodescoberta, significando o seu papel na sociedade e desenvolvendo as suas várias inteligências (“intrapessoal, interpessoal, linguística, espacial, musical, naturalista, existencial, corporal-cinestésica, lógico- matemática – Teoria das Inteligências Múltiplas”, por Howard Gardner que afirma: “O desenho da minha escola ideal do futuro é baseado em duas hipóteses: a primeira é que nem todos têm os mesmo interesses e habilidades, não aprendemos todos da mesma forma. A segunda hipótese pode doer: é que hoje em dia ninguém consegue aprender tudo o que há para aprender”.

Tem sentido o apoio da equipa? As educadoras e as ajudantes são o elo direto com a coordenação do projeto para dar resposta ao grupo, à condução das atividades, mas também às necessidades que vemos surgir em diferentes fases desen-

volvimento cada uma das crianças e ai em conjunto, com muita amorosidade, procuramos orientar a criança sabendo que, como para toda a semente que é plantada, é necessário cuidado, nutrientes, sol e água e paciência para a ver cresce e florescer o mesmo acontece nas várias formas de educação.

Lembra-se de como lidava com os sentimentos na infância? É na infância que temos o primeiro contato com as descobertas do mundo exterior e a balbúrdia do mundo interior como tal, as memórias destas primeiras impressões dos dois mundos bem como, as primordiais subsequentes, marcam-nos para sempre. As experiências que fazemos ao explorar o mundo a tentar perceber como tudo se encaixa, com muitas “traquinices” à mistura, passam a ser um imprint no nosso ADN. Não me canso de dizer, que gostaria de ter tido um EducaMente na minha infância pelas ferramentas que poderia terme orientado nos momentos de extrema alegria e euforia e também nos momentos de maior confusão. É com alegria e gratidão que, com a ajuda de toda equipa, tento transmitir estas ferramentas para as crianças que frequentam a Instituição e as nossas vidas.

Quais as expectativas para 2021? Visualizo o projeto com maior projeção nas ferramentas que se tornam hábitos sustentados, chegando às rotinas de mais crianças e famílias. Não que o número seja importante na dimensão, mas extremamente significativos, naqueles que aplicam, verdadeiramente – de coração – as técnicas, o discurso, a postura, a compreensão com a mente aberta aceitando, inevitavelmente, as mutações do nosso Ser e dos que nos rodeiam, ao longo das diferentes fases da vida. Posso garantir que o EducaMente não é um projeto estático e novidades vão sempre surgindo, como é obvio, não fugiremos às componentes que, sendo constantes, são as que no guiam neste caminho da autodescoberta.

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DESCRICAO DO EDUCAMENTE

EducaMente Meditação & Relaxamento, é um projeto inclusivo e amplo que engloba sessões de Yoga, Meditação e Relaxamento para crianças, suas famílias, comunidade e colaboradores da Instituição. Tendo iniciado como projeto-piloto no ano de 2019 e neste momento, numa perspetiva futura, evoluiu para uma maior abrangência onde, se enquadra as sessões para famílias, adultos e comunidade, mas também, para as escolas envolvidas no âmbito pré-escolar até à idade escolar.

Associando estas evidências ao contexto recentemente vivido de isolamento social, no âmbito da pandemia pelo novo coronavírus, todas as anteriores nuances ganham uma maior magnitude, principalmente as que possam vir a ser associadas a famílias e comunidades em situação de vulnerabilidade social e profissional, e outras em situações de pobreza e exclusão social.

O problema que visa resolver social...

Promover o bem-estar geral – de forma sustentável e equilibrada – das crianças, adultos, famílias e estendendo à comunidade onde estão inseridos. Acompanhando a evolução das crianças abrangidas pelo projeto desde a idade de Creche até à idade escolar através, da criação de rotinas diárias e semanais em que, separadamente e em conjunto, possam se conectar entre si e com eles próprios. Reduzir o stress e ansiedade, aumentar concentração e criatividade, levam a um maior equilíbrio emocional, consequentemente, a realizar escolhas, comportamentos mais ponderados e a relacionarem-se melhor entre si.

Na vertente infantil, identificamos ao longo dos últimos 10 anos de atividade, que cada vez mais as crianças apresentam índices de algum stress, ansiedade, inquietação e excessivamente envolvidos no estimulante “mundo virtual”, que acaba por saturar os seus sentidos, afetando diretamente o seu bem-estar e vivências no dito “mundo real”. Notamos uma diminuição da concentração, paciência, empatia, respeito pelo outro e pelas suas ideias e um recorrente aumento de agressividade, competitividade, frustração, ansiedade. Toda esta envolvência não surge unicamente nos dias de hoje, mas sem dúvida, que se acentuou nos últimos anos tal como, a quase inabilidade para parar, observar, assimilar vivências e suas aprendizagens, estendendo- se de igual forma, aos adultos e afetando de forma direta as relações familiares.

O objetivo principal a atingir...

Inovação... O projeto apresenta uma solução que se estende a longo prazo, quando falamos em criação de novos hábitos que a fazer parte do dia-a-dia das crianças

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DESCRICAO DO EDUCAMENTE cadores, pessoal não docente e famílias) interiorizem e assumam uma postura que transmita uma mensagem de ponderação, compreensão, benevolência e respeito - independentemente da idade, envolvendo, cada vez mais, as famílias num acompanhamento mais próximo no que concerne as necessidades especificas de cada criança ao longo do seu crescimento.

e famílias, irá ter influência na regulação emocional ao longo das suas vidas. O aspeto de inovação surge na dissipação de técnicas milenares orientais e que nos dias de hoje fazem cada vez mais parte das rotinas do mundo ocidental. São diversos os projetos e estudos científicos que mundialmente se desenvolvem com Yoga, Meditação e Relaxamento.

A médio e longo prazo espera-se que a comunidade reflita uma postura mais meditativa e flexível em relação ao dia-a-dia em família. Em que, os bebés inseridos no projeto, com hábitos de relaxamento e mais tarde, com hábitos de Meditação e prática de Yoga, acompanhados com regularidade, ao longo do pré-escolar, tanto em CATL como, na escola, poderá refletir uma positiva diferenciação no desenvolvimento de personalidade e regulação de humor, num estágio tão sensível quanto é a adolescência e a transição para a vida adulta.

Solução... A solução apresentada vai atenuar fatores contemporâneos como o stress, ansiedade, falta de concentração que afetam diretamente o bem-estar das crianças, adultos e famílias. Atua como prevenção de futuros contextos de doenças físicas, psicológicas, como estados depressivos e ansiedade, contribuindo para redução de situações de violência física e psicológica familiar e insucesso escolar. As sessões assumem custos fixos reduzidos que após investimentos iniciais tem potencial para dar longevidade ao projeto.

Resultados do projeto... É expectável que com o desenrolar do projeto, todos os envolvidos (onde se inclui professores, edu-

SESSÕES

PÚBLICO ALVO BEBÉS E CRIANÇAS

PERIODICIDADE

Relaxamento

4 meses aos 5 anos

Diariamente

Yoga para crianças

2 anos aos 12 anos

Semanal

Meditação

6 anos aos 12 anos

Diariamente

BEBÉS E CRIANÇAS Família Yoga

Pais e Filhos

Mensal

EQUIPA Yoga e Meditação

Pessoal docente e não docente

Semanal

Formação Interna

Pessoal docente e não docente

Trimestral

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DESCRICAO DO EDUCAMENTE Benefícios Benefícios emocionais

Com a prática regular de Yoga, Meditação e Relaxamento dá-se um aumento de autoestima, sentido de tranquilidade, regulação de humor, confiança, motivação e força de vontade. Superação do medo, raiva, frustração e ansiedade. Sensação de paz e de pertença. Benefícios no âmbito relacional

Yoga, Meditação e Relaxamento são práticas que levam a um maior autocontrolo, capacidade de resolver conflitos, com atitudes mais ponderadas que na sequência do desenvolvimento a nível emocional, levará a um maior sentido de altruísmo, benevolência, fortalecendo as relações interpessoais. Benefícios cognitivos

Com a prática regular de Meditação e Relaxamento dá-se um aumento de concentração, criatividade, capacidade de resolução de problemas, capacidade observar e assimilar a informação absorvida, criação de hábitos, rotinas e disciplina em detrimento de objetivos. Impacto social Benefícios físicos

Os exercícios, técnicas e posturas envolvidos nas sessões de Yoga, quando praticados de forma regular aumentam a resistência e fortalecem os músculos o que, melhorar o desempenho do corpo para atividades físicas e tarefas diárias. Promovem o relaxamento e a flexibilidade, aliviando dores associadas ou não, a patologias.

A médio-longo prazo é expectável que as crianças apresentem uma maior concentração durante as atividades realizadas, relacionem-se entre si de forma mais ponderada, reduzam os índices visíveis de ansiedade e agressividade. Os últimos presentes tanto em crianças como também nos adultos. Hábitos de relaxamento praticados em idade precoce permitem acompanhar o impacto ao longo do crescimento.

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EDUCAMENTE A EXPERIENCIA NO AMBIENTE CORPORATIVO Desde que iniciamos o projeto EducaMente demos início às sessões para o pessoal docente e não docente da Olhar Poente, de forma a melhor assimilarem o conceito e intervenção junto das crianças. Mais tarde, também existiu a oportunidade de desenvolver uma parceria com o Centro Comunitário Espírito Santo da Vila Nova, onde foram conduzidas sessões de yoga e meditação para as colaboradoras, numa base semanal. Foram sessões com boa disposição e alegria onde se encontrou um grupo disposto a aprender e a elevar a potencialidade do seu ser.

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ACADEMIA OLHAR POENTE

Educar é semear com sabedoria E colher com paciência Augusto Cury

por Raquel Mateus Técnica Superior de Serviço Social

A aquisição do saber é um processo que requer paciência, dedicação e muito esforço e para o qual nem todos têm o mesmo ritmo, nem a mesma facilidade. Isto, muitas vezes, é um obstáculo ao sucesso, uma vez que perante a dificuldade e a falta de apoio há a desistência. Para ter Educação é preciso insistir e investir. Insistir na busca de desenvolvimento de competências e novas aprendizagens e investir nas formas e métodos de transmissão e aquisição de competências e aprendizagens, priorizando sempre o Direito à Educação e a Educação por si só como método de alcance para o sucesso.

pais, num percurso escolar que se pretende de sucesso nas competências mas também nas relações.

O que defende a Academia? A Academia Olhar Poente defende que é importante apostar numa educação de qualidade desde cedo para promoção do Sucesso Escolar e consequente Sucesso na vida ativa das crianças e adolescentes, concordando que é necessário o reforço das aprendizagens escolares, a contribuição para o desenvolvimento integral da criança, a promoção e diversificação dos apoios necessários a uma aprendizagem de sucesso e de interesse e a melhoria do processo de aprendizagem e de socialização, através da promoção de interações dos quotidianos escolares e não escolares. Esta resposta defende, ainda, a importância de apostar na formação ao longo da vida como um pilar de desenvolvimento, sendo também uma resposta a nível da formação contínua para adultos. E como se pretende contribuir para o desenvolvimento pessoal, social, cultural e educativo das crianças, também se tem procurado desenvolver atividades em conjunto com outras entidades com competência em Infância e Juventude, para uma correta e articulada prestação de serviços a quem procura a Academia.

Desta forma, e sendo a Olhar Poente uma Instituição que visa a promoção de uma Educação de qualidade, fomentando nas crianças o desejo de saber mais e melhor e adquirir conhecimentos e competências diversificadas e adaptadas à atualidade, surge a ACADEMIA OLHAR POENTE – Centro de Estudos, Formação e Atividades. Este serviço vem satisfazer as necessidades educativas verificadas na comunidade, com vista a dar apoio às crianças e jovens e em estreita relação entre Instituição/Família/Escola/Comunidade, com vista à diminuição das desigualdades escolares, apoiando crianças e

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ESTUDO ACOMPANHADO

Destina-se a alunos que procuram um acompanhamento contínuo e transversal a todas as disciplinas. O objetivo é que o aluno alcance o sucesso escolar e que encontre neste espaço, um local de aprendizagem de acordo com o seu ritmo e desenvolvimento. O Apoio ao Estudo tem como principais objetivos: Ensinar e aplicar métodos de estudo; Criar rotinas e horários de estudo; Apoio nos trabalhos de casa; Aumentar a motivação e auto-estima; Elaborar planos de estudo para os testes/exames/provas de aferição; Orientar os alunos na pesquisa e tratamento da informação.

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EXPLICACOES

Destinam-se aos alunos dos três ciclos do Ensino Básico e Secundário, permitindo um apoio mais específico e personalizado. As explicações são realizadas em regime individual ou em grupo (máx. 4 alunos). É estabelecido com cada aluno um programa adaptado às suas necessidades, com o objetivo de o ajudar a alcançar o sucesso escolar. No serviço de explicação, as sessões terão uma duração de 1h por sessão, em pacotes mensais com uma média mensal de 8h (havendo meses que usufruirão de mais ou de menos sessões), podendo inclusive as durações das sessões serem adaptadas de acordo com as necessidades e interesses do aluno e família. Para além das sessões presenciais, para as famílias e alunos que pretendam, também existem explicações online. Estas sessões permitem que em dias de menor disponibilidade para se deslocarem à Academia Olhar Poente, os alunos possam ter as suas explicações a partir de casa com total flexibilidade, comodidade e sem deslocações. Em ambas as situações, mensalmente é feito um relatório do trabalho desenvolvido e partilhado com os responsáveis parentais, para que possam ir acompanhando o desenvolvimento e progressão do aluno.

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PLATAFORMA VOLUNTARIADO ACORES A Olhar Poente registou-se na Plataforma Voluntariado Açores e promoveu uma primeira ação “Academia Olhar Poente”. Este projeto consiste numa resposta a alunos do 1º, 2º e 3º ciclo, assim como, do secundário. Pais, professores e outros interessados podem participar no projeto da Academia Olhar Poente, ajudando dentro da área e temática que considerar que poderá ser útil. Foi o caso das professoras Catarina Antunes (mãe de uma menina que frequenta a Olhar Poente) e Lénia Silva, que manifestaram interesse no projeto e que se identificaram com os ideais que regem a Academia. tar métodos de ensino mais originais, valorizar a participação ativa dos alunos da turma ou simplesmente ouvir os nossos interesses, nos motivaram para a aprendizagem. A nosso ver, estas são algumas das caraterísticas que valorizamos nos professores durante o nosso percurso escolar.

Educar é…?

Professora Catarina Antunes e Lénia Silva Qual a área de formação base? E qual o vosso percurso profissional? Apesar de termos percursos académicos diferentes, temos como formação base a Licenciatura em Educação Básica e o Mestrado em Ensino de Matemática e Ciências Naturais no 2.º Ciclo do Ensino Básico (2.º CEB). Em termos de percurso profissional, exercemos funções como docentes de Matemática e Ciências Naturais no 2.º CEB em várias escolas da Região.

Houve algum professor marcante no vossO percurso escolar? O que mais valorizaram? Sim, na nossa opinião haverá sempre em qualquer aluno um professor que tenha marcado o seu percurso escolar, seja de forma positiva ou negativa. Cruzamo-nos com bons professores, que ao ado-

Na nossa opinião, Educar significa não só ensinar, mas também abrir horizontes. Educar não deve possuir uma finalidade meramente conteudista e informativa. Todos os envolventes na comunidade do aluno são responsáveis por educá-lo, isto é, por desenvolver valores como a cooperação, a discussão e a resolução de problemas, o desenvolvimento de competências e habilidades, para que seja possível desenvolver no aluno um cidadão crítico, consciente, criativo, autónomo e participativo.

Quais as competências que mais valorizam nos alunos? As competências que mais valorizamos nos alunos são a criatividade, relacionamento interpessoal, autonomia, trabalho em equipa e responsabilidade.

Como avaliam a experiência na Academia Olhar Poente? Consideramos que esta experiência tem sido muito positiva, pois sentimos que nos identificamos totalmente com os ideais que regem a Academia, tais como a inclusão, a valorização dos interesses das crianças e o proporcionar um ambiente flexível e adaptável às caraterísticas de cada criança. No que se refere à organização, existem vários aspetos que admiramos, especialmente a preocupação em articular o trabalho realizado pelo aluno entre a Família, na Escola e na Academia, contribuindo assim para o sucesso escolar do aluno.

Todos os envolventes na comunidade do aluno são responsáveis por educá-lo, isto é, por desenvolver valores como a cooperação, a discussão e a resolução de problemas, o desenvolvimento de competências e habilidades, para que seja possível desenvolver no aluno um cidadão crítico, consciente, criativo, autónomo e participativo.

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PLATAFORMA VOLUNTARIADO ACORES Quais são as vossas expetativas para a Academia? Esperamos conseguir chegar a mais alunos, de modo a que a apoio individual seja inclusivo e não exclusivo.

O que é preciso para se ser um bom aluno? Socialmente, um bom aluno, é um aluno que tem nível 5 a todas as disciplinas. No entanto, na nossa opinião, o conceito “bom aluno” é muito subjetivo. De acordo com a nossa experiência profissional, as crianças têm sempre áreas em que são muito boas e outras em que são menos boas. Cabe ao professor motivar o aluno para melhorar as áreas em que é menos forte de modo a alcançar sucesso, e este sucesso nem sempre é ter um nível 5 à disciplina, por vezes, é apenas ser-se capaz de superar uma dificuldade. O sucesso de um aluno é um conjunto de vitórias alcançadas ao longo de um ano letivo. Um bom aluno, para nós deve ser um aluno dedicado e interessado em superar as suas dificuldades.

Qual o perfil de um bom professor? Na nossa opinião, deve ser de um profissional munido de instrumentos teóricos, técnicos e práticos que lhe permita desempenhar uma prática reflexiva, capaz de dar resposta à discrepância de exigências com que é confrontada a escola, sendo a sua função central, estimular as aprendizagens significantes dos alunos e muni-los emocionalmente de estratégias para lidar com obstáculos que possam surgir na sua formação enquanto cidadão de uma sociedade livre. Um professor deve formar para a excelência, de forma flexível e adaptada à turma vendo cada aluno de modo individual, facilitando assim o sucesso escolar. Como mediador da aprendizagem dos alunos, o professor deve permitir aos mesmos o conhecimento das várias áreas de diferentes formas, através de diferentes estra-

tégias, sugeridas ou não por si. Apostando essencialmente na construção da aprendizagem pelo próprio aluno. Consideramos importante a forma como o professor, lida com o erro, esta, deve ser construtiva para que cada criança aceite o erro como forma de aprendizagem e não como um fracasso pessoal.

Então deduzimos que consideram que o professor precisa ser criativo? Sim, a presença da criatividade em todas as tarefas apresentadas pelo professor faz com que consiga motivar os alunos e ao mesmo tempo torná-los criativos. O exemplo é a primeira forma de aprendizagem. Um bom professor reflete sobre a sua prática, sobre todos os processos que permitem ao aluno alcançar algum tipo de aprendizagem. A reflexão sobre a preparação da aula, a planificação, a intervenção e, por fim, sobre a avaliação, para ver as falhas e procurar sempre como melhorar o seu desempenho e principalmente o dos alunos.

O que pode fazer a diferença na vida de um aluno? Um professor tem de acreditar que consegue fazer a diferença na vida das crianças a quem ensina. Os professores apaixonados pelo ensino focam-se no aluno, nos seus interesses, medos e preocupações incidindo o processo educacional no mesmo.

Cabe ao professor motivar o aluno para melhorar as áreas em que é menos forte de modo a alcançar sucesso, e este sucesso nem sempre é ter um nível 5 à disciplina. 34


CENTRO DE COMPETENCIAS

A Academia Olhar Poente é simultaneamente um espaço formativo com uma área de 150 m2 e com capacidade para 50 formandos, devidamente equipado com videoprojector, internet wireless 5G com velocidade de 100MB, respetivo mobiliário e climatizado. O espaço possui luz natural, e artificial adequada a formações, com instalação sanitária e pequena zona de coffe-break. Será neste espaço, que a Olhar Poente pretende aprofundar e melhorar a qualidade da formação como um dos fatores centrais da estratégia da Olhar Poente, potenciadora de in-

tervenções de natureza formativa de qualidade e de melhoria contínua.

Áreas de Formação e Qualificação

Embora muito centrada na Infância, de um modo geral a Olhar Poente, tem uma perspetiva ambiciosa e alargada da sua intervenção. Uma perspetiva capaz de trazer à formação, a qualificação de vários Técnicos que intervém com Crianças e Jovens, especialistas e responsáveis por departamentos, a inovação e a criatividade que a mesma exige, num contexto de grande complexidade e de acelerada mudança, quer na forma quer nos meios para a sua concretização.

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IMPORTANCIA DO AMBIENTE E AS CRIANCAS As alterações climáticas são mais que evidentes na atualidade, temos que perceber que o planeta Terra, o lugar onde vivemos, está doente com tanta poluição antropogénica. A saúde do ambiente em que vivemos é essencial e não podemos ser egoístas. Até porque além de prejudicarmos tantos seres, estamos a prejudicar a qualidade de vida do ser humano também! Precisamos de ar com oxigénio para respirar, precisamos de água no estado líquido potável para bebermos e para higiene, precisamos de recursos alimentares com qualidade.

SARA VALADÃO | Bióloga marinha O nosso planeta tem vindo a sofrer grandes alterações com imensas consequências negativas para a biosfera devido a ações do Homem. Consequentemente, muitos ecossistemas já foram mesmo destruídos e muita biodiversidade já foi perdida com inúmeras espécies que já entraram em extinção.

Muitos dos recursos estão a ser gastos sem o tempo suficiente para se regenerarem. Vamos optar por mais energias renováveis, que além de não se acabarem não poluem como os combustíveis fósseis.

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IMPORTANCIA DO AMBIENTE E AS CRIANCAS Está nas mãos das novas gerações que se comece a ter um estilo de vida mais sustentável, que se adotem atitudes mais responsáveis para minimizar todo o mal que já foi feito. É de extrema importância que exista uma educação ambiental desde tenra idade. Agora o que as crianças têm relação com toda esta situação? Tudo! Está nas mãos das novas gerações que se comece a ter um estilo de vida mais sustentável, que se adotem atitudes mais responsáveis para minimizar todo o mal que já foi feito. É de extrema importância que exista uma educação ambiental desde tenra idade. É importante que os adultos estejam bem informados sobre a sustentabilidade do ambiente. Temos de nos unir para que as próximas gerações ainda consigam ter uma “casa” onde viver. Os mais pequenos cada vez estão mais ligados às tecnologias e temos de desenvolver e promover a sua ligação com o ambiente. É mesmo muito importante para um desenvolvimento de qualidade quer a nível físico como psicológico. E podemos utilizar as tecnologias para esse benefício. Por

exemplo, podemos conhecer o mundo todo sem sair do lugar, conhecer os mais interessantes ser vivos e ecossistemas criando assim uma maior sensibilização para uma melhor escolha dos nossos atos diariamente. “Não existe planeta B”. Temos de cuidar do nosso planeta. Por outro lado, na participação em atividades lúdicas no e sobre o ambiente podem-se obter resultados significativos para o desenvolvimento e formação dos indivíduos, além da promoção da conservação. Sendo algo muito benéfico tanto para os seres humanos como para todos os outros seres vivos e ambiente. Brinquedos e mesmo o próprio ambiente podem transmitir valores que podem contribuir para o desenvolvimento de habilidades tais como a sensorial, exploratória, manipulação, emocional, identificação e social.

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ENTREVISTA Um percurso cheio de projetos, objetivos e desafios que procuro abraçar com coragem, determinação, felicidades e profissionalismos. Francisco Melo, 51 anos, natural de uma pequena aldeia de Vila Nova de Famalicão, Mogege. Diretor Geral da Associação Teatro Construção, Formador e auditor coordenador de Sistemas de Gestão da Qualidade para a APCER. Tem como um dos objetivos “potenciar nos outros o que têm de melhor.” Vamos conhecer um pouco melhor o Gestor de Formação da Olhar Poente.

Francisco Melo| auditor coordenador de Sistemas de Gestão da Qualidade para a APCER Qual a área de formação base? E qual o percurso profissional? Em 1992 terminei o Bacharelato em Educação de Infância, tendo trabalhado como Educador de Infância. No início de 1993, participei num novo projeto, a convite dos parceiros (Segurança Social) do Projeto Novos Rumos, um projeto de Combate à Pobreza e Exclusão Social. Nesse período de tempo, concluí a Licenciatura em Educação no ramo de Gestão da Formação e Recursos Humanos, na Universidade do Minho. No ano de 1999, início funções como Diretor Técnico da Associação Teatro Construção (ATC), assumindo as responsabilidades de Diretor Geral no ano seguinte. Ao longo destas duas décadas, f requen-

tei dois Mestrados na mesma Universidade, um em Sociologia das Organizações e do Trabalho e o segundo em Gestão, tendo neste momento duas Pós-graduações neste domínio. O percurso feito na ATC, tem potenciado um conjunto de competências e oportunidades de crescimento pessoal, que passam pela formação, consultadoria e pelo exercício das funções de auditor coordenador de Sistemas de Gestão da Qualidade para a APCER, com base na Norma ISO 9001:2015 e com base nos Manuais de Qualidade das Respostas Sociais. Um percurso cheio de projetos, objetivos e desaf ios que procuro abraçar com coragem, determinação, felicidades e prof issionalismos.

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ENTREVISTA Acredito que a formação e a qualificação das pessoas potenciam as suas competências e dotam as instituições de valor acrescentado para a prestação de serviços diferenciadores, de qualidade e focados nas necessidades das pessoas e das comunidades, criando valor acrescentado para todos. Que importância é que atribui às qualificações/ competências dos colaboradores das IPSS´s e Misericórdias? Considero que a concretização dos objetivos das empresas e das organizações sociais assenta, em grande medida, na formação e qualificação das suas pessoas, com uma dose acrescida nas IPSS, Misericórdias, Mutualidades e Cooperativas Sociais, considerando que se propõem, na sua maioria, a prestar serviços às populações com mais carências e com mais fragilidades em diferentes dimensões. Acredito que a formação e a qualificação das pessoas potenciam as suas competências e dotam as instituições de valor acrescentado para a prestação de serviços diferenciadores, de qualidade e focados nas necessidades das pessoas e das comunidades, criando valor acrescentado para todos. Os colaboradores das instituições, com elevados níveis de competências técnicas e humanas, fazem a diferença na vida das pessoas de uma forma muito positiva.

É o Gestor de Formação da Olhar Poente. Quais os planos para 2021? O Centro de Competências da Olhar Poente assenta a sua intervenção no diagnóstico de formação realizado junto das pessoas e das organizações. Para 2021 pretendemos dar corpo a este

projeto, desenhando uma oferta formativa ajustada à realidade, assumindo como principais áreas de intervenção a formação de educadores e professores, a realização de ações dirigidas aos auxiliares de ação educativa nos domínios pedagógicos, de promoção de atividades educativas e no desenvolvimento infantil. Consideramos, ainda, como áreas prioritárias de intervenção a gestão da formação, os primeiros socorros pediátricos, a prevenção de situações de negligência abusos e maus tratos, bem como a inteligência emocional nas crianças e jovens. Pretendemos fazer a diferença na oferta formativa e constituir-nos como diferenciadores no contexto formativo atual.

Qual a importância da formação na vida das Instituições? Numa palavra, diria toda a diferença. A oportunidade de formar e qualif icar as pessoas, de acordo com as suas necessidades e de acordo com as necessidades das instituições, é um caminho necessário e inevitável na vida das instituições e na sua capacidade de fazer mais melhor, com mais qualidade, com mais prof issionalismo e de acordo com novos padrões de exigência.

Ao longo de 2020 teve envolvido enquanto consultor da Olhar Poente no processo de certificação da qualidade ISO 9001:2015. Como tem sido a experiência? Uma excelente experiência de troca de conhecimentos e de aprendizagens, num contexto de grande comprometimento e envolvimento de todos. Um desafio extremamente estimulante, dada as especificidades do contexto, da instituição e do território, suportado de uma forma consistente e sem qualquer constrangimento por todos os que estão envolvidos no projeto. Estamos, em conjunto, a construir um caminho sólido e que brevemente terá a sua expressão maior com a auditoria de concessão realizada por uma entidade externa independente.

Como tem sido a participação da equipa da Olhar Poente? A participação da Direção e dos colaboradores da Olhar Poente, pessoal docente e não docente, é orientada por elevados padrões de comprometimento e envolvimento no projeto, sendo necessariamente este o caminho para o qual todos procuramos contribuir. Porém e acima de tudo, importa olhar e acrescentar a esta atitude uma forte dose de entusiasmo, de motivação e de felicidade consubstanciada nos contributos e acrescentos de valor que cada um, de forma individual, transmite e dota a este projeto da Olhar Poente numa dinâmica de crescimento e qualificação da instituição. Consideramos, que com este posicionamento e atitude podemos, com certeza, olhar o amanhã de uma forma tranquila, equilibrada e com a qualidade que todos merecem.

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FORMACAO INTERNA Mesmo num ano atípico como o de 2020, a Olhar Poente não deixou de dar a importância necessária à formação interna. Perceber que temos de nos preparar e unir utilizando novos procedimentos para o exercício do nosso dia-a-dia. Para tratar os outros, estamos obrigados a tomar conta de nós. Pretendemos com as formações, trabalhar as competências técnicas, mas também as relacionais e comunicacionais. Existe necessidade de um conhecimento profundo e sólido na área de intervenção transmitindo a segurança necessária às crianças e famílias. E é isso que trabalhamos. A capacidade de relação, comunicação, empatia, ino-

vação e criatividade, suportada em competências pedagógicas diferenciadoras e motivadoras. Afinal o que se pode pedir mais a quem trabalha nas organizações com fins marcadamente sociais? Serem elas próprias, nos bons e maus momentos, honestas e genuínas, e sobretudo com altruísmo necessário para pensar os outros com a sensibilidade necessária. É assim que vemos os nossos colaboradores e com orgulho lhes agradecemos por serem uma parte tão importante na vida das nossas crianças utentes e suas famílias.

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CERTIFICACAO DE ENTIDADE FORMADORA

A certificação da Olhar Poente como entidade formadora, é um processo preponderante no desenvolvimento da relação com os seus formadores e formandos, parceiros e partes interessadas, no envolvimento de todos os recursos humanos, numa perspetiva de melhoria dos seus serviços e formações. Foi neste sentido, que no presente mês de dezembro, a Olhar Poente requereu a certificação junto da Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional, tendo como objetivo, prestar serviços de excelência, bem como, promover a contínua satisfação dos seus clientes, colabora-

dores, formadores externos e direção, parceiros e fornecedores. Embora muito centrada na Formação de Educadores de Infância e na organização das Entidades do 3º Setor, de um modo geral a Olhar Poente, tem uma perspetiva ambiciosa e alargada da sua intervenção. Uma perspetiva capaz de trazer à formação e qualificação de vários Técnicos que intervém com Crianças e Jovens, especialistas e responsáveis por departamentos, a inovação e a criatividade que a mesma exige, num contexto de grande complexidade e de acelerada mudança, quer na forma quer nos meios para a sua concretização.

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ENTREVISTA Vera Melo, licenciada em Educação Social pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria. Educadora na Olhar Poente ao Abrigo do Estágio L, com energia e vontade suficiente para implementar os Serviços de Apoio Social prestados à comunidade educativa.

Um Educador Social cuida, protege, mas também aprende com as pessoas. Vera Melo|Educadora Social

Porquê a escolha da área social? Na altura de escolher o curso existia uma panóplia de escolhas. Deparei-me com Educação Social. Só o nome por si cativou-me a multiplicidade de públicos e situações com que poderia vir a trabalhar, fiquei interessada em ganhar as ferramentas para o colocar em prática. É um curso que permite trabalhar com crianças, adultos e idosos, nas diversas situações de vulnerabilidade, onde é utilizada a educação para promover a cidadania, emancipar e melhorar a qualidade de vida da pessoa, trabalhando numa perspetiva inclusiva.

der que dentro destes temas estamos todos a falar de pessoas. Pessoas essas que são seres únicos e individuais. Há que reeducar a população/comunidade. Devemos considerar a diversidade cultural como algo enriquecedor, pois a mesma refere-se à relação entre pessoas de culturas diferentes, levando a uma oportunidade de crescimento cultural de cada um.

Como avalia a experiência na Olhar Poente? Estando inserida na Olhar Poente através do programa Estagiar L, deparei-me com uma experiência enriquecedora ao nível dos desafios com os quais me deparo no dia-a-dia. Estou em constante aprendizagem. E acredito que a minha atitude profissional ficou mais enriquecida desde que aqui estou, quer pela cooperação entre colegas, quer pelas propostas desafiantes do Projeto Educativo ou ainda pela diversidade do público alvo com o qual exerço a minha função. Um Educador Social cuida, protege, mas também aprende com as pessoas. Durante o curso universitário ouvi muito o famoso provérbio “Não dê o peixe, ensine a pescar”. Em grande parte, é assim que tento colocar em prática o meu trabalho que é, maioritariamente, com as crianças do ARTE e CATL. Eles serão os adultos do “amanhã”.

Minorias, Diversidade e Educação Intercultural. Que valor dá a estas definições? São temas muito sensíveis e que têm vindo a ser discutidos cada vez mais. Digo sensíveis porque muitas mentalidades ainda não pretendem enten-

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ENTREVISTA A Olhar Poente lançou recentemente um conjunto de serviços sociais de apoio às famílias. De que se trata esta ideia? A criação destes serviços surge num âmbito de respostas que procuram satisfazer as carências das famílias. SOS CASA, Babysitting, Animação em Eventos e Lavandaria Social. Concretamente este último, é um serviço que apenas prestamos às famílias com crianças inscritas nas nossas respostas sociais e pessoal docente e não docente. Pretende-se assim prestar um serviço social a preços acessíveis e com total comodidade.

Existe algum parceiro da Olhar Poente na execução destes serviços? O Centro Comunitário Espírito Santo da Vila Nova, IPSS com quem colaboramos desde o ano de 2010. Possuem os necessários recursos materiais, logísticos e humanos, sendo assim possível realizar a lavagem, secagem e dobragem de roupa, a custos acessíveis para as famílias, de forma individualizada.

Como interpreta a importância das famílias na vida das IPSS´s? São as famílias que dão vida às IPSS’s. É importante compreender as suas necessidades e trabalhar lado a lado com as mesmas, para que a relação entre as duas possa ter ligações mais fortalecidas e duradouras.

São as famílias que dão vida às IPSS’s. É importante compreender as suas necessidades e trabalhar lado a lado com as mesmas O que melhorava nas políticas sociais dos Açores? Em primeiro lugar, ainda é necessário criar meios que permitam que as políticas sociais sejam direcionadas para quem realmente necessite e não para as situações de falsa necessidade. Gerar condições mais adequadas (acompanhamento contínuo) ao desenvolvimento integral das crianças, permitir aos filhos de famílias desfavorecidas social ou economicamente um apoio generalizado quer ao nível da educação, quer ao nível de acompanhamento com recursos humanos, seriam as opções imediatas.

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Apoio social numa lógica de partilha de recursos entre parceiros locais e regionais, prestados às famílias e colaboradores da Olhar Poente, mas também à comunidade, mantendo assim o compromisso de prosseguir a missão institucional de promover o Desenvolvimento Local, incentivando a participação ativa de todos os agentes locais.

SOS CASA

BABYSITTING

Prestamos assistência em pequenos problemas inesperados que possam surgir na habitação ou noutros locais: Remodelações, canalizações, desentupimentos, pinturas, limpezas de chaminés, telhados, beiras, eletricidade, serviços de limpeza, mudanças.

Apoio de babysitting residencial ou nos equipamentos sociais geridos por Olhar Poente, para a faixa etária 4 meses aos 12 anos. Este serviço exige vocação, segurança, responsabilidade e profissionalismo, sendo as babysitters educadoras ou ajudantes de educação com vínculo à Olhar Poente.

LAVANDARIA SOCIAL

ANIMAÇÃO EM EVENTOS

Através de uma parceria com o Centro Comunitário Espírito Santo da Vila Nova, é possibilitado às famílias a lavagem, secagem e dobragem de roupa, de forma totalmente individualizada, podendo a roupa ser deixada e levantada na resposta social onde o educando está inscrito.

Promovemos animação planeada com rigor e atenção a todos os detalhes, com o objetivo de que os eventos sejam memoráveis e que superem as expetativas de quem confia no nosso trabalho. Os animadores fazem parte da equipa que diariamente trabalham nas respostas sociais com vínculo à Olhar Poente.

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As consultas poderão ser por Telemedicina ou Presenciais nos consultórios registados nas respostas sociais geridas por Olhar Poente. Todos os serviços médicos são promovidos em parceria com entidades e profissionais de saúde. Possibilidade de atribuição de subsídios nos casos devidamente atestados com declaração médica.

TERAPIA DA FALA

PSICOLOGIA

PEDOPSIQUIATRIA

Sessões terapêuticas que visam assegurar a prevenção, avaliação, tratamento e estudo científico da comunicação humana e problemas relacionados; dificuldades de linguagem em crianças e adultos; dificuldades de articulação (Disartrias, Dislalias); Gaguez, Deficiência Auditiva e Problemas de Voz; Dificuldades de Motricidade (Oral/ Respiração/Deglutição).

Prevenção, investigação, diagnóstico, prognóstico e tratamento de problemáticas que afetem/condicionem o bem-estar e o desenvolvimento das crianças e jovens, nomeadamente, Intervenção Psicopedagógica no âmbito das PEA (Dislexia) / PHDA / Estimulaçãoo Cognitiva, Avaliação Especializada, Orientação Escolar e Profissional.

A Psiquiatria da Infância e Adolescência é uma especialidade exercida por médicos que se especializam no diagnóstico e tratamento de perturbações do pensamento, humor ou comportamento que afetam crianças, adolescentes e suas famílias.

NEUROPSICOLOGIA

TERAPIA OCUPACIONAL

PSICOMOTRICIDADE

A infância e juventude constituem um momento privilegiado para a aprendizagem, mas também de vulnerabilidade para o desenvolvimento cerebral. O neuropsicólogo recorre à observação do comportamento, entrevista clínica e recurso a instrumentos de avaliação neurocognitiva.

Na área da pediatria, o terapeuta procura envolver a criança e os pais num plano individualizado, utilizando o “brincar” como ferramenta para avaliar e intervir, proporcionando à criança os desafios adequados para que produza uma resposta adaptada e de acordo com as exigências do meio.

No período da infância, esta intervenção tem como objetivo a promoção do desenvolvimento global e a facilitação dos processos de aprendizagem da criança, considerando as funções cognitivas, socioemocionais, comunicativas e motoras de forma integrada.

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TERAPIA DA FALA

Mas afinal o que faz um Terapeuta da Fala… Muito mais do que se pensa! por Sofia Costa Terapeuta da Fala

A maioria das pessoas pensa que o campo de ação de um Terapeuta da Fala se resume à intervenção junto de pessoas que gaguejam ou que apresentam algum tipo de dificuldade de fala, como sejam os vulgos ciosos. E, embora este pressuposto até possa ser verdade, está longe de ilustrar a vastidão de áreas em que este profissional pode fazer a diferença. Por definição, o Terapeuta da Fala é o profissional responsável pela prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e estudo científico da comunicação humana, incluindo não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita, mas também outras formas de comunicação não verbal. Cabendo-lhe, igualmente, a prevenção, avaliação e tratamento de perturbações ao nível da voz, respiração, motricidade orofacial, sensibilidade oral, mastigação e deglutição (Decreto-Lei 261/93,de 24 de Julho) e (Decreto-Lei nº. 564/99, de 21 de Dezembro).

Mas em termos concretos, o que faz este profissional, em que áreas intervém e qual o seu público-alvo? Este profissional intervém junto de indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos, de termo ou pré-termo, a idosos. Na primeira infância o Terapeuta da Fala tem um papel preponderante na deteção de dificuldades num vasto leque de áreas, nomeadamente, na Interação/ Comunicação, na Linguagem, na Fala, na Motricidade Orofacial, na Mastigação, na Sensibilidade Oral e na Deglutição. Na Interação/Comunicação, sendo estas consideradas as áreas base para o harmonioso desenvolvimento das competências sociais e linguísticas, o Terapeuta da Fala toma especial atenção, por exemplo, na qualidade e duração do contacto ocular, na capacidade que a criança tem para iniciar, manter ou terminar uma brincadeira ou troca comunicativa com o outro e na qualidade e tipo de relações interpessoais que as crianças estabelecem com os seus pares. Na Linguagem, para além de outras competências, dá especial atenção ao vocabulário utilizado pela criança, à sua estrutura frásica, em termos de extensão e gramaticalidade e à capacidade que a criança apresenta para cumprir ordens e dar recados. Já na Fala, o foco recai, por exemplo, sobre a sua capacidade para produzir determinados sons/letras, sobre a inteligibilidade do seu discurso, sobre a extensão das suas palavras, isto é, se utiliza palavras mono, di, tri e polissilábicas ou se tem preferência por palavras mais “pequenas” e, também, sobre a fluência do seu discurso, ou seja, se fala

demasiado depressa ou se o seu discurso apresenta quebras, pausas ou bloqueios. E, por fim, na Motricidade Orofacial, na Mastigação, na Sensibilidade Oral e na Deglutição, tem-se atenção, a título de exemplo, na execução de determinados exercícios orais (e.g. “tocar com a língua no nariz”, “tocar com a língua nos cantos da boca”), na capacidade que a criança apresenta para mastigar diversos tipos de alimentos, na existência de preferências ou aversões por determinados tipos de alimentos e na capacidade que criança tem para deglutir alimentos sem se engasgar. A partir da entrada para a escola, para além das competências listadas acima, torna-se também imperativo averiguar se a criança apresenta fragilidades ao nível da aprendizagem, principalmente no que se refere à leitura e escrita, as quais se podem manifestar, por exemplo; na escrita sob a forma de erros/ trocas de letras, frases agramaticais, textos desconexos e/ou sem sentido; e na leitura, como uma leitura lenta, silabada e hesitante, dificuldade em resumir um texto que leu anteriormente, ou em responder adequadamente a perguntas de interpretação. E, na idade adulta, compete ao Terapeuta da Fala avaliar e intervir junto de utentes que possam apresentar algum tipo de dificuldade ao nível da comunicação, linguagem, fala, voz, respiração, motricidade orofacial, mastigação, sensibilidade oral e deglutição, as quais possam ser explicadas por um episódio neurológico (Acidente Vascular Cerebral/“Trombose” ou Traumatismo) ou por uma doença neurodegenerativa, como sendo, a Doença de Parkinson. Em suma, este profissional chama a si a responsabilidade de desenvolver atividades que permitam aos seus utentes ser, tanto quanto possível, indivíduos autónomos e integrados, do ponto de vista social e comunicativo, em todos os contextos e situações em que estes se insiram.

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AMA A ARTE DE AMAMENTAR por Carla Rodrigues Conselheira em Aleitamento Materno

isolada e é muito bom estar com outras pessoas que estão a passar o mesmo que nós. Depois disto começaram os bitaites de algumas pessoas em meu redor: “Ahh ele está sempre a mamar! O teu leite deve ser fraco. Isso não é bom… Ahh está sempre ao colo e dorme contigo?? Vai ficar manhoso! Depois queres pô-lo no infantário e ele não vai ficar… nem dormir… nem comer…”

Quando engravidei do meu primeiro filho soube logo que queria amamentar. Li algumas coisas mas andava mais preocupada com o curso de preparação do parto e em arranjar o quartinho dele. O parto correu muito bem. De repente, tinha o meu filho nos braços e tudo se tornou real! Fizemos contacto pele a pele, deixámos o cordão umbilical pulsar, tudo nas calmas num ambiente descontraído. Fomos para o recobro e ele começou à procura da mama. Com o meu jeito trapalhão e com ajuda da obstetra ele começou a mamar. Saí do recobro com o mamilo magoado da má pega. Uma enfermeira menos paciente disse que ele não pegava bem e foi buscar um mamilo de silicone que usei religiosamente, porque achei que só assim ele conseguia mamar. Fomos para casa. A subida do leite correu bem mas o mamilo de silicone fazia-me feridas terríveis. Pensar que o meu filho ia mamar causava-me angústia por saber que me ia doer horrores. Tentei tirar o mamilo de silicone mas o meu filho não aceitava a mama sem aquilo. Comecei a sentir que não ia ser capaz! Mas o olhar dele… aquele momento só nosso e saber que o leite materno é o melhor alimento que lhe podia dar… “Naaaa!!! Vamos conseguir!!” Fui procurar ajuda e cheguei ao nome da Cristina Pincho, que é Consultora Certificada de Lactação. Fomos à consulta e entrei num espaço acolhedor e fui recebida por uma senhora de voz doce, que me pôs à vontade. Falámos um pouco, ela pediu para eu me despir da cintura para cima e para pôr o meu filho verticalmente encostado ao meu peito. Passados uns 15 minutos de conversa o meu filho começa aos saltinhos de boca aberta e começou a mamar sozinho sem mamilo de silicone. A Cristina observou e ajudou-me a corrigir a pega. A partir dali as coisas começaram a correr melhor. Frequentei alguns Encontros de Mães e Grávidas onde existe uma partilha muito especial de experiências. A maternidade não deve ser vivida de forma

Comecei a questionar como é que chegamos a este ponto e deixámos de seguir o nosso instinto? Não existe leite fraco! Amamentar é muito mais do que alimentar uma criança. O aleitamento materno, além de ser uma fonte valiosa de nutrientes e anticorpos para o bebé, ainda reforça o vínculo entre mãe e filho e traz impactos positivos na saúde da criança para toda a vida. Não existe outro leite igual, nem parecido: a recomendação da Organização Mundial de Saúde é amamentar até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses de vida da criança. Nesta fase, não é necessário ingerir nada além do leite materno porque crianças amamentadas até aos seis meses recebem todos os nutrientes e hidratação necessários. Parei de escutar o ruído que tantas vezes me deixava insegura, e, nos momentos mais difíceis, procurava a Cristina. O resultado é que o meu filho mamou até aos 3 anos e tal, já eu estava grávida da minha filha. A minha filha nasceu e a amamentação correu sempre bem. E ainda corre! Mesmo assim tive de recorrer à Cristina algumas vezes para tirar dúvidas, porque cada caso é um caso e cada bebé é um bebé. Com o meu percurso nasceu a paixão pela amamentação e pela vontade de ajudar outras mães. Por isso, fiz formação em Aleitamento Materno. Amamentar é algo natural, mas que nem sempre surge naturalmente. É preciso entender que a amamentação é um processo que envolve tentativas, descobertas e acertos. Muitas vezes, a falta de orientação correta pode provocar a frustração e até mesmo a desistência. Desta forma, e em parceria com a Olhar Poente, surgiu o projecto AMA – a Arte de Amamentar, afim de dar apoio personalizado a todas as mães e bebés no decurso da amamentação, dando resposta a todas as dúvidas, desafios e eventuais dificuldades que possam surgir. Para mais informações: ama@olharpoente.pt

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