Viajante Ano III - Edição nº 11 - fevereiro | março 2014
Caxias em festa
Marcopolo completa 65 anos e inicia comemorações na Festa da Uva
Expediente
4. Conjuntura
A Revista Viajante é uma publicação trimestral da Marcopolo Coordenação Geral Marketing Marcopolo Conselho Editorial Andre Luis de Oliveira, José Carlos Secco, Méri Steiner, Paulo Corso, Ricardo Portolan, João Paulo Ledur, Humberto Oselame e Walter Cruz Site www.marcopolo.com.br Endereços Unidade Ana Rech Av. Rio Branco, 4889 Bairro Ana Rech Caxias do Sul - RS - Brasil CEP 95060-145 Fones: (0800) 702-7070 (Brasil) ou +55. 54. 2101.4000 (outros países) E-mail: contato@marcopolo.com.br Unidade Planalto Av. Marcopolo, 280 - Bairro Planalto Caxias do Sul - RS - Brasil CEP: 95086-200 Fones: (0800) 702-7070 (Brasil) ou +55. 54. 2101.4000 (outros países) E-mail: contato@marcopolo.com.br
Sucessão e governança
6. Especial
65 anos da Marcopolo
8. Turismo
A herança imigrante
11. Gastronomia
Galeto al primo canto
12. Entrevista
Auto Buses Quirquincho, da Bolívia
16. Representante
Orion Buses, da Bolívia
17. Artigo
Jornalista Antonio Ferro Coordenação, Produção e Edição Invox Mais Comunicação Rua Bento Gonçalves, 2221, sala 502 Centro | Caxias do Sul | RS (54) 3028.2868 invox@invoxcomunica.com.br Jornalistas Responsáveis Adriana Schio MTB RS 8107 Simoni Schiavo MTB RS 8821 Projeto Gráfico Invox Mais Comunicação Foto de Capa Julio Soares/Objetiva Impressão Cromo Gráfica e Editora Distribuição gratuita
Proibida a reprodução sem autorização prévia e expressa. Todos os direitos são reservados.
18. Gestão e Liderança Consultora Leticia Costa
21. Prêmio
Viale BRT conquista iF Product Design
22. Mundo Marcopolo
Estreia no Gabão
24. Novidades
Novo Torino em Caxias
Editorial
Julio Soares/Objetiva
Mais um ano de uma bonita e rica história Em agosto, completaremos 65 anos. E já demos início à celebração dessa importante data com os lançamentos do selo de aniversário e do calendário 2014. Mesmo para uma empresa em atividade há tanto tempo, cada novo ano de vida é muito importante e deve ser celebrado, pois a cada ano são novos desafios – sempre maiores – a vencer. Fidelizar o cliente, desenvolver e lançar continuamente novos e melhores produtos, ter gestão que foque a sustentabilidade e o bem-estar das pessoas, do meio ambiente e do negócio e estar atentos ao nosso papel em cada uma das comunidades onde estamos inseridos são só algumas das atribuições do dia a dia e também do “ano a ano” que vivemos. Chegar aos 65 anos é admirável, não pelo tempo somente, mas por tudo que foi, é e ainda será construído por todos nós da Marcopolo. Construído para o cliente, para a mobilidade, para a excelência, para a comunidade. Quantas horas de trabalho e quantas mãos foram necessárias para fazer sair de nossas linhas um único ônibus? Imaginem mais de 30 mil por ano! Por isso, acredito fortemente que, mais que um grande fabricante mundial de carrocerias de ônibus e de soluções para o transporte coletivo, tudo isso faz de nós uma nação, a nação Marcopolo, com milhares de indivíduos unidos por um ideal comum. E é esse ideal comum que nos movimenta, sempre para frente, na conquista de novas metas, mas sem esquecer e valorizar a nossa bela e rica história. Em nome dessa história estamos, novamente, na Festa da Uva que, assim como a Marcopolo, não é mais de Caxias do Sul e, sim, do Brasil e do mundo. São milhares de pessoas e turistas visitando e conhecendo a cultura, os costumes e as tradições do povo e da região, que de tão fortes viraram referência nacional, quer pela beleza, riqueza, fibra e pela pujança de sua economia. O ano começa com vários motivos para celebrarmos e, acredito, será de crescimento, de aprimoramento, com importantes novidades e novas conquistas para todos. Boa leitura e um próspero 2014!
Mauro Bellini Presidente do Conselho de Administração
Conjuntura
Sucessão e governança, dois grandes desafios Um dos maiores desafios ao longo da vida de uma companhia está em como fazer a preparação e executar um programa de sucessão. Essa é uma fase bastante difícil, que requer muita atenção e habilidade dos gestores para que todo o processo não afete o dia a dia da empresa, os negócios com os clientes e até o relacionamento entre os executivos e o grupo controlador. Carlos Zignani, diretor de Relações com Investidores da Marcopolo, comenta sobre os aspectos mais relevantes e as ações que podem colaborar e serem fundamentais no sucesso de implementação de um programa de sucessão e governança. Segundo Zignani, trata-se de uma fase complicada e que precisa ser muito bem planejada. “As empresas acabam pecando por não deixar pronto todo o processo, com destaque para a governança e preparação de todas as pessoas envolvidas, dos executivos aos sucedidos, passando pelos sucessores, que podem ser familiares ou terceiros.” Ele enfatiza que o programa de sucessão demanda tempo, paciência e envolve vários passos, sendo necessário preparar tanto o sucessor quanto o sucedido. “Também existe um ‘rito de passagem’ durante o qual o sucedido vai passando as atribuições e responsabilidades para o sucessor. Essa passagem é muito difícil, pois a experiência e o conhecimento são intangíveis e, muitas vezes, não ‘repassáveis’ diretamente ou de maneira factível”, explica Zignani. De acordo com o diretor, é importante trabalhar o sucedido, que está na ativa, para que ele vá, aos poucos, passando todas as atribuições ao sucessor. “O sucedido pode e deve fazer o papel de coach (treinador) do sucessor, facilitando, assim, a conduta ao novo posto.”
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Julio Soares/Objetiva
A sucessão na Marcopolo Na Marcopolo, o programa de sucessão teve início em 2004, oito anos antes da sua execução. “O processo iniciou-se com a definição, dentro do grupo de controladores, de quais poderiam ser os sucessores. Foi elaborado o plano de preparação e treinamento dos candidatos e, após, definido o candidato. O segundo passo foi a criação, em 2005, do Código de Conduta, para dirimir conflitos e dar direcionamento às ações e ao posicionamento da empresa. O terceiro passo teve início em 2006, com a preparação e formação do sucessor, inclusive nos aspectos psicológicos, técnicos e de liderança, necessários ao novo papel. Foram ainda contratados consultores externos para fazer o coaching do sucessor”, explica Zignani. “Ao longo do tempo, a empresa foi sendo preparada para a sucessão. A profissionalização da diretoria executiva e o fortalecimento dos conceitos e estrutura de governança foram passos importantes. Tanto quanto a redefinição das atribuições dos conselheiros e a criação de comitês para dar suporte ao Conselho de Administração, do qual participam o grupo de controladores, conselheiros profissionais e os próprios executivos da companhia.”
"Um programa de sucessão demanda tempo, paciência e envolve vários passos, sendo necessário preparar tanto o sucessor quanto o sucedido. Na Marcopolo, esse processo começou ainda em 2004, oito anos antes do início de sua execução." É preciso criar estruturas para que a empresa ande com as “próprias pernas”, com os órgãos de governança atuando na área estratégica e cobrando resultados dos executivos. Para o êxito do processo é premente que, na definição dos sucessores, se analise o perfil, habilidades, vocação e compatibilidade com o cargo que irá assumir. Na Marcopolo, o tema envolveu ainda a profissionalização do Conselho de Administração, onde cinco dos sete conselheiros são externos. “Outro detalhe importante é separar os temas e as questões familiares da rotina da empresa. Os papéis do presidente do Conselho e do executivo líder da companhia devem ser ocupados por diferentes pessoas, além de comprometer os executivos na preparação do sucessor, para haver integração, harmonia e alinhamento”, enfatiza o diretor. Segundo Zignani, o processo de sucessão na Marcopolo está em fase final. “Destaco entre os principais aspectos o acerto na escolha do sucessor e a preparação do sucedido, com a compreensão do processo e cumprimento do ‘ritual de passagem’. Importantíssimo também foi a definição do novo papel do sucedido, eleito presidente emérito da empresa*, e a perfeita harmonia com a diretoria executiva na tomada de decisões. Agora, o momento é de consolidação das decisões e solidificação de toda a nova estrutura”, finaliza Zignani.
*Atribuições do presidente emérito da Marcopolo, Paulo Bellini: zelar pela preservação da cultura da Marcopolo, visando ao fortalecimento dos valores e princípios éticos da sociedade; contribuir para fortalecer as ações voltadas à gestão de pessoas, para garantir a permanente motivação dos colaboradores, e atuar como mentor dos executivos da sociedade.
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Especial
1949 - Nicola e Cia, com sede na esquina das ruas 13 de maio e Os 18 do Forte
Marcopolo dá início às comemorações de seus 65 anos
1961 - Primeiro contrato de exportação
Ao longo deste ano, a empresa promoverá diversas ações em todas as plantas no Brasil, com destaque para a cidade sede, Caxias do Sul
1968 - Lançamento do ônibus Marcopolo
1971 - Primeiro contrato de transferência de tecnologia 1998 - Lançamento do Miniônibus Volare
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1960 - Ônibus carroceria Nicola
Com o lançamento do selo comemorativo de 65 anos e do calendário 2014, a Marcopolo iniciou as comemorações do aniversário da empresa, que será celebrado no próximo mês de agosto. Serão promovidas, durante todo o ano, diversas ações em todas as plantas no Brasil para destacar sua trajetória de sucesso e a participação das pessoas na história da empresa. A Festa da Uva 2014 é um dos eventos que terá como mote os 65 anos. A empresa desenvolveu um estande com atrações 1998 - Produção do ônibus 100 mil
Fotos acervo Marcopolo Julio Soares/ Objetiva
Início dos anos 60, linha de produção
alusivas à data, com a exposição de algumas das imagens mais marcantes e importantes dessa trajetória de mais de seis décadas. De acordo com Walter Cruz, gerente de marketing corporativo da Marcopolo, a celebração dos 65 anos já a partir da Festa da Uva dá a oportunidade para promover a interação com a comunidade, clientes e também com os seus colaboradores. “Todas as nossas ações terão como fundo os 65 anos. Desde os materiais publicitários e promocionais até a comunicação da empresa com todos os seus públicos. Afinal, mesmo para uma empresa em atividade há tanto tempo, cada aniversário é muito importante e deve ser celebrado”, enfatiza. Para o público interno, as duas principais ações comemorativas são o Prêmio Honra ao Mérito e o Dia do Colaborador, que acontecerão no segundo semestre. Em sua 29ª edição, o Honra ao Mérito já concedeu mais de 20 mil homenagens aos colaboradores de todas as unidades do Brasil, onde são homenageadas as pessoas com cinco, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40 e 50 anos na Marcopolo. Já o Dia do Colaborador é promovido em 6 de agosto, data de aniversário da Marcopolo, e é totalmente voltado para as pessoas que fazem o dia a dia da empresa. São preparadas atrações diferenciadas e refeições especiais nos restaurantes das diversas unidades. Música ao vivo e a apresentação de um vídeo com mensagens dos colaboradores para seus colegas parabenizando pela data também fazem parte da festa. Cada colaborador recebe, ainda, um presente alusivo à data.
1957 - Transferência da Nicola e Cia. para nova fábrica, no bairro Planalto, em Caxias
1977 - Assembleia Acionista
1981 - Inauguração da Unidade Ana Rech
1986 - Missão técnica de estudo ao Japão sobre a filosofia japonesa de administração Julio Soares/ Objetiva
2004 Marcopolo eleita fabricante de Ônibus do Ano, na Europa. Prêmio concedido pela FBAA
2013 Lançamento do livro Marcopolo, de Paulo Bellini
2010 - Evento SIMPS, que reuniu 7,2 mil colaboradores da Marcopolo de Caxias do Sul
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Turismo
História construída por mãos imigrantes
Monumento Nacional ao Imigrante
As atrações para os turistas que visitarem a 30ª Festa da Uva vão além do parque de exposições. Com o tema Na Alegria da Diversidade, o evento chama a atenção para quem construiu a cidade. E, além do principal símbolo de sua história, o Monumento Nacional ao Imigrante, muitos são os lugares que levam a uma viagem através da tradição, da fé e de conquistas Caxias está em festa. De 20 de fevereiro a 9 de março, a cidade celebra a 30ª Festa Nacional da Uva com o tema Na Alegria da Diversidade e com a expectativa de superar o público de 805 mil pessoas registrado na edição de 2012. Mas, além das inúmeras atrações do maior evento comunitário do Sul do país, o segundo polo metal mecânico do Brasil e um dos maiores da América Latina tem um roteiro de atrações de tirar o fôlego. Colonizada por imigrantes italianos, que chegaram à região a partir de 1875, o destaque turístico fica por conta da preservação de suas tradições. Conhecer Caxias do Sul é experimentar uma viagem a um passado de conquistas e de muito trabalho dos imigrantes, em sua grande maioria italianos, da região do Vêneto, mas também de alemães, franceses, espanhóis e polacos, que cruzaram o mar e subiram a Serra Gaúcha desbravando uma área ainda quase inteiramente virgem. Várias outras culturas ajudaram a construir Caxias do Sul e, desde 1953, todas elas são homenageadas pelo Monumento Nacional ao Imigrante, que completa 60 anos neste mês de fevereiro.
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Fotos acervo Semtur
Monumento Nacional ao Imigrante Inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas durante a Festa da Uva de 1954, o Monumento Nacional ao Imigrante completa 60 anos no dia 28 de fevereiro. Criado pelo escultor Antonio Caringi (Pelotas-RS), que ganhou o concurso para escolha do melhor projeto para homenagear os imigrantes italianos, teve seu objetivo inicial alterado e, desde 1953, representa todas as etnias que contribuíram para a povoação e progresso do Brasil. Dessa forma, passou a ser um monumento nacional. Com 4,5 metros de altura, retrata um casal de agricultores com uma criança nos braços da mulher, em bronze. Atrás das figuras, ergue-se um obelisco e, nas laterais, duas grandes escadarias. Na cripta, parte inferior das esculturas, está o Museu do Imigrante, com a exposição do trabalho relativo às mulheres caxienses e sua contribuição para a crescente evolução da cidade. Pavilhões da Festa da Uva Com uma localização privilegiada, oferecendo uma vista panorâmica da cidade e cercado por uma ampla área verde em quase 370 mil metros quadrados, o Parque de Exposições Mário Bernardino Ramos é palco dos principais eventos de Caxias do Sul. Construído para abrigar a Festa da Uva de 1975, que celebraria o centenário da chegada dos imigrantes à Serra Gaúcha, o lugar é conhecido até hoje como pavilhões da Festa da Uva. Além da infraestrutura para os mais diferentes tipos de eventos, o lugar abriga recantos de arte, tradição, história e da fé da comunidade. Passeando pelo parque, é possível apreciar as Réplicas de Caxias em 1875, o Espetáculo Som & Luz, a Gruta de Nossa Senhora de Caravaggio, o Monumento Jesus Terceiro Milênio, a Via Sacra e o Museu Atellier Zambelli.
Igreja São Pelegrino Famosa pelas obras de arte de Aldo Locatelli, a Igreja São Pelegrino está vinculada à devoção ao santo no início da imigração italiana. Originalmente, foi criado um capitel, depois a Capelinha de Madeira e a Igreja de Madeira, em 1938. A Igreja Matriz foi inaugurada em 1953, como Paróquia São Pelegrino. No interior, em 1951, Locatelli pintou o mural da Santa Ceia, de 90 metros quadrados, ladeada pela Aparição do Sagrado Coração de Jesus à Santa Margarida Maria Alecoque e pela Aparição de Nossa Senhora de Caravaggio à Joaneta. Os murais também cobrem todo o teto da igreja, ilustrando a Criação do Cosmo, a Criação da Mulher, a Expulsão do Paraíso e o Juízo Final, rodeados de uma série de caixotões com imagens inspiradas no hino Dies irae. Seus trabalhos se prolongaram até 1960 com as telas da Via Sacra, que mostram alta dramaticidade. Réplica de Caxias do Sul em 1875, nos pavilhões da Festa da Uva
Luiz Chaves
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Turismo
Casa de Pedra
Luiz Chaves
Museu de Ambiência Casa de Pedra Construída na penúltima fase do século 19, a Casa de Pedra foi transformada em museu em 1975 e destina-se a reconstituir o modo de vida doméstico do início da colonização italiana na cidade. Possui um acervo de peças doadas pela comunidade que inclui móveis, utensílios domésticos, peças de vestuário e de artes manuais, além de instrumentos agrícolas e da indústria caseira. A principal atração, no entanto, é o prédio histórico. Com dois pisos, a construção é quase toda de basalto rejuntado com barro. As aberturas são de pinho e fixadas em tijolos artesanais. No primeiro pavimento encontram-se uma sala e a cozinha, além do forno para pão do lado externo. No andar superior, o antigo e único dormitório.
Cantina Tonet Na Cantina Tonet, o visitante terá uma autêntica experiência colonial. Localizada no roteiro turístico Estrada do Imigrante, o prédio preserva os aspectos rústicos na sua arquitetura. Construída em pedras, proporciona ao visitante um encontro com o passado e com a cultura italiana trazida pelos primeiros colonizadores. Durante a safra da uva, de janeiro a março, o lugar oferece um programa diferenciado: com música típica italiana e gauchesca, os turistas são recepcionados pela família Tonet para um passeio especial, quando andam por entre as videiras e conhecem as variedades de uvas, processos de cultivo e podem degustar a fruta diretamente da parreira. Divulgação Cantina Tonet
Cantina Tonet
Mais informações: www.caxias.rs.gov.br/turismo (54) 3222.1875
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Gastronomia
Um símbolo de festa Símbolo da gastronomia de Caxias do Sul e da Serra Gaúcha, o galeto al primo canto nasceu há mais de seis décadas. Comerciante experiente, Lauthério Peccini queria oferecer aos clientes almoços e jantares que lembrassem os da colônia, realizados pelos imigrantes italianos quando queriam comemorar. Baseado nas impressões de sua infância vivida no interior, Lauthério criou o prato, que define frangos abatidos entre 25 e 28 dias de vida e que pesam
cerca de meio quilo. Acompanhado de massa, polenta, radicci e batata com maionese, o galeto se transformou num símbolo da região, sendo servido comercialmente pela primeira vez em 1950 e dando origem a um termo que não consta nos dicionários: galeteria. Em Caxias do Sul, um dos galetos al primo canto mais tradicionais é o da Galeteria Alvorada, que serve a iguaria a quase 60 anos e nos conta, através de sua receita, o segredo desse sucesso. Julio Soares/Objetiva
Galeto al primo canto Ingredientes 10 galetos (600g cada) 150g de sal médio 100g de sálvia picada 10g de pimenta do reino 2 dentes de alho médios 10g de pimenta malagueta amarela picada 500ml de vinho branco seco (preferência moscato)
Modo de preparo Triture o alho com um pouco de água no liquidificador até virar uma pasta. Misture-a com o sal e a pimenta do reino até ficar bem homogêneo. Em um recipiente, coloque os galetos cortados na metade até preencher o fundo. Espalhe uma camada do sal temperado junto com a sálvia picada e a pimenta malaguenha picada. Repita o processo formando camadas até usar todas as metades e todo o tempero. Acrescente o vinho branco e mexa até que todas as partes fiquem bem temperadas. Deixe descansar por alguns minutos e espete, levando ao fogo da churrasqueira logo em seguida.
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Entrevista
Modernidade, excelência e diferenciais para os clientes Em operação desde 2008 no mercado de transporte internacional de passageiros, a Auto Buses Quirquincho, da Bolívia, tem no compromisso com a qualidade e a excelência seu maior diferencial. Equipada com modernos veículos e sempre atenta às novidades, a empresa fundada e comandada pelo casal Rene Caceres Choque e Asunta de Caceres opera rotas que interligam Bolívia e Argentina e tem planos de expandir o mercado atendido com destinos a outros países da América do Sul, inclusive o Brasil. Com a finalidade de atender cada vez melhor e de forma mais abrangente o público, a Quirquincho conta com uma frota de ônibus Double Decker 100% Marcopolo. Recentemente adquiriu quatro Paradiso 1800 DD, chassi 8x2, estreando o modelo na Bolívia. Até o final do ano, pretende investir em outras seis unidades, totalizando 40 ônibus. O propósito da empresa dirigida pela família Caceres é oferecer a seus passageiros de viagens de longa distância o que há de mais moderno quando o assunto é conforto, comodidade e segurança. De acordo com o gerente regional, Erik Caceres, a excelência dos serviços, com ônibus modernos e uma equipe qualificada, é a principal missão da companhia. VJ: Como começou a trajetória da Auto Buses Quirquincho, em 2008? Erik Caceres: Nossa empresa começou a operar com muito esforço e sacrifício de toda a família Caceres. Era apenas um ônibus, um Marcopolo Paradiso, e somente uma rota de serviço, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para Buenos Aires, na Argentina. Os sócios fundadores foram Rene Caceres Choque e sua esposa, Asunta de Caceres. VJ: Qual a missão e o compromisso da empresa? Caceres: O compromisso da nossa empresa é oferecer comodidade, segurança e um excelente serviço a nossos clientes, com ônibus modernos e pessoal capacitado em atender de forma especializada e atenciosa ao público.
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VJ: Como a empresa está posicionada no mercado da Bolívia? Caceres: A empresa se encontra, atualmente, como a número um no serviço de transporte de passageiros da Bolívia para a Argentina, com ônibus com acabamento premium e cama leito de alto nível. Somos a única empresa boliviana que opera internacionalmente com os ônibus Marcopolo mais modernos do mundo. Hoje temos rotas que partem de Buenos Aires a Santa Cruz de la Sierra, La Paz, Oruro, Potosí, Sucre e Villazón. Dispomos, ainda, de rotas de Santa Cruz de la Sierra a Córdoba e Mendoza. VJ: Que valores e diferenciais garantem à Quirquincho esse lugar de destaque no mercado? Caceres: O que nos diferencia das demais empresas do segmento é a atenção ao cliente e o bom tratamento aos usuários que constantemente viajam conosco, além do serviço de bordo que oferecemos durante a viagem. Entre Santa Cruz de la Sierra e Buenos Aires são servidas seis refeições, por exemplo. VJ: Qual a estrutura da companhia? Caceres: Contamos com mais de 250 empregados em toda a Bolívia e parte da Argentina. Ainda dispomos de 30 unidades de ônibus Marcopolo do mais alto nível, todos com excelentes equipamentos à bordo – bar, juicers, geladeira, sanitário, ar-condicionado, calefação e sistema de áudio e vídeo. São carros completos que oferecem um serviço premium para os passageiros da rota Bolívia-Argentina. VJ: Por que a Auto Buses Quirquincho escolheu a Marcopolo? Caceres: Escolhemos a Marcopolo pela qualidade do material que utiliza na fabricação de seus produtos, garantindo longa vida útil aos ônibus, e pelos modernos modelos G7. São ônibus que chamam a atenção das pessoas e as motiva a viajar e experimentar todas as comodidades.
Acervo Marcopolo
VJ: O representante local da Marcopolo inaugurou nova sede. Quais as expectativas para essa nova fase? Caceres: Nossas expectativas com a Orion são de que os serviços de manutenção dos ônibus fiquem ainda melhores e de que atendam às nossas necessidades. VJ: Quais os principais desafios e metas para o ano que começa? Caceres: Nossa meta é chegar a ser um modelo de empresa na Bolívia e em todo o Mercosul, o que inclui Chile, Paraguai, Argentina e Brasil, com um excelente serviço e uma moderna frota totalmente equipada para todas as necessidades e exigências dos passageiros que gostam de viajar longas distâncias. VJ: Que novidades a Quirquincho reserva para os próximos meses? Caceres: Nesse momento estamos com o pro-
jeto de trazer pela primeira vez para a Bolívia os ônibus Paradiso 1800 DD, mais seguros e estáveis, para uma viagem muito mais agradável e satisfatória para nossos clientes. Estamos adquirindo quatro unidades desse modelo, previstos para chegar em maio. Serão os primeiros chassi 8x2 zero quilômetro da Bolívia e terão detalhes internos únicos. Até o final do ano, a ideia é brindar os clientes com mais seis unidades, totalizando 40 ônibus, todos Marcopolo. VJ: Quais as perspectivas da empresa para os próximos anos? Caceres: Nossa perspectiva é operar em toda a Bolívia e América do Sul com ônibus totalmente modernos e com um serviço excelente ao cliente, contando com 100% dos ônibus da última geração G7. As novas e equipadas unidades que encomendamos vão nos permitir permanecer na competição com as demais empresas, já que estaremos oferecendo uma comodidade única ao cliente.
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A Visate, empresa de transporte coletivo de Caxias do Sul, adquiriu 20 novos Torino, o urbano mais bem-sucedido de toda a histĂłria da indĂşstria automobilĂstica brasileira
Julio Soares/Objetiva
Representante
Nova sede reflete evolução Representante da Marcopolo na Bolívia, Orion Buses investe em infraestrutura e planeja linha de crédito para os clientes Nascida Brasibol Bus, em novembro de 2007, a representante boliviana da Marcopolo passou a se chamar Orion Buses e Implementos Rodoviarios em julho de 2013. A nova identidade ganhou força com a inauguração de sua nova sede, em janeiro deste ano, e tem o objetivo de refletir a evolução da empresa nesses quase sete anos de trajetória. “O nome apresenta todos os atributos que valorizamos: força, porte e visibilidade”, explicam os sócios Carlos Valverde de los Rios, Edith Valverde Gonzales e Marcelo Valverde Gonzales. A experiência no setor, porém, soma algumas décadas. Fundador da empresa, Carlos Valverde trabalhou por mais de 20 anos para os escritórios da Scania e da Volvo. Como vendedor dos chassis das marcas, reuniu um amplo conhecimento do mercado boliviano e também da Marcopolo, motivando o convite para representar a companhia brasileira naquele país. Entre as muitas conquistas, Valverde lembra do início das vendas de ônibus novos. “O mercado da
Bolívia era muito incipiente, tanto que entre 2000 e 2007 nenhuma venda de ônibus zero quilômetro foi realizada. A partir do nosso trabalho, as empresas começaram a mudar esse comportamento, passando a comprar apenas unidades novas.” Além de expandir o mercado entre os clientes tradicionais, Valverde apresentou o produto para pequenos empresários, que iniciavam seus negócios com apenas um ônibus, e as vendas cresceram exponencialmente. O sucesso está baseado na forma de trabalho, que compreende o assessoramento integral e personalizado durante todo o processo de compra e uso dos veículos. “Não se trata apenas de ajudar na melhor configuração do modelo, mas de buscar o melhor veículo, as alternativas financeiras, a administração aduaneira, a gestão bancária e, claro, o pós-venda”, destaca Marcelo. Com atuação de distribuidora, a Orion também está habilitada a participar de processos licitatórios de maior envergadura. Por isso, investe em infraestrutura física e organizacional. A curto/médio prazo, pretende abrir uma linha de crédito para os clientes e sucursais em pontos estratégicos da Bolívia, como La Paz e Cochabamba. Nos planos ainda está a expectativa de repetir o número de unidades vendidas no ano passado e abrir o segmento de ônibus urbanos no país. Fotografiía Lola Producciones SRL
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Artigo Acervo pesoal
Antonio Ferro Editor da revista Autobus
"Com o BRT as pessoas podem ter qualidade de vida. É um exemplo de transporte coletivo rápido e eficiente."
BRT: gênesis brasileira, escolha do mundo É notório que o transporte coletivo urbano feito pelo ônibus configurou-se como o verdadeiro calcanhar de Aquiles das cidades. E, no sentido de se conseguir a melhoria desse modal do transporte público, proporcionando aos cidadãos mais dignidade em seus atos de ir e vir por uma opção democrática, um conceito de serviço tem sido muito lembrado como uma das soluções para a problemática da mobilidade urbana. É o Bus Rapid Transit (BRT), conceito que promove um alto desempenho aos sistemas de transporte sobre pneus, o que pode significar uma renovação de caráter moderno e econômico a um empobrecido modelo de deslocamento coletivo. De acordo com a definição mais usual no momento, o BRT presta um serviço rápido e eficiente por uma infraestrutura exclusiva e prioritária, trazendo amplos benefícios operacionais e ambientais. A essência de um projeto bem elaborado adota linhas troncais por vias totalmente segregadas, com maior velocidade e prioridade aos ônibus; integração física por intermédio dos serviços alimentadores; acessibilidade rápida e facilitada por meio de cobrança antecipada e estações modernas; marketing e comunicação. E não é à toa que um bom produto não sobrevive sem uma ação eficiente de marketing nos dias de hoje. As suas características primordiais devem ser enfatizadas pela comunicação ao cliente final, que também deve ter um espaço, essencial, para mostrar a sua satisfação ou insatisfação com o bem adquirido, sendo respondido adequadamente. Com o transporte público, essa é uma situação que tende a ser o grande mote atual para se manter níveis aceitáveis de qualidade em toda a sua rede. O desafio para um novo paradigma de transporte
público é enorme. O que falta é uma maior presença do planejador urbano e público, que não tenha receio em inovar para melhorar uma situação que chegou ao insuportável em determinados locais, a exemplo de São Paulo. Os sistemas rápidos de ônibus contribuem de maneira muito próxima aos modais férreos – trens e metrôs –, com custos sensivelmente menores. Outro detalhe é que essa modalidade de transporte pode ter um caráter muito atrativo ecologicamente, pois as configurações atuais dos veículos permitem tipos variados de tração com baixo impacto ao ambiente, como é o caso dos ônibus híbridos (diesel/elétrico), totalmente elétricos (trólebus), os movidos por combustíveis verdes (etanol e diesel da cana-de-açúcar) e gás natural. Com o BRT as pessoas podem ter qualidade de vida, pois têm ao alcance um maior tempo para descansar, dormir, ficar com a família, estudar e trabalhar em condições melhores. Afinal, esse conceito é um exemplo de transporte coletivo rápido e eficiente, no qual conta são as vantagens e os benefícios, não só ambientais, mas também econômicos. O transporte urbano feito pelo ônibus no Brasil poderá ser muito beneficiado com a construção de 250 quilômetros de BRT em 2014 e, até 2016, deverão ser inaugurados outros 1.272 quilômetros de corredores exclusivos. Cerca de 9 mil novos ônibus entrarão em operação e serão construídos cerca de 440 estações e 60 terminais. Em todo o mundo, 147 cidades têm algum corredor nos moldes do sistema BRT, com cerca de 3.750 quilômetros de vias dedicadas. Outras 21 localidades estão expandindo seus sistemas. Em outros 84 municípios há projetos ou construções de novos corredores.
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Gestão e Liderança
Competitividade exige qualidade de gestão Uma das maiores especialistas em setor automotivo no país, Leticia Costa defende que aumentar a rentabilidade das empresas brasileiras depende da melhoria da produtividade Sócia-diretora da Prada Assessoria, sediada em São Paulo, Leticia Costa é reconhecida como uma das maiores especialistas do setor automotivo do Brasil, palestrando em fóruns e encontros do segmento e atuando como consultora especializada junto a empresas de todo o país. Ao projetar cenários e desafios para o ano, a engenheira de produção com MBA pela Cornell University (EUA) acredita que cada vez mais as empresas necessitam focar em melhorias na gestão e na liderança em busca de melhores resultados. Para ter mais competitividade, gestores públicos e privados precisam contribuir para a melhoria da produtividade, qualidade e condições de fazer negócios. Competitividade como desafio A competitividade é um desafio porque hoje, na média, os fabricantes no Brasil têm baixo nível de competitividade. No curto prazo, não é uma questão fundamental, já que a indústria passou a ser protegida pelo programa Inovar-Auto, no qual o governo coloca 30 pontos percentuais de proteção tributária. Porém, se nada for feito, quando o Inovar-Auto exaurir, a competitividade não vai ter melhorado. A melhoria teria que passar por outras ações do governo, porque parte dessa pauta tem a ver com o fato de o Brasil ser um país muito difícil de fazer negócio, com uma burocracia muito grande e carga tributária elevada. Mas também está relacionada com a busca que as empresas teriam que fazer por um maior nível de produtividade e qualidade. Acho que as empresas no Brasil, às vezes, se acomodam pela proteção do governo e não fazem, necessariamente, a lição de casa. É por isso que, em determinados momentos, enfrentam uma competição que não conseguem bater de frente.
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Inovar-Auto contribui, mas não é solução O Inovar-Auto é necessário, mas não suficiente. Necessário porque permite uma proteção do mercado durante o período de vigência, até 2017, tempo que as empresas têm para ganhar competitividade. Acredito, porém, que o programa não equaciona o problema. Ele dá algum incentivo para a inovação, mas esse incentivo é muito pequeno se comparado às necessidades de inovação no Brasil. Por exemplo, as metas de eficiência energética. Esses motores já existem fora do Brasil, é só uma questão de tropicalização, e o Inovar-Auto não endereça frontalmente as questões de produtividade e qualidade, exceto por algum nível de investimento em processo e treinamento. Mas esses níveis são muito pequenos diante do tamanho da lacuna brasileira. Então ele é importante, mas definitivamente não soluciona a questão de competitividade. Falta lidar com as questões que impedem um maior nível de produtividade. Do ponto de vista do governo, as questões de carga tributária, investimento do governo, burocracia e o custo de financiamento de mais longo prazo. Do ponto de vista das empresas, é preciso que elas saiam da acomodação do mercado protegido para começar a trabalhar mais as questões de produtividade e qualidade de uma forma bem mais intensa do que têm trabalhado nos últimos anos. Como ser mais competitivo É difícil generalizar, porque as empresas têm características muito diferentes, mas a gente tem que reconhecer que o Brasil mudou muito. Há um tempo atrás, a mão de obra brasileira era barata e, portanto, não fazia sentido discutir automação, pois a automação era mais cara que
Julio Soares/Objetiva
"O Inovar-Auto é necessário, mas não suficiente. Necessário porque deve permitir uma proteção do mercado durante seu período de vigência, até 2017. Ele dá algum incentivo para a inovação, mas esse incentivo é muito pequeno se comparado às necessidades do Brasil."
a mão de obra. Acho que no cenário atual, de uma mão de obra cara e, na média, com baixo nível de qualificação, começa a fazer sentido, por exemplo, buscar um nível maior de automação. Outra questão são práticas de qualidade. É preciso começar a trabalhar muito mais um programa de melhoria de qualidade e redução de defeitos do que simplesmente continuar com a filosofia, em grande parte vigente, de controle de qualidade. É preciso adotar também técnicas de gestão que permitam que a produtividade suba, seja ela via incentivos ou mecanismos de planejamento. Há uma gama ampla de ferramentas em busca de produtividade, que passa por treinamento e outras questões. A barreira da qualificação É necessário que o empresário invista em qualificação. Ele não tem muita alternativa porque, infelizmente, o nível de qualificação da mão de obra, na média, é baixo, e a expectativa de que isso vá ser solucionado no curto prazo pelo nosso sistema educacional não existe. Se o empresário não fizer esse investimento de alguma forma, vai ser difícil superar essa barreira. E o papel da gestão e da liderança nesse cenário é fundamental, pois quando falamos em competitividade estamos falando essencialmente de gestão, desde a decisão de investimentos até os treinamentos. E para essa gestão ser efetiva sabemos que a questão de liderança é fundamental. A liderança em qualquer contexto, se bem utilizada, tem a capacidade de mobilizar a organização para determinados objetivos. Essa mobilização, essa compreensão de que nós precisamos buscar melhoria na produtividade, em qualidade, está muito ligada à habilidade do líder da empresa de fazer com que todos reconheçam isso e está também na mão do líder fazer com que as ferramentas estejam disponíveis para que as pessoas possam desempenhar suas funções. Perspectivas para o ano da Copa Aqui precisamos separar o setor automotivo. Em termos de veículos de passageiros, a Copa deve prejudicar a venda. Estou assumindo essa afirmação porque alguns dias de jogos vão se tornar feriados e, portanto, teremos uma redução de dias úteis e de circulação. Para caminhões
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Gestão e Liderança acredito que o impacto será mais limitado. Particularmente para o semipesado e para o pesado, o grande determinante de vendas vai ser a safra e, aparentemente, será uma boa safra, então, os caminhões não devem sofrer tanto. Para ônibus acho que teremos um primeiro semestre melhor, justamente porque como nós não temos uma ampla infraestrutura pública de transporte, se acaba utilizando o ônibus como alternativa. Porém, se olharmos o ano como um todo, não veria grandes expectativas de crescimento. Os investimentos em infraestrutura não estão ocorrendo na velocidade que a gente esperava e os investimentos em logística urbana estão aquém do esperado, tanto que várias obras previstas foram descartadas para a Copa. Eram obras que se previa que ficariam prontas para a inauguração do evento e não vão ficar. Infraestrutura e mobilidade Boa parte do que se esperava que fosse o legado da Copa do Mundo era justamente os investimentos em mobilidade, que não foram realizados e, os que foram, estão atrasados em grande parte. Então, na realidade, esse legado vai ser pequeno. Tem o lado positivo, que pode virar negativo dependendo do contexto. Claramente a Copa trará um fluxo de turistas, o que alimenta a atividade econômica. Um segundo ponto é que, muito embora as obras previstas não tenham sido realizadas, a gente não pode dizer que não houve obras. Dependendo do local que se vá, houve um ganho pelo legado da Copa. E, terceiro, seja isso positivo ou negativo, o Brasil chama mais a atenção do investidor global. Então, pode haver um impacto positivo, mas o impacto de fluxo de turistas é momentâneo. Aquele impacto maior, que seria o legado de infraestrutura, esse, infelizmente, não vai ficar. Panorama para 2014 No cenário mundial, temos a recuperação do mercado americano, o que é um fator bastante positivo. Temos uma China ainda crescendo e uma Europa devagar. Já o cenário brasileiro é um pouco mais complicado, até porque, como observado em 2013, a tendência é de uma ligeira queda de vendas no mercado doméstico. Acredito que o mercado no Brasil nesse ano de 2014 vai ser até mais difícil do que foi em 2013. Embora
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esse não deva ser um ano excepcionalmente bom, também não deve ser ruim. Acho que mais e mais a rentabilidade, seja dos encarroçadores, seja dos distribuidores, vai estar muito relacionada à capacidade e à qualidade de gestão. Acho que, crescentemente, as empresas têm que se focar em gestão e liderança. Mudanças estruturais prioritárias O sistema educacional brasileiro precisa ser fortalecido. Hoje temos um bom número de pessoas na escola, que não se tinha no passado, então, essa questão melhorou bastante. Mas, se formos olhar, na média o brasileiro fica na escola entre 7,2 e 7,4 anos, o que ainda é um número baixo. Precisamos estender esse período educacional e melhorar a qualidade da educação. Essa melhoria passa por treinamento de professores – porque sem o professor é impossível melhorar a qualidade – e controle bem rígido sobre entidades educacionais que, eventualmente, não tenham qualidade suficiente.
"Boa parte do que se esperava que fosse o legado da Copa do Mundo era justamente os investimentos em mobilidade, que não foram realizados e, os que foram, estão atrasados em grande parte. Então, esse legado será pequeno." Qualificação e qualidade nas empresas A chave da qualificação está no processo de recrutamento, mas também em muito investimento em treinamento. Em termos de qualidade, no mercado de ônibus o produto final não está em situação ruim. O nosso problema é que, para entregar um bom produto temos retrabalho e desperdício na cadeia produtiva, o que gera um custo muito alto. O foco para a melhoria de qualidade deveria ser justamente a redução do desperdício. A Marcopolo, em particular no Brasil, sofre menos com isso porque tem uma fábrica altamente verticalizada em Caxias do Sul, sendo fornecedora dela mesma em vários componentes, mas na hora que se tem uma dependência de um número maior de fornecedores, isso se torna um grande desafio.
Prêmio
Viale BRT conquista ‘Oscar’ de design O investimento em design é uma das principais características dos ônibus Marcopolo, que ganham destaque no mundo todo pelas linhas modernas e arrojadas. Diferencial reconhecido recentemente pela certificação mais importante do mundo em desenvolvimento de produtos inovadores, a Industrie Forum Design (iF), da Alemanha. Em fevereiro, a empresa recebe o prêmio iF Product Design Award, que equivale ao Oscar no cinema, na categoria Transportes pelo desenvolvimento do ônibus Viale BRT. Concebido a partir de tendências mundiais em design para o transporte de massa, o veículo se sobressaiu em critérios como grau de inovação, qualidade do design, escolha dos materiais, impacto ambiental, segurança e acessibilidade, entre outros. Gerente Corporativo de Design da Marcopolo,
Petras Amaral comemora a conquista e afirma que o prêmio reflete não apenas a liderança mundial da companhia no segmento de ônibus, mas toda a dedicação dos colaboradores do Marcopolo Design Center para o desenvolvimento de um projeto. “Estamos muito felizes por mais essa conquista. O Viale BRT é o modelo mais avançado já fabricado no Brasil e apresenta diversas inovações e soluções para a mobilidade urbana”, explica o executivo. Com desenho futurista, o Marcopolo Viale BRT reúne todas as exigências dos sistemas de plataformas de embarque de diversos países, podendo ser configurado para atender às necessidades específicas em número de passageiros e acessibilidade. O iF Design Award contou com mais de 4,6 mil inscrições de 55 países e agracia, anualmente, cerca de 100 projetos em 17 categorias.
Memória
Fotos Acervo Marcopolo
Visita do então presidente da República Itamar Franco em Caxias do Sul para a abertura da Festa Nacional da Uva de 1994. Após a solenidade, o chefe de Estado foi recepcionado no estande da Marcopolo pela diretoria da empresa. Na foto, Itamar (C) aparece na companhia de (E para D) Paulo Bellini, do ex-governador Alceu Collares, do ex-prefeito Mário Vanin e de Valter Gomes Pinto
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Mundo Marcopolo
Marcopolo estreia no Gabão A Marcopolo amplia sua presença no mercado mundial com a venda de 149 Torino para o Gabão, na África. A entrega das primeiras 59 unidades do modelo adquiridos pela Sogatra (Société Gabonaise de Transport), uma das principais empresas de transporte de passageiros do país, foi realizada em novembro, na Marcopolo Rio. A companhia tem forte presença no continente africano, mas ainda não havia fornecido ônibus para o Gabão. “A África apresenta potencial de crescimento muito grande para a utilização do ônibus, e o Gabão é um importante e estratégico mercado para a ampliação contínua da nossa atuação no continente”, avalia o diretor de operações comerciais, Paulo Corso. Ideal para o transporte urbano de passageiros, o Torino é o ônibus urbano de maior sucesso na história da Marcopolo, em razão de suas características de robustez, versatilidade, baixo custo operacional e elevado valor de revenda. As primeiras unidades fornecidas à Sogatra têm capacidade de transportar 75 passageiros e contam com chassi Mercedes-Benz. A Marcopolo Rio é o centro exclusivo de produção de urbanos, com capacidade para produzir mais de 7,5 mil unidades por ano. A unidade fabril conta com aproximadamente 2,6 mil colaboradores. Divulgação Transpais
Transpais inaugura terminal Instalações modernas, com área para refeições, banheiros, estacionamento gratuito e uma ampla e confortável sala de espera com internet wi-fi traduzem o Terminal Sul, da Transpais, inaugurado em dezembro na cidade de Monterrey, no México. O espaço será utilizado pelos passageiros com rotas para Tampico, Mante, Valles, Victoria, Tamazunchale e Linares.
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Peru recebe 45 Paradiso 1800 DD O Peru é o destino de 45 novos Paradiso 1800 DD. Serão 17 unidades para a Cruz Del Sur, 10 modelos para a Ave Fênix e 18 para a Movil Tours, que fazem parte do processo de renovação de frota das operadoras no país e serão utilizados em linhas internacionais e entre as províncias. O mercado peruano tem crescido ano a ano, tendo como característica a utilização de ônibus com dois andares, um diferencial que propicia maior conforto, segurança e comodidade aos passageiros. A Marcopolo tem uma tradicional parceria com as empresas peruanas, participando continuamente do programa de renovação com modelos de última geração. A nova negociação demonstra a forte presença da fabricante brasileira na América Latina. “Comprova a excelente aceitação e qualidade dos nossos modelos”, afirma o diretor de operações comerciais, Paulo Corso.
Acervo Polomex
Clube América, do México, escolhe Paradiso 1200 A tradicional relação da Marcopolo com os times de futebol continua a atravessar fronteiras. Dessa vez, a empresa assina o ônibus do Club de Fútbol América do México, que joga na primeira divisão do campeonato daquele país, e passa a usar o Paradiso 1200 para o transporte dos jogadores e delegação. A escolha pelo modelo é fruto da parceria firmada entre o clube e a Polomex, joint venture entre a Marcopolo e a Mercedes-Benz para produção de ônibus para o mercado mexicano. O Marcopolo Paradiso 1200 é ideal para o transporte rodoviário de curta, média e longa distâncias. O modelo tem configuração para 47 passageiros, com poltronas executivas, sistema de ar-condicionado, quatro monitores fixos de 15 polegadas, banheiro, câmera auxiliadora de manobras e espaço para acompanhante do motorista.
Novos Paradiso no México
Argentina renova frota
Cem Paradiso 1200 serão integrandos à frota das empresas do Grupo Estrella Blanca, no México. A Polomex fechou a venda e está fazendo a entrega de 20 unidades por mês para as operadoras Transportes Chihuahuenses e Futura. Os veículos serão utilizados no transporte turístico, de fretamento e em linhas intermunicipais e interestaduais. O grande destaque do modelo Paradiso 1200 é o conforto interno para os passageiros. As poltronas, fabricadas com espumas especiais (viscoelástica) na região da cabeça e do pescoço, possuem apoios de pernas e pés com sistema de catraca.
Destaque em exportação de ônibus entre as companhias gaúchas e brasileiras, a Marcopolo foi escolhida por 13 das principais operadoras de transporte da Argentina para renovação de suas frotas. No total, serão 69 Paradiso 1800 DD em diferentes configurações, que serão utilizados em viagens de turismo e em rotas internacionais. Os veículos serão fornecidos para as empresas Colcar Merbus, Crucero Del Norte, Diesel San Miguel, El Pulqui, El Quiaqueno, Empresa Rio Uruguai, Ersa Urbano, Expreso Singer, Jovi Bus SRL, La Union SRL, M. Horianski SRL, Rapido Del Norte e Turismo Arteaga.
Viale BRT em El Salvador
Acervo Marco
polo
O transporte público de San Salvador, capital de El Salvador, está sendo qualificado com 190 Viale BRT. A negociação consolida a Marcopolo como a maior fornecedora de ônibus para os principais sistemas BRT do continente latino-americano. Em janeiro, foram entregues as primeiras 37 unidades do modelo, que vem se destacando como a melhor solução para o sistema coletivo no mundo. A fabricante já participa ativamente dos sistemas de cidades como Goiânia e Manaus, no Brasil, além de Cali e Bogotá, na Colômbia, Cidade do Panamá, Santiago do Chile, Cidade do México, Guatemala, África do Sul e, agora, para El Salvador.
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Novidades Julio Soares/ Objetiva
Novo Torino já circula em Caxias do Sul Com 30 anos de história e mais de 100 mil unidades produzidas, o novo Torino, urbano mais bem-sucedido em toda a história da indústria automobilística brasileira, já circula pelas ruas de Caxias do Sul. Vinte unidades do modelo foram adquiridas pela Visate, que opera o transporte coletivo da cidade com 339 ônibus, uma frota moderna e com média de idade de cinco anos, uma das menores do Rio Grande do Sul. Diretor de operações comerciais da Marcopolo, Paulo Corso destaca a aliança de longa data com a empresa e seus benefícios. “Nossa parceria é estreita e duradora, proporcionando ganhos operacionais e maior qualidade aos clientes. O novo modelo adquirido, por exemplo, apresenta diversas inovações tecnológicas, que ampliarão o conforto dos passageiros do transporte público.” Concebido para oferecer conforto e segurança, menores custos operacional e de manutenção para o operador, o novo Torino também reúne mais ergonomia e praticidade para motorista e cobrador.
O visual moderno e a tecnologia aplicada a favor da funcionalidade, com sistema multiplex redesenhado, painel de instrumentos com tela colorida de LCD de 3,5 polegadas e sistema de ar-condicionado opcional, são outros diferenciais. Conjuntos ópticos traseiro e frontal, que incluem luz diurna, agregam mais segurança ao trânsito urbano. O modelo tem capacidade para transportar 47 passageiros e possui chassi Mercedes-Benz OF1721. A largura interna foi ampliada, garantindo maior espaço de circulação. As poltronas City ficaram mais ergonômicas, contando com novos apoios de cabeça, que facilitam a movimentação dos passageiros, além de nova decoração. A moderna família de poltronas também conta com opção de encosto alto. Outra inovação é o sistema de campainha com acionamento de chamada de parada por botão (sem fio). O modelo tem, ainda, cinco poltronas preferenciais para idosos, gestantes e/ou deficientes e elevador automático e espaço dedicado para cadeirantes.
Convite oficial Diretores e gerentes da Marcopolo recepcionaram a comitiva da Festa da Uva que visitou a empresa no início de fevereiro para fazer o já tradicional convite oficial aos seus representantes e colaboradores. O viceprefeito, Antonio Feldmann, e a primeira-dama e coordenadora de Comunicação da Prefeitura, Alexandra Baldisserotto, acompanharam o grupo, formado pelas soberanas, o presidente da festa, Edson Nespolo, entre outros. Julio Soares/Objetiva
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16 novos ônibus em Pelotas A Expresso Embaixador, de Pelotas (RS), está renovando sua frota com 16 novos ônibus Marcopolo. São seis modelos Paradiso 1800 Double Decker, a serem utilizados em linhas rodoviárias entre as cidades de Porto Alegre e Pelotas, e 10 do Viaggio 900, ideal para o segmento de fretamento. Desenvolvido para oferecer os mais elevados padrões de conforto e requinte disponíveis nos mercados nacional e internacional, comparáveis aos da primeira classe de voos internacionais, o Paradiso 1800 destaca um importante diferencial: dois acessos. Há uma entrada pela cabine do motorista e outra no meio do ônibus (entre-eixos), o que propicia conforto, ganho de tempo e facilidade para os passageiros na hora de embarque e desembarque. Com tecnologia de alto padrão, o Viaggio 900 oferece conforto e segurança aos usuários e baixa manutenção ao operador. É também o mais econômico da categoria.
Brasília recebe 364 novos urbanos Trezentos e sessenta e quatro novos urbanos Marcopolo começam a circular pelas ruas das cidades satélites do Distrito Federal neste mês de fevereiro. Os veículos integram a frota da Auto Viação Marechal, de Brasília, que venceu edital de licitação do Novo Sistema de Transporte Público Coletivo (STPC) da Capital Federal. Os modelos incluem 252 unidades do Torino, 79 Senior Midi e 33 Viale Articulado, que serão fornecidos pela Marcopolo Rio e utilizados no transporte de passageiros nas regiões de Ceilândia, Guará, Águas Claras e parte de Taguatinga e Park Way. Os novos ônibus atendem a vários critérios e exigências, principalmente no que se refere à segurança, acessibilidade e conforto. O objetivo de Brasília com a aquisição é elevar ainda mais o padrão de qualidade do transporte público urbano, fundamental para o bem-estar da comunidade. Ideal para o transporte urbano de passageiros, o Torino é o ônibus de maior sucesso no Brasil em toda a história da indústria automotiva e também no exterior, em razão de suas características de robustez, versatilidade, baixo custo operacional e elevado valor de revenda .
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Novos ônibus qualificam transporte na Bahia Elevar a qualidade do Sistema de Transporte de Itabuna, na Bahia, foi o motivo que levou a Rota Transportes Rodoviários a investir em 27 modelos Marcopolo. A fabricante brasileira fez a entrega de seis urbanos Viale BRT, que serão utilizados em trajetos intermunicipais e farão a conexão com a cidade de Ilhéus, sete unidades do Paradiso 1200, quatro Senior Turismo e 10 Viaggio 1050. O principal destaque fica para a aquisição do modelo BRT, que circula num sistema que
serve de exemplo para ser aplicado em função dos importantes benefícios que proporciona aos cidadãos, meio ambiente e, sobretudo, à mobilidade urbana, mesmo em cidades que não possuem ainda sistemas BRT implantados. O Viale BRT é o mais avançado ônibus já fabricado no Brasil. Tem capacidade para 42 passageiros sentados, três portas, elevador exclusivo para cadeirantes, sistema de ar-condicionado, câmeras de monitoramento interno e acesso à internet sem fio.
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Visitas Fotos Acervo Marcopolo
Comitiva do Peru
Visita da empresa Minera Collahuasi, de Pullman Santa Rosa, no Chile
Delegação do Aragua Fútbol Club, da Venezuela
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Visita da empresa Quirquincho, da Bolívia
Comitiva da Turquia
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O Sol que nasceu para todos