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A comunicação como mediadora do conhecimento

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Catálogo de vfdeo

Catálogo de vfdeo

A coillunicação coillo Illediadora do conhecimento

A utilização do vídeo na área da formação é revelada neste conjunto de experiências com dois enfoques: capacitar (os movimentos sociais) para a produção e utilização do vídeo e capacitar através do vídeo. Estes dois enfoques estão presentes nos relatos da FASE e do Mandacaru, tendo como elemento comum o fato de inscreverem o vídeo no contexto da comunicação como um todo, numa ação integrada de multimeios.

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Uma imagem em movimento

A FASE no seu trabalho de educação popular elabora, produz e utiliza diversos recursos pedagógicos, sejam eles impressos ou audiovisuais. A FASE atua em quatro frentes de trabalho: na área urbana, presta assessoria aos movimentos sindicais e de bairros e, na área rural, atua com assalariados e pequenos produtores. Este trabalho é realizado através de 17 equipes localizadas em 11 estados, tendo a coordenação nacional (programa nacional) no Rio de Janeiro.

O conjunto das equipes dispõe da infra-estrutura necessária para a produção de impressos e audiovisuais e esta produção se caracteriza de três formas diferentes: materiais produzidos para o movimento, com o movimento e pelo movimento; ou seja, surgem dentro de um processo de apropriação e produção do conhecimento, na interação reflexão/ação.

Na área específica do vídeo, a FASE inicia sua produção em 1982. Em 1986 a partir de um coletivo de representantes de equipes e do programa nacional é definida uma política de comunicação para o conjunto da FASE. Esta política tem como ponto de partida todo um processo de capacitação interna, além da aquisição de equipamentos. As equipes operam em VHS e o programa nacional em VHS e U-Matic. Há um critério objetivo na opção de equipamentos VHS nas equipes por ser este sistema o mais comum a nível de mercado, assim como pelas características do trabalho das equipes, o qual parte de uma concepção de vídeo-processo, onde a prioridade não é produzir produtos acabados e sim ser um instrumento de reflexão sincrônico à ação. Esta concepção processual do vídeo permite a sua reelaboração permanente; a sua elaboração, produção e utilização está integrada no trabalho cotidiano de assessoria e acompanhamento direto das equipes. O fato do programa nacional dispor de equipamentos nos dois sistemas possibilita editar de forma articulada produções mais bem acabadas a partir das frentes de trabalho, envolvendo coletivos de equipes, assim como produr-í)es elaboradas a partir do programa nacional.

A política de comunicação da FASE tem como proposta metodológica integrar os diversos recursos pedagógicos, o que implica elaborar estes recursos (impressos e audiovisuais) de modo a se complementarem; isto resulta na produção de kits ("pacotes" de vários recursos pedagógicos integrados) cujo conteúdo é definido pelas temáticas diretrizes de cada frente. Estes kits, produzidos sob a coordenação do programa nacional, são, por sua vez, complementados pela produção localizada das equipes a partir das demandas setoriais dos movimentos com os quais trabalham. Por exemplo: na frente urbana de bairros o tema diretriz é "reforma urbana", sobre o qual se produz um kit; este kit se soma à produção específica das equipes, como é o caso de Imperatriz (Maranhão) com saúde, Belém (Pará) com transporte, Fortaleza (Ceará) com saneamento, Rio de Janeiro (RJ) com loteamentos, São Paulo (SP) com mutirões habitacionais, etc.

Fazendo uma retrospectiva da sua produção de vídeo e o seu estágio atual, a FASE comporta duas formas de realização: vídeos-produtos e vídeosprocessos; isto significa que as produções da FASE devem ser analisadas a partir destes dois parâmetros e a partir do seu contexto, ou seja, das características de sua intervenção educativa.

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