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Editorial Mais uma Madeleine circulando, e devo confessar que, mesmo quando traçamos objetivos e estipulamos algumas metas, sempre deixamos uma interrogação pairar. Seja relacionada ao nosso potencial, à nossa profissão ou ao que podemos alcançar. Sempre há uma dúvida. Quando superamos o proposto, quando ultrapassamos as barreiras estipuladas e conseguimos ir além do imaginado, percebemos que o nosso limite, muitas vezes, é próximo demais. Quebrar barreiras, mostra o quanto podemos sonhar, idealizar, é recompensador, é sensacional. Mas, nada disso é possível sem trabalhar, trabalhar e trabalhar muito para que esse sonho nasça e cresça, deixando de ser apenas um sonho. Digo isso porque Madeleine, pelos comentários que recebeu, mostrou que sim, ela foi querida. Receber alguns e-mails foi uma grande surpresa. Dos conhecidos, a emoção de saber que ela nasceu, as felicitações. Dos desconhecidos, a afirmação de iniciarmos um trabalho que pode ultrapassar as barreiras do nosso pequeno território e levar informação, conteúdo e entretenimento a todos que visitam a nossa região também. Uma observação interessante foi sobre o nome. Por que Madeleine? De onde veio esse nome? A revista é um projeto de anos, talvez uns 15, considerando todos os conselhos recebidos dos meus orientadores durante a formação acadêmica e de meu marido. Mas, efetivamente, há uns quatro anos, tento torná-la realidade. Foram inúmeros orçamentos gráficos, conversas, contatos, mas nunca resultavam numa definição. Até o dia em que, com toda a coragem do mundo, abordei as pessoas, fiz entrevistas, coloquei a revista embaixo do braço e comecei a bater de porta em porta. Enfim, a revista tomou forma com outro nome, uma expressão em inglês, mas resolvi ouvir opiniões de pessoas, e uma dica da professora Doca Ramos Mello, sobre a possibilidade de muitos não entenderem a pronúncia ou o próprio nome, me fez repensar. E assim, Madeleine chegou de surpresa, como um suspiro delicado, suave. Claro, por que não Madeleine? Uma homenagem à uma linda menina que desapareceu em Portugal em 2007. Uma história que acompanhei e me comoveu. E dentre tantas crianças desparecidas, dentre inúmeras histórias lindas, nomes angelicais, por que ela? Não sei. Sei que Madeleine surgiu, e assim como no passado, de alguma forma, me tocou. E agora, estamos aí, juntas, suspirando todos os momentos dos primeiros passos dessa nova vida! E que seja Vida Longa à Madeleine!

Expediente Madeleine é juma publicação de Cecom Comunicação Inscrição Municipal: 19.052-0 Diretora Comercial Cecília Lima cecilia@revistamadeleine.com.br Para anunciar contato@revistamadeleine.com.br Agende um horário e conheça o nosso projeto. (12) 99646-4421 Diagramação e Arte Richard Lippi Jornalista Responsável / Textos Cecília Lima MTB: 42758/SP Revisão Doca Ramos Mello Fotógrafo Márcio Zaffani Site Danielli Zaffani Impressão Resolução Gráfica Tiragem: 5 mil exemplares Capa Divulgação Nesfit Distribuição Rodovias dos Tamoios, Anchieta/Imigrantes, Campos do Jordão, Ubatuba, salões e salas de espera em São Sebastião, Caraguatatuba e Ilhabela. Participação editorial: Tayná Lima (Fina Estampa) e Melissa Harffmamn (cabelo e make-up) Agradecimento a amiga ElenirRosa e ao Matheus Chagas (salão da Elenir). Tica Lopes e Luana Leite Mendonça (Tica make-up).Ana Cristina eAlexandra, alunas doInatep – Instituto de treinamento técnico e profissionalizante (3882-4312), Ana Cardim (Espaço Chico) e Karina Guermandi.


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Queremos a sua participação. Quer sugerir, palpitar? Mande seu @email para contato@revistamadeleine.com.br

@cartasmail Essa Sabrina Sato é uma gata. @Tecomoraes.camposdojordão Vi Madeleine em Caraguá. Ameeei! Quero também em Ubatuba. @Izamárcia.ubatuba Parabéns! Uma excelente iniciativa de revista feminina para o nosso litoral. Linda! @Mararodrigues.ilhabela Quero cumprimentá-la pela revista, está linda D+++++++++++++. Peguei porque gostei da capa. Quando cheguei em casa vi que era fruto do seu trabalho, está de muito bom gosto e chique, qualidade super plus. Quero também agradecer pelo CEMIN fazer parte desta 1° edição, é uma honra. Boa Sorte e que DEUS a abençoe nesta nova empreitada. @Ledacorrea.sãosebastião Parabéns pela revista! Ficou muito linda, as cores da capa são elegantes e o nome dela é um show! Longa vida para Madeleine! @Profa.Docaramosmelo.sãosebastião Parabéns, a revista ficou linda! Desejo vida longa à Madeleine, que chegou cheia de ousadia e muitos encantos. Quero MAIS! @Danielacarvalho.sãosebastião Parabéns pela revista. Adoro a Sabrina! @Marihelena.sãosebastião #madeleineluxo @Carlosbastos.sãosebastião Eu já ganhei a minha. Simplesmente ameeeeei♥ @Elietedossantos.sãosebastião Adoro maquiagem. Adorei! @Mirellavitor.caraguá


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Foto: Bob Paulinho

Sumário Dicas de make-up Moda na rede Paolla Oliveira:

Linda, amada e feliz A era das mulheres de sucesso no Brasil Vânia Castanheira A beleza, a autoestima e o câncer Feminicídio Um crime silencioso que assombra e mata milhares de mulheres Facebook: a rede social do olho gordo Cirurgia bariátrica. Quando fazer? O vício de comer. Drauzio Varella


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Trança com duas mechas

Você é básica, mas gosta de uma produção? Confira as dicas.

por Elenir Rosa e Matheus Chagas

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Com o rosto limpo e hidratado, aplique o BB Cream de sua preferência. Marque os cílios com curvex

Primeiro, dê uma boa escovada nos cabelos para deixá-los uniforme

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8 9 Aplique o pó e o blush. Para um efeito mais bronzeado, aplicar embaixo do nariz.

Aplique o rímel

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6 Passe o lápis de espessura bem fina (seguindo de fora para dentro dos olhos).

Divida o cabelo em duas partes

Deixe a escolha para um batom nude ou rosa

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Aplique o fixador de sombra (incolor) nas pálpebras e, em seguida, o iluminador (comece na parte interna e siga puxando para fora). Para dar um efeito, aplique também na parte inferior, contornando as pálpebras

Separe em mechas pequenas e comece a trançar, seguindo até as pontas. Em fios repicados, aplicar gel.

Salão da Elenir Rua Sebastião Silvestre Neves, 190 - São Sebastião 3892-2303

Se preferir, solte a trança e deixe o efeito amassado nos cabelos.


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#modanarede

Por Karina Guermandi

fashionshowkana

O SPFW se passou e apresentou a moda brasileira para o Inverno/14, mas como temos que nos manter sempre antenados, vamos ficar de olho na Semana Internacional de Moda, que traz muitas referências e tendências do que podemos usar por aqui. #NYFW Você é aquela pessoa que passa longe de um vermelho? Agora, acrescente um decote nada discreto, fendas e um batom vermelho só para compor o look. Informação demais? Bom, se está achando exagerado, está na hora de atualizar seus conceitos de moda. Nos desfiles da Semana de Moda de Nova York, o vermelho é a cor da vez e promete vir nada discreto. O estilo grunge, animal print, calças sequinhas, barriga de fora e o vestido longo com babados do Marc Jacobs (nada apropriado para o frio americano) prometem aquecer o inverno!

reprodução site tubedman

#LFW Já em Londres, a semana de moda atrai olhares para o street style, o estilo das ruas, o que estão usando, ousando e até inventando. Muitas pessoas se produzem inteiramente apenas para ficar andando pelas portas dos desfiles, tentando ser fotografadas por um dos mil fotógrafos de street que há por lá. As tendências mais legais surgem assim, espontâneas e nas ruas e prometem fazer a sua cabeça, literalmente. Nas passarelas, trazem referências às peças esportivas em alta, um ar de anos 70 e um estilo boho. Peças oversized, com ombros arredondados e costas afastadas também são vistos em casacos e moletons. reprodução site tubedman

#MFW A semana de moda de Milão é sempre aquela expectativa, grandes marcas, estilistas renomados, peças únicas e com aquela elegância que só os italianos em os franceses conseguem. Uma mulher de muita atitude, foi isso que os desfiles demonstraram. Sem ter medo de abusar nas formas, cores e cortes, algumas reviveram os anos 60 e 70 de uma maneira bem moderna e descontraída. Um toque mais ousado também foi apresentado por outras marcas, que apostaram no folk e peças de streetwear. Nas passarelas reinam o vermelho, roxo e o preto, muitos casacos pesados e vestidinhos acinturados, com muitos toques femininos e minimalistas. Deu para sentir que as grifes não quiseram abusar do lado conceitual e sim, criar peças que já iriam das passarelas para os armários dos seus clientes. reprodução site style

Para arrasar sem erro: podem apostar em gorros, chapéus de todas as formas e tamanhos e até em bonés, a criatividade nesses acessórios está infinita e também são peças ótimas para disfarçar aqueles dias não muito bons para as madeixas. Seja uma mulher de atitude, tire aquele seu batom vermelho do fundo da bolsinha de maquiagem, USE sem medo de ser feliz! Animal print promete ficar pela estação, então não se desfaça do que já tem, pois se no verão elas vieram com tudo, ainda continuam em alta. O lema da vez é ousar e abusar do seu lado sexy e mandar beijinho para o recalque alheio.


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Entrevista - por Ester Jacopetti

Fotos: Estevam Avelar

Paolla Oliveira:

Linda,

amada

e feliz


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Depois do sucesso em Amor à Vida, a atriz aproveita as férias para recarregar as baterias. “Meu primeiro plano agora é viajar. Quero passear um pouco e relaxar, mas sem deixar de olhar este universo ao meu redor. Amo o que eu faço”, disse a bela atriz, que conversou sobre como é ser considerada a mulher mais sexy do mundo: “Em minha opinião, sensualidade, e não digo sexualidade, vem de um lugar que tem a ver com a potência de vida”

Já percebemos que você está mais magra nesses últimos meses, você fez alguma dieta especial? Procurei cuidar melhor da minha saúde e consegui manter mais a questão do peso. Quando a gente está com um trabalho na televisão, os cuidados são maiores, porque escorregou, o HD mostra. Mas, ultimamente o que mais venho buscando é a minha saúde. Não adianta malhar, fazer dietas, se tem algo de errado. Infelizmente descobri que eu não estava muito bem. Eu fazia muita coisa errada. Esse ajuste me fez ficar melhor e por isso a academia e a dieta estão fazendo efeito. A gente fala muito sobre cuidados com o corpo, e acaba esquecendo o mais importante, a saúde. As coisas estão simplesmente fazendo efeito. Passei um ano buscando o que me atrapalhava. Fiz um tratamento ortomolecular. Hoje, o mal do século parece que é a tireóide. Eu acredito que é importante pensar na saúde como um todo. Procuro ter uma alimentação balanceada, fundamental para a pele, unhas, além do corpo, claro. Somente depois vêm a atividade física e os truques de embelezamento. Malho pelo menos três vezes por semana e faço drenagem linfática. O tempo passa e você continua linda. Quais são as principais dicas de beleza que você pode dar para mulheres que a admiram? Antes de tudo, o importante é ter uma alimentação bacana. Que até não parece uma dica de beleza, mas é, porque você precisa ter uma alimentação constantemente regrada. Exercícios físicos mais constantes e o de sempre, tomar muita água. E claro, usar protetor solar sempre. A mulher tem de

cuidar não só da beleza, mas do bem -estar. Eu procuro, por exemplo, usar protetor solar fator 50 no rosto. Para os cabelos, têm uma coisa de que não abro mão, o RD – proteína em pasta – é um finalizador/tratamento. Também uso a linha Elsève Colorvive para os cabelos coloridos. Faço academia com a ajuda de um personal trainer há alguns anos e claro, fiz uma reeducação alimentar. Outra dica importante é ter sempre na bolsa, máscara de cílios, e um protetor diário sempre à mão. Nos eventos, você está sempre muito bem vestida, mas como é a Paolla na hora de se arrumar? Procuro sempre separar as peças que vou usar, de acordo com o evento, mas adoro maquiagem, batom, adoro cor, rímel. Sou louca por maquiagem. Eu topo qualquer parada. Há momentos em que gosto de ficar bem maquiada, mas têm aqueles outros, inversos. Gosto muito de joias também. É sempre muito bom ganhar. Adoro anel e o Joaquim (Lopes – o marido) é uma pessoa que sempre acerta. Ele dá joias em datas muito especiais. Sabe do que eu gosto. Você é do tipo que acompanha as tendências para estar sempre na moda? Eu tenho guardado na minha memória algumas peças chaves. Vejo muitas tendências e sou ligada à moda, mas tem algo que fala sempre mais alto, o meu gosto. Gosto de me arrumar, e não estou preocupada se é ou não tendência. Durante a última novela (Amor à Vida) você mudou duas vezes de visual. Você já se acostumou com essas mudanças constantes?


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Foto: Bob Paulinho

Pois é, na segunda fase da novela eu estava com os cabelos mais loiros e compridos. Eles (produção) adoram cortar os cabelos das atrizes. Você deve ter percebido que nos primeiros capítulos da trama, eu estava com os cabelos mais hiponga, meio rebelde. Confesso que sou apaixonada por cabelos compridos. Mas, eu me adapto rápido. Já me acostumei com as mudanças, sim. As pessoas sempre falam que eu fico nervosa na hora de mudar, mas na verdade é mais por ansiedade. Fico querendo saber qual será o resultado final. E o que aquela mudança vai trazer de novo pra mim. Algumas mulheres sofrem com os efeitos da TPM, você segue alguma dieta especifica para controlar melhor esses efeitos? Quem está em volta sempre percebe mais do que nós (Risos). Fico com um pouco de dor de cabeça e mais sensível, choro à toa. Sinto mais fome nessa época, principalmente de doces. O que faço é ter sempre algo doce e um pouco mais saudável para os momentos mais desesperados. No ano passado, uma revista masculina a elegeu a mulher mais sexy do mundo. Quando ficou sabendo da novidade, como você reagiu? Foi uma loucura. É um título, mas sinceramente estou me sentindo exatamente a mesma pessoa. Apesar de ser uma revista masculina, e ter esse título, nesta votação tem homens e mulheres. Acredito que o título não seja apenas uma lição de como ser sexy, mas de uma mulher que apareceu durante o ano. Que produziu e que as pessoas gostaram do que viram. Por isso acredito que existem mais elementos por trás do título. Não sei dizer se senti algo diferente ou se tive alguma sensação. Estou feliz. O ensaio foi feito entre amigos. Por isso espero que todos tenham gostado. Em minha opinião, sensualidade, e não digo sexualidade, vem de um lugar que tem a ver com a potência de vida. Tem relação com o poder e a vivacidade que a gente tem para fazer as coisas acontecer. Acredito que a gente possa ser sensual na vida, na energia para trabalhar, para ser mãe de família, para viver a vida nos pequenos momentos. O Joaquim pensa parecido comigo. Ele até deu uma declaração, falando que todos os outros adjetivos me tornavam mais sexy ou mais bonita. Acho que é isso. É a vontade que eu tenho de estar na vida, de conquistar, de ser feminina. Acredito que ele tenha encarado numa boa.


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Depois que você participou desse ensaio, saíram alguns boatos de que você apareceria nua numa revista masculina. É verdade? Não mesmo. Esse é o máximo do máximo. E fiz porque estávamos entre amigos. Estava me sentindo segura. Acredito que as pessoas não querem ver nada mais além do que saiu. Elas querem ver o sensual, o bonito. Mais do que isso perde até o encanto e a graça. Antes mesmo de seguir a carreira de atriz, você estudou fisioterapia. Consegue descrever o momento que optou por ser atriz? Quando eu estava na faculdade, eu fazia alguns comerciais para ajudar a pagar a mensalidade. Depois surgiu a ideia de fazer alguns cursos de interpretação para me aprimorar nas campanhas. Foi quando comecei a me interessar pela área. Tudo foi acontecendo de maneira muito natural. O mais bacana foi ter continuado a carreira de atriz, porque de certa forma, essa profissão me deu asas. Posso desenvolver várias personalidades diferentes. Faz-me ser criativa e empresto toda a minha inquietação pessoal para os dramas das minhas personagens. Hoje, o ator precisa ter dedicação, estudar e manter sempre o pé no chão. Seus últimos personagens têm sido vivenciar uma mocinha na televisão. Você não se preocupa em ficar rotulada? Não. Apesar dessa última (Paloma) ter sido mocinha, ela era diferente das outras. Um personagem é sempre uma descoberta. Nós nunca somos uma coisa só. Normalmente a novela fala sobre temas relacionados ao ser humano e às dificuldades que estamos sujeitos a passar. De alguma forma, acabo levando informações e espero que o meu papel tenha feito isso de maneira bacana e inteligente. Cada personagem tem suas dificuldades. A vilã é um sonho, é quase irreal e ela pode ser tudo. A mocinha normalmente nos faz tentar transformar o tradicional em cativante ou pelo menos interessante. Não deixa de ser desafiador e delicioso. Você e o Joaquim estão juntos há um tempo. Você pretende ser mãe num futuro próximo? No futuro, sim. Não sei quando, mas desejo. Maternidade mexe com toda mulher. A minha mãe ficou grávida de mim quando era muito jovem, e por isso acredito que está na mulher ser mãe. Isso em qualquer uma das fases. Mas, por enquanto não pretendo

ter filhos. A hora que tiver ser, será. Após alguns anos na televisão, você é dona de uma carreira brilhante, mas é possível dizer que já se acostumou com a fama? Já me acostumei, mas na verdade não mudou muita coisa. Continuo a mesma pessoa. Isso me ajudou na adaptação. Adoro os fãs, fico muito grata pelo carinho que recebo deles. A possibilidade de dar vida a tantas pessoas com personalidades diferentes é o que mais me encanta no meu trabalho. Apesar de ele ser árduo, fico feliz depois de um dia ou quase um ano de trabalho. Essa sensação é muito prazerosa. Algumas celebridades procuram manter contato com seus fãs através das mídias sociais. Você consegue tempo para se dedicar à internet? Gostaria de ter mais tempo, mas com a correria do dia a dia, acabo não conseguindo. Mas, sempre que sobra uma brecha, uma folguinha, corro pra ver tudo o que acontece. Você e o Joaquim fazem um par perfeito. Você se considera uma mulher romântica? Gosta de ganhar flores? Acredito que o carinho é o mais importante das relações. Ainda mais entre homem e mulher. Adoro todos os mimos que recebo e nem precisa ser muito romântico para adorar receber flores e presentinhos de quem a gente ama. Eu vi numa entrevista que você comentou que o Joaquim a deixou mais mulherzinha. Por quê? Não sei exatamente em que contexto essa frase foi usada, mas é porque a mulher acumulou tantas funções... Nós temos o lado profissional muito ativo, mudanças no nosso habitar, questões familiares, e às vezes a gente acaba esquecendo de ser delicada, de esperar que o homem faça gentilezas. É muito importante e bacana a mulher ser forte e feminina. Esse equilíbrio forma um ser humano excepcional. Você acredita que faria de tudo para viver um bom personagem? Rasparia a cabeça se fosse necessário? Eu faria, sim. Engordaria ou emagreceria se fosse necessário. Você se considera uma pessoa sensorial? Sou muito. Às vezes um cheiro me

lembra lugares, pessoas... Melhora até meu astral sentir um perfume que me agrada. Um toque macio que pode ser da pele ou de um tecido sobre ela é muito gostoso. Qualquer coisa que tenha natureza me revigora. Um passeio na praia ou no campo, o meu predileto, me anima e me deixa mais disposta. Além de ficar com meus gatos e cachorros, que eu amo. E claro, um namoradinho é sempre bom também. A novela acabou e agora você terá tempo para descansar. Já tem algo planejado? Meu primeiro plano agora é viajar. Este último trabalho foi incrível, mas como qualquer ator, acabei ficando um pouco ‘abduzida’ pela personagem. Afinal, passei mais de um ano sendo a ‘Paloma’. Agora quero passear um pouco e relaxar, mas sem deixar de olhar este universo ao meu redor. Amo o que eu faço. Vai fazer alguma viagem? Aliás, você tem uma viagem dos sonhos? Qualquer lugar. Amo viajar! O trabalho foi bastante intenso. O que você normalmente faz para descansar e repor as energias? Encontrar a minha família e meus amigos. Ir ao cinema, ao teatro, ficar em casa... Você diria que a Paloma foi a personagem mais marcante que você já interpretou? Sempre levamos muita coisa do personagem e com a Paloma não foi diferente. Ela era uma mocinha não muito convencional, pois começa a novela fugindo de casa, com um amor bandido e, depois vai trabalhar na área médica, algo muito sério. A personagem tem esses dois lados, como qualquer pessoa real, é muito legal. Também estive em contato com hospitais, maternidades e profissionais da área de saúde. Aprendi muita coisa, escutando histórias dessas pessoas. Estive em contato com várias mães e através da Paloma, pude viver na pele todas as alegrias e tristezas da maternidade. Ela deixa os sentimentos à flor da pele e mostra que a gente pode ser sensível, sem deixar de ser forte. Uma curiosidade, antes você assinava o nome como Paola Oliveira, com apenas um ‘L’. Por que decidiu fazer essa mudança? Para deixar o meu nome energeticamente positivo. Contaram que se eu colocasse mais um ‘L’ ele ficaria positivo. Então, decidi tentar.


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por Ester Jacopetti

A era das mulheres

de sucesso no Brasil Junto com ela, a empresa é formada por quatro sócios. O marido, Jair Conde, o irmão, Rogério Assis e a amiga Leila Velez. “Somos forças complementares, que deram certo juntas, independentemente de sermos da mesma família”, esclareceu. “Lembro como se fosse hoje. Estava na minha comunidade Catrambi, no Rio de Janeiro, subindo a rua. Uma prima chegou e disse: Zica, também quero o que você passou no seu cabelo. Foi a maior felicidade do mundo”, comentou Heloisa Assis, emocionada ao relembrar sua história. Mais conhecida como Zica, ela chegou a trabalhar de empregada doméstica, mas foi aos 21 anos que decidiu fazer um curso de cabeleireira, para cuidar dos próprios cachos. Que na época, segundo ela, eram muito crespos e sem maleabilidade. “Não me conformava em ter de alisar os cabelos para ficar com aspecto razoável. Percebi que quando saia do banho, meus cabelos ficavam pesados e macios, com os cachos definidos”. Dez anos foi o tempo que passou se dedicando especialmente aos estudos dos fios crespos. “Passei a misturar e testar cremes e produtos com o intuito de me dar aquele visual sonhado. Cabelos naturais, cheios de cachos, com brilho, maciez e beleza”, explicou a cabeleireira que, quando descobriu a fórmula, percebeu que poderia levar a solução para outras pessoas da comunidade. O primeiro salão que ganhou o nome de Beleza Natural foi aberto em janeiro de 1993. Hoje, ela é dona de 18 unidades, 12 no Rio de Janeiro, dois no Espírito Santo, na Bahia e em São Paulo. “Eu não tinha dimensão de crescimento, mas a vinda das caravanas de outras cidades serviu de ‘termômetro’ para medirmos o sucesso que estávamos fazendo”, pontuou a cabeleireira que, apesar do pouco dinheiro no começo, decidiu colar no vidro dos ônibus anúncios sobre o tratamento capilar. “O apelo simples atraiu os primeiros clientes. O suficiente para iniciar o boca a boca na vizinhança”, comentou orgulhosa. Por mês, passam em média 100 mil clientes pelo salão. “Queremos estar em breve em todas as regiões do país e no futuro, quem sabe, no exterior”. Considerada no ano passado, pela revista Forbes, como uma das Mulheres de Negócios mais poderosas do Brasil, Zica não esconde a satisfa-

ção, mas revela que sente o peso da responsabilidade em representar a classe C do país. “Uma pessoa que começou lá na favela, e de repente, está na revista Forbes, é de arrepiar”, pontuou. Fazer sucesso não é tarefa fácil para ninguém. E para quem acredita simplesmente na sorte, deve mudar seu pensamento, pois foi através de muita disciplina, força de vontade e, claro, um pouquinho de ambição que o Beleza Natural cresceu. Mas, talvez o segredo da Zica esteja ligado diretamente a um elemento secreto: família. Junto com ela, a empresa é formada por quatro sócios. O marido, Jair Conde, o irmão, Rogério Assis e a amiga Leila Velez. “Somos forças complementares, que deram certo juntas, independentemente de sermos da mesma família”, esclareceu. Do Marketing ao Bolo Outro ícone de destaque no mercado é a empresária Renata Frioli. Casada há 18 anos e mãe de duas meninas, de 13 e 16 anos, aos 40 anos, ela decidiu deixar o trabalho de marketing em uma grande indústria para abrir seu próprio negócio. A ideia surgiu em outubro de 2010, pois sentia a necessidade de voltar para o mercado de trabalho com algo inovador. “Como sou do interior, e estou há 14 anos em São Paulo, sentia que faltava um pouco mais de simplicidade na vida do paulistano. Então, por que não trazer um pouquinho do interior para a capital?”, explicou. Assim, surgiu o Bolo à Toa. Localizado no bairro de Pinheiros, onde prevalecem harmoniosas casas muito bem arborizadas, o primogênito tem todo um charme de casa da vovó. O cheirinho de bolo caseiro invade o ambiente e deixa os frequentadores com água na boca. ‘Acredito plenamente na questão da memória afetiva. Essa foi minha ideia desde o começo. É muito gratificante escutar meus clientes dizerem, quando entram em minhas lojas: “Ai que saudades de casa, da minha avó. Dá pra vender esse cheiro? Isso para mim, não tem

Foto: Divulgação Assessoria de Imprensa

Zica Assis. Entre as 10 mulheres mais poderosas, segundo a Forbes


preço”. Qualidade e melhor preço. Esses são os ingredientes que fazem o sucesso do Bolo à Toa. A empresária explica que a opção de trabalhar com um único produto a faz querer ser a melhor no mercado. Atualmente, com duas lojas, em Pinheiros e Itaim Bibi, a casa foi eleita pela revista Veja São Paulo como o melhor bolo caseiro da cidade. A empresária afirmou que sempre acreditou no seu projeto. “Ser reconhecida e eleita como o melhor bolo caseiro de São Paulo estava nos meus sonhos, mas não esperava que fosse acontecer de maneira tão rápida. Eu realmente fiquei muito surpresa e feliz, claro”. Mulheres empreendem mais Um dado curioso talvez possa explicar o sucesso que as micros e pequenas empresas vêm alcançado a cada ano. Pesquisa realizada pelo SEBRAE aponta que essas empresas correspondem a mais de 99% dos 5,9 milhões de negócios formais existentes no país. As mulheres já superam o número de homens no microempreendedorismo. Elas já são 53% dos profissionais que optam por juntar as economias e abrir o próprio negócio. Esse crescimento também contribui para o Produto Interno Bruno (PIB) em 0,7% ao ano. Até 2030, a renda per capita cresceria 9,1%. O que já é um ótimo sinal. E para comprovar ainda mais esses dados, Renata confirmou que para 2014, com muita cautela, como prefere pontuar, pretende abrir mais duas unidades do Bolo à Toa. Assim são essas mulheres, determinadas, criativas, inteligentes e poderosas. Conseguem dar conta dos desafios de uma vida múltipla. E de ainda se realizarem profissionalmente. Superação, apoio e capacitação são algumas matérias primas essenciais para escreverem belas histórias de sucesso.

Renata Frioli Expansão na empresa de bolos caseiros

17 Fotos: Tricia Vieira


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Nossa homenagem às mulheres que todos os dias escrevem a sua história, enfrentam batalhas e fazem a diferença. Gisele Ferreira loja La Madrecita

Cristiana Arena Superintendente Serramar Shopping

Tarsila Moreira lojas Nice Calçados e Arezzo

Giselle Arcos Gerente de Marketing

Lucia Ribeiro – Isa Aiosa

Lucélia Alves Divino Fogão


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Vânia Castanheiras

Ela está na estatística. Está entre as mulheres acometidas pelo segundo tipo de câncer mais comum entre o sexo feminino, o de mama. Aos 32 anos, pronta para se tornar mãe, Vânia Castanheira descobriu nódulos nos seios e, mesmo após realizar exames de rotina no mês anterior, refez o ultrassom que acusou Carcinoma Ductal grau II, ou seja, câncer no ductos, estágio moderado.

Com o propósito de relatar a difícil fase que estava passando, Vânia criou um blog e acabou ajudando outras mulheres a enfrentar a mesma situação sem perder a autoestima, a beleza e a vida.

Qual foi o diagnóstico dado pelo médico quando descobriu a doença? Que tipo de câncer? Nível de gravidade? Qual era a preocupação naquele momento?

A beleza, a autoestima e o câncer de mama Fotos: Arquivo Pessoal

VC – Eu soube o diagnóstico por um pedaço de papel, o resultado de uma biópsia que tinha feito um mês antes. Carcinoma Ductal grau II. Ou seja, um câncer nos ductos mamários. O mais urgente era fazer a cirurgia para retirar o tumor. Retirar também uma margem de segurança em volta e verificar se os linfonodos (os gânglios das axilas) já estavam infectados. Quanto mais novos somos, mais grave é este tipo de doença. O nosso metabolismo é rápido e as células desenvolvem-se mais rapidamente do que numa pessoa de 80 anos, por exemplo. Tanto que, quando foi retirado o tumor, na margem de segurança foi encontrado outro que ainda estava encapsulado (Carcinoma In Situ), ou seja, que os exames não detectavam.

Você fala de uma doença adquirida por questões emocionais, estresse e mágoa guardados. Como era você antes do câncer?

VC – Não tenho a menor dúvida. Foi um acúmulo de anos. Eu guardo tudo para mim. Tenho a mania de partilhar apenas as coisas boas e guardar as más para mim. As coisas se acumularam. E nos últimos dois anos (antes do câncer), eu não tive fugas. Vivi umas situações que me deixaram sem escapatória e o meu corpo não aguentou mais. Antes do câncer, eu me dedicava 95% a uma empresa. Era o meu trabalho, a minha responsabilidade e era daquilo que eu tinha de cuidar. Todos os dias, era lembrada do meu cargo pelos meus chefes em outro país e de como tinha de driblar a forma de trabalho no Brasil. Aqui, as coisas são diferentes. Têm outro ritmo. E lá, nunca entenderam isso e exigiam de mim esse mesmo ritmo. E eu me cobro muito. Por isso, dava de mim o que podia e o que não podia. Sem ir atrás do que seria justo e equilibrado para mim. Não dormia direito. Não descansava. Seis meses antes do diagnóstico do câncer, tive uma pangastrite crônica. De vez em quando, ficava travada das costas. No entanto, nunca faltei um dia. Nunca me pus em primeiro lugar. Hoje em


dia, eu estou em primeiro lugar.

Como foi esse processo de mudanças emocionais? Porque a gente sabe que mudar padrões de comportamento / sentimento não é tarefa fácil...

VC – Muito difícil. Foram meses.... A quimioterapia inteira e ainda metade da radioterapia...(rs). Durante os primeiros dois, três meses da quimioterapia, eu colocava despertador para acordar cedo. Mesmo com o meu corpo com a necessidade de descansar. No entanto, eu me sentia inútil, se dormisse mais... Afinal, a empresa poderia precisar de mim... Aos poucos, fui aprendendo a desligar. Com ajuda do meu marido, dos meus pais, do restante da família e amigos que já me cobravam para eu sair da empresa. Diziam-me que aquele momento era meu, só meu. E não podia pensar em coisas que me deixassem nervosa. E eles tinham toda a razão. Eu precisava me rodear de coisas boas. Coisas que me fizessem bem. Que me trouxessem boas energias. Porque isso sim, iria contribuir para a minha cura. Mas, foi duro o processo mental de me colocar em primeiro plano. E hoje em dia, já está intrínseco em mim. Consigo fazer isso e começo o meu dia cuidando de mim.

Passado o susto, qual foi o próximo passo?

VC – Que susto?! (rs)...Foram tantos!!! Mais que o susto de saber que tinha o câncer foi saber que teria de fazer quimioterapia. O mastologista tinha-me dito que eu não iria precisar e eu já tinha descartado essa hipótese. E quando fui para a consulta com o oncologista para definir a radioterapia (achava eu), ele disse-me que teria de fazer uma quimioterapia superpesada e que além de perder cabelo, cílios e sobrancelhas, poderia ficar infértil ou ter uma menopausa precoce. Aquilo, sim, foi um susto. Eu estava querendo engravidar e descubro um câncer. Depois, fui para a consulta de radioterapia e dizem-me que talvez fique infértil?!?!? Ui! Bota susto nisso! A sorte foi que tive a oportunidade de congelar embriões. Eu conto tudo no meu blog.

E a ideia de ajudar outras mulheres, quando você achou que poderia passar por essa batalha e ainda ajudar as pessoas?

VC – Seis meses depois do diagnóstico da doença senti-me no poder de tanta informação que se eu não partilhasse seria egoísmo meu. Até aquele momento, eu tinha ficado no anonimato para a maior parte das pessoas. Nada nas redes

sociais. Nada de nada. Mas, eu precisava escrever e partilhar tudo o que eu estava aprendendo. E assim, criei o blog e agora estou escrevendo o livro.

Qual é o seu propósito neste projeto?

VC – São vários propósitos com um final, o BEM. 1). Fazer com que as pessoas deixem de ter medo do câncer. É uma doença cada vez mais comum nas famílias e o medo faz com que se atrasem os diagnósticos precoces. E estes sim, podem resultar em morte. Um diagnóstico precoce tem cura total. Quero acabar com os mitos do câncer. 2). Quero ajudar as mulheres a passarem melhor pelo tratamento. 3). Quero que as pessoas que passaram ou não pelo câncer tenham uma vida saudável no equilíbrio corpo-mente-espírito e eu dou dicas sobre isso. Como ter qualidade de vida sem sacrifícios. Como ser feliz!!!

Como você mensura o resultado de toda essa dedicação?

VC – Pelas mensagens que recebo. Pelo carinho. Não só de pessoas em tratamento como de pessoas que nem sequer têm alguém passando pela doença. Todos nós temos problemas no dia a dia e procuramos ajuda para enfrentá-los. Se eu puder ajudar a fazer isso, será uma honra enorme. Se passei por tudo isso para chegar a este final, valeu a pena.

Onde você gostaria de chegar com essa campanha?

VC – Com a campanha e com o blog? Com a campanha, quero chegar ao Brasil inteiro e Portug al. Gostaria que todos os hospitais públicos criassem seu próprio banco de autoestima, com arrecadação de lenços e maquiagem. Assim, a minha campanha deixaria de fazer sentido e o objetivo seria cumprido. Quero que todas as carequinhas do Brasil possam receber apoio quanto à autoestima. Um lenço, um kit de maquiagem e ajuda para usar o lenço (no meu blog tenho vários vídeos). Com o blog, é o que já falei acima, no propósito do projeto.

Você ainda tem momentos difíceis por causa da doença? Quais são eles? O que você faz para mudar o seu padrão emocional nesta situação?

VC – Eu ainda estou com o cateter, por exemplo. E a cada 40 dias tenho de ir limpá-lo na sala de quimioterapia, aonde fui religiosamente durante doze semanas. Esta não é uma rotina agradável porque significa que não tive 100% de alta. Outra questão é se tenho ou não o gene do cân-

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cer de mama e ovário, o BRCA 1 e o BRCA 2, o mesmo da Angelina Jolie. O resultado sai este mês (março) e eu tenho quase certeza que vai dar negativo. No entanto, há sempre uma leve incerteza e um leve medinho aqui dentro. Tanto que ainda não doei as perucas.

O que você encontrou de falha na assistência às mulheres acometidas desta doença?

VC – Eu tive a sorte de poder fazer tudo pelo plano de saúde. Caso contrário, acho que ainda estaria em tratamento. De qualquer forma, com um diagnóstico desses, foi difícil marcar exames. Eu tinha urgência e só tinham vaga para semanas depois. Se o meu marido não conhecesse alguns médicos não teria conseguido fazer a cirurgia em quinze dias, como era indicado. Senti falta também de um aparelho de radioterapia adequado no Vale do Paraíba. Tive de ir para São Paulo. Fui tratada do início ao fim como se tivesse outra doença qualquer.

Que mensagem você deixa para todas as mulheres, àquelas que trabalham demais, àquelas que reclamam demais, àquelas que brigam demais, às que estão travando uma batalha pela vida?

VC – Nunca deixem de procurar o que as faz felizes e nunca se esqueçam de quem vocês são realmente. De vez em quando, tirem um tempinho para pensar e lembrem-se do momento em que decidiram “o que queriam ser quando crescessem”, quais eram os valores de vocês. Resgatem a sua pessoa interior e não deixem que nada mude isso. Quando necessário, repensem seu estilo de vida. Vivemos num mundo “doente” e que nos obriga a andar em ritmo acelerado e mecânico. As exigências são muitas e vêm de todos os lados: sucesso profissional, pessoal, físico, familiar, etc. Temos de ser o melhor dos melhores e em todas as áreas da nossa vida. A sociedade em que vivemos estimula a nos tornarmos os nossos maiores inimigos. Exigimos demais de nós. E qual a consequência disso tudo?! Por que os casos de câncer aumentaram exponencialmente nas últimas décadas? Já pensou nisso? Previnam-se das agressões da sociedade em que vivemos. Cuidem da alimentação, encontrem um equilíbrio emocional e pratiquem atividade física. No fundo, todos buscamos o caminho da felicidade, mas nos esquecemos que a felicidade é o caminho. Beijo no coração.


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Feminicídio Num país em que a cada 1h30 uma mulher morre por causas violentas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e que a causa de tanta brutalidade ainda é a associação machismo e alcoolismo, se destaca a necessidade de tipificação penal para o feminicídio (homicídio feminino), tornando-o como forma extrema de violência de gênero contra as mulheres. As maiores vítimas são jovens, com faixa etária entre 20 e 39 anos, na sua maioria negras, entre as quais 54% tiveram óbito após agressões e homicídios presumidos. Outro dado que demonstra a ineficiência da lei é que 36% dos assassinatos ocorrem aos finais de semana, quando grande parte das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher estão fechadas. O problema vai além da simples crítica da sociedade. Não denunciar o agressor é apenas uma forma de tentar se defender, já que 74% das mulheres (segundo pesquisa realizada pelo Data Senado), alegam ter medo do companheiro ou ex-companheiro. A dependência financeira e a preocupação com a criação dos filhos também contam para a omissão feminina. Nossos casos - Se você acha que esse problema está longe da sua realidade, engana-se. De acordo com dados do mapa da violência contra mulher, Ubatuba aparece em 63º no índice nacional. Caraguatatuba está em 69º e São Sebastião em 94º. Ilhabela não aparece no ranking. Não estar inserida na estatística, por vezes, nos leva a um distanciamento do problema e, quando consultamos as casas de amparo às mulheres e delegacias, observamos uma triste realidade machista que insiste na opressão e controle com golpes físicos e morais. Somente na delegacia da mulher de São Sebastião são lavrados mais de 30 inquéritos policiais todos os meses de casos de violência contra a mulher. Em fevereiro deste ano, a cidade registrou mais um feminícidio. A vítima morreu após ser esfaqueada pelo companheiro. “Infelizmente presenciamos esses casos resultantes de uma mistura de bebida com ciúmes excessivo, aliados à questão cultural do homem que se acha dono da mulher. Enquanto não revertermos essa cultura, não mudaremos nada, pois eles batem com a maior tranquilidade”, disse Beth Chagas, presidente da AAMS – Associação de Am-

Um crime silencioso que assombra e mata milhares de mulheres

paro a Mulher Sebastianense. Segundo ela, a mulher agredida, além da dependência e do medo, também sente vergonha de procurar ajuda, mas como a instituição já desenvolve esse trabalho há muitos anos, hoje muitas procuram a associação e lá encontram assistência jurídica, social, psicológica e, quando necessário, são encaminhadas às casas de apoio em outros municípios. A vez da Lei - Para a delegada Elyana Aparecida Camargo, da Delegacia da Mulher de São Sebastião, acreditar na Lei Maria da Penha e delatar o agressor é fundamental para que a mulher tenha o amparo da Lei. “A Lei Maria da Penha melhorou muito. Hoje, o infrator é autuado em flagrante, vai preso e é liberado mediante pagamento de fiança. Quando o autor é reincidente, ele volta à cadeia e fica à disposição da justiça”. Mesmo com todas as dificuldades existentes, faltam efetivo e estrutura adequada para o atendimento especializado à mulher, mais de 30 inquéritos policiais são lavrados mensalmente somente em São Sebastião. “Buscamos ações que tragam medidas protetivas às vítimas, como distanciamento dos locais de trabalho, moradia e de familiares, mas as mulheres precisam fazer a sua parte, denunciando o indivíduo e deixando que o inquérito policial tenha andamento. Eles precisam saber que serão punidos”, esclareceu a delegada. Outro fator que merece atenção é a recorrência dos casos, isso porque a maioria das mulheres que pagam a fiança dos parceiros ou retiram a denúncia, voltam a sofrer agressões.

Quando prevenir é a melhor saída - Na Casa da Criança Beija-

Flor, em Caraguatatuba, o lema é a prevenção. São encaminhadas para a

instituição famílias em condições de risco, visando o acompanhamento individual de cada caso, a reestruturação dos laços dentro desses lares e a geração de renda. Mensalmente, mais de 160 famílias passam pela casa. Lá, elas são entrevistadas por especialistas que detectam se existe o conflito familiar. Todos são assistidos (pai, mãe e filhos) por psicólogo, terapeuta familiar e educador social. “Quando entram no programa, diversas atividades compõem horários vagos dos menores, como aulas de música, violão, teclado, canto, percussão, dança, mangá, grafite, além da brinquedoteca e do espaço de lazer. As mães contam com artesanato, corte e costura, pintura em tecido e bordado. São atividades que, além de trazerem ocupação, também são geradoras de renda, já que muitas comercializam os produtos que aprendem a fazer no projeto”, explicou a coordenadora Laís Antunes Speranto. Segundo informou, o Conselho Tutelar encaminha as famílias em situações delicadas e com divergências extremas, além de casais separados com filhos envolvidos nas brigas. “Então, nós assistimos todos os envolvidos para evitar que esses conflitos terminem em violência”, destacou. Além da assistência local, a equipe do projeto também acompanha a vida dos seus assistidos. “Se o Conselho encaminha e os pais não aparecem, nós vamos atrás. Quando necessário, acompanhamos a vida escolar das nossas crianças e realizamos as visitas domiciliares, tudo para garantir a proteção básica dessas famílias em situações de risco”, observou Laís. Nos 10 anos de funcionamento, a casa coleciona histórias de superação. Histórias de pessoas que, hoje, conseguem viver em harmonia dentro de seus lares, utilizando-se do aprendizado vivenciado no local e, sempre que necessário, retornando em busca da segurança e da reestruturação familiar. Assim é com Eliene Gomes Pereira Figueiredo, que desenvolve as atividades de pintura, patwork e bordado. “Aqui foi onde eu encontrei o equilíbrio emocional que precisava. Seria ótimo se todos os lugares tivessem uma casa como a Beija-Flor para amparar pessoas com problemas, com dificuldades”, finalizou a dona de casa, que saiu de um processo depressivo com ajuda da entidade.


23 foto: Stock.xchng

Serviço

Delegacia de Defesa da Mulher de Caraguatatuba Endereço: Avenida Padre Anchieta, nº 375 - Centro Telefone: 3883-2585 / 3882-3242 Casa Beija-Flor 38835984 Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de São Sebastião Endereço: Rua Floriano Peixoto, nº 200 – Vila Amélia Telefone: 12 38932142 / 3893-2142 AAMS – Associação de Amparo a Mulher Sebastianense Rua Nossa Senhora da Paz, nº 38 - Centro Delegacia da Mulher de Ubatuba Rua Maranhão, nº190 – Centro Telefone: 12 38825262 Central de Atendimento à Mulher (ligação gratuita) – 180


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Foto: ultradownloads.com.br

Facebook a rede social do Olho Gordo Você, amante da maior rede social do mundo, com mais de um bilhão de cadastrados, deve ter muito cuidado. Em algum lugar, do outro lado da tela, olhos invejosos podem estar atentos à sua vida.

Essa é a conclusão de estudos realizados pelas universidades Humbold e Darmstadm, da Alemanha. Durante a pesquisa, mais de 30% dos entrevistados alegaram se sentir inferiores após acessar páginas de amigos ou conhecidos. Para eles, viagens de férias, situações de felicidade extrema e sucesso profissional, por exemplo, causam insatisfações com a própria vida, provocam sentimentos de solidão e inferioridade. Como se fosse mais bonito assistir ao filme do vizinho do que vivenciar as próprias experiências. A pesquisadora Hanna Krasnova, do Instituto de Sistemas da Informação na Universidade de Humbold, Berlim, disse à Reuters que todos ficaram surpresos ao observar que o resultado da pesquisa aponta a quantidade de pessoas que relatam experiências negativas, como raiva, inveja e frustração, após visita ao site. Levamos o assunto para a rede social e sim, os usuários que participaram da nossa enquete também acreditam que exista inveja entre membros do Facebook. Apenas quatro pessoas optaram por não acreditar na inveja virtual. Um número pequeno comparado aos mais de 60 que alegaram acreditar na inveja alheia. Nesse caso, nossa pequena enque-

te demonstra que esse tipo de inveja não acontece apenas em países da Europa, mas também em nosso quintal, pois faz parte da contextualização de vida do ser humano. Vale destacar que as maiores causas da inveja são relatos e fotos de viagens. Outro dado interessante é que o número de felicitações e as curtidas que os amigos recebem em datas comemorativas e em fotos postadas também desperta esse tipo de ressentimento. É sempre bom estar ciente de que, para cada novo clique, um burburinho de inveja pode estar acontecendo em algum lugar. As redes sociais, aliadas à tecnologia dos aparelhos celulares, trazem aos seus usuários uma facilitação, desenvolvendo o hábito pela superexposição dos acontecimentos pessoais. A pesquisa também é um alerta para outro problema, o surgimento de fobias ou depressão. Doenças que podem ocorrer quando a pessoa tem a predisposição a elas, quando não está passando por um momento muito bom na vida e tem como hábito acompanhar a vida alheia.De qualquer forma, a inveja, invídia, cobiça, avidez ou simplesmente, o famoso recalque, está aí e você tanto pode recebê-la ou derramá-la. Basta apenas observar como anda o seu cotovelo hoje.


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Cirurgia bariátrica. Quando fazer? Que a população está mais obesa, nós já sabemos. Que a sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções, falta de tempo e estresse são fatores decisivos na troca das comidinhas saudáveis por fast food, nós também já sabemos. A discussão é: quando todo o sobrepeso adquirido começa a prejudicar a saúde, o que fazer? Embora a resposta pareça óbvio nem todas as pessoas obesas conseguem emagrecer utilizando os tratamentos médicos e esportivos disponíveis, como dietas, reeducação alimentar, atividades físicas e, até mesmo o uso de medicamentos controlados. É nessa hora que muitos recorrem à cirurgia bariátrica, que nos últimos cinco anos teve um aumento de quase 90% nos casos. Outra mudança significativa é que jovens com 16 anos também podem operar pelo SUS. Mas, o caminho para chegar à mesa cirúrgica pelo Sistema Público de Saúde pode levar anos e o paciente precisa apresentar gordura corporal acima de 40 ou acima de 35 com alguns agravantes à saúde como diabetes, hipertensão e colesterol acima do normal. Confira a entrevista com o cirurgião bariátrico Eduardo Lemos de Souza Bastos. Por que a maior parte das pessoas que chegam ao sobrepeso não consegue emagrecer com auxílio de dietas e atividades físicas? Eu acho que as dietas e as atividades físicas são bons tratamentos e conseguem trazer emagrecimento às pessoas que estão apenas com sobrepeso. O problema nesses casos é a “manutenção”. Não basta emagrecer, é preciso manterse magro. E é realmente difícil encontrar alguém que mantenha esse novo estilo de vida por toda a vida. Existem casos de pessoas que engordam mais para poder realizar o procedimento? Por que elas escolhem essa opção? Sim, existem. Os pacientes engordam para atingir o IMC (Índice de Massa Corpórea) necessário para a indicação da cirurgia. Existem alguns métodos diferentes de cirurgia. Como é realizada a escolha do procedimento para cada paciente? É uma análise conjunta entre médico e paciente ou o médico sugere o melhor

procedimento de acordo com a necessidade individual de cada um? A escolha da técnica deve ser fruto de considerações entre o médico e o paciente. Cabe ao médico o detalhamento técnico dos “prós e contra” de cada técnica. Também deve o médico emitir a sua opinião de especialista, especialmente ao levar em conta o estilo de vida de cada paciente, sobretudo o seu perfil alimentar. Mas a decisão final eu entendo que deve ser conjunta, entre o médico e o paciente. Quais são os riscos de uma cirurgia bariátrica? Os riscos atuais de complicações pós -operatórias são na verdade muito baixos, desde que o paciente seja submetido à cirurgia em um centro especializado com equipe médica e multiprofissional treinadas. A mortalidade global não passa de 0,5%, muito baixa, ao se considerar o perfil desses pacientes. Muitos são obesos graves, com várias doenças associadas, tais como diabetes e hipertensão arterial. São, portanto, pacientes que já seriam mais sujeitos a complicações se submetidos a qualquer outro procedimento cirúrgico. O que muda na vida de uma pessoa operada? Em uma palavra... tudo! E não apenas a “quantidade” da capacidade alimentar. São pessoas que retomam sua autoestima, sua alegria de viver. De fato, é uma nova vida. Quais cuidados o paciente requer depois da cirurgia? Nada de muito especial ou complicado. Apenas seguir a orientações médicas para a recuperação do trauma cirúrgico e, sobretudo, seguir as orientações nutricionais quanto à consistência e quantidade da dieta, respeitando o tempo necessário para a evolução de cada fase. Qual é o tempo de recuperação desses pacientes? Hoje em dia, com a realização da cirurgia pela videolaparoscopia, a recuperação ficou bem mais rápida. Normalmente, o tempo de internação hospitalar ficou limitado a um ou dois dias e o paciente consegue retornar às suas atividades normais em torno de 15 a 20 dias. Quais são as maiores dificuldades que o paciente encontra após a cirurgia? Em curto prazo, sem dúvida alguma, é o período de evolução da dieta, que se inicia dieta líquida e vai evoluindo em con-


Fotos: arquivo pessoal

sistência e quantidade até atingir, em torno de 45 a 60 dias após a cirurgia, uma dieta “livre”, sólida. É uma fase que exige do paciente operado bastante cuidado e determinação em seguir as orientações médicas e nutricionais. Em longo prazo, a maior dificuldade é incorporar um estilo de vida que faça com que ele mantenha o peso perdido de uma forma feliz, que lhe traga realmente a felicidade. Ou seja, é fazer as escolhas alimentares certas e praticar atividades físicas com regularidade. É possível voltar a engordar mesmo com a redução do estômago? Por que isso acontece? Claro que sim. A cirurgia bariátrica não é uma vacina contra a obesidade, não confere “imunidade” contra essa doença. O principal fator de reganho de peso é o estilo de vida do paciente. São pacientes que deixam de lado o estilo de vida que colaborou com a perda de peso e se descuidam com as escolhas alimentares e voltam a ser sedentários.

Eles enfrentaram a mesa cirúrgica Walter Santana de Carvalho Júnior, 40 anos, pesava 160 quilos, ex-sedentário, 20 anos convivendo com o sobrepeso. Vislumbrando um futuro melhor, mais saudável, já que a diabetes estava batendo à sua porta, entrou na fila do Sistema Único de Saúde. Após cinco anos de espera, resolveu migrar para um plano de saúde, mesmo já participando das reuniões mensais com os profissionais do SUS durante um ano e quatro meses. Operado há dois anos, mandou embora 60 quilos, deixou as dores na coluna, o cansaço e a fadiga no passado, reconquistou a autoestima e a saúde, também. “A primeira grande coisa é poder entrar numa loja e perceber que tem roupa para você. Depois, eu nunca imaginei correr um quarteirão, muito menos uma prova de seis quilômetros. Ali foi meu primeiro passo de superação. Hoje, eu treino, faço condicionamento personal e não troco por nada minha nova vida”, disse. Walter Júnior agora luta pelo direito de realizar a cirurgia plástica torácica pelo plano de saúde, já que o excesso de pele também é considerado uma agravante à saúde. Ivonete do Socorro Pereira de Lima mora em Caraguatatuba há 15 anos. Sempre foi figura presente no grupo de apoio Vigilantes do Peso em São Paulo, mas sua mudança para o Litoral também fez com que mudasse a rotina e, com isso, os quilos extras chegaram. De 55 quilos Ivonete passou a pesar 110 quilos, mudança que causou estranheza até entre os parentes mais distantes. “Era péssimo, chegava nas festas familiares e as pessoas falavam ‘nossa como você está diferente, ou seja, gorda’”, lembrou.

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Segundo ela, a parte mais difícil foi superar a necessidade de mastigar, durante o processo das dietas líquida e pastosa e, novamente, a reação das pessoas devido à magreza excessiva. Ivonete perdeu peso drasticamente e passou por vários processos de internação devido ao deslocamento de uma pedra do rim para a bexiga após a cirurgia. Hoje, pesando novamente 55 quilos, a expressão leve e de bem com a vida esconde os seus 45 anos e comemora com um novo humor, melhor consigo mesma e com os outros. E nessa nova fase não dispensa uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes e, claro, comer de três em três horas. “A todas as pessoas que têm problema com obesidade e encontram dificuldade em emagrecer, eu recomendo que procurem orientação para realizar a cirurgia”.


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De médico a paciente

Edson Cardin Nogueira, médico ginecologista / obstetra e ultrassonografista, 52 anos, 152 quilos, está à espera para realizar o procedimento. Para ele, a cirurgia é uma alternativa quando todas as opções foram esgotadas. “A obesidade muitas vezes é genética e em detrimento de tempo, condição de vida, entre outros fatores, os recursos ficam insuficientes. Nesse caso, quando a obesidade desenvolve uma série de síndromes metabólicas como pressão alta, diabetes e o sobrepeso, inicia um processo de sobrecarga na coluna, articulação e em todo sistema ósteo-ligamentar, deve-se recorrer à intervenção cirúrgica. Mas, antes é preciso pesquisar e pensar muito, pois é uma mudança radical”, observou o médico. Segundo ele, a proposta é perder 50 quilos ao longo dos próximos 10 meses. “O objetivo é que a pele tenha tempo de voltar à sua forma, evitando, com isso, a cirurgia plástica”, ressaltou. Para ele, as pessoas têm uma visão muito distorcida do obeso. “Ser obeso não significa ser fraco, muitas vezes algumas síndromes ou a própria herança genética tornam esse processo inviável. O importante é procurar a melhor opção de volta à qualidade de vida”.

IMAGENS DAS CIRURGIAS REGULAMENTADAS NO BRASIL

1 -

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By-pass gástrico (“Cirurgia de Capella”)

Duodenal switch (“dissabsortiva”)

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Gastrectomia vertical (“sleeve”)

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Banda gástrica ajustável


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O vício

Drauzio Varella

de comer O povo diz que os gordos são mentirosos e preguiçosos; andam pouco e comem mais do que confessam. Essa visão preconceituosa está por trás do atraso da medicina no tratamento da obesidade. Quando alguém com excesso de peso procura ajuda médica, a única prescrição que leva para casa é a de reduzir o número de calorias ingeridas. Existe recomendação mais fadada ao insucesso? É o mesmo que aconselhar o alcoólatra a beber com moderação. Quem consegue controlar a compulsão para comer ou beber não engorda nem fica bêbado. A primeira descoberta relevante no campo da obesidade só aconteceu nos anos 1990, quando Coleman e Friedman relataram que certos ratos obesos eram insaciáveis, porque apresentavam um defeito genético nas cé-

lulas do tecido adiposo, que as tornava deficientes na produção de leptina – hormônio ligado à inibição do apetite. Foi a demonstração inequívoca de que havia fatores hormonais envolvidos na obesidade. Logo ficou claro, entretanto, que essa visão hormonal era incompleta: 1) são raros os casos de deficiência de leptina. 2) muitos obesos, ao contrário, produzem níveis mais altos de leptina, insulina e outros hormônios inibidores da fome, mas são pouco sensíveis a seus efeitos. A visão atual compara a neurobiologia da obesidade à da compulsão por drogas, como cocaína ou heroína. Quando a fome aperta, hormônios liberados pelo aparelho digestivo ativam os circuitos cerebrais de recompensa localizados no núcleo estriado. Essa área contém concentrações elevadas de endorfinas, mediadores ligados à sensação de prazer. À medida que o estômago se distende e os alimentos progridem no trato digestivo, há liberação de hormônios que reduzem gradativamente o gosto que a refeição traz, tornando os alimentos menos atraentes. Os hormônios que estimulam ou diminuem o apetite agem por meio do ajuste fino dos prazeres à mesa. Carboidratos e alimentos gordurosos subvertem essa ordem. São capazes de excitar sensorialmente o sistema de recompensa a ponto de deixá-lo mais resistente aos hormônios da saciedade. Esse mecanismo explica por que depois do terceiro prato de feijoada, já com o estômago prestes a explodir, encontramos espaço para a torta de chocolate. À medida que o peso corpóreo aumenta, o organismo responde aumentando os níveis sanguíneos de leptina, insulina e outros supressores do apetite. Como consequência, surge tolerância crescente às ações desses hor-

mônios. Na obesidade, os circuitos de recompensa respondem mal à presença de alimentos no estômago, exigindo quantidades cada vez maiores para disparar a saciedade. Pessoas obesas precisam comer mais para experimentar a mesma sensação de plenitude acessível com quantidades menores às mais magras. Como defende Paul Kenny, do Scripps Research Institute, da Flórida: “A obesidade não é causada por falta de força de vontade. Como nas drogas causadoras de dependência, a compulsão pela comida provoca um feedback nos centros cerebrais de recompensa: quanto mais calorias você consome, mais fome sente e maior é a dificuldade para aplacá-la”. Essa armadilha não lembra, de fato, a que aprisiona dependentes de nicotina, cocaína, álcool ou heroína? O efeito sanfona não é comparável às recaídas dos usuários dessas drogas? Faz sentido: a evolução não criaria um sistema de recompensa para cada forma de compulsão. Durante milhões de anos, a sobrevivência de nossos ancestrais esteve ameaçada pela escassez de alimentos. Como ativar a saciedade era preocupação secundária, a seleção natural privilegiou aqueles dotados de circuitos cerebrais mais eficientes em estimular a fome do que em suprimi-la. Os avanços da culinária, a fartura, a disponibilidade de alimentos industrializados ricos em gorduras e carboidratos, os sucos, refrigerantes, biscoitos e salgadinhos ao alcance das crianças, a cultura de passar horas à mesa e a vida sedentária, criaram as condições ambientais para que a epidemia de obesidade se disseminasse. Segundo o IBGE, há 52% de brasileiros com excesso de peso ou obesidade, número que nos Estados Unidos ultrapassou 70%. Em poucos anos chegaremos lá.


30 João Miguel Júnio

Madeleine Madeleine edição de Abril Em abril, vamos falar sobre o poder da fé na vida das pessoas. Cissa Guimarães conta como continuou a vida após a morte do filho. Tem também uma matéria bem legal sobre como preparar o seu corpo para o inverno. E por falar em corpo, ele vem trazendo novidades: Dr. Rey. Temos mais dicas de cabelo e make-up Mais moda, saúde, beleza e muita, muita informação, daquelas que a gente adora! Além, é claro, de mais um ótimo artigo do doutor Drauzio Varella, Direto ao Ponto. Esperamos você nessa nova leitura.

Imagine colocar uma pequena mecha de cabelos presa num modelador e, após esperar poucos segundos, o seu cabelo sair com cachos? Este novo produto, sensação entre as mulheres, também está na Madeleine. Quer saber mais? Acesse a nossa página no facebook e participe com a gente desta novidade. Madeleine testou o modelador e realmente funciona! Venha saber mais sobre essa novidade!


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