Revista Viajante Ed. 10 - novembro | dezembro 2013

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Viajante Ano III - Edição nº 10 - novembro | dezembro 2013

A evolução de um clássico Novo Torino une força e robustez ao design das novas gerações Marcopolo

Mercado de fretamento

O momento é de oportunidades, avalia Claudinei Brogliato, presidente da Fresp

Gestão e liderança

As transformações no mundo corporativo na visão do consultor Eugenio Mussak


Expediente

4. Gestão e Liderança A Revista Viajante é uma publicação trimestral da Marcopolo Coordenação Geral Marketing Marcopolo Conselho Editorial Andre Luis de Oliveira, José Carlos Secco, Méri Steiner, Paulo Corso, Ricardo Portolan, João Paulo Ledur, Humberto Oselame e Walter Cruz Site www.marcopolo.com.br Endereços Unidade Ana Rech Av. Rio Branco, 4889 Bairro Ana Rech Caxias do Sul - RS - Brasil CEP 95060-145 Fones: (0800) 702-7070 (Brasil) ou +55. 54. 2101.4000 (outros países) E-mail: contato@marcopolo.com.br Unidade Planalto Av. Marcopolo, 280 - Bairro Planalto Caxias do Sul - RS - Brasil CEP: 95086-200 Fones: (0800) 702-7070 (Brasil) ou +55. 54. 2101.4000 (outros países) E-mail: contato@marcopolo.com.br

Por Eugenio Mussak

7. Entrevista

Carlos Alberto Vieira

9. Representante

Carmar, líder catarinense

10. Conjuntura

O setor de fretamento

13. Premiações

Homenagens e conquistas

14. Artigo

Mobilidade urbana e Copa

18. Especial

Linha Torino é reinventada Coordenação, Produção e Edição Invox Mais Comunicação Rua Bento Gonçalves, 2221, sala 502 Centro | Caxias do Sul | RS (54) 3028.2868 invox@invoxcomunica.com.br Jornalistas Responsáveis Adriana Schio MTB RS 8107 Simoni Schiavo MTB RS 8821 Projeto Gráfico Invox Mais Comunicação Foto de Capa Julio Soares/ Objetiva Impressão Grafilme Distribuição gratuita

Proibida a reprodução sem autorização prévia e expressa. Todos os direitos são reservados.

22. Turismo

A terra dos hermanos

25. Gastronomia

Culinária portenha

26. Mundo Marcopolo

Audace chega à Austrália

30. Memória

O primeiro Torino


Editorial

Julio Soares/Objetiva

O olhar no futuro. Aproveitando a experiência vivida Sempre, no final de cada ano que se encerra, procuramos olhar para trás e fazer um balanço do que aconteceu e do que realizamos. Avaliar os fatos e negócios mais positivos, que nos fizeram crescer, e também os não tão bons, mas que igualmente (às vezes até mais) serviram de ensinamento e reflexão e nos fizeram ficar mais fortes e preparados. O ano de 2013 foi assim, com muitos bons momentos, sobretudo no primeiro semestre, e com algumas ações esperadas que não aconteceram, como os investimentos em infraestrutura e nos sistemas de mobilidade urbana, como os BRTs, e também o impasse na licitação das linhas interestaduais. Esses fatos refletiram no desempenho do setor, abaixo do esperado, com menor renovação de frota por parte dos operadores, e impediram a tão esperada evolução do transporte brasileiro, sobretudo para atendimento da demanda que deverá vir com a Copa do Mundo de Futebol no ano que vem, evento reconhecido mundialmente como um dos maiores do mundo. Também as exportações patinaram e acabaram ficando abaixo de 2012, mas a expectativa para 2014 é voltar a crescer em todos os países onde atuamos. Também no final de cada ano olhamos para frente, com o objetivo de planejar e construir um futuro melhor e ainda mais proveitoso. Justamente aproveitando as lições aprendidas e com o pensamento que nos desafia para buscar o que ainda precisa ser construído. Esse é o 2014 que espero. Que possamos resgatar e realizar o que não foi possível neste ano e ainda façamos muito mais, quer em produção, no atendimento em melhores serviços para os passageiros – clientes de todos nós – e também em ações que proporcionem crescimento sustentável e de longo prazo ao nosso segmento. Aliás, sustentabilidade nos negócios é o que temos perseguido na Marcopolo e continuaremos a perseguir, cada vez mais. Somente assim fortaleceremos toda a cadeia, do nosso fornecedor ao usuário, passando pelos nossos clientes e parceiros, operadores, fabricantes de chassi e cada um dos profissionais do transporte de passageiros, no Brasil e no exterior, de ponto a ponto, de cidade a cidade. Porque temos muito ainda a fazer, quer seja no segmento urbano, no rodoviário, no de fretamento e também no escolar. Que venha 2014. E da maneira que ele vier, estaremos firmes e fortes para enfrentá-lo. Um Feliz Natal e um Ano-Novo repleto de novas conquistas e sucesso!

Paulo Corso Diretor de Operações Comerciais


Gestão em constante mudança

Divulgação Sapiens Soluções

Gestão e Liderança

Um dos palestrantes mais requisitados do país, Eugenio Mussak fala das transformações relativas ao mundo corporativo Com uma experiência de mais de 40 anos como educador, Eugenio Mussak foi considerado pelas revistas Veja e Exame como um dos palestrantes mais requisitados do país. Professor e consultor da Sapiens Soluções, ele fala sobre as mudanças que o mundo corporativo vem sofrendo e as tendências para uma gestão eficaz. Estar aberto e atento para as modernas técnicas de administração de processos e pessoas é apenas um dos requisitos para as empresas que pretendem se manter competitivas num mercado em constante transformação. Gestão em constante mudança O mundo está em constante mudança, com a ressalva de que nunca mudou com tanta velocidade e intensidade como está mudando atualmente, principalmente pelo aumento exponencial do conhecimento. O que antigamente era gerado de uma forma lenta, atualmente é produzido muito rapidamente. Não sei como se faz o cálculo, mas consta que todo o conhecimento do mundo está dobrando a cada 18 meses. Isso, evidentemente, provoca uma transformação, que vem através da ciência e da tecnologia aplicada ao nosso dia a dia, refletindo no comportamento das pessoas. Nunca se acessou a informação tão rapidamente. Se vamos fazer negócio com uma empresa, toda a informação sobre ela está na internet. Então, hoje o mundo é muito diferente do que era há 10 anos. Vivemos uma era que tem tantas mudanças que

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chegamos a dizer que não é uma era de mudanças, mas uma mudança de era. A gestão também tem mudado. E o que precisamos equacionar, em primeiro lugar, é que gestão ou administração é uma ciência e não pode ser encarada de outra forma. Gestão é ciência. Tão ciência como Medicina, Química, Engenharia. E toda ciência está em desenvolvimento. Se um médico para de estudar, de ler artigos científicos, de ir a congressos, ele começa a ter dificuldades para atender aos seus clientes, porque não está preparado. Com relação às empresas é a mesma coisa. Queremos que as empresas sejam geridas de acordo com as técnicas mais modernas. Novas abordagens e técnicas Existe uma série de novas abordagens de gestão em todas as áreas. Estratégia, no marketing, na logística... Não se faz logística hoje como se fazia anos atrás, não se faz comunicação hoje com o público como se fazia há pouco tempo, hoje temos as mídias sociais. E também não se faz gestão de pessoas como se fazia antigamente. Os novos funcionários, as gerações mais novas pensam e


"O grau de maturidade das empresas brasileiras é bastante variável. Temos empresas aqui dando lição de gestão para o mundo todo, com educação, com sustentabilidade, com competitividade. E outras que não. Estão fazendo gestão como se fazia na era inicial, sem a criação de uma cultura de valor"

se comportam de maneira diferente. O grau de comprometimento, as expectativas que as pessoas têm das empresas onde trabalham são diferentes de antigamente, quando tudo que se queria era a segurança de não ser mandado embora e fosse possível se aposentar. Hoje não. Hoje as pessoas querem trabalhar numa empresa onde possam aprender, ascender na carreira, estabelecer conexões humanas, ter qualidade de vida. Então, é lógico que a gestão de pessoas também mudou. Os fatores motivacionais de antigamente não valem mais. A motivação era feita muito em cima de perdas e ganhos: “Se eu produzir bem, vou ganhar mais. Se não produzir, posso perder o emprego”. Hoje as pessoas têm pensado em significado, em aprendizagem, em reconhecimento. Então, tudo isso interfere na forma como as empresas irão gerir. As empresas brasileiras O grau de maturidade das empresas brasileiras é bastante variável. Conheço empresas de todos os tipos e atividades. Todas elas estão em busca do aprimoramento em gestão. Algumas estão

mais avançadas que outras. Mas não dá para generalizar. Hoje temos empresas aqui dando lição de gestão para todo o mundo, com educação, com sustentabilidade, com competitividade. E outras você nota que não, estão fazendo gestão como se fazia na era inicial, sem a criação de uma cultura de valor. Então, essas que ainda procuram se aprimorar estão sofrendo bastante, sentindo os efeitos de uma gestão que não é moderna, que não atende às expectativas das pessoas, dos públicos, dos funcionários da atualidade. Eu noto, sim, que há um forte movimento de atualização em gestão, mas percebo ainda uma grande distância entre empresas. Estilos de gestão e liderança Os estilos de liderança hoje são menos baseados no mando e mais baseados na confiança. Então, as pessoas não querem mais um líder mandão. Querem um líder que inspire confiança e, em contrapartida, oferecem confiança também. Numa equipe onde existe a ideia da confiança, onde “vou fazer a minha parte e tenho certeza que você vai fazer a sua”, o líder irá motivar as pessoas e praticar o empoderamento: “Agora é com vocês”. Se, por outro lado, o líder não confia na sua equipe, terá que controlar as pessoas, passar uma tarefa e ficar controlando se ela fez. E, para isso, terá de utilizar seu poder de mando, mas o poder de mando não vem do exercício da liderança, vem do cargo. Hoje as pessoas não estão mais querendo conduzir a sua vida no mando, mas na criação de elos de confiança, de sinergia. A conquista dos resultados Existe uma classificação clássica de líderes que considera duas variáveis, os resultados e as pessoas. E aí há três possibilidades. A primeira é daquele líder mais focado no resultado, que não se importa muito com as pessoas. Ele as usa como massa de manobra para atingir o resultado. Esse líder é chamado de autocrático. Outro tipo de líder é o chamado democrático, é o contrário do autocrático. É superpreocupado com as pessoas, quer saber se estão bem, felizes, se estão capacitadas, trata de motivá-las, ouve muito o que elas têm a dizer. Tudo isso é ótimo, só que esse tipo de líder pode ocorrer no erro de esquecer do resultado. Ele está mais interessado na felicidade da sua equipe do que no resultado que precisa atingir. Então, com o tempo, pode até conservar o amor das pessoas, mas acaba perdendo o respeito delas, porque

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Gestão e Liderança queremos líderes que nos levem ao resultado. Então, num primeiro momento, pode-se pensar que o primeiro líder, o autocrático, é melhor pois atinge o resultado. Mas, não. Ele não consegue manter as pessoas perto de si por muito tempo, é um desagregador, então, não consegue resultados sustentáveis. Portanto a melhor alternativa é o terceiro tipo, o chamado líder educador. Educador porque é um profissional que tem na pessoa o resultado. Ele realmente cuida da sua equipe, desenvolve-a, motiva-a, está próximo das pessoas, mas conserva um olho no resultado a ser atingido e que irá sustentar a própria relação. Esse tem os melhores resultados, tem ambientes mais saudáveis e vem sendo cada vez mais valorizado. Geração Y, do imediatismo Muitos representantes da Geração Y (que nasceram após 1980) são imediatistas, têm mais pressa, são mais ansiosos. Eles querem ter sucesso, ter dinheiro, ser reconhecidos. Nem todos querem ser líderes, mas querem ascender e ter poder. O lado positivo é a insatisfação. O movimento gerado pela insatisfação é muito bom, é o oposto

"A Geração Y é muito jovem e precisa ser educada. Precisa descobrir que os ciclos da vida nem sempre obedecem aos nossos desejos. Existem coisas que levam tempo" de ser acomodado. Diz um velho ditado: “Prefiro alguém que eu tenha que segurar do que alguém que eu tenha que empurrar”. Então, esse é o lado positivo da Geração Y. Mas essa geração precisa descobrir e, às vezes, descobre a duras penas, que os ciclos da vida nem sempre obedecem aos nossos desejos. Existem coisas que levam tempo. Não dá para ser gerente no primeiro ano e diretor no segundo. Porque não adianta só ter vontade, ou mesmo conhecimento. É preciso ter experiência. Tem um tipo de conhecimento que nenhum livro dá. Só a vida, a experiência. O que fazer para lidar com eles? Os líderes não podem tratar todas as pessoas igualmente. Não podemos e não devemos tratar pessoas diferentes do mesmo jeito. Então, é necessário que o líder perceba o grau de maturidade de cada membro da sua equipe para conduzi-lo de maneira diferente. Alguns será preciso empurrar, outros, segurar. É por isso que se fala em líder como um educador. A Geração Y é muito jovem, sendo muito jovem, tem que ser educada. Hoje, as empresas têm uma

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função educacional de seus colaboradores. Só que essa função educacional não está restrita ao departamento de treinamento e desenvolvimento da empresa. É uma coisa que acontece no dia a dia, na mesa de trabalho, e essa é a função do líder. Motivados ou determinados? Há um componente pessoal no perfil de cada pessoa. Algumas gostam de desafios e outras não, preferem uma vida mais calma, mais segura, com menos surpresas. Então, trata-se muito de colocar a pessoa certa no lugar certo. Existe funções na empresa que jamais pode ter alguém que não goste de movimento, de desafio, de pressão. E existe alguns cargos que são exatamente para pessoas com perfil mais pacato, mais calmo, menos ansioso. Então, essa é uma questão de cargos. Por outro lado, precisamos lembrar também que as pessoas devem ter um componente automotivador, de buscar dentro de si a energia para se automotivar. Entretanto, não podemos perder de vista que uma pessoa pode fornecer a outra elementos para que essa possa se motivar. Essa é a função do líder. Admiração, a base da teoria do comprometimento As pessoas se atraem pela admiração. Em primeiro lugar, a admiração física. Depois, começase a admirar o bom-humor, a inteligência, o caráter. Isso vai criando uma relação que passa por outros sentimentos intermediários, como respeito, confiança, paixão e intimidade, chegando-se a um nível onde se quer ficar junto, construir uma vida em comum, compartilhar sonhos, olhar para o mesmo futuro. Aí há o comprometimento com o outro, o compromisso entre duas pessoas. Nas empresas é a mesma coisa, ou seja, as empresas querem funcionários comprometidos, clientes fiéis, que continuem comprando determinado produto, que só comprem dela. E, muitas vezes, se esquecem que esse comprometimento desejado de seus funcionários, clientes e fornecedores é o resultado de uma relação. A empresa precisa ser admirada pelos funcionários e clientes, para aí construir uma relação sólida, saudável e benéfica para todos. A perpetuação da empresa Perpetuação tem a ver com futuro. Então, acho que os líderes têm que ser lúcidos e sábios. Ser lúcido é fazer uma boa análise do presente e, sábio, é conseguir construir o futuro desejado e possível a partir dessa análise do presente. É a melhor forma de perpetuarmos uma empresa.


Entrevista

Sem medo de investir, inovar e encontrar alternativas Fundada em 1958 e adquirida pela família Vieira em 1990, o grupo Rodoviária Santa Terezinha, de Santa Catarina, reúne três empresas que atuam nos segmentos de transporte coletivo urbano, fretamento contínuo e turismo, inclusive para países como Uruguai, Argentina e Chile. À frente do grupo, o diretor Carlos Alberto Vieira afirma que a longevidade das empresas deve-se à valorização das pessoas, especialmente aos colaboradores, ao investimento constante para melhorar os serviços e à união da família. Para continuar crescendo, mesmo sem apoio das políticas públicas, trilham o legado de ensinamento deixado pelo patriarca, João José Vieira. “Épocas de crise são momentos certos para investir, inovar e buscar novas alternativas.” VJ: Como começaram as operações do grupo Rodoviária Santa Terezinha? Carlos Alberto Vieira: A empresa foi fundada em maio de 1958, por Nilo Stein e Leonardo Clasen, para operar uma linha entre Angelina e Florianópolis

Em dezembro de 1990, foi adquirida por nossa família, com 22 ônibus de idade avançada. Houve muito empenho para mantermos esses ônibus rodando e adquirir veículos em melhor estado para melhorar a prestação dos serviços. Em maio de 1991, adquirimos dois novos ônibus Marcopolo Torino, o que foi muito comemorado. Começava aí a boa parceria entre o grupo e a Marcopolo. Em 1993 surgia a RST Turismo, como segmento de turismo e fretamento do grupo. Em 1996, com a compra de dois luxuosos e recém-lançados Paradiso 1450 LD seminovos surge a Globosul Turismo, para atender ao segmento de turismo de longa distância. VJ: Qual a região de atuação do grupo? Vieira: A Rodoviária Santa Terezinha opera linhas regulares intermunicipais, partindo do Terminal de Integração de Florianópolis para Angelina, Rancho Queimado, São Pedro de Alcântara e São José, todos na Região Metropolitana de Florianópolis. Operamos também linhas municipais em São José, cida Divulgação Rodoviária Santa Terezinha

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Entrevista de vizinha de Florianópolis. A RST Turismo atua no turismo regional, principalmente no estado de Santa Catarina, pela grande diversidade de destinos turísticos, mas também na região Sul do país. Atua também no ramo de fretamento contínuo, também na Região Metropolitana de Florianópolis. Já a Globosul dedica-se exclusivamente ao ramo de turismo, atuando em todo o território brasileiro, principalmente nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Também faz viagens para os países do Cone Sul, com mais frequência para o Uruguai, a Argentina e o Chile. VJ: Quais os principais destaques da empresa nestes 55 anos de existência? Vieira: Nos destacamos pelo comprometimento na busca pela melhoria na qualidade de nossos serviços, ética, responsabilidade social e cooperativismo. VJ: Quais fatores são responsáveis pela longevidade da empresa? Vieira: Creditamos a longevidade da empresa a dois principais fatores: a valorização das pessoas, especialmente dos nossos colaboradores. Ressaltando que a maior parte de nossa equipe tem mais de 10 anos de casa. Também contamos com vários parceiros durante a caminhada, entre eles destacam-se a Marcopolo e a Carmar, nossa concessionária da marca para Santa Catarina. VJ: De que forma está focada a atuação do grupo hoje e como a empresa se posiciona no mercado de Santa Catarina? Vieira: Nosso foco está no ramo de fretamento contínuo, acreditamos ser esse um seguimento em forte crescimento, inclusive como forma de melhoria na mobilidade urbana. VJ: Qual a estrutura atual do grupo? Vieira: Temos uma filial em Florianópolis e a matriz em São José. Contamos hoje com 125 colaboradores e uma frota total de 65 ônibus. Há quase 10 anos só compramos Marcopolo. Inclusive em novembro compramos mais cinco ônibus Marcopolo, sendo três Audaces e dois Micros Senior, todos para atuar em fretamento e turismo. VJ: Há quanto tempo o grupo é cliente da Marcopolo e quais os motivos da escolha? Vieira: A Rodoviária Santa Terezinha compra Marcopolo desde a década de 1960, mas a par-

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ceria se reforçou nas últimas décadas, com a administração de nossa família. A escolha pela Marcopolo é unânime na hora da compra, pois buscamos segurança, durabilidade, conforto e tecnologia. Sempre fomos muito bem atendidos nas visitas à fabrica, onde podemos conhecer um pouco mais do produto e valorizar ainda mais cada detalhe oferecido e desenvolvido de acordo com nossos ideais. VJ: Quais os diferenciais dos ônibus Marcopolo e como você avalia a evolução de seus veículos? Vieira: O design dos ônibus, a durabilidade, o ótimo atendimento, a facilidade na compra e o bom valor de revenda são os pontos chaves. Destacamos também a diversidade de produtos para atender a todos os segmentos de transporte e a personalização dos veículos de acordo com as nossas necessidades, além de ser uma marca reconhecida mundialmente. VJ: Quais os principais desafios e expectativas do grupo para os próximos anos? Vieira: Nosso patriarca, João José Vieira, nos deixou um legado de ensinamentos. Um deles é que épocas de crise são momentos certos de investir, inovar e buscar novas alternativas. Temos uma base sólida, a família, que sempre esteve unida nos momentos mais difíceis. Nossa expectativa é de que continue assim pelos próximos anos, forte e unida. VJ: E quais os principais desafios do setor em Santa Catarina? Vieira: Nosso maior desafio, sem sombra de duvidas, é a sazonalidade. Ao longo dos anos, nos reinventamos para diminuir os impactos da sazonalidade, buscando novas operações de fretamentos. Outro desafio que devemos pontuar são as políticas públicas, que não apoiam o turismo rodoviário. Aumentam impostos, combustíveis, pedágios, taxas de turismo e diferenciam o turismo rodoviário do aéreo em questões como a cota para compras em outros países. Somos um dos principais percussores do turismo interno, do turismo religioso e da terceira idade que, atualmente, é o público que mais viaja em todas as classes. Acreditamos que, com um pouco de incentivo e vontade governamental, teríamos o turismo rodoviário mais forte, pujante, assim como toda a cadeia que envolve a indústria de ônibus no Brasil.


Representante

Divulgação Carmar

Carmar, líder catarinense Representante da Marcopolo há mais de quatro décadas no estado de Santa Catarina, a empresa foca o trabalho na gestão competitiva Líder do mercado de Santa Catarina, a Carmar representa a Marcopolo no Estado há mais de quatro décadas. Uma parceria que começou a ser desenhada muito antes da fundação da representante catarinense, em 1970. Com 12 anos de experiência na fábrica, em Caxias do Sul, Carlos Manuel Romani iniciou suas viagens por Santa Catarina em abril de 1968, com a missão de desbravar um mercado 90% atendido pela Carrocerias Eliziário. “No início, as dificuldades eram muitas, as viagens longas e demorava-se semanas para percorrer as regiões, pois as estradas eram precárias. Além disso, uma ligação telefônica podia demorar horas e até dias para ser completada”, lembra Romani. Em 1970, a Marcopolo adquiriu a Carroceria Eliziário e criou-se a necessidade de se estabelecer um ponto de vendas no Estado catarinense. Com o conhecimento de Carlos Romani sobre a região e os clientes, sua escolha para estar à frente da empresa foi natural. Assim nasceu a Carmar que, pouco tempo depois, abriu sua loja de peças de reposição com componentes originais. “Os negócios prosperaram e a Marcopolo logo alcançou o posto de encarroçadora que mais vendia no Estado, título que se mantém até hoje”, comemora Romani. Quatro anos mais tarde, a Carmar deu início à assistência técnica aos produtos da marca e aos

empresários de ônibus. Em 2000, transferiu o serviço e também a venda de peças para a Sulbrave, que já atuava no setor no Estado do Paraná. “A partir daí, passamos a nos dedicar à venda de carrocerias e ônibus completos.” Focados na expansão do negócio, em 2006 a empresa transferiu suas instalações para um novo e moderno prédio próprio na cidade de São José, às margens da BR-101, onde também funciona a filial da Sulbrave, com o setor de peças, pós-venda e assistência técnica. Atualmente, a equipe Carmar cobre todo o Estado e presta um serviço diferenciado com atendimento pessoal aos empresários do transporte coletivo. O resultado é a presença da Marcopolo nas principais empresas de Santa Catarina, participando em algumas delas com mais de 90% da frota. Para manter essa liderança conquistada com esforço e dedicação, a Carmar investe no treinamento e atualização constante de sua equipe. O objetivo é estar sempre preparado para atender aos clientes que, em alguns casos, já chegam à terceira geração. Dentro da filosofia de gestão competitiva, a empresa também se dedica na segmentação do mercado e expansão da carteira de clientes. “Mesmo com a competição acirrada, a meta é aumentar a participação no mercado, oferecendo um serviço profissional e buscando a fidelização do cliente”, conclui Romani.

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Conjuntura

Momento de oportunidades O setor de fretamento no Brasil passa por um momento de oportunidades. Essa é a avaliação do presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (Fresp), Claudinei Brogliato. À frente da entidade nas gestões 2002-2006 e 20102015, o empresário – proprietário da Suzantur – destaca alguns dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) referentes a viagens interestaduais para mostrar a relevância do serviço: “São 3.572 empresas habilitadas com uma frota de 23.801 veículos, que transportaram 10.838.181 pessoas em 2012.” A necessidade de um novo olhar sobre a mobilidade urbana, evidenciado pelos movimentos sociais, é o principal desafio para o setor, de acordo com Brogliato. Em entrevista para a Viajante, ele defende que setor de fretamento, como transporte coletivo, precisa de prioridade na circulação e não pode ser deixado à própria sorte, cercado por um “mar de automóveis”. VJ: Como você avalia o atual momento do setor de fretamento de ônibus? Claudinei Brogliato: O momento é de muitas oportunidades. Os movimentos sociais evidenciam a necessidade de um novo olhar para os deslocamentos da sociedade. Há décadas adotamos uma política de incentivo à aquisição e uso do automóvel próprio, mas nossas cidades não possuem mais espaço para que eles possam circular, causando um grande entrave. Enquanto as vendas de automóveis crescem mais de 10% ao ano, os investimentos em infraestrutura não passam de 1%. Esse problema precisa ser resolvido com um conjunto de soluções, de curto, médio e longo prazos, com maior evidência ao transporte coletivo. O fretamento, embora transporte privado, é o meio coletivo mais atrativo para o usuário de veículo próprio e, por conta disso, deve ter um destaque como ferramenta para atrair esse público. VJ: Que fatia de mercado o fretamento ocupa na produção de ônibus no país? Brogliato: O setor de fretamento apresentou significativo crescimento na última década e representa a possibilidade de aumento de vendas de todas as montadoras e encarroçadoras. É um setor dinâmico, com renovação constante de frota, por conta de exigências legais e do próprio mercado. A diversidade de clientes e suas demandas, assim como as

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Divulgação Suzantur

questões ambientais, implicam em uma necessidade constante de evolução dos equipamentos, o que é saudável para a inovação e crescimento da indústria. VJ: Trata-se de um mercado em expansão? Brogliato: O mercado de fretamento é bastante diversificado. Começamos na década de 50 predominantemente com a indústria e alguns deslocamentos turísticos. Hoje o setor de serviços, que cresceu muito, também é atendido, assim como o Governo em todas as suas esferas, o transporte de universitários, a construção civil e o setor agropecuário. Aqui no Estado de São Paulo, a criação de novos aglomerados urbanos está permitindo a atração de inúmeros empreendimentos e, com a isenção do ICMS no transporte contínuo de trabalhadores e estudantes, os setores produtivo e da educação têm mais chances de oferecer para seus colaboradores um transporte de maior qualidade. O turismo é um capítulo à parte, cujo crescimento impactou positivamente não só o nosso negócio, mas também a sociedade como um todo. Na última década, 35 milhões de pessoas ingressaram na classe média no Brasil. Essas pessoas querem viver novas experiências, conhecer novos destinos e culturas – e isso só é possível com transporte. A terceira idade, agora com mais qualidade de vida e recursos, quer usar seu tempo livre para fazer turismo, especialmente o rodoviário. Além disso, o Brasil tem sido e será anfitrião de grandes eventos internacionais. A Jornada Mundial da Juventude (realizada em junho, no RJ) foi um grande exemplo da força do turismo rodoviário. Segundo a ANTT, o setor foi responsável por transportar mais de 260 mil peregrinos com destino ao Rio de Janeiro e Aparecida, por ocasião da visita do Papa. Portanto, há espaço para expansão. VJ: Quais os principais benefícios do serviço de fretamento de ônibus? Brogliato: O serviço de fretamento traduz uma série de benefícios para o contratante, como pontualidade, segurança, aumento da produtividade, flexibilidade de jornadas e turnos, possibilidade de buscar mão de obra em regiões mais afastadas, redução da ausência dos funcionários, diminuição de áreas para estacionamento, entre outras. Para os

usuários, a redução do tempo de deslocamento para o trabalho e vice-versa, conforto, segurança e diminuição de gastos, despontam como os principais benefícios. Mas o maior ganho é para a sociedade, porque são pessoas que, comprovadamente, possuem veículos próprios, mas optam por deixá-los em casa para ir de ônibus de fretamento ao trabalho. Essa escolha significa benefícios ao meio ambiente, fluidez do trânsito, redução de acidentes, melhorias na saúde pública em função da diminuição das doenças causadas pelo trânsito e, especialmente, a igualdade na utilização do viário público, que se torna acessível a um número muito maior de pessoas, ocupando um espaço menor, já que estão em um ônibus. VJ: Quais os principais desafios do setor atualmente? Brogliato: A crescente demanda da sociedade por deslocamentos, sejam eles para trabalho, estudo, lazer ou saúde, implicam numa necessidade maior de transporte. Os meios coletivos e não motorizados estão em evidência para combater a falta de espaço público para todos circularem. O setor de fretamento, como transporte coletivo, precisa de prioridade na circulação e não pode ser deixado à sua própria sorte, cercado por um mar de automóveis. Se isso ocorrer, o fretamento perderá sua essência e não conseguirá cumprir seu papel. Todos perderão com isso. Mais de 80% dos usuários de fretamento possuem veículo próprio e certamente migrarão para ele se não conseguirem velocidade em seus deslocamentos de fretamento. Segundo a ANTP, só na Região Metropolitana de São Paulo 1,2 milhões de automóveis ficam estacionados diariamente nas ruas. Isso equivale a 14,4 milhões de metros quadrados ocupados. Se a metade permanecer várias horas parada, formaria uma fila correspondente a 3,6 mil quilômetros, maior do que a distância entre São Paulo e Belém. Isso tem um custo estimado de R$ 2 bilhões por ano. Portanto, o papel do serviço de fretamento é muito importante na atual conjuntura. Encontrar meios que permitam a circulação do ônibus de fretamento de forma pacífica e harmoniosa com os demais meios públicos é um dos desafios. O mesmo se diz dos deslocamentos turísticos.

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Conjuntura Os números crescentes e a importância econômica e social dessa atividade indicam a necessidade de um olhar mais atento para suas necessidades. Sem deslocamento não há turismo, mas, além de circular, o turista precisa parar para visitar, participar de eventos, hospedar-se, alimentar-se, enfim, uma série de situações em que é necessário um local demarcado para embarque e desembarque, paradas rápidas para fotos, sinalização adequada. As soluções para todas essas demandas precisam ser construídas conjuntamente e essa construção é mais um desafio. VJ: Quanto representa o fretamento ilegal dentro do mercado? São Paulo é o Estado mais atingido por essa prática? Brogliato: A tecnologia permite que a informação esteja mais disponível a cada dia. Isso acaba dificultando a operação dos clandestinos, quer pela maior informação dos clientes sobre a regularidade do serviço e os riscos de uma contratação malfeita, mas também para as fiscalizações não só dos órgãos gestores de transporte e trânsito, como também daqueles que arrecadam os impostos e fiscalizam as relações de trabalho. Sempre haverá pessoas dispostas a burlar a norma, mas hoje isso está muito mais difícil do que há 10 anos. São Paulo enfrenta o problema como os outros Estados. Temos alguns órgãos mais aparelhados para fiscalização, outros nem tanto. Temos muitas locadoras de veículos que, na verdade, fazem transporte, burlando as normas e o pagamento da carga tributária que incide sobre o setor. VJ: O que se tem feito para inibir essa prática? Brogliato: As denúncias e as campanhas educativas são as melhores práticas para que se combata o transporte clandestino, que coloca em risco a segurança de milhares de pessoas. Ainda é preciso estudar meios de se ampliar a efetividade da fiscalização nas rodovias dentro do Estado de São Paulo. VJ: Quais os principais desafios da sua gestão à frente da Fresp? Brogliato: Um grande desafio, já quase superado, é a renovação da frota das empresas de fretamento. Tanto a cidade de São Paulo quanto a Secretaria Metropolitana impuseram a data limite de operação da frota em 15 anos, o que provocou um grande movimento para renovação de mais de 4 mil ônibus em um prazo de três anos. Falta muito pouco para atingirmos essa meta. Por conta da Política Nacional de Mobilidade Urbana, estabelecida pela Lei 12.587/12, o desafio mais significativo dessa gestão é ampliar o conhecimento e a compreensão dos gestores de

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transporte e trânsito sobre nossa atividade e como ela pode contribuir na mobilidade das cidades. Nunca essa necessidade foi tão evidente como agora. A regulamentação, autorização e fiscalização do serviço de fretamento vêm deles e se eles não tiverem essa amplitude de conhecimento sobre nossa operação, sobre as características do serviço e as demandas de nossos clientes, dificilmente poderemos desempenhar nosso papel adequadamente. Portanto, é fundamental essa aproximação e esse intercâmbio de informações e ideias para juntos buscarmos soluções para o compartilhamento do escasso viário público. Várias ações já estão sendo feitas nesse sentido, como o patrocínio do Caderno Técnico de Fretamento elaborado e publicado pela ANTP e a inclusão do serviço de fretamento no Sistema de Informações da Mobilidade Urbana, criado e mantido pela própria ANTP. VJ: Quais as expectativas do setor para os próximos anos? Brogliato: Embora o momento seja de oportunidades, elas somente se concretizarão se o fretamento estiver bem posicionado nos planos de mobilidade que os municípios traçarão. Portanto, o setor está em compasso de espera, aguardando para definir as estratégias do negócio e as possiblidades de crescimento. Se conseguirmos ser adequadamente contemplados, acreditamos que o setor desempenhará um importante papel que lhe cabe nos deslocamentos da população, nos próximos anos em que a sociedade terá que rever seus usos e costumes em se tratando de deslocamentos; e os governos, em todas as esferas, terão que adotar políticas de incentivo ao transporte coletivo em detrimento ao uso do veículo próprio. Um serviço de fretamento bem estruturado será importante para facilitar esse processo de migração do individual para o coletivo e isso permitirá uma expansão do negócio e a possibilidade de atendermos às demandas de nossas clientes, representantes de uma cadeia que gera riqueza para nosso país.

"A crescente demanda por deslocamentos implica numa necessidade maior de transporte. O fretamento, embora privado, é o meio coletivo mais interessante para o usuário de veículo próprio, por isso, deve ter ferramentas para atrair esse público."


Prêmios Flavio R. Guarnieri

Márcio Bruno Oliveira

Maiores e Melhores do Transporte

Marcopolo conquista prêmio Abrasca Uma das líderes mundiais no desenvolvimento de soluções para o transporte coletivo de passageiros, a Marcopolo conquistou o Prêmio Criação de Valor 2013, concedido pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). A empresa foi reconhecida pela sua atuação e seu relacionamento com os acionistas e o mercado. Segundo José Rubens de la Rosa, diretor-geral da Marcopolo, a companhia, por intermédio de uma gestão transparente, estreitou o relacionamento com os stakeholders, o que acabou se traduzindo em ganhos adicionais para os seus acionistas. O Prêmio Criação de Valor busca valorizar conceitos mais abrangentes de avaliação de desempenho para os acionistas. Entre as Maiores do Sul A Marcopolo também integra o ranking das 500 Maiores do Sul, uma iniciativa do Grupo Amanhã em parceria com a PwC (PricewaterhouseCoopers), referência global em auditoria, assessoria tributária e empresarial. A fabricante de ônibus ocupa a 7º posição entre as 100 maiores empresas do Rio Grande do Sul. A cerimônia de premiação foi realizada em outubro, em Porto Alegre. Prêmio AutoData Na 14ª edição do Prêmio AutoData, a montadora comemorou a conquista em duas categorias: Encarroçador de Ônibus e Exportador. Os troféus foram entregues ao presidente do Conselho de Administração, Paulo Bellini. Neste

Prêmio Abrasca

ano, o evento ainda prestou uma homenagem especial a diretor Valter Gomes Pinto, in memoriam. Maiores e Melhores do Transporte Também em novembro, a Marcopolo recebeu o prêmio Maiores e Melhores do Transporte na categoria Indústria - Carroceria para Ônibus, promovido pela revista Transporte Moderno e Tecnibus, de São Paulo. No evento, foi realizada uma homenagem ao diretor Valter Gomes Pinto, que recebeu, in memoriam, o troféu Pioneiros do Transporte, destinado a empresários que constribuíram com o desenvolvimento do setor. Fotos Renato Rodrigues

Homenagem a Valter Gomes Pinto do Prêmio AutoData 2013

Marcio Guida, gerente de O&M da Petronas e Emy Yanagizawa, diretora comercial Solvey, com Paulo Bellini

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Artigo

Mobilidade urbana e Copa do Mundo A mobilidade urbana brasileira precisa de investimentos urgentes e contundentes. Sem esses aportes, o país vai parar, mais cedo ou mais tarde. Basta olhar a realidade brasileira. Segundo o Denatran, em 2002, a frota veicular, incluindo caminhões, ônibus e automóveis estava em torno de 35,5 milhões de unidades. No mês de abril de 2013, subiu para 77,8 milhões, dos quais 44,5 milhões são de automóveis; 17,3 milhões de motos; 3,1 milhões de motonetas; 7,7 milhões de caminhonetes; 2,4 milhões de caminhões; 851 mil de ônibus e micros; e outros 4% do total. Em 11 anos, a frota veicular cresceu 120%. E a infraestrutura, o quanto cresceu? Aumentou menos que 10%. Quantos corredores ou vias segregadas, ou plataformas de embarque foram feitos nesse período? Muito pouco. Agora, com a Copa do Mundo, o país despertou para os investimentos, mas vai le-

Não teremos os benefícios das obras planejadas a tempo. Vai levar, no mínimo, dois ou três anos para que a mobilidade melhore e o cidadão sinta diferença var, no mínimo, dois ou três anos para que a mobilidade melhore e o cidadão sinta alguma diferença. Por isso, posso afirmar que teremos problemas em 2014 com a mobilidade urbana e interurbana brasileira. Agora, se for levado na velocidade em que está começando, acredito que, dentro de dois anos, os problemas básicos serão parcialmente equacionados e poderemos contar que, para os Jogos Olímpicos, teremos a mobilidade desejada. O sistema de transporte deverá ser muito mais eficaz do que é hoje. Atualmente, por exemplo, os corredores são em número muito pequeno – os bem projetados fazem com que os ônibus tenham uma velocidade maior –, o grande problema que existe no transporte urbano.

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Os corredores, da maneira como estão sendo feitos, não têm resolvido. Ao contrário, têm criado um problema ainda maior porque são em número insuficiente e alguns, malprojetados, não permitem a ultrapassagem do ônibus. Em horário de pico, a velocidade média não passa de 10 km/h. Resultado: o passageiro leva, pelos dados estatísticos, três horas por dia para se locomover, num mês são 60 horas, em um ano são 28 a 29 dias. Ou seja, por ano, perde-se um mês na vida para se locomover. E não apenas de ônibus, mas em qualquer veículo. Isso estressa e irrita a pessoa. É o que se chama de mobilidade quase que destruída dentro do nosso país. Outro problema sério que vejo é a gratuidade, um verdadeiro câncer. No Brasil, na média, está entre 30% e 35%. Estudantes pagam meia, deficientes físicos não pagam, funcionários dos Correios não pagam, militares não pagam e idosos não pagam. E tudo isso é jogado em cima da empresa operadora. Então, o que acontece? Quem paga são os que utilizam a condução e, geralmente, cai nas costas dos menos favorecidos. Se você quer que o idoso viaje, então que o INSS pague a passagem dele. O mesmo para as Forças Armadas com os militares. Mas não jogar tudo em cima da empresa. Acho isso um absurdo, uma calamidade que cai em cima da empresa e deteriora a qualidade do sistema. Agora se quer dar gratuidade nos ônibus rodoviários, em duas ou quatro poltronas, para deficientes físicos, por que não se faz o mesmo no transporte aéreo? Não existe isonomia. Não sou contra e acho que a gratuidade é ótima. Não estou entrando no mérito. Mas se você quer um benefício para uma classe, então o governo que subsidie e não jogue nas costas das empresas. Até porque ela vai pleitear tarifa maior. Muito se fala que os BRTs são a solução para as cidades. Mas alguns especialistas dizem que seria realmente o metrô ligado com


Julio Soares/ Objetiva

os ônibus em integração. A solução imediata para “sacudir” a mobilidade, e que também é a mais barata, rápida e viável, é o sistema BRT. São veículos de grande porte para quase 250 passageiros em vias segregadas, que operam de maneira muito boa. Mudando para o transporte rodoviário. Temos uma péssima logística aérea, os aeroportos congestionados e com sérios problemas de infraestrutura. Resta a opção do transporte rodoviário que, por mais estranho que pareça, tem índice de satisfação de 87% dos passageiros. Mas com essa demora e incerteza nas licitações, não saberia dizer o que vai acontecer. Para nós, fabricantes de ônibus, seria mais tranquilo que houvesse uma continuidade do sistema que está aí, que se provou muito bom. Qual é o setor que tem um índice desses? O aéreo, eu acho, não tem nem 40%. Todo mundo fala mal. O ônibus sai com qualquer tempo, é confortável e seguro. Com essa péssima operação aérea, tem aumentado nos últimos dois anos a preferência pelos ônibus, com aumento de cerca de 5%. E subiu não só pela péssima logística aérea, como também pelo aumento de preços das passagens, porque as companhias todas operam com prejuízo. O Brasil privilegiou de uma maneira errônea o transporte individual por automóvel. Hoje o país é o quinto maior fabricante de veículos do mundo –, mas um país não é só automóvel. Essa é uma situação que não vai se resolver agora, mesmo melhorando a infraestrutura. É uma questão quase de educação. Em Nova Iorque, por exemplo, poucas pessoas utilizam automóvel na cidade. A maioria o usa metrô, táxi e ônibus. Isso é o que vamos ter que fazer e as nossas autoridades já estão pensando em privilegiar o transporte público, mas isso não tem uma solução fácil. A preparação para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos será uma boa oportunidade para ver quanto e como o governo vai favorecer e priorizar o transporte coletivo e a mobilidade. Se os investimentos da PAC, de mais de R$ 32 bilhões somente para as cidades-sede, forem concluídos nas Olimpíadas, poderemos sonhar com melhor mobilidade. Nesses investimentos seriam contemplados metrôs, sistemas de BRT (Bus Rapid Transit), VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e trens aeromóveis, para equacionar corredores, dando aos sistemas uma mobilidade maior. Só que isso apenas agora começou a ser feito, mas a verba já existe. Depois disso a presidente aumentou mais R$ 8 bilhões para cidades médias e R$ 18 bilhões para cidades com mais de 700 mil habitantes, tudo isso para aplicação exclusivamente em transporte urbano. Se todas essas obras e esses investimentos forem realmente aplicados e realizados, acredito que, antes dos Jogos Olímpicos, a mobilidade urbana e interurbana no Brasil terá outra cara e os passageiros e usuários ficarão mais satisfeitos e perderão menos tempo no trânsito.

José A. Martins

Vice-presidente de Relações Institucionais

“Nem tudo poderá ser feito até a abertura do evento, e deveremos ter problemas para o ano que vem”

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Viale DD Sunny Híbrido já circula no interior do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná


Marcos Labanca


Especial

Novo Torino, a evolução de um clássico Sinônimo de ônibus urbano brasileiro, modelo é reeditado para aliar força e robustez ao design da nova geração de veículos Marcopolo. A comercialização está prevista para o início do próximo ano Com três décadas de uma história de sucesso, o Torino foi reinventado para atender às novas exigências e necessidades do mercado, agregando ainda mais qualidade e segurança ao transporte coletivo de pequenas e grandes cidades. O resultado é um veículo leve e de melhor desempenho, que oferece uma excelente relação custo-benefício ao operador. O modelo, que está entre os ônibus urbanos mais vendidos do Brasil, passa a se chamar Novo Torino e traz como um dos principais diferenciais o design contemporâneo característico das novas gerações de veículos da Marcopolo. Clássico entre os urbanos do país, como destaca o diretor de operações comerciais da companhia, Paulo Corso, o modelo chega à sua quinta reedição. “Desde que lançamos o primeiro Torino, em 1983, ele foi reconhecido como sinônimo de ônibus urbano brasileiro. E o sucesso foi ficando

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tão grande que a linha conquistou espaço permanente no quadro da empresa.” Realizadas nos anos de 1989, 1994, 1999, 2007 e neste ano, as atualizações sempre acompanharam as tendências de cada época. A apresentação do Novo Torino será feita neste mês de dezembro e sua comercialização está prevista a partir do início de 2014. Corso salienta, porém, que a produção do atual Torino continuará. “Vamos manter os dois em linha de montagem pelo período que o mercado assim achar necessário. A transição do Torino para o Novo Torino vai acontecer de forma bastante natural.” O novo modelo irá atender a todos os mercados que hoje a Marcopolo abastece com a linha Torino, ou seja, o Brasil inteiro e países para onde a empresa exporta, como Chile, Uruguai Paraguai, Continente Africano, entre outros.


Julio Soares/ Objetiva

Design contemporâneo Retrovisor integrado (opcional) Amplo itinerário, que favorece a visualização

Novas luzes de sinalização de LED - luzes diurnas e farol de neblina (opcional) Para-choque em três partes

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Especial

Modelo diferenciado Apesar de manter o nome de um clássico urbano brasileiro, o Novo Torino tratase de um novo modelo, como define Paulo Corso: “O ônibus agrega uma série de inovações em sua configuração, a começar pelo design.” Altamente diferenciadas de todos os veículos que existem no mercado comparáveis a ele, suas linhas contemporâneas acompanham as tendências da atual família de urbanos da Marcopolo, com superfície frontal lisa, que ainda facilita a limpeza e a manutenção. Além disso, o veículo reúne inúmeras vantagens operacionais, como o peso, agilidade de manutenção e facilidade de operação. O espaço do motorista é maior, assim como do cobrador, e agrega maior conforto térmico e acústico. As configurações internas e externas também ampliam o conforto aos passageiros, como os amplos itinerários, que permitem melhor visualização, maior altura e catraca ergonômica.

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l Postos de trabalho mais espaçosos e confortáveis l Insuflador para o motorista e o cobrador l Ampla área para o painel de controle

l

Amplo espaço interno

l

Iluminação interna de LED

l Poltronas ergonômicas com apoio de cabeça (opcional) l

Ar-condicionado (opcional)

Fotos Julio Soares/ Objetiva

l Sistema multiplex redesenhado para atender às necessidades atuais l Painel de comando com display LCD colorido de 3,5”

Interface touchscreen resistente l

Assoalho com emenda fora do pé da poltrona, permitindo sua substituição parcial

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Turismo Puerto Madero

Encantos de Buenos Aires Com charme europeu e ritmo latino, o principal destino internacional dos brasileiros mistura história, modernidade, gastronomia diferenciada e compras, além de muito tango para atrair turistas de todo o mundo Destino internacional número um dos brasileiros, Buenos Aires é uma mistura de charme, história, gastronomia diferenciada e excelentes opções de compras. Segundo maior polo metropolitano da América do Sul – ficando atrás apenas de São Paulo (Brasil) –, a capital argentina destaca-se também pela facilidade de deslocamento, que permite conhecer os principais pontos turísticos em pouco tempo. O próprio site de turismo na cidade oferece um roteiro de 24h. O sistema de transporte oferece metrô, ônibus, trens (interurbanos), bicicletas, táxis, limusines e metrobus. Então, quem está com pouco tempo, pode fazer um passeio curto. Se puder ficar mais, aprecie melhor cada parada. Do obelisco à Praza de Mayo O Obelisco, principal símbolo da cidade, foi inaugurado em 1936 para comemorar o quarto centenário da primeira fundação de Buenos Aires. Seguindo ao longo da Avenida Presidente Roque Sáenz Peña (conhecida como Diagonal Norte), é possível contemplar a Casa Rosada, sede do Poder Executivo e da famosa varanda de Perón e Evita. No final da avenida está a Plaza de Mayo, a mais antiga praça de Buenos Aires e palco dos principais acontecimentos políticos da história do país. Em suas redondezas estão alguns dos edifícios mais importantes da cidade, como a Casa da Cultura, antiga sede do jornal La Prensa e um dos prédios mais luxuosos do século XIX da cidade. Não deixe de conhecer também o Cabildo e a Catedral Metropolitana.

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Fotos sxc.hu


San Telmo Conhecido como o bairro boêmio, San Telmo reúne muitos antiquários e os tradicionais cafés argentinos. Abriga também o Caminito, o primeiro museu a céu aberto da cidade. Trata-se de uma viela de 100 metros cercada por típicos cortiços. No trajeto, conheça o Complexo Maçã das Luzes, coração histórico de Buenos Aires, com igrejas, museus e mercados. Lá encontra-se a Igreja de San Ignacio, a mais antiga da cidade. La Boca O pitoresco bairro no Sul da cidade é uma festa ao ar livre. La Boca reúne músicos, dançarinos de tango, estátuas vivas e outros artistas. Mas não abra mão e visitar a Ponte Ferry, o Teatro de la Ribera, o Museu Quinquela, o Museu de Cera, a Fundação Proa e La Bombonera, o estádio do clube de futebol Boca Juniors construído em forma de ferradura. Puerto Madero O antigo porto da cidade se transformou num bairro nobre, sendo um centro financeiro e gastronômico da capital. Entre suas principais atrações está a Puente de la Mujer, que representa a imagem de um casal dançando tango: o mastro simboliza o homem e, a silhueta curva da ponte, a mulher.

Obelisco

Casa Rosada

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Amazingwoerld.com

Turismo

Teatro Colón

Recoleta Um dos mais ilustres bairros de Buenos Aires é conhecido pela arquitetura em estilo francês e caráter aristocrático. Visite a Basílica de Nossa Senhora do Pilar e o Cemitério da Recoleta, onde está enterrada Eva Perón (Evita). Palermo Uma área de arte, design e gastronomia, onde é possível fazer compras, tomar um café num dos pequenos bares e terminar o dia com uma típica refeição portenha. Atrações não faltam, entre elas estão o Jardim Japonês, a Plaza Cortázar; o Museu de Arte Latino-Americana (Malba); o Museu Nacional de Belas Artes; o Museu Carlos Gardel Tango Carregado com histórias, segredos e paixões, o tango se manifesta na letra, música e dança. Buenos Aires está cheia de casas de tango com orquestras e bailarinos ao vivo. Os lugares mais importantes que apresentam shows ao vivo costumam incluir jantar. Lorenzo Di Nozzi

Outras atrações imperdíveis Teatro Colón: uma das 10 casas de ópera mais importantes do mundo Teatro General San Martín: um dos mais importantes centros culturais da cidade e um dos mais modernos da América Latina. Museu Blanco Fernández: uma das casas mais bonitas da cidade. Edifício Kavanagh: arranha-céu inaugurado em 1936. Em 1999, foi declarado Património Mundial da Arquitetura da Modernidade pela Unesco.

Galerias Pacífico: um dos principais centros comerciais da cidade, vale a pena visitar por suas belas instalações. Chinatown: o bairro chinês tornou-se área turística pela variedade de lojas e restaurantes orientais. Jardim Botânico: um lugar agradável para caminhar e relaxar dentro da cidade. Zoológico de Buenos Aires: localizado junto ao Jardim Botânico, foi declarado Monumento Histórico Nacional. Saiba mais: www.turismo.buenosaires.gob.ar

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Julio Soares/Objetiva

Gastronomia

Paladar portenho Com um perfil gastronômico moldado por forte influência italiana, espanhola, árabe, alemã, judaica, inglesa e fundindo-se às características dos pampas, a culinária portenha é uma das mais apreciadas do

mundo. Os argentinos têm uma relação de paixão com a carne, principalmente com ela na brasa. Por isso, o chef Alex Szigethy, do Bistrô São Lourenzo, traz uma receita tendo o filé como protagonista.

Lombo de filé na brasa com gratin Ingredientes 1 lombo de filé de, aproximadamente, 250g 200g de batatas Asterix fatiadas 4 unidades de aspargos frescos 150g de molho bechamel 50g de queijo gruyére Sal e pimenta a gosto 50ml de azeite extra virgem 200ml de leite 30g de farinha 30g de manteiga 2 talos de alho poró 30g de amido de milho 500ml de óleo vegetal

Modo de preparo Tempere o lombo de filé com sal e pimenta à gosto, pincele azeite de oliva e leve para a churrasqueira, deixando 5 minutos de cada lado. Faça o mesmo processo com os aspargos, mas deixe por 3 minutos. Para o gratin de batatas, monte as batatas já fatiadas no formato de um leque aberto, cubra com o molho bechamel, rale o queijo gruyére por cima e leve ao forno pré-aquecido a 250ºC até gratinar. Para o galhetes de alho poró, corte somente a parte branca bem fininha, polvilhe amido de milho sobre elas e leva-as para fritar em óleo a 180ºC, depois seque-as em papel toalha. Montagem: em um prato raso coloque o gratin de batatas, sobre ele o lombo de filé e, ao fundo, os aspargos na brasa. Decore com os galhetes de alho poró.

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Divulgação Marcopolo Austrália

Mundo Marcopolo

Audace chega à Austrália Em grande estilo, assim foi a chegada do Audace na Austrália, em setembro. O novo rodoviário da montadora brasileira foi a estrela da Australian Bus + Coach Show 2013, feira de ônibus realizada pela BusNSW, em Sydney. De nível mundial e considerado o melhor do país, o evento reuniu mais de 3 mil participantes, um recorde de público, que puderam apreciar os últimos lançamentos e produtos do setor em 15,6 mil metros quadrados. No estande da Marcopolo Austrália, um show marcou a apresentação do Audace. Depois de serem descritas algumas características do modelo, as

cortinas caíram revelando para o público um modelo com design arrojado e funcional, que segue o DNA dos rodoviários da companhia, consolidado pela Geração 7. “O retorno não poderia ser mais positivo”, declarou Gabriel Tesser, gerente geral da Marcopolo Austrália. Desenvolvido para atender ao setor de fretamento, além de linhas regulares de curta e média distâncias, o modelo agradou ao público. “Agora, nossa expectativa é consolidar o produto no mercado, ter a certeza de que será bem aceito. Já há uma demanda comercializada, o que nos anima muito”, afirma Tesser.

Em Havana A Marcopolo marcou presença mais um vez na Feira Internacional de Havana (Cuba), realizada de 3 a 9 de novembro, na Expocuba. Realizado anualmente, o evento chega à sua 31ª edição, sempre com o objetivo de promover a abertura da economia do país ao comércio internacional. A fabricante caxiense integrou o Pavilhão Brasil, com patrocínio da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex). As principais soluções e tecnologias para o segmento de ônibus foram apresentadas durante os sete dias do evento. Mais de 60 países e cerca de 4,5 mil expositores nacionais e estrangeiros, receberam um público estimado de 150 mil visitantes.

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Fernando A. Peréz Jamarné

Presença na África do Sul

Paradiso 1800 DD no Chile O sucesso do Paradiso 1800 DD G7 no mercado internacional ganha mais um capítulo. Dessa vez, a Marcopolo entregou 29 ônibus do modelo para a Eme Bus Transportes, uma das principais empresas de transporte de pessoas do Chile. A aquisição faz parte do contínuo processo de renovação de frota, realizado a cada três anos. Para o diretor de operações comerciais da Marcopolo, Paulo Corso, o negócio destaca a excelente aceitação do Paradiso 1800 DD no mundo. “Os ônibus de dois andares proporcionam ainda mais conforto, sofisticação e comodidade aos passageiros, e são ideais para as linhas rodoviárias de médias e longas distâncias”, comenta o executivo. Um grande evento apresentou os veículos, que representam um marco na história da empresa chilena. “Essa é uma grande conquista alcançada por nossa empresa. É o resultado do trabalho de muitos, particularmente de nossos motoristas, a quem agradecemos pela dedicação”, afirmou o proprietário da Eme Bus, Mario Patricio Muñoz. Os ônibus contam ainda com sistema de ar-condicionado e poltronas nas versões leito e semileito. Possuem ainda câmera exclusiva e inteligente no para-brisa, que permite o monitoramento de toda a viagem.

Antes mesmo da abertura oficial do Salão Internacional de Johannesburg (JIMS), na África do Sul, no dia 18 de outubro, a Marcopolo South África recebeu em seu espaço clientes especialmente convidados para apresentar em primeira mão sua linha de produtos. Entre eles estavam os modelos Paradiso 1200, 1600 e 1800 da Geração 7, além do Gran Viale BRT, produzido para o projeto Rea Vaya, implantado em Johannesburgo. Durante os 11 dias do evento, clientes de diferentes partes da África do Sul também puderem conhecer os ônibus da fabricante brasileira e receber informações sobre os modelos e possibilidades de negócios com a empresa. Representantes de países vizinhos como Zimbabwe, Zâmbia, Tanzânia, Botswana, Mocambique e Namibia também se fizeram presentes no estande da Marcopolo. Cerca de 250 mil pessoas passaram pela feira, que acontece a cada dois anos e se destaca como o maior evento internacional de veículos na África do Sul.

Diego Vieira

Caravana Volvo Sucesso no Brasil, onde teve início, e no Peru, a Caravana Volvo chegou ao Chile no mês de novembro. Com a proposta de passar pelas principais cidades de um país, a promoção tem o objetivo de apresentar a nova linha de chassis Euro 5, permitindo que os clientes confiram toda a tecnologia aplicada. A aventura que cruzou o país contou com um modelo Paradiso 1800 G7 Marcopolo. Foram visitadas quatro regiões com potencial de crescimento: Iquique e Calama (Norte); Concepción e Puerto Montt (Sul), além de Santiago, a última parada. A promoção reúne mais de 400 pessoas, entre empresários, autoridades, clientes e jornalistas de cada região visitada.

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Visitas Fotos Divulgação Marcopolo

Grupo de clientes argentinos.

Greyhound, da África do Sul.

Bonny Way Motors, da Nigéria, com o diretor Paulo Corso.

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Empresa Linea, do Peru.

Intercape, da África do Sul.


Cliente da Cutsa, do Uruguai.

Clientes de Manaus.

Empresa Sograta, do Gab達o, na Marcopolo Rio.

Empresa Barroso.

ANTT e Abrati.

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Marcos Labanca

Novidade

Viale DD Sunny nas Cataratas O Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, está com o ar mais limpo desde o dia 8 de outubro, quando começaram a circular os ônibus com tecnologia híbrida da Marcopolo. Cinco modelos Viale DD Sunny passaram a integrar a frota que faz o transporte de turistas dentro da unidade de conservação. Adquiridos pela concessionária Cataratas do Iguaçu, os veículos combinam motores biodiesel e elétrico, reduzindo em 50% a emissão de gases poluentes em relação aos ônibus com tecnologia Euro 5. Se comparados aos Euro 3, que atualmente circulam no parque, o percentual é ainda maior, chega a 90%. Double deck, com teto retrátil e vista panorâ-

mica para todos os ocupantes, o Viale DD Sunny representa o atendimento a um nicho de mercado que tem crescido com força no país: o turismo. Para o diretor de operações comerciais da Marcopolo, Paulo Corso, o modelo representa um grande desafio para todos os envolvidos, pelo ineditismo do projeto e benefícios que proporciona ao meio ambiente. Além de uma das Sete Maravilhas da Natureza, as Cataratas do Iguaçu, a área possui o maior remanescente de Mata Atlântica da região Sul do Brasil. Cerca de 1,2 milhão de pessoas por ano, o equivalente a 80% do total de turistas, utilizam os ônibus que circulam pelo parque

Memória

Primeiro representante da Geração IV de ônibus Marcopolo, o Torino foi concebido para atender ao transporte coletivo urbano, em 1983. Criado para concorrer com os mais modernos veículos da categoria em termos de resistência, funcionalidade e estilo, engajava-se no conceito Sistema Tecnológico de Transportes, que já integrava a marca de inovação da fabricante.

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Acervo Marcopolo



Novo Torino

Desde 1983.

Respeite a sinalização de trânsito.

A evolução de um clássico.


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