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Editorial

Expediente

Frio na praia é igual a eventos quentes As cidades litorâneas sempre viveram a crise do inverno. Ok, aqui tudo é muito lindo com o sol escaldante, o calor e o turismo movimentando o comércio. E quando o sol nasce mais fraco, o mar fica gelado e o turista vai embora? Resta apenas o marasmo do vazio nas ruas? Não mais. Pensando em movimentar as cidades nessa época de baixa temporada, algumas alternativas foram criadas para aquecer o inverno em tempos de maré para poucos. Assim, são realizados os festivais. Caraguatatuba tem o Festival do Camarão e este mês haverá a Festa da Tainha. Ilhabela segue movimentando-se com a Semana de Vela, Festival de Jazz, Degustação Sonora, Feira Literária, Festa da Tainha. São Sebastião monta as barracas, acende a fogueira e conecta os microfones para o Festival Sertanejo no Arraiá Caiçara. E não para por aí, são competições, apresentações teatrais, literárias, culturais, enfim..... E falando em aquecer, uma baiana mais que arretada esquenta as páginas de Madeleine em julho. Ivete Sangalo está aqui às vésperas da nova turnê com o DVD “20 anos Ivete Sangalo”. Mas, ela só sobe aos palcos depois da Copa, como fez questão de dizer na coletiva cedida à imprensa em São Paulo. Porém, como nem só de festa a vida segue, pensar no próximo, mesmo que seja ele bem distante, no mínimo é ter a certeza de que os princípios da sua vida vão além do ser, do ter e do poder. Até mesmo porque quando um dia anoitece normal e o outro nasce com uma notícia que abala toda a estrutura da sua família (como é o caso das histórias contadas na matéria do Gaac), é que percebemos as incertezas, instabilidades e fragilidades da vida perfeita que levamos. Seguindo um princípio moral e social antigo, iniciamos um projeto que visa a ajudar, mesmo que dentro do pequeno universo Madeleine de ser, a levar aos nossos leitores a lembrança de que temos um centro de referência chamado Gaac, em São José dos Campos. E que ele trata e proporciona a cura de milhares de crianças acometidas de câncer de toda a nossa região. É preciso lembrar também das suas necessidades financeiras e do trabalho excepcional desenvolvido pela equipe multidisciplinar da instituição. E a nossa preocupação não é apenas trazer a melhor informação. Nós nos preocupamos também em transformar nossos conteúdos em objetos de reflexão, de análise, principalmente quando o assunto pode se tornar polêmico e complexo como é o caso do estupro. Tema abordado com a eficácia da realidade e a honestidade características do doutor Drauzio Varella. Para que tudo isso (e muito mais!) chegue aos nossos leitores, buscamos sempre aperfeiçoar esta revista que, a cada mês está mais deliciosa de escrever. Uma excelente leitura! Cecília Lima

Madeleine é juma publicação de Cecom Comunicação Inscrição Municipal: 19.052-0 Diretora Comercial Cecília Lima cecilia@revistamadeleine.com.br Para anunciar contato@revistamadeleine.com.br Agende um horário e conheça o nosso projeto. (12) 97404-0947 Diagramação e Arte Richard Lippi Jornalista Responsável / Textos Cecília Lima MTB: 42758/SP Colaboradoras Thereza Felipelli Beatriz Rego Revisão Doca Ramos Mello Fotógrafo Márcio Zaffani Site Danielli Zaffani Impressão Resolução Gráfica Tiragem: 5 mil exemplares Capa Rafa Mattei Distribuição Rodovias dos Tamoios, Anchieta/Imigrantes, Campos do Jordão, Ubatuba, salões e salas de espera em São Sebastião, Caraguatatuba e Ilhabela. Participação editorial: Tayná Lima (Fina Estampa)


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Queremos a sua participação. Quer sugerir, palpitar? Mande seu @email para contato@revistamadeleine.com.br

@cartasmail

Ao escolhermos a revista Madeleine como forma de divulgação do nosso trabalho, esperávamos por um bom resultado, mas fomos surpreendidos pela superação da nossa expectativa. Combinando bom gosto com ótimos artigos, a revista Madeleine, com certeza, veio para ficar, pois já ocupa o seu espaço na mídia do Litoral Norte e Vale do Paraíba. Recebam os nossos agradecimentos. @Equipe.dbodontologia Recebi o modelador de cabelo. Estava ansiosa por ele. Nem acreditei que fui a sorteada, que receberia o prêmio e que ele corresponderia ao da imagem publicada por vocês. Produto original e com nota fiscal. Obrigada pela atenção. Vocês foram muito prestativos. Muito obrigada mesmo! @Ednatoniatti.mauá.sp Estou adorando a revista. Sempre que a encontro levo uma pra casa. @Marianacarvalho.caraguatatuba Estava em Ilhabela durante o XTerra e acabei pegando uma revista por curiosidade. Vi ela também na estrada. Excelente a iniciativa em colaborar na propagação de eventos tão importantes da região. @Maurolúcio.sãopaulo.sp


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foto: Rafa Matei

Ilhabela in Jazz Estação da beleza: Como se manter bonita o ano todo

Ivete Sangalo O que é que essa baiana tem? Vem aí a Semana Internacional de Vela de Ilhabela! Intercâmbio: Seu filho de malas prontas para o mundo Gaac Porque fazer o bem faz bem e salva vidas 2º Congresso de Odontologia do Litoral Norte Turismo Mala velha e viagem a Gramado por R$ 999 Drauzio Varella Estupradores Crônica: Hulk e Tia Maricota

Sumário


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Ilhabela in Jazz

esquenta inverno no litoral Nove estrelas nacionais e internacionais do jazz contemporâneo se apresentam no festival, que será realizado entre os dias 10 e 12 de julho, na Vila

Thereza Felipelli Depois de acompanhar os craques do futebol, é hora de aproveitar os craques da música! Isso porque o inverno promete ser quente em Ilhabela, que além de ser palco de eventos náuticos de renome este mês, contará também com uma programação cultural e gastronômica para atrair milhares de turistas a um só lugar: a Vila, no charmoso Centro Histórico da cidade. Os moradores do arquipélago também irão aproveitar, é claro, essa iniciativa da prefeitura da cidade, que terá shows de bandas nacionais e internacionais entre os dias 10 e 12 de julho. O pontapé inicial do Ilhabela In Jazz será dado pelo Grupo Pau-Brasil, no dia 10, às 20h30. A sonoridade única do grupo, com mais de 30 anos de história, originou convites para várias turnês pelos Estados Unidos, Japão e Europa, onde participou dos mais prestigiados festivais de jazz. Às 22h30 do dia 10, será a vez do inquestionável Naná Vasconcelos, que divide o palco com Lui Coimbra para um show já consagrado pela crítica. Esse trabalho está baseado no popular brasileiro, com arranjos de alta qualidade, excelentes composições próprias e inserção de algumas músicas de Elomar, Zeca Baleiro e Villa Lobos. O saxofonista James Carter, um dos músicos mais cultuados pelos fãs do jazz de raiz, fecha a noite com a apresentação prevista para dia 10, às 00h30. No dia 11, quem abre a noite é o Trio Curupira, formado por jovens músicos e compositores do Estado de São Paulo que realizam um dos trabalhos mais criativos desse gênero instrumental. Em seguida, apresenta-se a Banda Mantiqueira, outro grupo que manifesta sua brasilidade já a

partir do nome. Uma atração internacional encerra o segundo dia. Trata-se de Yusa, uma das representantes da nova geração cubana. Cantora, compositora e multi-instrumentista, Yusa faz uma interessante mistura latina de rock, jazz e ritmos brasileiros e cubanos. No dia 12 de julho, véspera da final do campeonato mundial de futebol, a abertura da noite será feita por Ulisses Rocha, professor da Faculdade de Música da Unicamp, que traz em seu currículo trabalhos conjuntos com Gal Costa, Zé Renato, Roberto Carlos, Ritchie, Diana Pequeno, Cida Moreira e Ronnie Von, entre outros. Gary Brown assume o palco, na sequência, para os apreciadores do soul, funk, blues, reggae e outros estilos de música pop negra. O encerramento ficará sob a responsabilidade da banda Funk Como Le Gusta. Essa big band é paulistana e destaca-se por misturar black music com música latina e samba-rock, sempre com toques eletrônicos. As apresentações serão sempre a partir das 20h30 Degustação Sonora esquenta 2º Festival Internacional de Jazz em Ilhabela Degustação Sonora. Este é o nome do evento promovido nos dias 4 e 5 de julho na Vila, em Ilhabela, uma semana antes da abertura oficial do Ilhabela In Jazz - 2º Festival Internacional de Jazz de Ilhabela. O evento será promovido pelos mesmos produtores do festival internacional e contará com shows gratuitos de bandas da cidade. Na sexta-feira, 4, o público receberá Helena Serena, Farofa Caiçara e Blues Etílicos. Já no sábado, 5, sobem ao palco Felipe Blues, Norma Nascimento, Tom Cats e Clube do Balanço

Flai e Festa da Tainha Ainda durante o mês de julho, os visitantes e moradores também poderão contar com outra atração especial: a segunda edição da Flai - Feira Literária de Aventura de Ilhabela -, promovida pela prefeitura, por meio da Secretaria da Cultura. Para finalizar o mês, a cidade apresenta, nos dias 26 e 27 de julho, o 4º Festival da Tainha de Ilhabela, na Praia de Santa Tereza. O evento une gastronomia e cultura em um ambiente típico, com os pratos à base de tainha preparados pela própria comunidade dos pescadores.


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Estação da beleza:

Como se manter bonita o ano todo Beatriz Rego O sol e o calor excessivo prejudicam muito a pele, depois de um verão intenso como foi o deste ano no litoral norte, é preciso fazer uma pausa e encontrar maneiras de cuidar da pele e do corpo para resgatar a beleza e a suavidade. O início do inverno é uma época propícia para realizar diversos tratamentos de pele, visando a retirada das manchas e suavização de rugas. E quem garante isso é a cirurgiã plástica Vera Capovilla, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Ela explica que uma iniciativa muito importante de tratamento para o pós-verão é a hidratação da pele, que sofre desgaste devido aos excessos cometidos como exposição demasiada ao sol, mar, piscina, além de bebidas e comidas. Segundo a médica, antes de qualquer procedimento, é imprescindível que a pele receba uma boa limpeza para a retirada das células mortas. “O corpo pode receber um tratamento com gomagem, um peeling natural e superficial mas com efeito de hidratação profunda.

A drenagem linfática é um procedimento para todas as horas e seus benefícios são a redução da retenção de líquido, ativação da circulação sanguínea, combate à celulite e até o relaxamento corporal”, ressalta. Vera diz ainda que o rosto também deve receber uma boa limpeza. “Existem vários peelings no mercado, e é aí que se deve tomar cuidado porque são diferentes ácidos para ser utilizados de acordo com cada tipo de pele”, esclarece a médica. “O de cristal promove uma microdermoabrasão e retira as camadas superficiais e médias da pele, aliviando as manchas superficiais e estimulando a produção de colágeno”. Outra indicação da especialista é o uso da toxina butolínica, que também suaviza as rugas de expressão, já que promove o relaxamento seletivo de grupos musculares faciais, resultando em uma aparência mais rejuvenescida e descansada, sem mudanças na fisionomia, de uma maneira sutil. “Esses são alguns procedimentos para uma pele mais bonita no inverno e deixando-a preparada para o verão”, completa.

A fisioterapeuta dermato-funcional, Natália Fontes Oliveira, proprietária da clínica estética Tanara Beauty, em São Sebastião, também fala sobre métodos para se obter a pele perfeita, e os melhores tratamentos indicados para devolver sua elasticidade, brilho e maciez. De acordo com Natália, o inverno colabora para atenuar as manchas causadas pelo excesso de sol. E as manchas mais comuns são as melanoses, alterações acastanhadas nas áreas mais expostas como braços, colo, costas e principalmente o rosto. Outras manchas muito comuns devido à grande exposição ao sol são os melasmas, manchas amarronzadas no rosto, frequentes principalmente em mulheres que fazem uso de anticoncepcional, ou estão na gestação. Entre as diversas ações como limpeza de pele, hidratação, e peelings, Natália aponta o filtro solar como grande aliado de mulheres e homens que desejam retardar o envelhecimento, evitando assim, rugas e manchas. “Ele é a arma mais poderosa contra os problemas de pele, é antirrugas, previne o câncer de pele e retarda o envelhecimento”, declara. “Vale ressaltar que é preciso paciência para recuperar uma pele que esteve anos exposta ao sol sem os cuidados necessários”. Natália diz ainda que o filtro solar indicado deve possuir fator igual ou maior que 30, porém, é indispensável que sejam feitas reaplicações durante o dia, de três em três horas aproximadamente. O sonho da cirurgia plástica Agora, se o que você deseja é fazer aquele retoque com cirurgia plástica, o cirurgião Rogério Ghedin Servidei, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que não é necessário esperar uma época correta para esses procedimentos. Servidei garante que as intervenções podem ser realizadas em qualquer período do ano, não necessariamente apenas no inverno, como muitas pessoas acreditam. O especialista salienta que, em função da cultura popular, as pessoas acabam fazendo as operações no inverno com mais frequência, mas para ele, o verão é a estação mais indicada para a realização dessas intervenções. “No calor, o corpo humano está mais confortável, já com as temperaturas baixas ele se torna mais sensível, aumentando assim a dor”, esclarece. A procura maior em seu consultório é pela cirurgia mamária. Já os valores para as intervenções cirúrgicas variam. “Em média, as próteses mamárias custam em torno de R$ 8.500, a de abdome, R$ 13.000, com recuperação em 30 dias, e a lipoaspiração, R$ 7.500”, Observa cirurgião.


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foto: Stock.Xchng

Tome Nota O primeiro cuidado antes de fechar um procedimento cirúrgico é verificar no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.cirurgiaplastica.org.br), se o cirurgião é credenciado e se está apto a exercer a função. Após a cirurgia plástica, é hora de cuidar do pós-operatório e tudo deve ser seguido à risca para evitar cicatrizes, inflamações, inchaços: - Repouso; - Seguir as instruções do médico para movimentos na área operada; - Verificar com seu médico a possibilidade de tomar medicamentos, caso sinta dor; - Realizar a troca de curativos nos dias agendados; - Alimentação leve; - Cuidados ao procedimento de banho; - Tratamento de drenagem linfática na área para evitar hematomas; - Usar cintas, sempre que for possível e indicado.


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por Ester Jacopetti

IVETE SANGALO:

o que é que essa baiana tem...? A DIVA QUE ATRAI OLHARES POR ONDE PASSA, DEIXA SUA MARCA NA HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA E CONQUISTA UMA LEGIÃO DE FÃS COM SEU RITMO, SEU CARISMA E SIMPATIA...

Não é à toa que Ivete Sangalo é uma das cantoras mais amadas do Brasil. Linda, talentosa e inteligente, a baiana de Juazeiro é capaz de conquistar qualquer um, apenas sendo quem é, cantando, dançando, contando piadas e fazendo chacota de si própria. “Quando falaram que eu estava grávida, bicho, eu tive de assumir que estava com uma pouchete”, diz ela. “Agora, o jeito é gastar todo o dinheiro da pouchete”, afirmou em meio às risadas sobre a polêmica de que talvez estivesse grávida do segundo filho, já que exibia uma barriguinha saliente. Apaixonada pelo trabalho, Ivete iniciou carreira solo em 1999. Sempre muito presente e adorada pelos fãs, que ao todo somam mais de oito milhões de seguidores em sua página no Facebook, no Twitter e no Instagram, a cantora faz questão de retribuir o carinho com mensagens afetuosas. “Gosto de conversar em tempo real com meus fãs, reconhecê-los e agradecer os presentes e cartas, mandar beijos e conversar sobre coisas que são importantes para nós”, comenta. Beleza e simpatia são os combustíveis que movem e transformam Ivete nessa pessoa que sabe aproveitar cada momento. “Sou uma mulher incrível, gosto das coisas que faço, da mulher que me tornei, da mãe que sou, mesmo sabendo que ainda existem alguns detalhes a melhorar”, ressalta. “Tem também uma vigília sobre a nossa vida, o bicho pega não é nem com a imagem, mas com a depressão, entre achar bom e ruim, estou preferindo achar bom”. Abaixo, os melhores momentos de uma entrevista com a cantora.


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foto: Rafa Matei


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fotos: Rafa Matei

Que sentimentos permeiam a sua cabeça, agora que você está completando 20 anos de carreira? Existiram muitas dificuldades? Minha compreensão desses 20 anos tem a ver com o meu aprendizado. Quando assisto ao novo DVD, sinto uma energia semelhante em toda a minha carreira. Desde quando comecei na Banda Eva, existia vontade, alegria e tesão de fazer aquilo. Hoje, conto com a experiência da estrada, da vida, de ouvir mais coisas, de abrir o leque de possibilidades. Ter visto muitos acontecimentos viajando com as minhas turnês dentro e fora do Brasil, as dificuldades, se por ventura existiram, foram mais uma soma de aprendizado do que de tristeza. São dificuldades que a gente consegue transcender. Especialmente eu, que trabalho com música. Tenho um trabalho diário a meu favor, que é a própria música. Essa voz maravilhosa que encanta o Brasil vem de família? A minha família sempre foi muito musical. Eu tenho algumas gravações, muito poucas, da minha mãe cantando. Ela tinha uma voz diferente da minha e da minha irmã. Era mais aguda. Ela cantava enquanto fazia a comida, lindamente, dentro de casa. Fazia parte da nossa família cantarmos todos juntos. A relação musical eu devo muito aos meus pais. Minha avó também tocava instrumento de corda. A minha mãe tinha uma afinação, interpretação maravilhosa. Ela cantava lindamente em espanhol. Como foi para você, voltar e comemorar esses anos de carreira na sua casa (Salvador)? A intenção sempre foi essa, voltar para minha casa e pode dizer: “Mãe, eu consegui”. Nós fazemos isso quando saímos de casa. Os nossos pais nos formam e nós saímos para o mundo, mas depois voltamos orgulhosos em poder dizer que conseguimos. Eu moro em Salvador. Tenho vários desejos relacionados a cidade, mas nenhum relacionado à energia de eu ser baiana, de eu ter nascido ali e ter uma relação sobre o que a Bahia oferece culturalmente, emocionalmente. Tenho verdadeira paixão pela Bahia. Bahia de todos os Santos, que fica perto do mar, com uma onda privilegiada. Ter gravado lá foi bom porque é um projeto que vai para o mundo todo. É também uma forma de me exibir, porque estou em casa com as minhas pessoas.

Neste DVD você trouxe especialmente o grupo britânico de dança percussiva Stomp. Como surgiu a ideia de contratá-los e como foi a criação da coreografia? Eu fui a Nova York nessas viagens de milhas... (rs). Vai me dizer que você nunca fez viagem de milha? Ou então, quando alguma revista me dá de presente... (rs). Ou é o contratante ou é a milha... (rs). Eu estava fazendo algum trabalho e comentei com uma amiga que estava doida para conhecer os Stomp. Fiquei maravilhada! Por coincidência, tinha um amigo nosso no estúdio, um percussionista que nos apresentou ao grupo. O ritmo é o pilar deles. Eu queria fazer parte dos Stomp. Eles tocam comigo a música “No Meio do Povão”. Tem uma levada que a gente se balança até sem querer. Eu comentei com eles que gostaria que fizessem um pré-arranjo com a minha participação e fomos criando. Mandei o arranjo que eu tinha para a música, falei do tempo que duraria a apresentação. É arrebatador. Eu entro com um macacão que é uma coisa mais urbana, justamente para entrar na energia deles. Tem toda uma história, mas nunca imaginei que o resultado fosse positivo. Com o amor tudo fica melhor. As pessoas brinca-

ram comigo porque fiquei parecendo a Pereirão... (rs). Essa era a intenção, mas não de fetiche. Eu queria seguir a minha intuição urbana, algo que fosse voltado apenas para os caras, e que eu fosse apenas uma peça do jogo. A minha bunda ficou gigante... (rs). fotos: Rafa Matei


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foto: Gui Paganini

anos eu imaginava a possibilidade de fazer esse DVD. Como é para você ser considerada pelos brasileiros uma diva que todos amam? Isso é maquiagem né?! (rs) Eu me acho muito! Sou uma mulher incrível. Gosto das coisas que faço, da mulher que me tornei. Gosto da mãe que sou, mesmo sabendo que ainda existem alguns detalhes que precisam melhorar. Tem também uma vigília sobre a nossa vida. O bicho pega não é nem com a imagem, mas com a depressão. Entre achar bom e ruim, estou preferindo achar bom. Gosto de conversar em tempo real com meus fãs, reconhecê-los, agradecer os presentes e cartas, mandar beijos e conversar sobre coisas que são importantes para nós. Meus fãs merecem, e eu também, esse contato tão especial e em tempo mais que real.

Você falou em fetiche, se fosse para ter um pôster de alguém nu na sua parede, quem você escolheria? Ia ter pôster de mulher pelada, porque honestamente homem não fica muito bem nu. Eu colocaria Sheila Carvalho, Carla Peres, Sabrina Sato... Minha foto não dá para colocar porque eu nunca fotografei nua, mas quando estou sozinha, eu me acho. Há 20 anos você imaginaria estar aonde chegou hoje? Nunca pensei em nada relacionado à minha carreira. Quando comecei a cantar, as pessoas perguntavam se eu pensava em ser uma cantora de sucesso. Nunca passou pela minha cabeça. Gosto da minha carreira e estou feliz com o meu trabalho. Consegui estabelecer uma relação muito natural e simples com a minha vida, mesmo sendo uma artista de reconhecimento. Reitero todos os dias a minha comunhão com Deus porque eu tenho a oportunidade de fazer o que mais gosto, por conseguir lidar com as minhas inseguranças, com os meus problemas e chateações de uma forma mais leve, mas tudo por conta do trabalho que faço com a música. Nem mesmo há cinco

Passaram-se 20 anos e muita coisa foi feita. O que você está pensando para a sua carreira para os próximos anos? Não passaram, né meu amor, como você pode perceber... (rs). Não estou pensando! Tenho vários projetos na vida. Fazer um show orquestrado, um disco só de samba, outro de carnaval, ou com músicas dos anos 80, reggae... Às vezes, estou no carro ouvindo uma música, anoto no meu celular... Às vezes, é um ritmo que marcou uma época, anos 60 ou 70, logo penso em misturar com o que faço atualmente. Música, por mais que eu planeje, ela mostra como funciona, só é preciso estar movido e sintonizado. Foi assim com o DVD. Tivemos cuidado de logística, de reserva de palco, de material de LED, isso foi feito com muita antecedência. Chamo isso de profissionalismo. Toda vez que imagino um show, fico pensando se vou conseguir cantar. Em algumas situações dou uma pausa, e retomo porque é uma emoção que me deixa... (suspira). Procuro cuidar de tudo para que fique muito bem planejado, para que eu possa me emocionar com o que vai acontecer. Você é uma cantora que já permeou por alguns estilos, mas sempre volta a sua raiz, a música baiana. Pensa em fazer algo diferente em breve? Isso não foi pensado, mas acabei entrando nesse curso. Acho que foi predileção mesmo. Se tem algo que me deixa louca é ver gente de mão para cima. Amo pessoas dançando, entretidas com o que está acontecendo. Isso me enche de prazer. Por isso acho que naturalmente entrei nesse clima, apesar de ter um ouvido muito diverso. Muitas vezes, faço algo fora do padrão, corriqueiramente. É um balanço, um suingue... Às vezes, as pessoas falam que eu poderia gravar isso ou aquilo...

Eu entendo e adoraria, mas quando estou no show é mais forte do que eu, por isso é melhor ter um som assim, porque senão vai chegar na hora, não vai ter e eu vou querer. Se você ouve um disco meu ao vivo e outro de estúdio, vai perceber a diferença. É uma melhora substancial de performance. Eu não tenho obediência. Nós não vemos na mídia criticas a respeito da forma física de cantores masculinos, o que acontece com as mulheres normalmente. O que você não teria de ter passado se fosse homem? Eu tenho uma fofoca que não posso falar aqui, porque se vazar... (rs). Nunca sofri muito. Quando falaram que eu estava com uma barriguinha, é porque eu realmente estava... (rs). Não posso dar o testemunho de outros artistas, mas quando falaram que eu estava grávida, bicho, eu tive de assumir que estava com uma pouchete... Agora, o jeito é gastar todo o dinheiro da pouchete... (rs). Mas, não sei, acho que não existe essa distinção. A mulher tem muito mais curiosidade em saber o que a outra está usando, onde fez a unha, do que um ataque negativo. Nada que fosse irreal. Mas, eu nunca vi um artista fedendo. O que seria punk... (rs). Neste DVD, generosamente você convidou muitos artistas, inclusive alguns que estão começando. Quando você deixou a Banda Eva, sentiu muitas dificuldades ao trilhar o próprio caminho? A minha generosidade não está necessariamente atrelada a esses momentos, porque na verdade são eles que estão sendo generosos comigo. Fico lisonjeada de você colocar dessa forma, mas a generosidade é dos artistas de virem cantar comigo. Quando eu saí da Banda Eva, sabia que seria um desafio. Havia curiosidade, força de trabalho e uma vontade de dar certo. Mas, tive o apoio de muitas pessoas. Daniela Mercury foi uma delas, que disponibilizou o escritório para que pudesse saber como funcionaria a carreira de um artista solo. Tratei as dificuldades como aliadas! E às vezes, a dificuldade chega num momento em que não está tão em evidência. O que ajuda a construir muita coisa. Mas, foi um momento de expectativa porque eu estava jogando num time que estava ganhando. A banda vendia muitos discos e fazíamos muitos shows sempre muito lotados. Havia esse papo porque era muito peso ao número. O que me deixou mais aliviada, porque eu sabia que estava indo no caminho certo, porque o meu ideal não é uma canção e sim, a qualidade. Tive a ajuda da minha família, dos profissionais da área, das pessoas que participaram da minha carreira e que me ajudaram de alguma forma.


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Vem aí a Semana Internacional de Vela de Ilhabela!

fotos: Ronald Kraag

Em sua 41ª edição, maior competição oceânica da América Latina está programada para o período entre os dias 19 e 26 de julho Thereza Felipelli Semana Internacional de Vela ou Ilhabela Sailing Week? Tanto faz como você prefere chamar esta que é a maior competição de oceano da América Latina. Você já ouviu falar ou já prestigiou este evento realizado há quatro décadas na Capital da Vela? Então, preparese! A 41ª edição do principal evento do calendário ilhabelense vai se realizar no arquipélago entre os dias 19 e 26 de julho, assim que a bola da Copa do Mundo parar de rolar. Centenas de embarcações de vários iates clubes do Brasil e de outros países sul-americanos já garantiram suas inscrições antecipadamente, o que vem surpreendendo os organizadores (do Yacht Club Ilhabela) que sediam o evento, e que já iniciaram a preparação do píer flutuante para receber as embarcações que partem de várias cidades como, Ubatuba, Santos, Rio de Janeiro, Niterói, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador e até de outros países, como Uruguai, Argentina e Chile. Até mesmo uma tripulação sul-africana já confirmou presença. Até o dia 25 de junho, já havia 117 inscritos. “As inscrições estão acima da média. Em edições anteriores, não havia tantas confirmações nesse período que antecede o campeonato. É interessante ver que muitos barcos são novos, participam pela primeira vez”, observa o presidente da comissão de regatas

Carlos Sodré, o Cuca. Entre as novidades citadas por ele, estão o Mini Transat Jacaré, o Clássico Itaciba II, o argentino Intento; além de Rosinha, Escapada, Arretado, Drakon, Terroso e Allure. Segundo Cuca, um dos principais objetivos é preservar o nível técnico que a organização vem aprimorando ao longo de 40 anos. “Com tantos barcos na água, manteremos a distribuição das classes em duas raias. Uma área restrita para Star e HPE, e outra, onde competirão os barcos de maior calado”. Participantes Participam da competição as seguintes classes: S40, ORC, IRC, C30, HPE-25, RGS, Cruiser, Clássicos e Star, e as regatas de ORC e Star serão válidas pelo Campeonato Sul-Americano. Entre os veleiros, a maioria dos campeões de 2013 garantiu presença para lutar pela defesa do título, como Crioula (S40), CA Technologies (C30), Ginga (HPE), Mandinga, Quiricomba, Jambock e Rainha (RGS), Absoluto, Rocket Power e Angela Star VI (ORC) e Ruda (IRC). Além do Quiricomba, o Grêmio de Vela da Escola Naval terá outros cinco barcos representando a Marinha do Brasil: Dourado, Brekelé, Bijupirá, Albatroz e Atik, na classe HPE. A primeira largada será no domingo (20/7), para a Regata Alcatrazes por Boreste, tradicional prova de abertura em homenagem à Marinha do Brasil.


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Briga boa A maioria dos campeões de 2013 promete brigar pela defesa do título. A veloz classe S40, por exemplo, deverá contar com a presença do bicampeão olímpico Torben Grael, que participará com o Magia V Energisa, e também do maior vencedor da competição, Eduardo Souza Ramos, que tem nove títulos e irá comandar o Pajero Mitsubishi. Ramos e tripulação acabam de conquistar o vice-campeonato mundial de TP 52 na ilha mediterrânea de Sardenha. O retorno do campeão, ausente em 2013, é uma das principais atrações deste ano. Sua coleção de títulos deve-se não apenas ao seu talento e à experiência da tripulação, como ao investimento na tecnologia que impulsiona suas velozes embarcações, motivos que levam Ramos a ser considerado um dos grandes incentivadores da vela brasileira. A tripulação sul-africana do WindPower é mais uma atração da S40. O veleiro Mussulo III, de bandeira angolana e que disputou a Cape2 Rio deste ano, é o destaque internacional da classe IRC. A competição será composta por 10 regatas e as inscrições antecipadas foram encerradas dia 27 de junho. Mar e música Durante o Ilhabela Sailing Week, um espaço à beira-mar será criado na Praça das Bandeiras, na Vila, Centro Histórico da cidade, especialmente para receber velejadores, visitantes e moradores da cidade. É o Race Village, palco de uma série de atrações de lazer e entretenimento oferecidos gratuitamente. As opções prometem agradar a público de todas as idades, tornando-se o ponto de encontro durante o evento esportivo. No palco, além das cerimônias de abertura e premiação das regatas, serão realizados os shows musicais de Arnaldo Antunes (19/7), da banda Ira! (20/7), Brothers of Brazil (21/7), Zeca Baleiro (22/7), Chambinho do Arcodeon (23/7), Bamboa Samba Club (24/7) e a Mostra de Dança da Fundaci (25 e 26/7).

Em julho, Ilhabela também será palco da 41ª Semana Internacional de Vela de Monotipos Mais de 200 barcos participam da competição Alguns dias antes da Semana Internacional de Vela, a Prefeitura de Ilhabela promove outra semana que também atrai muitos velejadores. A “41ª Semana Internacional de Vela de Monotipos e Bicos de Proa de Ilhabela”, entre os dias 4 a 6 de julho no Centro de Regatas da Praia do Pequeá, promete reunir mais de 180 barcos, entre eles os melhores velejadores das classes de monotipos da América Latina. Podem participar as classes: Star, Laser Standart, Laser Radial Feminino, Laser 4.7, Laser Radial Masculino, Lightning, Snipe, Hobie Cat 16, Optimist, Holder, 420, Byte, Day Sailer, Fórmula Windsurf, Fórmula One Design, Kitesurf, Tornado, Nacra 20, Dingue, Hobie Cat 14, Escaler, Open Bic, A-Class, Finn e Windsurf Slalon. Regatas de Bico de Proa serão realizadas no dia 5. Paulista de Snipe Ainda em julho, entre os dias 12 e 13, Ilhabela organiza a primeira etapa do Campeonato Paulista de Snipe, evento que reúne os melhores velejadores do Estado de São Paulo. Na competição, os atletas já se preparam para os Jogos Panamericanos de 2015.

Quer se inscrever?

Para se inscrever, os velejadores interessados devem entrar em contato com a Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação, pelo telefone (12) 3896-5330 ou solicitar o aviso de Regata pelo e-mail imprensa.selar@gmail.com

Programação no mar durante a 41ª Semana Internacional de Vela 19/7 - sábado 9h - Abertura da secretaria confirmação das inscrições no YCI, entre 9h e 23h. 15h - Cerimônia de Abertura da 41ª Ilhabela Sailing Week 20h - Cocktail de abertura para todos os participantes no Yacht Club de Ilhabela

20/7 - domingo 10h - Regata Alcatrazes por Boreste - Marinha do Brasil Classes e Divisões: ORC (A e B), IRC, S40, C30, BRA-RGS (A e B) 10h10 - Regata Renato Frankenthal Classes e Divisões: HPE25 e Star regata treino (não soma pontos ara a ISW e Sul-Americano) 10h20 - Regata Ilha de Toque-Toque por Boreste Classes e Divisões: ORC C, RGS C e Cruiser (ou barcos <= 30 pés) e Clássicos 21/7 - segunda-feira 18h - Premiação Fita Azul Entrega de prêmios no Yacht Club de Ilhabela para os primeiros colocados em cada categoria nas regatas de percurso do dia 20/07. 22/7 - terça-feira 12h - Regatas Barla-Sota ou Percurso (todas as classes exceto Clássicos) 18h - Evento no Yacht Club de Ilhabela* 23/7 - quarta-feira 11h - Regata de Percurso ou Barla-Sota (todas as classes - exceto Clássicos) 18h - Evento no Yacht Club de Ilhabela* 24/7 - quinta-feira 12h - Regatas Barla-Sota ou Percurso (todas as classes) 18h - Evento no Yacht Club de Ilhabela* 25/7 - sexta-feira 12h - Regatas Barla-Sota ou Percurso (todas as classes) 18h - Evento no Yacht Club de Ilhabela* 26/7 - sábado 12h - Regatas finais (todas as classes) 20h - Premiação - Entrega de prêmios aos vencedores de todas as classes participantes da 41ª Ilhabela Sailing Week, XVII Campeonato Sul-Americano da classe ORC e XLV Campeonato Sul-americano da classe Star. 21h30 - Encerramento (festa para todos os participantes) * Pode haver mudança de horário em virtude do término das regatas.


fotos: arquivo pessoal

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Marilia em Paris

Aline em Chicago

Intercâmbio:

Seu filho de malas prontas para o mundo Beatriz Rego

Muitos jovens sonham com a oportunidade de poder sair do país e aprender um novo idioma, conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes. Uma das formas mais usadas com essa finalidade por jovens de todas as idades é o intercâmbio cultural. Existem os intercâmbios nos quais é possível morar na casa de uma família e estudar, em outros casos é possível trabalhar e estudar, ou ainda apenas estudar e morar com amigos em uma república destinada a estudantes estrangeiros. Estudar no exterior tornou-se uma forma bastante rápida de poder aprimorar o currículo, obter proficiência em um idioma estrangeiro, além de ser uma maneira incrível de ampliar a bagagem cultural. Segundo pesquisas, os destinos mais escolhidos são países em que sua língua nativa é o inglês. Lideram o ranking Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Irlanda. Mas, há também quem busque destinos e idiomas diferentes, o importante é saber que existem opções para todos os lugares do mundo. A jovem Marília Gomes Alves, 18, de Caraguatatuba, conta que desde os 13 sonhava com a viagem de intercâmbio. “Sempre fui encantada pela ideia de morar, estudar em outro país”. Em 2012 ela conseguiu realizar seu desejo. A estudante foi para Paris, na França. Na ocasião, participou de um programa de estudos da língua e vivência da cultura francesa durante três semanas. Chegando lá, a estudante ficou hospedada na escola em que estudaria. “Tive real contato com a cultura francesa, desde jogos, danças, comidas típicas e hábitos. Não gostei da forma com que as atividades eram impostas a nós, não tínhamos muita liberdade de escolha e era um sistema muito rígido, foi realmente um choque cultural,

principalmente no quesito pontualidade, uma das maiores dificuldades dos brasileiros”, salienta. Marília disse ainda que faria a experiência novamente e que adquiriu muitos conhecimentos durante esta viagem. A jovem também afirma que todos que têm vontade de fazer intercâmbio devem correr atrás de seu objetivo. “Invistam muito no idioma, leiam livros, assistam filmes sem legendas, pesquisem bem o lugar para onde estão indo, de preferência conversem com pessoas que já foram para o lugar e optem por casa de família, a melhor maneira de conhecer a cultura e adquirir fluência no idioma”. A estudante Aline Teodoro, 25 anos, de São Sebastião, há um ano também optou por fazer um intercâmbio cultural e mudou-se para Chicago, nos Estados Unidos. O tipo de intercâmbio escolhido após muitas pesquisas foi o chamado


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“au pair”, em que jovens entre 18 e 26 anos têm a oportunidade de morar em casas de famílias americanas. Além da possibilidade de ingressar em uma faculdade americana para cursar a língua inglesa, o jovem também têm a chance de trabalhar para a família que o hospeda, como babysitter. “Conversei com meus pais, expliquei como funcionava o programa, e eles apoiaram minha decisão”, esclarece ela. “Foi difícil, mas esta escolha traria benefícios para a minha vida profissional”. Outro ponto destacado pela jovem foi a difícil adaptação com a culinária norte-americana. “Nossos hábitos alimentares são bastante distintos. Nós, brasileiros, estamos acostumados com a comida caseira, e aqui é muito fast food, comidas altamente industrializadas, sinto muita falta do nosso arroz com feijão, do peixe fresco, e tantas outras coisas”, ressalta. O clima dos Estados Unidos, em comparação ao do Brasil, também foi um desafio para a intercambista. “Aqui é muito frio, diferente do litoral, onde tinha acesso à praia o dia todo. Mas, felizmente estou me adaptando cada vez mais”. Ela explica que a chance de realizar este intercâmbio cultural proporcionou um enriquecimento imensurável. “Todos que tiverem a oportunidade devem fazer, recomendo para todos, o amadurecimento é fantástico, e a experiência de vida adquirida, indescritível”, conclui. A saudade de quem fica Para os pais de Aline, deixá-la ir foi uma decisão bastante dura. Hamilton dos Santos Campanher e Eliana Teodoro Campanher disseram que apoiar a filha nesta jornada foi uma das coisas mais difíceis que já fizeram na vida. Para o pai, os filhos sempre serão crianças para os pais, e deixá-los ir, desbravar o mundo, encarar o desconhecido, é muito complicado. “Eu e a mãe dela ficamos muito apreensivos, com medo, pois nossa primeira reação é a de proteger”, comenta. “Porém, tivemos a certeza de que esta seria uma oportunidade única de crescimento na vida dela”. Apesar da saudade que aperta o peito diariamente, todos estão muito orgulhosos pelas conquistas que a in-

tercambista vem conseguindo. “Nada supera a presença física, o abraço, o beijo, mas nos falamos pela internet e isso ajuda um pouco. O que nos conforta é saber que nossa filha saiu daqui uma menina e se transformou em uma grande mulher, e isso é uma linda recompensa”, diz o pai. A mãe de Marília, a advogada Adriana Lúcia Gomes Alves, também ficou receosa com a viagem da filha, principalmente pelo fato de ser tão jovem. “Fiquei preocupada pelo fato de ela ser muito nova, mas ao mesmo tempo muito orgulhosa e dei muito apoio”, revela. “Sempre achei muito importante esse tipo de experiência”. Ela afirma que a saudade sempre foi muito grande durante o período em que sua filha esteve fora do país. Entretanto, as duas falavam-se todos os dias, o que amenizava um pouco a preocupação. “Alguns dias foram mais difíceis que outros. Em alguns momentos, me senti muito preocupada, pois ela se sentiu mal algumas vezes, por estar longe, mas no geral foi uma experiência tranquila, pois tinha a certeza que ela estava segura e em um lugar confiável”, finalizou a advogada. Dicas de quem entende A dona da agência de turismo Flytour, em São Sebastião, Henriana Pessuto Lacerda, revelou que é muito importante para a pessoa que deseja fazer o intercâmbio encontrar uma agência séria e confiável, para não transformar o sonho em pesadelo. “Busque sempre agências credenciadas, com experiência, e que façam visitas regulares nas escolas, conhecidas como visitas de inspeção. Um bom medidor é perguntar se a agência adquire os pacotes de estudo com uma operadora BELTA (Brazilian Education & Language Travel Association), associação que funciona como um selo de qualidade e regulamentação do segmento de cursos no exterior”, salienta. Outra dica de Henriana é que ao escolher o país para onde deseja viajar, deve-se ponderar algumas variáveis como clima e objetivo da viagem. “É importante avaliar a região, se é muito frio, ou muito calor. Outro ponto importante é traçar o objetivo da viagem, se é voltada apenas para estudo, o intercambista deve escolher regiões menos

visitada por brasileiros”. Vale lembrar que caso exista o desejo de conciliar o estudo com o turismo, as grandes cidades são bastante indicadas. Porém, em grandes centros existe também uma grande quantidade de brasileiros, e a probabilidade de estar em contato diário com eles e com a língua portuguesa é grande, dificultando assim o aprendizado do idioma pretendido. Para finalizar, Henriana ressalta que os preços da viagem variam de acordo com o pacote de intercâmbio escolhido. “Por exemplo, no Canadá, com R$ 5 mil pode-se fazer um curso intensivo de inglês, de quatro semanas, incluindo acomodação em casa de família, com refeição completa, café, almoço e jantar, além de todas as taxas de matrícula, acomodação e traslado de chegada, onde o estudante será recebido no aeroporto por um membro da escola”. Programas mais procurados • Cursos regulares de idiomas, meio período e período integral; • Programas de ensino médio, high school no exterior; • Programa de férias, julho e janeiro, muito voltado para adolescentes; • Idiomas com atividades: inglês + cinema; inglês + dança; italiano + design; espanhol + golfe; frances + culinária; • Programa voluntário: concilia curso de idioma com trabalho voluntário, em parques de preservação, em escolas e lares de crianças carentes; • Idioma com experiência de trabalho- conciliando curso + trabalho remunerado ou não, variando de acordo com a área. • Idioma para profissionais em áreas especificas como finanças, negócios, direito, engenharia, jornalismo, turismo; • Programa para melhor idade; • Pós-graduação e MBA; • Grupos exclusivos com acompanhamento de guia brasileiro realizados normalmente nas férias escolares - janeiro e julho;


fotos: arquivo pessoal

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Gaac

Porque fazer o bem faz bem e salva vidas

Cecília Lima Uma filha é diagnosticada com apêndice e os pais descobrem, no seu retorno da sala cirúrgica, que aos 10 anos a menina havia acabado de perder ovário e trompa devido a um tumor maligno com peso de 440 gramas - assim, Lucimar Costa Carvalho recebeu a notícia de que a filha, Catarina Carvalho do Prado, hoje com 12 anos, era portadora de um tipo raro de câncer de ovário. Esse foi só o início da luta para uma mãe que começou a correr atrás de informações e na busca da saúde da filha, até chegar ao Gaac – Grupo de Apoio a Crianças com Câncer -, hospital localizado em São José dos Campos e referência no tratamento para a região. “Só quem precisa sabe a estrutura que o Gaac mantém”, diz Lucimar. “Fora isso, não dá para ter ideia de que eles oferecem tudo de graça, eles não cuidam só das crianças, toda a família é assistida”. Segundo ela, além de todo o tratamento realizado no hospital, a preocupação com a saúde emocional dos pacientes no seu dia a dia é gerenciada com tanta seriedade, que a instituição enviou duas profissionais à escola da filha dela, quando descobriu que a garota estava sofrendo bulling por parte dos colegas de classe, devido à doença. Atualmente, mais de 500 crianças e jovens passam por tratamento na instituição e anualmente cerca de 300 novos pacientes chegam à unidade com suspeita oncológica para diagnóstico e tratamentos. Para manter toda essa estrutura, o Gaac realiza diversas ações sociais e campanhas, como a “Parceiros do Gaac”, que visa conquistar colaboradores que contribuam mensalmente na manutenção e ampliação dos serviços prestados. Com a adesão à campanha, o parcei-

Lucimar e Catarina que está em acompanhamento clínico

Ana Luiza. O próximo passo será o transplante de medula


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ro realiza doações mensais fixas pelo período de um ano. “Hoje, eu falo que quem puder doar R$ 10, R$ 20, quem puder doar notas fiscais, que doem, porque o trabalho de todos lá é sem distinção de condição social, é pela vida daquelas crianças e jovens como a minha filha”, frisa Lucimar. Atualmente, Catarina está na fase de acompanhamento. A cada dois meses, ela vai até a unidade para análise clínica. No entanto, o desafio do hospital, que quase fechou as portas por falta de verbas, é manter o equilíbrio financeiro conquistado recentemente, com a ajuda de todos, frente a uma demanda de novos casos que crescem a cada ano e que precisam e merecem ser atendidos de acordo com os mesmos padrões de qualidade e humanização característicos do Gaac. Natália Fernanda Sóca e Renan Epiphanio Bezerra conhecem bem a realidade de pais que lutam pela vida dos filhos. Em 2012, a pequena Ana Luiza, na época com apenas 6 anos, foi diagnosticada com neuroblastoma nível 4, no rim esquerdo. “No final de 2012, a Ana começou a reclamar de dores na barriga, procuramos ajuda médica acreditando ser apenas mais uma virose. A primeira médica suspeitou de leucemia devido à constatação de inchaço abdominal. Não querendo acreditar, procuramos a opinião de uma outra especialista, que também teve a mesma suspeita, mas a pressão arterial foi verificada e estava muito alta. Desconfiando de problemas renais, a médica requisitou mais exames, que constataram

um ‘órgão estranho’ pressionando o rim esquerdo. Foi um choque, uma sensação de vazio, sentimos o chão sair dos pés”, explicou Natália. Ana Luiza ficou aproximadamente um ano em tratamento no Gaac, entre procedimentos de quimioterapia e a cirurgia para a remoção do restante visível. “Um período de lutas, choros e muitas vitórias”, como relatam. “Vivemos com o Gaac o seu período mais difícil, quando ele quase fechou. A mobilização foi geral, ele é a nossa referência. Lá recebemos tratamento médico de alta qualidade. Eles são humanitários, se importam em dar amor, carinho, atenção. Todos são preparados para lidar com os pacientes e familiares, desde a equipe da limpeza, os porteiros, os voluntários, até as enfermeiras, médicos, toda a equipe multidisciplinar. Assim, a maioria das crianças que passam pelo Gaac chegam à cura”, completou Natália. Muito foi alcançado com o apoio daqueles que abraçaram a causa do Gaac, tendo como resultados mais expressivos a ampliação exponencial do número de pacientes atendidos e do número de procedimentos e benefícios dispensados para cada criança, jovem e familiares, além da saida de um déficit contábil de 15% em 2012 para um superávit contábil de 5% em 2013. Mas, para que outras crianças e jovens como Catarina e Ana Luiza, que está se preparando para realizar um transplante de medula dela para ela mesma no Graac, em São Paulo, possam contar com toda essa estrutura em nossa região, o trabalho é diário. Continuar com o auxílio dos veículos de comunicação, das pessoas jurídicas e físicas que aderiram à campanha do ano passado, renovando sua contribuição neste ano através da nova campanha “Parceiros da Vida GACC”. Assim como buscar novos parceiros, novos mantenedores e que mais pessoas se unam a esta causa, ajudando com isso na luta contra o câncer infanto-juvenil, é o apelo que a instituição faz para manter a saúde financeira em dia. Serviço-: Para se tornar um parceiro, no ato da adesão o novo participante firma um compromisso com o Hospital do GACC e recebe os 12 boletos correspondentes à vigência da campanha, de um ano. Mais informações pelo telefone

(12) 3949-6024.


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2º Congresso de Odontologia do Litoral Norte Novos rumos da odontologia e ação social Discutir as novidades nas áreas de cirurgia ortognática, toxina botulínica, enxertos ósseos, tomografia na odontologia, tratamento do ronco e apneia do sono, aparelhos intraorais e ATM (articulação temporomandibular) - esta é a pauta do 2o. Congresso de Odontologia do Litoral Norte, programado para os dias 25 e 26 de julho, em Caraguatatuba. O evento é destinado a um limite de 60 profissionais e, além de ser gratuito, tem um caráter social, uma vez que os inscritos devem colaborar com um pacote de fraldas geriátricas, a ser entregue no primeiro dia de palestras. As peças serão doadas ao lar de idosos Santo Antônio. De acordo com o dentista Rodrigo Canôas, um dos organizadores do evento, a iniciativa surgiu após a constatação de que casos de pacientes com necessidades cirúrgicas eram encaminhados para outros municípios, pois os profissionais da região desconheciam que esses serviços de especialidades, como cirurgia ortognática e da ATM, podem ser realizados nas cidades do litoral norte. “Decidimos, então, montar um fórum no ano passado e o sucesso do evento, a acolhida dos colegas nas visitas pessoais e a busca constante por conhecimento nos levaram a or-

ganizar algo maior, com mais dias, maior número de profissionais gabaritados e muito conteúdo”, ressalta Canôas. Para ele, a região merece esse tipo de evento. “Muitas pessoas estão aqui em busca de oportunidade e nós temos de propiciar essa oportunidade”. Este ano, são dois dias de programação. Na sexta-feira, 25, após a abertura oficial, o especialista Wellington Vieira aborda o uso da toxina botulínica nas disfunções da ATM; a seguir, José Roberto Barone fala da expansão da maxila cirurgicamente assistida; e para finalizar, Roberto Moreno comenta o avanço de mento: necessidade ou estética. Já no período da tarde, haverá a apresentação dos tipos e indicações precisas de enxertos ósseos. Haverá também a aula magna do especialista Daniel Cassano, sobre cirurgia ortognática e VTO ortodôntico, ou seja, análise da movimentação dentária e mesa redonda presidida pelo dentista Rodrigo Canôas, além de demonstração do uso da tomografia na odontologia. No sábado, 26, há duas palestras pela manhã, a primeira com a dentista Silvana Pires, para debater a atuação da odontologia no tratamento do ronco e apneia do sono; a segunda com Lilian Giannasi, sobre aparelho intraoral e relações com ATM. Após o almoço, os participantes assistem outras duas palestras sobre avaliação das vias aéreas superiores na cirurgia ortognática, com Christian Barros, e avaliação otorrinolaringológica no ronco e apneia do sono, com Marcelo Salomom, seguida de mesa redonda. Os interessados devem confirmar presença no telefone (12) 3882.5354. As vagas são limitadas.


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Cecília Lima

Próxima Parada turismo

Mala velha e viagem a Gramado por R$ 999

fotos: arquivo pessoal

Ao guardar minha mala de viagem, lembrei que todas as vezes que preciso recorrer a ela, penso: “Preciso de uma mala nova urgente”. Mas, claro que não dá para ser naquele momento, quando as roupas estão espalhadas pela cama a poucas horas do embarque. Claro que não! Dessa vez fiquei pensando em quantas histórias essa mala teria para contar nos mais de 10 anos de embarques e desembarques. Foram viagens de férias, lua de mel, a trabalho; de ônibus, carro, navio, avião. Sempre socorrendo alguém, mãe, sobrinhos, cunhados, irmãos, filho, amigos. É muita história mesmo! E se ela tivesse um hodômetro, quantos quilômetros marcaria? Nem imagino. Mas, viajar é bom demais mesmo. E viajar com pacotes promocionais? Adoro! Quem não gosta de uma boa promoção? E se a promoção for de cinco dias em Gramado para duas pessoas por R$ 999? Parcelados no cartão? Ainda melhor! Numa dessa, partimos eu e meu marido rumo a Gramado. Escolhemos um hotel fazenda que fica próximo à divisa entre as duas cidades, Gramado e Canela. No translado de Porto Alegre até Gramado, a agente de viagem fez o seu serviço, oferecendo todas as ofertas de passeios. Compramos duas, Bento Gonçalves e a famosa Noite Gaúcha, e ganhamos um passeio para Canela. Devo confessar que nossa escolha de passeio coletivo não nos agradou muito, devido ao para-para de hotel em hotel para buscar mais turistas, além de passarmos a maior parte do tempo presos no ônibus vendo cidades lindas a caminho de Bento Gonçalves, sem o direito de pararmos para conhecer suas peculiaridades. Esse detalhe nos fez desistir de outros passeios em grupo e seguimos para a alternativa 2: locar um carro, uma opção que descobrimos ser econômica para quem deseja conhecer bem a região. Tudo bem, vai, estávamos de férias, então resolvemos aproveitar a excursão que também teve o seu lado glamuroso. Depois de algumas horas no ônibus, chegamos a Bento Gonçalves. A recepção foi na estação de embarque do trem Maria Fumaça, com uma deliciosa degustação de vinho. A viagem nesse trem é embalada no ritmo da tarantela. Grupos folclóricos percorrem os vagões cantando, dançando e inserindo os turistas na festa. Uma parada estratégica é realizada em Garibaldi, onde somos recepcionados com mais música, espumante e suco de uva e assim seguimos com outras apresentações até a chegada a Carlos Barbosa. O passeio ainda nos levou para conhecer uma fábrica de panelas e utensílios de cozinha, mas preferimos atravessar a rua para saborear um delicioso salame de javali, muitos queijos e, claro, mais um toque de vinho, na Fetina de Formaio, uma casa de iguarias da serra. Em todo o trajeto, o cenário é de co-


linas e parreiras, arquitetura típica europeia e fábricas de vinhos e espumantes. Na volta, paramos na Cantina Tonet, em Caxias do Sul, e estar ali, entre parreiras, muita história do cultivo das uvas, dos descendentes daquela terra e toneis de vinhos, resultaram em mais degustação e algumas garrafas de vinho na mala. Negócio de oportunidade! Já com as chaves do carro em mãos, começamos a nossa viagem na Serra Gaúcha. Partimos para conhecer Canela e seu maior ponto turístico, a Igreja Matriz que fica na praça central, na parte mais alta da cidade. A notoriedade da catedral é superior aos seus 65 metros de altura construídos em pedra basalto. A beleza do altar esculpido em madeira, dos vitrais coloridos que encenam a ladainha de Nossa Senhora e a arquitetura em estilo gótico fazem da “Catedral da Pedra”, como é conhecida, um dos pontos turísticos mais visitados do Rio Grande do Sul. De lá, seguimos para os parques da Ferradura e do Caracol. O trajeto entre os parques é conhecido também como Caminho das Graças. Os moradores daquela região dispõem à frente de suas casas imagens religiosas ornamentadas. Ao final do trajeto, fica a imagem de Nossa Senhora das Graças, diante do mirante. Estar nesses parques é estar próximo à paz e às belezas que só a natureza consegue proporcionar. O parque estadual do Caracol reserva passeios entre floresta de araucárias, a contemplação da Cascata Véu da Noiva, muitas trilhas e uma exuberância peculiar. Entre os passeios, conhecemos todos os pontos que nos chamavam a atenção. E se não contemplamos neve na serra, visitamos o parque Mundo Gelado. Uma parada rápida mas que vale a pena pelo divertimento. Afinal, estávamos dentro de uma caixa de gelo para sentir o frio que não esteve tão presente em nossa estadia. Na estrada, também encontramos algumas casas de chá que servem os famosos cafés coloniais. Mas, para você poder aproveitar tanta fartura, a dica é não tomar o café do hotel. É tanta comida, que provavelmente uma refeição ficará de lado, dependendo do horário que você resolver experimentar essa proeza. Aliás, os verbos comer e beber são os mais conjugados nessa região. Visitar a bucólica e charmosa Nova Petrópolis é presenciar a forte cultura germânica, muito viva na cidade. Pegar a estrada bem cedo, garantir um almoço típico no parque Aldeia do Imigrante e, claro, comprar umas malhinhas também é uma ótima opção de passeio. Já Gramado é inesquecível. Tudo é mais romântico, mais poético. A cidade brilha nos detalhes da sua arquitetura, na sua estrutura turística, na beleza das ruas e no aroma das hortências. Não faltam atrativos aos turistas. Você começa com a tradicional parada no pórtico da cidade para a foto “estive em Gramado”, a

partir daí as opções são variadas. Museu de Cera, Salão dos Super Carros, passeio de pedalinho no Lago Negro, uma visita à Aldeia do Papai Noel, a Praça das Bandeiras, a rua Madre Verônica ou rua coberta, ao Museu dos Festivais de Cinema ou ao Museu Medieval que exibe brasões e armas medievais e abriga o Museu de Cutelaria do Brasil, com exposição de facas, espadas e adagas. Huuum, há também as fábricas de chocolate. Realmente, não tem como deixar de dar uma passadinha numa fábrica de chocolate. Passar no Snowland Gramado é ter a sensação de estar numa estação de esqui. O Snowland é o primeiro parque de neve indoor das Américas voltado à prática de esportes desta especialidade. É diversão garantida. A Avenida das Hortênsias concentra bares e restaurantes que convidam para a comilança, e já que o assunto é mais comida, que tal um rodízio de comida alemã? Escolhemos o Fritz Haus. Certeza de muita comida e cerveja boa. Nas noites, quando o friozinho resolveu aparecer, a saída foi saborear o típico churrasco gaúcho, caldos, galeto, sopa no pão italiano, sequência de fondue e vinho, o companheiro de sempre para aquecer. Opções de restaurantes não faltam. Se você precisa de tranquilidade, charme e muito romantismo, conheça Gramado!

Dicas para viajar barato: • Fique de olho nas promoções. • Se a escolha do pacote for realizada

por sites, primeiro procure informações sobre o site. Procure também o endereço do hotel anunciado, no sistema de busca do Google. Veja a localização do hotel. • Ligue no local, confirme a participação do hotel na promoção e veja se tem disponibilidade na data em que pretende viajar. • Fique atento ao que está incluso na promoção: café da manhã, translado, passeios. • Imprima tudo referente ao pacote. • Preste atenção na data de disponibilidade da promoção. • Veja a distância do aeroporto ao hotel, antes de escolher o tempo do passeio. Dependendo do destino, você perde dois dias entre chegada e saída e viagens curtas podem não compensar. • Simule a compra antes de fechar. Algumas operadoras realizam a promoção, mas embutem a diferença em taxas operacionais, administrativas e de embarque, preste atenção neste detalhe. • Faça uma busca na internet da cidade pretendida e dos pontos turísticos, e monte um roteiro inicial, observando os melhores passeios para dias de sol e de chuva. Por fim, aproveite ao máximo e boa viagem!

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Estupradores Drauzio Varella

Anos atrás, fui comprar uma luminária na rua da Consolação. Aquela que escolhi, o vendedor disse custar R$ 250,00. Achei caro demais. Ele sorriu: «Na verdade, custa R$ 85,00. É a tática que uso para o freguês comprar na hora». Assim aconteceu com a tal pesquisa do Ipea. No primeiro momento, disseram que 65% dos brasileiros concordavam total ou parcialmente com a frase: “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Uma semana mais tarde, esse número foi corrigido para 26%. A reação foi de alívio e de revolta contra o Ipea, como se em cada quatro brasileiros, um estar a favor do ataque fosse pouco. A mesma pergunta refeita em São Paulo pelo Datafolha encontrou 12% de respostas positivas. Quando o Datafolha substituiu a palavra atacadas por estupradas, 9% de nossos respeitáveis conterrâneos consideraram o estupro justificável. O estupro é prática descrita em orangotangos, gorilas e chimpanzés, nossos parentes mais próximos. Veja o caso dos orangotangos, primatas como nós, que passam a vida em cima das árvores. Os machos chegam a pesar 90 quilos, enquanto alguns não passam de 40, peso igual ao das fêmeas. A dominância é disputada pelos mais encorpados, que se enfrentam em lutas renhidas, mas que jamais acabam em morte; terminam quando o perdedor volta as costas para o adversário e se retira. Os etologistas nunca entenderam como os machos pequenos conseguem se reproduzir, uma vez que são rejeitados pelas fêmeas, sempre interessadas nos grandes, mais aptos a proteger-lhes a prole. Observações de campo mais re-

centes encontraram a explicação: os pequenos são estupradores. Atacada por um deles, a fêmea berra e se defende com todas as forças. Ao ouvirlhe os pedidos de socorro, o macho -alfa corre pelos galhos das árvores para ajudá-la. Mais ágeis, os pequenos fogem. Quando não conseguem, são espancados e atirados lá de cima. Chegam a morrer na queda, incidente que não ocorre entre os machos grandes em luta pela supremacia. Agressões semelhantes contra estupradores são descritas em gorilas e chimpanzés. Do ponto de vista evolutivo, a explicação é lógica: aqueles incapazes de defender suas fêmeas não transmitiram seus genes à descendência. Seres humanos não são diferentes. As agressões mais torpes a que assisti foram perpetradas contra estupradores presos. No antigo Carandiru, o mínimo que lhes acontecia era serem esfaqueados pela turba enfurecida. Num deles, contei mais de quarenta facadas. Quando perguntei a um dos detentos que havia carregado o corpo até a enfermaria, por que razão respeitavam o assassino de um pai de família, enquanto barbarizavam o estuprador, ele respondeu com voz pausada: «Quem mata uma pessoa, pode passar o resto da vida sem matar mais ninguém. O estuprador vai sair daqui e atacar outra mulher, que pode ser a sua filha ou a minha irmã. Esses caras são anormais». Não lhe tiro a razão. De fato, aceitamos com mais condescendência um assassino do que o estuprador. O estupro é o mais abjeto dos crimes. Vamos falar de homem para homem, prezado leitor. Quem nunca passou pela experiência de estar a sós com a mulher desejada, ardente, em ambiente acolhedor, e fracassar? Se nas condições mais favoráveis a impotência pode nos surpreender, imaginar que alguém consiga manter ereção enquanto agarra uma mulher desesperada, que grita, chora, tenta fugir e pede pelo amor de Deus para não ser violentada, está além da compreensão masculina. Homem nenhum tem direito de atacar uma mulher, sob nenhum pretexto. Nem que ela esteja nua, num banco de jardim. Sexo não consentido é uma brutalidade criminosa que precisa ser punida com rigor. Partir do princípio de que roupas decotadas justificam agressões sexuais é aceitar que todas as mulheres possam ser estupradas em nossas praias ou nas cidades com verões escaldantes. Para evitar ataques, o que elas deveriam esconder? As pernas, os ombros, os braços, o colo? Não seria mais prudente andarem de burca? Jogar a culpa na vítima é compactuar com a natureza do crime cometido contra ela. A questão é simples: estupradores são maníacos sexuais que precisam ser afastados do convívio social.


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Crônica Doca Ramos Mello

Hulk e Tia Maroca Jacileynne (ai, os nomes que as mãezinhas colocam nos filhos!) bem queria ouvir todas as palavras de Hulk na entrevista, mas havia momentos em que as vozes de tia Maroca e daquela afilhada carioca dela não permitiam. As duas matraqueavam na sala ao lado, e como tia Maroca tinha mudado muito seu comportamento de viúva recatada desde a chegada da tal afilhada, também modificara o vocabulário, andava falando umas indecências e até arrastando esses e erres sibilantes, de sorte que Jacileynne escutava lá e cá, às vezes custando a crer no que ouvia... _ E o doutor Hildebrando, tia Maroca? _ Tô pegando... Como assim “tô pegando”?! Ficou louca, pensou Jaci. Tia Maroca sempre fora discreta, depois da morte do marido se tornara ainda mais fechadona, mesmo tendo agradecido aos céus pela morte do parceiro que, a bem da verdade, só a fizera sofrer. Era pinga dia e noite, mulherada de todo tipo, pouco dinheiro e falta de quase tudo. Mas depois, veio a carioca e carioca, todo mundo sabe, não cochila na arte de botar lenha na vida, carioca gosta é de ver o circo pegar fogo, e foi logo enchendo a cabeça de tia Maroca de ideias lascivas. Era um conversê diário recheado de malícias, as duas de ti-ti-ti pela casa, a afilhada dando linha na pipa e tia Maroca empinando o papagaio... E Jaci só assuntando para ver onde ia dar esse crochê... _ Não, nunca fiz musculação, tenho o físico grande assim mesmo, é da minha natureza... Babava Jaci. Que homem era aquele, Jesus! Já veio ao mundo malhado para ser jogador famoso – e rico - da seleção brasileira, benza Deus! Era um cara desse tipo que ela desejava à sua volta e não o pobre diabo do Filomeno, a cara vincada feia de dar gosto, credo, os braços minguados, as perninhas secas! Ai, tudo por um Hulk na sua horta... _ Não me diga, tia! _ Digo: a gente foi p’ro motel ontem. Como é que é?!!! Mo-motel? Sim, a tia estava louca de pedra. Tudo tinha limite. Alguém precisava tomar uma providência antes que Tia Maroca acabasse com má fama no bairro porque... _ Primeiro, eu conquistei a confiança do Felipão, e agora o povo também confia em mim. É uma honra defender o Brasil. Que espetáculo de homem!, pensou Jacileynne, é disso que a gente precisa, de amor pelo país, de gente com garra que... _ Pensando bem, afilhadinha, eu quero um saradão, que nem aquele jogador de futebol, o Hulk.. Ah, não, refletiu Jaci, peralá! _ ÔÔÔ TIA MAROCA, DEIXE O HULK FORA DESSA, A SENHORA, HEIM, PIRÔ NA BATATINHA?!!!


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