Revista Viajante Ed. 21 - Agosto de 2017

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Revista Marcopolo Edição 21 Agosto 2017


“A viagem nunca acaba. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa... o fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso recomeçar a viagem. Sempre”.


A frase de José Saramago, poeta e romancista português, reflete bem uma história de 90 anos contada nesta edição especial da revista Viajante dedicada a Paulo Bellini.


EXPEDIENTE

Coordenação Geral Departamento Comercial e Marketing Produção e edição de textos Secco Consultoria de Comunicação Sabrina Leme MTB-RS 15062 Projeto Gráfico Setor de Comunicação Impressão Cromo Gráfica e Editora Edição Digital www.marcopolo.com.br

Proibida a reprodução sem autorização prévia e expressa. Todos os direitos reservados. Imagens meramente ilustrativas e configurações de produto podem sofrer alterações sem aviso prévio.

Fotos: Acervo Marcopolo


EDITORIAL

A viagem nunca termina... “Relendo o conteúdo do livro “Marcopolo, sua viagem começa aqui”, fiquei algum tempo meditando: qual foi o momento mais importante, decisivo, para sedimentar a cultura da Marcopolo? Não tenho dúvidas de que o ápice dessa história se deu no momento em que quebramos os mais arraigados paradigmas. Os funcionários passaram a se sentir à Julio Soares vontade, a relacionar-se de forma desconsim se criam inovações. Estamos sempre traída e a agir com mais autonomia. A partir preocupados em nutrir a criatividade que daí, criou-se o ambiente estimulante, fator só floresce nesse ambiente de cooperação.” fundamental que vem garantindo o nosso “Hoje em dia, não basta ter um exceexcepcional crescimento e expansão.” lente produto para ser uma empresa global. “Eu posso afirmar, com tranquilidade, Tudo o que diz respeito ao ser humano e ao que optei por essa forma simples de regismeio ambiente é cada vez mais uma preocutro para prestar uma homenagem e motivar pação também de nossos clientes. O trabalho nossos colaboradores, todos tão espontâsocial é o caminho para o desenvolvimento. neos ao contar suas histórias.” O lucro e a expansão da em“Fui movido pela emopresa são consequências.” ção que observei quando o O nosso foco sempre é “E a vida empresarial pessoal da casa contava suas é assim mesmo. Não é um recordações com alegria e o cliente, a sua satismar de rosas.” bom humor.” “Os fatos são sempre “Os gestos espontâfação e a superação no relatados pelos vencedores, neos de apreço desses cocomo nós somos, mas muiatendimento às suas laboradores, aqueles que tos se esquecem de dizer encontro por acaso, quando que, antes de vencer a guernecessidades e desejos. circulo pela fábrica, e que ra, perderam muitas bame tratam com um carinho talhas. Em favor da transincomum, além da insistência de amigos, parência, me sinto confortável expondo me levou a concluir que, de alguma forma, também os tropeços.” existe mesmo uma cultura peculiar, com “É muito importante que a cúpula da a qual convivemos com naturalidade, sem empresa esteja presente. Eu me sinto muito nos dar conta da sua decisiva importância. gratificado quando assisto essas apresentaMas é ela que mantém a Marcopolo cresções. É um estímulo e confirma a importância cendo por mais de seis décadas e que nos que agrega à companhia.” levou aos cinco continentes, dando à em“Essa é a história da Marcopolo. Um pepresa uma dimensão com a qual eu nunca daço da minha. Mas... Quanta gente fazendo!” havia sonhado.” “Eu fico muito gratificado quando vejo que as ideias originais nascidas do trabalho das equipes agregam tanto valor à emprePaulo Bellini sa. Quando estimuladas, as pessoas expõem suas soluções sem ter medo de errar. E asPresidente Emérito


SUMÁRIO Revista Viajante Ed. 21 Agosto de 2017

16 - Os passos de um viajante

12 - Amizade Impecável

22 - Legado Perene

46 - Além de Empresário, Atleta

36 - Espírito comunitário


SUMÁRIO Revista Viajante Ed. 21 Agosto de 2017

06 - Desbravar o Brasil, conquistar o mundo

28 - Gestão e liderança

50 - Sabor de solidariedade

59 - Trajetória revisitada


REPRESENTANTES

Depoimentos

Desbravar o Brasil, conquistar o mundo Construir uma identidade forte, apresentando novidades ao mercado e aprimorando-as para acompanhar as evoluções do transporte exigiu dedicação de muitas pessoas que desbravaram o Brasil e fizeram com que os modelos Marcopolo circulassem pelo mundo.

Dos primeiros clientes, as empresas de transportes Pérola, Santos, Grazziotin, Expresso Rex e Jesus Pascoal Lopes, até a consolidação da presença no cenário mundial a partir da abertura da primeira representação comercial no exterior, no Uruguai em 1960, vender um produto Marcopolo sempre significou entregar mais do que apenas ônibus. Paulo Bellini e Valter Gomes Pinto desenvolveram uma filosofia de trabalho segundo a qual vende-se olhando para o cliente, ajudando-o a escolher a configuração mais apropriada ao uso que ele vai fazer do veículo, entregando confiança e qualidade. E em uma trajetória na qual a satisfação do cliente a cada entrega feita é o estímulo para a conquista de novos mercados, a rede de represen-

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Depoimentos

tantes tem papel fundamental. Relação que era fortalecida por Bellini e Gomes Pinto anualmente nas Convenções de Vendas e que ia além do rela-

cionamento comercial. Um dos incentivadores da rede de vendas, Bellini fez parte da história de pessoas que contribuíram

REPRESENTANTES

para que a Marcopolo alcançasse reconhecimento mundial. Histórias tão ricas que fica até difícil resumir em algumas linhas.

Paulo Bellini e demais diretores em evento de comemoração aos 25 anos da Marcopeças fundada por Antônio Carlos Hilgert

“Desde jovem ouvia meu pai, que foi um dos pioneiros na rede de vendas, falando de Paulo Bellini. Com o tempo, tive a oportunidade de conhecê-lo e conviver com ele muito contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal. Logicamente, como um dos protagonistas do surgimento e crescimento da Marcopolo, seu nome funde-se à história do ônibus.

É uma grande perda para a família, para Marcopolo e para o país. Parte um grande empreendedor que oportunizou, com o seu desenvolvimento, o crescimento das pessoas e empresas que com ele interagiam. Com certeza, sempre que cruzarmos com um ônibus Marcopolo, lembraremos dele”. Cristiano Sperb Hilgert, Marcopeças – Rio Grande do Sul

“A grande capacidade e visão de Paulo Bellini levou a Marcopolo a ser uma empresa conhecida e respeitada no mundo inteiro. Foi um privilégio conviver com este homem extraordinário, líder e amigo que com sua simplicidade conquistava a todos”. Benício Amantéa, Marcopeças – Rio Grande do Sul

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REPRESENTANTES

Depoimentos

“Em 47 anos ao lado de Paulo Bellini pude aprender a trabalhar como ele. Ele deixa um legado invejável de trabalho. Com certeza, sua ausência

afeta a todos nós, mas é nosso dever dar continuidade. Sentiremos uma falta muito grande das tradicionais ligações a cada dezembro para

“A trajetória de Paulo Bellini se confunde com a da própria empresa, sendo marcada pela simplicidade. Será lembrado por todos pelo trato afável e atencioso, sempre presente, firme e otimista nas horas

agradecer por mais um ano de parceria e desejar boas-festas”. Gilberto Daniel, Centropolobus – Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

mais difíceis. Trabalharemos ainda mais intensamente como homenagem ao seu legado e pela continuidade e grandeza da Marcopolo”. Alfredo Flach, Riomarci – Rio de Janeiro

“Para alcançar o cliente nos injetava esperança e confiança. O sempre esperado telefonema anual que já iniciava com um Oi, guri, era suficiente para renovar as energias e encorajar a enfrentar mais um ano de trabalho. Ao nos chamar de guri demonstrava a maneira afetiva como costumava relacionar-se com as pessoas. A simplicidade nas palavras era sua marca registrada e sempre atingia seu objetivo. O relacionamento foi o seu segredo do desenvolvimento”. Remo Lucian, Norbus – Bahia

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Depoimentos

“Paulo Bellini sempre foi a personificação da Marcopolo. Serviu de guia e inspiração a todos que tiveram a oportunidade de lhe conhecer e trabalhar com ele. Sua amizade, generosidade e liderança permanecerão em nossa memória e em nossos corações”. Ivo Rocco, Roccopeças – Paraná “Conheci Paulo Bellini em 1° de março de 1958, um sábado e fomos apresentados pelo meu irmão Hairton, que já traba-

lhava com ele. Ele estava no pátio da fábrica olhando as obras de ampliação da fábrica. Perguntou se eu sabia andar de bicicleta e combinamos que eu começaria a trabalhar no dia 3 como office boy. O acordo foi fechado com um passar de mão na minha cabeça. Aprendi muito com ele. Com o passar dos anos, e com o incentivo dele, passei por vários setores da fábrica. Ele contribuiu tanto para meu crescimento profissional quanto pessoal. Por isso, quando casei o convi-

REPRESENTANTES

dei para ser meu padrinho, o que prontamente aceitou. Sempre tive por ele um carinho muito grande, ele me incentivava e dava ânimo para trabalhar, não só a mim, mas a todos da equipe. Dizia: vai lá fazer acontecer. A última vez que o vi foi em um evento organizado para empresários de Florianópolis e região onde encantou a todos com suas recordações. Deixando boas recordações para os clientes e todos da Carmar”. Carlos Romani, Carmar – Santa Catarina

Ivo Rocco e Carlos Romani na Convenção de Vendas 2017

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REPRESENTANTES

Depoimentos

“Como representante Marcopolo no estado de São Paulo, ter a oportunidade de conviver com o Sr. Paulo e participar dos seus projetos, foi uma oportunidade única. Ele tinha como característica principal a valorização dos seus colegas de trabalho, o para ele era fundamental. Sempre foi um incentivador, a cada final de ano nos ligava para agradecer pelo trabalho realizado no ano e incentivar-nos para o próximo. Ao longo desses anos, seu modo de agir sempre foi o mesmo para conosco e com seus colegas de trabalho”, Romeu Santos e José Roberto Bernardes, Brasil Bus – São Paulo

“Minha relação com Paulo Bellini iniciou em 1954, quando nascia a segunda fase da Carrocerias Nicola que saia da oficina localizada no centro de Caxias do Sul, na Rua 13 de Maio, para o pavilhão industrial no bairro Planalto. Era uma relação de amizade confiança e entusiasmo, além de crença no potencial do mercado de ônibus, incipiente no Brasil.

Romeu Santos e a esposa Silvana no aniversário de 90 anos de Paulo Bellini, em janeiro de 2017

Em 1957, passo a fazer parte da pequena equipe administrativa composta por apenas oito pessoas. Me sinto honrado por ter, ao lado de Paulo, feito parte de dois momentos significativos da história da Marcopolo durante a década de 1960: a viabilização de um projeto idealizado pelo jovem prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, hoje conhecido mundial-

mente como Sistema BRT e a primeira exportação. Depois de desenvolver um modelo monobloco em plataforma zero da Mercedes-Benz e carroceria Nicola, fomos ao Uruguai festejar e entregar duas unidades, para demonstrações. Estávamos andando nas nuvens e felizes pela realização”. Hairton Romani, Sulbrave – Paraná

A Argentina sempre foi vista por Paulo Bellini como um importante país parceiro estrategicamente para o Brasil e para a Marcopolo. Nos 25 anos de presença da Marcopolo no país, o Sr. Paulo, sempre que pôde, prestigiou eventos e

clientes, com alguns dos quais desenvolveu uma relação de amizade. Com humildade e coragem ele fortaleceu a marca Marcopolo na Argentina e deixou um legado que muito nos orgulha em seguir.” Cecil Toledo, Metalpar - Argentina

“A maior satisfação que obtive em todas as minhas experiências de trabalho foi com apenas sete meses de atuação como representante da Marcopolo na República Dominicana receber, no dia 23 de dezembro de 2015, uma ligação do Sr. Paulo Bellini para desejar boas festas e nos felicitar pelos resultados

alcançados neste mercado em um período de tempo tão curto. Serei sempre grato pela motivação e, desde então, tenho me esforçado para estar no topo de venda de carrocerias Marcopolo no mercado Dominicano”. Teofilo Cuesta, FCM Servibus Dominicana – República Dominicana.

“Foi mais do que um colega de trabalho. As décadas de convivência o tornaram um amigo insubstituível. Suas várias visitas ao nosso país deixaram um legado de empatia com os diferentes grupos em que circulava e também um rastro luminoso que irá perdurar ao longo do tempo. Nunca iremos esquecer uma de suas expressões recorrentes com relação ao relacionamento com os clientes: corpo a corpo. O exemplo é a herança que Don Paulo nos deixa para promover relações amigáveis tornando a marca Marcopolo ainda mais forte”. Florencio Barreiro, Cipar – Paraguai

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Depoimentos

“Quando meu pai quis assumir a representação da Marcopolo no Chile, Don Paulo acreditou nele. Para ele, o importante era o relacionamento com o cliente cara-a-cara. E a amizade existente entre ele e meus pais transcendia os negócios. Recentemente, quando viajei ao Brasil para a Convenção de Vendas, fiquei por mais alguns dias e em um domingo o convidei

para jantar. Ele aceitou meu convite sem pensar duas vezes. Conversamos sobre os negócios, vida, amizade. Agora eu sinto que foi a oportunidade de me despedir de um homem extraordinário”. Andrés Novion, Epysa – Chile “A primeira vez que estive na fábrica foi em1991, onde pude presenciar o lançamento de um produto. Seu Paulo em seu discurso

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comentou: Agradeço a Deus pela oportunidade de estar em negócio onde a relação com o cliente é corpo a corpo. Graças a isso com o tempo fiz vários amigos de várias partes do mundo, o que me deixa muito feliz. Este relato me marcou muito e sempre o coloco em prática com nossos clientes para criar relações de amizade e confiança”. Matias Castro, Epysa – Chile

Matias Castro, Andrés Novion e demais integrantes da equipe Epysa na Conveção de Vendas 2017

“Há mais de 20 anos, quando comecei a trabalhar diretamente com a Marcopolo, ouvia falar do Sr. Paulo Bellini. Sempre com grande curiosidade e com a dúvida se tudo o que escutava era mito ou verdade. Em 2007, tive a honra de receber sua visita e a grata surpresa por perceber que sua presença era ainda mais forte do que tinha ouvido falar. Uma pessoa humilde e sensível. O homem que criou e realizou uma empresa como a Marcopolo, com fábricas no

mundo, com milhares de funcionários, estava aplaudindo-nos por nosso trabalho. Esse momento resume muito do que se poderia encontrar no Sr. Paulo, uma pessoa com poder de motivação e humildades. Características que, sem dúvida, guiaram a todos que o conheceram. Ele nos ensinou a trabalhar como ele “face a face, corpo a corpo” para fazer coisas boas acontecerem. E ele continuará nos guiando, de onde ele estiver”. Eduardo Costa, Dloner – Uruguai

“Ele veio a este mundo para ensinar como sonhar e realizar. Transmitiu sua paixão pela mobilidade das pessoas. E sua paixão chegou a mim, um africano nascido na República do Congo. Na África, uma pessoa antiga é vista como uma biblioteca e eu disse isso a ele durante a Convenção de Vendas. Conversar com ele naquela noite foi um privilégio e me senti emocionado por receber sua benção e palavras de incentivo. Ele será sempre uma fonte de inspiração na minha vida e me dedicarei ao máximo para honrar sua memória”. Maximilien Watso - África.

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CLIENTE

Amizade Impecável

Amizade Impecável 14

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É assim que David Olano, proprietário da empresa peruana Oltursa, cliente Marcopolo há cerca de 40 anos, define o relacionamento com Paulo Bellini, Valter Gomes Pinto e a Marcopolo.


Amizade Impecável

“Em todo nosso relacionamento com a Marcopolo, Don Paulo e Don Valter sempre colocaram a amizade acima dos negócios. Nossa relação nunca foi maculada e os dois sabiam como primeiro dar a atenção necessária aos clientes e, depois, conciliar com os negócios”, explica. Segundo David, da segunda geração da família em um empreendimento iniciado há 65 anos com seu pai, também David Olano, na Trans Olano, Don Paulo é de uma geração de pessoas especiais que devem ser seguidas como exemplo de trabalho e amizade. “Não encontro palavras. Ele mostrou que, hoje em dia, a juventude se prolonga até 80 e 90 anos”. “Ainda me lembro das primeiras unidades adquiridas pelo meu pai, no final da década de 1970, com os Marcopolo II e III. Depois

vieram, em 1982, os ônibus da Oltursa. Don Paulo esteve em Lima, em uma exposição, quando recebemos os primeiros ônibus modelo Paradiso de todo o Peru. Também fomos pioneiros na utilização dos modelos de dois andares, em 1992, assim como no serviço leito-cama, com 140, 160 e 80 graus de inclinação”. O que alimentou esta relação de quatro décadas e duas gerações? “Primeiro a amizade e, em segundo lugar, a qualidade do serviço e dos produtos. Sempre íamos primeiro na unidade Planalto, onde Don Paulo e Don Valter ficavam. Éramos recebidos por eles. Depois íamos para a fábrica de Ana Rech.” De sua última visita à Marcopolo David recorda: “Fui, mais uma vez, ver os novos ônibus adquiridos, antes de saírem de Caxias do Sul para Lima. Eles faziam ques-

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tão que víssemos se estava tudo perfeito, como havíamos solicitado. No ano passado, fomos em comitiva, com oito empresários peruanos e esposas para que conhecessem a empresa. Almoçamos juntos, recordamos momentos dos anos anteriores, como as viagens pelo Brasil e nossos encontros no Terraço Itália, em São Paulo. “O falecimento de Don Paulo é uma perda lastimável e que muito nos entristece, um profundo pesar. Não posso deixar de destacar a amizade de nossas famílias, meu pai, minha mãe, Paulo, Valter e as donas Mary e Therezinha. Sempre que vou ao Brasil, também faço questão de visitá-la. Mas tenho certeza que a Marcopolo estará muito bem representada pelos seus filhos e toda a equipe de executivos”, salienta.

Entrega dos primeiros modelos Paradiso do Peru

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CLIENTE

Amizade Impecável

100% Marcopolo O Uruguai foi o primeiro país que o qual a Marcopolo exportou seus ônibus, ainda na década de 1960. Mais precisamente em 1961, com duas unidades para o cliente Compañia de Omnibus Pando (COPSA). O Uruguai não tinha produção local e costumava comprar especialmente de empresas inglesas e americanas. A possibilidade de adquirir o produto num fornecedor tão próximo pareceu muito boa, ainda mais para um país que, apesar de pequeno, o ônibus é muito utilizado para viagens intermunicipais.

Do país vizinho brotaram importantes outros negócios e estreitas amizades como com o empresário Pablo Nossar Lafluf, proprietário da Nossar Transporte de Passageiros. “Dos negócios surgiram uma amizade muito sólida e estreita. Nossos laços são tão fortes que, em 2015, comemoramos os 90 anos da nossa empresa com uma festa na casa do seu Paulo, em Caxias do Sul”, se emociona Pablo. A Nossar Transporte de Passageiros possui frota 100% de ônibus Marcopolo e é uma das mais tradicio-

nais e antigas daquele país, com trajetória iniciada em 1925. Em 2015, entre as comemorações dos 90 anos da empresa, o Sr. Pablo Nossar foi recepcionado por Paulo Bellini e Therezinha Gomes Pinto, juntamente com Mateus Lorandi, Ruben Bisi, o CEO da Marcopolo, Francisco Gomes Neto e sua esposa, Livia Faria Cruz Gomes, Maria Aparecida Lima, o diretor de operações comerciais e marketing da Marcopolo, Paulo Corso, e o diretor da Dusil S.A, Jorge del Rio.

Respeito, carinho e solidariedade “A relação comercial com a Marcopolo começou com a SOGIL. Depois, com a Visate, ampliamos e consolidamos a parceria. Particularmente, minha relação com Paulo Bellini sempre foi pautada pelo respeito, carinho e amizade”, relembra Sérgio Tadeu Pereira, conselheiro

gestor da SOGIL - Sociedade de Ônibus Gigante Ltda., tradicional empresa gaúcha, fundada em maio de 1954. “Estivemos juntos em várias ocasiões para celebrar a vida, nossa saúde e as conquistas das empresas. Sempre que estávamos próximos, os momentos eram agradá-

Paulo Corso e Paulo Bellini prestigiam evento de comemoração aos 60 anos da SOGIL.

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veis e memoráveis”, destaca. Para Sérgio Pereira, Bellini era um amigo que gostava de estar próximo e demonstrar sua solidariedade também em momentos delicados. “Lembro-me que quando estive hospitalizado, fez questão de me visitar. Sempre admirei o modo alegre com que vivia, bem como a maneira impecável e contemporânea com que se vestia”, comenta. Na SOGIL desde 1963, Sérgio contribuiu para o avanço do transporte de passageiros, com adoção de práticas modernas e avançados ônibus. “Lembrarei do Paulo Bellini como um empresário extraordinário e pessoalmente motivo de orgulho e satisfação de poder chamá-lo de meu amigo.”


Amizade Impecável

CLIENTE

Oferecer sempre algo a mais

André de Oliveira, Hugo Fleck, Paulo Corso, Paulo Bellini e Benício Amantéa em visita à Marcopolo unidade Ana Rech

“Paulo Bellini, ao longo de sua trajetória, criou para a Marcopolo e seus executivos, a imagem de muito trabalho, sempre querendo fazer melhor e buscando oferecer ‘algo mais’. Essa sempre foi a sua filosofia no relacionamento com a Ouro e Prata”, destaca Hugo Engênio Fleck, presidente da Viação Ouro e Prata e membro do Conselho Fiscal da ABRATI, entre outras diversas atribuições. O empresário relembra uma viagem que fez à Europa e aos Estados Unidos com outros empresários do setor de transporte para visitar fábricas de ônibus com os diretores da Marcopolo. “Eles sempre trabalharam muito bem a relação com os clientes. Além do apoio técnico, do treinamento e das modificações

feitas nos ônibus, a fabricante de Caxias sempre procurou diferenciar-se da concorrência oferecendo ‘algo mais’. Isto era bem o jeito do Paulo. Os outros também procuram fazer, mas a Marcopolo sempre fez melhor.”

A fabricante de Caxias sempre procurou diferenciar-se oferecendo algo a mais. Isto era bem o jeito do Paulo. Para Fleck, Paulo Bellini e a Marcopolo sempre contribuíram para a elevação constante do ônibus como um dos modais mais eficientes e

seguros para o transporte de pessoas. “Em geral, as empresas desse segmento surgiram como empreendimento familiar, com alcance limitado no tempo e na área de cobertura. Para que o serviço crescesse houve a necessidade de profissionalização, investimentos em frota e pessoal, sempre visando satisfazer o passageiro. Esse desenvolvimento em planejamento, foco e equipamentos, com a utilização dos mais modernos e avançados ônibus disponíveis em todo o mundo, contou com a fundamental participação de Bellini e permitiu consolidar a imagem que hoje temos como um dos melhores e mais responsáveis serviços do País”, destaca.

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ESPECIAL

Perfil Paulo Bellini

Os passos de um viajante O caminho percorrido por Paulo Bellini para fazer de uma pequena oficina uma das maiores fabricantes de carrocerias do mundo.

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Perfil Paulo Bellini

ESPECIAL

Construção da Marcopolo unidade Planalto na década de 1950

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ESPECIAL

Perfil

Paulo Bellini de pé o segundo da esquerda para a direita e sua família em meados da década de 1940

Paulo Pedro Bellini, filho de Alberto Bellini e Ermelinda Segalla, nasceu em 20 de janeiro de 1927, sendo o quinto filho entre oito irmãos. Começou trabalhando em Porto Alegre, em 1946, em um atacado de armarinhos, quando foi fazer o curso de Administração de Empresas. Tinha 22 anos quando retornou à Caxias do Sul, onde iniciou um curso Técnico em Contabilidade. Na época do retorno à Caxias do Sul, três vizinhos de Paulo Bellini, os irmãos Nicola, tinham uma oficina de pintura e chapeação de cabi-

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nes de caminhões. Em agosto de 1949, Dorval, o mais velho dos três, convidou Paulo a ingressar no negócio, ampliando a Nicola & Cia Ltda. e dando assim os primeiros passos na produção de carrocerias para ônibus. Com uma equipe enxuta, cerca de 15 funcionários, Bellini assumiu múltiplas atividades cuidando desde o almoxarifado às folhas de pagamento. Uma pequena oficina montada no quintal de casa, na área central de Caxias do Sul, seria o embrião da Marcopolo. Paulo casou-se em 1954 com Maria Célia Festugato.

Companheira constante, ela acompanhou o esposo nas atividades da empresa desde o início. Em uma época em que máquinas de calcular eram escassas, à noite Bellini levava trabalho para casa. Junto com Mary, como era mais conhecida, calculavam à mão o pagamento a fornecedores e a folha de pagamento. O mesmo ocorria com o balanço de final de ano, depois de feito o levantamento, os dados eram levados para casa e por ela calculados. Mary faleceu em 2013, aos 81 anos. Paulo teve três filhos: James, Mauro e Paulo Pacheco Bellini.


Perfil

ESPECIAL

Primeira sede da Carrocerias Nicola: um pequeno pavilhão localizado na área central de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul.

Dos caminhões nasceram os primeiros ônibus Caminhões e ônibus chegaram ao Brasil muito antes da consolidação da indústria automobilística no país. Com experiência nenhuma e baixo capital, fazer ônibus naquela época era uma aventura e a produção dos veículos não poderia ser mais artesanal. Havia na oficina carpinteiros para fazer curvas em madeira. As junções, em metais, eram feitas com o auxílio de marretas e bigornas. Além de não haver mão de obra especializada, tam-

pouco existiam chassis específicos para ônibus. O chassi do caminhão precisava ser cortado e aumentado tanto no comprimento quanto na largura. As estruturas das carrocerias e dos bancos eram de madeira de lei. Cortavam-se os vidros das janelas um a um. As poltronas ganhavam estofamento de fibras vegetais acondicionadas em aniagem, uma camada de algodão sobre esse primeiro enchimento, e por fim, revestimento de couro. As primeiras carrocerias

eram produzidas com estrutura de madeira revestida de lâmina de aço e levavam três meses para ficarem prontas. Eram produtos sem tecnologia nenhuma. Várias das soluções que hoje parecem avanços tecnológicos eram, na verdade, uma tentativa de criar atributos que conquistassem o cliente. Criatividade, portanto, sempre foi parte da história da Marcopolo. Porque é preciso criatividade sempre, seja no momento de produzir, seja na hora de administrar.

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ESPECIAL

Perfil

Valter Gomes Pinto, José Antônio Fernandes Martins, Paulo Bellini e Raul Tessari: trabalhado juntos, os quatro ficaram conhecidos como G4.

G4 – A união de talentos Durante as duas primeiras décadas, até 1968, a presença dos irmãos Nicola foi fundamental para a expansão nos negócios, mas com a saída deles da sociedade, Paulo Bellini precisou encontrar outros personagens para continuar escrevendo essa história. Em 1964, Bellini conheceu Valter Gomes Pinto, um

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homem de marketing que ingressou na empresa para cuidar da área de vendas e conduzir um trabalho de aproximação com os clientes, reforçando a comunicação institucional com o mercado e com a comunidade. Excelente redator e revisor do Jornal Correio do Povo, um dos mais importantes do Rio

Grande do Sul à época, Valter também contribui com o crescimento da empresa ao redigir os projetos para o Banco Regional do Desenvolvimento. No mesmo ano, Bellini convida para fazer parte da empresa o engenheiro José Antônio Fernandes Martins, que já tinha experiência no setor automotivo, para con-


Perfil

tribuir inicialmente para a área de produção, fabricação e montagem dos produtos. Em função de um forte trabalho de pós-venda, acabou por dar também apoio à área comercial. Posteriormente, teve importante participação no processo de internacionalização da empresa. Enquanto integrante do Conselho de Ad-

ministração e grande conhecedor do segmento de ônibus brasileiro, dedicou-se a atender assuntos institucionais da empresa junto a entidades representativas do setor. Em 1973, junta-se a ele Raul Tessari, economista e administrador que tomou sob sua responsabilidade as áreas administrativas, direito fiscal e comercial, recursos huma-

ESPECIAL

nos, na gestão e categorização dos profissionais e gestão do relacionamento da empresa com bancos e mercados de capitais. O trabalho de Tessari foi decisivo para que a empresa pudesse estar sempre à frente das transformações dos cenários brasileiro e mundial no que se refere ao paradigma conceitual da administração.

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PANORAMA

Visão de Mercado

Legado perene A cultura e a forma de se relacionar com os colaboradores, clientes, comunidades e o mercado é a essência da Marcopolo

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Visão de Mercado

PANORAMA

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PANORAMA

Visão de Mercado

“Eu fico muito gratificado quando vejo que as ideias originais nascidas do trabalho das equipes agregam tanto valor à empresa. Quando são estimuladas, as pessoas expõem soluções sem ter medo de errar. E assim se criam inovações.” “Com naturalidade e simplicidade, podemos fazer acontecer e ser referência para uma sociedade melhor, mais humana e principalmente, inclusiva. As oportunidades estão aí, precisamos não deixar passar”. (Paulo Bellini) Paulo Bellini se destacou pela quebra permanente de paradigmas, por uma forte determinação pela qualidade dos produtos, pelo crescimento sustentado da empresa e pela valorização do ser humano. Ele percebeu rapidamente que produzir ônibus demandava mão de obra intensiva e altamente qualificada e que as pessoas eram a alma do negócio. Por isso, dedicou-se à criação de um ambiente de confiança

para garantir a permanente motivação das equipes, o que se transformou em um dos principais diferenciais competitivos da Marcopolo, assim como o relacionamento estreito e transparente com os clientes, a inovação e a flexibilidade dos processos produtivos da empresa. Essa essência que está no DNA da Marcopolo é o que vai nortear os próximos 68 anos, explica James Bellini. “Meu pai estava muito mais

preocupado com as pessoas. Não era a matéria-prima que interessava a ele, eram as pessoas. Nenhum negócio pode ser bem-sucedido sem que as elas estejam motivadas e comprometidas. Este, para mim, é o ponto mais crucial e importante de toda essa jornada”, confessa. A continuidade do estilo e da cultura de Paulo Bellini é unanimidade entre todos os filhos, James, Mauro e Paulo Pacheco Bellini. “Temos certeza

Paulo Pacheco Bellini, James Bellini e Mauro Bellini

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Visão de Mercado

PANORAMA

Paulo Bellini em visita a unidade de Ana Rech

que é isso que o nosso pai queria”, explica James. “Nosso compromisso com a comunidade, os colaboradores, os clientes e os fornecedores é muito importante”, salienta Paulo. “E vamos fazer isso, inicialmente por intermédio de uma participação ativa na Davos e no Conselho de Administração da Marcopolo, construindo um ambiente harmonioso entre controladores, conselheiros, executivos e todo pessoal envolvido nas operações da empresa”, explicam os filhos. “O grande segredo da Marcopolo sempre foi o atendimento às necessidades, desejos e buscas do cliente. Isso vai muito além de fazer o melhor ônibus. Por outro lado, o foco do meu pai sempre foi

a fábrica, interagir e motivar todas as pessoas. Fazia isto percorrendo a fábrica e depois com a ação de Final de Ano, Encontro Marcado, uma de suas marcas registradas”, define Mauro Bellini. “Ele tinha o dom de fazer as pessoas ficarem à vontade e promover a integração e o relacionamento estreito. Lembro um episódio, no meu primeiro ano em Johanesburgo. Decidimos promover um churrasco – que acabou virando tradição para celebrar o aniversário da empresa – com todos os cerca de 50 funcionários. Naquela ocasião, reparei que estavam se formando ‘rodinhas’, com vários grupos separados por raça, o que era comum na África do Sul.” Mauro conta que, procu-

rou se misturar e integrar as pessoas, puxando para que se formasse um grande grupo ou que houvesse a interação entre todos os participantes, desde os colaboradores da portaria até os gerentes e diretores. “Essa é a nossa essência”. “Vamos dar continuidade ao que ele bravamente conquistou”, enfatiza Paulo. “As pessoas são a alma do nosso negócio e devemos tratá-las com simplicidade, transparência e respeito, mantendo essa cultura na empresa, foi o que o pai sempre fez. Estar sempre próximo dos clientes, fornecedores e colaboradores, aquele abraço, aperto de mão, olho no olho não tem como ser substituído.” James também conta

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PANORAMA

Visão de Mercado

que, tanto ele quanto o Mauro, vão aproveitar toda a experência adquirida durante o tempo que atuaram como executivos da Marcopolo. “Foram aproximadamente 15 anos entre Argentina e Caxias do Sul. Primeiro, como representante na Argentina, onde me foi confiada a tarefa de abrir um mercado difícil, protecionista e extremamente burocrático, com muitas travas geradas pelos ‘lobbies’ dos fabricantes locais. Depois, como gerente comercial e, finalmente, como diretor de mercado internacional, onde atuei na abertu-

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ra de vários mercados, como Cuba e América Central, entre outros. As lições aprendidas são muitas, mas uma das mais valiosas é, sem dúvida, a importância dos relacionamentos pessoais com clientes, representantes e pessoal de fábrica.” Um desses episódios, aconteceu na Argentina, em 1992, quando recém começava o trabalho de abertura daquele mercado. “Foi bem no início, quando ainda trabalhávamos em um escritório improvisado em um apartamento alugado em que eu estava morando. Na sala tinha apenas uma mesa e

algumas cadeiras de plástico, daquelas que se usam em bares e estávamos discutindo um negócio de quatro ônibus rodoviários Paradiso, com um cliente de Córdoba muito simpático. No meio da discussão, justamente no momento em que ele nos ‘peleava’ o preço dos veículos, a perna da cadeira que estava sentado quebrou e ele se esparramou no chão, ficando com as pernas para o alto. Meio constrangido e para amenizar um pouco a situação, olhei e disse: ‘Viu o acontece quando se pede muito desconto para a Marcopolo?’ Caímos todos na


Visão de Mercado

risada e acabamos fechando o negócio, que foi nossa primeira venda para Córdoba”, relembra. Já Paulo não teve passagem como executivo da Marcopolo, mas o convívio com “seu” Paulo e os negócios da Marcopolo foram intensos

nesses últimos anos. “Ele tinha um feeling de negócios e uma experiência de vida enorme, dava muitos conselhos referente a tudo, muito carismático com as pessoas e alegre, gostava de reunir amigos e clientes em sua casa, depois

PANORAMA

de um bom vinho, cantavam músicas italianas, gostava de ver a casa sempre cheia de amigos e familiares. A lição que aprendi com ele é de humildade e pensar bem antes de tomar qualquer decisão.

Simplicidade e gratidão À frente do Conselho de Administração da Marcopolo até 2016 e durante muitos anos executivo e representante da Marcopolo na África, Mauro Bellini comenta que o que mais assimilou como exemplo e procurou sempre praticar foi o sentimento de simplicidade e humildade no trato com todos. Para Paulo,

a maneira como ele tratava as pessoas, principalmente os colaboradores, aos quais agradecia todo final de ano, passando pelos setores da fábrica e cumprimentando pelo trabalho realizado. Também ligava para os representantes para desejar feliz Ano Novo e, na Fundação Marcopolo, estava presente nos eventos realizados.

“Como filho agradeço aos colaboradores, clientes e amigos que acompanharam toda trajetória do pai, com muito carinho, respeito e admiração durante 67 anos de Marcopolo. Serei sempre grato ao que fizeram por ele, pois foi muito importante para motivá-lo a chegar aos 90 anos tão bem como ele.”

Simplicidade e gratidão

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PANORAMA

Gestão e Liderança

“Só crescemos se trabalhamos com alegria e bom humor” Mas o que está por trás do sucesso da Marcopolo?

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Gestão e Liderança

PANORAMA

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PANORAMA

Gestão e Liderança

Para dona Therezinha Lourdes Comerlato Pinto, viúva de Valter Gomes Pinto, a Marcopolo foi construída com muito trabalho e dedicação total ao cliente. “Quando o Dorval Nicola deixou a sociedade e foi trabalhar com os irmãos na Furcare, o Paulo pediu que o Valter fosse para São Paulo, reforçar a filial e vender carrocerias Nicola. A empresa dependia muito daquele mercado. Eu fui junto com ele, como ele dizia, ‘para enfrentar o negócio no peito e na raça’, porque não conhecíamos São Paulo. Alugamos um apartamento que passou a ser o hotel da fábrica. Quando o pessoal ia de Caxias, ficava hospedado lá. Desse período em São Paulo, uns três anos, e em

toda a nossa trajetória na Marcopolo, trabalhamos muito, muito. Mas o que mais nos marcou foram os relacionamentos com os clientes. Naquele tempo, poucos fabricantes de carroceria iam pessoalmente até eles, como o Valter fazia. Só mandavam vendedores. O Valter acabou criando um relacionamento forte e diferente com os clientes, pois era totalmente dedicado e ficava cara a cara. Ele e o Paulo, sempre fizeram questão de ter um relacionamento estreito com os clientes e acabaram transmitindo isso para os representantes de dentro e de fora do País, como sempre viram acontecer na fábrica.” De acordo com José Antonio Martins, vice-presiden-

Diretoria da Marcopolo fechando contrato de venda para Gana na década de 1970

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te de Relações Institucionais, entre as principais qualidades de Paulo Bellini está a de tirar o melhor de cada um e saber escolher as pessoas para montar uma equipe. “Bellini foi um homem muito à frente do seu tempo, foi um visionário. A principal característica dele era, sem dúvida, a simplicidade. Ele gostava de estar no chão da fábrica conversando com os funcionários e isso contribuiu para que ele se transformasse nessa figura grandiosa. A segunda era ser agregador, saber encontrar e reconhecer o talento das pessoas e montar uma equipe vencedora. Também reconhecer a dedicação dos parceiros, como eu, o Valter e Tessari”.


Gestão e Liderança

PANORAMA

Fazer acontecer e vestir a camisa “Fazer acontecer era a expressão mais usada e praticada por Paulo Bellini”, comenta Carlos Zignani, ex-diretor da empresa e hoje diretor estatutário e secretário do Conselho de Administração da Marcopolo. “Esta cultura fez muita diferença e sempre impulsionou a companhia”, destaca Zignani. No final dos anos 1990, a Marcopolo buscava a expansão, especialmente no exterior, e, para dar o salto que a empresa precisava, fez o lançamento no mercado de capitais de ações preferenciais. A estratégia facilitou a expansão. A Marcopolo, estrategicamente, decidiu pela profissionalização de seus diretores. A partir daí alguns executivos foram contratados e, gradativamente, o G4 foi se dedicando mais à estratégia e ao planejamento de longo prazo. Mas o que a empresa sempre procurou manter é a valorização de seus profissionais. Motivar e engajar pessoas talentosas que vestem a camisa. Há

famílias com mais de uma geração trabalhando na Marcopolo. Segundo Paulo Bellini, está gravado no DNA da Marcopolo que não existem dificuldades. “A nossa equipe faz acontecer, não tem tempo ruim. Motivadas, as pessoas fazem ‘chover’. Se você dá um voto de confiança, um carinho, um justo reconhecimento, você tem retorno”, sempre disse. “Só é possível manter esse desafio porque crescemos cultivando um relacionamento direto e franco entre todas as pessoas que fazem parte do nosso dia a dia: funcionários, clientes, fornecedores, acionistas. E mantemos os mesmos valores desde nossa origem há mais de 60 anos”. Paulo Corso, diretor de operações comerciais e marketing da Marcopolo, conta uma história emblemática sobre como essa cultura está impregnada na empresa desde sempre. Eram 7 horas de uma noite fria, há cerca de 35 anos, quando ele, que à época era um jovem começando a trabalhar

na equipe de vendas, estava saindo da fábrica após o expediente, quando recebeu um chamado da portaria central sobre um rapaz querendo falar com alguém de vendas. Apesar do horário, Corso foi conversar com o possível cliente. “Era o dono de uma empresa de transporte bem pequena, de uma cidadezinha do interior gaúcho. Seu nome era Elemar e ele estava com um saco de dinheiro. Eu disse: hoje eu não tenho mais como fazer, porque a fábrica já fechou. Também não tenho como receber o seu dinheiro, mas amanhã cedo acertamos. Era a primeira vez que ele iria comprar um ônibus novo, direto da fábrica. E estava nervoso porque tinha que voltar para sua cidade naquela mesma noite, mas ficou e acertamos tudo”. Corso ainda não era diretor e sim um vendedor que não quis perder o cliente. “Ficamos amigos e até hoje, Elemar compra um ônibus novo a cada cinco anos. Sempre da

Em 1989, o micro-ônibus S&S, desenvolvido exclusivamente para o mercado dos Estados Unidos transportou os “Sete maiores chefes de Estado do mundo”, entre eles Margareth Tatcher, François Mutterand, Helmut Kohl e George Bush.

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Marcopolo”, enfatiza Corso. A ligação estreita entre o futebol e o ônibus marcou e marca a presença da empresa no esporte brasileiro e mun-

dial. Mas também é mais um exemplo do espírito de “fazer acontecer”. Andre Luís de Oliveira, consultor de marketing da Marcopolo relembra uma

passagem sobre o fornecimento de veículos para os dois principais times de Caxias do Sul, o S.E.R. Caxias e o Esporte Clube Juventude.

pois um ônibus era grená e prata e o outro verde e prata. Por uma infelicidade incrível, o motor do ônibus do Caxias apresentou problemas com apenas uma semana de uso e não tínhamos como reparar porque o propulsor era italiano sem similar no Brasil”, explica. “Em uma de nossas

constantes conversas sobre o relacionamento com os clientes, o Sr. Paulo disse: não podemos deixar o Caxias sem ônibus. Precisamos resolver isso. Em alguns dias, entregamos outro ônibus e as duas equipes rodaram com eles por vários anos”, conta André.

Ônibus entregues aos clubes caxienses de futebol.

“Havíamos fabricado dois ônibus protótipos, com chassi importado Iveco para exportar para a China, mas os veículos acabaram não sendo enviados. Como também não poderíamos vender os veículos no mercado nacional, o Sr. Paulo decidiu ceder os mesmos para os times caxienses,

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Gestão e Liderança

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SIMPS/SUMAM, “divisores de águas” da Marcopolo Um dos momentos mais importantes na trajetória de crescimento e expansão da Marcopolo foi a introdução, no final de 1986, do SIMPS – Sistema Marcopolo de Produção Solidária e do SUMAM – Sugestões de Melhoramentos do Ambiente Marcopolo. O SIMPS e o SUMAM surgiram depois que Paulo Bellini viajou ao Japão com um grupo de empresários caxienses com o objetivo de conhecer a filosofia de administração e de produção utilizadas naquele país.

Na época, ao retornar, Bellini reuniu todos os colaboradores e compartilhou as novidades que havia visto na viagem, incentivando a equipe a pensar na forma de colocar em prática as ideias que consideravam adequadas para a Marcopolo. A receptividade dos colaboradores foi tão boa que rapidamente surgiram vários grupos de melhorias, os quais foram chamados de SUMAM. Ao mesmo tempo, foi criado um sistema para facilitar o trabalho de produção, que envolveu principalmente

a fabricação e abastecimento de peças utilizando prateleiras e cartões de controle, que ficou conhecido como SIMPS. Posteriormente, o SIMPS e o SUMAM serviram de base para o Sistema Marcopolo, que passou a reunir as principais ferramentas e técnicas utilizadas para como suporte para a produção, como o Programa 5S, Kanban, Qualidade e outros, que foram evoluindo com o passar do tempo. “Antes da implantação do SIMPS, o abastecimento das linhas de montagem era uma

membro do Conselho de Administração da Marcopolo. Segundo ele, uma das consequências mais impressionantes foi o efeito multiplicador que as mudanças tiveram na vida das pessoas que trabalhavam na Marcopolo, e também nas empresas fornecedoras, nos clientes e na comunidade. “Quando começou a se espalhar a notícia de que algo inovador estava acontecendo na fabricante de Caxias do Sul, dezenas de em-

presas e entidades pediram para agendar visitas. Queriam enviar grupos de executivos e funcionários para saber como a Marcopolo tinha implantado os novos processos, como funcionavam e que resultados estavam trazendo. No início dos anos 1990, o número de executivos de todo o país e até do exterior que queriam conhecer a nova Marcopolo cresceu tanto que foi preciso destacar uma equipe de profissionais capacitados para

Registro da viagem ao Japão

confusão. Tínhamos um almoxarifado central e era uma burocracia cada vez que precisávamos de uma peça. Precisava até requisição assinada pela chefia para buscar parafusos. Com a adoção do Just in time e do kanban, passou a ser como um “supermercado” de peças, e o próprio colaborador fazia o acionamento mediante o consumo do material. Mas a largada foi complicada”, conta Carlos Alberto Casiraghi, ex-diretor da empresa e hoje

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Gestão e Liderança

acompanhá-las. “Houve momentos em que não dávamos conta de atender a todos. Eram 20, 30 pessoas de uma única empresa. A Marcopolo foi uma das primeiras no Brasil a adotar e adaptar realmente todas as ferramentas do sistema de gestão que havia revolucionado as empresas japonesas”, enfatiza Casiraghi. Para o ex-diretor e hoje consultor Ruben Bisi, as evoluções não atingiram apenas as pessoas e os efeitos das práticas adotadas lá atrás são visíveis até hoje.

“A fábrica de Ana Rech estava dimensionada para fabricar 10 unidades por dia. Passou a fazer 30 unidades por dia na mesma área. Fruto do quê? Racionalização do layout, diminuição dos estoques e transferência de grande parte desses estoques para os nossos fornecedores. Eles passaram a nos entregar just in time, na hora que precisamos utilizar. E esses números continuam a mudar, pois estamos sempre evoluindo”, comenta. Essas evoluções não se limitam somente a Ana Rech

ou a Caxias do Sul. Na Marcopolo Rio há um exemplo recente das melhorias adotadas. Para alcançar ainda mais eficiência e produtividade na fabricação do novo Torino S, a Marcopolo projetou em sua operação em Xerém uma linha exclusiva e dedicada, que possui algumas inovações e diferenciais em relação à linha onde são montados os demais modelos Torino. Segundo Lusuir Grochot, diretor de operações industriais e melhoria contínua, a nova linha foi concebida

SIMPS/SUMAM: Trasnformação nas linhas de produção de modelos rodoviários (acima) e urbanos (direita)

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Gestão e Liderança

de acordo com os princípios LEAN e contou com a realização de um Kaizen 3P de ajuste da fábrica. “Foram identificadas todas as oportunidades de melhorias e um plano de ação foi gerado exclusivamente. Por ser dedicada à fabricação do modelo Torino S, a linha também recebeu pintura diferenciada na cor cinza claro”, destaca o executivo.

No ano passado, a Marcopolo iniciou um novo ciclo, revitalizando esses programas, tendo como base a filosofia LEAN Manufacturing, inspirada no Sistema Toyota de Produção, e usando ainda mais o Kaizen como ferramenta de melhoria contínua. “Os frutos dos esforços empreendidos na revitalização do Sistema Marcopolo de

PANORAMA

Produção Solidária, pela aplicação dos conceitos LEAN, já são percebidos nos indicadores de segurança, qualidade e eficiência”, explica Francisco Gomes Neto, CEO da Marcopolo. “Adicionalmente, contribuíram para aumentar a competitividade da empresa e também para o resultado das ações de adequação da estrutura organizacional e redução dos custos fixos”, finaliza.

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ARTIGO

Sua viagem não terminou

Marilda Vendrame Psicóloga com especializações em Recursos Humanos, Gestão Avançada de Negócios e mestre em Gestão Educacional. Atuou nos processos de sucessão em empresas familiares, inclusive na Marcopolo. Também tem larga experiência na área de educação e atualmente trabalha na gestão de famílias com idosos, na empresa Longevitá.

Falar sobre Paulo Bellini agora, que ele está ausente deste mundo, depois de tantos anos de convivência profunda é uma experiência no mínimo estranha. Primeiro porque enfrentar o vazio que deixou ainda me assusta. Diariamente sinto sua presença. É como se ele estivesse viajando para um local desconhecido e distante, mas que, a qualquer hora, vai chegar. Como entender que, re-

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pentinamente, uma pessoa a quem eu amava tanto não estava mais neste mundo. Como assim, o Paulo morreu? Ele estava entre nós até agora, sorrindo, contando piadas, cantando, organizando jantares, com toda a alegria que sentia pela vida, e repentinamente, tudo isso acabou? Nunca mais ele vai voltar? Ah! A mente racional entende perfeitamente que esse é o ciclo da vida, do qual nenhum de nós poderá escapar. Mas, como explicar a morte para o coração, que, egoísta, não aceita a perda de um amigo tão querido, de uma pessoa tão especial. Um misto de tempo vazio, de que alguma coisa importante foi perdida no espaço, de que perdemos uma pessoa que fará muita falta em nossa vida, que nenhuma outra será capaz de preencher, porque cada um de nós é único e insubstituível, e ausência se faz presença através das lembranças, a tristeza. Meu convívio com o Paulo foi muito interessante. Como qualquer relacionamento, com o tempo foi se tornando profundo, aberto, franco, honesto, leal. Tenho claro em minha memória a primeira vez que o encontrei. Foi em um almoço de trabalho para discutirmos assuntos relacionados ao processo de sucessão na empresa. Na ocasião, eu trabalhava com seu filho Mauro, que assumiria a presidência do Conselho de Administração da Marcopolo. À primeira vista, eu me deparei com um homem simples, humilde, tímido, de sorriso aberto, bem-humorado.

Educadamente pediu para eu explicar o meu trabalho. Enquanto eu falava, comecei a observá-lo, e, durante o papo, fui percebendo que além das aparências, existia um homem de personalidade forte, complexo, sagaz, observador, que, poderia facilmente enganar um interlocutor menos atento. A maneira simples como me tratava era para me deixar à vontade para que ele pudes-

“Aqueles olhos vivos escondiam a força de um ser humano que sabia muito bem o que queria e como alcançar os seus objetivos.” se explorar o terreno onde pisava. Ali, percebi um homem inteligente, perspicaz, atento aos detalhes, que não perdia um gesto, uma palavra, uma ideia. Aqueles olhos vivos escondiam a força de um ser humano que sabia muito bem o que queria e como alcançar os seus objetivos. Entendi que seria muito exigida, mas, ao mesmo tempo, teria uma incrível oportunidade de aprender com ele sobre a vida, a forma de encarar os problemas, como lidar com as pessoas de maneira simples – sempre no controle das situações – porque ele sabia exatamente o que queria, quais eram seus objetivos quando enfrentava situações complexas, que exigiam sabe-


ARTIGO

doria, serenidade, paciência. De forma natural, como ele gostava, nosso relacionamento foi sendo construído, forjado delicadamente em bases sólidas, com respeito, ética, confiança, lealdade. Com Paulo aprendi o valor da palavra confiança. Ele exigia dedicação e não convivia bem com quem não confiava plenamente. Sua maneira leve, descontraída, brincalhona de viver e se relacionar era sempre

por filmes antigos. Quantas vezes ele me desafiou a lembrar o nome dos artistas de filmes que eu conhecia, mas, jamais me lembrava. E ele então dizia: “Essa tua memória tá fraca. Se cuida.” E ríamos muito! Quando falávamos sobre sentimentos, emoções, ele falava: “Esse assunto é contigo. Eu não entendo dessas coisas.” E, sempre que eu propunha conversas sobre esses temas, respondia: “Vou prestar muita atenção, de-

acompanhada de observações sobre as atitudes do outro. Era impossível enganá-lo. Era muito, muito sagaz. E criamos códigos próprios que só nós conhecíamos para nos divertir, sempre com respeito, quando alguém caia em seus testes e então nos divertíamos muito com essas situações. Era dotado de uma memória excepcional, uma característica que sempre o colocava em vantagem. Era apaixonado

pois conversaremos sobre.” Ele trazia sempre uma pastinha com papéis e uma caneta pendurada no bolso de sua camisa. Eu falava, ele anotava e não omitia nenhuma opinião. No outro dia, vinha com o bloquinho e comentava: “Pensei no que tu me disse e quero conversar sobre isso.” Sua capacidade de percepção e análise eram excepcionais. Tivemos inúmeras conversas em tardes que entra-

vam pela noite falando sobre a vida, família, sentimentos, erros, acertos, negócios. Só não gostava de falar sobre a morte. Mas, nos últimos meses, serenamente, conversamos sobre a morte, porque eu acreditava que a vida não acaba e ele dizia que tomara que eu estivesse certa. Em cada retorno de Caxias ao Rio eu tinha a certeza de que voltava uma pessoa melhor, porque convivia com Paulo, que foi um mestre para mim, sem a arrogância daqueles que dominam o conhecimento através dos livros. Ele aprendeu sobre a vida com a vida. Esses momentos ficarão gravados em minha memória para o resto dos meus dias. Sua partida deixou um vazio profundo em meu coração, minha alma, minha vida. Sua ausência física, a impossibilidade de vê-lo, de falar com ele, ouvir sua voz, suas risadas, falar sobre banalidades que já faziam parte da rotina de nossas vidas, nunca mais acontecerá. Tudo acabou. Mas alguém afirmou que uma pessoa jamais morrerá enquanto sua lembrança estiver viva na memória de alguém. Então, posso garantir que Paulo jamais morrerá, ele permanecerá vivo em meu coração enquanto eu viver. Combinamos que, se ele partisse antes, eu ligaria para contar como as coisas andavam por aqui. Então, como não acredito que a morte é o fim da vida, quero dizer lhe que sua viagem, e a de todos nós, nunca terminará. Um dia desses nos encontraremos e vamos continuar os nossos deliciosos papos sobre viver, aproveitar a vida, comer bem, viajar, tomar bons vinhos.

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BOAS PRÁTICAS

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BOAS PRÁTICAS

Espírito comunitário Presença no âmbito comunitário foi marcada pela valorização dos colaboradores, envolvimento em projetos sociais e representatividade em entidades de classe empresariais Paulo Bellini possuía outras facetas além da de empresário e teve uma importante participação também na vida comunitária. De 1960 a 1962, foi presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Em 1962, assumiu como presidente do Rotary Club de Caxias do Sul Cinquentenário, organização que agrega profissionais e líderes em suas áreas de atuação que prestam serviços humanitários, fomentam elevado padrão de ética em todas as profissões e ajudam a estabelecer a paz e a boa vontade no mundo. No período entre 1970 e 1974 foi presidente do Centro da Indústria Fabril. Em 1973, juntamente com Edemir Zatti, presidente da Associação Comercial e Industrial de Caxias do Sul, promoveu a fusão das duas entidades,

dando origem à Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul, onde passou a ocupar a vice-presidência para assuntos industriais. Em 1999, foi eleito 1º Presidente do Conselho Deliberativo da ONG Parceiros Voluntários, cargo que ocupou até 2001. Em 2003, atuou como presidente do Conselho Superior da Câmara de Indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul. Também contribuiu significativamente com os mais importantes eventos sociais e culturais realizados em Caxias do Sul e região, destacando-se sua atuação como integrante da Comissão Comunitária da Festa da Uva. No âmbito nacional, exerceu cargos de diretoria à frente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e da Associação Nacional dos Fabricantes de Carroçarias para Ônibus (Fabus).

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BOAS PRÁTICAS

Antes do todo, o homem

A organização é antes do todo o homem. A filosofia de trabalho adotada pela empresa nos anos 60 demonstrava o lado humano e ao mesmo tempo empreendedor de Paulo Bellini que sempre pautou seu trabalho pela valorização da dedicação dos colaboradores. Buscava criar e manter um ambiente empresarial aberto para estimular e motivar os colaboradores de forma a usarem as suas capacidades individuais para a formação de

equipes unidas, competentes, criativas e eficientes. A valorização das pessoas tornou-se marca registrada da empresa em todas as suas unidades fabris no Brasil e no exterior. O aprendizado e convívio diário com os colaboradores garantiu a criação de uma verdadeira cultura Marcopolo, assim como sua expansão empresarial. Em uma época na qual as relações entre chefes e subordinados eram baseadas, em geral, em tensão e amea-

ças, e em que pouco se falava de questões sociais, Bellini já se preocupava em garantir um ambiente de trabalho agradável e levou para a cidade a discussão a respeito do bem-estar dos colaboradores com outras empresas. Isso porque acreditava que a qualidade do produto depende totalmente da motivação e comprometimento dos colaboradores, os responsáveis pela satisfação do cliente e pelo elevado padrão de competitividade alcançado pela empresa.

Paulo Bellini e Valter Gomes pinto em visita a fábrica da Marcopolo na China

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BOAS PRÁTICAS

Fundação Marcopolo Reflexo da postura adotada por Paulo Bellini para interagir com a comunidade e com os colaboradores é a Fundação Marcopolo cuja história começa na década de 1950 em virtude da união dos funcionários da Carrocerias Nicola em torno da paixão nacional: o futebol. Em 1956 foi criado o Grêmio Atlético Nicola que, além de futebol, promovia outras atividades esportivas e de lazer. Em 1971, com a mudança da razão social da empresa, o Grêmio Atlético Nicola passou a se chamar Grêmio Marcopolo S.A.

Paulo Bellini, o segundo da esquerda para a direita agachado

Paulo Bellini e D. Mary entre as prendas do CTG Marco da Tradição

Dez anos depois, o Grêmio deixa de ter um caráter apenas esportivo para assumir uma postura assistencial para os funcionários e parentes. Surgia então a Associação dos Funcionários da Marcopolo, ainda com foco no esporte, mas agora com ações sociais, cívicas e culturais. Em 25 de maio de 1988 foi instituída a Fundação Marcopolo para promover programas e campanhas voltadas ao bem-estar dos colaboradores, de suas famílias e das comunidades nas quais a empresa está inserida. Em 2003, a Associação dos Funcionários da Marcopolo foi extinta e atividades incorporadas à Fundação Marcopolo. Entre os principais eventos com foco na integração de colaboradores e familiares estão o Entrevero Farroupilha e a Festa de Natal que anualmente reúnem centenas de pessoas.

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BOAS PRÁTICAS

“Eu acho que tenho um pouquinho do sangue metalúrgico. Meu pai trabalhou por 45 anos em uma empresa de metalurgia importantíssima em Caxias do Sul na época, a Eberle. Herdei dele um dos hábitos que mais me dão prazer: circular muito pela empresa, conversando com o pessoal. Dois de meus sete irmãos também trabalharam na Eberle. Estimulado pela sabedoria do meu pai, acabei fazendo algo diferente”. Paulo Bellini em seu livro Marcopolo Sua Viagem Começa Aqui

Apadev Na década de 1990, Bellini foi um dos incentivadores da construção da sede da Apadev – Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais. A entidade foi criada em 1983 por iniciativa de algumas famílias que buscaram se organizar para buscar melhores condições de atendimento específicos a familiares com deficiência visual oportunizando que sejam dependentes de terceiros. Cinco anos depois,

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buscando aprimorar o atendimento oferecido, as famílias buscaram apoio do Rotary Clube Caxias do Sul Cinquentenário, à época presidida por Claudio Biasio que mobilizou os integrantes do Clube para a regularização da Apadev junto aos órgãos municipais e para construção de sede própria. “Quando decidimos fazer alguma coisa no sentido de se construir uma sede para entidade, convidei meus companhei-

ros do Clube a apoiarem o projeto. Entre os entusiastas da ideia estava Paulo Bellini. Ele organizou visitas a um grande número de empresários da cidade e fez contatos com amigos para buscar recursos para a construção da sede da entidade”, lembra Biasio. A mobilização trouxe resultados positivos e a inauguração do Centro Educacional para Deficientes Visuais ocorreu em 29 de junho de 1992.


BOAS PRÁTICAS

Cidadania para os jovens Como consequência da importância percebida por Bellini quanto à capacitação profissional, o investimento inicialmente direcionado aos cola-

boradores passou a ser estendido à jovens da comunidade. Em 1990, foi criada a Escola de Formação Profissional Marcopolo (EFPM) para oferecer cursos

profissionalizantes para jovens da comunidade, proporcionando os mesmos benefícios dos demais empregados como bolsas de estudo, primeiro empre-

go remunerado e a possibilidade de carreira na empresa. A EFPM mantém convênio educacional com o SENAI desde o início de suas atividades. Posteriormente foram firmadas as parcerias

com a Fundação de Assistência Social (FAS), de Caxias do Sul, que encaminha alunos da comunidade e com a Universidade de Caxias do Sul, para o curso na área de Plásticos. Em

27 anos, mais de dois mil jovens já foram formados que, ao concluírem o curso, têm posto de trabalho garantido na empresa e recebem estímulo para desenvolverem suas carreiras.

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RECONHECIMENTOS

e d a d i l a n o s Per a d i c e h n o c e R

1972 Personalidade Caxiense da Indústria

1982

Homem de

1975 1987

Marketing no Rio Grande do Sul, da ADVB

Troféu Homem de Aço Associação do Aço do Rio Grande do Sul

Prêmio Mérito Industrial /RS FIERGS

A presença e atuação de Paulo Bellini na comunidade e seu trabalho junto à empresa lhe oportunizaram a conquista de vários reconhecimentos. O último foi em 2015 ao ser nomeado Cidadão Honorário de San Benedetto Po, cidade da italiana localizada na região da Lombardia e da qual o seu avô, Giusepe Maria Bellini, partiu em1875 rumo ao Brasil, país apresentado aos italianos como terra de oportunidades e abundância. O título foi criado especialmente para homenageá-lo.

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1969 1970 Prêmio Industrial do Ano

1973

1979

1987

Prêmio Destaque do

Troféu

Mérito Metalúrgico

Ano na Indústria

Caxias

– Gigia Bandera – SIMECS

Prêmio Destaque Diário de Notícias Rio Grande do Sul


RECONHECIMENTOS

2011

1999

Prêmio Destaque Gaúcho

Personalidades de Caxias do Sul do Século XX – Pesquisa desenvolvida pelo Curso Comunicação Social – UCS

1992

2011, Mérito Empresarial

2006 2004

Prêmio Líderes e Vencedores – Categoria Sucesso Empresarial Assembleia Legislativa Federasul

2002

Troféu Administrador do Ano AANERGS

Personalidade do Ano – ARH Serrana

Homenagem Brasão da

Medalha do Conhecimento Ministério de Desenvolvimento. Ind. Comércio Exterior CNI/SEBRAE

Universidade de Caxias do Sul

categoria Empresário do Ano

2009

“Estou efetivamente muito honrado com este prêmio que estou recebendo hoje, mas não há dúvida de que este mérito não é apenas meu. Isso também se soma ao grupo de colaboradores que comigo trabalham e me acompanham desde quando começamos a empresa que alcança hoje o âmbito mundial, com ônibus espalhados em mais de 100 países. Isto nos faz realmente uma das empresas líderes no mundo na fabricação de ônibus”.

Personalidade Top Ser Humano

2014

1998 - 1999 - 2001 2003 - 2005 Prêmio Líder - Empresarial Setorial

do Rio Grande do Sul, na

2008 2001

2003

2005

Comendador da Itália – Conferido

Gazeta Mercantil Cidadão Emérito de Caxias do Sul

Líder Empresarial do Setor de Autopeças em 2003 Fórum de Líderes

2010 Troféu Guri – entregue

pelo Presidente da

os personagens

Prêmio Distinzione

República Italiana

gaúchos de nascimento

Comunità Italiana

Consulado

Associazione

Empresariais Jornal

Culturale Italiana

Gazeta Mercantil

del RS – ACIRS

Italiano de Porto Alegre Personalidade Exportação concedido pela ADVB/RS

ou coração que contribuem com o seu trabalho para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul

Mérito Industrial pela CNI, mais alta condecoração da indústria brasileira, a Ordem do Mérito Industrial Destaque Empreendedor no Prêmio SAE Brasil Troféu Caxias 2014 Destaque Especial Destinada às pessoas que participam ativamente do desenvolvimento da cidade e da sua gente

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GUIA DO VIAJANTE

Lazer

Na juventude, os esportes eram basquete, futebol ou vôlei. Com o tempo, pescaria, tênis e golfe passaram a fazer parte dos passatempos

e d m é Al , o i r á s e empr

atleta

favoritos de Paulo Bellini, que também se reunia com esposa, filhos e de amigos para cantar e cozinhar. Descrito pelos amigos que o acompanhavam nas pescarias, hábito que começou ainda em 1981, como pescador sério, nunca dele se ouviram as famosas histórias de pescador. Sabia, como poucos, preparar peixe envolto no sal. Procurava ir, ao menos uma vez ao ano, à Bacia Amazônica e ao Pantanal. As viagens de pesca o levaram também a destinos internacionais como Chile, Miami e Alaska.

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Marco Barreto

Lazer

três bandeiras greens, o maior de 40 metros. “Acabamos viajando o mundo jogando golfe. Aqui no Brasil, somente alguns clientes praticam, como o Renan, da Águia Branca e o Roger,

da Transol. Mas no exterior, como na África, México e Oriente Médio, é muito comum e faz parte do relacionamento, pois representa uma oportunidade para novas experiências e interação”.

GUIA DO VIAJANTE

Em 2010, em um torneio anual, no México, organizado pela Federação dos Empresários de Ônibus Rodoviários, Mauro fez um hole-in-one. Foi a primeira vez que isso aconteceu naquele torneio.

Legado às avessas O gosto pelo golfe, hobby que acabou sendo uma das paixões de Paulo Bellini, passou de filho para pai. Bellini foi “levado” para o esporte pelo filho Mauro. A adoração de Mauro surgiu quando morava na África do Sul e mudou sua vida. Ele conta que, certo dia, à

caminho do escritório, recebeu um folheto em um semáforo sobre aulas de golfe. Telefonou, por curiosidade e começou a fazer aulas e praticar. “Em uma ida dos meus pais (Paulo e dona Mary) à África do Sul, minha mãe o presenteou com um jogo de

tacos de golfe. Ele começou a praticar e passou a se dedicar, inclusive incentivando o esporte”, enfatiza. Paulo ajudou na criação do campo de golfe de Caxias do Sul e criou o espaço ao lado de sua casa, batizado de Paineiras, um campo de treino com

Luiz Magnus Correia Cardoso

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Culinária

Sabor de d e a e d i r d a i l o S

Homens na Cozinha 2017. Da esquerda para a direita, Paulo Corso, Tiago Daltoé, Paulo Bellini, Paulo Pacheco Bellini e Francisco Gomes Neto

Quando o desejo de promover ações que contribuam para o bem-estar da sociedade se encontra com amor à gastronomia, o resultado é um evento como o Homens na Cozinha, do qual Paulo Bellini, ao lado de

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Valter Gomes Pinto, foi um dos apoiadores desde a primeira edição realizada em 2002. O evento, que em 2017 chegou à 16ª edição, já reuniu mais de 20 mil pessoas em torno da solidariedade e distribuiu mais de 1

milhão e 700 mil reais a cerca de 195 entidades sem fins lucrativos de Caxias do Sul. A seguir apresentamos a receita preparada por Paulo Bellini, Valter Gomes Pinto e Claudio Biasio na primeira edição do evento.


Culinária

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Ingredientes: 4 kg de peixe (garoupa, pintado, surubi ou congrio sem pele) 1 ½ kg de cebola 1 ½ kg de tomate 1 pimentão vermelho (pequeno) 500 ml de leite de coco 2 xícaras (cafezinho) de azeite de oliva ½ xícara de (cafezinho) de óleo mazola ½ xícara de vinagre balsâmico 1 colher (cafezinho) de cominho 1 maço grande de coentro verde 1 limão 1 xícara (cafezinho) de conhaque ½ xícara (cafezinho) de azeite de dendê Sal, pimenta vermelha e pimenta do reino a gosto Vinagre Panela de barro, alumínio de fundo grosso ou de ferro.

Primeiro passo

corte em pedaços pequenos. Corte o

Cortar o peixe em postas ou

pimentão em tiras. Coloque em

em filés. Retirar a gordura e lavar

uma panela untada com azeite e

bem as partes de sangue. Juntar ½

cozinhe em fogo baixo e quando co-

copo de vinagre com 1 copo de

meçar a ferver, acrescente 250 ml

água e lavar o peixe. Escorrer e em

de leite de coco, 1/3 do coentro

seguida reservar em uma travessa.

do verde picado, um pouco de

Tempero do peixe

sal e uma pitada de pimenta.

Em uma tigela coloque o óleo

Deixar cozinhando até derreter

mazola, azeite de oliva, comi-

bem os ingredientes.

nho, pimenta vermelha esma-

Terceiro passo

gada, pimenta do reino, 1/3 do

Acrescente o peixe aos condi-

coentro picado, sal, suco de li-

mentos que estiverem no recipien-

mão, vinagre balsâmico e o co-

te, mais 250 ml de leite de coco

nhaque. Misture bem todos esses

na panela onde o molho está fer-

ingredientes e espalhe sobre o peixe

vendo. Quando voltar a ferver, co-

de maneira que absorva bem o tem-

loque o resto do coentro picado e

pero. Deixe marinando por 2h.

deixe no fogo por mais 20 minutos.

Segundo passo

Nesse meio tempo, aproximada-

Molho quente

mente 10 min antes de servir, regue

Separe a cebola, o tomate e

com azeite de dendê.

www.puntomenos.com.br Instagram: puntomenosoficial

Receita: Tiago Daltoé Foto: Graziela Chiattone Martins

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VISITAS

Alta Onda Turismo - Paraná

Autostar Vehículos - Costa Rica

Canasvieiras Transportes - Santa Catarina

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Créditos: Douglas Melo

Auto Viação 1001 - Rio de Janeiro

Brandão Turismo - Pernambuco

Ceccon e Biora Transporte de Passageiros - Paraná


VISITAS

Catuzzo Turismo – Rio Grande do Sul

Suzantur - São Paulo

Gabard - Uruguai

Yvonetur transporte e turismo - Piauí

Guerino Seiscento - São Paulo

Janiz Transportes - Rio Grande do Sul

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VISITAS

JJê Turismo - Santa Catarina

José Roberto Sobral - Translitoral - São Paulo

Fortalecendo parcerias Håkan Agnevall, presidente Volvo Buses, e Fabiano Todeschini, presidente Volvo Buses Latin America, visitaram a Marcopolo com o objetivo de fortalecer a parceria entre as duas companhias em negócios realizados no Brasil e no exterior. Os executivos conheceram os processos produtivos da fábrica e o novo Sistema Marcopolo de Produção Solidária acompanhados por Francisco Gomes Neto, CEO da Marcopolo, André Vidal Armaganijan, diretor de Negócios Internacionais, Rodrigo Pikussa e Ricardo Portolan, gerentes executivos de exportação.

JTP Transportes - São Paulo

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Créditos: Douglas Melo

Massaneiro Turismo - Santa Catarina


VISITAS

MHT - Turismo Rio Grande do Sul

MLTT Transportes e Turismo - Alagoas

Visita Institucional Em visita institucional à Marcopolo, Marcos Pereira, Ministro da Indústria, Comércio e Exterior, e Serviços, e comitiva foram recepcionados por José Antônio Fernandes Martins, Paulo Corso, Ricardo Portolan e Rodrigo Pikussa, integrantes da diretoria da empresa.

Nobre Turismo - Goiás

Plusmar - Argentina

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VISITAS

R. M. Arruda Cia Ltda. - Maranhão

Real Rodovias - Rio Grande do Sul

Grupo Intercity STC e Nordic Logistics Um dos principais operadores rodoviários de Gana, o Grupo Intercity STC, que já havia adquirido 50 ônibus Marcopolo em 2016, aumenta a frota com mais 26 unidades, sendo oito Paradiso 1200, dois Paradiso 1800DD e 16 Paradiso 1600LD, os primeiros na África. Além da STC, acompanharam a visita à Marcopolo representantes do grupo investidor Nordic Logistics, que inicia os investimentos no segmento de transportes viabilizando o aporte para a compra das unidades operadas pelo Grupo Intercity STC.

Rimatur Transportes - Paraná

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Créditos: Douglas Melo

Sete de Setembro Transportes - Rio Grande do Sul


VISITAS

Trans Copacabana - Bolívia

Transmetro - Chile

Primeiro 1800DD do Espírito Santo É da Coopetranserrana - Cooperativa de Transportes da Região Serrana, de Santa Maria de Jetibá, o primeiro Paradiso 1800DD com 15 metros de comprimento do Espírito Santo.

Nobre Turismo - Goiás

Transportes Ecuador - Equador

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VISITAS

Turis Silva - Rio Grande do Sul

V.I.P. Transport - Gana

Viação Rocio - Paraná

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Créditos: Douglas Melo

Única - Fácil Transportes - Rio de Janeiro

Viação Nossa Senhora do Amparo - Rio de Janeiro

Viaggio Tur - Rio Grande do Sul


MEMÓRIA

Trajetória revisitada A história de Paulo Bellini é rica e deixa um legado que servirá de inspiração para as futuras gerações. Essa história e itens pessoais que o acompanharam durante as mais de seis décadas de trabalho poderão ser conhecidos em exposição que

ocupará o Espaço de Memória Marcopolo – Valter Gomes Pinto durante os próximos meses. Colaboradores e clientes poderão ver de perto os objetos e saber mais sobre a trajetória de vida do empreendedor, assim como a co-

munidade em geral que poderá prestigiar a exposição de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. Para visitas em grupo com mais de dez pessoas, há a necessidade de agendamento pelo telefone (54) 2101.4170 ou e-mail memoria@marcopolo.com.br.

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E nt re em contato , e s t a m os próximos .

www.marcopolo.com.br | nas redes sociais: OnibusMarcopolo Consulte o representante de sua região para saber mais sobre os modelos e suas configurações. Imagens meramente ilustrativas.

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